SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 24
Baixar para ler offline
Anotac~oes sobre limite de func~oes 
Rodrigo Carlos Silva de Lima 
‡ 
Universidade Federal Fluminense - UFF-RJ 
rodrigo.uff.math@gmail.com 
‡
1
Sumario 
1 Limite de func~oes 3 
1.1 Limite de fun¸c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 
1.1.1 Limite e sequˆencias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 
1.2 Propriedades aritm´eticas dos limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 
1.2.1 Fun¸c˜ao de Dirichlet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 
1.2.2 Limite da composi¸c˜ao de fun¸c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 
1.3 Limites e desigualdades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 
1.3.1 Teorema do sandu´ıche . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 
1.3.2 Crit´erio de Cauchy para limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 
1.4 Limites laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 
1.5 Limites no infinito e limites infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 
1.5.1 Defini¸c˜oes com limites de x → ∞ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 
1.5.2 Defini¸c˜oes com limites de x → −∞ . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 
1.5.3 Defini¸c˜oes de limites tendendo ao infinito . . . . . . . . . . . . . . . 18 
1.5.4 Defini¸c˜oes de limites tendendo a menos infinito . . . . . . . . . . . 19 
1.5.5 Crit´erio de compara¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 
1.5.6 lim 
x→a 
f(x) = ∞ e sequˆencias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 
1.6 Limites de fun¸c˜oes em espa¸cos m´etricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 
1.7 Stolz-Ces`aro para limite de fun¸c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 
2
Captulo 1 
Limite de func~oes 
1.1 Limite de func~oes 
m De
nic~ao 1 (Defini¸c˜ao de limite). Sejam A ⊂ R um conjunto de n´umeros reais, f de 
A em R uma fun¸c˜ao real cujo dom´ınio ´e A e a ∈ A′ um ponto de acumula¸c˜ao do conjunto 
A. Definimos 
lim 
x→a 
f(x) = L 
sse 
∀  0; ∃  0|x ∈ A; 0  |x − a|   ⇒ |f(x) − L|  : 
Dizemos que L ´e o limite de f quando x tende para a ou que limite de f(x) com x 
tendendo para a ´e L. 
0  |x − a|   significa que x ∈ (a − ; a) ∪ (a; a + ), ou x ∈ (a − ; a + ); x̸= a: 
Pela defini¸c˜ao dada, n˜ao ´e necess´ario que a ∈ A em lim 
x→a 
f(x), precisamos apenas que 
a ∈ A′; isto ´e, todo intervalo (a−; a+) possua pontos de A distintos de a. A fun¸c˜ao f 
pode mesmo n˜ao estar definida em a e quando est´a definida em a, n˜ao vale necessariamente 
lim 
x→a 
f(x) = f(a): 
Quando falarmos de limites usaremos sempre que a ∈ A′ onde A ´e o dom´ınio da fun¸c˜ao 
da qual queremos estudar lim 
x→a 
f(x): 
3
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 4 
b Propriedade 1 (Unicidade do limite). Sejam A ⊂ R, f de A em R. Se lim 
x→a 
f(x) = L1 
e lim 
f(x) = L2 ent˜ao L1 = L2: 
ê Demonstrac~ao. ∀  0 existem (1; 2)( 0) tais que para x ∈ A vale 0  
x→a 
|x−a|  1 implica |f(x)−L1|  
 
2 
e 0  |x−a|  2 implica |f(x)−L2|  
 
2 
, usando a 
desigualdade triangular para  = min{1; 2} segue |L1−L2| ≤ |L1−f(x)|+|f(x)−L2|   
o que significa que L1 = L2: 
b Propriedade 2 (Limite da fun¸cao ˜constante). Se g(x) = c para todo x ∈ A entao 
˜lim 
g(x) = c: 
x→a 
ê Demonstrac~ao. Tem-se que g(x)−c = 0 logo |g(x)−c| = 0 ∀x ∈ A ent˜ao ∀  0 
∃  0| x ∈ A, 0  |x − a|   ⇒ |g(x) − c| = 0  : 
Z Exemplo 1. Seja f : R∗ → R dada por f(x) = x⌊ 1 
x 
⌋ ent˜ao f(x) = 0 para x  1, 
pois 0  
1 
x 
 1 e da´ı ⌊ 1 
x 
⌋ = 0, isso implica que 
lim 
x→∞ 
x⌊ 1 
x 
⌋ = 0: 
b Propriedade 3 (Limite da fun¸c˜ao identidade). Seja g : A → R dada por g(x) = x 
ent˜ao vale 
lim 
x→a 
g(x) = a: 
Lembrando que a n˜ao necessariamente pertence ao conjunto A, ent˜ao a princ´ıpio n˜ao 
tem-se g(a) = a: 
ê Demonstrac~ao. Tomamos  =  e da´ı Para 0  |x − a|   tem-se |g(x) − a| = 
|x − a|   = : 
ZExemplo 2. Dada uma fun¸c˜ao r : R → R tal que lim 
h→0 
r(h) 
h 
= 0 pode n˜ao vale que 
lim 
h→0 
r(h) 
h2 = 0, por exemplo, r(h) = h2, tem-se 
r(h) 
h 
= h e 
r(h) 
h2 = 1: 
1.1.1 Limite e sequ^encias 
⋆ Teorema 1 (Crit´erio de sequˆencias para limite). lim 
x→a 
f(x) = L ⇔ lim 
n→∞ 
f(xn) = L 
para toda sequˆencia de pontos xn ∈ A  {a} tal que lim xn = a:
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 5 
ê Demonstrac~ao. ⇒.Suponhamos que lim 
x→a 
f(x) = L e lim xn = a com xn ∈ A{a}. 
Pela defini¸c˜ao de limite tem-se que ∀  0 ,∃  0 tal que 
0  |x − a|  ; x ∈ A ⇒ |f(x) − L|   
e pelo limite da sequˆencia ∀1  0; ∃n0 ∈ N|n  n0 ⇒ 0  |xn−a|  1, como ´e garantida 
a rela¸c˜ao para qualquer 1  0, tomamos 1 =  de onde segue 0  |xn − a|  , usando 
essa desigualdade com a defini¸c˜ao do limite de f(x) segue |f(xn) − L|   que implica 
lim f(xn) = L: 
⇐ Agora para provar a rec´ıproca, vamos usar a contrapositiva que ´e 
lim 
x→a 
f(x)̸= L ⇒ lim f(xn)̸= L: 
∃  0 tal que ∀n ∈ N podemos obter xn ∈ A com 0  |xn − a|  
1 
n 
e |f(xn) − L)| ≥ : 
Ent˜ao xn → a; mas n˜ao se tem lim f(xn) = L: 
$Corolario 1 (Crit´erio de divergˆencia por sequˆencias). Dadas duas sequˆencias (xn); (yn) ∈ 
A  {a} com lim xn = lim yn = a ent˜ao se lim f(xn)̸= lim f(yn) ou um deles n˜ao existir, 
ent˜ao lim 
x→a 
f(x) n˜ao existe. 
ZExemplo 3. Sejam f : gR → R definidas como 
ˆ f(x) = 0 se x ∈ R  Q, f(x) = x se x ∈ Q: 
ˆ g(0) = 1 e g(x) = 0 se x̸= 0: 
Nessas condi¸c˜oes vale lim 
x→0 
f(x) = lim 
x→0 
g(x) = 0 e n˜ao existe lim 
x→0 
g(f(x)): 
Vale lim 
x→0 
f(x) = 0, pois tomamos  =  ent˜ao par 0  |x|   vale |f(x)|   = , 
tanto para x irracional, pois no caso vale |f(x)| = 0  , tanto no caso de x racional pois 
nesse caso vale |f(x)| = |x|   = , ent˜ao em qualquer desses casos temos |f(x)|  : 
Tamb´em vale que lim 
x→0 
g(x) = 0, pois tomando  = , 0  |x|   implica x n˜ao nulo, 
portanto g(x) = 0 e da´ı |g(x)| = 0   = : 
N˜ao existe lim 
x→0 
g(f(x)): 
Seja xn → 0 por valores racionais, ent˜ao f(xn) = xn e da´ı lim g(f(xn)) = lim g(xn) = 0. 
Tomando yn → 0 por valores irracionais temos f(yn) = 0 e lim g(f(yn)) = lim g(0) = 1;
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 6 
logo n˜ao pode existir lim 
x→0 
g(f(x)), pois o limite depende de como se aproxima de zero 
(usamos o crit´erio de divergˆencia por meio de sequˆencias). 
b Propriedade 4. Se ∀(xn) em A  {a} com lim xn = a implicar (f(xn)) convergente 
ent˜ao lim 
x→a 
f(x) existe. 
ê Demonstrac~ao. Usaremos que lim 
x→a 
f(x) = L ⇔ ∀ (zn) ∈ A  {a} com lim zn = a 
vale lim f(zn) = L: Por isso vamos tomar duas sequˆencias arbitr´arias (xn) e (yn) com 
lim xn = lim yn = a em A  {a} e vamos mostrar que lim f(xn) = lim f(yn): Tomamos 
(zn) definida como z2n = xn e z2n−1 = yn, da´ı lim zn = a, portanto lim f(zn) existe, como 
(f(xn)) e (f(yn)) s˜ao subsequˆencias de (f(zn)) entao ˜elas convergem para o mesmo limite 
L, da´ı provamos que ∀ (zn) ∈ A  {a} com lim zn = a vale lim f(zn) = L que implica 
lim 
f(x) = L. 
x→a 
b Propriedade 5. Seja f : A → R; a ∈ A′, B = f(A  {a}): Se lim 
x→a 
f(x) = L ent˜ao 
L ∈ B: 
Tal propriedade significa que o limite L pertence ao fecho da imagem f(A  {a}), isto 
´e, existem pontos de f(A  {a}) arbitrariamente pr´oximos de L. 
ê Demonstrac~ao. Usaremos o crit´erio de sequˆencias. Como lim 
x→a 
f(x) = L, ent˜ao 
existe sequˆencia (xn) em A  {a} tal que lim f(xn) = L, da´ı tome f(xn) = yn; (yn) ´e uma 
sequˆencia em f(A  {a}) tal que lim yn = L, portanto L ∈ B: 
ZExemplo 4. lim 
x→0 
sen( 
1 
x 
) n˜ao existe. 
Tomamos as sequˆencias xn = 
1 
2n 
e yn = 
1 
2n +  
2 
vale lim xn = 0 = lim yn e 
sen( 
1 
xn 
) = sen(2n) = 0 e sen(2n+ 
 
2 
) = 1 logo os limites s˜ao distintos ent˜ao lim 
x→0 
sen( 
1 
x 
) 
n˜ao existe. 
Em geral, existe t ∈ R tal que sen(t) = v ∈ [−1; 1], tomando xn = 
1 
t + 2n 
vale 
lim xn = 0 e sen( 
1 
xn 
) = sen(t + 2n) = sen(t) = v: 
ZExemplo 5. lim 
x→0 
1 
x 
n˜ao existe, pois se existisse seria um n´umero real a e tomando 
a sequˆencia xn = 
1 
n 
, ter´ıamos que ter lim n = a o que n˜ao acontece, pois vale lim n = ∞:
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 7 
ZExemplo 6. lim 
x→a 
⌊x⌋ n˜ao existe se a ∈ Z: 
Tomamos as sequˆencias que convergem para a, xn = a − 1 
n + 1 
e yn = a + 
1 
n + 1 
, da´ı 
⌊xn⌋ = a − 1 e ⌊yn⌋ = a, logo essas sequˆencias n˜ao tem o mesmo limite, implicando que 
n˜ao existe lim 
x→a 
⌊x⌋. 
Z Exemplo 7. Seja f : R  {0} dada por f(x) = 
|x| 
x 
, ent˜ao lim 
x→0 
|x| 
x 
n˜ao existe. Se 
x  0 ent˜ao 
|x| 
x 
= 
x 
x 
= 1 se x  0, 
|x| 
x 
= 
−x 
x 
= −1, tomamos uma sequˆencia xn = 
1 
n 
da´ı 
f(xn) = 1 e tomando yn = 
−1 
n 
tem-se f(yn) = −1, os limites s˜ao distintos, logo lim 
x→0 
|x| 
x 
n˜ao existe. 
ZExemplo 8. Se a n˜ao ´e inteiro, ent˜ao lim 
⌊x⌋ = ⌊a⌋: 
x→a 
Dado a n˜ao inteiro, tem-se que a ∈ (m;m+1) onde m ´e inteiro, logo podemos escolher 
  0 tal que (a − ; a + ) ⊂ (m;m + 1) e da´ı para esses valores, vale ⌊x⌋ = m = ⌊a⌋, 
implicando que ⌊x⌋ − ⌊a⌋   para qualquer   0: 
b Propriedade 6. (ver isso depois) Sejam f; gA → R: Se g(x) ´e limitada numa vizi-nhan 
¸ca de a e lim 
x→a 
f(x) = 0 ent˜ao lim 
x→a 
f(x):g(x) = 0: 
ê Demonstrac~ao. Tomamos uma sequˆencia (xn) em A tal que lim xn = a, temos 
que (g(xn)) ´e limitada e lim f(xn) = 0, logo lim f(xn)g(xn) = 0, por propriedade de 
sequˆencias, como a sequˆencia (xn) ´e arbitr´aria, segue que lim 
x→a 
f(x):g(x) = 0: 
ZExemplo 9. lim 
x→0 
x⌊ 1 
x 
⌋ = 1 pois escrevemos 
1 
x 
= ⌊ 1 
x 
⌋ + { 1 
x 
} da´ı 
x⌊ 1 
x 
⌋ = 1 − x{ 1 
x 
} 
como { 1 
x 
} ´e limitada, segue que lim 
x→0 
x⌊ 1 
x 
⌋ = 1: 
1.2 Propriedades aritmeticas dos limites 
b Propriedade 7 (Limite da soma). Se lim 
x→a 
f(x) = L e lim 
x→a 
g(x) = M ent˜ao lim 
x→a 
f(x)+ 
g(x) = L +M:
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 8 
ê Demonstrac~ao. Tomamos uma sequˆencia (xn) em A com lim xn = a, da´ı temos 
lim f(xn) = L e lim g(xn) = M, e por propriedade de limite de sequˆencias lim f(xn) + 
g(xn) = L +M, pela arbitrariedade da sequˆencia (xn) conclu´ımos que lim 
x→a 
f(x) + g(x) = 
L +M: 
b Propriedade 8. Se lim 
x→a 
fk(x) = Lk ent˜ao 
lim 
x→a 
Σn 
k=1 
fk(x) = 
Σn 
k=1 
Lk: 
ê Demonstrac~ao. 
b Propriedade 9 (Limite do quociente). Se lim 
x→a 
f(x) = L e lim 
x→a 
g(x) = M̸= 0 ent˜ao 
lim 
x→a 
f(x) 
g(x) 
= 
L 
M 
: 
ê Demonstrac~ao. Tomamos uma sequˆencia (xn) em A com lim xn = a, da´ı temos 
lim f(xn) = L e lim g(xn) = M, e por propriedade de limite de sequˆencias 
lim 
f(xn) 
g(xn) 
= 
L 
M 
pela arbitrariedade da sequˆencia (xn) conclu´ımos que lim 
x→a 
f(x) 
g(x) 
= 
L 
M 
: 
b Propriedade 10 (Limite do produto). Se lim 
x→a 
f(x) = L e lim 
x→a 
g(x) = M̸= 0 ent˜ao 
lim 
x→a 
f(x)g(x) = L:M 
ê Demonstrac~ao. Tomamos uma sequˆencia (xn) em A com lim xn = a, da´ı temos 
lim f(xn) = L e lim g(xn) = M, e por propriedade de limite de sequˆencias 
lim f(xn)g(xn) = LM 
pela arbitrariedade da sequˆencia (xn) conclu´ımos que lim 
x→a 
f(x)g(x) = L:M 
b Propriedade 11. Se lim 
x→a 
fk(x) = Lk ent˜ao 
lim 
x→a 
Πn 
k=1 
fk(x) = 
Πn 
k=1 
Lk: 
$ Corolario 2. Se p ∈ N, f : A → R dada por f(x) = xp ent˜ao 
lim 
x→a 
xp = ap:
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 9 
$ Corolario 3. Se f : A → R ´e polinomial f(x) = 
Σn 
k=0 
akxk ent˜ao 
lim 
x→c 
Σn 
k=0 
akxk = 
Σn 
k=0 
akck: 
ê Demonstrac~ao. 
1.2.1 Func~ao de Dirichlet 
m De
nic~ao 2 (Fun¸c˜ao de Dirichlet). ´E 
a fun¸c˜ao g : R → R definida como 
g(x) = 
 
 
=∈ 
1 se x ∈ Q 
0 se x Q 
b Propriedade 12. Para qualquer a ∈ R n˜ao existe lim 
x→a 
g(x): 
ê Demonstrac~ao. Como Q e R  Q s˜ao ambos densos em R, podemos tomar uma 
sequˆencia de racionais (xn) que converge para a e da´ı g(xn) = 1, ent˜ao lim g(xn) = 1, 
por´em tomando uma sequˆencia (yn) de irracionais tais que lim(yn) = a, temos g(yn) = 0 
e lim g(yn) = 0, como os limites s˜ao diferentes segue que lim 
x→a 
g(x) n˜ao existe. 
1.2.2 Limite da composic~ao de func~oes 
⋆ Teorema 2 (Limite da composi¸c˜ao de fun¸c˜oes). Sejam A;B ⊂ R, f de A em R e g 
de B em R com f(A) ⊂ B. Se lim 
x→a 
f(x) = b e lim 
y→b 
g(y) = c ainda com c = g(b), tem-se 
lim 
x→a 
g(f(x)) = c: 
ê Demonstrac~ao. Da existˆencia do limite de g(x) temos que para todo   0 
existe 1  0 tal que y ∈ B, |y − b|  1 ⇒ |g(y) − c|  , onde tiramos a restri¸c˜ao 
de y̸= b, pois no caso y = b a propriedade vale. Agora usando a existˆencia do limite 
de f tomando 1 como f ,  para f, temos que para 1 existe 2  0 tal que x ∈ A, 
0  |x − a|  2 ⇒ |f(x) − b|  1 como f(x) ∈ B, podemos tomar y = f(x) de onde do 
primeiro limite que |g(f(x)) − c|   implicando que lim 
x→a 
g(f(x)) = c: 
Se x̸= a implicar f(x)̸= b ainda teremos a propriedade pois , repetindo o argumento 
com pequenas altera¸c˜oes:
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 10 
Da existˆencia do limite de g(x) temos que para todo   0 existe 1  0 tal que y ∈ B, 
0  |y − b|  1 ⇒ |g(y) − c|  , onde agora mantemos a restri¸c˜ao de y̸= b. Usando a 
existˆencia do limite de f tomando 1 como f ,  para f, temos que para 1 existe 2  0 
tal que x ∈ A, 0  |x − a|  2 ⇒ 0  |f(x) − b|  1 ( aqui usamos que x̸= a implica 
f(x)̸= b) como f(x) ∈ B, podemos tomar y = f(x) de onde do primeiro limite que 
|g(f(x)) − c|   implicando que lim 
x→a 
g(f(x)) = c: 
ZExemplo 10. Nesse exemplo mostramos que ´e necess´ario supor g(b) = c. Suponha 
que g(x) = x; ∀x̸= 1 e g(1) = 0: Temos que 
lim 
x→1 
g(x) = 1̸= g(1) = 0: 
Tomando f(x) = 1; ∀x, segue que 
lim 
x→a 
f(x) = 1; 
por´em 
lim 
x→a 
g(f(x)) = lim 
x→a 
g(1) = 0̸= lim 
x→1 
g(x) = 1: 
1.3 Limites e desigualdades 
1.3.1 Teorema do sanduche 
⋆ Teorema 3 (Teorema do sandu´ıche). Sejam f; g; h de A em R, a ∈ A′ e lim 
x→a 
f(x) = 
lim 
x→a 
g(x) = L. Se f(x) ≤ h(x) ≤ g(x) para todo x ∈ A  {a} ent˜ao lim 
x→a 
h(x) = L: 
ê Demonstrac~ao. ∀  0 ∃(1; 2)( 0) tais que x ∈ A; 
0  |x − a|  1 ⇒ L −   f(x)  L +  
e 
0  |x − a|  2 ⇒ L −   g(x)  L +  
, tomando  = min{1; 2} tem-se L −   f(x) ≤ h(x) ≤ g(x)  L +  
que implica lim 
x→a 
h(x) = L:
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 11 
b Propriedade 13. Sejam f; g de A em R, a ∈ A′,se lim 
x→a 
f(x) = L e lim 
x→a 
g(x) = M com 
M  L ent˜ao existe   0 tal que g(x)  f(x) para todo x ∈ A com 0  |x − a|  : 
ê Demonstrac~ao. Pela defini¸c˜ao de limite temos ∀  0, ∃1  0 tal que x ∈ A , 
0  |x−a|  1 implica f(x) ∈ (L−;L+) e o mesmo para g(x) , ∃2  0 tal que x ∈ A 
, 0  |x − a|  2 implica g(x) ∈ (M − ;M + ), podemos tentar tomar M −  = L + , 
M − L 
com isso 
2 
= , como M  L tal  cumpre a condi¸c˜ao   0, tomando  = 
M − L 
2 
e  = min{1; 2} tem-se f(x)  L −  = M −   g(x), isto ´e, f(x)  g(x) para x ∈ A, 
0  |x − a|  : 
$ Corolario 4. Se lim 
x→a 
f(x) = L  M ent˜ao existe   0 tal que f(x)  M para todo 
x ∈ A com 0  |x − a|  : 
Tome g(x) = M para todo x ∈ A, assim lim 
x→a 
g(x) = M e aplicamos a propriedade 
anterior. 
$ Corolario 5. Sejam lim 
x→a 
f(x) = L e lim 
x→a 
g(x) = M. Se g(x) ≥ f(x) para todo 
x ∈ A − {a} ent˜ao M ≥ L: 
Pois se fosse L  M, existiria   0 tal que f(x)  g(x) para 0  |x − a|   o que 
entra em contradi¸c˜ao com g(x) ≥ f(x): 
$ Corolario 6 (Conserva¸c˜ao de sinal). Se lim 
x→a 
g(x) = M  0 ent˜ao existe   0 tal que 
g(x)  0 para todo x ∈ A com 0  |x−a|  , tomamos f(x) = 0 e usamos a propriedade 
j´a demonstrada. 
b Propriedade 14 (Existˆencia de limite e limita¸c˜ao da fun¸c˜ao). Sejam X ⊂ R, f : 
X → R, a ∈ X′: Se existe lim 
x→a 
f(x) ent˜ao f ´e limitada numa vizinhan¸ca de a, isto ´e, 
existem A  0,   0 tais que 0  |x − a|  , x ∈ X ⇒ |f(x)|  A: 
Seja L = lim 
x→a 
f(x) e  = 1 na defini¸c˜ao de limite, ent˜ao existe 
  0|x ∈ X; 0  |x − a|   ⇒ |f(x) − L|  1 
L − 1  f(x)  L + 1 multiplicando por −1 segue e invertendo as desigualdades tem-se 
−L − 1  −f(x)  −L + 1
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 12 
como temos L ≤ |L| e −L ≤ |L| segue L + 1 ≤ |L| + 1 e −L + 1 ≤ |L| + 1 e 
−f(x) ≤ |L| + 1; f(x) ≤ |L| + 1 ⇒ |f(x)| ≤ |L| + 1 
tomando A = |L| + 1 segue a propriedade. 
1.3.2 Criterio de Cauchy para limites 
b Propriedade 15. lim 
x→a 
f(x) existe sse 
∀  0 ∃  0 |0  |x − a|  ; 0  |y − a|   ⇒ |f(x) − f(y)|  : 
ê Demonstrac~ao. Se lim 
x→a 
f(x) = L ent˜ao 
∀  0; ∃  0 | x; y ∈ A; |x − a|  ; |y − a|   ⇒ |f(x) − b|  
 
2 
; |f(y) − b|  
 
2 
tomando a desigualdade triangular segue 
|f(x) − f(y)| ≤ |f(y) − b| + |f(x) − b|  
 
2 
+ 
 
2 
=  
logo nessas condi¸c˜oes |f(x) − f(y)|  : 
Para toda sequˆencia de pontos (xn) em A com lim xn = a, com as condi¸c˜oes dadas a 
sequˆencia (f(xn)) ´e de Cauchy em R como R ´e completo ela converge o que implica que 
existe o limite lim 
x→a 
f(x): 
1.4 Limites laterais 
m De
nic~ao 3 (Limite `a direita). Seja a ponto de acumula¸c˜ao `a direita de A, isto ´e, 
∀  0 vale A ∩ (a; a + )̸= ∅ ent˜ao 
lim 
x→a+ 
f(x) = L ⇔ ∀  0 ∃  0; x ∈ A; 0  x − a   ⇒ |f(x) − L|  : 
Podemos escrever 0  x − a   como a  x  a + : 
m De
nic~ao 4 (Limite `a esquerda). Seja a ponto de acumula¸c˜ao `a esquerda de A; isto 
´e,∀  0 vale A ∩ (a − ; a)̸= ∅ ent˜ao 
lim 
x→a− f(x) = L ⇔ ∀  0 ∃  0; x ∈ A; 0  a − x   ⇒ |f(x) − L|  :
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 13 
Podemos denotar os limites laterais como 
lim 
x→a− f(x) = f(a−) 
lim 
x→a+ 
f(x) = f(a+): 
b Propriedade 16. Sejam X ⊂ R; f : X → R, a ∈ X 
′ 
+: Tomando Y = X ∩ (a;+∞) e 
g = f|Y ent˜ao 
lim 
x→a+ 
f(x) = L ⇔ lim 
x→a 
g(x) = L: 
ê Demonstrac~ao. Se x ∈ Y temos x ∈ (a;+∞), de onde segue a  x; 0  x − a: 
Se lim 
x→a+ 
f(x) = L ⇒ 
∀  0; ∃  0 | x ∈ X; 0  x − a   ⇒ f(x) ∈ (L − ; L + ) 
de x ∈ X e 0  x − a, implica x ∈ Y e nesse intervalo g = f logo f(x) ∈ (L − ;L + ) 
que implica lim 
x→a 
g(x) = L: 
Se lim 
x→a 
g(x) = L ent˜ao 
∀  0; ∃  0 | x ∈ Y; 0  x − a   ⇒ |g(x) − L|   
mas em Y , g = f ent˜ao |f(x) − L|   que implica lim 
x→a+ 
f(x) = L: 
b Propriedade 17. Seja A ⊂ R, f : A → R e a ∈ A 
′ 
+ 
′ 
− ent˜ao lim 
∩ A 
x→a 
f(x) = L sse 
existem e s˜ao iguais os limites laterais 
lim 
x→a+ 
x→a− f(x) 
f(x) = L = lim 
ê Demonstrac~ao. Se lim 
x→a+ 
x→a− f(x) ent˜ao ∀  0; ∃(1; 2)( 0) tais 
f(x) = L = lim 
que x ∈ X ∩(a; a+1) implica |f(x)−L|   e x ∈ X ∩(a−2; a) implica |f(x)−L|  . 
Tomando  = min{1; 2} ent˜ao x ∈ (a − ; a) ∪ (a; a + ) implica |f(x) − L|   e 
lim 
f(x) = L. Falta a outra parte. 
x→a 
b Propriedade 18. Sejam A ⊂ R, f : A → R uma fun¸c˜ao mon´otona limitada, a ∈ A′ 
+ 
e b ∈ A′ 
−: Ent˜ao existem os limites laterais 
lim 
x→a+ 
f(x) = L; lim 
x→b− f(x) = M:
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 14 
ê Demonstrac~ao. Seja B = inf{f(x); x ∈ A; x  a}, tal conjunto ´e n˜ao vazio pois a 
´e ponto de acumula¸c˜ao `a direita e limitado inferiormente , pois f ´e limitada inferiormente, 
logo ele possui ´ınfimo L . L+ n˜ao ´e cota inferior de B , logo existe   0 tal que a+ ∈ A 
e vale L ≤ f(a + )  L + , como f ´e n˜ao-decrescente tem-se com a  x  a +  que 
L ≤ f(x)  f(a + )  L +  da´ı lim 
x→a+ 
f(x) = L. 
ZExemplo 11. Vale lim 
x→a+ 
⌊x⌋ = a e lim 
x→a− 
⌊x⌋ = a − 1 logo n˜ao existe o limite lim 
⌊x⌋ 
x→a 
se a ´e inteiro. Podemos tomar   1 com a  x  a +   a + 1 e nesse intervalo vale 
⌊x⌋ = a logo lim 
x→a+ 
⌊x⌋ = a, da mesma maneira tem-se a − 1  a −   x  a, logo nesse 
intervalo vale ⌊x⌋ = a − 1 de onde tem-se lim 
x→a− 
⌊x⌋ = a − 1 . 
b Propriedade 19. lim 
x→a+ 
x→a− f(x) = L) ⇔ ∀(xn) em A decrescente (cres-cente) 
f(x) = L ( lim 
com lim xn = a tem-se lim f(xn) = L: 
ê Demonstrac~ao. Vale que lim 
x→a+ 
f(x) = L ⇔ lim 
x→a 
g(x) = L onde g : B → R onde 
B = A ∩ (a;∞): Por´em lim 
x→a 
g(x) = L ⇔ ∀(xn) em B com lim xn = a vale lim g(xn) = L: 
Vamos ent˜ao provar a propriedade. 
⇒): Se lim 
x→a+ 
f(x) = L ent˜ao lim 
x→a 
g(x) = L que implica ∀(xn) em B com lim xn = a 
vale lim g(xn) = L, em especial para as sequˆencias (xn) que sejam decrescentes. 
⇐): Vamos usar a contrapositiva que ´e se lim 
x→a 
g(x)̸= L ent˜ao existe (xn) em A decres-cente 
com lim xn = a tal que lim g(xn)̸= L: Supondo que temos lim 
x→a 
g(x)̸= L ent˜ao existe 
sequˆencia (yn) em B com lim yn = a tal que lim g(yn)̸= L, como (yn) ∈ (a; a + ) ∩ A, 
podemos tomar (xn) subsequˆencia de (yn) tal que lim xn = a e lim g(xn)̸= L (pois as 
subsequˆencias devem convergir para o mesmo valor das sequˆencias), assim fica provado o 
resultado. 
ZExemplo 12. Tomamos f : R  {0} → 1 
R definida como f(x) = 
1 + a 
1 
x 
com a  1, 
vamos analisar os limites laterais lim 
x→0+ 
f(x) e lim 
x→0− f(x): 
Seja (xn) em R {0} tal que lim xn = 0 ent˜ao vale lim a 
1 
xn = ∞, pois como lim xn = 0 
podemos tomar c  0 tal que ac  M  0 arbitr´ario e 0  xn0  
1 
c 
 1 da´ı axn0  a 
1 
c ⇒ 
M  ac  a 
1 
xn0 e como xn ´e decrescente para n0  n vale xn  xn0 portanto axn  axn0 ⇒ 
M  a 
1 
xn0  a 
1 
xn logo lim a 
1 
xn = ∞ de onde segue que lim f(xn) = lim 
1 
1 + a 
1 
xn 
= 0 que 
por sua vez implica lim 
x→0+ 
f(x) = 0:
CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 15 
Admitimos agora (yn) crescente em R  {0} tal que lim yn = 0: a 
1 
yn = 
1 
a 
1 
−yn 
, como 
yn+1  yn segue que −yn  −yn+1, (−yn) ´e decrescente e tende a zero logo pelo resultado 
1 
1 
anterior lim a 
−yn = ∞ ⇒ lim a 
yn = lim 
1 
a 
1 
−yn 
= 0, portanto lim 1+a 
1 
yn = 1 e lim f(xn) = 
lim 
1 
1 + a 
1 
xn 
= 1 da´ı vale lim 
x→0− f(x) = 1: 
b Propriedade 20. Seja f : A → R mon´otona. Se existe (xn) em A com xn  a, 
lim xn = a e lim f(xn) = L ent˜ao lim 
x→a+ 
f(x) = L: 
ê Demonstrac~ao. Suponha f n˜ao decrescente, vamos mostrar que 
B = {f(x); x ∈ R; x  a} 
´e um conjunto limitado inferiormente. Dado x arbitr´ario e fixo tal que x  a existe xn  a 
que satisfaz x  xn  a, pois lim xn = a, f n˜ao decrescente implica f(x) ≥ f(xn), como 
(f(xn)) ´e convergente, vale que tal sequˆencia ´e limitada inferiormente, portanto existe M 
tal que f(xn)  M ∀n ∈ N da´ı f(x) ≥ f(xn)  M para f(x) ∈ B arbitr´ario, logo B ´e 
limitado inferiormente. Por B ser limitado inferiormente ele possui ´ınfimo . 
Seja L′ = inf B = inf{f(x); x ∈ R; x  a}, vale que lim 
x→a 
f(x) = L′ (resultado j´a 
demonstrado), disso segue pelo crit´erio de sequˆencias para limite lateral que lim f(xn) = 
L′ = L, pela unicidade de limite, portanto lim 
x→a 
f(x) = L: 
ZExemplo 13. Seja f : R{0} dada por f(x) = sen( 
1 
x 
) 
1 
1 + 2 
1 
x 
. Determine o conjunto 
dos pontos L tais que lim f(xn) = L, com lim xn = 0; xn̸= 0: 
Tomando o m´odulo da express˜ao
sen( 
1 
x 
) 
1 
1 + 2 
1 
x

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

[Alexandre] 2. Geometria
[Alexandre] 2. Geometria[Alexandre] 2. Geometria
[Alexandre] 2. Geometrialapodcc
 
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestritalapodcc
 
[Alexandre] 8. Não Linear Restrita
[Alexandre] 8. Não Linear Restrita[Alexandre] 8. Não Linear Restrita
[Alexandre] 8. Não Linear Restritalapodcc
 
[Robson] 4. Dualidade
[Robson] 4. Dualidade[Robson] 4. Dualidade
[Robson] 4. Dualidadelapodcc
 
[Robson] 5. Análise de Sensibilidade
[Robson] 5. Análise de Sensibilidade[Robson] 5. Análise de Sensibilidade
[Robson] 5. Análise de Sensibilidadelapodcc
 
[Robson] 6. Otimização de Grande Porte
[Robson] 6. Otimização de Grande Porte[Robson] 6. Otimização de Grande Porte
[Robson] 6. Otimização de Grande Portelapodcc
 
Capítulo4 interpolação
Capítulo4 interpolaçãoCapítulo4 interpolação
Capítulo4 interpolaçãoJADSON SANTOS
 
[Robson] 3. Método Simplex
[Robson] 3. Método Simplex[Robson] 3. Método Simplex
[Robson] 3. Método Simplexlapodcc
 
Funções, suas propriedades e gráfico
Funções, suas propriedades e gráficoFunções, suas propriedades e gráfico
Funções, suas propriedades e gráficoCarlos Campani
 
PROPRIEDADES DAS FUNÇÕES
PROPRIEDADES DAS FUNÇÕESPROPRIEDADES DAS FUNÇÕES
PROPRIEDADES DAS FUNÇÕESCarlos Campani
 
Aula 8 variáveis aleatória contínua - parte 1
Aula 8   variáveis aleatória contínua - parte 1Aula 8   variáveis aleatória contínua - parte 1
Aula 8 variáveis aleatória contínua - parte 1Ariel Rennó Chaves
 

Mais procurados (18)

Seqe
SeqeSeqe
Seqe
 
[Alexandre] 2. Geometria
[Alexandre] 2. Geometria[Alexandre] 2. Geometria
[Alexandre] 2. Geometria
 
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita
 
[Alexandre] 8. Não Linear Restrita
[Alexandre] 8. Não Linear Restrita[Alexandre] 8. Não Linear Restrita
[Alexandre] 8. Não Linear Restrita
 
[Robson] 4. Dualidade
[Robson] 4. Dualidade[Robson] 4. Dualidade
[Robson] 4. Dualidade
 
Conceitos e simulação de cadeias de markov
Conceitos e simulação de cadeias de markovConceitos e simulação de cadeias de markov
Conceitos e simulação de cadeias de markov
 
[Robson] 5. Análise de Sensibilidade
[Robson] 5. Análise de Sensibilidade[Robson] 5. Análise de Sensibilidade
[Robson] 5. Análise de Sensibilidade
 
Introdução à cadeias de markov
Introdução à cadeias de markovIntrodução à cadeias de markov
Introdução à cadeias de markov
 
Calculo1 aula03
Calculo1 aula03Calculo1 aula03
Calculo1 aula03
 
[Robson] 6. Otimização de Grande Porte
[Robson] 6. Otimização de Grande Porte[Robson] 6. Otimização de Grande Porte
[Robson] 6. Otimização de Grande Porte
 
Capítulo4 interpolação
Capítulo4 interpolaçãoCapítulo4 interpolação
Capítulo4 interpolação
 
[Robson] 3. Método Simplex
[Robson] 3. Método Simplex[Robson] 3. Método Simplex
[Robson] 3. Método Simplex
 
Cadeias de Markov
Cadeias de MarkovCadeias de Markov
Cadeias de Markov
 
00 propserpot
00 propserpot00 propserpot
00 propserpot
 
Variáveis aleatórias discretas - Estatística II
Variáveis aleatórias discretas - Estatística IIVariáveis aleatórias discretas - Estatística II
Variáveis aleatórias discretas - Estatística II
 
Funções, suas propriedades e gráfico
Funções, suas propriedades e gráficoFunções, suas propriedades e gráfico
Funções, suas propriedades e gráfico
 
PROPRIEDADES DAS FUNÇÕES
PROPRIEDADES DAS FUNÇÕESPROPRIEDADES DAS FUNÇÕES
PROPRIEDADES DAS FUNÇÕES
 
Aula 8 variáveis aleatória contínua - parte 1
Aula 8   variáveis aleatória contínua - parte 1Aula 8   variáveis aleatória contínua - parte 1
Aula 8 variáveis aleatória contínua - parte 1
 

Semelhante a Limites2

Introdução à limites - Teoremas e exercícios
Introdução à limites - Teoremas e exercíciosIntrodução à limites - Teoremas e exercícios
Introdução à limites - Teoremas e exercíciosThiagoFDomingosDiasF
 
Aula inicial física agronomia
Aula inicial física agronomiaAula inicial física agronomia
Aula inicial física agronomiaUFRA-Capanema
 
Lista de exercícios 3 - Cálculo
Lista de exercícios 3 - CálculoLista de exercícios 3 - Cálculo
Lista de exercícios 3 - CálculoCarlos Campani
 
Apostila Calculo 1 - Limites de uma função - Engenharia Civil
Apostila Calculo 1 - Limites de uma função - Engenharia CivilApostila Calculo 1 - Limites de uma função - Engenharia Civil
Apostila Calculo 1 - Limites de uma função - Engenharia CivilAna Carolline Pereira
 
Lista de exercícios 5 - Cálculo
Lista de exercícios 5 - CálculoLista de exercícios 5 - Cálculo
Lista de exercícios 5 - CálculoCarlos Campani
 
unidade-1.1-noção intuitiva de limite-limites laterais.ppt
unidade-1.1-noção intuitiva de limite-limites laterais.pptunidade-1.1-noção intuitiva de limite-limites laterais.ppt
unidade-1.1-noção intuitiva de limite-limites laterais.pptThaysonDourado1
 
apresentacao_Limites_aula.pdf
apresentacao_Limites_aula.pdfapresentacao_Limites_aula.pdf
apresentacao_Limites_aula.pdfssuser767529
 
Sequencias e-series
Sequencias e-seriesSequencias e-series
Sequencias e-seriesjhujha
 
Lista de exercícios 8
Lista de exercícios 8Lista de exercícios 8
Lista de exercícios 8Carlos Campani
 

Semelhante a Limites2 (20)

Limites2
Limites2Limites2
Limites2
 
Introdução à limites - Teoremas e exercícios
Introdução à limites - Teoremas e exercíciosIntrodução à limites - Teoremas e exercícios
Introdução à limites - Teoremas e exercícios
 
Aula inicial física agronomia
Aula inicial física agronomiaAula inicial física agronomia
Aula inicial física agronomia
 
L hopital
L hopitalL hopital
L hopital
 
Lista de exercícios 3 - Cálculo
Lista de exercícios 3 - CálculoLista de exercícios 3 - Cálculo
Lista de exercícios 3 - Cálculo
 
Apostila Calculo 1 - Limites de uma função - Engenharia Civil
Apostila Calculo 1 - Limites de uma função - Engenharia CivilApostila Calculo 1 - Limites de uma função - Engenharia Civil
Apostila Calculo 1 - Limites de uma função - Engenharia Civil
 
Calculo1 aula04
Calculo1 aula04Calculo1 aula04
Calculo1 aula04
 
Limites
LimitesLimites
Limites
 
CUSC.pptx
CUSC.pptxCUSC.pptx
CUSC.pptx
 
Calculo1 aula04
Calculo1 aula04Calculo1 aula04
Calculo1 aula04
 
Calculo1 aula04
Calculo1 aula04Calculo1 aula04
Calculo1 aula04
 
Calculo 1 limites
Calculo 1 limitesCalculo 1 limites
Calculo 1 limites
 
Lista de exercícios 5 - Cálculo
Lista de exercícios 5 - CálculoLista de exercícios 5 - Cálculo
Lista de exercícios 5 - Cálculo
 
Curso de limites v1
Curso de limites v1Curso de limites v1
Curso de limites v1
 
Limites
LimitesLimites
Limites
 
unidade-1.1-noção intuitiva de limite-limites laterais.ppt
unidade-1.1-noção intuitiva de limite-limites laterais.pptunidade-1.1-noção intuitiva de limite-limites laterais.ppt
unidade-1.1-noção intuitiva de limite-limites laterais.ppt
 
apresentacao_Limites_aula.pdf
apresentacao_Limites_aula.pdfapresentacao_Limites_aula.pdf
apresentacao_Limites_aula.pdf
 
Função Polinomial
Função PolinomialFunção Polinomial
Função Polinomial
 
Sequencias e-series
Sequencias e-seriesSequencias e-series
Sequencias e-series
 
Lista de exercícios 8
Lista de exercícios 8Lista de exercícios 8
Lista de exercícios 8
 

Último

Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º anoRachel Facundo
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosLucianoPrado15
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfHELENO FAVACHO
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasSocorro Machado
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffNarlaAquino
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...andreiavys
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeitotatianehilda
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxFlviaGomes64
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxLeonardoGabriel65
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 

Último (20)

Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 

Limites2

  • 1. Anotac~oes sobre limite de func~oes Rodrigo Carlos Silva de Lima ‡ Universidade Federal Fluminense - UFF-RJ rodrigo.uff.math@gmail.com ‡
  • 2. 1
  • 3. Sumario 1 Limite de func~oes 3 1.1 Limite de fun¸c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.1.1 Limite e sequˆencias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.2 Propriedades aritm´eticas dos limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1.2.1 Fun¸c˜ao de Dirichlet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.2.2 Limite da composi¸c˜ao de fun¸c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.3 Limites e desigualdades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.3.1 Teorema do sandu´ıche . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.3.2 Crit´erio de Cauchy para limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 1.4 Limites laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 1.5 Limites no infinito e limites infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.5.1 Defini¸c˜oes com limites de x → ∞ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.5.2 Defini¸c˜oes com limites de x → −∞ . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 1.5.3 Defini¸c˜oes de limites tendendo ao infinito . . . . . . . . . . . . . . . 18 1.5.4 Defini¸c˜oes de limites tendendo a menos infinito . . . . . . . . . . . 19 1.5.5 Crit´erio de compara¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 1.5.6 lim x→a f(x) = ∞ e sequˆencias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.6 Limites de fun¸c˜oes em espa¸cos m´etricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 1.7 Stolz-Ces`aro para limite de fun¸c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2
  • 4. Captulo 1 Limite de func~oes 1.1 Limite de func~oes m De
  • 5. nic~ao 1 (Defini¸c˜ao de limite). Sejam A ⊂ R um conjunto de n´umeros reais, f de A em R uma fun¸c˜ao real cujo dom´ınio ´e A e a ∈ A′ um ponto de acumula¸c˜ao do conjunto A. Definimos lim x→a f(x) = L sse ∀ 0; ∃ 0|x ∈ A; 0 |x − a| ⇒ |f(x) − L| : Dizemos que L ´e o limite de f quando x tende para a ou que limite de f(x) com x tendendo para a ´e L. 0 |x − a| significa que x ∈ (a − ; a) ∪ (a; a + ), ou x ∈ (a − ; a + ); x̸= a: Pela defini¸c˜ao dada, n˜ao ´e necess´ario que a ∈ A em lim x→a f(x), precisamos apenas que a ∈ A′; isto ´e, todo intervalo (a−; a+) possua pontos de A distintos de a. A fun¸c˜ao f pode mesmo n˜ao estar definida em a e quando est´a definida em a, n˜ao vale necessariamente lim x→a f(x) = f(a): Quando falarmos de limites usaremos sempre que a ∈ A′ onde A ´e o dom´ınio da fun¸c˜ao da qual queremos estudar lim x→a f(x): 3
  • 6. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 4 b Propriedade 1 (Unicidade do limite). Sejam A ⊂ R, f de A em R. Se lim x→a f(x) = L1 e lim f(x) = L2 ent˜ao L1 = L2: ê Demonstrac~ao. ∀ 0 existem (1; 2)( 0) tais que para x ∈ A vale 0 x→a |x−a| 1 implica |f(x)−L1| 2 e 0 |x−a| 2 implica |f(x)−L2| 2 , usando a desigualdade triangular para = min{1; 2} segue |L1−L2| ≤ |L1−f(x)|+|f(x)−L2| o que significa que L1 = L2: b Propriedade 2 (Limite da fun¸cao ˜constante). Se g(x) = c para todo x ∈ A entao ˜lim g(x) = c: x→a ê Demonstrac~ao. Tem-se que g(x)−c = 0 logo |g(x)−c| = 0 ∀x ∈ A ent˜ao ∀ 0 ∃ 0| x ∈ A, 0 |x − a| ⇒ |g(x) − c| = 0 : Z Exemplo 1. Seja f : R∗ → R dada por f(x) = x⌊ 1 x ⌋ ent˜ao f(x) = 0 para x 1, pois 0 1 x 1 e da´ı ⌊ 1 x ⌋ = 0, isso implica que lim x→∞ x⌊ 1 x ⌋ = 0: b Propriedade 3 (Limite da fun¸c˜ao identidade). Seja g : A → R dada por g(x) = x ent˜ao vale lim x→a g(x) = a: Lembrando que a n˜ao necessariamente pertence ao conjunto A, ent˜ao a princ´ıpio n˜ao tem-se g(a) = a: ê Demonstrac~ao. Tomamos = e da´ı Para 0 |x − a| tem-se |g(x) − a| = |x − a| = : ZExemplo 2. Dada uma fun¸c˜ao r : R → R tal que lim h→0 r(h) h = 0 pode n˜ao vale que lim h→0 r(h) h2 = 0, por exemplo, r(h) = h2, tem-se r(h) h = h e r(h) h2 = 1: 1.1.1 Limite e sequ^encias ⋆ Teorema 1 (Crit´erio de sequˆencias para limite). lim x→a f(x) = L ⇔ lim n→∞ f(xn) = L para toda sequˆencia de pontos xn ∈ A {a} tal que lim xn = a:
  • 7. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 5 ê Demonstrac~ao. ⇒.Suponhamos que lim x→a f(x) = L e lim xn = a com xn ∈ A{a}. Pela defini¸c˜ao de limite tem-se que ∀ 0 ,∃ 0 tal que 0 |x − a| ; x ∈ A ⇒ |f(x) − L| e pelo limite da sequˆencia ∀1 0; ∃n0 ∈ N|n n0 ⇒ 0 |xn−a| 1, como ´e garantida a rela¸c˜ao para qualquer 1 0, tomamos 1 = de onde segue 0 |xn − a| , usando essa desigualdade com a defini¸c˜ao do limite de f(x) segue |f(xn) − L| que implica lim f(xn) = L: ⇐ Agora para provar a rec´ıproca, vamos usar a contrapositiva que ´e lim x→a f(x)̸= L ⇒ lim f(xn)̸= L: ∃ 0 tal que ∀n ∈ N podemos obter xn ∈ A com 0 |xn − a| 1 n e |f(xn) − L)| ≥ : Ent˜ao xn → a; mas n˜ao se tem lim f(xn) = L: $Corolario 1 (Crit´erio de divergˆencia por sequˆencias). Dadas duas sequˆencias (xn); (yn) ∈ A {a} com lim xn = lim yn = a ent˜ao se lim f(xn)̸= lim f(yn) ou um deles n˜ao existir, ent˜ao lim x→a f(x) n˜ao existe. ZExemplo 3. Sejam f : gR → R definidas como ˆ f(x) = 0 se x ∈ R Q, f(x) = x se x ∈ Q: ˆ g(0) = 1 e g(x) = 0 se x̸= 0: Nessas condi¸c˜oes vale lim x→0 f(x) = lim x→0 g(x) = 0 e n˜ao existe lim x→0 g(f(x)): Vale lim x→0 f(x) = 0, pois tomamos = ent˜ao par 0 |x| vale |f(x)| = , tanto para x irracional, pois no caso vale |f(x)| = 0 , tanto no caso de x racional pois nesse caso vale |f(x)| = |x| = , ent˜ao em qualquer desses casos temos |f(x)| : Tamb´em vale que lim x→0 g(x) = 0, pois tomando = , 0 |x| implica x n˜ao nulo, portanto g(x) = 0 e da´ı |g(x)| = 0 = : N˜ao existe lim x→0 g(f(x)): Seja xn → 0 por valores racionais, ent˜ao f(xn) = xn e da´ı lim g(f(xn)) = lim g(xn) = 0. Tomando yn → 0 por valores irracionais temos f(yn) = 0 e lim g(f(yn)) = lim g(0) = 1;
  • 8. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 6 logo n˜ao pode existir lim x→0 g(f(x)), pois o limite depende de como se aproxima de zero (usamos o crit´erio de divergˆencia por meio de sequˆencias). b Propriedade 4. Se ∀(xn) em A {a} com lim xn = a implicar (f(xn)) convergente ent˜ao lim x→a f(x) existe. ê Demonstrac~ao. Usaremos que lim x→a f(x) = L ⇔ ∀ (zn) ∈ A {a} com lim zn = a vale lim f(zn) = L: Por isso vamos tomar duas sequˆencias arbitr´arias (xn) e (yn) com lim xn = lim yn = a em A {a} e vamos mostrar que lim f(xn) = lim f(yn): Tomamos (zn) definida como z2n = xn e z2n−1 = yn, da´ı lim zn = a, portanto lim f(zn) existe, como (f(xn)) e (f(yn)) s˜ao subsequˆencias de (f(zn)) entao ˜elas convergem para o mesmo limite L, da´ı provamos que ∀ (zn) ∈ A {a} com lim zn = a vale lim f(zn) = L que implica lim f(x) = L. x→a b Propriedade 5. Seja f : A → R; a ∈ A′, B = f(A {a}): Se lim x→a f(x) = L ent˜ao L ∈ B: Tal propriedade significa que o limite L pertence ao fecho da imagem f(A {a}), isto ´e, existem pontos de f(A {a}) arbitrariamente pr´oximos de L. ê Demonstrac~ao. Usaremos o crit´erio de sequˆencias. Como lim x→a f(x) = L, ent˜ao existe sequˆencia (xn) em A {a} tal que lim f(xn) = L, da´ı tome f(xn) = yn; (yn) ´e uma sequˆencia em f(A {a}) tal que lim yn = L, portanto L ∈ B: ZExemplo 4. lim x→0 sen( 1 x ) n˜ao existe. Tomamos as sequˆencias xn = 1 2n e yn = 1 2n + 2 vale lim xn = 0 = lim yn e sen( 1 xn ) = sen(2n) = 0 e sen(2n+ 2 ) = 1 logo os limites s˜ao distintos ent˜ao lim x→0 sen( 1 x ) n˜ao existe. Em geral, existe t ∈ R tal que sen(t) = v ∈ [−1; 1], tomando xn = 1 t + 2n vale lim xn = 0 e sen( 1 xn ) = sen(t + 2n) = sen(t) = v: ZExemplo 5. lim x→0 1 x n˜ao existe, pois se existisse seria um n´umero real a e tomando a sequˆencia xn = 1 n , ter´ıamos que ter lim n = a o que n˜ao acontece, pois vale lim n = ∞:
  • 9. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 7 ZExemplo 6. lim x→a ⌊x⌋ n˜ao existe se a ∈ Z: Tomamos as sequˆencias que convergem para a, xn = a − 1 n + 1 e yn = a + 1 n + 1 , da´ı ⌊xn⌋ = a − 1 e ⌊yn⌋ = a, logo essas sequˆencias n˜ao tem o mesmo limite, implicando que n˜ao existe lim x→a ⌊x⌋. Z Exemplo 7. Seja f : R {0} dada por f(x) = |x| x , ent˜ao lim x→0 |x| x n˜ao existe. Se x 0 ent˜ao |x| x = x x = 1 se x 0, |x| x = −x x = −1, tomamos uma sequˆencia xn = 1 n da´ı f(xn) = 1 e tomando yn = −1 n tem-se f(yn) = −1, os limites s˜ao distintos, logo lim x→0 |x| x n˜ao existe. ZExemplo 8. Se a n˜ao ´e inteiro, ent˜ao lim ⌊x⌋ = ⌊a⌋: x→a Dado a n˜ao inteiro, tem-se que a ∈ (m;m+1) onde m ´e inteiro, logo podemos escolher 0 tal que (a − ; a + ) ⊂ (m;m + 1) e da´ı para esses valores, vale ⌊x⌋ = m = ⌊a⌋, implicando que ⌊x⌋ − ⌊a⌋ para qualquer 0: b Propriedade 6. (ver isso depois) Sejam f; gA → R: Se g(x) ´e limitada numa vizi-nhan ¸ca de a e lim x→a f(x) = 0 ent˜ao lim x→a f(x):g(x) = 0: ê Demonstrac~ao. Tomamos uma sequˆencia (xn) em A tal que lim xn = a, temos que (g(xn)) ´e limitada e lim f(xn) = 0, logo lim f(xn)g(xn) = 0, por propriedade de sequˆencias, como a sequˆencia (xn) ´e arbitr´aria, segue que lim x→a f(x):g(x) = 0: ZExemplo 9. lim x→0 x⌊ 1 x ⌋ = 1 pois escrevemos 1 x = ⌊ 1 x ⌋ + { 1 x } da´ı x⌊ 1 x ⌋ = 1 − x{ 1 x } como { 1 x } ´e limitada, segue que lim x→0 x⌊ 1 x ⌋ = 1: 1.2 Propriedades aritmeticas dos limites b Propriedade 7 (Limite da soma). Se lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) = M ent˜ao lim x→a f(x)+ g(x) = L +M:
  • 10. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 8 ê Demonstrac~ao. Tomamos uma sequˆencia (xn) em A com lim xn = a, da´ı temos lim f(xn) = L e lim g(xn) = M, e por propriedade de limite de sequˆencias lim f(xn) + g(xn) = L +M, pela arbitrariedade da sequˆencia (xn) conclu´ımos que lim x→a f(x) + g(x) = L +M: b Propriedade 8. Se lim x→a fk(x) = Lk ent˜ao lim x→a Σn k=1 fk(x) = Σn k=1 Lk: ê Demonstrac~ao. b Propriedade 9 (Limite do quociente). Se lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) = M̸= 0 ent˜ao lim x→a f(x) g(x) = L M : ê Demonstrac~ao. Tomamos uma sequˆencia (xn) em A com lim xn = a, da´ı temos lim f(xn) = L e lim g(xn) = M, e por propriedade de limite de sequˆencias lim f(xn) g(xn) = L M pela arbitrariedade da sequˆencia (xn) conclu´ımos que lim x→a f(x) g(x) = L M : b Propriedade 10 (Limite do produto). Se lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) = M̸= 0 ent˜ao lim x→a f(x)g(x) = L:M ê Demonstrac~ao. Tomamos uma sequˆencia (xn) em A com lim xn = a, da´ı temos lim f(xn) = L e lim g(xn) = M, e por propriedade de limite de sequˆencias lim f(xn)g(xn) = LM pela arbitrariedade da sequˆencia (xn) conclu´ımos que lim x→a f(x)g(x) = L:M b Propriedade 11. Se lim x→a fk(x) = Lk ent˜ao lim x→a Πn k=1 fk(x) = Πn k=1 Lk: $ Corolario 2. Se p ∈ N, f : A → R dada por f(x) = xp ent˜ao lim x→a xp = ap:
  • 11. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 9 $ Corolario 3. Se f : A → R ´e polinomial f(x) = Σn k=0 akxk ent˜ao lim x→c Σn k=0 akxk = Σn k=0 akck: ê Demonstrac~ao. 1.2.1 Func~ao de Dirichlet m De
  • 12. nic~ao 2 (Fun¸c˜ao de Dirichlet). ´E a fun¸c˜ao g : R → R definida como g(x) =   =∈ 1 se x ∈ Q 0 se x Q b Propriedade 12. Para qualquer a ∈ R n˜ao existe lim x→a g(x): ê Demonstrac~ao. Como Q e R Q s˜ao ambos densos em R, podemos tomar uma sequˆencia de racionais (xn) que converge para a e da´ı g(xn) = 1, ent˜ao lim g(xn) = 1, por´em tomando uma sequˆencia (yn) de irracionais tais que lim(yn) = a, temos g(yn) = 0 e lim g(yn) = 0, como os limites s˜ao diferentes segue que lim x→a g(x) n˜ao existe. 1.2.2 Limite da composic~ao de func~oes ⋆ Teorema 2 (Limite da composi¸c˜ao de fun¸c˜oes). Sejam A;B ⊂ R, f de A em R e g de B em R com f(A) ⊂ B. Se lim x→a f(x) = b e lim y→b g(y) = c ainda com c = g(b), tem-se lim x→a g(f(x)) = c: ê Demonstrac~ao. Da existˆencia do limite de g(x) temos que para todo 0 existe 1 0 tal que y ∈ B, |y − b| 1 ⇒ |g(y) − c| , onde tiramos a restri¸c˜ao de y̸= b, pois no caso y = b a propriedade vale. Agora usando a existˆencia do limite de f tomando 1 como f , para f, temos que para 1 existe 2 0 tal que x ∈ A, 0 |x − a| 2 ⇒ |f(x) − b| 1 como f(x) ∈ B, podemos tomar y = f(x) de onde do primeiro limite que |g(f(x)) − c| implicando que lim x→a g(f(x)) = c: Se x̸= a implicar f(x)̸= b ainda teremos a propriedade pois , repetindo o argumento com pequenas altera¸c˜oes:
  • 13. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 10 Da existˆencia do limite de g(x) temos que para todo 0 existe 1 0 tal que y ∈ B, 0 |y − b| 1 ⇒ |g(y) − c| , onde agora mantemos a restri¸c˜ao de y̸= b. Usando a existˆencia do limite de f tomando 1 como f , para f, temos que para 1 existe 2 0 tal que x ∈ A, 0 |x − a| 2 ⇒ 0 |f(x) − b| 1 ( aqui usamos que x̸= a implica f(x)̸= b) como f(x) ∈ B, podemos tomar y = f(x) de onde do primeiro limite que |g(f(x)) − c| implicando que lim x→a g(f(x)) = c: ZExemplo 10. Nesse exemplo mostramos que ´e necess´ario supor g(b) = c. Suponha que g(x) = x; ∀x̸= 1 e g(1) = 0: Temos que lim x→1 g(x) = 1̸= g(1) = 0: Tomando f(x) = 1; ∀x, segue que lim x→a f(x) = 1; por´em lim x→a g(f(x)) = lim x→a g(1) = 0̸= lim x→1 g(x) = 1: 1.3 Limites e desigualdades 1.3.1 Teorema do sanduche ⋆ Teorema 3 (Teorema do sandu´ıche). Sejam f; g; h de A em R, a ∈ A′ e lim x→a f(x) = lim x→a g(x) = L. Se f(x) ≤ h(x) ≤ g(x) para todo x ∈ A {a} ent˜ao lim x→a h(x) = L: ê Demonstrac~ao. ∀ 0 ∃(1; 2)( 0) tais que x ∈ A; 0 |x − a| 1 ⇒ L − f(x) L + e 0 |x − a| 2 ⇒ L − g(x) L + , tomando = min{1; 2} tem-se L − f(x) ≤ h(x) ≤ g(x) L + que implica lim x→a h(x) = L:
  • 14. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 11 b Propriedade 13. Sejam f; g de A em R, a ∈ A′,se lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) = M com M L ent˜ao existe 0 tal que g(x) f(x) para todo x ∈ A com 0 |x − a| : ê Demonstrac~ao. Pela defini¸c˜ao de limite temos ∀ 0, ∃1 0 tal que x ∈ A , 0 |x−a| 1 implica f(x) ∈ (L−;L+) e o mesmo para g(x) , ∃2 0 tal que x ∈ A , 0 |x − a| 2 implica g(x) ∈ (M − ;M + ), podemos tentar tomar M − = L + , M − L com isso 2 = , como M L tal cumpre a condi¸c˜ao 0, tomando = M − L 2 e = min{1; 2} tem-se f(x) L − = M − g(x), isto ´e, f(x) g(x) para x ∈ A, 0 |x − a| : $ Corolario 4. Se lim x→a f(x) = L M ent˜ao existe 0 tal que f(x) M para todo x ∈ A com 0 |x − a| : Tome g(x) = M para todo x ∈ A, assim lim x→a g(x) = M e aplicamos a propriedade anterior. $ Corolario 5. Sejam lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) = M. Se g(x) ≥ f(x) para todo x ∈ A − {a} ent˜ao M ≥ L: Pois se fosse L M, existiria 0 tal que f(x) g(x) para 0 |x − a| o que entra em contradi¸c˜ao com g(x) ≥ f(x): $ Corolario 6 (Conserva¸c˜ao de sinal). Se lim x→a g(x) = M 0 ent˜ao existe 0 tal que g(x) 0 para todo x ∈ A com 0 |x−a| , tomamos f(x) = 0 e usamos a propriedade j´a demonstrada. b Propriedade 14 (Existˆencia de limite e limita¸c˜ao da fun¸c˜ao). Sejam X ⊂ R, f : X → R, a ∈ X′: Se existe lim x→a f(x) ent˜ao f ´e limitada numa vizinhan¸ca de a, isto ´e, existem A 0, 0 tais que 0 |x − a| , x ∈ X ⇒ |f(x)| A: Seja L = lim x→a f(x) e = 1 na defini¸c˜ao de limite, ent˜ao existe 0|x ∈ X; 0 |x − a| ⇒ |f(x) − L| 1 L − 1 f(x) L + 1 multiplicando por −1 segue e invertendo as desigualdades tem-se −L − 1 −f(x) −L + 1
  • 15. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 12 como temos L ≤ |L| e −L ≤ |L| segue L + 1 ≤ |L| + 1 e −L + 1 ≤ |L| + 1 e −f(x) ≤ |L| + 1; f(x) ≤ |L| + 1 ⇒ |f(x)| ≤ |L| + 1 tomando A = |L| + 1 segue a propriedade. 1.3.2 Criterio de Cauchy para limites b Propriedade 15. lim x→a f(x) existe sse ∀ 0 ∃ 0 |0 |x − a| ; 0 |y − a| ⇒ |f(x) − f(y)| : ê Demonstrac~ao. Se lim x→a f(x) = L ent˜ao ∀ 0; ∃ 0 | x; y ∈ A; |x − a| ; |y − a| ⇒ |f(x) − b| 2 ; |f(y) − b| 2 tomando a desigualdade triangular segue |f(x) − f(y)| ≤ |f(y) − b| + |f(x) − b| 2 + 2 = logo nessas condi¸c˜oes |f(x) − f(y)| : Para toda sequˆencia de pontos (xn) em A com lim xn = a, com as condi¸c˜oes dadas a sequˆencia (f(xn)) ´e de Cauchy em R como R ´e completo ela converge o que implica que existe o limite lim x→a f(x): 1.4 Limites laterais m De
  • 16. nic~ao 3 (Limite `a direita). Seja a ponto de acumula¸c˜ao `a direita de A, isto ´e, ∀ 0 vale A ∩ (a; a + )̸= ∅ ent˜ao lim x→a+ f(x) = L ⇔ ∀ 0 ∃ 0; x ∈ A; 0 x − a ⇒ |f(x) − L| : Podemos escrever 0 x − a como a x a + : m De
  • 17. nic~ao 4 (Limite `a esquerda). Seja a ponto de acumula¸c˜ao `a esquerda de A; isto ´e,∀ 0 vale A ∩ (a − ; a)̸= ∅ ent˜ao lim x→a− f(x) = L ⇔ ∀ 0 ∃ 0; x ∈ A; 0 a − x ⇒ |f(x) − L| :
  • 18. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 13 Podemos denotar os limites laterais como lim x→a− f(x) = f(a−) lim x→a+ f(x) = f(a+): b Propriedade 16. Sejam X ⊂ R; f : X → R, a ∈ X ′ +: Tomando Y = X ∩ (a;+∞) e g = f|Y ent˜ao lim x→a+ f(x) = L ⇔ lim x→a g(x) = L: ê Demonstrac~ao. Se x ∈ Y temos x ∈ (a;+∞), de onde segue a x; 0 x − a: Se lim x→a+ f(x) = L ⇒ ∀ 0; ∃ 0 | x ∈ X; 0 x − a ⇒ f(x) ∈ (L − ; L + ) de x ∈ X e 0 x − a, implica x ∈ Y e nesse intervalo g = f logo f(x) ∈ (L − ;L + ) que implica lim x→a g(x) = L: Se lim x→a g(x) = L ent˜ao ∀ 0; ∃ 0 | x ∈ Y; 0 x − a ⇒ |g(x) − L| mas em Y , g = f ent˜ao |f(x) − L| que implica lim x→a+ f(x) = L: b Propriedade 17. Seja A ⊂ R, f : A → R e a ∈ A ′ + ′ − ent˜ao lim ∩ A x→a f(x) = L sse existem e s˜ao iguais os limites laterais lim x→a+ x→a− f(x) f(x) = L = lim ê Demonstrac~ao. Se lim x→a+ x→a− f(x) ent˜ao ∀ 0; ∃(1; 2)( 0) tais f(x) = L = lim que x ∈ X ∩(a; a+1) implica |f(x)−L| e x ∈ X ∩(a−2; a) implica |f(x)−L| . Tomando = min{1; 2} ent˜ao x ∈ (a − ; a) ∪ (a; a + ) implica |f(x) − L| e lim f(x) = L. Falta a outra parte. x→a b Propriedade 18. Sejam A ⊂ R, f : A → R uma fun¸c˜ao mon´otona limitada, a ∈ A′ + e b ∈ A′ −: Ent˜ao existem os limites laterais lim x→a+ f(x) = L; lim x→b− f(x) = M:
  • 19. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 14 ê Demonstrac~ao. Seja B = inf{f(x); x ∈ A; x a}, tal conjunto ´e n˜ao vazio pois a ´e ponto de acumula¸c˜ao `a direita e limitado inferiormente , pois f ´e limitada inferiormente, logo ele possui ´ınfimo L . L+ n˜ao ´e cota inferior de B , logo existe 0 tal que a+ ∈ A e vale L ≤ f(a + ) L + , como f ´e n˜ao-decrescente tem-se com a x a + que L ≤ f(x) f(a + ) L + da´ı lim x→a+ f(x) = L. ZExemplo 11. Vale lim x→a+ ⌊x⌋ = a e lim x→a− ⌊x⌋ = a − 1 logo n˜ao existe o limite lim ⌊x⌋ x→a se a ´e inteiro. Podemos tomar 1 com a x a + a + 1 e nesse intervalo vale ⌊x⌋ = a logo lim x→a+ ⌊x⌋ = a, da mesma maneira tem-se a − 1 a − x a, logo nesse intervalo vale ⌊x⌋ = a − 1 de onde tem-se lim x→a− ⌊x⌋ = a − 1 . b Propriedade 19. lim x→a+ x→a− f(x) = L) ⇔ ∀(xn) em A decrescente (cres-cente) f(x) = L ( lim com lim xn = a tem-se lim f(xn) = L: ê Demonstrac~ao. Vale que lim x→a+ f(x) = L ⇔ lim x→a g(x) = L onde g : B → R onde B = A ∩ (a;∞): Por´em lim x→a g(x) = L ⇔ ∀(xn) em B com lim xn = a vale lim g(xn) = L: Vamos ent˜ao provar a propriedade. ⇒): Se lim x→a+ f(x) = L ent˜ao lim x→a g(x) = L que implica ∀(xn) em B com lim xn = a vale lim g(xn) = L, em especial para as sequˆencias (xn) que sejam decrescentes. ⇐): Vamos usar a contrapositiva que ´e se lim x→a g(x)̸= L ent˜ao existe (xn) em A decres-cente com lim xn = a tal que lim g(xn)̸= L: Supondo que temos lim x→a g(x)̸= L ent˜ao existe sequˆencia (yn) em B com lim yn = a tal que lim g(yn)̸= L, como (yn) ∈ (a; a + ) ∩ A, podemos tomar (xn) subsequˆencia de (yn) tal que lim xn = a e lim g(xn)̸= L (pois as subsequˆencias devem convergir para o mesmo valor das sequˆencias), assim fica provado o resultado. ZExemplo 12. Tomamos f : R {0} → 1 R definida como f(x) = 1 + a 1 x com a 1, vamos analisar os limites laterais lim x→0+ f(x) e lim x→0− f(x): Seja (xn) em R {0} tal que lim xn = 0 ent˜ao vale lim a 1 xn = ∞, pois como lim xn = 0 podemos tomar c 0 tal que ac M 0 arbitr´ario e 0 xn0 1 c 1 da´ı axn0 a 1 c ⇒ M ac a 1 xn0 e como xn ´e decrescente para n0 n vale xn xn0 portanto axn axn0 ⇒ M a 1 xn0 a 1 xn logo lim a 1 xn = ∞ de onde segue que lim f(xn) = lim 1 1 + a 1 xn = 0 que por sua vez implica lim x→0+ f(x) = 0:
  • 20. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 15 Admitimos agora (yn) crescente em R {0} tal que lim yn = 0: a 1 yn = 1 a 1 −yn , como yn+1 yn segue que −yn −yn+1, (−yn) ´e decrescente e tende a zero logo pelo resultado 1 1 anterior lim a −yn = ∞ ⇒ lim a yn = lim 1 a 1 −yn = 0, portanto lim 1+a 1 yn = 1 e lim f(xn) = lim 1 1 + a 1 xn = 1 da´ı vale lim x→0− f(x) = 1: b Propriedade 20. Seja f : A → R mon´otona. Se existe (xn) em A com xn a, lim xn = a e lim f(xn) = L ent˜ao lim x→a+ f(x) = L: ê Demonstrac~ao. Suponha f n˜ao decrescente, vamos mostrar que B = {f(x); x ∈ R; x a} ´e um conjunto limitado inferiormente. Dado x arbitr´ario e fixo tal que x a existe xn a que satisfaz x xn a, pois lim xn = a, f n˜ao decrescente implica f(x) ≥ f(xn), como (f(xn)) ´e convergente, vale que tal sequˆencia ´e limitada inferiormente, portanto existe M tal que f(xn) M ∀n ∈ N da´ı f(x) ≥ f(xn) M para f(x) ∈ B arbitr´ario, logo B ´e limitado inferiormente. Por B ser limitado inferiormente ele possui ´ınfimo . Seja L′ = inf B = inf{f(x); x ∈ R; x a}, vale que lim x→a f(x) = L′ (resultado j´a demonstrado), disso segue pelo crit´erio de sequˆencias para limite lateral que lim f(xn) = L′ = L, pela unicidade de limite, portanto lim x→a f(x) = L: ZExemplo 13. Seja f : R{0} dada por f(x) = sen( 1 x ) 1 1 + 2 1 x . Determine o conjunto dos pontos L tais que lim f(xn) = L, com lim xn = 0; xn̸= 0: Tomando o m´odulo da express˜ao
  • 21.
  • 22.
  • 23.
  • 24. sen( 1 x ) 1 1 + 2 1 x
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28. = 1 1 + 2 1 x 1 pois 0 2 1 x , da´ı n˜ao podemos ter limites dessa express˜ao fora do intervalo [−1; 1], vamos mostrar que temos limites em cada ponto desse intervalo . Existe −t ∈ R tal que sen(−t) = v ∈ [−1; 1]:, Tomando xn = −1 t + 2n vale sen( 1 xn ) = sen(−t) = v, al´em disso (xn) ´e decrescente com lim xn = 0, portanto vale lim f(xn) = v lim 1 + 2 1 xn = v, pois o limite no denominador resulta em 1 (limite j´a calculado).
  • 29. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 16 1.5 Limites no in
  • 32. nic~oes com limites de x → ∞ m De
  • 33. nic~ao 5. Seja A ⊂ R ilimitado superiormente e f : A → R, dizemos que lim x→∞ f(x) = L ⇔ ∀ 0 ∃A 0; x A ⇒ |f(x) − L| : Tal defini¸c˜ao abrange a defini¸c˜ao para limite de sequˆencias, que ´e tomada como o caso A = N: m De
  • 34. nic~ao 6. lim x→∞ f(x) = ∞ ⇔ ∀A 0; ∃B 0 | x B ⇒ f(x) A: b Propriedade 21. Se lim x→∞ f(x) = ∞ ent˜ao lim x→∞ 1 f(x) = 0: ê Demonstrac~ao. Pela primeira propriedade temos ∀B 0; ∃A 0 | x A ⇒ f(x) B ent˜ao a fun¸c˜ao assume apenas valores positivos a partir de certo valor de x, se f(x) 0 ent˜ao 0 1 f(x) 1 f(x) 1 B = logo vale lim x→∞ 1 f(x) = 0: ZExemplo 14. Pode acontecer de lim x→∞ 1 f(x) = 0 por´em lim x→∞ f(x)̸= ∞, como o caso de f(x) = −x vale lim x→∞ 1 −x = 0 e lim x→∞ −x = −∞: m De
  • 35. nic~ao 7. lim x→∞ f(x) = −∞ ⇔ ∀A 0; ∃B 0 | x B ⇒ f(x) −A:
  • 36. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 17 b Propriedade 22. Seja f : B → R limitada superiormente e n˜ao-decrescente, B ilimitado superiormente ent˜ao lim x→∞ f(x) = sup{f(x); x ∈ B}: ê Demonstrac~ao. f ´e limitada superiormente logo existe sup{f(x); x ∈ B} = L. Como L ´e o supremo, dado 0, existe xA ∈ B tal que f(xA) ∈ (L − ;L], como f ´e n˜ao-decrescente temos para x xA, L ≥ f(x) ≥ f(xA), logo f(x) ∈ (L − ;L] o que implica lim x→∞ f(x) = L: b Propriedade 23 (Limite da soma). Sejam g; f definidas em B ⊂ R ilimitado. Se lim f(x) = L1 e lim g(x) = L2 ent˜ao x→∞ x→∞ lim x→∞ f(x) + g(x) = L1 + L2: ê Demonstrac~ao. Dado 0 arbitr´ario existe A1 0 tal que x ∈ B; x A1 implica |f(x) − L1| e existe A2 0 tal que x ∈ B; x A2 implica |f(x) − L1| 2 |g(x)−L2| 2 pela existˆencia de lim x→∞ f(x) = L1 e lim x→∞ g(x) = L2, tomando A A1+A2 valem ambas propriedades descritas e da´ı temos por desigualdade triangular |f(x) + g(x) − (L1 + L2)| ≤ |f(x) − L1| + |g(x) − L2| 2 + 2 = : 1.5.2 De
  • 37. nic~oes com limites de x → −∞ m De
  • 38. nic~ao 8. Seja A ⊂ R ilimitado inferiormente e f : A → R, dizemos que lim x→−∞ f(x) = L sse ∀ 0 ∃A 0; x −A ⇒ |f(x) − L| : m De
  • 39. nic~ao 9. lim x→−∞ f(x) = −∞ sse ∀A 0; ∃B 0 | x −B ⇒ f(x) −A: m De
  • 40. nic~ao 10. lim x→−∞ f(x) = ∞ sse ∀A 0; ∃B 0 | x −B ⇒ f(x) A:
  • 41. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 18 1.5.3 De
  • 42. nic~oes de limites tendendo ao in
  • 44. nic~ao 11. Dizemos que lim x→a+ f(x) = ∞ quando ∀A 0; ∃ 0 | 0 x − a ⇒ f(x) A: m De
  • 45. nic~ao 12. Dizemos que lim x→a− f(x) = ∞ quando ∀A 0; ∃ 0 | 0 a − x ⇒ f(x) A: m De
  • 46. nic~ao 13. Dizemos que lim x→a f(x) = ∞ quando ∀A 0; ∃ 0 | 0 |x − a| ⇒ f(x) A: Negar que lim x→a f(x) = ∞ significa dizer ∃A 0; ∀ 0 | ∃x ∈ A com 0 |x − a| e f(x) A: b Propriedade 24. Se lim x→a f(x) = ∞ e lim x→a g(x) = ∞ ent˜ao lim x→a (f(x) + g(x)) = ∞: Intuitivamente, temos que se f(x) e g(x) assumem valores arbitrariamente grandes com x pr´oximo de a, ent˜ao f(x) + g(x) tamb´em assume valor arbitrariamente grande nessas condi¸c˜oes. Por isso dizemos que ∞ + ∞ n˜ao ´e uma forma indeterminada, ela ´e determinada com valor ∞: ê Demonstrac~ao. Seja A 0 arbitr´ario , temos por condi¸c˜oes de que lim x→a f(x) = ∞ e lim x→a g(x) = ∞ , existem 1 0 e 2 0 tais que 0 |x − a| 1 ⇒ f(x) A; 0 |x − a| 2 ⇒ g(x) A; tomando ent˜ao = min{1; 2} segue que tanto f(x) A e g(x) A para |x − a| , por isso tamb´em temos f(x) + g(x) 2A A com |x − a| e da´ı segue que lim (f(x) + g(x)) = ∞ , por defini¸cao ˜de limite infinito . x→a
  • 47. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 19 b Propriedade 25. Se lim x→a f(x) = ∞ e g(x) c 0 numa vizinhan¸ca de a ent˜ao lim x→a f(x):g(x) = ∞: ê Demonstrac~ao. Para todo A 0 existe 0 tal que x ∈ (a − ; a + ) implica g(x) c e f(x) A c , da´ı g(x):f (x) A o que implica lim x→a f(x):g(x) = ∞: ZExemplo 15. lim x→0 1 x2 (2 + sen( 1 x )) = ∞ pois o limite da primeira fun¸c˜ao ´e infinito e a segunda fun¸c˜ao ´e limitada inferiormente por 1 . 1.5.4 De
  • 48. nic~oes de limites tendendo a menos in
  • 50. nic~ao 14. Dizemos que lim x→a+ f(x) = −∞ quando ∀A 0; ∃ 0 | 0 x − a ⇒ f(x) −A: m De
  • 51. nic~ao 15. Dizemos que lim x→a− f(x) = −∞ quando ∀A 0; ∃ 0 | 0 a − x ⇒ f(x) −A: m De
  • 52. nic~ao 16. Dizemos que lim x→a f(x) = −∞ quando ∀A 0; ∃ 0 | 0 |x − a| ⇒ f(x) −A: $ Corolario 7. Se lim x→a f(x) = ∞ ent˜ao f ´e ilimitada numa vizinhan¸ca de a. Pois para qualquer A 0 que escolhermos, ir´a existir 0 tal que |x − a| implique f(x) A, logo f n˜ao ´e limitada. $ Corolario 8. Se lim x→a f(x) = −∞ ent˜ao f ´e ilimitada numa vizinhan¸ca de a. Pois para qualquer A 0 que escolhermos, ir´a existir 0 tal que |x−a| implique f(x) −A, logo f n˜ao ´e limitada. b Propriedade 26 (Unicidade do limite). Se lim x→a f(x) = ∞ ent˜ao n˜ao acontece de lim x→a f(x) = L para algum L real ou lim x→a f(x) = −∞:
  • 53. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 20 ê Demonstrac~ao. Se lim x→a f(x) = L ent˜ao f seria limitada numa vizinhan¸ca de a, o que n˜ao pode acontecer. Se lim x→a f(x) = −∞ ent˜ao existiria 0 tal que |x − a| implicaria f(x) −A e por lim x→a f(x) = ∞ implicaria existir 1 0 tal que |x − a| 1 implica f(x) A, tomando 2 min{; 1} ter´ıamos que ter f(x) A e f(x) −A, logo f(x) 0 e f(x) 0 o que ´e absurdo. 1.5.5 Criterio de comparac~ao bPropriedade 27 (Crit´erio de compara¸c˜ao). Se g(x) ≥ f(x) numa vizinhan¸ca qualquer de a, ent˜ao lim x→a f(x) = ∞ implica lim x→a g(x) = ∞, isto ´e, se a fun¸c˜ao ”menor”tende ao infinito a ”maior”tamb´em tende ao infinito. ê Demonstrac~ao. Existe 0 tal que x ∈ A; |x − a| implica g(x) ≥ f(x), como lim x→a f(x) = ∞ ent˜ao para todo A 0 existe 1 0 tal que |x − a| 1 implica f(x) A, tomando 2 min{1; } tem-se que g(x) ≥ f(x) e f(x) A da´ı g(x) A o que implica lim x→a g(x) = ∞: $ Corolario 9. Se lim x→a f(x) existe e lim x→a g(x) = ∞ ent˜ao g(x) f(x) numa vizinhan¸ca de a, pois f ´e limitada valendo f(x) ≥ |f(x)| A e g ´e ilimitada numa vizinhan¸ca de a valendo g(x) A f(x): Z Exemplo 16. lim x→0 1 |x| = ∞ pois para qualquer A 0 tomando = 1 A tem-se de 0 |x| 1 A que A 1 |x| logo lim x→0 1 |x| = ∞. ZExemplo 17. Tomando −1 x 1; x̸= 0 tem-se 0 |x| 1 e da´ı |x|2 |x|, isto ´e, x2 |x| logo 1 x2 1 |x| isso implica que lim x→0 1 x2 = 0 pelo crit´erio de compara¸c˜ao. b Propriedade 28 (Teorema do sandu´ıche). Se vale f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) para x sufici-entemente grande, se lim x→∞ f(x) = lim x→∞ h(x) = L ent˜ao lim x→∞ g(x) = L: ê Demonstrac~ao. Existem A1;A2 0 tais que para x A1 vale L − ≤ f(x) ≤ L + para x A2 vale L − ≤ g(x) ≤ L +
  • 54. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 21 e para x A3 vale f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) , tomando B A1 + A2 + A3 e x B segue que L − ≤ f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) ≤ L + que implica lim x→∞ g(x) = L. 1.5.6 lim x→a f(x) = ∞ e sequ^encias. b Propriedade 29. lim x→a f(x) = ∞ sse lim f(xn) = ∞ com xn ∈ B {a} e lim xn = a: ê Demonstrac~ao. ⇒. Do limite da fun¸c˜ao tem-se ∀A 0; ∃ 0 tal que 0 |x−a| implica f(x) A, do limite da sequˆencia temos que existe n0 ∈ N tal que n n0 implica |xn − a| e da´ı f(xn) A que significa lim f(xn) = ∞: ⇐. Usaremos a contrapositiva. Existe A 0 tal que podemos construir uma sequˆencia xn que satisfaz 0 |xn − a| 1 n e f(xn) A, da´ı lim xn = a e lim f(xn)̸= ∞: b Propriedade 30. Seja P : R → R com P(x) = Σn k=0 akxk com an̸= 0; n ≥ 1. Se n ´e par ent˜ao lim x→∞ P(x) = lim x→−∞ P(x) sendo ∞ se an 0 e −∞ se an 0. Se n ´e ´ımpar ent˜ao lim x→∞ P(x) = ∞ e lim x→−∞ P(x) = −∞ com an 0 e lim x→∞ P(x) = −∞ e lim x→−∞ P(x) = ∞ se an 0. ê Demonstrac~ao. Escrevemos P(x) = anxn →1 z }| { Σn−1 ( k=0 ak anxn−k | {z } →0 +1). Se n ´e par lim x→∞ xnan = ∞ = lim x→−∞ xnan com an 0 e lim x→∞ xnan = −∞ = lim x→−∞ xnan se an 0; portanto o mesmo segue para P(x). Se n ´e ´ımpar, lim x→∞ xnan = ∞ e lim x→−∞ xnan = −∞ com an 0, caso an 0 tem-se lim x→∞ xnan = −∞ e lim x→−∞ xnan = ∞. b Propriedade 31. Seja f : [a;∞) → R limitada. Para cada t ≥ a definimos Mt = sup{f(x) | x ∈ [t;∞)} = supAt mt = inf{f(x) | x ∈ [t;∞)} = supAt
  • 55. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 22 wt = Mt − mt, chamada de oscila¸c˜ao de f em I = [t;∞): Nessas condi¸c˜oes, existem lim Mt e lim mt: t→∞ t→∞ ∃ lim t→∞ f(t) ⇔ lim t→∞ wt = 0: ê Demonstrac~ao. Mt ´e n˜ao-crescente e mt ´e n˜ao-decrescente. Se s t vale que {f(x) | x ∈ [s;∞} = As ⊂ {f(x) | x ∈ [t;∞)} = At, portanto supAt ≥ supAs, implicando Mt ≥ Ms logo mt ´e n˜ao-crescente. Da mesma maneira mt ´e n˜ao-decrescente, pois de As ⊂ At segue inf As ≥ inf At e da´ı ms ≥ mt que significa que mt ´e n˜ao-decrescente. Ambas fun¸c˜oes s˜ao limitadas logo os limites lim t→∞ Mt e lim t→∞ mt existem. lim t→∞ Mt = L; lim t→∞ mt = l ⇒ lim t→∞ wt = L − l: Agora provamos a equivalˆencia enunciada. ⇐): Se lim t→∞ wt = 0 ent˜ao ⇒ lim t→∞ f(t) existe. Vale que mt ≤ f(t) ≤ Mt (pois mt e Mt s˜ao ´ınfimo e supremo respectivamente), se ⇒ lim t→∞ wt = 0 ent˜ao L − l = 0 ⇒ L = l; da´ı por teorema do sandu´ıche tem-se L = lim t→∞ mt ≤ lim t→∞ f(t) ≤ lim t→∞ Mt = L de onde segue lim t→∞ f(t) = L: ⇒): Se lim t→∞ f(t) = L ent˜ao ∀ 0 ∃x ≥ a tal que para t ≥ a vale L− f(t) L+, logo L − ≤ mt ≤ f(t) ≤ Mt ≤ L + pois mt ´e ´ınfimo e Mt ´e supremo, portanto Mt − mt ≤ 2 (pois ambos pertencem ao intervalo (L − ;L + )) e isso implica que lim Mt = lim mt = L da´ı limwt = 0. t→∞ t→∞ 1.6 Limites de func~oes em espacos metricos m De
  • 56. nic~ao 17. Sejam A ⊂ M, a ∈ A e f : A → N, b ∈ N ´e o limite de f(x) quando x tende a a quando ∀ 0; ∃ 0 | d(x; a) ⇒ d(f(x); b) :
  • 57. CAPITULO 1. LIMITE DE FUNC ~ OES 23 1.7 Stolz-Cesaro para limite de func~oes b Propriedade 32 (Stolz-Ces`aro para limite de fun¸c˜oes). Sejam f; g : R+ → R limita-das em cada intervalo limitado, g crescente, com lim x→∞ Δf(x) Δg(x) = L lim x→∞ g(x) = ∞ ent˜ao lim x→∞ f(x) g(x) = L: ê Demonstrac~ao. Dado 0 existe, tal que para x M vale − L Δf(x) Δg(x) + L como g ´e crescente vale Δg(x) 0 ent˜ao podemos multiplicar a desigualdade por tal termo, substituir x por x + k onde k natural e aplicar a soma Σn−1 k=0 , que resulta em ( − L)(g(x + n) − g(x)) + f(x) f(x + n) ( + L)(g(x + n) − g(x)) + f(x) por soma telesc´opica, dividimos por g(x + n), que pode ser considerado positivo pois g → ∞ ( − L)(1 − g(x) g(x + n) ) + f(x) g(x + n) f(x + n) g(x + n) ( + L)(1 − g(x) g(x + n) ) + f(x) g(x + n) agora passamos as sequˆencias, tomamos x = yn em [M;M + 1] e xn = n + yn ´e uma sequˆencia arbitr´aria que tende a infinito, g e f s˜ao limitadas em [M;M + 1] da´ı ( − L)(1 − g(yn) g(xn) ) + f(yn) g(xn) f(xn) g(xn) ( + L)(1 − g(yn) g(xn) ) + f(yn) g(xn) a passagem do limite nos garante que lim f(xn) g(xn) = L pois g(yn) e f(yn) s˜ao limitadas e lim g(xn) = ∞ .