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ECOTURISMO EM GAROPABA
Santa Catarina - Brasil
Keler Lucas
2020
ECOTURISMO EM GAROPABA
Keler Lucas
2020
Direitos desta edição reservados ao autor
Copyright@2020 Keler Lucas
Editoração, capa, fotografias e desenhos:
rupestre.kelerlucas.com.br
Edição Especial para Ebook
AGRADECIMENTOS
Ao senhor Luis Carlos Luis, presidente da ACIG, e seus associados, que
patrocinaram este projeto (1999).
Ao Seu Bonifácio (0 Índio) da Praia da Garopaba (in memoriam); ao Seu
Neném da Praia da Silveira; ao Seu Hilário Bento da Praia da Ferrugem; e ao
seu Virgínio da Praia do Ouvidor, que com suas valiosas informações muito
contribuíram para enriquecer esse relatório.
Ao guia Zeno Castilhos que, em 2007, me informou da ocorrência de arte
rupestre em duas tocas (abrigos sob-rocha) localizadas em costões das praias.
Ao companheiro Lúcio Silva que, à partir de 2007, me acompanhou na
atualização e complementação deste projeto.
Ao Terapeuta Ortobiomolecular e Acupunturista Ricardo Vieira Bretanha
por seu apoio à edição desse ebook.
À todos, meu muito obrigado!
ÍNDICE
1
Apresentação do autor 2
Ecoturismo em Garopaba 3
Caminho do Rei 4
Mapa da REGIÃO 1 5
Ponta da Faísca 6
Praia da Gambôa 6
Praia do Siriú 8
Mapa da REGIÃO 2 47
Morrinho 48
Praia da Garopaba 51
- Prainha da Vigia 62
- Toca da Lontra 75
- Pesqueiro da Mariola 85
- Pedra da Janela 86
- Pedra do Galeão 91
- Grande cabeça de pedra 104
Mapa da REGIÃO 3 112
Praia da Silveira 113
Costão da Pedra Negra 119
Saco da Cobra 122
Costão da Ferrugem 130
Praia da Ferrugem 133
Mapa da REGIÃO 4 137
Ilhote da Barra 140
Costão da Barra 172
Costão da Caranha 181
Praia do Ouvidor 200
- Dunas 209
- Pedra Branca 213
Praia Vermelha 218
- Pedra Mexideira 220
- Pedra da Passagem 225
Sumário do Levantamento 228
Apresentação do autor
2
Localizada em um litoral com importantes sítios
arqueológicos, nos legado por uma civilização que o
habitou por mais de 5.000 anos, Garopaba herdou
um valioso acervo dessa cultura milenar. Detinham o
mesmo conhecimento das sociedades neolíticas
européias, com seus lugares sagrados, seus
monumentos rupestres ou megálitos, sítios de arte
rupestre e uma ciência astronômica, com
calendários e alinhamentos astronômicos.
Este livro que é o resultado de muitos anos de
pesquisas e teve duas etapas para a sua execução. A
primeira em 1999, quando fiz o levantamento do
potencial ecoturístico da parte litorânea do
município, com apoio da ACIG, para doá-lo à
prefeitura. A segunda etapa, de 2007 em diante, com
a ajuda do companheiro de pesquisas Lúcio Silva,
complementamos e atualizamos o levantamento.
Com 430 fotografias distribuídas em 229 páginas, o
leitor fará um passeio de norte a sul por uma
Garopaba pouco conhecida, vendo os sítios
arqueológicos, vistas panorâmicas, trilhas e todo o
patrimônio ecoturístico dos costões da Praia da
Guarda do Embaú, Praia do Siriú, Praia da
Garopaba, Prainha da Vigia, Praia da Silveira, Saco
das Cobras, Praia da Ferrugem, Praia da Barra,
Praia do Ouvidor e Praia Vermelha.
O destaque positivo do levantamento foi a
identificação de importantíssimos sítios pré-
históricos, com duas verdadeiras obras de arte, como
os monumentos rupestres da cabeça de pedra do
grande ídolo e a "esfinge", um rosto esculpido num
paredão rochoso de frente para o mar. Dois abrigos
sob-rocha com gravuras rupestres; um sítio de arte
rupestre com 14 painéis; um sambaqui cercado de
estações líticas e os alinhamentos astronômicos.
O ponto negativo é a constatação que inúmeros
matacões de diabásio com amoladores que existiam
nos cantos das praias, junto aos costões, e que
aparecem nas fotografias, desapareceram.
É todo este fabuloso patrimônio ecoturístico que
apresento à sociedade nesse livro, para que seja
conhecido, estudado, respeitado, preservado,
protegido e preparado para receber os visitante.
Boa Viagem!
ECOTURISMO EM GAROPABA - FAIXA LITORÂNEA
O projeto tem por objetivo geral identificar,
preservar, sugerir e divulgar, todo o potencial
ecoturístico da faixa litorânea do município, como as
praias , os costões e seus pesqueiros, as dunas, as
lagoas, os sítios arqueológicos, como os sambaquis,
sítios de arte rupestre, sítios com estações líticas,
abrigos e monumentos rochosos, as trilhas, as vistas
panorâmicas etc.
Todo esse importante patrimônio ecológico e
arqueológico deve ser constantemente monitorado,
conservado e divulgado, não podendo mais ficar
desconhecido, desperdiçando todo o seu potencial de
atração cultural e turística.
Um ativo controle, com um dinâmico marketing
turístico, envolvendo a comunidade local e a
cooperação com empresas operadoras de turismo e
outros órgãos, ocasionará uma grande apreciação
pelo projeto, servindo para conscientizar o público da
importância da preservação do meio ambiente..
Esse projeto por seu aspecto cultural e ecológico,
colocará o Município de Garopaba na rota
internacional do ecoturismo, ocasionando inúmeros
benefícios para a comunidade, como uma maior
divulgação, um ecoturismo organizado com guias
capacitados, um aumento do turismo durante o ano
inteiro, uma educação da importância dos sítios
arqueológicos e do ambiente circundante, uma região
permanentemente fiscalizada e preservada, uma casa
de cultura e outros benefícios que advirão.
LEVANTAMENTO DO POTENCIAL ECOLÓGICO E
ARQUEOLÓGICO DA FAIXA LITORÂNEA DO
MUNICÍPIO DE GAROPABA
REGIÕES PESQUISADAS
Para melhor ordenar sua apresentação e sua
visualização nos mapas, vamos dividir o litoral do
município em 4 regiões, de norte para o sul, cada
região com seus respectivos morros e praias.
Região 1 - Gambôa e Siriú
Região 2 - Morrinho, Praia de Garopaba, Costào do
Casqueiro até a Praia da Silveira
Região 3 - Praia da Silveira, Saco da Cobra e Praia
da Ferrugem
Região 4 - Ilhote da Barra, Ponta do Areial, Praia
do Ouvidor, Ponta do Ouvidor e Praia Vermelha.
3
CAMINHO DO REI
Antes de começar o relatório do potencial ecológico
e arqueológico por regiões, é preciso falar da
importância desse caminho para o município, pois
ele atravessa todas as regiões litorâneas.
Caminho histórico, chamado de Caminho do Rei,
pois era de utilidade pública, para uso de todos os
cidadãos da antiga colônia portuguesa. Trilha aberta
no litoral quando a região era recoberta pela Mata
Atlântida, muito usado pelos primeiros habitantes do
litoral sul de Santa Catarina durante os séculos XVI,
XVII, XVIII e XIX, ligava as pequenas comunidades de
pescadores com os centros maiores. Era o caminho
por terra, desde Laguna até Florianópolis.
Em muitos trechos, o caminho já existia e foi
reaproveitado, pois fora usado pelos povos pré-
históricos, os construtores dos atuais sambaquis.
Eles viveram na região e em todo o litoral sul do
Brasil, desde 8.700 anos antes do presente.
Moradores antigos de Garopaba, como o Seu
Nenen, da Praia da Silveira, nos narrou que "ele e
seus irmãos muito usaram o caminho, quando
jovens, para irem aos famosos bailes da Gambôa".
Contamos esses fatos recentes, históricos e pré-
históricos, para enfatizar a importância cultural
desse caminho e sugerir o seu tombamento como
Patrimônio Municipal, preservando essa relíquia, de
incrível poder de atração ecoturístico, para o futuro.
É de longe a trilha mais importante do Município
de Garopaba. Atravessa desde a Praia da Gambôa, ao
norte, passa por cima do Morro do Buraco e desce na
Praia do Siriú. Depois vai pela praia até Garopaba,
onde sobe o morro perto da Vigia, continua pelo
Morro do Penquirito, Morro do Capão e desce pela
encosta do morro até a Praia da Ferrugem. Depois
segue pela Praia da Barra, sobe o Morro da Caranha
indo paralelo às dunas e desce no canto norte da
Praia do Ouvidor. Depois segue pela encosta oriental
do Morro do Ouvidor, desviando da Praia Vermelha e
entrando no Município de Imbituba pelo morro da
Praia do Rosa.
Graças a esse caminho, pode haver o
desenvolvimento de toda a região sul. Era o meio de
comunicação e de transporte de mercadorias. Os
navios antigos não aportavam em qualquer praia e
passavam de tempos em tempos, não podendo as
comunidades dependerem deles.
Também podemos comparar a sua importância com
o recém resgatado caminho de Anchieta, no Espírito
Santo, ou o Caminho dos Incas, no Perú, entre
outros. Além das incríveis belezas das praias e vistas
panorâmicas, o camiinho passa por perto de mais de
30 sítios arqueológicos.
Portanto, restabelecer esse caminho deve ser uma
das prioridades do planejamento turístico municipal.
Existem trechos do caminho que estão cortados por
cercas de arame farpados ou tomados pela mata,
cujos proprietários precisam entender a importância
de preservar a integridade do caminho e permitir a
passagem das pessoas.
Nos mapas, o Caminho do Rei, que tem muitas
variantes, procura seguir a rota original, ligando as
comunidades de norte a sul.
4
5
Legenda
Trilha
Caminho do Rei
Estrada
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14 Gruta Santa
Monumento Rochoso
Abrigo Sob Rocha
Sambaqui
Arte Rupestre
Cachoeira
Vista Panorâmica
Piscina Natural
Pesqueiro
P01
Dunas
Estação Lítica
P01
P02
P03
P04
P05
P06
P07
P08
P09
P10
P11
REGIÃO 1
REGIÃO 1
Dunas, Ponta da Faísca, Praia da Gambôa, Morro
do Costão, Morro do Buraco, Praia do Siriú, Rio do
Siriú e dunas do Siriú.
DUNAS
O limite norte do município começa nas dunas que
antecedem a Ponta da Faísca, numa importante área
arqueológica. As dunas que circundam a ponta do
Morro da Faísca no lado norte, começam no mar e
avançam cerca de 1.500 m para o interior, e para o
norte, avançam até encontrar o Rio da Guarda e o
acompanham até a Praia da Guarda do Embaú. No
meio das dunas existem pequenos morros de areia,
pequenas lagoas e capões de mato, raros recantos
onde a civilização ainda não chegou.
Esta caminhada nas dunas ao longo do Rio da
Guarda e do mar é uma experiência inesquecível, com
muitos atrativos. Deve-se evitar as horas mais
quentes do dia no verão.
PONTA DA FAÍSCA
A Ponta da Faísca é muito visitada pela beleza de
seu costão, com grandes rochas que formam
pequenos abrigos em seus pesqueiros e pela duna
que desce na ponta sul do morro até a praia,
formando uma grande cachoeira de areia, que
contrasta com as rochas do costão.
SÍTIO ARQUEOLÓGICO
Sítio nº1 - Sambaqui 1
Sambaqui da Faísca - Enorme sítio arqueológico,
localizado no limite norte da Gambôa.
Ocupando parte do areial de cima do morro da
Faísca e se estende para o norte, em meio às dunas,
por cerca de 300 m de comprimento e de 100 m de
distância do mar. No local foi achado no passado,
bastante cerâmica, ossamentas humanas, farto
material lítico e restos de fogueiras. Contam os
moradores, que conforme as dunas se movimentam
com os ventos, aparecem novas peças, confirmando
também o status de sítio arqueológico a quase a
totalidade da grande área das dunas.
Esse sítio foi apenas registrado pelo Pe. Rohr em
1965, pois não teve tempo para visita'-lo. Com as
informaçòes que colheu, ele estimou a área do sítio
em cerca de 5.000 m2.
PRAIA DA GAMBÔA
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Sítio nº2 - Sambaqui 2
Sambaqui do Lopes - Assim chamado no passado
por estar em terras da Família Lopes, hoje em dia
está em terras da Família Magalhães (1999). Situado
à cerca de 100 m da praia e a 100 m do Rio Gambôa,
ocupa ao nível do solo uma área muito grande. Vai
desde o antigo matadouro de gado, lugar conhecido
por "buraco" até as casas em frente ao mar. Contam
os moradores que quando da construção das casas, o
local era dunas e não um pasto como atualmente. E
que foram desenterradas ossamentas humanas e
muitos cacos de cerâmica. A cerâmica ainda é achada
quando se caminha pela área. Estima-se o grau de
integridade do sambaqui em 75%, o que o qualifica
como uma raridade em comparação com os outros.
Trata-se de uma grande área arqueológica e deve ser
preservada como tal, proibindo qualquer tipo de
construção ou escavação.
6
Sítio nº3 - Sambaqui 3
Sambaqui do Canto Sul da praia - Localizado no
início do costão, encoberto atualmente pela
vegetação nativa, com cerca de 50 m de comprimento
e grau de integridade estimado entre 25 e 75%.
Posicionado estrategicamente, está perto do mar, do
costão e seus pesqueiros, da Mata Atlântida, das
fontes de água doce e das trilhas que se direcionam
para o interior.
Sítio nº4 - Estação Lítica 1
Estação lítica do Canto Sul da praia - Consiste
atualmente de somente 4 amoladores circulares que
estão espalhados em pequenas rochas de diabásio ao
longo da borda do rio e próximos ao sambaqui. O
local foi muito depredado no passado e muitas
rochas com amoladores foram levadas do local,
existindo ainda algumas nas residências dos
moradores da praia.
No costão que vai da Gambôa até a Praia do Siriú
existem tres grandes abrigos sob-rocha e dois
monumentos rupestres. Um é a Toca do Morcego e o
outro é a Cabeça do Gorila. Nesse costão temos
várias rochas com marcas de antigas gravuras
rupestres que foram depredadas.
PESQUEIROS DO MORRO DO COSTÃO DA GAMBÔA
ATÉ A PRAIA DO SIRIÚ
Existe a trilha natural do costão que leva aos
pesqueiros. Ver o ítem trilhas.
1 - o buraco
2 - a ponte (ponta de fora)
3 - a pedra do Tiof
4 - a laje negra
5 - a pedra vermelha
6 - o pesqueiro fundo
7 - a mesa
8 - o lombo (difícil passagem)
9 - do Horácio
10 - a laje do tombo
11 - a baleia
MORRO DO BURACO
Nesse morro passa o Caminho do Rei com suas
vislumbrantes vistas panorâmicas.
CAMINHOS OU TRILHAS
Trilhas por cima do Morro do Costão - No canto sul
da praia, a trilha começa a subir o Morro do Costão,
em meio ao mato, por 2 caminhos distintos. Um
acompanhando o costão por cima do morro e o
segundo, à cerca de 300m do canto da praia, ao lado
da cachoeira que desce o morro. Os dois caminhos
consistem de trilhas estreitas abertas na mata
nativa e por cerca de meia hora somente se avista a
exuberante vegetação, com raras vistas
panorâmicas. Em compensação, ao se chegar na
parte de cima do morro, do lado do Siriú, temos uma
das mais lindas vistas panorâmicas de toda a
Garopaba. Desse local, situado à 230 m de altura
sobre o nível do mar, avista-se todo o litoral até a
Praia do Rosa.
Caminho do Rei - Nesse trajeto, o caminho que
vem pela praia desde a Praia da Guarda, passa pela
ponta da Faísca e continua até o canto sul.
7
Daí em diante começa a subir pelo Morro do
Buraco, à cerca de 600m da praia. É uma trilha mais
larga, em que passavam carros de boi carregando os
produtos de outrora. Essa trilha primitiva está
atualmente com partes tomadas pela mata e com
várias cercas de arames farpados impedindo seu
caminho. É uma pena ver um patrimônio histórico,
um caminho que ajudou a estabelecer os primeiros
colonizadores no litoral sul de Santa Catarina, ter
sua existência barrada por pseudos posseiros de uma
reserva de nossa Mata Atlântica e ainda por cima,
situada dentro do Parque Estadual da Serra do
Tabuleiro.
Trilha para a Ponta da Faísca e dunas - seguir
pela praia em direçào ao norte até chegar a ponta do
morro. Alí estão a região arqueológica e as dunas.
Outra opção é chegar pela estrada do Morro da
Faísca. Chega-se direto nas dunas, podendo
atravessá-las ou indo pela trilha por cima do morro
até a ponta e o sítio arqueológico.
Trilha do Costão - no canto sul da praia, segue a
trilha o costão, passando pelos diversos pesqueiros
até chegar ao costão do Siriú. Até o pesqueiro do
Lombo é bom de passar, depois é ruim. Nesse trajeto
ruim, é somente aconselhável a passagem a
profissionais ou pessoas acostumadas aos costões. É
muito perigoso, existindo vários casos de pessoas
que caíram ou ficaram presas nas rochas. E quando
o mar está alto é impossível passar. Desse ponto
termina a trilha e volta-se pelo costão. Deixa-se de
andar no costão apenas cerca de 300 m. Vindo-se
pelo lado do costão do Siriú, chega-se ao pesqueiro
da Baleia, onde começa o trecho perigoso de 300 m
até o pesqueiro do Lombo.
PRAIA DO SIRIÚ
Existia um pequeno sambaqui no canto da praia
que foi aterrado e tapado pelas construções.
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Sítio nº5 - Estação Lítica 2
Estação Lítica no canto da praia - no final da praia,
no início do costão, situada num grande lajedo de
diabásio que acompanha o declive do morro. É
constituída por 5 amoladores circulares que ainda
são vistos, pois existem muitos resquícios ou marcas
de antigos amoladores que foram erodidos.
Antigamente existiam mais amoladores em
pequenos blocos de diabásio, que foram sendo
levados com o passar do tempo. Sobraram apenas os
esculpidos no grande lajedo por impossibilidade de
levá-los.
Tem uma espécie de bacia escavada na rocha, perto
de um amolador, em que a água doce que corre por
uma rachadura escorre para dentro. É um ótimo
lavador com água corrente e único do seu gênero no
município.
Sítio nº6 - Sambaqui 4
Sambaqui do Rio do Siriú - Localizado nas dunas,
na margem direita do rio, à cerca de 1500 m da
ponte, descendo o rio, antes da bifurcação com o
riacho do Poeta.
Acha-se atualmente encoberto pela vegetação e por
pinus maritimus, não sendo possível fazer uma
avaliação de seu grau de integridade.
8
Contam os moradores antigos que quando da
grande maré acontecida na década de 50, em que o
mar invadiu por cima das dunas e o rio cresceu
muito, houve um desmoronamento da barranca do
rio, onde apareceram ossamentas de muitas pessoas.
O narrador disse que "era coisa muito antiga, do
tempo de Noé". Não se lembra da existência de
objetos acompanhando os corpos.O local não foi
mexido e existe, podendo ser feita uma pesquisa
científica no futuro.
Cachoeira do Siriú
Espetacular cachoeira que desce o morro,
formando inúmeras quedas d'águas e piscinas
naturais, dentro de uma reserva de mata atlântica,
cheia de garapuvús e decorada com orquídias e
bromélias.
À cerca de 200 m da estrada, indo-se pela trilha,
chega-se na maior queda d'água, que forma uma
piscina natural, muito frequentada pela população
local.
Após cruzar a estrada, a cachoeira percorre a
planície em direção ao mar e ao encontrar as dunas,
faz uma curva para a direita, e desemboca no Rio
Siriú. Nesse trajeto, a cachoeira tem o nome de
Riacho do Poeta.
Rio do Siriú
Esse rio ou lagoa, de águas límpidas, que em
determinadas partes do ano desemboca no mar e em
outras fica isolado, sem a ligação com o mar, tem um
grande potencial ecoturístico.
Suas águas são piscosas e apresenta ao longo de
suas margens inúmeros recantos com praias e
exuberante mata nativa, com variada flora e fauna.
A beleza vista e sentida quando se desce o rio de
canoa é famosa, tendo sido traduzida em versos pelo
poeta e compositor João Palmeiro (o João da Benga)
em seu CD Águas Abertas, em que homenageia a
gente simples e as coisas da Garopaba.
Portanto, descer o Rio do Siriú de canoa, deve ser
mais uma opção de lazer oferecida aos turistas.
Dunas
As dunas do Siriú começam no canto da praia e
estendem-se para o sul por cerca de 5 km até o
Morrinho, na divisa com a Praia de Garopaba. A sua
largura no início é em torno de 200 m, e a medida
que vai indo para o sul, vai alargando a faixa de
areia até cerca de 2 km. E conforme vai chegando
mais para o sul, vai aumentando a altura das dunas,
formando altos morros de areia, com belíssimas
vistas panorâmicas.
No estremo sudeste das dunas, elas estão
encobertas por vegetação e mata rasteira, tendo-se
que andar por trilhas para atravessa'-las.
Em toda a sua extensão, existem pequenas lagoas
de águas transparentes e no estremo sul, uma linda
e grande lagoa, cercada parte pela mata, parte pelas
dunas e parte por campo e plantação de milho.
Nessa imensidão de areia, que é a maior área com
dunas do município, existem vários recantos com
capões de mato e pequenas lagoas. Fauna típica são
as corujas e as lebres que podem ser apreciadas das
diversas trilhas que cortam as dunas, que servem de
ligaçào com o mar para os habitantes das areias do
Macacú, região circunvisinha.
9
A impressionante altura de certas dunas, que faz a felicidade da garotada do surf de
areia e suas areias branquíssimas, formam com o todo, um conjunto de atrações muito
forte, com capacidade para desenvolver um tour ou passeio específico.
Figura 1 - Dunas vistas do limite norte do município e a
grande área arqueológica do sambaqui 1, que se estende
até a Ponta da Faísca.
Figura 2 - Vista panorâmica das dunas na sua parte
oriental, mostrando o contraste entre as areias brancas e
o verde da vegetação que a circunda.
10
Figura 3 - Vista panorâmica das dunas até a Praia da
Guarda do Embaú.
Figura 4 - Costão e pesqueiros da Ponta da Faísca.
Figura 5 - Na parte mais alta, no sul, início da grande
área arqueológica que se estende por cerca de 500 m em
direção ao norte.
Figura 6 - Na ponta sul, as dunas descem o morro
formando uma cachoeira de areia.
11
Figuras 7, 8 e 9 - Sambaqui do Lopes e sua grande área
arqueológica, com cerca de 300 m de comprimento por 100
m de largura.
Figura 10 - Pedaços de cerâmica pré-histórica afloram
em toda a área arqueológica do sambaqui 2.
12
Figuras 11, 12, 13 e 14 - Canto sul da praia, com a estação lítica 1 nas pedras miúdas, e o
sambaqui 3 na vegetação costeira.
13
Figuras 15 e 16 - Estação lítica 1 e os poucos
amoladores que a compõem atualmente.
Figura 17 - Linda cachoeira no início da trilha para o Siriú.
14
Figuras 18, 19 e 20 - Vistas panorâmicas do início do costão e seus pesqueiros.
15
Figuras 21, 22 e 23 - Vindo do norte para o sul, os
pesqueiros e o grande abrigo sob-rocha, conhecido por
Pedra do Morcego.
16
Figura 24 - Abrigo sob-rocha 1 e Monumento rupestre. A imprecionante Pedra do Morcego e a sua
plataforma, formam no conjunto, um pesqueiro muito especial.
17
Figuras 25, 26 e 27 - Abrigo sob-rocha 1 e Monumento
rupestre. A Pedra do Morcego vista de ângulos diferentes.
18
Figuras 28, 29, 30 e 31 - Linhas, cúpulas, uma silhueta
de retângulo e marca de pisada humana são vistas na
Pedra do Morcego.
19
Figuras 32, 33, 34 e 35 - No abrigo sob-
rocha 2, linhas, cúpulas e outras gravuras
são vistas no local.
20
Figura 36 - Pesquisador Keler Lucas
identificando a cabeça de um macaco ou
gorila nas proximidades da Pedra do
Morcego.
21
Figuras 37 e 38 - A cabeça do gorila e cúpulas
na sua parte superior.
22
Figuras 39 e 40 - O monumento rupestre
visto de ângulos diferentes.
23
Figuras 41 e 42 - Outra rocha
interessante com cortes propositais
e um possível rosto dentro de um
retângulo.
24
Figura 43 - Abrigo sob-rocha 3, localizado passando a cabeça do gorila.
25
Figuras 44, 45, 46 e 47 - Pedras com cúpulas e linhas encontradas no caminho do costão para o
Siriú.
26
Figuras 48 - Do alto do morro, na trilha que leva para a Gamboa, e as belíssimas vistas
panorâmicas que se apreciam do local.
27
Figuras 49, 50 e 51 - Vistas panorâmicas na trilha que liga a Gamboa ao Siriú.
28
Figuras 52 e 53 - Mais vistas panorâmicas na trilha que liga a Gamboa ao Siriú.
Figuras 54 e 55 - Morro do Siriú e o campo na parte de
cima, onde passam o Caminho do Rei e a trilha, com as
magníficas vistas panorâmicas da região.
29
Figura 56 - Panorâmica com a continuação do costão e seus lindos pesqueiros.
30
Figura 57 - Pesqueiro do Lombo, local de difícil passagem, visto do sul.
31
Figuras 58 e 59 - Interessante formação rochosa, com uma pedra que parece ter sido encaixada no
local.
32
Figuras 60, 61 e 62 - Próximo da Praia do Siriú, a Pedra Bicuda,
vista de longe e de perto.
33
Figura 63 - Na chegada da praia, a grande rocha sobreposta é muito visitada por turistas.
34
Figuras 64 e 65 - Praia do Siriú. Estação lítica 2.
Amolador em forma de bacia com água corrente, único do
seu gênero no município.
Figuras 66 e 67 - Estação lítica 2. Tres amoladores
circulares e, no detalhe, a perfeição do entalhe de um deles.
35
Figuras 68 - Estação lítica 2. Grande lajedo no canto da praia, com as marcas que restaram de
antigos amoladores que foram erodidos.
36
Figura 69 - Da estação lítica 2, uma panorâmica com a Praia do Siriú.
37
Figura 70 - Nascer do sol no solstício de inverno por cima do Ilhote do Siriú.
38
Figuras 71 e 72 - O Rio do Siriú e seus inúmeros recantos, circundado por exuberante mata
nativa, com variada flora e fauna, que o tornam um dos maiores atrativos ecoturísticos da Região
1.
39
Figura 73 - Sambaqui 4. Atualmente encoberto pela
vegetação e por pinus. Em 1952 ali foram achados
inúmeros esqueletos humanos, quando uma grande maré
desbarrancou a margem do rio.
Figura 74 - Local do sambaqui 4, na margem direita e
próximo à foz do Rio do Poeta.
40
Figuras 75 - A espetacular cachoeira do Siriú, com suas quedas d'água e piscinas naturais, em
meio a uma reserva da Mata Atlântica com muitas orquídeas e guapuruvus. É a mais importante
cachoeira da orla atlântida do município.
41
Figuras 76, 77 e 78 - A cachoeira do Siriú vai descendo o morro em
meio às rochas e a uma exuberante natureza, formando várias
piscinas naturais.
42
Figuras 79 - Vista panorâmica do lindíssimo areal das Dunas do Siriú.
43
Figuras 80 e 81 - Lado oriental das dunas, com os seus grandes morros, que atraem cada vez mais
a garotada do surfe de areia.
44
Figuras 82 e 83 - Lado sul das dunas com sua típica vegetação e a linda lagoinha que enfeita a
paisagem.
45
P01
LAGOINHA
Legenda
Trilha
Caminho do Rei
Estrada
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14 Gruta Santa
Monumento Rochoso
Abrigo Sob Rocha
Sambaqui
Arte Rupestre
Cachoeira
Vista Panorâmica
Piscina Natural
Pesqueiro
P01
Dunas
Estação Lítica
REGIÃO 1
REGIÃO 2
47
Figura 84 - Vista panorâmica dos pesqueiros do Morrinho e da Praia do Siriú
48
Figura 85 - Vista panorâmica do canto norte da Praia da Garopaba, tendo em primeiro plano o
sítio arqueológico, o qual é atravessado pelas trilhas do costão.
49
REGIÃO 2
50
REGIÃO 2
Morrinho, Praia da Garopaba até a Praia da Silveira
Morrinho
Essa ponta de morro é a divisa entre a Praia do
Siriú e a de Garopaba.
O local é muito frequentado, tanto pelos turistas
que vão apreciar sua vista panorâmica e seu belo
costão, como pelos pescadores por seus pesqueiros
que avançam sobre o mar.
O pesqueiro Laje da Maria Francisca é o mais
conhecido.
Na parte mais alta do caminho que corta o
Morrinho de norte a sul, existe um lugar com rochas
que formam um verdadeiro belvedere natural, com
lindas vistas panorâmicas, tanto para a Praia do
Siriú e dunas, como para a Praia de Garopaba e seus
morros.
SÍTIO ARQUEOLÓGICO
Sítio nº7 - Sambaqui 5
Sambaqui do Morrinho - localizado no início do
caminho que sobe o morro, no canto norte da Praia
da Garopaba. Foram retiradas ossamentas humanas
e pedaços de cerâmica, coisa muito antiga segundo
os pescadores. O local foi danificado no passado
pelos caçadores de tesouros que fizeram vários
buracos e modernamente pelos aterramentos com
fins imobiliários.
Grau de integridade estimado em 25%.
Praia da Garopaba
No canto sul da praia, dentro de um raio de 100m,
existiram um sambaqui e uma estação lítica, que
foram completamente destruídos com o aumento da
vila no século passado.
Os sítios arqueológicos ainda existentes estão na
prainha da Vigia.
GRUTA SANTA
Gruta de Nossa Senhora Aparecida - Situada 50 m
à direita da rua que vai para a Ponta da Vigia, em
frente à prainha da Preguiça, a grutinha foi
construída em 1893 no local de antiga fonte de água
doce. A gruta é muito bonita, e atualmente, passa por
uma reforma, com a construção de uma escadaria
que facilitará o acesso e que a tornará em mais um
grande atrativo cultural.
Está em um lugar muito bonito, cercado e
arborisado, e com uma belíssima vista panorâmica
da Praia de Garopaba.
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Prainha da Vigia - A prainha toda é um importante
sítio arqueológico e precisa ser preservado e
valorizado como tal. Pela atual legislação, basta se
ter conhecimento de que determinado local é um sítio
arqueológico, já está automáticamente tombado
como Patrimônio Cultural da Nação.
No meio da prainha existe um sambaqui e nas
rochas dos cantos norte e sul, tres estações líticas
com dezenas de amoladores, que bem atestam a
condição de patrimônio público a toda aquela área.
51
Pela condição de ter na prainha, 4 sítios
arqueológicos com idade estimada em mais de tres
mil anos, cercado por ruas e prédios modernos, ele
deve ser tratado com muito carinho e servir de
orgulho para o município e seus cidadões. E constar
em toda a propaganda e marketing turístico
municipal. Sugerimos o tombamento como
Patrimônio Cultural ou Pré-histórico Municipal.
Sítio nº8 - Sambaqui 6
Sambaqui da Prainha - localizado no meio da
prainha da Vigia, avança desde o barranco da praia
até a área onde está o rancho dos pescadores. Ao
lado do rancho foi construído um bar também em
cima do sambaqui.
O certo é tirar o bar da área arqueológica antes
que cause maiores danos ao sítio e ao meio ambiente.
Grau de integridade estimado entre 25 e 75%,
podendo ser feito um estudo científico no futuro.
Sítio nº9 - Estação Lítica 3
Estação Lítica 3 - Localizada no início do costão
norte da prainha, no dique de diabásio que forma um
lajedo, acompanhando a descida do morro.
Trata-se de uma espetacular fábrica de utensílios
de pedra, que apesar da destruição ocorrida no
passado, ainda existem cerca de 51 amoladores
circulares de diferentes tamanhos e 36 amoladores
longitudinais.
Na parte inferior do dique, quase ao nível do mar, 4
amoladores circulares de tamanhos variados. No
degrau acima do anterior, no lado norte, 7
amoladores circulares e no lado sul, 4 amoladores
circulares.
Na parte média do dique, continuando de baixo
para cima, tem no lado sul em ordem ascendente, 7 e
2 amoladores circulares, e uma rocha rebentada e
isolada com 7 amoladores circulares. Um pouco
acima, no lado norte, tem em ordem ascendente, 2 e 4
amoladores longitudinais e no lado sul, 17
amoladores circulares com alguns quase apagados.
Na parte superior, a mais afastada do mar e a
primeira que se chega quando vindo pelo morro,
séries com 19 e 11 amoladores longitudinais e 2
amoladores circulares.
Sítio nº10 - Estação Lítica 4
Estação Lítica 4 - Situada 3 m ao sul, noutro dique
de diabásio que corre paralelo ao anterior, em cujo
afloramento bastante danificado, ainda existem 6
grandes amoladores circulares espalhados pela
superfície.
Chegando na areia da praia, vindo dos sítios
anteriores, tem uma rocha isolada de diabásio com 1
pequeno amolador circular. É possível a existência
de alguns amoladores enterrados na areia da praia.
Sítio nº11 - Estação Lítica 5
Estação Lítica 5 - Localizada à cerca de 100 m ao
sul da prainha, no início do costão, num dique de
diabásio que sai do mar. O sítio foi muito destruído
por caçadores de tesouros no passado e sobraram
apenas 3 amoladores circulares. Dois estão em
blocos isolados no norte e o outro no extremo sul do
dique. Entre os amoladores, tem uma espécie de
meia-bacia esculpida na rocha, bem polida, que talvez
tenha sido destruída a sua outra metade.
52
Pode ser que tenham mais amoladores nos blocos
de rocha que foram partidos e virados de sua posição
original quando da destruição ocorrida no local.
Continuando no costão, em direção a Ponta da Vigia,
existem mais dois locais com estações líticas.
Sítio nº14 - Sambaqui 7
Sambaqui da Ponta da Casqueira - Sambaqui
localizado em lugar previlegiado, na ponta do Morro
da Vigia, ao redor das rochas graníticas que afloram
no local. Grau de integridade estimado entre 25 e
75%, podendo ser feito um estudo científico no
futuro para determinar a datação exata do sítio.
Sítio nº15 - Estação Lítica 8
Estação Lítica do Costão do Casqueiro - Situada
100 m ao sul do sambaqui, em um grande
afloramento de diabásio, que forma um grande lajedo
com a superfície em vários níveis diferentes.
No passado o local sofreu com a destruição
ocasionada pelos caçadores de tesouros, que
rebentaram várias superfícies recobertas com
amoladores e mais recentemente, na década de 70,
pelos empregados da prefeitura.
Naquela época estavam construindo a praça do
centrinho de Garopaba e como precisavam de
pequenas pedras pretas para combinarem com as
pedras brancas e comporem a decoração do
calçamento, os trabalhadores foram direto no dique
de diabásio e arrebentaram com a maioria dos
amoladores. Mesmo assim, ainda restam cerca de 45
amoladores circulares e 6 amoladores longitudinais
espalhados em tres locais diferentes, no sítio que
outrora tinha a maior concentração de amoladores
rupestres do município.
O primeiro, na chegada do pesqueiro, vindo-se pelo
caminho do costão, é constituído por 9 pequenos
amoladores circulares. O segundo, à cerca de 4m do
anterior, perto da divisa sul do dique de diabásio
com o granito, é constituído por tres séries de
amoladores longitudinais, no total de 6, em péssimo
estado de conservação. O terceiro, à cerca de 15m do
anterior continuando no dique em direção ao mar. É
constituído por 36 grandes amoladores circulares, a
maioria em bom estado de conservação.
Sítio nº14 - Abrigo sob-rocha 4. Toca da Lontra.
É um pequeno abrigo sob-rocha, virado para o leste,
com gravuras rupestres que são iluminadas ao
nascer do sol nos solstícios de inverno e de verão. É
uma espécie de local sagrado onde eram realizadas
observações astronômicas, rituais religiosos e
mágicos pelos antigos mestres.
Sítio nº 15 - Arte rupestre I
Situado dentro da Toca das Lontras, é constituído
por 2 gravuras rupestres na forma de círculos
concêntricos e uma, com linhas onduladas, semi-
apagadas.
Sítio nº 16 - Estação lítica 9
Situada dentro da Toca da Lontra, é constituída por
um pequeno amolador circular.
Sítio nº17 - Arte rupestre II
Pesqueiro da Mariola, com 3 gravuras rupestres,
uma na forma de silhueta rosa, na parede rochosa, e
no chão, uma silhueta quadrangular negra e outra
silhueta circular negra.
53
Monumento Rupestre III
Pedra da Janela - Marco astronômico alinhado com o
nascer do sol no solstício de inverno.
Sítio nº18 - Sambaqui 8
Sambaqui do remanço do casqueiro - Pequeno
sambaqui situado no costão, à cerca de 100 m da
Pedra do Galeão. Grau de integridade estimado entre
50 e 75%.
Sítio da Pedra do Galeão - A Pedra do Galeão é
muito conhecida entre os pescadores de Garopaba
por diversos motivos, entre os quais destacamos a
parte de mitos e tabus. Nos contam do aparecimento
de assombraçòes, luzes que entram e saem do mar,
de um buraco no mar que não tem fundo, na
procissão dos mortos no dia dos finados que
desaparece no local etc. Até o nome do time oficial de
futebol da cidade tem o nome de Galeão, em
homenagem à pedra, o que bem demonstra o carinho
da população com o monumento rochoso. Somados a
tudo isso, tem o interessante aspecto geológico
formado pelo dique de diabásio que corta a ponta do
morro em duas partes, deixando uma profunda
rachadura. E nas paredes dessa rachadura estão os
17 painéis com arte rupestre, que conferem ao lugar
o status de sítio arqueológico, monumento tombado
por lei. Com o estado atual de abandono que está o
sítio, dentro de pouco tempo o vandalismo destruirá
o que ainda existe. Esse importante patrimônio
cultural tem que ser protegido urgentemente, trata-
se de uma valiosa relíquia pré-histórica com uma
grande capacidade de atração turística.
A valorização do local, com uma proteção adequada
e passarelas para o público observar as gravuras
rupestres, sem danificá-las, atrairá milhares de
pessoas como acontece, por exemplo, na Praia do
Santinho em Florianópolis e em vários outros países.
Sugerimos a criação de um futuro parque
municipal em toda a faixa de marinha, desde a ponta
da Vigia até a Pedra do Galeão, atitude que protegerá
os sítios arqueológicos e o meio ambiente
circundante, não permitindo por força da lei, o
loteamento do costão, e será sem dúvida, uma das
grandes atrações ecoturísticas do município.
Sítio nº19 - Arte Rupestre IV
Sítio da Pedra do Galeão - Situado nas paredes
verticais da rachadura, formada pelo dique de
diabásio que corta a ponta do morro. É constituído
por 17 gravuras. Quatro sinalações estão na parte
mais alta, ao norte, no lado que se chega e as outras
nas paredes do sul, espalhadas em alturas
diferentes. Estão em sua maioria muito apagadas e
são as que sobraram da destruição ocorrida com o
passar do tempo, tanto por ações vandálicas como
por causas naturais. O local apresenta-se geralmente
com uma forte maresia, o que contribui para o
desaparecimento das gravuras e torna muito
perigosa a descida na rachadura. Deve ser evitada a
descida na rachadura pelos turistas. O sítio precisa
primeiro ser preparado com passarelas e proteções
adequadas, com guias treinados, para depois receber
o público.
A arte rupestre é formada pelo conhecido estilo
geométrico com seus símbolos universais e foram
feitos pela técnica de picote e raspagem.
54
Com o conhecimento atual sobre os sítios de arte
rupestre, podemos afirmar sem dúvidas, que trata-se
de um local sagrado, com os símbolos de sua
religiosidade e de suas leis ancestrais.
Traduzindo melhor, local de devoção, de poder,
para onde os religiosos pré-históricos peregrinavam
em certas épocas do ano. Como se vê, não é por nada
que os pescadores antigos respeitavam e espalharam
mitos sobre a Pedra do Galeão.
Cerca de 100 m ao sul da Pedra do Galeão, num
costão de difícil acesso, está localizada o monumento
rupestre 3, a grande cabeça de pedra do ídolo ou
guardião, com 9 m de altura. No local tem o sítio de
arte rupestre V.
PESQUEIROS DO COSTÃO DA GAROPABA ATÉ A
PONTA DO CASQUEIRO
Existe a trilha natural do costão que sai do canto
da praia passando por todos os pesqueiros. Ver ítem
trilhas.
1 - pedra do baú
2 - pesqueiro do linguado
3 - pedra do siri
4 - pesqueiro do Candeia
5 - pesqueiro quase do meio
6 - ponta do cais
7 - ponta da ilhota
8 - prainha da preguiça
9 - laje do Quirino
10 - pesqueiro do cação
11 - pesqueiro do céu
12 - pedra do calão (na chegada da prainha, onde
estão os amoladores)
13 - pesqueiro do imbé
14 - pesqueiro do saltador
15 - pedra redonda
16 - laje do casqueiro
PESQUEIROS DA PONTA DO CASQUEIRO ATÉ A
PEDRA DO GALEÃO
Existe a trilha natural que leva a todos os
pesqueiros. Ver ítem trilhas.
17 - ilhota
18 - pesqueiro do buraco do Mané Ginuaro
(amoladores)
19 - pesqueiro do respingo (Toca da Lontra - arte
rupestre I)
20 - pesqueiro da pedra mulata (cachoeira)
21 - pesqueiro da ponta do Messias
22 - poço do camarão
23 - pesqueiro do Tembé
24 - pesqueiro do tanque (pedra parecida com cabeça
de viola)
25 - pesqueiro da Mariola (arte rupestre II)
26 - pedra do lagarto
27 - pesqueiro do córrego
28 - laje preta
29 - ilhota do hospital (piscinas naturais)
30 - laje da barata
31 - remanço do casqueiro (sambaqui)
32 - pesqueiro do lajeado
33 - pedra do galeão (arte rupestre IV)
34 - buraco do cavalo (cabeça do grande ídolo e arte
rupestre V)
35 - laje da prainha (Praia da Silveira)
55
TRILHAS
Trilha do costão - inicia no canto da praia de
Garopaba e continua pelo costão até a Pedra do
Galeão e Praia da Silveira. A trilha passa por um
costão muito bonito, com recantos e pesqueiros
maravilhosos, com cachoeiras e piscinas naturais,
lindas vistas panorâmicas e a mata nativa com sua
exuberante vegetação. A esse trajeto cheio de
atrativos, ainda vamos somar os sítios
arqueológicos, com 4 sambaquis, 7 estações líticas e
tres sítios de arte rupestre, sendo um com 17 painéis
diferentes.
Esse grande patrimônio ecológico e arqueológico
existente nesse costão precisa ser preservado para o
futuro e sugerimos que todo o costão seja tombado
como Patrimônio Municipal e seja criado o futuro
Parque Municipal da Pedra do Galeão.
Todo o costão está dentro da área de marinha e a
criação do futuro parque municipal irá garantir a
sua proteção a toda essa região, contra a terrível
especulação imobiliária que está descaracterizando
Garopaba, com o loteamento de seus morros e o corte
do que resta da Mata Atlântida. Garopaba com os
seus morros pelados e cheios de casas ficará estéril,
sem atrativos para o ecoturismo e se transformará
em apenas mais uma grande cidade com praias
poluídas e vazias durante a maior parte do ano.
Caminho do Rei - Na Praia de Garopaba, o
caminho que vem vindo desde a Gambôa, segue pela
rua que vai para a Vigia até a parte mais alta, antes
da prainha, e sobe pelo lombo do morro,
atravessando a fazenda de Quirino Lopes até a parte
mais alta na divisa com outra propriedade.
Nesse local tem uma das mais lindas vistas
panorâmicas do município. Dentro da outra
propriedade, a velha trilha, uma antiga picada aberta
na mata, transforma-se numa rua aberta por
máquinas, com 5m de largura e continua subindo o
morro por cerca de 1 km. Já descendo o morro em
direção à Praia da Silveira, a rua segue por dentro da
mata e acompanha uma antiga e extensa cerca de
pedra. Passa na encruzilhada com a rua que leva ao
canto da praia e continua pelo lombo do morro em
direção ao Morro do Pinquirito, passando na parte
mais alta a estrada da Praia da Silveira. Essas ruas
abertas dentro da última reserva de mata atlântica
do Morro da Garopaba, o que é a nosso ver um crime,
foi feita com a intenção de lotearem toda a área
superior do morro e a encosta que leva aos
pesqueiros e o canto da praia. Vamos rezar para que
isso não aconteça.
Trilha para a Silveira - Atualmente, a trilha
começa ao lado da grutinha. Acompanha o Caminho
do Rei até a parte mais alta, na divisa das
propriedades e continua descendo por mais uns 1500
m até a encruzilhada. Aí dobra à esquerda, descendo
pelo lombo do morro até a Praia da Silveira. No final
da descida tem trilhas que descem para os
pesqueiros do costão, inclusive para a Pedra do
Galeão.
Além das belíssimas vistas panorâmicas, passa-se
por perto de uma reserva virgem de mata atlântida
que enfeita a trilha na encosta do morro.
56
PRAIA DA SILVEIRA
Nos contaram os mais antigos, que seus pais
aprenderam desde pequenos, que quando abriram o
caminho para a Silveira, mataram 2 tigres, um preto
e um rajado. Contamos esses fatos para regredirmos
no tempo e sentirmos a pujança da Mata Atlântida de
outrora, e nos conscientizarmos da importância de
preservar o que resta desse meio ambiente original.
O homem moderno além de ter quase acabado com
a mata, faz reflorestamentos com pinus, uma árvore
importada, estéril, que não fornece nenhum alimento
para os nossos pássaros, estraga o solo e cobre-o
com uma palha que não deixa nada crescer. As praias
da Barra, do Ouvidor e Vermelha, são as que estão
sofrendo mais com essa intromissão, que espanta os
pássaros e os animais e transforma nossas praias
em praias californianas ou australianas.
Na região da Praia da Silveira entre o mar e os
morros, entre as casas de veranistas, tanto no canto
norte como no canto sul, existem belas lagoas de
águas tranquilas e cheias de aves, verdadeiros
santuários que precisam ser conservados.
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Sítio nº20 - Sambaqui 9
Sambaqui do areial - Situado no canto norte da
praia, no areial que sobe o morro, no lado esquerdo
do início da trilha para Garopaba. Na realidade
trata-se de um cemitério e aldeia pré-histórica,
enterrados na terra do morro e não nos casqueiros,
como nos sambaquis. Seu material lítico observado
no local, machados, pequenos cones e um zoomorfo,
em nada diferem dos encontrados nos sambaquis da
região. Grau de integridade estimado entre 25 e 75%
e área do sítio entre 800 e 1.300 m².
Esse importante sítio arqueológico, diferente dos
outros, está situado dentro das terras da Família
Sefton, bem no lugar por onde passam
continuadamente as pessoas a cavalo e o gado da
fazenda, já a bastante tempo, destruindo o local e
deixando os vestígios à mostra. Não acreditamos que
nunca ninguém tenham visto a imensa quantidade de
material lítico que está no chão, à vista de todo
mundo. Mesmo que essa imposibilidade exista, o
local agora é do conhecimento de todos e
automaticamente um bem cultural tombado pelo
Patrimônio Público.
Deve ser providenciada a sua proteção, impedindo
a continuação de sua permanente destruição.
Contatamos o IPHAN, que imediatamente mandou
um arqueólogo para registrar o sítio e tomar as
medidas necessárias para a sua proteção.
É mais um sítio arqueológico para enriquecer o
patrimônio municipal e mais um produto cultural
para o ecoturismo. É um museu pré-histórico ao ar
livre e precisa ser valorizado como tal.
Sítio nº21 - Estação Lítica 10
Estação Lítica do canto norte - Situada cerca de
100m do fim da praia, nas pedras miúdas do início do
costão. O sítio foi muito depredado, restando apenas
3 amoladores circulares em rochas isoladas de
diabásio.
Foi feito um grande esforço para apagar qualquer
vestígio da presença do sítio arqueológico. Ou tinha
alguma coisa importante que despertou a cobiça dos
caçadores de tesouros ou foi simplesmente para
apagarem a incômoda presença dos sítios quanto ao
aspecto imobiliário.
57
Figuras 86, 87, 88 e 89 - A Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, com
seus belos arranjos florais e a sua bica d'água, que desde os primeiros
tempos da Vila da Garopaba atende as promessas de seus devotos e
lhes sacia a sede.
58
Figuras 90 e 91 - Prainha da Preguiça e pesqueiros do costão, locais com água transparente para
o mergulho autônomo.
59
Figura 92 - Canto sul da Praia de Garopaba, visto da trilha do Morro da Vigia.
60
Casqueiro
Pedra
Redonda
Saltador
Prainha
Pedra do Calão
Poço do Camarão
Toca da Lontra
Pesqueiro do Buraco
Primeira parte da trilha que leva à Praia da Silveira, extensão 850 m.
61
Figura 93 - A lindíssima Prainha da Vigia e seus sítios arqueológicos, uma relíquia que precisa
ser protegida e valorizada como tal. A criação de um parque ou praça municipal, irá administrar
tais problemas.
62
Figuras 94, 95 e 96 - Estação lítica 3. Parte superior do sítio, com
os amoladores longitudinais que o compõem e detalhes de suas
canaletas.
63
Figuras 97, 98 e 99 - Estação lítica 3. Parte média do sítio, com os
belíssimos amoladores circunformes e detalhes de um conjunto
simétrico com possível simbolismo.
64
Figuras 100, 101 e 102 - Estação lítica 3. Parte média do sítio e o lindo conjunto simétrico, aqui
vistos de ângulos diferentes.
65
Figuras 103, 104 e 105 - Estação lítica 3. Parte inferior
do sítio e seus blocos com lindos conjuntos de amoladores
circunformes.
66
Figura 106 - Estação lítica 4. Sítio com poucos
amoladores circunformes, parte deles enterrada na areia
da praia.
Figura 107 - Estação lítica 5. Amolador em forma de
meia bacia, também usado para lavar ou escorrer ou secar
algum produto.
Figura 108 - Estação lítica 5. Amolador circular num
bloco isolado de diabásio.
Figura 109 - Estação lítica 5. Resquícios de dois
amoladores circunformes.
67
Figura 110 - Espetacular vista panorâmica com a Praia da Garopaba, Praia do Siriú e Ponta da
Gamboa, aqui vistas da trilha que vai pelo morro para a Praia da Silveira.
68
Figura 111 - Parcel da Ponta da Vigia, santuário de vida marinham para estudiosos e aficcionados
de mergulho sumarino.
69
Figuras 112, 113 e 114 - Na Ponta do Casqueiro, o
pesqueiro da ilhota; o início do Costão da Casqueira e da
trilha que leva aos demais pesqueiros, Pedra do Galeão e
Praia da Silveira.
70
Figuras 115 e 116 - Observatório astronômico pré-
histórico, com as marcações de soltícios, equinócios e o
meio do céu (zênite). Montado pelo arqueoastrônomo
Germano Afonso conforme era usado pelos antigos
habitantes. Com ele, marcavam as estações, os pontos
cardeais e mapeavam as estrelas e constelações. Ao lado,
o desenho com os nomes das direções em tupi-quarani.
71
Figura 117 - Estação lítica 6. Dique de diabásio com o sítio de amoladores parcialmente
destruído.
72
Figuras 118 e 119 - Estação lítica 6. Detalhes dos
pequenos amoladores circunformes na entrada do sítio.
73
Figuras 120, 121, 122 e 123 - Estação lítica 6. Detalhes dos
grandes amoladores circunformes que escaparam
milagrosamente do vandalismo na época da construção da
praça do centrinho.
74
Figuras 124 e 125 - Abrigo sob-rocha 4
Toca da Lontra - Dois visuais da entrada norte do abrigo
com arte rupestre e amolador. Essa entrada fica de frente
para o solstício de inverno e a entrada sul, para o
solstício de verão. Fica claro que o local era usado com
finalidades científica e cerimonial.
75
Figuras 126 e 127 - Prováveis rostos ocultos são vistos em rochas nas proximidades da Toca da
Lontra.
76
Figura 128 - Toca da Lontra com sua parte interna direcionada para o sul.
77
Figuras 129, 130 e 131 - Uma série de linhas onduladas e dois círculos concêntricos, ainda são
vistos no abrigo.
78
Figuras 132 e 133 - Visuais da parte interna,
aparecendo um círculo e o pequeno amolador
circular.
79
Figura 134 - Nascer do sol no solstício de inverno em frente a entrada norte da Toca da Lontra.
80
Figuras 135 e 136 - Caminho do Rei. A antiga trilha para a Praia da Silveira e para o Capão e a
Ferrugem foi transformada em ruas, abertas no meio da última reserva de mata atlântica da região
circunvizinha à cidade de Garopaba.
81
Figura 137 - Caminho do Rei. Parte de antigas cercas
de pedra, feitas pelos escravos, que ornamentam e
acompanham o caminho.
Figuras 138 e 139 - Vista panorâmica do costão da
Casqueira, vendo-se parte dos pesqueiros até a Ponta do
Galeão, os campos e a reserva de mata atlântica, em que
foram abertas as ruas com fins imobiliários.
82
Figura 140 - Vista panorâmica da Praia da Silveira, observada do antigo Caminho do Rei.
83
Prainha
Vigia
Buraco
Toca da Lontra
Poço do Camarâo
Tanque
Mariola
Laje Preta
Piscinas
Casqueiro
Pedra do Galeão
Laje Preta
Laje da Prainha
Praia da Silveira
Córrego
84
Figura 141 - Pesqueiro da Mariola. No local, uma escada
facilitará a passagem da trilha.
Figura 142 - Arte rupestre constituída por uma silhueta
circular rosa.
Figura 143 - Arte rupestre constituída por uma silhueta
retangular negra.
Figura 144 - Arte rupestre constituída por uma silhueta
circular negra.
85
Figura 145 - Monumento rupestre. Pedra da Janela, marco astronômico que sinaliza o solstício de
inverno, com o sol nascendo pelo meio da abertura entre as rochas.
86
Figura 146 - O sol nascendo no solstício de inverno na Pedra da Janela. Foto de Lúcio Silva.
87
Figuras 147, 148 e 149 - Costão do Casqueiro. Belíssima cachoeira,
localizada no pesqueiro da Pedra Mulata, que desce o morro e forma uma
refrescante piscina natural, e depois cai no mar por uma rachadura do
costão.
88
Figura 150 - Costão do Casqueiro. Vista panorâmica do
costão e seus pesqueiros.
Figura 151 - Vista panorâmica para o sul até a
Pedra do Galeão.
Figura 152 - Pequena cachoeira que abre caminho em
direção ao mar saltando por entre a rocha.
89
Figuras 153 e 154 - Costão do Casqueiro. Sambaqui 8. Sítio situado no pesqueiro remanso do
casqueiro, assim chamado devido à grande quantidade de cacos de conchas que dão nome ao local.
90
Figura 155 - Pedra do Galeão. Grande rocha na chegada do sítio, com restos de sinalações
rupestres que foram destruídas no passado.
91
Figuras 156 e 157 - A grande rachadura da ponta do morro, em cujas
paredes laterais estão os painéis com arte rupestre, aqui vista do sul.
92
Figura 158 - Arte Rupestre III. Painel com arte rupestre
bastante destruído na chegada do sítio.
Figura 159 - Arte Rupestre III. Série de triângulos com
o vértice para baixo, localizado perto do anterior, no
primeiro lance da descida, ainda no lado esquerdo da
rachadura.
93
Figuras 160 e 161 - Arte Rupestre III. Painel com antropomorfos na parte superior da rachadura.
94
Figuras 162 e 163 - Arte Rupestre III. Vestígios de
sinalações em painel situado na descida oficial do pesqueiro,
ainda no lado esquerdo da rachadura.
95
Figuras 164 e 165 - Arte Rupestre III. Lado esquerdo do
mesmo painel, com duas linhas onduladas paralelas
horizontais, série com quatro triângulos e prováveis
antropomorfos.
96
Figura 166 - Arte Rupestre III. Na parede direita da rachadura, painel bastante danificado por
vândalos.
97
Figura 167 - Arte Rupestre III. No detalhe, sinalação abaixo
do painel anterior.
Figura 168 - Arte Rupestre III. Série de triângulos com
o vértice para baixo.
98
Figura 169 - Arte Rupestre III. Sinalação constituída por linhas em ziguezague dentro de um
retângulo.
99
Figuras 170 e 171 - Arte Rupestre III. Painel bastante
danificado, em que ainda são identificados uma série de
triângulos, um antropomorfo, círculos concêntricos e
linhas em ziguezague.
Figura 172 - Arte Rupestre III. Sinalação que parace
um objeto voador não identificado.
100
Figuras 173 - Arte Rupestre III. Painel com três
antropomorfos e figura rediforme bastante apagada.
Figura 174 - Arte Rupestre III.
Sinalação com dois
antropomorfos superpostos.
101
Figuras 175, 176, 177 e 178 - Arte Rupestre III. Quatro
painéis distintos com círculos concêntricos.
102
Figura 179 - Arte rupestre III.
Painel com várias figuras semi-
apagadas.
Figura 180 - Arte rupestre III.
No destaque, um antropomorfo.
Figura 181 - Arte rupestre III.
Círculo concêntrico e um
antropomorfo.
103
Figura 182 -
Monumento rupestre.
A esfinge, a cabeça do
grande ídolo com 9 m
de altura.
104
105
Figuras 184 e 185 - Arte rupestre IV. Figura em forma
de "X" e também uma cúpula no mesmo sítio da grande
cabeça.
Figura 183 - A obra de arte milenar vista de
outro ângulo.
Figura 186 - A
continuação da
rachadura para o sul
e o inacessível costão
que leva à Praia da
Silveira.
106
Figuras 187 e 188 - Vistas panorâmicas da trilha que leva para a praia por cima do morro.
107
Figuras 189, 190 e 191 - Sambaqui 9. Sítio arqueológico com grande
quantidade de material lítico esparramado na superfície. O local, que é
um museu ao ar livre, fica no caminho do gado, precisando de urgente
proteção.
108
Figuras 192, 193 e 194 - Estação lítica 7. Os poucos
amoladores circulares em rochas isoladas de diabásio que
restaram da grande destruição ocorrida no local.
109
Figuras 195 e 196 - Vistas panorâmicas do canto norte e da ponta sul da Praia da Silveira.
110
Figuras 197 - Linda lagoa perto do canto norte da praia.
111
P01
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P43
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P47
P48
P49
P50
P51
P52
P53
P54
P55
P56
P57
P58
P59
P60
P61
P62
P63
Legenda
Trilha
Caminho do Rei
Estrada
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14 Gruta Santa
Monumento Rochoso
Abrigo Sob Rocha
Sambaqui
Arte Rupestre
Cachoeira
Vista Panorâmica
Piscina Natural
Pesqueiro
P01
Dunas
Estação Lítica
REGIÃO 3
112
REGIÃO 3
Canto sul da Praia da Silveira, Saco da Cobra e Praia
da Ferrugem
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Praia da Silveira
Sítio nº22 - Sambaqui 10
Sambaqui da ponta sul - Situado no canto sul da
praia e ao lado do riacho, o casqueiro do sambaqui
está coberto pela grama. Grau de integridade
estimado entre 50 e 75%, possibilitando um estudo
científico no futuro. O local é de uma grande beleza,
numa posição estratégica, tendo por perto o costão,
água doce, riacho, lagoa, dunas e uma deslumbrante
vista panorâmica.
Sítio nº23 - Estação Lítica 11
Estação Lítica do canto sul - Situada na margem
direita do riacho, ao lado do sambaqui. É constituída
por apenas 2 amoladores circulares em pequenas
rochas isoladas de diabásio, que estão atualmente
semi-enterradas na areia. É possível a existência de
mais amoladores enterrados na areia.
Saco da Cobra
Impressionante enseada, ladeada por rochas,
encravada entre os morros do Avô e do Capão. O Saco
da Cobra é visto somente de cima dos morros, não
sendo avistado das praias, pois fica situado no
costão com a maior extensão de todo o município.
Seus pesqueiros são muito apreciados pelos
pescadores. Chega-se somente por 3 trilhas: uma
vinda do norte, da Praia da Silveira; outra do Capão,
que é a mais próxima da estrada, e a outra que vem
do sul, da Praia da Ferrugem.
No canto esquerdo do Saco da Cobra, tem uma
lindíssima cachoeira, que passa por cima do lajedo
do costão e cai no mar, em pequenas cascatas, que
com o conjunto, forma um dos mais impressionantes
locais do litoral, tanto por sua beleza como por seu
meio ambiente selvagem e intocado.
Estão construindo muitas casas em cima do Morro
do Capão. É preciso fazer uma lei que proíba a
construçào de casas na parte superior da encosta dos
morros, pois estão rapando a mata nativa,
transformando e degradando o meio ambiente e
enfeiando a nossa querida Garopaba.
Sítio nº24 - Estação lítica 12
Estação Lítica do Saco da Cobra - Situada na
ponta norte do Saco da Cobra, na ponta de fora da
laje negra, na superfície do grande lajedo de diabásio
alí existente. Constituída atualmente por 1 pequeno
e profundo amolador circular. No local tem um
abrigo sob-rocha.
Sítio nº25 - Sambaqui 11
Sambaqui do Capão - Situado no Capão, perto da
estrada que leva para a Ferrugem, na rua do posto
telefônico, está coberto em parte pelas casas de
veranistas e parte em terreno baldio. Foram
retirados no passado do local algumas igaçabas ou
grandes potes de cerâmica com sepultamentos. Nos
contaram os moradores que numerosas peças líticas
e de cerâmica que foram coletadas desse sambaqui e
e de outros da região, fazem parte atualmente da
coleção do Sr. Rau, um suiço que morou muitos anos
no Capão e fez diversas escavações nos sambaquis. E
que uma grande igaçaba ou pote de cerâmica, todo
pintado e com um esqueleto fletido dentro, foi levado
por um médico da cidade de São Miguel do Oeste, que
é aparentado por parte da esposa com pessoas do
Capão. 113
Todo esse material roubado e retirado ilegalmente,
deve ser recolhido e trazido para fazer parte da
futura casa de cultura, que abrigará o patrimônio
arqueológico retirado no passado dos sambaquis.
Praia da Ferrugem
Sítio nº26 - Arte Rupestre VI
Sítio da Ferrugem - Localizado no costão, logo
passando a ponta do morro no sentido norte. Está na
parede vertical do dique de diabásio à cerca de 10 m
de altura do nível do mar. Está direcionado entre o
nordeste e o norte, e é constituído por 2 pequenos
painéis.
O primeiro da esquerda é constituído por 3 círculos
alinhados verticalmente e 2 traços retos verticais
paralelos, em estado de conservação ruim.
O segundo painel, no lado esquerdo do observador,
é constituído por 2 sinalações que lembram cruzes,
mas que são símbolos religiosos comuns a essa
cultura pré-histórica.
Esse pequeno painel está quase apagado, se
tornando vestígio.
Os dois painéis consistem de símbolos geométricos
conhecidos e foram feitos com a técnica de picote e
raspagem. É mais um patrimônio que enriquece o
potencial ecoturístico e precisa ser protegido e
valorizado.
Sítio nº27 - Sambaqui 12
Sambaqui do canto da praia - Localizado no início
do costào, tem cerca de 100m de extensão ao longo
do mar. Acha-se atualmente encoberto por pitas e
árvores, em terras do Sr. Frederico e tem grau de
integridade estimado entre 25 e 75%.
Sítio nº28 - Estação Lítica 13
Estação Lítica do canto da praia - Localizada no
canto da praia, logo no início do costão. O sítio foi
muito depredado no passado, restando apenas um
amolador circular em pedra enterrada na areia e dois
amoladores longiitudinais, na superfície de uma
rocha de diabásio, muito degradados e semi-
apagados. É possível a existência de mais
amoladores enterrados na areia.
Sítio nº29 - Aldeia ou cemitério pré-histórico
(sambaqui 13)
Aldeia das dunas - Localizado nas areias das
dunas, na encruzilhada do caminho que vem da
primeira rua para a praia, perto do novo bar que
estão construindo. Grau de integridade estimado
entre 25 e 75%.
PESQUEIROS DOS COSTÕES: SILVEIRA, SACO DA
COBRA E FERRUGEM
Esse é o maior costão do município, tanto em
extensão como em altura, sendo impossível
atravessá-lo diretamente pela trilha do costão. Tem
que se pegar a trilha que vai para o Costão da Cobra
e descer para os pesqueiros. As vistas panorâmicas
do alto do morro de toda a região circunvizinha, com
o mar e os penhascos, valem o esforço da caminhada.
Hoje em dia existem ruas que sobem os morros à
partir do Capão, o que facilita a visitação dos
pesqueiros.
No Pesqueiro do Isaías existem duas furnas e no
Pesqueiro da Pedra Negra, uma grande furna, e nos
rêgos, assim conhecidos os lugares em que o mar
avança para dentro do costão, também existem
furnas. Essas furnas precisam ser exploradas, pois
pode acontecer de alguma delas ser um santuário
pré-histórico.
114
Para chegar nas furnas é necessário ir de barco,
parar nas proximidades, e ir nadando com
equipamento de mergulho. É trabalho muito perigoso
por causa das correntes e marés, tendo que ser feito
por profissionais.
Costão da Silveira (sul) - trilha do costão vai até o
pesqueiro nº3. A antiga trilha que beirava o morro e
acessava aos demais pesqueiros foi abandonada e
tomada pelo mato. Atualmente, para se ir aos demais
pesqueiros, tem-se que ir ao Saco da Cobra e voltar,
costeando o Morro da Avô.
1 - pedra miúda
2 - ilhote da Silveira
3 - pesqueiro alto (limite do Costão da Silveira)
Costão do Sul
4 - Antonio Maria
5 - pesqueiro do Isaías (duas furnas)
6 - ponta funda
7 - buraco novo
8 - pesqueiro da saída
9 - pesqueiro do lombo
10 - lajinha do lombo
11 - pesqueiro do forninho
12 - furna ou rêgo da laje grande
13 - laje grande
14 - ponta da laje grande
15 - furna
Costão da furna de dentro
16 - alagador
17 - pedra da escada
18 - pesqueiro fundo
19 - ponta funda
20 - rêgo do Zé Arbano
21 - Zé Arbano
22 - formigueiro
23 - ponta do formigueiro
24 - laje baixa
25 - rêgo
26 - furna de dentro
Costão da pedra negra
27 - Manoel Loriano
28 - pedra vermelha
29 - pedra negra (furna grande)
30 - de baixo da escada
31 - laje do marisco
32 - buraco do sargo
Costão do Saco da Cobra
33 - saltador
34 - laje negra
35 - as tres irmãs
36 - boca da cachoeira
37 - Manuel Antonio
38 - ponta do costão do sul
39 - ponta do capão
40 - saco da cobra
41 - pedra do avô
42 - as curvinas
43 - ponta de fora
Costão do Capão
44 - imbé
45 - rêgo da mesa
46 - pedra baixa
47 - laje verde
48 - pedra alta
49 - inferninho baixo
50 - inferninho alto
115
Costão da Ferrugem
51 - rêgo
52 - pesqueiro fundo
53 - laje amarela
54 - molhabunda
55 - refugo
56 - laje do velho
57 - lajeado dos pampos
58 - os pampos
59 - rêgo da laje amarela
60 - alto da baleia
61 - baleia
62 - ponta do Girimano
63 - ponta do Teixeira
64 - poça da garopeta
65 - tarrafada da lontra
66 - pedra bicuda
67 - pedra rachada
68 - pedra da marca
69 - pedra miúda
TRILHAS
Trilha do costão da Silveira para o sul - essa trilha
vai somente até o pesqueiro 3. Para acessar os
demais pesqueiros, deve-se tomar ao caminho que vai
para o Saco da Cobra, passando pelo Morro do Avô e
próximo ao Saco da Cobra, contornar o morro e
voltar pelo caminho que leva ao costões do
formigueiro e da laje grande.
Trilha do Saco da Cobra para o norte - pelo costão
vai somente até o pesqueiro do saltador. Para os
demais pesqueiros, tem-se que subir a encosta sul do
Morro do Avô, e pegar a trilha que leva aos demais
pesqueiros.
Trilha do Saco da Cobra para o sul - pelo costão
chega-se somente até o pesqueiro da ponta de fora.
Para se ir aos demais pesqueiros e a Praia da
Ferrugem, pega-se a trilha pela encosta oriental do
Morro do Capão.
Aos pesqueiros 41 até 47, chega-se por trilhas que
passam pelo alto do morro. Do pesqueiro fundo para
o sul, pode-se ir pelo costão até a Praia da Ferrugem
ou vir pela trilha do morro.
Trilha da Ferrugem para o Saco da Cobra - vai o
caminho pelo costão até o rêgo do pesqueiro fundo e
depois sobe o morro e continua para o Capão e Saco
da Cobra.
Caminho do Rei - Nessa região, o caminho desvia
da Praia da Silveira, continuando por cima dos
morros e suas encostas orientais, no Morro do
Pinquirito, no Morro da Cobra até chegar ao Capão e
Ferrugem.
A paisagem que se contempla agora é a grande
planície interna, com suas lagoas, campos e dunas.
Infelizmente o caminho está interrompido em vários
trechos por cercas e mata. Restabelecer essa trilha
tem que ser prioridade nos projetos de
desenvolvimento turístico do município.
Figuras 198 e 199 - Nas trilhas podemos observar
uma diversidade de pássaros, aves e lindas flores.
116
Figura 200 - Belíssima paisagem com o rio, a vegetação e a praia ao fundo.
117
Figuras 201 - Sambaqui 10, no canto sul da praia.
Figuras 202 e 203 - Estação lítica 8, na foz do riacho,
no canto sul da praia, estando os poucos amoladores que
restaram da destruição submersos e enterrados na areia.
118
Figuras 204 e 205 - Costão da Pedra Negra. Vistas
panorâmicas do costão e seus pesqueiros, vendo-se em
primeiro plano o pesqueiro do rego e ao fundo o Saco da
Cobra.
Figura 206 - No penhasco ao lado do Pesqueiro do Rego, aparece um rosto oculto em sua parte
central. Esta obra de arte sinaliza um local muito especial para os pré-históricos habitantes da
região.
120
Figuras 207 e 208 - Monumento rupestre. O espetacular
rosto oculto, uma esfígie olhando para o mar. E para
confirmar sua autenticidade, fizeram um triângulo obtuso
com o vértice para baixo, sinalizando a máscara.
121
Figura 209 - No Morro do Avô, na trilha que desce para
os pesqueiros, vista panorâmica com a parte sul do Saco
da Cobra ao fundo.
Figura 210 - Saco da Cobra visto do pesqueiro da laje
negra.
122
Figuras 211 e 212 - Abrigo sob-rocha 5. Na Lage Negra, o
abrigo protege do sol e oferece um aprasível local para
descanso, como fazem os colegas Fernando Bitencour e
Lúcio Silva.
Figura 213 - Estação lítica 9. Situada na ponta de fora
da Laje Negra, é constituída por um pequeno e profundo
amolador circular.
123
Figuras 214, 215 e 216 - Lindíssima cachoeira no canto
nordeste do Saco da Cobra, que forma diversos chuveiros
naturais ao cair no mar.
124
Figura 217 - Belíssima vista panorâmica mostrando todo o Saco da Cobra, em fotografia tirada
do pesqueiro da ponta de fora.
125
Figuras 218 e 219 - Costão ao norte do Saco da Cobra e detalhes das furnas na ponta do morro.
126
Figuras 220 e 221 - Costão ao sul do Saco da Cobra e
detalhes de seus belos pesqueiros.
127
Figuras 222 - Morro do Avô. Lindíssima vista panorâmica com o Saco da Cobra à esquerda, o
Morro do Capão no meio, e à direita a Lagoa da Garopaba.
128
Figura 223 - Morro do Capão. Pôr-do-sol na Lagoa da Garopaba e o belíssimo visuai, aqui visto
do caminho que leva à Ferrugem pelo morro.
129
Figuras 224, 225 e 226 - Costão da Ferrugem. Trilha
que leva aos pesqueiros do costão e a vista panorâmica
com o Ilhote e o costão da Barra ao fundo.
130
Figuras 227 - Arte Rupestre 2. Costão da Ferrugem. Painel com duas sinalações muito apagadas,
virando vestígios.
131
Figura 228 - Arte
Rupestre 2. Costão da
Ferrugem. Painel com três
círculos e duas linhas
verticais.
132
Figuras 229 e 230 - Sambaqui 12. Praia da Ferrugem.
Com o casqueiro aflorando jundo às pedras e tendo a sua
maior parte encoberta pela vegetação, dentro de uma
propriedade particular.
133
Figuras 231 e 232 - O mesmo
sambaqui visto do costão para a
praia.
Figura 233 - Estação lítica 10. Os dois últimos
amoladores longitudinais do sítio.
Figuras 234 e 235 - Estação lítica 10. Detalhes de um
amolador circular parcialmente enterrado na areia.
135
Figuras 236, 237 e 238 - Sambaqui 13. Sítio
arqueológico com material lítico aflorando no meio das
dunas, situado no caminho que leva à praia.
136
Legenda
Trilha
Caminho do Rei
Estrada
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14 Gruta Santa
Monumento Rochoso
Abrigo Sob Rocha
Sambaqui
Arte Rupestre
Cachoeira
Vista Panorâmica
Piscina Natural
Pesqueiro
P01
Dunas
Estação Lítica
P01
P02
P03
P04
P05
P06
P07
P08
P09
P10
Barra da Lagoa
Ilhote da Barra
Praia da Barra
Ponta do Areial
Ponta da Caranha
Morro da Caranha
REGIÃO 4
137
REGIÃO 4
Ilhote da Barra, praia e costão da Barra, Praia do
Ouvidor e Praia Vermelha
Ilhote da Barra ou Morro do Índio Carijó
Espetacular museu arqueológico ao ar livre, com
um enorme sambaqui e 6 estações líticas com
centenas de amoladores espalhadas em volta da ilha,
que bem atestam a importância do local na pré-
história. Também possui arte rupestre, grandes
rochas com rostos ocultos, uma poltrona de pedra e
alinhamentos astronômicos.
O ilhote todo precisa ser protegido urgentemente,
pois é impressionante a quantidade de amoladores
que foram destruídos e levados recentemente,
acusando talvez um comércio ilegal. É um crime
inafiançável contra o patrimônio da humanidade.
Outro problema são os caminhos que levam aos
pesqueiros. Alguns desses caminhos passam por
cima do sambaqui, esburacando e deixando à mostra
ossamentas humanas e muito material lítico. E
outros, passam por cima dos diques de diabásio com
as concentrações de amoladores, erodindo-os aos
poucos.
Como já é um lugar tombado, um patrimônio
público, sugerimos a criação pelo município, de um
futuro parque e museu ao ar livre, medida esta que
irá proteger e valorizar toda a área arqueológica e
será mais um grande atrativo, um produto cultural
de alto nível, que irá valorizar ainda mais o
patrimônio ecoturístico municipal.
Imaginem o futuro Parque e Museu ao ar livre
Morro do Índio Carijó, todo organizado, limpo,
sinalizado etc. Será um orgulho para os pescadores e
moradores da região.
Atualmente quem procura cuidar um pouco do
Ilhote é a Associação dos Pescadores da Ferrugem,
que sem meios não pode fazer muita coisa. A criação
do parque e museu ao ar livre, permitirá à associação
ter um rendimento, através da venda de entradas,
artesanato, camisetas etc., que ajudará aos
associados e dará condições do parque se auto
manter.
Geologicamente o ilhote também é interessante,
com suas rochas de gnaiss e granito, que são
atravessadas em diversas partes por diques de
diabásio.
Existem dois pequenos abrigos sob-rocha e duas
fontes com água potável.
Perto da praia, no lado norte, tem duas grandes
rochas com curiosos apelidos, pela sua formação
natural. São a Pedra do Porco e a Pedra da Pomba.
E de cima de seu ponto mais alto, na vigia, onde
provavelmente existia um grande monumento
rochoso, tem uma vista panorâmica deslumbrante
para as praias do sul e norte, canal da barra e Lagoa
da Garopaba.
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Sítio nº30 - Sambaqui 14
Sambaqui do Ilhote da Barra - Ocupando uma
grande área do ilhote, abrange toda a terra e areia
da parte de frente para a praia, estando inclusive o
barraco dos pescadores em cima de parte do
sambaqui. Mesmo com toda a destruição ocorrida no
passado, escavações clandestinas, construções etc.,
ainda resta uma área arqueológica muito grande,
com grau de integridade estimado entre 50 e 75%.
Tem que serem desviados ou impedidos os
caminhos que atravessam o sambaqui e as estações
líticas.
138
Acreditam os pescadores, que embaixo de cada
urumbeva (cactos grandes), numerosas no ilhote,
existe um sepultamento e contam que muito material
arqueológico foi retirado ilegalmente e que um suiço
que morou no Capão, tem uma enorme coleção de
peças.
Sítio nº31 - Estação Lítica 11
Estação Lítica 8 - Localizado na areia da praia, no
lado oeste do ilhote. É constituído por diversos
blocos isolados de diabásio com amoladores,
espalhados por cerca de 50m. Alguns desses blocos
ficam em baixo dágua quando sobe a maré ou quando
o canal da Barra rompe nas cercanias, e outros ficam
soterrados com a areia das dunas.
Indo no sentido horário, do sul para o norte, temos:
1 amolador circular em rocha isolada
1 amolador circular em rocha isloada
2 amoladores circulares em rocha isolada
7 grandes amoladores circulares decoram um
espetacular bloco com 2m de comprimento por 1m de
largura
1 amolador circular em rocha partida
2 amoladores circulares em rocha partida
11 pequenos amoladores circulares em um bloco
5 amoladores longitudinais
Sítio nº32 - Estação Lítica 12
Estação Lítica 9 - Situada cerca de 60m ao norte
da anterior, é constituído somente por 4 blocos com
amoladores que escaparam da destruição.
9 amoladores longitudinais e 2 circulares em um
bloco acima do barranco
6 amoladores circulares em um bloco na areia
2 amoladores circulares em bloco isolado
10 amoladores circulares em bloco isolado na areia
Sítio nº33 - Estação Lítica 13
Estação Lítica 10 - Localizada no dique de diabásio
que passa no meio do ilhote, no lado norte, começa
perto do mar e o lajedo acompanha a subida do
terreno. É constituído por duas partes:
A primeira, situada mais perto d'água, é
constituída por 31 amoladores circulares
distribuídos por cerca de 20 m de extensão. Nesse
ponto o dique é interrompido por uma faixa de areia
e grama por 10 m, e continua na parte superior. Por
baixo da areia e da grama existem mais amoladores,
que no futuro, limpos do entulho, poderão ser vistos.
A segunda parte, a superior, o sítio é constituído
por uma das mais lindas concentrações dessas
fábricas de material lítico, com dezenas de
amoladores circulares e várias séries de amoladores
longitudinais, distribuídos por uma área de 12 por
15 m.
Sítio nº34 - Estação Lítica 14
Estação Lítica 11 - Continuando no sentido
horário, já virado para o lado SE do ilhote. Situado
num estreito dique de diabásio, tem na parte
superior do declive, 4 pequenos amoladores
circulares que escaparam da destruição ocorrida no
local. Na parte inferior do lajedo, junto ao mar, ainda
são vistos 7 grandes amoladores circulares.
Sítio nº35 - Estação Lítica 15
Estação Lítica 12 - Continuando no sentido
horário, logo passando a grande rocha de granito que
forma um abrigo. Localizado num estreito dique de
diabásio, na parte superior do lajedo, é constituído
por apenas 5 pequenos amoladores que escaparam
da destruição, pois existiam mais. Sobre o lajedo tem
uma grande rocha de granito que pode ter caído por
cima de outros amoladores. Na parte inferior, após a
rocha, ainda existem 2 amoladores circulares. 139
Sítio nº36 - Estação Lítica 16
Estação Lítica 13 - Continuando chegamos no
último dique de diabásio antes da praia, virado para
o sul. O sítio vai desde a parte superior até a beira
do mar. É constituído por 76 amoladores circulares e
uns poucos longitudinais, que ainda são vistos, pois
aqui também o vandalismo correu solto.
Figura 239 - Panorâmica do futuro Parque Arqueológico e Museu ao Ar Livre, Morro do Índio
Carijó.
140
Figuras 240, 241 e 242 - O ilhote da Barra visto de diferentes ângulos.
141
Figuras 243, 244 e 245 - Morro do Índio Carijó visto do sul e de
diferentes locais.
142
Figura 246 - Vista panorâmica da ponta do Ilhote da Barra, com seus pesqueiros e piscinas
naturais.
143
Figuras 247 - Detalhe dos turistas curtindo a piscina natural do ilhote.
144
Figuras 248 e 249 - Mais vistas internas do Ilhote da Barra, também conhecido por Morro do Índio
Carijó.
145
Figura 250 - Panorâmica da Praia da Ferrugem e da ponta do morro, vistas da parte alta do
ilhote
146
Figuras 251 e 252 - Do alto do Ilhote, vista panorâmica com a
Ponta do Areal, Morro da Caranha e Praia do Ouvidor, ao fundo.
147
Figura 253 - Rancho dos pescadores construído acima
de parte do imenso sambaqui que rodeia o morro no lado
oeste, em frente à praia.
Figura 254 - Restos de antigos monumentos rochosos
alinhados que existiram no ilhote e foram destruídos,
apagados do conhecimento da humanidade.
148
Figura 255 - Enorme rocha granítica que forma um dos
abrigos sob-rocha do ilhote.
Figura 256 - Sambaqui 14, aberto pelas chuvas,
estando com grande quantidade de material lítico e
ossamentas humanas espalhados pela superfície.
149
Figuras 257, 258 e 259 - Estação lítica 11. Espetacular bloco de
diabásio com 7 amoladores circulares e detalhes do lado direito da
rocha.
150
Figuras 260, 261 e 262 - Estação lítica 11. O mesmo
conjunto de amoladores aqui visto de ângulos diferentes e
detalhes do lado esquerdo da rocha.
Figuras 263, 264, 265 e
266 - Estação lítica
11. Mais quatro blocos
isolados de diabásio
com amoladore
circulares que estão ao
longo do sítio.
152
Figuras 267, 268, 269 e 270 - Estação lítica 12. Poucos amoladores longitudinais e circulares
compõem o sítio.
153
Figuras 271, 272 e 273 - Estação lítica 12. Lindíssimo bloco de
diabásio com 10 amoladores circunformes vistos em detalhes.
154
Figuras 274, 275, 276 e 277 - Estação lítica 13. Amoladores
circunformes enfeitam o dique de diabásio perto do mar.
155
Figura 278 - Estação lítica 13. Outro conjunto de
amoladores circunformes da parte norte do sítio.
Figuras 279, 280 e 281 - Estação lítica 13. Grande
conjunto com séries de amoladores longitudinais na parte
superior do sítio.
156
Figura 282 - Detalhes do maior conjunto de amoladores longitudinais do litoral de SC
157
Figuras 283, 284 e 285 - Estação lítica 13. Detalhes das belíssimas
séries de amoladores longitudinais que enfeitam o sítio.
158
Figura 286 - Estação lítica 14. Ao longo do estreito
dique de diabásio estão os amoladores rupestres.
Figuras 287, 288 e 289 - Estação lítica 14. Parte
superior do sítio com 4 pequenos amoladores
circunformes vistos de diferentes ângulos.
159
Figuras 290, 291 e 292 - Estação lítica 14. Grandes amoladores
circunformes na parte inferior do sítio, próximos ao mar.
160
Figuras 293, 294 e 295 - Estação lítica 16. Parte superior do enorme
sítio, com detalhes dos amoladores longitudinais e circulares.
161
Figuras 296, 297 e 298 - Estação lítica 16. Parte
inferior do sítio com amoladores circunformes espalhados
pela superfície do dique de diabásio.
162
Figuras 299 e 300 - Monumento rupestre. Um sofá ou poltrona de pedra, uma raridade, feita com o
propósito de observar os eventos astronômicos e de mostrar, por sua presença, a importância do
local na pré-história.
163
Figuras 301 e 302 - Arte rupestre VI. Situada na grande rocha da chegada no ilhote, é constituída
por dezenas de cúpulas, de tamanhos e profundidades variadas. As cúpulas estão entre as mais
antigas manifestações culturais da humanidade.
164
Figuras 303 e 304 - Rostos ocultos. As duas rochas do sul do ilhote podem ser vistas como duas
cabeças, quando vistas de certos ângulos. Os rostos ocultos estão presentes nos locais sagrados
dos povos antigos.
165
Figuras 305 - A beleza e a tranquilidade do canal da Barra, que liga a Lagoa da Garopaba ao mar.
166
Figuras 306 e 307 - Panorâmica do canal da Barra e de sua ligação com o mar através das dunas.
167
PONTA DO AREIAL
Espetacular ponta que avança cerca de 300 m sobre
o mar, com seus pesqueiros muito frequentados
durante todo o ano. Na ponta mais afastada do mar,
que é o ponto mais alto do local, existe uma piscina
natural na rocha, formada por água da chuva e do
mar. Quando o mar está alto e agitado, as ondas
batem nas rochas e inundam a piscina, formando
uma cascata que desce das rochas, numa cena
impressionante e inédita. Uma cascata descendo das
rochas, vindo na mesma direção do mar e caindo no
mar, num recanto com águas transparentes.
Toda a parte do areial que está coberta pela grama,
inclusive a área onde tem um velho barraco, é um
imenso sambaqui e no lado sul, no afloramento do
dique de diabásio, tem uma estação lítica, e
seguindo-se mais 300 m para o sul, pelo costão,
passa-se por dois sítios de arte rupestre e mais um
sambaqui. Toda a Ponta do Areial é uma enorme área
arqueológica e precisa ser valorizada como tal. Como
já é tombada automáticamente por lei, sugerimos a
criação do futuro Parque da Ponta do Areial, que irá
proteger, organizar, divulgar e enriquecer ainda mais
o patrimônio ecoturístico do município.
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Sítio nº37 - Sambaqui 15
Sambaqui da Ponta do Areial - É um imenso
sambaqui, que ocupa toda a superfície do areial que
existe acima das rochas, com a grama cobrindo o
casqueiro, numa extensão de 200m
aproximadamente. Apesar de ter sido destruído em
parte no passado, ainda é uma grande área
arqueológica, com grau de integridade entre 50 e
75%.
Sítio nº38 - Estação Lítica 17
Estação Lítica 17 - Situado ao sul do sambaqui, no
lajedo do dique de diabásio, no início do caminho
para o costão. O sítio foi muito destruído no
passado, restando apenas 4 lugares com amoladores.
O primeiro, na parte superior, mais afastada do mar,
é constituído por 1 amolador circular inteiro e
vestígios de outros 2. O segundo, à 3 m do anterior, é
constituído por 2 amoladores longitudinais.
O terceiro lugar, é constituído por duas séries com
amoladores longitudinais, uma com 3 e outra com 5.
Antes de chegar no quarto lugar, tem mais 1
amolador circular solitário. O quarto lugar, situado a
cerca de 30 m do terceiro e a 100 m do primeiro, é
constituído por 6 amoladores longitudinais
incompletos.
Nota-se em toda a extensão do dique, muitas lajes
partidas e arrancadas, que atestam o grande esforço
feito para destruir e apagar a lembrança de nossa
pré-história.
Sítio nº39 - Arte Rupestre VIII
Sítio da Barra - Localizado 200 m ao sul da Ponta
do Areial, no Costão da Caranha e no pesqueiro Laje
da Escada. Trata-se de um dique de diabásio com
grandes paredões, que infelizmente, foram demolidos
em parte pelos caçadores de tesouros, praga que
ainda persiste na região com a venda de aparelhos
detectores de metais. Trata-se de um importante
sítio arqueológico e local sagrado para os ancestrais
moradores da região.
Apesar da grande destruição ocorrida no local, que
destruíu a arte rupestre que estava nos paredões,
ainda restam 6 gravuras. Uma em rocha retangular
que foi cortada propositadamente para ser levada do
local, não o sendo por milagre.
168
A figura é constituída por losangos e linhas
simétricas, em estado ruim de conservação.
Recomendamos a retirada da rocha do local e levá-la
para a futura Casa de Cultura prevista nesse projeto,
onde irá juntar-se ao material arqueológico recolhido
e doado, enriquecendo o acervo do museu municipal.
Por baixo das rochas partidas e viradas, talvez
existam mais sinalações rupestres.
Na chegada do sítio, de frente para o oeste, painel
com duas sinalações rupestres. Uma constituída por
um círculo concêntrico com um círculo interno, em
bom estado de conservação, e o outro por uma figura
rediforme, em estado de semi-vestígio.
Na parte de baixo do dique de diabásio, na parede
lateral de frente para o sudeste, tem duas gravuras.
Uma é constituída por losangos e linhas simétricas e
a outra por figura rediforme com uma linha
horizontal na parte superior, ambas muito apagadas.
Na face da mesma parede, mas virada para o
nordeste, painel que foi vandalizado, restando partes
apagadas de tres círculos concêntricos.
Sítio nº40 - Arte rupestre IX
Abrigo sob-rocha 4 - Na chegada do sítio de arte
rupestre e virado para o mar. O pequeno abrigo
contêm 8 sinalações rupestres. A arte rupestre é do
estilo geométrico, feita pela técnica de picote e
raspagem.
Sítio nº 41 - Sambaqui 16
Sambaqui da Ponta da Caranha - Localizado no
costão da Ponta da Caranha, de frente para a Ponta
do Areial. Enxerga-se de longe, devido as conchas
que formam o casqueiro estarem à mostra.
Trata-se de um pequeno sambaqui, protegido das
ondas do mar e com água corrente passando ao lado,
vinda de uma nascente na encosta do morro.
Foi recolhida no local uma pedra com marcas de
amarras, podendo ter sido usada como chumbada
para a pesca.
Grau de integridade estimado entre 25 e 75%.
PESQUEIROS DO COSTÃO DA BARRA ATÉ O
OUVIDOR
1 - pesqueiro alto
2 - pesqueiro do Desidero
3 - Laje da escada
4 - ponta da Caranha
5 - lombo do cavalo
6 - laje vermelha
7 - pedra da linha
8 - laje amarela
9 - ponta do fucinho
10 - derradeiro pesqueiro
TRILHAS
Trilha do costão - Ao sul da Ponta do Areial,
começa a trilha que vai costeando o Morro da
Caranha e passa pela entrada de todos os
pesqueiros, até chegar na Praia do Ouvidor. Durante
o trajeto, o caminho passa por cima e beirando os
penhascos, oferecendo inúmeras vistas panorâmicas.
Caminho do Rei - nessa região, o caminho que vem
pela Praia da Ferrugem, passa a barra da lagoa em
frente ao ilhote, continua pela praia até perto da
Ponta do Areial. Desse ponto em diante, continua
pelas dunas e vai contornando o morro pela encosta
oriental, quase em linha reta, chegando na Praia do
Ouvidor pelo lado de dentro, oposto ao mar.
169
PRAIA DO OUVIDOR
Tanto no costão norte como no sul, existem antigas
cavernas que estão com as entradas atulhadas e
tapadas, que poderiam ser importantes sítios
arqueológicos, pois ficam perto dos sambaquis e das
trilhas para os pesqueiros. Ë necessário fazer um
reconhecimento das cavernas.
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Sítio nº42 - Sambaqui 17
Sambaqui nas dunas - Localizado à cerca de 500 m
da praia, perto da passagem do Caminho do Rei, na
divisa com as dunas. Grande área arqueológica onde
existia imensa quantidade de cacos de cerâmica
aforando nas areias. Foram retiradas ossamentas
humanas, material lítico e panelas de cerâmica e o
local acha-se atualmente encoberto pelos pinus e
pela vegetação. É mais um sítio arqueológico a
enriquecer o patrimônio ecoturístico municipal. Grau
de integridade estimado entre 25 e 50%.
Sítio nº43 - Sambaqui 18
Sambaqui do canto norte - Situado no final da
praia, no início do costão, é um enorme sambaqui,
com uma extensão de cerca de 300 m de comprimento
por 100 m de largura, abrangendo uma grande área
de campo que sobe o morro, tendo o prédio de um
antigo engenho dentro da área arqueológica. Apesar
de ter sido muito destruído no passado, estimamos
em75% o seu grau de integridade.
Contam os moradores antigos que era comum
quando aravam o morro, encontrarem ossamentas,
conchas, cacos de cerâmica e material lítico.
Sítio nº44 - Estação Lítica 18
Estação Lítica do canto norte - numa extensão de
300 m, estão espalhadas 21 rochas de diabásio com
35 amoladores circulares no total. São os que
sobraram depois de um século do completo abandono
pelos órgãos públicos que se dizem responsáveis.
Certas rochas são verdadeiras obras de arte, como
mostram as fotografias.
Existe uma rocha com 2 amoladores circulares que
é usada atualmente como parte da escada do
primeiro barraco da praia, que é um bar. Essa rocha
tem que ser recolhida para a futura casa de cultura
municipal.
Sítio nº45 - Sambaqui 19
Sambaqui da ponta sul - Situado no início do
costão, extende-se por cerca de 200 m em direção ao
sul, tendo a área arqueológica recoberta por
gramado e árvores, e pelo menos uma casa está sobre
o sítio.
Esse sambaqui também não escapou da ação dos
caçadores de tesouros arqueológicos, e muito
material foi retirado, segundo antigos moradores.
Grau de integridade estimado em 50%.
Sítio nº46 - Sambaqui 20
Sambaqui da Ponta do Ouvidor - Situado no local
conhecido por Prainha, junto aos ranchos dos
pescadores e extende-se por cerca de 100 m em
direção à ponta. A área arqueológica está recoberta
pelo gramado e o grau de integridade estimado é
entre 25 e 75%. O sambaqui está localizado no
comêço de uma ponta que avança para o mar, num
lugar lindíssimo, com rochedos, piscinas naturais e
vistas panorâmicas para as praias do Ouvidor e
Vermelha.
170
Também sugerimos a criação de um Futuro Parque
Municipal do Ouvidor, abrangendo toda a faixa de
marinha e seus sítios arqueológicos. Lembramos que
a área dos sítios arqueológicos, após a sua
identificação como tal, é automaticamente tombada
pelo patrimônio público, anulando qualquer direito
de posse.
Esse futuro Parque do Ouvidor será, sem dúvidas,
um dos grandes atrativos de Garopaba, que com a
organização desse e dos outros sugeridos, estará
muito bem equipada de atrativos ecoturísticos.
PESQUEIROS ENTRE O CANTO SUL DO OUVIDOR E
A PRAIA VERMELHA
1 - pedra fincada
2 - ilhote do búzios
3 - portinho (local dos ranchos na Ponta do Ouvidor)
4 - pesqueiro da Ponta do Ouvidor
5 - pesqueiro alto
6 - Corridor da Praia do Negro
7 - Praia do Negro
8 - ilhote do Negro
Praia Vermelha
9 - pedra mexideira (estação lítica)
10 - ponta da laje branca
11 - buraco do aribú
12 - poça de dentro
13 - travessão
Figuras 308, 309 e 310 - Diversos pássaros
podem ser vistos nas trilhas dos morros e dos
pesqueiros.
171
Figuras 311 - Ponta do Areal. Sambaqui 15. Imenso sambaqui que ocupa toda a área com
gramado, com extensão estimada de 200 m. A grama cresceu acima do casqueiro.
172
Figuras 312 - O imenso rochedo que forma uma espécie de torre na ponta leste, a mais avançada
para o mar.
173
Figuras 313, 314 e 315 - A "torre" vista de outro ângulo,
com a piscina e a belíssima cachoeira que devolve a água
para o mar.
Figuras 316, 317 e 318 - De cima da "torre", a piscina observada de vários ângulos.
175
Figura 319 - Rosto oculto. Aqui, também presente, na
grande rocha da piscina.
Figura 320 - Estação lítica 17. Situada na
parte superior, atrás da rocha da piscina, é
constituído por vários amoladores
circunformes, que estão quase sumidos
176
Figuras 321, 322 e 323 - Belíssimas paisagens vistas da
Ponta do Areal.
Figura 324 - Ponta do Areal vista do costão da Caranha.
177
Figura 325 - Estação lítica 18. Dique de diabásio em cuja superfície
estão espalhados os amoladores.
Figura 326 - Estação lítica 18.
Outro amolador que escapou
milagrosamente de destruições
passadas.
Figura 327 - Estação lítica
18. Um pequeno e belíssimo
amolador circular e outro
quase sumido.
178
Figuras 328, 329 e 330 - Estação lítica 18. Séries com
amoladores longitudinais parcialmente destruídos.
179
Figuras 331 - Estação lítica 18. Pequeno e lindo
amolador solitário no meio do lajedo de diabásio.
Figuras 332 - Estação lítica 18. Outra série de
amoladores longitudinais semidestruídos.
180
Figuras 333 e 334 - Costão da Caranha. Arte Rupestre
VII. Sinalação rupestre constituída por uma gravura
rediforme que desce partindo de uma linha reta
horizontal. E ao lado, outra constituída por losangos.
181
Figura 335 - Arte Rupestre VII. Círculo concêntrico
feito com a técnica de picotamento; resistiu ao
descascamento sofrido pela rocha suporte.
Figuras 336 e 337 - Arte Rupestre 3. Ao lado do anterior, gravura muito
apagada do que parece ser uma rede.
182
Figuras 338 - Arte Rupestre VII. Constituída por uma
gravura formada por losangos, que está muito apagada e
difícil de fotografar.
Figura 339 - Arte Rupestre VII. Painel vandalizado
constituído por 3 círculos concêntricos que ainda são
vistos.
183
Figuras 340 - Arte Rupestre VII. Gravura formada por losangos e linhas, em rocha suporte que foi
cortada do paredão do dique de diabásio.
184
Figura 341 - Costão da Caranha. O costão e seus
pesqueiros em dia de mar agitado.
Figuras 342 e 343 - Sambaqui 16. Localizado na Ponta
da Caranha, enxerga-se de longe devido ao afloramento do
casqueiro.
185
Figuras 344 e 345 - Arte rupestre VIII. Abrigo sob-rocha 5. A Toca da Caranha, no Pesqueiro da
Escada, é mais um dos locais sagrados do município, usado na pré-história em cerimoniais. Possui
em seu interior um valioso acervo de arte rupestre, constituído atualmente por cerca de 12 painéis
com gravuras, em mau estado de conservação e tendo algumas sumidas. Também possui um
pequeno amolador, o que constitui mais uma estação lítica. Na foto o parceiro de pesquisas Lúcio
Silva na entrada da toca.
186
Figura 346 - Parte interna da Toca da Caranha. Ela é inclinada, com as gravuras rupestres
localizadas no solo, nas pequenas paredes verticais e no teto. Sua conservação é constantemente
ameaçada pela presença humana e humidade excessiva.
187
Figura 347 - Arte rupestre VIII. Gravura constituída por
uma figura rediforme.
Figura 348 - Arte rupestre VIII. Gravura constituída por
um círculo raiado, possível símbolo solar.
Figura 349 - Arte rupestre VIII. Gravura formada por
dois losangos, sendo um interno, dentro do outro.
Figura 350 - Arte rupestre VIII. Painel com uma série de
linhas paralelas verticais e outras gravuras muito
apagadas, que viraram vestígios.
188
Figura 351 - Parte interna da Toca da Caranha vista de dentro para fora.
189
Figura 352 - Arte rupestre VIII. Painel com gravuras muito apagadas, onde ainda aparecem um
círculo concêntrico, um retângulo e um triângulo.
190
Figura 353 - Arte rupestre VIII. Painel com gravura
rediforme muito apagada.
Figura 354 - Arte rupestre VIII. Um círculo.
Figura 355 - Arte rupestre VIII. Dois losangos ligados,
uma possível máscara.
Figura 356 - Arte rupestre VIII. Série de linhas paralelas
onduladas.
191
Figura 357 - Arte rupestre VIII. Painel com rede muito
apagada e losangos ligados.
Figura 358 - Arte rupestre VIII. Painel vandalizado.
Vestígio.
Figura 359 - Estação lítica 19. Pequeno amolador
circunforme no chão da Toca da Caranha.
192
Figura 360 - Visual da entrada do abrigo sob-rocha para o mar, vendo-se a Ponta da Caranha,
local onde nasce o sol no solstício de verão.
193
Figuras 361 e 362 - Costão da Caranha. Vista panorâmica do costão, vendo-se no destaque o
pesqueiro laje da escada, onde estão situados os sítios de arte rupestre VII e VIII.
194
Figuras 363 e 364 - Vista panorâmica da Ponta da Caranha, vendo-se no destaque a Ponta do
Areal com o Ilhote da Barra ao fundo.
195
Figuras 365 - Praia do Ouvidor. Vistas panorâmicas do Costão do Ouvidor até a Ponta da
Caranha.
196
Figura 366 - De cima do morro, vistas panorâmicas da Praia do Ouvidor.
197
Figura 367 - No topo do morro, rochas graníticas
formam belvederes naturais.
Figura 368 - Grutinha Santa no início do costão do
Ouvidor.
Figuras 369 e 370 - Do topo do morro, vistas
panorâmicas para as dunas e Praia do Ouvidor.
198
Figuras 371, 372, 373 e 374 - Sambaqui 17. Localizado na encosta oeste
do Morro da Caranha, grande área arqueológica em meio às dunas,
atualmente encoberta pela vegetação.
199
Figura 375 - Boca do rio, no canto norte da Praia do Ouvidor, início da grande área arqueológica
que alcança a encosta do morro.
200
Figuras 376 e 377 - Sambaqui 18. O antigo engenho e toda a região circunvizinha estão dentro do
sítio arqueológico. O local é tombado por lei, e precisa ser estudado e valorizado como patrimônio
cultural da humanidade.
201
Figura 378 - Estação lítica 18. Rocha de diabásio com um conjunto de 4
lindíssimos amoladores circulares.
Figura 379 - Estação lítica 18.
Três rochas com amoladores
circulares no início da trilha
para o costão.
Figura 380 - Estação lítica 18.
Lindo amolador em rocha de
diabásio negro.
202
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Livro Garopaba.pdf

  • 1. ECOTURISMO EM GAROPABA Santa Catarina - Brasil Keler Lucas 2020
  • 2.
  • 4. Direitos desta edição reservados ao autor Copyright@2020 Keler Lucas Editoração, capa, fotografias e desenhos: rupestre.kelerlucas.com.br Edição Especial para Ebook
  • 5. AGRADECIMENTOS Ao senhor Luis Carlos Luis, presidente da ACIG, e seus associados, que patrocinaram este projeto (1999). Ao Seu Bonifácio (0 Índio) da Praia da Garopaba (in memoriam); ao Seu Neném da Praia da Silveira; ao Seu Hilário Bento da Praia da Ferrugem; e ao seu Virgínio da Praia do Ouvidor, que com suas valiosas informações muito contribuíram para enriquecer esse relatório. Ao guia Zeno Castilhos que, em 2007, me informou da ocorrência de arte rupestre em duas tocas (abrigos sob-rocha) localizadas em costões das praias. Ao companheiro Lúcio Silva que, à partir de 2007, me acompanhou na atualização e complementação deste projeto. Ao Terapeuta Ortobiomolecular e Acupunturista Ricardo Vieira Bretanha por seu apoio à edição desse ebook. À todos, meu muito obrigado!
  • 6. ÍNDICE 1 Apresentação do autor 2 Ecoturismo em Garopaba 3 Caminho do Rei 4 Mapa da REGIÃO 1 5 Ponta da Faísca 6 Praia da Gambôa 6 Praia do Siriú 8 Mapa da REGIÃO 2 47 Morrinho 48 Praia da Garopaba 51 - Prainha da Vigia 62 - Toca da Lontra 75 - Pesqueiro da Mariola 85 - Pedra da Janela 86 - Pedra do Galeão 91 - Grande cabeça de pedra 104 Mapa da REGIÃO 3 112 Praia da Silveira 113 Costão da Pedra Negra 119 Saco da Cobra 122 Costão da Ferrugem 130 Praia da Ferrugem 133 Mapa da REGIÃO 4 137 Ilhote da Barra 140 Costão da Barra 172 Costão da Caranha 181 Praia do Ouvidor 200 - Dunas 209 - Pedra Branca 213 Praia Vermelha 218 - Pedra Mexideira 220 - Pedra da Passagem 225 Sumário do Levantamento 228
  • 7. Apresentação do autor 2 Localizada em um litoral com importantes sítios arqueológicos, nos legado por uma civilização que o habitou por mais de 5.000 anos, Garopaba herdou um valioso acervo dessa cultura milenar. Detinham o mesmo conhecimento das sociedades neolíticas européias, com seus lugares sagrados, seus monumentos rupestres ou megálitos, sítios de arte rupestre e uma ciência astronômica, com calendários e alinhamentos astronômicos. Este livro que é o resultado de muitos anos de pesquisas e teve duas etapas para a sua execução. A primeira em 1999, quando fiz o levantamento do potencial ecoturístico da parte litorânea do município, com apoio da ACIG, para doá-lo à prefeitura. A segunda etapa, de 2007 em diante, com a ajuda do companheiro de pesquisas Lúcio Silva, complementamos e atualizamos o levantamento. Com 430 fotografias distribuídas em 229 páginas, o leitor fará um passeio de norte a sul por uma Garopaba pouco conhecida, vendo os sítios arqueológicos, vistas panorâmicas, trilhas e todo o patrimônio ecoturístico dos costões da Praia da Guarda do Embaú, Praia do Siriú, Praia da Garopaba, Prainha da Vigia, Praia da Silveira, Saco das Cobras, Praia da Ferrugem, Praia da Barra, Praia do Ouvidor e Praia Vermelha. O destaque positivo do levantamento foi a identificação de importantíssimos sítios pré- históricos, com duas verdadeiras obras de arte, como os monumentos rupestres da cabeça de pedra do grande ídolo e a "esfinge", um rosto esculpido num paredão rochoso de frente para o mar. Dois abrigos sob-rocha com gravuras rupestres; um sítio de arte rupestre com 14 painéis; um sambaqui cercado de estações líticas e os alinhamentos astronômicos. O ponto negativo é a constatação que inúmeros matacões de diabásio com amoladores que existiam nos cantos das praias, junto aos costões, e que aparecem nas fotografias, desapareceram. É todo este fabuloso patrimônio ecoturístico que apresento à sociedade nesse livro, para que seja conhecido, estudado, respeitado, preservado, protegido e preparado para receber os visitante. Boa Viagem!
  • 8. ECOTURISMO EM GAROPABA - FAIXA LITORÂNEA O projeto tem por objetivo geral identificar, preservar, sugerir e divulgar, todo o potencial ecoturístico da faixa litorânea do município, como as praias , os costões e seus pesqueiros, as dunas, as lagoas, os sítios arqueológicos, como os sambaquis, sítios de arte rupestre, sítios com estações líticas, abrigos e monumentos rochosos, as trilhas, as vistas panorâmicas etc. Todo esse importante patrimônio ecológico e arqueológico deve ser constantemente monitorado, conservado e divulgado, não podendo mais ficar desconhecido, desperdiçando todo o seu potencial de atração cultural e turística. Um ativo controle, com um dinâmico marketing turístico, envolvendo a comunidade local e a cooperação com empresas operadoras de turismo e outros órgãos, ocasionará uma grande apreciação pelo projeto, servindo para conscientizar o público da importância da preservação do meio ambiente.. Esse projeto por seu aspecto cultural e ecológico, colocará o Município de Garopaba na rota internacional do ecoturismo, ocasionando inúmeros benefícios para a comunidade, como uma maior divulgação, um ecoturismo organizado com guias capacitados, um aumento do turismo durante o ano inteiro, uma educação da importância dos sítios arqueológicos e do ambiente circundante, uma região permanentemente fiscalizada e preservada, uma casa de cultura e outros benefícios que advirão. LEVANTAMENTO DO POTENCIAL ECOLÓGICO E ARQUEOLÓGICO DA FAIXA LITORÂNEA DO MUNICÍPIO DE GAROPABA REGIÕES PESQUISADAS Para melhor ordenar sua apresentação e sua visualização nos mapas, vamos dividir o litoral do município em 4 regiões, de norte para o sul, cada região com seus respectivos morros e praias. Região 1 - Gambôa e Siriú Região 2 - Morrinho, Praia de Garopaba, Costào do Casqueiro até a Praia da Silveira Região 3 - Praia da Silveira, Saco da Cobra e Praia da Ferrugem Região 4 - Ilhote da Barra, Ponta do Areial, Praia do Ouvidor, Ponta do Ouvidor e Praia Vermelha. 3
  • 9. CAMINHO DO REI Antes de começar o relatório do potencial ecológico e arqueológico por regiões, é preciso falar da importância desse caminho para o município, pois ele atravessa todas as regiões litorâneas. Caminho histórico, chamado de Caminho do Rei, pois era de utilidade pública, para uso de todos os cidadãos da antiga colônia portuguesa. Trilha aberta no litoral quando a região era recoberta pela Mata Atlântida, muito usado pelos primeiros habitantes do litoral sul de Santa Catarina durante os séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, ligava as pequenas comunidades de pescadores com os centros maiores. Era o caminho por terra, desde Laguna até Florianópolis. Em muitos trechos, o caminho já existia e foi reaproveitado, pois fora usado pelos povos pré- históricos, os construtores dos atuais sambaquis. Eles viveram na região e em todo o litoral sul do Brasil, desde 8.700 anos antes do presente. Moradores antigos de Garopaba, como o Seu Nenen, da Praia da Silveira, nos narrou que "ele e seus irmãos muito usaram o caminho, quando jovens, para irem aos famosos bailes da Gambôa". Contamos esses fatos recentes, históricos e pré- históricos, para enfatizar a importância cultural desse caminho e sugerir o seu tombamento como Patrimônio Municipal, preservando essa relíquia, de incrível poder de atração ecoturístico, para o futuro. É de longe a trilha mais importante do Município de Garopaba. Atravessa desde a Praia da Gambôa, ao norte, passa por cima do Morro do Buraco e desce na Praia do Siriú. Depois vai pela praia até Garopaba, onde sobe o morro perto da Vigia, continua pelo Morro do Penquirito, Morro do Capão e desce pela encosta do morro até a Praia da Ferrugem. Depois segue pela Praia da Barra, sobe o Morro da Caranha indo paralelo às dunas e desce no canto norte da Praia do Ouvidor. Depois segue pela encosta oriental do Morro do Ouvidor, desviando da Praia Vermelha e entrando no Município de Imbituba pelo morro da Praia do Rosa. Graças a esse caminho, pode haver o desenvolvimento de toda a região sul. Era o meio de comunicação e de transporte de mercadorias. Os navios antigos não aportavam em qualquer praia e passavam de tempos em tempos, não podendo as comunidades dependerem deles. Também podemos comparar a sua importância com o recém resgatado caminho de Anchieta, no Espírito Santo, ou o Caminho dos Incas, no Perú, entre outros. Além das incríveis belezas das praias e vistas panorâmicas, o camiinho passa por perto de mais de 30 sítios arqueológicos. Portanto, restabelecer esse caminho deve ser uma das prioridades do planejamento turístico municipal. Existem trechos do caminho que estão cortados por cercas de arame farpados ou tomados pela mata, cujos proprietários precisam entender a importância de preservar a integridade do caminho e permitir a passagem das pessoas. Nos mapas, o Caminho do Rei, que tem muitas variantes, procura seguir a rota original, ligando as comunidades de norte a sul. 4
  • 10. 5 Legenda Trilha Caminho do Rei Estrada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Gruta Santa Monumento Rochoso Abrigo Sob Rocha Sambaqui Arte Rupestre Cachoeira Vista Panorâmica Piscina Natural Pesqueiro P01 Dunas Estação Lítica P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07 P08 P09 P10 P11 REGIÃO 1
  • 11. REGIÃO 1 Dunas, Ponta da Faísca, Praia da Gambôa, Morro do Costão, Morro do Buraco, Praia do Siriú, Rio do Siriú e dunas do Siriú. DUNAS O limite norte do município começa nas dunas que antecedem a Ponta da Faísca, numa importante área arqueológica. As dunas que circundam a ponta do Morro da Faísca no lado norte, começam no mar e avançam cerca de 1.500 m para o interior, e para o norte, avançam até encontrar o Rio da Guarda e o acompanham até a Praia da Guarda do Embaú. No meio das dunas existem pequenos morros de areia, pequenas lagoas e capões de mato, raros recantos onde a civilização ainda não chegou. Esta caminhada nas dunas ao longo do Rio da Guarda e do mar é uma experiência inesquecível, com muitos atrativos. Deve-se evitar as horas mais quentes do dia no verão. PONTA DA FAÍSCA A Ponta da Faísca é muito visitada pela beleza de seu costão, com grandes rochas que formam pequenos abrigos em seus pesqueiros e pela duna que desce na ponta sul do morro até a praia, formando uma grande cachoeira de areia, que contrasta com as rochas do costão. SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sítio nº1 - Sambaqui 1 Sambaqui da Faísca - Enorme sítio arqueológico, localizado no limite norte da Gambôa. Ocupando parte do areial de cima do morro da Faísca e se estende para o norte, em meio às dunas, por cerca de 300 m de comprimento e de 100 m de distância do mar. No local foi achado no passado, bastante cerâmica, ossamentas humanas, farto material lítico e restos de fogueiras. Contam os moradores, que conforme as dunas se movimentam com os ventos, aparecem novas peças, confirmando também o status de sítio arqueológico a quase a totalidade da grande área das dunas. Esse sítio foi apenas registrado pelo Pe. Rohr em 1965, pois não teve tempo para visita'-lo. Com as informaçòes que colheu, ele estimou a área do sítio em cerca de 5.000 m2. PRAIA DA GAMBÔA SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS Sítio nº2 - Sambaqui 2 Sambaqui do Lopes - Assim chamado no passado por estar em terras da Família Lopes, hoje em dia está em terras da Família Magalhães (1999). Situado à cerca de 100 m da praia e a 100 m do Rio Gambôa, ocupa ao nível do solo uma área muito grande. Vai desde o antigo matadouro de gado, lugar conhecido por "buraco" até as casas em frente ao mar. Contam os moradores que quando da construção das casas, o local era dunas e não um pasto como atualmente. E que foram desenterradas ossamentas humanas e muitos cacos de cerâmica. A cerâmica ainda é achada quando se caminha pela área. Estima-se o grau de integridade do sambaqui em 75%, o que o qualifica como uma raridade em comparação com os outros. Trata-se de uma grande área arqueológica e deve ser preservada como tal, proibindo qualquer tipo de construção ou escavação. 6
  • 12. Sítio nº3 - Sambaqui 3 Sambaqui do Canto Sul da praia - Localizado no início do costão, encoberto atualmente pela vegetação nativa, com cerca de 50 m de comprimento e grau de integridade estimado entre 25 e 75%. Posicionado estrategicamente, está perto do mar, do costão e seus pesqueiros, da Mata Atlântida, das fontes de água doce e das trilhas que se direcionam para o interior. Sítio nº4 - Estação Lítica 1 Estação lítica do Canto Sul da praia - Consiste atualmente de somente 4 amoladores circulares que estão espalhados em pequenas rochas de diabásio ao longo da borda do rio e próximos ao sambaqui. O local foi muito depredado no passado e muitas rochas com amoladores foram levadas do local, existindo ainda algumas nas residências dos moradores da praia. No costão que vai da Gambôa até a Praia do Siriú existem tres grandes abrigos sob-rocha e dois monumentos rupestres. Um é a Toca do Morcego e o outro é a Cabeça do Gorila. Nesse costão temos várias rochas com marcas de antigas gravuras rupestres que foram depredadas. PESQUEIROS DO MORRO DO COSTÃO DA GAMBÔA ATÉ A PRAIA DO SIRIÚ Existe a trilha natural do costão que leva aos pesqueiros. Ver o ítem trilhas. 1 - o buraco 2 - a ponte (ponta de fora) 3 - a pedra do Tiof 4 - a laje negra 5 - a pedra vermelha 6 - o pesqueiro fundo 7 - a mesa 8 - o lombo (difícil passagem) 9 - do Horácio 10 - a laje do tombo 11 - a baleia MORRO DO BURACO Nesse morro passa o Caminho do Rei com suas vislumbrantes vistas panorâmicas. CAMINHOS OU TRILHAS Trilhas por cima do Morro do Costão - No canto sul da praia, a trilha começa a subir o Morro do Costão, em meio ao mato, por 2 caminhos distintos. Um acompanhando o costão por cima do morro e o segundo, à cerca de 300m do canto da praia, ao lado da cachoeira que desce o morro. Os dois caminhos consistem de trilhas estreitas abertas na mata nativa e por cerca de meia hora somente se avista a exuberante vegetação, com raras vistas panorâmicas. Em compensação, ao se chegar na parte de cima do morro, do lado do Siriú, temos uma das mais lindas vistas panorâmicas de toda a Garopaba. Desse local, situado à 230 m de altura sobre o nível do mar, avista-se todo o litoral até a Praia do Rosa. Caminho do Rei - Nesse trajeto, o caminho que vem pela praia desde a Praia da Guarda, passa pela ponta da Faísca e continua até o canto sul. 7
  • 13. Daí em diante começa a subir pelo Morro do Buraco, à cerca de 600m da praia. É uma trilha mais larga, em que passavam carros de boi carregando os produtos de outrora. Essa trilha primitiva está atualmente com partes tomadas pela mata e com várias cercas de arames farpados impedindo seu caminho. É uma pena ver um patrimônio histórico, um caminho que ajudou a estabelecer os primeiros colonizadores no litoral sul de Santa Catarina, ter sua existência barrada por pseudos posseiros de uma reserva de nossa Mata Atlântica e ainda por cima, situada dentro do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Trilha para a Ponta da Faísca e dunas - seguir pela praia em direçào ao norte até chegar a ponta do morro. Alí estão a região arqueológica e as dunas. Outra opção é chegar pela estrada do Morro da Faísca. Chega-se direto nas dunas, podendo atravessá-las ou indo pela trilha por cima do morro até a ponta e o sítio arqueológico. Trilha do Costão - no canto sul da praia, segue a trilha o costão, passando pelos diversos pesqueiros até chegar ao costão do Siriú. Até o pesqueiro do Lombo é bom de passar, depois é ruim. Nesse trajeto ruim, é somente aconselhável a passagem a profissionais ou pessoas acostumadas aos costões. É muito perigoso, existindo vários casos de pessoas que caíram ou ficaram presas nas rochas. E quando o mar está alto é impossível passar. Desse ponto termina a trilha e volta-se pelo costão. Deixa-se de andar no costão apenas cerca de 300 m. Vindo-se pelo lado do costão do Siriú, chega-se ao pesqueiro da Baleia, onde começa o trecho perigoso de 300 m até o pesqueiro do Lombo. PRAIA DO SIRIÚ Existia um pequeno sambaqui no canto da praia que foi aterrado e tapado pelas construções. SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS Sítio nº5 - Estação Lítica 2 Estação Lítica no canto da praia - no final da praia, no início do costão, situada num grande lajedo de diabásio que acompanha o declive do morro. É constituída por 5 amoladores circulares que ainda são vistos, pois existem muitos resquícios ou marcas de antigos amoladores que foram erodidos. Antigamente existiam mais amoladores em pequenos blocos de diabásio, que foram sendo levados com o passar do tempo. Sobraram apenas os esculpidos no grande lajedo por impossibilidade de levá-los. Tem uma espécie de bacia escavada na rocha, perto de um amolador, em que a água doce que corre por uma rachadura escorre para dentro. É um ótimo lavador com água corrente e único do seu gênero no município. Sítio nº6 - Sambaqui 4 Sambaqui do Rio do Siriú - Localizado nas dunas, na margem direita do rio, à cerca de 1500 m da ponte, descendo o rio, antes da bifurcação com o riacho do Poeta. Acha-se atualmente encoberto pela vegetação e por pinus maritimus, não sendo possível fazer uma avaliação de seu grau de integridade. 8
  • 14. Contam os moradores antigos que quando da grande maré acontecida na década de 50, em que o mar invadiu por cima das dunas e o rio cresceu muito, houve um desmoronamento da barranca do rio, onde apareceram ossamentas de muitas pessoas. O narrador disse que "era coisa muito antiga, do tempo de Noé". Não se lembra da existência de objetos acompanhando os corpos.O local não foi mexido e existe, podendo ser feita uma pesquisa científica no futuro. Cachoeira do Siriú Espetacular cachoeira que desce o morro, formando inúmeras quedas d'águas e piscinas naturais, dentro de uma reserva de mata atlântica, cheia de garapuvús e decorada com orquídias e bromélias. À cerca de 200 m da estrada, indo-se pela trilha, chega-se na maior queda d'água, que forma uma piscina natural, muito frequentada pela população local. Após cruzar a estrada, a cachoeira percorre a planície em direção ao mar e ao encontrar as dunas, faz uma curva para a direita, e desemboca no Rio Siriú. Nesse trajeto, a cachoeira tem o nome de Riacho do Poeta. Rio do Siriú Esse rio ou lagoa, de águas límpidas, que em determinadas partes do ano desemboca no mar e em outras fica isolado, sem a ligação com o mar, tem um grande potencial ecoturístico. Suas águas são piscosas e apresenta ao longo de suas margens inúmeros recantos com praias e exuberante mata nativa, com variada flora e fauna. A beleza vista e sentida quando se desce o rio de canoa é famosa, tendo sido traduzida em versos pelo poeta e compositor João Palmeiro (o João da Benga) em seu CD Águas Abertas, em que homenageia a gente simples e as coisas da Garopaba. Portanto, descer o Rio do Siriú de canoa, deve ser mais uma opção de lazer oferecida aos turistas. Dunas As dunas do Siriú começam no canto da praia e estendem-se para o sul por cerca de 5 km até o Morrinho, na divisa com a Praia de Garopaba. A sua largura no início é em torno de 200 m, e a medida que vai indo para o sul, vai alargando a faixa de areia até cerca de 2 km. E conforme vai chegando mais para o sul, vai aumentando a altura das dunas, formando altos morros de areia, com belíssimas vistas panorâmicas. No estremo sudeste das dunas, elas estão encobertas por vegetação e mata rasteira, tendo-se que andar por trilhas para atravessa'-las. Em toda a sua extensão, existem pequenas lagoas de águas transparentes e no estremo sul, uma linda e grande lagoa, cercada parte pela mata, parte pelas dunas e parte por campo e plantação de milho. Nessa imensidão de areia, que é a maior área com dunas do município, existem vários recantos com capões de mato e pequenas lagoas. Fauna típica são as corujas e as lebres que podem ser apreciadas das diversas trilhas que cortam as dunas, que servem de ligaçào com o mar para os habitantes das areias do Macacú, região circunvisinha. 9
  • 15. A impressionante altura de certas dunas, que faz a felicidade da garotada do surf de areia e suas areias branquíssimas, formam com o todo, um conjunto de atrações muito forte, com capacidade para desenvolver um tour ou passeio específico. Figura 1 - Dunas vistas do limite norte do município e a grande área arqueológica do sambaqui 1, que se estende até a Ponta da Faísca. Figura 2 - Vista panorâmica das dunas na sua parte oriental, mostrando o contraste entre as areias brancas e o verde da vegetação que a circunda. 10
  • 16. Figura 3 - Vista panorâmica das dunas até a Praia da Guarda do Embaú. Figura 4 - Costão e pesqueiros da Ponta da Faísca. Figura 5 - Na parte mais alta, no sul, início da grande área arqueológica que se estende por cerca de 500 m em direção ao norte. Figura 6 - Na ponta sul, as dunas descem o morro formando uma cachoeira de areia. 11
  • 17. Figuras 7, 8 e 9 - Sambaqui do Lopes e sua grande área arqueológica, com cerca de 300 m de comprimento por 100 m de largura. Figura 10 - Pedaços de cerâmica pré-histórica afloram em toda a área arqueológica do sambaqui 2. 12
  • 18. Figuras 11, 12, 13 e 14 - Canto sul da praia, com a estação lítica 1 nas pedras miúdas, e o sambaqui 3 na vegetação costeira. 13
  • 19. Figuras 15 e 16 - Estação lítica 1 e os poucos amoladores que a compõem atualmente. Figura 17 - Linda cachoeira no início da trilha para o Siriú. 14
  • 20. Figuras 18, 19 e 20 - Vistas panorâmicas do início do costão e seus pesqueiros. 15
  • 21. Figuras 21, 22 e 23 - Vindo do norte para o sul, os pesqueiros e o grande abrigo sob-rocha, conhecido por Pedra do Morcego. 16
  • 22. Figura 24 - Abrigo sob-rocha 1 e Monumento rupestre. A imprecionante Pedra do Morcego e a sua plataforma, formam no conjunto, um pesqueiro muito especial. 17
  • 23. Figuras 25, 26 e 27 - Abrigo sob-rocha 1 e Monumento rupestre. A Pedra do Morcego vista de ângulos diferentes. 18
  • 24. Figuras 28, 29, 30 e 31 - Linhas, cúpulas, uma silhueta de retângulo e marca de pisada humana são vistas na Pedra do Morcego. 19
  • 25. Figuras 32, 33, 34 e 35 - No abrigo sob- rocha 2, linhas, cúpulas e outras gravuras são vistas no local. 20
  • 26. Figura 36 - Pesquisador Keler Lucas identificando a cabeça de um macaco ou gorila nas proximidades da Pedra do Morcego. 21
  • 27. Figuras 37 e 38 - A cabeça do gorila e cúpulas na sua parte superior. 22
  • 28. Figuras 39 e 40 - O monumento rupestre visto de ângulos diferentes. 23
  • 29. Figuras 41 e 42 - Outra rocha interessante com cortes propositais e um possível rosto dentro de um retângulo. 24
  • 30. Figura 43 - Abrigo sob-rocha 3, localizado passando a cabeça do gorila. 25
  • 31. Figuras 44, 45, 46 e 47 - Pedras com cúpulas e linhas encontradas no caminho do costão para o Siriú. 26
  • 32. Figuras 48 - Do alto do morro, na trilha que leva para a Gamboa, e as belíssimas vistas panorâmicas que se apreciam do local. 27
  • 33. Figuras 49, 50 e 51 - Vistas panorâmicas na trilha que liga a Gamboa ao Siriú. 28
  • 34. Figuras 52 e 53 - Mais vistas panorâmicas na trilha que liga a Gamboa ao Siriú. Figuras 54 e 55 - Morro do Siriú e o campo na parte de cima, onde passam o Caminho do Rei e a trilha, com as magníficas vistas panorâmicas da região. 29
  • 35. Figura 56 - Panorâmica com a continuação do costão e seus lindos pesqueiros. 30
  • 36. Figura 57 - Pesqueiro do Lombo, local de difícil passagem, visto do sul. 31
  • 37. Figuras 58 e 59 - Interessante formação rochosa, com uma pedra que parece ter sido encaixada no local. 32
  • 38. Figuras 60, 61 e 62 - Próximo da Praia do Siriú, a Pedra Bicuda, vista de longe e de perto. 33
  • 39. Figura 63 - Na chegada da praia, a grande rocha sobreposta é muito visitada por turistas. 34
  • 40. Figuras 64 e 65 - Praia do Siriú. Estação lítica 2. Amolador em forma de bacia com água corrente, único do seu gênero no município. Figuras 66 e 67 - Estação lítica 2. Tres amoladores circulares e, no detalhe, a perfeição do entalhe de um deles. 35
  • 41. Figuras 68 - Estação lítica 2. Grande lajedo no canto da praia, com as marcas que restaram de antigos amoladores que foram erodidos. 36
  • 42. Figura 69 - Da estação lítica 2, uma panorâmica com a Praia do Siriú. 37
  • 43. Figura 70 - Nascer do sol no solstício de inverno por cima do Ilhote do Siriú. 38
  • 44. Figuras 71 e 72 - O Rio do Siriú e seus inúmeros recantos, circundado por exuberante mata nativa, com variada flora e fauna, que o tornam um dos maiores atrativos ecoturísticos da Região 1. 39
  • 45. Figura 73 - Sambaqui 4. Atualmente encoberto pela vegetação e por pinus. Em 1952 ali foram achados inúmeros esqueletos humanos, quando uma grande maré desbarrancou a margem do rio. Figura 74 - Local do sambaqui 4, na margem direita e próximo à foz do Rio do Poeta. 40
  • 46. Figuras 75 - A espetacular cachoeira do Siriú, com suas quedas d'água e piscinas naturais, em meio a uma reserva da Mata Atlântica com muitas orquídeas e guapuruvus. É a mais importante cachoeira da orla atlântida do município. 41
  • 47. Figuras 76, 77 e 78 - A cachoeira do Siriú vai descendo o morro em meio às rochas e a uma exuberante natureza, formando várias piscinas naturais. 42
  • 48. Figuras 79 - Vista panorâmica do lindíssimo areal das Dunas do Siriú. 43
  • 49. Figuras 80 e 81 - Lado oriental das dunas, com os seus grandes morros, que atraem cada vez mais a garotada do surfe de areia. 44
  • 50. Figuras 82 e 83 - Lado sul das dunas com sua típica vegetação e a linda lagoinha que enfeita a paisagem. 45
  • 51.
  • 52.
  • 53. P01 LAGOINHA Legenda Trilha Caminho do Rei Estrada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Gruta Santa Monumento Rochoso Abrigo Sob Rocha Sambaqui Arte Rupestre Cachoeira Vista Panorâmica Piscina Natural Pesqueiro P01 Dunas Estação Lítica REGIÃO 1 REGIÃO 2 47
  • 54. Figura 84 - Vista panorâmica dos pesqueiros do Morrinho e da Praia do Siriú 48
  • 55. Figura 85 - Vista panorâmica do canto norte da Praia da Garopaba, tendo em primeiro plano o sítio arqueológico, o qual é atravessado pelas trilhas do costão. 49
  • 57. REGIÃO 2 Morrinho, Praia da Garopaba até a Praia da Silveira Morrinho Essa ponta de morro é a divisa entre a Praia do Siriú e a de Garopaba. O local é muito frequentado, tanto pelos turistas que vão apreciar sua vista panorâmica e seu belo costão, como pelos pescadores por seus pesqueiros que avançam sobre o mar. O pesqueiro Laje da Maria Francisca é o mais conhecido. Na parte mais alta do caminho que corta o Morrinho de norte a sul, existe um lugar com rochas que formam um verdadeiro belvedere natural, com lindas vistas panorâmicas, tanto para a Praia do Siriú e dunas, como para a Praia de Garopaba e seus morros. SÍTIO ARQUEOLÓGICO Sítio nº7 - Sambaqui 5 Sambaqui do Morrinho - localizado no início do caminho que sobe o morro, no canto norte da Praia da Garopaba. Foram retiradas ossamentas humanas e pedaços de cerâmica, coisa muito antiga segundo os pescadores. O local foi danificado no passado pelos caçadores de tesouros que fizeram vários buracos e modernamente pelos aterramentos com fins imobiliários. Grau de integridade estimado em 25%. Praia da Garopaba No canto sul da praia, dentro de um raio de 100m, existiram um sambaqui e uma estação lítica, que foram completamente destruídos com o aumento da vila no século passado. Os sítios arqueológicos ainda existentes estão na prainha da Vigia. GRUTA SANTA Gruta de Nossa Senhora Aparecida - Situada 50 m à direita da rua que vai para a Ponta da Vigia, em frente à prainha da Preguiça, a grutinha foi construída em 1893 no local de antiga fonte de água doce. A gruta é muito bonita, e atualmente, passa por uma reforma, com a construção de uma escadaria que facilitará o acesso e que a tornará em mais um grande atrativo cultural. Está em um lugar muito bonito, cercado e arborisado, e com uma belíssima vista panorâmica da Praia de Garopaba. SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS Prainha da Vigia - A prainha toda é um importante sítio arqueológico e precisa ser preservado e valorizado como tal. Pela atual legislação, basta se ter conhecimento de que determinado local é um sítio arqueológico, já está automáticamente tombado como Patrimônio Cultural da Nação. No meio da prainha existe um sambaqui e nas rochas dos cantos norte e sul, tres estações líticas com dezenas de amoladores, que bem atestam a condição de patrimônio público a toda aquela área. 51
  • 58. Pela condição de ter na prainha, 4 sítios arqueológicos com idade estimada em mais de tres mil anos, cercado por ruas e prédios modernos, ele deve ser tratado com muito carinho e servir de orgulho para o município e seus cidadões. E constar em toda a propaganda e marketing turístico municipal. Sugerimos o tombamento como Patrimônio Cultural ou Pré-histórico Municipal. Sítio nº8 - Sambaqui 6 Sambaqui da Prainha - localizado no meio da prainha da Vigia, avança desde o barranco da praia até a área onde está o rancho dos pescadores. Ao lado do rancho foi construído um bar também em cima do sambaqui. O certo é tirar o bar da área arqueológica antes que cause maiores danos ao sítio e ao meio ambiente. Grau de integridade estimado entre 25 e 75%, podendo ser feito um estudo científico no futuro. Sítio nº9 - Estação Lítica 3 Estação Lítica 3 - Localizada no início do costão norte da prainha, no dique de diabásio que forma um lajedo, acompanhando a descida do morro. Trata-se de uma espetacular fábrica de utensílios de pedra, que apesar da destruição ocorrida no passado, ainda existem cerca de 51 amoladores circulares de diferentes tamanhos e 36 amoladores longitudinais. Na parte inferior do dique, quase ao nível do mar, 4 amoladores circulares de tamanhos variados. No degrau acima do anterior, no lado norte, 7 amoladores circulares e no lado sul, 4 amoladores circulares. Na parte média do dique, continuando de baixo para cima, tem no lado sul em ordem ascendente, 7 e 2 amoladores circulares, e uma rocha rebentada e isolada com 7 amoladores circulares. Um pouco acima, no lado norte, tem em ordem ascendente, 2 e 4 amoladores longitudinais e no lado sul, 17 amoladores circulares com alguns quase apagados. Na parte superior, a mais afastada do mar e a primeira que se chega quando vindo pelo morro, séries com 19 e 11 amoladores longitudinais e 2 amoladores circulares. Sítio nº10 - Estação Lítica 4 Estação Lítica 4 - Situada 3 m ao sul, noutro dique de diabásio que corre paralelo ao anterior, em cujo afloramento bastante danificado, ainda existem 6 grandes amoladores circulares espalhados pela superfície. Chegando na areia da praia, vindo dos sítios anteriores, tem uma rocha isolada de diabásio com 1 pequeno amolador circular. É possível a existência de alguns amoladores enterrados na areia da praia. Sítio nº11 - Estação Lítica 5 Estação Lítica 5 - Localizada à cerca de 100 m ao sul da prainha, no início do costão, num dique de diabásio que sai do mar. O sítio foi muito destruído por caçadores de tesouros no passado e sobraram apenas 3 amoladores circulares. Dois estão em blocos isolados no norte e o outro no extremo sul do dique. Entre os amoladores, tem uma espécie de meia-bacia esculpida na rocha, bem polida, que talvez tenha sido destruída a sua outra metade. 52
  • 59. Pode ser que tenham mais amoladores nos blocos de rocha que foram partidos e virados de sua posição original quando da destruição ocorrida no local. Continuando no costão, em direção a Ponta da Vigia, existem mais dois locais com estações líticas. Sítio nº14 - Sambaqui 7 Sambaqui da Ponta da Casqueira - Sambaqui localizado em lugar previlegiado, na ponta do Morro da Vigia, ao redor das rochas graníticas que afloram no local. Grau de integridade estimado entre 25 e 75%, podendo ser feito um estudo científico no futuro para determinar a datação exata do sítio. Sítio nº15 - Estação Lítica 8 Estação Lítica do Costão do Casqueiro - Situada 100 m ao sul do sambaqui, em um grande afloramento de diabásio, que forma um grande lajedo com a superfície em vários níveis diferentes. No passado o local sofreu com a destruição ocasionada pelos caçadores de tesouros, que rebentaram várias superfícies recobertas com amoladores e mais recentemente, na década de 70, pelos empregados da prefeitura. Naquela época estavam construindo a praça do centrinho de Garopaba e como precisavam de pequenas pedras pretas para combinarem com as pedras brancas e comporem a decoração do calçamento, os trabalhadores foram direto no dique de diabásio e arrebentaram com a maioria dos amoladores. Mesmo assim, ainda restam cerca de 45 amoladores circulares e 6 amoladores longitudinais espalhados em tres locais diferentes, no sítio que outrora tinha a maior concentração de amoladores rupestres do município. O primeiro, na chegada do pesqueiro, vindo-se pelo caminho do costão, é constituído por 9 pequenos amoladores circulares. O segundo, à cerca de 4m do anterior, perto da divisa sul do dique de diabásio com o granito, é constituído por tres séries de amoladores longitudinais, no total de 6, em péssimo estado de conservação. O terceiro, à cerca de 15m do anterior continuando no dique em direção ao mar. É constituído por 36 grandes amoladores circulares, a maioria em bom estado de conservação. Sítio nº14 - Abrigo sob-rocha 4. Toca da Lontra. É um pequeno abrigo sob-rocha, virado para o leste, com gravuras rupestres que são iluminadas ao nascer do sol nos solstícios de inverno e de verão. É uma espécie de local sagrado onde eram realizadas observações astronômicas, rituais religiosos e mágicos pelos antigos mestres. Sítio nº 15 - Arte rupestre I Situado dentro da Toca das Lontras, é constituído por 2 gravuras rupestres na forma de círculos concêntricos e uma, com linhas onduladas, semi- apagadas. Sítio nº 16 - Estação lítica 9 Situada dentro da Toca da Lontra, é constituída por um pequeno amolador circular. Sítio nº17 - Arte rupestre II Pesqueiro da Mariola, com 3 gravuras rupestres, uma na forma de silhueta rosa, na parede rochosa, e no chão, uma silhueta quadrangular negra e outra silhueta circular negra. 53
  • 60. Monumento Rupestre III Pedra da Janela - Marco astronômico alinhado com o nascer do sol no solstício de inverno. Sítio nº18 - Sambaqui 8 Sambaqui do remanço do casqueiro - Pequeno sambaqui situado no costão, à cerca de 100 m da Pedra do Galeão. Grau de integridade estimado entre 50 e 75%. Sítio da Pedra do Galeão - A Pedra do Galeão é muito conhecida entre os pescadores de Garopaba por diversos motivos, entre os quais destacamos a parte de mitos e tabus. Nos contam do aparecimento de assombraçòes, luzes que entram e saem do mar, de um buraco no mar que não tem fundo, na procissão dos mortos no dia dos finados que desaparece no local etc. Até o nome do time oficial de futebol da cidade tem o nome de Galeão, em homenagem à pedra, o que bem demonstra o carinho da população com o monumento rochoso. Somados a tudo isso, tem o interessante aspecto geológico formado pelo dique de diabásio que corta a ponta do morro em duas partes, deixando uma profunda rachadura. E nas paredes dessa rachadura estão os 17 painéis com arte rupestre, que conferem ao lugar o status de sítio arqueológico, monumento tombado por lei. Com o estado atual de abandono que está o sítio, dentro de pouco tempo o vandalismo destruirá o que ainda existe. Esse importante patrimônio cultural tem que ser protegido urgentemente, trata- se de uma valiosa relíquia pré-histórica com uma grande capacidade de atração turística. A valorização do local, com uma proteção adequada e passarelas para o público observar as gravuras rupestres, sem danificá-las, atrairá milhares de pessoas como acontece, por exemplo, na Praia do Santinho em Florianópolis e em vários outros países. Sugerimos a criação de um futuro parque municipal em toda a faixa de marinha, desde a ponta da Vigia até a Pedra do Galeão, atitude que protegerá os sítios arqueológicos e o meio ambiente circundante, não permitindo por força da lei, o loteamento do costão, e será sem dúvida, uma das grandes atrações ecoturísticas do município. Sítio nº19 - Arte Rupestre IV Sítio da Pedra do Galeão - Situado nas paredes verticais da rachadura, formada pelo dique de diabásio que corta a ponta do morro. É constituído por 17 gravuras. Quatro sinalações estão na parte mais alta, ao norte, no lado que se chega e as outras nas paredes do sul, espalhadas em alturas diferentes. Estão em sua maioria muito apagadas e são as que sobraram da destruição ocorrida com o passar do tempo, tanto por ações vandálicas como por causas naturais. O local apresenta-se geralmente com uma forte maresia, o que contribui para o desaparecimento das gravuras e torna muito perigosa a descida na rachadura. Deve ser evitada a descida na rachadura pelos turistas. O sítio precisa primeiro ser preparado com passarelas e proteções adequadas, com guias treinados, para depois receber o público. A arte rupestre é formada pelo conhecido estilo geométrico com seus símbolos universais e foram feitos pela técnica de picote e raspagem. 54
  • 61. Com o conhecimento atual sobre os sítios de arte rupestre, podemos afirmar sem dúvidas, que trata-se de um local sagrado, com os símbolos de sua religiosidade e de suas leis ancestrais. Traduzindo melhor, local de devoção, de poder, para onde os religiosos pré-históricos peregrinavam em certas épocas do ano. Como se vê, não é por nada que os pescadores antigos respeitavam e espalharam mitos sobre a Pedra do Galeão. Cerca de 100 m ao sul da Pedra do Galeão, num costão de difícil acesso, está localizada o monumento rupestre 3, a grande cabeça de pedra do ídolo ou guardião, com 9 m de altura. No local tem o sítio de arte rupestre V. PESQUEIROS DO COSTÃO DA GAROPABA ATÉ A PONTA DO CASQUEIRO Existe a trilha natural do costão que sai do canto da praia passando por todos os pesqueiros. Ver ítem trilhas. 1 - pedra do baú 2 - pesqueiro do linguado 3 - pedra do siri 4 - pesqueiro do Candeia 5 - pesqueiro quase do meio 6 - ponta do cais 7 - ponta da ilhota 8 - prainha da preguiça 9 - laje do Quirino 10 - pesqueiro do cação 11 - pesqueiro do céu 12 - pedra do calão (na chegada da prainha, onde estão os amoladores) 13 - pesqueiro do imbé 14 - pesqueiro do saltador 15 - pedra redonda 16 - laje do casqueiro PESQUEIROS DA PONTA DO CASQUEIRO ATÉ A PEDRA DO GALEÃO Existe a trilha natural que leva a todos os pesqueiros. Ver ítem trilhas. 17 - ilhota 18 - pesqueiro do buraco do Mané Ginuaro (amoladores) 19 - pesqueiro do respingo (Toca da Lontra - arte rupestre I) 20 - pesqueiro da pedra mulata (cachoeira) 21 - pesqueiro da ponta do Messias 22 - poço do camarão 23 - pesqueiro do Tembé 24 - pesqueiro do tanque (pedra parecida com cabeça de viola) 25 - pesqueiro da Mariola (arte rupestre II) 26 - pedra do lagarto 27 - pesqueiro do córrego 28 - laje preta 29 - ilhota do hospital (piscinas naturais) 30 - laje da barata 31 - remanço do casqueiro (sambaqui) 32 - pesqueiro do lajeado 33 - pedra do galeão (arte rupestre IV) 34 - buraco do cavalo (cabeça do grande ídolo e arte rupestre V) 35 - laje da prainha (Praia da Silveira) 55
  • 62. TRILHAS Trilha do costão - inicia no canto da praia de Garopaba e continua pelo costão até a Pedra do Galeão e Praia da Silveira. A trilha passa por um costão muito bonito, com recantos e pesqueiros maravilhosos, com cachoeiras e piscinas naturais, lindas vistas panorâmicas e a mata nativa com sua exuberante vegetação. A esse trajeto cheio de atrativos, ainda vamos somar os sítios arqueológicos, com 4 sambaquis, 7 estações líticas e tres sítios de arte rupestre, sendo um com 17 painéis diferentes. Esse grande patrimônio ecológico e arqueológico existente nesse costão precisa ser preservado para o futuro e sugerimos que todo o costão seja tombado como Patrimônio Municipal e seja criado o futuro Parque Municipal da Pedra do Galeão. Todo o costão está dentro da área de marinha e a criação do futuro parque municipal irá garantir a sua proteção a toda essa região, contra a terrível especulação imobiliária que está descaracterizando Garopaba, com o loteamento de seus morros e o corte do que resta da Mata Atlântida. Garopaba com os seus morros pelados e cheios de casas ficará estéril, sem atrativos para o ecoturismo e se transformará em apenas mais uma grande cidade com praias poluídas e vazias durante a maior parte do ano. Caminho do Rei - Na Praia de Garopaba, o caminho que vem vindo desde a Gambôa, segue pela rua que vai para a Vigia até a parte mais alta, antes da prainha, e sobe pelo lombo do morro, atravessando a fazenda de Quirino Lopes até a parte mais alta na divisa com outra propriedade. Nesse local tem uma das mais lindas vistas panorâmicas do município. Dentro da outra propriedade, a velha trilha, uma antiga picada aberta na mata, transforma-se numa rua aberta por máquinas, com 5m de largura e continua subindo o morro por cerca de 1 km. Já descendo o morro em direção à Praia da Silveira, a rua segue por dentro da mata e acompanha uma antiga e extensa cerca de pedra. Passa na encruzilhada com a rua que leva ao canto da praia e continua pelo lombo do morro em direção ao Morro do Pinquirito, passando na parte mais alta a estrada da Praia da Silveira. Essas ruas abertas dentro da última reserva de mata atlântica do Morro da Garopaba, o que é a nosso ver um crime, foi feita com a intenção de lotearem toda a área superior do morro e a encosta que leva aos pesqueiros e o canto da praia. Vamos rezar para que isso não aconteça. Trilha para a Silveira - Atualmente, a trilha começa ao lado da grutinha. Acompanha o Caminho do Rei até a parte mais alta, na divisa das propriedades e continua descendo por mais uns 1500 m até a encruzilhada. Aí dobra à esquerda, descendo pelo lombo do morro até a Praia da Silveira. No final da descida tem trilhas que descem para os pesqueiros do costão, inclusive para a Pedra do Galeão. Além das belíssimas vistas panorâmicas, passa-se por perto de uma reserva virgem de mata atlântida que enfeita a trilha na encosta do morro. 56
  • 63. PRAIA DA SILVEIRA Nos contaram os mais antigos, que seus pais aprenderam desde pequenos, que quando abriram o caminho para a Silveira, mataram 2 tigres, um preto e um rajado. Contamos esses fatos para regredirmos no tempo e sentirmos a pujança da Mata Atlântida de outrora, e nos conscientizarmos da importância de preservar o que resta desse meio ambiente original. O homem moderno além de ter quase acabado com a mata, faz reflorestamentos com pinus, uma árvore importada, estéril, que não fornece nenhum alimento para os nossos pássaros, estraga o solo e cobre-o com uma palha que não deixa nada crescer. As praias da Barra, do Ouvidor e Vermelha, são as que estão sofrendo mais com essa intromissão, que espanta os pássaros e os animais e transforma nossas praias em praias californianas ou australianas. Na região da Praia da Silveira entre o mar e os morros, entre as casas de veranistas, tanto no canto norte como no canto sul, existem belas lagoas de águas tranquilas e cheias de aves, verdadeiros santuários que precisam ser conservados. SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS Sítio nº20 - Sambaqui 9 Sambaqui do areial - Situado no canto norte da praia, no areial que sobe o morro, no lado esquerdo do início da trilha para Garopaba. Na realidade trata-se de um cemitério e aldeia pré-histórica, enterrados na terra do morro e não nos casqueiros, como nos sambaquis. Seu material lítico observado no local, machados, pequenos cones e um zoomorfo, em nada diferem dos encontrados nos sambaquis da região. Grau de integridade estimado entre 25 e 75% e área do sítio entre 800 e 1.300 m². Esse importante sítio arqueológico, diferente dos outros, está situado dentro das terras da Família Sefton, bem no lugar por onde passam continuadamente as pessoas a cavalo e o gado da fazenda, já a bastante tempo, destruindo o local e deixando os vestígios à mostra. Não acreditamos que nunca ninguém tenham visto a imensa quantidade de material lítico que está no chão, à vista de todo mundo. Mesmo que essa imposibilidade exista, o local agora é do conhecimento de todos e automaticamente um bem cultural tombado pelo Patrimônio Público. Deve ser providenciada a sua proteção, impedindo a continuação de sua permanente destruição. Contatamos o IPHAN, que imediatamente mandou um arqueólogo para registrar o sítio e tomar as medidas necessárias para a sua proteção. É mais um sítio arqueológico para enriquecer o patrimônio municipal e mais um produto cultural para o ecoturismo. É um museu pré-histórico ao ar livre e precisa ser valorizado como tal. Sítio nº21 - Estação Lítica 10 Estação Lítica do canto norte - Situada cerca de 100m do fim da praia, nas pedras miúdas do início do costão. O sítio foi muito depredado, restando apenas 3 amoladores circulares em rochas isoladas de diabásio. Foi feito um grande esforço para apagar qualquer vestígio da presença do sítio arqueológico. Ou tinha alguma coisa importante que despertou a cobiça dos caçadores de tesouros ou foi simplesmente para apagarem a incômoda presença dos sítios quanto ao aspecto imobiliário. 57
  • 64. Figuras 86, 87, 88 e 89 - A Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, com seus belos arranjos florais e a sua bica d'água, que desde os primeiros tempos da Vila da Garopaba atende as promessas de seus devotos e lhes sacia a sede. 58
  • 65. Figuras 90 e 91 - Prainha da Preguiça e pesqueiros do costão, locais com água transparente para o mergulho autônomo. 59
  • 66. Figura 92 - Canto sul da Praia de Garopaba, visto da trilha do Morro da Vigia. 60
  • 67. Casqueiro Pedra Redonda Saltador Prainha Pedra do Calão Poço do Camarão Toca da Lontra Pesqueiro do Buraco Primeira parte da trilha que leva à Praia da Silveira, extensão 850 m. 61
  • 68. Figura 93 - A lindíssima Prainha da Vigia e seus sítios arqueológicos, uma relíquia que precisa ser protegida e valorizada como tal. A criação de um parque ou praça municipal, irá administrar tais problemas. 62
  • 69. Figuras 94, 95 e 96 - Estação lítica 3. Parte superior do sítio, com os amoladores longitudinais que o compõem e detalhes de suas canaletas. 63
  • 70. Figuras 97, 98 e 99 - Estação lítica 3. Parte média do sítio, com os belíssimos amoladores circunformes e detalhes de um conjunto simétrico com possível simbolismo. 64
  • 71. Figuras 100, 101 e 102 - Estação lítica 3. Parte média do sítio e o lindo conjunto simétrico, aqui vistos de ângulos diferentes. 65
  • 72. Figuras 103, 104 e 105 - Estação lítica 3. Parte inferior do sítio e seus blocos com lindos conjuntos de amoladores circunformes. 66
  • 73. Figura 106 - Estação lítica 4. Sítio com poucos amoladores circunformes, parte deles enterrada na areia da praia. Figura 107 - Estação lítica 5. Amolador em forma de meia bacia, também usado para lavar ou escorrer ou secar algum produto. Figura 108 - Estação lítica 5. Amolador circular num bloco isolado de diabásio. Figura 109 - Estação lítica 5. Resquícios de dois amoladores circunformes. 67
  • 74. Figura 110 - Espetacular vista panorâmica com a Praia da Garopaba, Praia do Siriú e Ponta da Gamboa, aqui vistas da trilha que vai pelo morro para a Praia da Silveira. 68
  • 75. Figura 111 - Parcel da Ponta da Vigia, santuário de vida marinham para estudiosos e aficcionados de mergulho sumarino. 69
  • 76. Figuras 112, 113 e 114 - Na Ponta do Casqueiro, o pesqueiro da ilhota; o início do Costão da Casqueira e da trilha que leva aos demais pesqueiros, Pedra do Galeão e Praia da Silveira. 70
  • 77. Figuras 115 e 116 - Observatório astronômico pré- histórico, com as marcações de soltícios, equinócios e o meio do céu (zênite). Montado pelo arqueoastrônomo Germano Afonso conforme era usado pelos antigos habitantes. Com ele, marcavam as estações, os pontos cardeais e mapeavam as estrelas e constelações. Ao lado, o desenho com os nomes das direções em tupi-quarani. 71
  • 78. Figura 117 - Estação lítica 6. Dique de diabásio com o sítio de amoladores parcialmente destruído. 72
  • 79. Figuras 118 e 119 - Estação lítica 6. Detalhes dos pequenos amoladores circunformes na entrada do sítio. 73
  • 80. Figuras 120, 121, 122 e 123 - Estação lítica 6. Detalhes dos grandes amoladores circunformes que escaparam milagrosamente do vandalismo na época da construção da praça do centrinho. 74
  • 81. Figuras 124 e 125 - Abrigo sob-rocha 4 Toca da Lontra - Dois visuais da entrada norte do abrigo com arte rupestre e amolador. Essa entrada fica de frente para o solstício de inverno e a entrada sul, para o solstício de verão. Fica claro que o local era usado com finalidades científica e cerimonial. 75
  • 82. Figuras 126 e 127 - Prováveis rostos ocultos são vistos em rochas nas proximidades da Toca da Lontra. 76
  • 83. Figura 128 - Toca da Lontra com sua parte interna direcionada para o sul. 77
  • 84. Figuras 129, 130 e 131 - Uma série de linhas onduladas e dois círculos concêntricos, ainda são vistos no abrigo. 78
  • 85. Figuras 132 e 133 - Visuais da parte interna, aparecendo um círculo e o pequeno amolador circular. 79
  • 86. Figura 134 - Nascer do sol no solstício de inverno em frente a entrada norte da Toca da Lontra. 80
  • 87. Figuras 135 e 136 - Caminho do Rei. A antiga trilha para a Praia da Silveira e para o Capão e a Ferrugem foi transformada em ruas, abertas no meio da última reserva de mata atlântica da região circunvizinha à cidade de Garopaba. 81
  • 88. Figura 137 - Caminho do Rei. Parte de antigas cercas de pedra, feitas pelos escravos, que ornamentam e acompanham o caminho. Figuras 138 e 139 - Vista panorâmica do costão da Casqueira, vendo-se parte dos pesqueiros até a Ponta do Galeão, os campos e a reserva de mata atlântica, em que foram abertas as ruas com fins imobiliários. 82
  • 89. Figura 140 - Vista panorâmica da Praia da Silveira, observada do antigo Caminho do Rei. 83
  • 90. Prainha Vigia Buraco Toca da Lontra Poço do Camarâo Tanque Mariola Laje Preta Piscinas Casqueiro Pedra do Galeão Laje Preta Laje da Prainha Praia da Silveira Córrego 84
  • 91. Figura 141 - Pesqueiro da Mariola. No local, uma escada facilitará a passagem da trilha. Figura 142 - Arte rupestre constituída por uma silhueta circular rosa. Figura 143 - Arte rupestre constituída por uma silhueta retangular negra. Figura 144 - Arte rupestre constituída por uma silhueta circular negra. 85
  • 92. Figura 145 - Monumento rupestre. Pedra da Janela, marco astronômico que sinaliza o solstício de inverno, com o sol nascendo pelo meio da abertura entre as rochas. 86
  • 93. Figura 146 - O sol nascendo no solstício de inverno na Pedra da Janela. Foto de Lúcio Silva. 87
  • 94. Figuras 147, 148 e 149 - Costão do Casqueiro. Belíssima cachoeira, localizada no pesqueiro da Pedra Mulata, que desce o morro e forma uma refrescante piscina natural, e depois cai no mar por uma rachadura do costão. 88
  • 95. Figura 150 - Costão do Casqueiro. Vista panorâmica do costão e seus pesqueiros. Figura 151 - Vista panorâmica para o sul até a Pedra do Galeão. Figura 152 - Pequena cachoeira que abre caminho em direção ao mar saltando por entre a rocha. 89
  • 96. Figuras 153 e 154 - Costão do Casqueiro. Sambaqui 8. Sítio situado no pesqueiro remanso do casqueiro, assim chamado devido à grande quantidade de cacos de conchas que dão nome ao local. 90
  • 97. Figura 155 - Pedra do Galeão. Grande rocha na chegada do sítio, com restos de sinalações rupestres que foram destruídas no passado. 91
  • 98. Figuras 156 e 157 - A grande rachadura da ponta do morro, em cujas paredes laterais estão os painéis com arte rupestre, aqui vista do sul. 92
  • 99. Figura 158 - Arte Rupestre III. Painel com arte rupestre bastante destruído na chegada do sítio. Figura 159 - Arte Rupestre III. Série de triângulos com o vértice para baixo, localizado perto do anterior, no primeiro lance da descida, ainda no lado esquerdo da rachadura. 93
  • 100. Figuras 160 e 161 - Arte Rupestre III. Painel com antropomorfos na parte superior da rachadura. 94
  • 101. Figuras 162 e 163 - Arte Rupestre III. Vestígios de sinalações em painel situado na descida oficial do pesqueiro, ainda no lado esquerdo da rachadura. 95
  • 102. Figuras 164 e 165 - Arte Rupestre III. Lado esquerdo do mesmo painel, com duas linhas onduladas paralelas horizontais, série com quatro triângulos e prováveis antropomorfos. 96
  • 103. Figura 166 - Arte Rupestre III. Na parede direita da rachadura, painel bastante danificado por vândalos. 97
  • 104. Figura 167 - Arte Rupestre III. No detalhe, sinalação abaixo do painel anterior. Figura 168 - Arte Rupestre III. Série de triângulos com o vértice para baixo. 98
  • 105. Figura 169 - Arte Rupestre III. Sinalação constituída por linhas em ziguezague dentro de um retângulo. 99
  • 106. Figuras 170 e 171 - Arte Rupestre III. Painel bastante danificado, em que ainda são identificados uma série de triângulos, um antropomorfo, círculos concêntricos e linhas em ziguezague. Figura 172 - Arte Rupestre III. Sinalação que parace um objeto voador não identificado. 100
  • 107. Figuras 173 - Arte Rupestre III. Painel com três antropomorfos e figura rediforme bastante apagada. Figura 174 - Arte Rupestre III. Sinalação com dois antropomorfos superpostos. 101
  • 108. Figuras 175, 176, 177 e 178 - Arte Rupestre III. Quatro painéis distintos com círculos concêntricos. 102
  • 109. Figura 179 - Arte rupestre III. Painel com várias figuras semi- apagadas. Figura 180 - Arte rupestre III. No destaque, um antropomorfo. Figura 181 - Arte rupestre III. Círculo concêntrico e um antropomorfo. 103
  • 110. Figura 182 - Monumento rupestre. A esfinge, a cabeça do grande ídolo com 9 m de altura. 104
  • 111. 105 Figuras 184 e 185 - Arte rupestre IV. Figura em forma de "X" e também uma cúpula no mesmo sítio da grande cabeça. Figura 183 - A obra de arte milenar vista de outro ângulo.
  • 112. Figura 186 - A continuação da rachadura para o sul e o inacessível costão que leva à Praia da Silveira. 106
  • 113. Figuras 187 e 188 - Vistas panorâmicas da trilha que leva para a praia por cima do morro. 107
  • 114. Figuras 189, 190 e 191 - Sambaqui 9. Sítio arqueológico com grande quantidade de material lítico esparramado na superfície. O local, que é um museu ao ar livre, fica no caminho do gado, precisando de urgente proteção. 108
  • 115. Figuras 192, 193 e 194 - Estação lítica 7. Os poucos amoladores circulares em rochas isoladas de diabásio que restaram da grande destruição ocorrida no local. 109
  • 116. Figuras 195 e 196 - Vistas panorâmicas do canto norte e da ponta sul da Praia da Silveira. 110
  • 117. Figuras 197 - Linda lagoa perto do canto norte da praia. 111
  • 119. REGIÃO 3 Canto sul da Praia da Silveira, Saco da Cobra e Praia da Ferrugem SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS Praia da Silveira Sítio nº22 - Sambaqui 10 Sambaqui da ponta sul - Situado no canto sul da praia e ao lado do riacho, o casqueiro do sambaqui está coberto pela grama. Grau de integridade estimado entre 50 e 75%, possibilitando um estudo científico no futuro. O local é de uma grande beleza, numa posição estratégica, tendo por perto o costão, água doce, riacho, lagoa, dunas e uma deslumbrante vista panorâmica. Sítio nº23 - Estação Lítica 11 Estação Lítica do canto sul - Situada na margem direita do riacho, ao lado do sambaqui. É constituída por apenas 2 amoladores circulares em pequenas rochas isoladas de diabásio, que estão atualmente semi-enterradas na areia. É possível a existência de mais amoladores enterrados na areia. Saco da Cobra Impressionante enseada, ladeada por rochas, encravada entre os morros do Avô e do Capão. O Saco da Cobra é visto somente de cima dos morros, não sendo avistado das praias, pois fica situado no costão com a maior extensão de todo o município. Seus pesqueiros são muito apreciados pelos pescadores. Chega-se somente por 3 trilhas: uma vinda do norte, da Praia da Silveira; outra do Capão, que é a mais próxima da estrada, e a outra que vem do sul, da Praia da Ferrugem. No canto esquerdo do Saco da Cobra, tem uma lindíssima cachoeira, que passa por cima do lajedo do costão e cai no mar, em pequenas cascatas, que com o conjunto, forma um dos mais impressionantes locais do litoral, tanto por sua beleza como por seu meio ambiente selvagem e intocado. Estão construindo muitas casas em cima do Morro do Capão. É preciso fazer uma lei que proíba a construçào de casas na parte superior da encosta dos morros, pois estão rapando a mata nativa, transformando e degradando o meio ambiente e enfeiando a nossa querida Garopaba. Sítio nº24 - Estação lítica 12 Estação Lítica do Saco da Cobra - Situada na ponta norte do Saco da Cobra, na ponta de fora da laje negra, na superfície do grande lajedo de diabásio alí existente. Constituída atualmente por 1 pequeno e profundo amolador circular. No local tem um abrigo sob-rocha. Sítio nº25 - Sambaqui 11 Sambaqui do Capão - Situado no Capão, perto da estrada que leva para a Ferrugem, na rua do posto telefônico, está coberto em parte pelas casas de veranistas e parte em terreno baldio. Foram retirados no passado do local algumas igaçabas ou grandes potes de cerâmica com sepultamentos. Nos contaram os moradores que numerosas peças líticas e de cerâmica que foram coletadas desse sambaqui e e de outros da região, fazem parte atualmente da coleção do Sr. Rau, um suiço que morou muitos anos no Capão e fez diversas escavações nos sambaquis. E que uma grande igaçaba ou pote de cerâmica, todo pintado e com um esqueleto fletido dentro, foi levado por um médico da cidade de São Miguel do Oeste, que é aparentado por parte da esposa com pessoas do Capão. 113
  • 120. Todo esse material roubado e retirado ilegalmente, deve ser recolhido e trazido para fazer parte da futura casa de cultura, que abrigará o patrimônio arqueológico retirado no passado dos sambaquis. Praia da Ferrugem Sítio nº26 - Arte Rupestre VI Sítio da Ferrugem - Localizado no costão, logo passando a ponta do morro no sentido norte. Está na parede vertical do dique de diabásio à cerca de 10 m de altura do nível do mar. Está direcionado entre o nordeste e o norte, e é constituído por 2 pequenos painéis. O primeiro da esquerda é constituído por 3 círculos alinhados verticalmente e 2 traços retos verticais paralelos, em estado de conservação ruim. O segundo painel, no lado esquerdo do observador, é constituído por 2 sinalações que lembram cruzes, mas que são símbolos religiosos comuns a essa cultura pré-histórica. Esse pequeno painel está quase apagado, se tornando vestígio. Os dois painéis consistem de símbolos geométricos conhecidos e foram feitos com a técnica de picote e raspagem. É mais um patrimônio que enriquece o potencial ecoturístico e precisa ser protegido e valorizado. Sítio nº27 - Sambaqui 12 Sambaqui do canto da praia - Localizado no início do costào, tem cerca de 100m de extensão ao longo do mar. Acha-se atualmente encoberto por pitas e árvores, em terras do Sr. Frederico e tem grau de integridade estimado entre 25 e 75%. Sítio nº28 - Estação Lítica 13 Estação Lítica do canto da praia - Localizada no canto da praia, logo no início do costão. O sítio foi muito depredado no passado, restando apenas um amolador circular em pedra enterrada na areia e dois amoladores longiitudinais, na superfície de uma rocha de diabásio, muito degradados e semi- apagados. É possível a existência de mais amoladores enterrados na areia. Sítio nº29 - Aldeia ou cemitério pré-histórico (sambaqui 13) Aldeia das dunas - Localizado nas areias das dunas, na encruzilhada do caminho que vem da primeira rua para a praia, perto do novo bar que estão construindo. Grau de integridade estimado entre 25 e 75%. PESQUEIROS DOS COSTÕES: SILVEIRA, SACO DA COBRA E FERRUGEM Esse é o maior costão do município, tanto em extensão como em altura, sendo impossível atravessá-lo diretamente pela trilha do costão. Tem que se pegar a trilha que vai para o Costão da Cobra e descer para os pesqueiros. As vistas panorâmicas do alto do morro de toda a região circunvizinha, com o mar e os penhascos, valem o esforço da caminhada. Hoje em dia existem ruas que sobem os morros à partir do Capão, o que facilita a visitação dos pesqueiros. No Pesqueiro do Isaías existem duas furnas e no Pesqueiro da Pedra Negra, uma grande furna, e nos rêgos, assim conhecidos os lugares em que o mar avança para dentro do costão, também existem furnas. Essas furnas precisam ser exploradas, pois pode acontecer de alguma delas ser um santuário pré-histórico. 114
  • 121. Para chegar nas furnas é necessário ir de barco, parar nas proximidades, e ir nadando com equipamento de mergulho. É trabalho muito perigoso por causa das correntes e marés, tendo que ser feito por profissionais. Costão da Silveira (sul) - trilha do costão vai até o pesqueiro nº3. A antiga trilha que beirava o morro e acessava aos demais pesqueiros foi abandonada e tomada pelo mato. Atualmente, para se ir aos demais pesqueiros, tem-se que ir ao Saco da Cobra e voltar, costeando o Morro da Avô. 1 - pedra miúda 2 - ilhote da Silveira 3 - pesqueiro alto (limite do Costão da Silveira) Costão do Sul 4 - Antonio Maria 5 - pesqueiro do Isaías (duas furnas) 6 - ponta funda 7 - buraco novo 8 - pesqueiro da saída 9 - pesqueiro do lombo 10 - lajinha do lombo 11 - pesqueiro do forninho 12 - furna ou rêgo da laje grande 13 - laje grande 14 - ponta da laje grande 15 - furna Costão da furna de dentro 16 - alagador 17 - pedra da escada 18 - pesqueiro fundo 19 - ponta funda 20 - rêgo do Zé Arbano 21 - Zé Arbano 22 - formigueiro 23 - ponta do formigueiro 24 - laje baixa 25 - rêgo 26 - furna de dentro Costão da pedra negra 27 - Manoel Loriano 28 - pedra vermelha 29 - pedra negra (furna grande) 30 - de baixo da escada 31 - laje do marisco 32 - buraco do sargo Costão do Saco da Cobra 33 - saltador 34 - laje negra 35 - as tres irmãs 36 - boca da cachoeira 37 - Manuel Antonio 38 - ponta do costão do sul 39 - ponta do capão 40 - saco da cobra 41 - pedra do avô 42 - as curvinas 43 - ponta de fora Costão do Capão 44 - imbé 45 - rêgo da mesa 46 - pedra baixa 47 - laje verde 48 - pedra alta 49 - inferninho baixo 50 - inferninho alto 115
  • 122. Costão da Ferrugem 51 - rêgo 52 - pesqueiro fundo 53 - laje amarela 54 - molhabunda 55 - refugo 56 - laje do velho 57 - lajeado dos pampos 58 - os pampos 59 - rêgo da laje amarela 60 - alto da baleia 61 - baleia 62 - ponta do Girimano 63 - ponta do Teixeira 64 - poça da garopeta 65 - tarrafada da lontra 66 - pedra bicuda 67 - pedra rachada 68 - pedra da marca 69 - pedra miúda TRILHAS Trilha do costão da Silveira para o sul - essa trilha vai somente até o pesqueiro 3. Para acessar os demais pesqueiros, deve-se tomar ao caminho que vai para o Saco da Cobra, passando pelo Morro do Avô e próximo ao Saco da Cobra, contornar o morro e voltar pelo caminho que leva ao costões do formigueiro e da laje grande. Trilha do Saco da Cobra para o norte - pelo costão vai somente até o pesqueiro do saltador. Para os demais pesqueiros, tem-se que subir a encosta sul do Morro do Avô, e pegar a trilha que leva aos demais pesqueiros. Trilha do Saco da Cobra para o sul - pelo costão chega-se somente até o pesqueiro da ponta de fora. Para se ir aos demais pesqueiros e a Praia da Ferrugem, pega-se a trilha pela encosta oriental do Morro do Capão. Aos pesqueiros 41 até 47, chega-se por trilhas que passam pelo alto do morro. Do pesqueiro fundo para o sul, pode-se ir pelo costão até a Praia da Ferrugem ou vir pela trilha do morro. Trilha da Ferrugem para o Saco da Cobra - vai o caminho pelo costão até o rêgo do pesqueiro fundo e depois sobe o morro e continua para o Capão e Saco da Cobra. Caminho do Rei - Nessa região, o caminho desvia da Praia da Silveira, continuando por cima dos morros e suas encostas orientais, no Morro do Pinquirito, no Morro da Cobra até chegar ao Capão e Ferrugem. A paisagem que se contempla agora é a grande planície interna, com suas lagoas, campos e dunas. Infelizmente o caminho está interrompido em vários trechos por cercas e mata. Restabelecer essa trilha tem que ser prioridade nos projetos de desenvolvimento turístico do município. Figuras 198 e 199 - Nas trilhas podemos observar uma diversidade de pássaros, aves e lindas flores. 116
  • 123. Figura 200 - Belíssima paisagem com o rio, a vegetação e a praia ao fundo. 117
  • 124. Figuras 201 - Sambaqui 10, no canto sul da praia. Figuras 202 e 203 - Estação lítica 8, na foz do riacho, no canto sul da praia, estando os poucos amoladores que restaram da destruição submersos e enterrados na areia. 118
  • 125. Figuras 204 e 205 - Costão da Pedra Negra. Vistas panorâmicas do costão e seus pesqueiros, vendo-se em primeiro plano o pesqueiro do rego e ao fundo o Saco da Cobra.
  • 126. Figura 206 - No penhasco ao lado do Pesqueiro do Rego, aparece um rosto oculto em sua parte central. Esta obra de arte sinaliza um local muito especial para os pré-históricos habitantes da região. 120
  • 127. Figuras 207 e 208 - Monumento rupestre. O espetacular rosto oculto, uma esfígie olhando para o mar. E para confirmar sua autenticidade, fizeram um triângulo obtuso com o vértice para baixo, sinalizando a máscara. 121
  • 128. Figura 209 - No Morro do Avô, na trilha que desce para os pesqueiros, vista panorâmica com a parte sul do Saco da Cobra ao fundo. Figura 210 - Saco da Cobra visto do pesqueiro da laje negra. 122
  • 129. Figuras 211 e 212 - Abrigo sob-rocha 5. Na Lage Negra, o abrigo protege do sol e oferece um aprasível local para descanso, como fazem os colegas Fernando Bitencour e Lúcio Silva. Figura 213 - Estação lítica 9. Situada na ponta de fora da Laje Negra, é constituída por um pequeno e profundo amolador circular. 123
  • 130. Figuras 214, 215 e 216 - Lindíssima cachoeira no canto nordeste do Saco da Cobra, que forma diversos chuveiros naturais ao cair no mar. 124
  • 131. Figura 217 - Belíssima vista panorâmica mostrando todo o Saco da Cobra, em fotografia tirada do pesqueiro da ponta de fora. 125
  • 132. Figuras 218 e 219 - Costão ao norte do Saco da Cobra e detalhes das furnas na ponta do morro. 126
  • 133. Figuras 220 e 221 - Costão ao sul do Saco da Cobra e detalhes de seus belos pesqueiros. 127
  • 134. Figuras 222 - Morro do Avô. Lindíssima vista panorâmica com o Saco da Cobra à esquerda, o Morro do Capão no meio, e à direita a Lagoa da Garopaba. 128
  • 135. Figura 223 - Morro do Capão. Pôr-do-sol na Lagoa da Garopaba e o belíssimo visuai, aqui visto do caminho que leva à Ferrugem pelo morro. 129
  • 136. Figuras 224, 225 e 226 - Costão da Ferrugem. Trilha que leva aos pesqueiros do costão e a vista panorâmica com o Ilhote e o costão da Barra ao fundo. 130
  • 137. Figuras 227 - Arte Rupestre 2. Costão da Ferrugem. Painel com duas sinalações muito apagadas, virando vestígios. 131
  • 138. Figura 228 - Arte Rupestre 2. Costão da Ferrugem. Painel com três círculos e duas linhas verticais. 132
  • 139. Figuras 229 e 230 - Sambaqui 12. Praia da Ferrugem. Com o casqueiro aflorando jundo às pedras e tendo a sua maior parte encoberta pela vegetação, dentro de uma propriedade particular. 133
  • 140. Figuras 231 e 232 - O mesmo sambaqui visto do costão para a praia.
  • 141. Figura 233 - Estação lítica 10. Os dois últimos amoladores longitudinais do sítio. Figuras 234 e 235 - Estação lítica 10. Detalhes de um amolador circular parcialmente enterrado na areia. 135
  • 142. Figuras 236, 237 e 238 - Sambaqui 13. Sítio arqueológico com material lítico aflorando no meio das dunas, situado no caminho que leva à praia. 136
  • 143. Legenda Trilha Caminho do Rei Estrada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Gruta Santa Monumento Rochoso Abrigo Sob Rocha Sambaqui Arte Rupestre Cachoeira Vista Panorâmica Piscina Natural Pesqueiro P01 Dunas Estação Lítica P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07 P08 P09 P10 Barra da Lagoa Ilhote da Barra Praia da Barra Ponta do Areial Ponta da Caranha Morro da Caranha REGIÃO 4 137
  • 144. REGIÃO 4 Ilhote da Barra, praia e costão da Barra, Praia do Ouvidor e Praia Vermelha Ilhote da Barra ou Morro do Índio Carijó Espetacular museu arqueológico ao ar livre, com um enorme sambaqui e 6 estações líticas com centenas de amoladores espalhadas em volta da ilha, que bem atestam a importância do local na pré- história. Também possui arte rupestre, grandes rochas com rostos ocultos, uma poltrona de pedra e alinhamentos astronômicos. O ilhote todo precisa ser protegido urgentemente, pois é impressionante a quantidade de amoladores que foram destruídos e levados recentemente, acusando talvez um comércio ilegal. É um crime inafiançável contra o patrimônio da humanidade. Outro problema são os caminhos que levam aos pesqueiros. Alguns desses caminhos passam por cima do sambaqui, esburacando e deixando à mostra ossamentas humanas e muito material lítico. E outros, passam por cima dos diques de diabásio com as concentrações de amoladores, erodindo-os aos poucos. Como já é um lugar tombado, um patrimônio público, sugerimos a criação pelo município, de um futuro parque e museu ao ar livre, medida esta que irá proteger e valorizar toda a área arqueológica e será mais um grande atrativo, um produto cultural de alto nível, que irá valorizar ainda mais o patrimônio ecoturístico municipal. Imaginem o futuro Parque e Museu ao ar livre Morro do Índio Carijó, todo organizado, limpo, sinalizado etc. Será um orgulho para os pescadores e moradores da região. Atualmente quem procura cuidar um pouco do Ilhote é a Associação dos Pescadores da Ferrugem, que sem meios não pode fazer muita coisa. A criação do parque e museu ao ar livre, permitirá à associação ter um rendimento, através da venda de entradas, artesanato, camisetas etc., que ajudará aos associados e dará condições do parque se auto manter. Geologicamente o ilhote também é interessante, com suas rochas de gnaiss e granito, que são atravessadas em diversas partes por diques de diabásio. Existem dois pequenos abrigos sob-rocha e duas fontes com água potável. Perto da praia, no lado norte, tem duas grandes rochas com curiosos apelidos, pela sua formação natural. São a Pedra do Porco e a Pedra da Pomba. E de cima de seu ponto mais alto, na vigia, onde provavelmente existia um grande monumento rochoso, tem uma vista panorâmica deslumbrante para as praias do sul e norte, canal da barra e Lagoa da Garopaba. SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS Sítio nº30 - Sambaqui 14 Sambaqui do Ilhote da Barra - Ocupando uma grande área do ilhote, abrange toda a terra e areia da parte de frente para a praia, estando inclusive o barraco dos pescadores em cima de parte do sambaqui. Mesmo com toda a destruição ocorrida no passado, escavações clandestinas, construções etc., ainda resta uma área arqueológica muito grande, com grau de integridade estimado entre 50 e 75%. Tem que serem desviados ou impedidos os caminhos que atravessam o sambaqui e as estações líticas. 138
  • 145. Acreditam os pescadores, que embaixo de cada urumbeva (cactos grandes), numerosas no ilhote, existe um sepultamento e contam que muito material arqueológico foi retirado ilegalmente e que um suiço que morou no Capão, tem uma enorme coleção de peças. Sítio nº31 - Estação Lítica 11 Estação Lítica 8 - Localizado na areia da praia, no lado oeste do ilhote. É constituído por diversos blocos isolados de diabásio com amoladores, espalhados por cerca de 50m. Alguns desses blocos ficam em baixo dágua quando sobe a maré ou quando o canal da Barra rompe nas cercanias, e outros ficam soterrados com a areia das dunas. Indo no sentido horário, do sul para o norte, temos: 1 amolador circular em rocha isolada 1 amolador circular em rocha isloada 2 amoladores circulares em rocha isolada 7 grandes amoladores circulares decoram um espetacular bloco com 2m de comprimento por 1m de largura 1 amolador circular em rocha partida 2 amoladores circulares em rocha partida 11 pequenos amoladores circulares em um bloco 5 amoladores longitudinais Sítio nº32 - Estação Lítica 12 Estação Lítica 9 - Situada cerca de 60m ao norte da anterior, é constituído somente por 4 blocos com amoladores que escaparam da destruição. 9 amoladores longitudinais e 2 circulares em um bloco acima do barranco 6 amoladores circulares em um bloco na areia 2 amoladores circulares em bloco isolado 10 amoladores circulares em bloco isolado na areia Sítio nº33 - Estação Lítica 13 Estação Lítica 10 - Localizada no dique de diabásio que passa no meio do ilhote, no lado norte, começa perto do mar e o lajedo acompanha a subida do terreno. É constituído por duas partes: A primeira, situada mais perto d'água, é constituída por 31 amoladores circulares distribuídos por cerca de 20 m de extensão. Nesse ponto o dique é interrompido por uma faixa de areia e grama por 10 m, e continua na parte superior. Por baixo da areia e da grama existem mais amoladores, que no futuro, limpos do entulho, poderão ser vistos. A segunda parte, a superior, o sítio é constituído por uma das mais lindas concentrações dessas fábricas de material lítico, com dezenas de amoladores circulares e várias séries de amoladores longitudinais, distribuídos por uma área de 12 por 15 m. Sítio nº34 - Estação Lítica 14 Estação Lítica 11 - Continuando no sentido horário, já virado para o lado SE do ilhote. Situado num estreito dique de diabásio, tem na parte superior do declive, 4 pequenos amoladores circulares que escaparam da destruição ocorrida no local. Na parte inferior do lajedo, junto ao mar, ainda são vistos 7 grandes amoladores circulares. Sítio nº35 - Estação Lítica 15 Estação Lítica 12 - Continuando no sentido horário, logo passando a grande rocha de granito que forma um abrigo. Localizado num estreito dique de diabásio, na parte superior do lajedo, é constituído por apenas 5 pequenos amoladores que escaparam da destruição, pois existiam mais. Sobre o lajedo tem uma grande rocha de granito que pode ter caído por cima de outros amoladores. Na parte inferior, após a rocha, ainda existem 2 amoladores circulares. 139
  • 146. Sítio nº36 - Estação Lítica 16 Estação Lítica 13 - Continuando chegamos no último dique de diabásio antes da praia, virado para o sul. O sítio vai desde a parte superior até a beira do mar. É constituído por 76 amoladores circulares e uns poucos longitudinais, que ainda são vistos, pois aqui também o vandalismo correu solto. Figura 239 - Panorâmica do futuro Parque Arqueológico e Museu ao Ar Livre, Morro do Índio Carijó. 140
  • 147. Figuras 240, 241 e 242 - O ilhote da Barra visto de diferentes ângulos. 141
  • 148. Figuras 243, 244 e 245 - Morro do Índio Carijó visto do sul e de diferentes locais. 142
  • 149. Figura 246 - Vista panorâmica da ponta do Ilhote da Barra, com seus pesqueiros e piscinas naturais. 143
  • 150. Figuras 247 - Detalhe dos turistas curtindo a piscina natural do ilhote. 144
  • 151. Figuras 248 e 249 - Mais vistas internas do Ilhote da Barra, também conhecido por Morro do Índio Carijó. 145
  • 152. Figura 250 - Panorâmica da Praia da Ferrugem e da ponta do morro, vistas da parte alta do ilhote 146
  • 153. Figuras 251 e 252 - Do alto do Ilhote, vista panorâmica com a Ponta do Areal, Morro da Caranha e Praia do Ouvidor, ao fundo. 147
  • 154. Figura 253 - Rancho dos pescadores construído acima de parte do imenso sambaqui que rodeia o morro no lado oeste, em frente à praia. Figura 254 - Restos de antigos monumentos rochosos alinhados que existiram no ilhote e foram destruídos, apagados do conhecimento da humanidade. 148
  • 155. Figura 255 - Enorme rocha granítica que forma um dos abrigos sob-rocha do ilhote. Figura 256 - Sambaqui 14, aberto pelas chuvas, estando com grande quantidade de material lítico e ossamentas humanas espalhados pela superfície. 149
  • 156. Figuras 257, 258 e 259 - Estação lítica 11. Espetacular bloco de diabásio com 7 amoladores circulares e detalhes do lado direito da rocha. 150
  • 157. Figuras 260, 261 e 262 - Estação lítica 11. O mesmo conjunto de amoladores aqui visto de ângulos diferentes e detalhes do lado esquerdo da rocha.
  • 158. Figuras 263, 264, 265 e 266 - Estação lítica 11. Mais quatro blocos isolados de diabásio com amoladore circulares que estão ao longo do sítio. 152
  • 159. Figuras 267, 268, 269 e 270 - Estação lítica 12. Poucos amoladores longitudinais e circulares compõem o sítio. 153
  • 160. Figuras 271, 272 e 273 - Estação lítica 12. Lindíssimo bloco de diabásio com 10 amoladores circunformes vistos em detalhes. 154
  • 161. Figuras 274, 275, 276 e 277 - Estação lítica 13. Amoladores circunformes enfeitam o dique de diabásio perto do mar. 155
  • 162. Figura 278 - Estação lítica 13. Outro conjunto de amoladores circunformes da parte norte do sítio. Figuras 279, 280 e 281 - Estação lítica 13. Grande conjunto com séries de amoladores longitudinais na parte superior do sítio. 156
  • 163. Figura 282 - Detalhes do maior conjunto de amoladores longitudinais do litoral de SC 157
  • 164. Figuras 283, 284 e 285 - Estação lítica 13. Detalhes das belíssimas séries de amoladores longitudinais que enfeitam o sítio. 158
  • 165. Figura 286 - Estação lítica 14. Ao longo do estreito dique de diabásio estão os amoladores rupestres. Figuras 287, 288 e 289 - Estação lítica 14. Parte superior do sítio com 4 pequenos amoladores circunformes vistos de diferentes ângulos. 159
  • 166. Figuras 290, 291 e 292 - Estação lítica 14. Grandes amoladores circunformes na parte inferior do sítio, próximos ao mar. 160
  • 167. Figuras 293, 294 e 295 - Estação lítica 16. Parte superior do enorme sítio, com detalhes dos amoladores longitudinais e circulares. 161
  • 168. Figuras 296, 297 e 298 - Estação lítica 16. Parte inferior do sítio com amoladores circunformes espalhados pela superfície do dique de diabásio. 162
  • 169. Figuras 299 e 300 - Monumento rupestre. Um sofá ou poltrona de pedra, uma raridade, feita com o propósito de observar os eventos astronômicos e de mostrar, por sua presença, a importância do local na pré-história. 163
  • 170. Figuras 301 e 302 - Arte rupestre VI. Situada na grande rocha da chegada no ilhote, é constituída por dezenas de cúpulas, de tamanhos e profundidades variadas. As cúpulas estão entre as mais antigas manifestações culturais da humanidade. 164
  • 171. Figuras 303 e 304 - Rostos ocultos. As duas rochas do sul do ilhote podem ser vistas como duas cabeças, quando vistas de certos ângulos. Os rostos ocultos estão presentes nos locais sagrados dos povos antigos. 165
  • 172. Figuras 305 - A beleza e a tranquilidade do canal da Barra, que liga a Lagoa da Garopaba ao mar. 166
  • 173. Figuras 306 e 307 - Panorâmica do canal da Barra e de sua ligação com o mar através das dunas. 167
  • 174. PONTA DO AREIAL Espetacular ponta que avança cerca de 300 m sobre o mar, com seus pesqueiros muito frequentados durante todo o ano. Na ponta mais afastada do mar, que é o ponto mais alto do local, existe uma piscina natural na rocha, formada por água da chuva e do mar. Quando o mar está alto e agitado, as ondas batem nas rochas e inundam a piscina, formando uma cascata que desce das rochas, numa cena impressionante e inédita. Uma cascata descendo das rochas, vindo na mesma direção do mar e caindo no mar, num recanto com águas transparentes. Toda a parte do areial que está coberta pela grama, inclusive a área onde tem um velho barraco, é um imenso sambaqui e no lado sul, no afloramento do dique de diabásio, tem uma estação lítica, e seguindo-se mais 300 m para o sul, pelo costão, passa-se por dois sítios de arte rupestre e mais um sambaqui. Toda a Ponta do Areial é uma enorme área arqueológica e precisa ser valorizada como tal. Como já é tombada automáticamente por lei, sugerimos a criação do futuro Parque da Ponta do Areial, que irá proteger, organizar, divulgar e enriquecer ainda mais o patrimônio ecoturístico do município. SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS Sítio nº37 - Sambaqui 15 Sambaqui da Ponta do Areial - É um imenso sambaqui, que ocupa toda a superfície do areial que existe acima das rochas, com a grama cobrindo o casqueiro, numa extensão de 200m aproximadamente. Apesar de ter sido destruído em parte no passado, ainda é uma grande área arqueológica, com grau de integridade entre 50 e 75%. Sítio nº38 - Estação Lítica 17 Estação Lítica 17 - Situado ao sul do sambaqui, no lajedo do dique de diabásio, no início do caminho para o costão. O sítio foi muito destruído no passado, restando apenas 4 lugares com amoladores. O primeiro, na parte superior, mais afastada do mar, é constituído por 1 amolador circular inteiro e vestígios de outros 2. O segundo, à 3 m do anterior, é constituído por 2 amoladores longitudinais. O terceiro lugar, é constituído por duas séries com amoladores longitudinais, uma com 3 e outra com 5. Antes de chegar no quarto lugar, tem mais 1 amolador circular solitário. O quarto lugar, situado a cerca de 30 m do terceiro e a 100 m do primeiro, é constituído por 6 amoladores longitudinais incompletos. Nota-se em toda a extensão do dique, muitas lajes partidas e arrancadas, que atestam o grande esforço feito para destruir e apagar a lembrança de nossa pré-história. Sítio nº39 - Arte Rupestre VIII Sítio da Barra - Localizado 200 m ao sul da Ponta do Areial, no Costão da Caranha e no pesqueiro Laje da Escada. Trata-se de um dique de diabásio com grandes paredões, que infelizmente, foram demolidos em parte pelos caçadores de tesouros, praga que ainda persiste na região com a venda de aparelhos detectores de metais. Trata-se de um importante sítio arqueológico e local sagrado para os ancestrais moradores da região. Apesar da grande destruição ocorrida no local, que destruíu a arte rupestre que estava nos paredões, ainda restam 6 gravuras. Uma em rocha retangular que foi cortada propositadamente para ser levada do local, não o sendo por milagre. 168
  • 175. A figura é constituída por losangos e linhas simétricas, em estado ruim de conservação. Recomendamos a retirada da rocha do local e levá-la para a futura Casa de Cultura prevista nesse projeto, onde irá juntar-se ao material arqueológico recolhido e doado, enriquecendo o acervo do museu municipal. Por baixo das rochas partidas e viradas, talvez existam mais sinalações rupestres. Na chegada do sítio, de frente para o oeste, painel com duas sinalações rupestres. Uma constituída por um círculo concêntrico com um círculo interno, em bom estado de conservação, e o outro por uma figura rediforme, em estado de semi-vestígio. Na parte de baixo do dique de diabásio, na parede lateral de frente para o sudeste, tem duas gravuras. Uma é constituída por losangos e linhas simétricas e a outra por figura rediforme com uma linha horizontal na parte superior, ambas muito apagadas. Na face da mesma parede, mas virada para o nordeste, painel que foi vandalizado, restando partes apagadas de tres círculos concêntricos. Sítio nº40 - Arte rupestre IX Abrigo sob-rocha 4 - Na chegada do sítio de arte rupestre e virado para o mar. O pequeno abrigo contêm 8 sinalações rupestres. A arte rupestre é do estilo geométrico, feita pela técnica de picote e raspagem. Sítio nº 41 - Sambaqui 16 Sambaqui da Ponta da Caranha - Localizado no costão da Ponta da Caranha, de frente para a Ponta do Areial. Enxerga-se de longe, devido as conchas que formam o casqueiro estarem à mostra. Trata-se de um pequeno sambaqui, protegido das ondas do mar e com água corrente passando ao lado, vinda de uma nascente na encosta do morro. Foi recolhida no local uma pedra com marcas de amarras, podendo ter sido usada como chumbada para a pesca. Grau de integridade estimado entre 25 e 75%. PESQUEIROS DO COSTÃO DA BARRA ATÉ O OUVIDOR 1 - pesqueiro alto 2 - pesqueiro do Desidero 3 - Laje da escada 4 - ponta da Caranha 5 - lombo do cavalo 6 - laje vermelha 7 - pedra da linha 8 - laje amarela 9 - ponta do fucinho 10 - derradeiro pesqueiro TRILHAS Trilha do costão - Ao sul da Ponta do Areial, começa a trilha que vai costeando o Morro da Caranha e passa pela entrada de todos os pesqueiros, até chegar na Praia do Ouvidor. Durante o trajeto, o caminho passa por cima e beirando os penhascos, oferecendo inúmeras vistas panorâmicas. Caminho do Rei - nessa região, o caminho que vem pela Praia da Ferrugem, passa a barra da lagoa em frente ao ilhote, continua pela praia até perto da Ponta do Areial. Desse ponto em diante, continua pelas dunas e vai contornando o morro pela encosta oriental, quase em linha reta, chegando na Praia do Ouvidor pelo lado de dentro, oposto ao mar. 169
  • 176. PRAIA DO OUVIDOR Tanto no costão norte como no sul, existem antigas cavernas que estão com as entradas atulhadas e tapadas, que poderiam ser importantes sítios arqueológicos, pois ficam perto dos sambaquis e das trilhas para os pesqueiros. Ë necessário fazer um reconhecimento das cavernas. SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS Sítio nº42 - Sambaqui 17 Sambaqui nas dunas - Localizado à cerca de 500 m da praia, perto da passagem do Caminho do Rei, na divisa com as dunas. Grande área arqueológica onde existia imensa quantidade de cacos de cerâmica aforando nas areias. Foram retiradas ossamentas humanas, material lítico e panelas de cerâmica e o local acha-se atualmente encoberto pelos pinus e pela vegetação. É mais um sítio arqueológico a enriquecer o patrimônio ecoturístico municipal. Grau de integridade estimado entre 25 e 50%. Sítio nº43 - Sambaqui 18 Sambaqui do canto norte - Situado no final da praia, no início do costão, é um enorme sambaqui, com uma extensão de cerca de 300 m de comprimento por 100 m de largura, abrangendo uma grande área de campo que sobe o morro, tendo o prédio de um antigo engenho dentro da área arqueológica. Apesar de ter sido muito destruído no passado, estimamos em75% o seu grau de integridade. Contam os moradores antigos que era comum quando aravam o morro, encontrarem ossamentas, conchas, cacos de cerâmica e material lítico. Sítio nº44 - Estação Lítica 18 Estação Lítica do canto norte - numa extensão de 300 m, estão espalhadas 21 rochas de diabásio com 35 amoladores circulares no total. São os que sobraram depois de um século do completo abandono pelos órgãos públicos que se dizem responsáveis. Certas rochas são verdadeiras obras de arte, como mostram as fotografias. Existe uma rocha com 2 amoladores circulares que é usada atualmente como parte da escada do primeiro barraco da praia, que é um bar. Essa rocha tem que ser recolhida para a futura casa de cultura municipal. Sítio nº45 - Sambaqui 19 Sambaqui da ponta sul - Situado no início do costão, extende-se por cerca de 200 m em direção ao sul, tendo a área arqueológica recoberta por gramado e árvores, e pelo menos uma casa está sobre o sítio. Esse sambaqui também não escapou da ação dos caçadores de tesouros arqueológicos, e muito material foi retirado, segundo antigos moradores. Grau de integridade estimado em 50%. Sítio nº46 - Sambaqui 20 Sambaqui da Ponta do Ouvidor - Situado no local conhecido por Prainha, junto aos ranchos dos pescadores e extende-se por cerca de 100 m em direção à ponta. A área arqueológica está recoberta pelo gramado e o grau de integridade estimado é entre 25 e 75%. O sambaqui está localizado no comêço de uma ponta que avança para o mar, num lugar lindíssimo, com rochedos, piscinas naturais e vistas panorâmicas para as praias do Ouvidor e Vermelha. 170
  • 177. Também sugerimos a criação de um Futuro Parque Municipal do Ouvidor, abrangendo toda a faixa de marinha e seus sítios arqueológicos. Lembramos que a área dos sítios arqueológicos, após a sua identificação como tal, é automaticamente tombada pelo patrimônio público, anulando qualquer direito de posse. Esse futuro Parque do Ouvidor será, sem dúvidas, um dos grandes atrativos de Garopaba, que com a organização desse e dos outros sugeridos, estará muito bem equipada de atrativos ecoturísticos. PESQUEIROS ENTRE O CANTO SUL DO OUVIDOR E A PRAIA VERMELHA 1 - pedra fincada 2 - ilhote do búzios 3 - portinho (local dos ranchos na Ponta do Ouvidor) 4 - pesqueiro da Ponta do Ouvidor 5 - pesqueiro alto 6 - Corridor da Praia do Negro 7 - Praia do Negro 8 - ilhote do Negro Praia Vermelha 9 - pedra mexideira (estação lítica) 10 - ponta da laje branca 11 - buraco do aribú 12 - poça de dentro 13 - travessão Figuras 308, 309 e 310 - Diversos pássaros podem ser vistos nas trilhas dos morros e dos pesqueiros. 171
  • 178. Figuras 311 - Ponta do Areal. Sambaqui 15. Imenso sambaqui que ocupa toda a área com gramado, com extensão estimada de 200 m. A grama cresceu acima do casqueiro. 172
  • 179. Figuras 312 - O imenso rochedo que forma uma espécie de torre na ponta leste, a mais avançada para o mar. 173
  • 180. Figuras 313, 314 e 315 - A "torre" vista de outro ângulo, com a piscina e a belíssima cachoeira que devolve a água para o mar.
  • 181. Figuras 316, 317 e 318 - De cima da "torre", a piscina observada de vários ângulos. 175
  • 182. Figura 319 - Rosto oculto. Aqui, também presente, na grande rocha da piscina. Figura 320 - Estação lítica 17. Situada na parte superior, atrás da rocha da piscina, é constituído por vários amoladores circunformes, que estão quase sumidos 176
  • 183. Figuras 321, 322 e 323 - Belíssimas paisagens vistas da Ponta do Areal. Figura 324 - Ponta do Areal vista do costão da Caranha. 177
  • 184. Figura 325 - Estação lítica 18. Dique de diabásio em cuja superfície estão espalhados os amoladores. Figura 326 - Estação lítica 18. Outro amolador que escapou milagrosamente de destruições passadas. Figura 327 - Estação lítica 18. Um pequeno e belíssimo amolador circular e outro quase sumido. 178
  • 185. Figuras 328, 329 e 330 - Estação lítica 18. Séries com amoladores longitudinais parcialmente destruídos. 179
  • 186. Figuras 331 - Estação lítica 18. Pequeno e lindo amolador solitário no meio do lajedo de diabásio. Figuras 332 - Estação lítica 18. Outra série de amoladores longitudinais semidestruídos. 180
  • 187. Figuras 333 e 334 - Costão da Caranha. Arte Rupestre VII. Sinalação rupestre constituída por uma gravura rediforme que desce partindo de uma linha reta horizontal. E ao lado, outra constituída por losangos. 181
  • 188. Figura 335 - Arte Rupestre VII. Círculo concêntrico feito com a técnica de picotamento; resistiu ao descascamento sofrido pela rocha suporte. Figuras 336 e 337 - Arte Rupestre 3. Ao lado do anterior, gravura muito apagada do que parece ser uma rede. 182
  • 189. Figuras 338 - Arte Rupestre VII. Constituída por uma gravura formada por losangos, que está muito apagada e difícil de fotografar. Figura 339 - Arte Rupestre VII. Painel vandalizado constituído por 3 círculos concêntricos que ainda são vistos. 183
  • 190. Figuras 340 - Arte Rupestre VII. Gravura formada por losangos e linhas, em rocha suporte que foi cortada do paredão do dique de diabásio. 184
  • 191. Figura 341 - Costão da Caranha. O costão e seus pesqueiros em dia de mar agitado. Figuras 342 e 343 - Sambaqui 16. Localizado na Ponta da Caranha, enxerga-se de longe devido ao afloramento do casqueiro. 185
  • 192. Figuras 344 e 345 - Arte rupestre VIII. Abrigo sob-rocha 5. A Toca da Caranha, no Pesqueiro da Escada, é mais um dos locais sagrados do município, usado na pré-história em cerimoniais. Possui em seu interior um valioso acervo de arte rupestre, constituído atualmente por cerca de 12 painéis com gravuras, em mau estado de conservação e tendo algumas sumidas. Também possui um pequeno amolador, o que constitui mais uma estação lítica. Na foto o parceiro de pesquisas Lúcio Silva na entrada da toca. 186
  • 193. Figura 346 - Parte interna da Toca da Caranha. Ela é inclinada, com as gravuras rupestres localizadas no solo, nas pequenas paredes verticais e no teto. Sua conservação é constantemente ameaçada pela presença humana e humidade excessiva. 187
  • 194. Figura 347 - Arte rupestre VIII. Gravura constituída por uma figura rediforme. Figura 348 - Arte rupestre VIII. Gravura constituída por um círculo raiado, possível símbolo solar. Figura 349 - Arte rupestre VIII. Gravura formada por dois losangos, sendo um interno, dentro do outro. Figura 350 - Arte rupestre VIII. Painel com uma série de linhas paralelas verticais e outras gravuras muito apagadas, que viraram vestígios. 188
  • 195. Figura 351 - Parte interna da Toca da Caranha vista de dentro para fora. 189
  • 196. Figura 352 - Arte rupestre VIII. Painel com gravuras muito apagadas, onde ainda aparecem um círculo concêntrico, um retângulo e um triângulo. 190
  • 197. Figura 353 - Arte rupestre VIII. Painel com gravura rediforme muito apagada. Figura 354 - Arte rupestre VIII. Um círculo. Figura 355 - Arte rupestre VIII. Dois losangos ligados, uma possível máscara. Figura 356 - Arte rupestre VIII. Série de linhas paralelas onduladas. 191
  • 198. Figura 357 - Arte rupestre VIII. Painel com rede muito apagada e losangos ligados. Figura 358 - Arte rupestre VIII. Painel vandalizado. Vestígio. Figura 359 - Estação lítica 19. Pequeno amolador circunforme no chão da Toca da Caranha. 192
  • 199. Figura 360 - Visual da entrada do abrigo sob-rocha para o mar, vendo-se a Ponta da Caranha, local onde nasce o sol no solstício de verão. 193
  • 200. Figuras 361 e 362 - Costão da Caranha. Vista panorâmica do costão, vendo-se no destaque o pesqueiro laje da escada, onde estão situados os sítios de arte rupestre VII e VIII. 194
  • 201. Figuras 363 e 364 - Vista panorâmica da Ponta da Caranha, vendo-se no destaque a Ponta do Areal com o Ilhote da Barra ao fundo. 195
  • 202. Figuras 365 - Praia do Ouvidor. Vistas panorâmicas do Costão do Ouvidor até a Ponta da Caranha. 196
  • 203. Figura 366 - De cima do morro, vistas panorâmicas da Praia do Ouvidor. 197
  • 204. Figura 367 - No topo do morro, rochas graníticas formam belvederes naturais. Figura 368 - Grutinha Santa no início do costão do Ouvidor. Figuras 369 e 370 - Do topo do morro, vistas panorâmicas para as dunas e Praia do Ouvidor. 198
  • 205. Figuras 371, 372, 373 e 374 - Sambaqui 17. Localizado na encosta oeste do Morro da Caranha, grande área arqueológica em meio às dunas, atualmente encoberta pela vegetação. 199
  • 206. Figura 375 - Boca do rio, no canto norte da Praia do Ouvidor, início da grande área arqueológica que alcança a encosta do morro. 200
  • 207. Figuras 376 e 377 - Sambaqui 18. O antigo engenho e toda a região circunvizinha estão dentro do sítio arqueológico. O local é tombado por lei, e precisa ser estudado e valorizado como patrimônio cultural da humanidade. 201
  • 208. Figura 378 - Estação lítica 18. Rocha de diabásio com um conjunto de 4 lindíssimos amoladores circulares. Figura 379 - Estação lítica 18. Três rochas com amoladores circulares no início da trilha para o costão. Figura 380 - Estação lítica 18. Lindo amolador em rocha de diabásio negro. 202