Manuel António Pina nasceu em 1943 no Sabugal e viveu em várias cidades devido ao trabalho do pai. Formou-se em Direito e trabalhou como jornalista durante muitos anos, enfrentando a censura da ditadura. Publicou diversas obras literárias premiadas para crianças, jovens, poesia e teatro, traduzidas para vários países. Faleceu em 2012, deixando vasta obra reconhecida com vários prémios ao longo da carreira.
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Manuel António Pina nasceu no Sabugal, em 18 de novembro 1943.
Passou a sua infância e adolescência de terra em terra, de escola em
escola, porque o seu pai era funcionário público e tinha de mudar de
terra de 6 em 6 anos.
Começou a ler e escrever antes de entrar para a escola, iniciando-se na
leitura através do jornal que o pai trazia para casa ao fim do dia.
Sempre gostou de escrever e escrevia, então, versos.
Viveu em Castelo Branco, Santarém, Oliveira do Bairro, Aveiro, Coimbra
e mudou-se para a cidade do Porto, no final do ensino secundário, aos 17
anos.
Fez os estudos universitários em Coimbra e licenciou-se em Direito em
1971.
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Cumpriu o serviço militar no Porto e concorreu, nessa altura, ao Jornal de
Notícias, onde foi jornalista durante muitos anos.
No tempo da ditadura salazarista sentiu a ação da censura.
Ainda exerceu advocacia durante alguns anos, mas preferiu o jornalismo
e mais tarde a literatura.
Foi também cronista e editor no mesmo jornal.
Foi professor, tradutor e cronista na revista Notícias Magazine.
A sua colaboração nos "media" também se estendeu pela rádio e pela
televisão.
As suas obras têm sido adaptadas ao cinema, televisão, e banda
desenhada. As suas músicas editadas em disco.
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A sua obra é vasta, tanto na literatura juvenil, como na poesia e teatro.
Começou a escrever contos e publicou o primeiro livro em 1973, com o
título «O país das pessoas de pernas para o ar».
Publicou 42 obras para a infância e juventude, incluindo 6 peças de teatro
e 18 obras poéticas.
A sua obra está traduzida em países como:
França (francês e corso), Estados Unidos, Espanha (espanhol, galego e
catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.
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1978 - Prémio de Poesia da Casa da Imprensa
1987 - Prémio Gulbenkian 1986/1987
1988 - Menção do Júri do Prémio Europeu Pier Paolo Vergerio da
Universidade de Pádua, Itália
1988 - Prémio do Centro Português para o Teatro para a Infância e
Juventude
1993 - Prémio Nacional de Crónica Press Club/ Clube de Jornalistas
2002 - Prémio da Crítica, da Secção Portuguesa da Associação
Internacional de Críticos Literários
2004 - Prémio de Crónica 2004 da Casa da Imprensa
2004 - Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2003
2005 - Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de
Escritores/CTT
2011 - Prémio Camões
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«O jornalismo servia para ganhar a vida, a literatura servia um pouco
para tentar salvar a vida.»
«Se não escrevesse, era capaz de ser infeliz. Eu não consigo escolher, se
não escrevesse provavelmente sentir-me-ia infeliz.»
«A verdade é mais fácil aparecer-nos à noite.»
«Há um espaço enorme entre nós e as palavras: só num ato de amor é que
é possível ir ao encontro delas e deixar que elas venham ao nosso
encontro.»
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«Conselho que eu daria: quando não se gosta de um livro, é fechá-lo e
procurar outro. Há sempre algum, na biblioteca, na prateleira, há sempre
um livro que está à nossa espera.
E esse livro é aquele livro que, quando nós abrimos, começamos a
folhear, nos abre a porta para sítios onde, sem o sabermos, sempre
estivemos.»
Manuel António Pina in entrevista a Alma Lusa, maio de 2011
«Os livros ligam-nos às pessoas que já morreram, estabelecem ligação.»
Prof. Dr. Carlos Fiolhais, autor de: «FÍSICA DIVERTIDA» in II Joradas das Bibliotecas de Lousada,
outubro de 2013
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A Ana quer in "O pássaro da cabeça"
A Ana quer
nunca ter saído
da barriga da mãe.
Cá fora está-se bem,
mas na barriga também
era divertido.
O coração ali à mão,
os pulmões ali ao pé,
ver como a mãe é
do lado que não se vê.
O que a Ana mais quer ser
quando for grande e crescer
é ser outra vez pequena:
não ter nada que fazer
senão ser pequena e crescer
e de vez em quando nascer
e voltar a desnascer.
10. O pássaro da cabeça
in "O pássaro da cabeça"
Sou o pássaro da imaginação
que voa até na prisão
e canta por tudo e por nada
mesmo com a boca fechada.
Sou o pássaro que canta
dentro da tua cabeça,
que canta na tua garganta,
que canta onde lhe apeteça.
E esta é a canção sem razão
que não serve para mais nada
senão para ser cantada
quando os amigos se vão
Sou o pássaro que voa
dentro do teu coração
e do de qualquer pessoa
(mesmo as que julgas que não)
e ficas de novo sozinho
na solidão que começa
apenas com o passarinho
dentro da tua cabeça.
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