1. Parte I
Introdução em Pneumoconiose
Pneumoconiose
Orientações para diagnóstico e vigilância
2. A Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde
do Trabalhador/DIVAST vem, ao longo dos
anos, desenvolvendo ações de educação
permanente voltadas para as equipes dos
CEREST, DIRES e da Vigilância à Saúde,
visando a qualificação dessas equipes para o
desenvolvimento das ações de Atenção
Integral à Saúde do Trabalhador nas regiões
de saúde e municípios.
Introdução
3. Objetivos
Compreender a doença pneumoconiose e sua
relação com o trabalho, identificar critérios para
suspeitar casos, encaminhar para diagnóstico
diferencial com as demais doenças respiratórias,
realizar correta notificação/investigação das
pneumoconioses pelos profissionais das unidades de
saúde da rede RENAST/BA.
5. É toda partícula sólida de qualquer tamanho,
natureza ou origem, formada por trituração ou
outro tipo de ruptura mecânica de um material
original sólido, suspensa ou capaz de se
manter suspensa no ar.
Classificam-se em: poeiras minerais; poeiras
vegetais, poeiras alcalinas, poeiras incômodas
O que é poeira ?
6. Toda poeira causa pneumoconiose?
Para que ocorra pneumoconiose é
necessário que o material
particulado seja inalado e atinja as
vias respiratórias inferiores em
quantidade capaz de superar os
mecanismos de depuração
(mecanismos de defesa do sistema
respiratório).
7. Toda poeira causa pneumoconiose?
Não. Para alcançar as vias
respiratórias inferiores as
partículas devem ser menores
que 10µm .
As partículas menores que
5µm podem ficar retidas nas
vias aéreas inferiores e causar
inflamação crônica.
Acima de 10µm são retidas nas
vias aéreas superiores
8. Tipos de poeiras e consequências
Riscos Conseqüências
Poeiras minerais
Ex: Sílica, asbesto, carvão,
minerais
Pneumoconioses – Silicose (quartzo),
asbestose (amianto) e as
pneumoconioses dos minerais do carvão
Poeiras vegetais
Ex: algodão, bagaço de cana
de açúcar
Bissinose (algodão), bagaçose (cana de
açúcar)
Poeiras alcalinas Doença pulmonar obstrutiva crônica e
enfisema pulmonar
Poeiras incômodas Podem interagir com outros agentes
nocivos no ambiente de trabalho
potencializando sua nocividade
9. Como se dá a exposição?
A exposição ocorre pela inalação de
poeiras contendo metais na forma
elementar ou na forma de óxidos ou outros
sais, ou minerais compostos, com teores
de sílica livre variáveis e poeiras orgânicas
em ambientes de trabalho.
10. Poeiras : ferro, bauxita, zinco, manganês, calcário,
rochas potássicas e fosfáticas, asbesto, granito,
quartzo, feldspato, argilas e outros minerais
contendo sílica livre.
Quem são expostos? Trabalhadores na mineração e
transformação de minerais em geral
12. Explosão de pedras com uso de
dinamite – gera bastante poeira
http://www.google.com.brFoto: Paulo Paiva
13. Transformação de rochas contendo sílica -
Risco de exposição em todas as etapas
Extração
Britagem - Moagem
14. Trabalho em túneis ou mineração subterrânea
Fotohttp://www.google.com.br/url?
sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=ozH3iICIZnGzQM&tbnid=3cnP7kxCnmvBDM:&ved=0CAQQjB0&url=http%3A%2F
%2Fwww.pureaqua.pt%2F79-osmose-reversa-aplicacoes%2F12-supressao-
poeira.html&ei=YPX1U7_zFtLnsATI6YH4CQ&psig=AFQjCNEskOUJ1A1ah1C8z4JXNAxseKuQzw&ust=1408714438993268
Na mineração subterrânea há maior risco de adoecimento,
quando comparada à exposição a poeiras em mineração de superfície, onde
não há enclausuramento.
17. Quem são expostos? Trabalhadores
na indústria naval
Apesar do jateamento de
areia estar proibido há
mais de 10 anos no
Brasil, deve-se atentar
para o tempo de latência
da doença.
Histórico de exposição
pregressa é muito
importante. Ainda
podemos ter casos de
trabalhadores doentes
devido a esse tipo de
exposição.
18. Quem são expostos?
Trabalhadores na fabricação de tijolos e cerâmicas refratárias
- contêm sílica na sua composição
Construção civil, fabricação de materiais construtivos
e operações de construção
pt.wikipedia.org/wiki/Refratário
20. Telhas e caixas d’água
Quem são expostos? Trabalhadores na fabricação
de materiais de fibrocimento (asbesto / amianto)
http://blogdaeternit.com.br/amianto-crisotila/o-que-e-fibrocimento
22. Trabalhadores na aplicação de pisos de alta resistência
que contém sílica.
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2F2.bp.blogspot.com%2F_pNo5orRJsBU%2FTKjyiTwx4SI%2FAAAAAAAAAA0%2FYG-
49TMrAW4%2Fs1600%2Fvbuhgrhjgvbhtgbhtbgt.JPG&imgrefurl=http%3A%2F%2Fminasdiferente.blogspot.com
%2F2010%2F10%2Fsilicose.html&h=470&w=580&tbnid=GJ6AOhsWEAeStM%3A&zoom=1&docid=_cVD89ZPUqs70M&hl=pt-
BR&ei=nM31U6e2FM2dygSun4GYBg&tbm=isch&ved=0CFYQMygzMDM&iact=rc&uact=3&dur=2969&page=3&start=39&ndsp=25
Aplicação de asfalto e
pisos de alta resistência
23. Outras exposições: Garimpos diversos,
cavação de poços (de água e outros)
www.google.com.br
Jornal Cajueiro – Notícias de Nordestina e do
mundo -12/02/2014
Pode-se encontrar atividades de
garimpo ilegal, trabalho de crianças
em mineração e outras situações
críticas e graves ...
24. Que fatores e situações podem indicar risco de ocorrência
de Pneumoconiose para trabalhadores em sua região?
Para que possa responder essa pergunta, é importante
que você e a equipe responsável pelas ações de
vigilância disponham de informações que permitam
conhecer e analisar o perfil produtivo, perfil
epidemiológico e o mapeamento de riscos da sua
região.
Orientações Técnicas para Ações de Vigilância de Ambientes e Processos de Trabalho.
SESAB/SUVISA/DIVAST. Salvador, 2012.
25. ?
Qual o perfil produtivo e a situação de saúde no seu território ?
Possui mineração? Pedreiras? Marmorarias? Qual o histórico
epidemiológico em relação às doenças respiratórias no seu
território? Há registro de casos de Pneumoconiose?
Importância de conhecer o perfil produtivo da sua Região
26. Perfil produtivo e a situação de saúde
no seu território de abrangência
Conhecer o perfil produtivo do município torna-
se fundamental para que se possa identificar
os possíveis riscos a que os trabalhadores
estão expostos.
Faz-se necessário conhecer os setores,
número de trabalhadores inseridos e a
possível relação entre as atividades produtivas
e as doenças relacionadas ao trabalho.
27. Os ramos produtivos e agravos identificados
devem ser reavaliados periodicamente, sendo
possível a incorporação de outros ou a retirada
de alguns desses, a cada novo plano de ação.
Orientações Técnicas para Ações de Vigilância de Ambientes e Processos
de Trabalho. SESAB/SUVISA/DIVAST. Salvador, 2012.
Que fatores e situações podem oferecer risco de
Pneumoconiose para os trabalhadores em sua região?
29. Mineração na Bahia
A Bahia é o quinto produtor brasileiro de bens minerais,
registrando uma produção da ordem de R$ 2,1 bilhões em
2011. Com um território cuja diversidade geológica é muito
grande, extraindo aproximadamente 40 substâncias minerais,
a Bahia figura como um dos três principais alvos de
interesse para a prospecção mineral no país,
especialmente para minerais metálicos como ferro, ouro,
alumínio, cobre entre outros.
Mais informações? www.cbpm.com.br
30. Cobre, ouro, níquel, ferro, urânio, vanádio,
talco, rochas ornamentais, rochas calcárias,
argila, salgema e pedras preciosas.
Principais Produtos Minerais na Bahia
31. Situação de Saúde
Veja um exemplo
Em seguida você pode ver um exemplo
de situação de saúde que ocorre no
município de Bom Jesus da Serra,
situado na Região de Saúde de Vitória
da Conquista, que tem um histórico de
mineração (amianto) no seu perfil
produtivo.
32. Foto da Usina da Mina de São Félix do Amianto –
Bom Jesus da Serra
Atividade de 1940 a 1967
Análise minerológica 1998:
presença de anfibólios do tipo
tremolita e crisotila
Maior produção 4.000
toneladas / ano
Total: 538 trabalhadores
(Bagatin, 2000)
33. Vista parcial - 2008
Entrada da área da mina, com
casa de moradores e estrada
pavimentada com rejeitos de
amianto
Fazenda São Félix do Amianto
Bom Jesus da Serra
34. Cava da mina com paredão com rejeitos de amianto - Junho 2008 . O lago é fruto do
intenso processo de mineração, muitas vezes utilizado hoje como área de recreação.
35. Estimativas do número de “expostos”
na Mina de São Félix, BJS, Bahia
538 ex-trabalhadores (formais) + familiares
= cerca de 2.152 pessoas
“ Praticamente todos os familiares trabalhavam
na mina, sendo apenas o chefe da casa
contratado. As crianças extraíam o mineral
manualmente, colocavam em pequenos sacos e
vendiam à empresa...” (Bagatin, 2000)
Relatório final: “Morbidade e Mortalidade entre Trabalhadores Expostos ao Asbesto na
Atividade de Mineração – 1940-1996”. Coord. Prof. Ericson Bagatin, Unicamp, 2000
36. Resultados da busca ativa pelos
Agentes Comunitários de Saúde
Estimativa de pessoas potencialmente expostas –
exposição ocupacional e ambiental
Bom Jesus da Serra
320 pessoas; 89 ex-
trabalhadores
Poções 256 expostos
Caetanos 15 expostos
Total
Cerca de 600 pessoas a
serem avaliadas
37. Dependendo do tipo da poeira (agente
etiológico) existem várias variantes da
doença.
Tipos de Pneumoconiose
38. Pneumoconiose - Agentes etiológicos e
processos patológicos que ocorrem no pulmão
Fonte: Pneumoconioses - Protocolo de Complexidade Diferenciada, Ministério da Saúde, 2006.
Quando a sílica está
vinculada a outro tipo de
minério
39. Como vocês viram existem diferentes tipos de
pneumoconiose. Nesse curso iremos dar destaque
às silicoses e às asbestoses, porque são as
pneumoconioses de maior prevalência no estado da
Bahia. Elas serão estudadas na II e III parte desse
curso.
A parte IV desse curso aborda a notificação de
Pneumoconiose no SINAN.
Pneumoconiose - Agentes etiológicos e processos
patológicos que ocorrem no pulmão
41. Brasil
Os dados epidemiológicos sobre Pneumoconioses no
Brasil são escassos e referem-se a alguns ramos de
atividades em situações focais. Os dados disponíveis
sobre ocorrência de silicose, por exemplo, dão uma
ideia parcial da situação de risco relacionada a esta
Pneumoconiose. A maior casuística nacional de silicose
provém da mineração de ouro subterrânea de Minas
Gerais, na qual já foram registrados cerca de quatro mil
casos.
Saúde do Trabalhador
Protocolos de Complexidade Diferenciada, MS, 2006.
42. Dados Epidemiológicos - Brasil
Saúde do Trabalhador
Protocolos de Complexidade Diferenciada, MS, 2006.
Esses dados devem ser atualizados, considerando-se as mudanças
nos processos de trabalho.
43. Dados Epidemiológicos - Brasil
Saúde do Trabalhador
Protocolos de Complexidade Diferenciada, MS, 2006.
44. ATENÇÃO
Estudos epidemiológicos em vários países mostram que o
risco de ocorrência de Pneumoconiose ainda é um
problema mundial, tanto nos países desenvolvidos,
quanto naqueles em desenvolvimento.
É provável que nos países em desenvolvimento as
condições de trabalho e a precariedade dos controles
ambientais e da exposição levem a um maior risco de
adoecimento.
Saúde do Trabalhador
Protocolos de Complexidade Diferenciada, MS, 2006.
45. ATENÇÃO
A mortalidade por silicose em países como França,
Itália, Holanda, EUA, Canadá e Finlândia decresceu
muito nas últimas décadas. Entretanto, ainda têm sido
relatadas epidemias de silicose nesses países. Na
África do Sul, a estimativa de ocorrência de silicose
entre mineiros era de 20 a 30%, na década de 90.
Saúde do Trabalhador
Protocolos de Complexidade Diferenciada, MS, 2006.
46. A essa elevada taxa associa-se o elevado risco de tuberculose e
as altas prevalências de infecção pelo HIV.
Pesquisadores em países como China, Índia e Brasil têm
publicado resultados de estudos com alta prevalência de Silicose,
demonstrando a existência do problema e a necessidade de
melhoria no diagnóstico e no controle de exposição.
O prognóstico muda de acordo com a fase em que a doença
se encontra.
ATENÇÃO
47. ATENÇÃO
É de suma importância que se faça o diagnóstico
precoce das Pneumoconioses nos serviços de saúde e
nas empresas, providenciando o imediato afastamento
do trabalhador das atividades e do ambiente em que
ocorre a exposição.
Quanto mais rápido identificar e afastar o trabalhador da
exposição, melhor será o prognóstico da doença.
Trabalhadores diagnosticados em estágios avançados
terão pior prognóstico, manejo clínico mais difícil, pior
qualidade de vida e menor sobrevida.
48. Na Bahia, a notificação de casos de
pneumoconiose é incipiente ou inexistente na
maioria dos municípios.
Notificação de Pneumoconiose na Bahia
Dra. Eliane Sales – Médica do Trabalho, Epidemiologista
49. Casos de Pneumoconiose notificados no SINAN, por Região de
Saúde, Bahia, 2011.
Fonte: SINAN-Net, DIVAST, 2011.
50. Distribuição de casos de Pneumoconiose notificados no SINAN, por
Região de Saúde e município notificante, Bahia, 2007-2014.
Região de Saúde Município Número de Casos
Brumado Ibipitanga 1
Camaçari Camaçari 2
Feira de Santana Feira de Santana 1
Guanambi Caetité 2
Itaberaba Itaberaba 1
Itabuna Itabuna 2
Jequié Jequié 1
Salvador Salvador 62
Serrinha
Conceição do Coité 3
Santaluz 1
Teixeira de Freitas Medeiros Neto 1
Valença Camamu 1
Vitória da Conquista Vitória da Conquista 2
TOTAL 80
Fonte: SINAN-Net. Sistema de Informações de Agravos de Notificação, DIS, DIVAST/NISAT. Dados extraídos em outubro de 2014.
51. Pneumoconioses na Bahia
Ao serem analisados os municípios e respectivas
Regiões de Saúde verifica-se que as regiões de
Salvador e Serrinha apresentaram os maiores
quantitativos de registros de Pneumoconiose,
considerando valores acumulados entre os anos
de 2007 e 2014.
52. Descrição do perfil de adoecimento por
Pneumoconioses na Bahia
Para a região de Salvador, foram registrados 62 casos, todos
referentes ao município de Salvador, o que pode denotar que o
diagnóstico e fechamento do nexo causal tem ocorrido na capital
do Estado.
Para a região de Serrinha foram registrados quatro casos, um no
município de Santa luz e três casos no município de Conceição do
Coité.
Outros casos ocorreram nas regiões de Camaçari, Brumado, Feira
de Santana, Guanambi, Itaberaba, Itabuna, Jequié, Teixeira de
Freitas, Valença e Vitória da Conquista.
53. Classe Atividade Econômica - CNAE 2.0 Nº CASOS
26301 FABRICAÇÃO DE ARTEFATOS DE CONCRETO, CIMENTO, FIBROCIMENTO, GESSO E ESTUQUE 7
14109 EXTRAÇÃO DE PEDRA, AREIA E ARGILA 5
13242 EXTRAÇÃO DE MINÉRIO DE METAIS PRECIOSOS 8
45217 EDIFICAÇÕES (RESIDENCIAIS, INDUSTRIAIS, COMERCIAIS E DE SERVIÇOS) 4
75116 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM GERAL 2
14290 EXTRAÇÃO DE OUTROS MINERAIS NÃO-METÁLICOS 2
19313 FABRICAÇÃO DE CALÇADOS DE COURO 1
26417
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS NÃO-REFRATÁRIOS PARA USO ESTRUTURAL NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
1
45292 OBRAS DE OUTROS TIPOS 1
52698 OUTROS TIPOS DE COMÉRCIO VAREJISTA 1
01619 ATIVIDADES DE SERVIÇOS RELACIONADOS COM A AGRICULTURA 1
45497 OUTRAS OBRAS DE INSTALAÇÕES 1
74993
OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS PRESTADOS PRINCIPALMENTE ÀS EMPRESAS NÃO
ESPECIFICIDAS ANTERIORMENTE
1
Não Informada ou Não se Aplica 45
TOTAL 80
Fonte: SINAN-Net. Sistema de Informações de Agravos de Notificação, DIS, DIVAST/NISAT. Dados extraídos em outubro de 2014.
Distribuição de casos de Pneumoconiose notificados no SINAN, por
Classe de Atividade Econômica – CNAE 2.0, Bahia, 2007-2014.
54. Comentários
Atentem para o fato de que as atividades marcadas em
verde são atividades que não têm relação com
Pneumoconiose. Provavelmente, foi feito registro da
ATIVIDADE ATUAL.
Quando fazemos a investigação de Pneumoconiose
devemos pesquisar a HISTÓRIA OCUPACIONAL
completa do trabalhador; pois, em muitos casos a
OCUPAÇÃO ATUAL não é aquela responsável pela
EXPOSIÇÃO A POEIRA.
58. O que é uma leitura radiológica –
Classificação OIT?
É um método de referência para a análise de radiografias
convencionais de tórax - Classificação Radiológica da OIT, cuja
última versão é de 2000. Ela permite que as radiografias sejam
interpretadas e codificadas de uma forma padronizada, pela
utilização de radiografias padrão comparativas e folhas de registro
apropriadas.
As alterações radiológicas são sumarizadas com informações sobre
a identificação do paciente e da radiografia, qualidade da chapa,
alterações de parênquima pulmonar, alterações de pleura e
símbolos, que denotam alterações associadas ou não às
pneumoconioses.
59. O que é uma leitura radiológica?
A leitura radiológica é realizada pelo médico
que tenha um treinamento específico e
adequado para fazê-lo. Entretanto, é importante
que outros profissionais de saúde tenham
acesso a algumas informações básicas.
As informações completas estão disponíveis no
protocolo de pneumoconiose e um vídeo com
informações simplificadas estão disponíveis no
material de apoio.
60. O profissional de saúde ao atender um trabalhador ou ex-
trabalhador de áreas onde há risco potencial de doença, deve
solicitar as informações sobre o acompanhamento da sua saúde.
De acordo com a Norma Regulamentadora de Segurança e
Medicina do Trabalho - NR-7 - Portaria Ministério do Trabalho nº
3.214/1978 (BRASIL, 1978), a empresa deve manter
acompanhamento radiológico e funcional periodicamente para
todos os trabalhadores expostos a poeiras minerais.
Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS
61. Portanto, uma forma de acompanhamento pela rede e
os programas do SUS é a verificação dos laudos
funcionais respiratórios e as avaliações da
telerradiografia do tórax periodicamente.
No caso de trabalhadores informais expostos, estes
deverão ser encaminhados à rede básica de saúde para
avaliação da necessidade de investigação clínica.
Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS
62. Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS -
Sílico-Tuberculose
Existe uma associação entre exposição à sílica e
tuberculose. Os trabalhadores expostos à sílica tornam-se
mais suceptíveis para o desenvolvimento de tuberculose.
É necessário que, no atendimento a pacientes portadores
de tuberculose, se investigue se há exposição ocupacional
à sílica e se há quadro de silicose associado – fazer busca
ativa de casos.
Na anamnese, sempre coletar a história ocupacional,
Observar o tempo de latência da doença
Investigar exposições passadas
63. De acordo com o Manual de Controle da Tuberculose no Brasil
(BRASIL, 2002), a busca de casos de tuberculose na
comunidade deve ser feita em “todas as pessoas que
apresentem tosse e expectoração por três semanas ou mais,
através do exame bacteriológico [...]”.
No caso de indivíduos com história de exposição a poeiras
minerais, o profissional de saúde deve estar atento para a
possibilidade de associação de tuberculose com pneumoconiose,
ou mesmo pneumoconiose isolada.
Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS-
Sílico/Tuberculose
64. No âmbito do programa da tuberculose, devem ser
incluídas as informações ocupacionais na ficha de
investigação do paciente, uma vez que a exposição à
sílica é um fator de risco para o desenvolvimento da
tuberculose.
Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS-
Sílico/Tuberculose
65. O tratamento da Sílico-tuberculose deve seguir o
consenso do tratamento da Tuberculose isolada; porém, é
de grande importância que o paciente seja reconhecido
como exposto ou como pneumoconiótico, uma vez que isto
irá incorrer em cuidados especiais após a alta-cura.
Às vezes, se trata repetidas vezes como Tuberculose,
sem resultados, um caso que é somente Silicose.
Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS-
Sílico/Tuberculose
66. Responsabilidade compartilhada entre
o Estado e o Município
Ações de Saúde
Organização da Atenção à Saúde
Os níveis de atenção, serviços de saúde e
procedimentos necessários para Atenção à Saúde
dessa população envolvem a: Atenção Básica,
Atenção Especializada (média e alta complexidade)
e Vigilância à Saúde.
67.
68. Linhas de Atuação da Saúde
Informar à população trabalhadora e geral sobre
riscos e formas de proteção
Organizar a rede de atenção à saúde – busca
ativa / diagnóstico / tratamento e reabilitação
física/funcional
Executar as ações de vigilância em ST, incluindo
vigilância de ambientes e processos de trabalho
Articular-se com outros setores e integrar
políticas públicas no território
Contribuir para o desenvolvimento econômico
socialmente e ambientalmente sustentável
69. Processo de Busca Ativa de Casos
Definições para a busca ativa pelos ACS:
Identificação de pessoas potencialmente
expostas, no passado e atualmente (considerar
o período de latência)
Familiares dos ex-trabalhadores expostos ao
amianto (o trabalhador levava poeira para casa
– roupa suja do trabalho)
70. Pessoas com exposição ambiental: freqüenta o
local da mina; utilizou pedras para construção
na casa; mora ou morou próximo
Buscar no sistema de informação
(SIM,SINAN,SIH) informações sobre o
município da região . E também alimentar o
sistema de informação.
Processo de Busca Ativa de Casos
71. • Busca ativa de casos pelos ACS
• Cadastramento da população potencialmente exposta
• Consulta médica e da equipe da ESF
• Avaliação de saúde dos expostos e aplicação de protocolo
• Ficha e fluxo de atendimento aos expostos
• Encaminhamentos e acompanhamento de saúde
• Levantar questionamentos na AT através de capacitações das
unidades de saúde de toda a equipe, intensificando a notificação.
72. Atenção Especializada – Média Complexidade
Consultas com Especialistas:
Médico do Trabalho
Pneumologistas
Exames complementares:
Raio X Tórax - padrão OIT
Espirometria
Outros, se necessário
73. Agora que vocês já conhecem um pouco
sobre Pneumoconiose, vocês já podem
acessar as partes II,III e IV desse curso
para aprender mais sobre doenças
relacionadas ao amianto e a sílica e como
notificar os casos de Pneumoconiose no
SINAN.
Notas do Editor
Essafoto é de jateamento de areia. Podemos colocar uma foto da construção civil como construção de túnel