2. Veja
você,
onde
é
que
o
barco
foi
desaguar
A
gente
só
queria
uma
amor
Deus
parece
às
vezes
se
esquecer
Ai,
não
fala
isso,
por
favor
Esse
é
o
só
o
começo
do
fim
da
nossa
vida
Deixa
chegar
o
sonho,
prepara
uma
avenida
Que
a
gente
vai
passar.
Veja
você,
quando
é
que
tudo
foi
desabar
A
gente
corre
pra
se
esconder
E
se
amar,
se
amar,
até
o
fim
Sem
saber
que
o
fim
já
vai
chegar
Deixa
o
moço
bater
Que
eu
cansei
da
nossa
fuga
Já
não
vejo
moJvos
Pra
um
amor
de
tantas
rugas
Não
ter
o
seu
lugar.
3. Abre
a
janela
agora
Deixa
que
o
sol
te
veja
É
só
lembrar
que
o
amor
é
tão
maior
Que
estamos
sós
no
céu
Abre
as
corJnas
pra
mim
Que
eu
não
me
escondo
de
ninguém
O
amor
já
desvendou
nosso
lugar
E
agora
está
de
bem.
Deixa
o
moço
bater
Que
eu
cansei
da
nossa
fuga
Já
não
vejo
moJvos
Pra
um
amor
de
tantas
rugas
Não
ter
o
seu
lugar.
Diz,
quem
é
maior
que
o
amor?
Me
abraça
forte
agora,
que
é
chegada
a
nossa
hora
Vem,
vamos
além,
vão
dizer
Que
a
vida
é
passageira
sem
notar
que
nossa
estrela
vai
cair.
LOS
HERMANOS.
Conversa
de
botas
ba-das.
Disponível
em:
hVp://letras.mus.br.
Acesso
em:
03
abr.
2013.
4. QUESTÃO 01
exercícios sobre gêneros literários
Considerando-‐se
os
aspectos
linguís-cos,
sintá-cos
e
semân-cos
do
poema
acima,
a)
É
possível
entrever
que
os
aspectos
dramáJcos
se
sobrepõem
aos
épicos.
b)
Entrevê-‐se
que
o
texto
apresenta
aspectos
dialogais.
c)
Percebe-‐se
a
presença
dos
elementos:
narrador,
personagem,
tempo,
enredo
e
espaço.
d)
O
registro
linguísJco
é
coerente
com
uma
variante
coloquial,
urbana,
do
início
do
século
XIX.
e)
A
regularidade
métrica
é
um
dos
aspectos
modernos
do
texto.
5. SOLUÇÃO COMENTADA
exercícios sobre gêneros literários
O
poema
em
análise
apresenta
duas
personagens
que,
cansadas
de
esconderem
seu
amor
durante
algum
tempo,
resolvem,
diante
da
iminente
descoberta
do
relacionamento,
assumir
sua
ligação
e
torná-‐la
pública.
Apesar
do
forte
grau
de
lirismo,
trata-‐se
de
um
poema
predominantemente
épico,
no
qual
se
nota
a
presença
de
elementos
da
narraJva.
Marque-‐se,
pois,
a
letra
“c”.
6. QUESTÃO 02
exercícios sobre gêneros literários
Ainda
a
respeito
de
“Conversa
de
botas
ba-das”,
só
não
há
o
mesmo
referente
em:
a)
Esse
é
o
só
o
começo
do
fim
da
nossa
vida.
b)
Deixa
o
moço
bater.
c)
Estamos
sós
no
céu.
d)
Deixa
que
o
sol
te
veja.
e)
Veja
você,
quando
é
que
tudo
foi
desabar.
7. SOLUÇÃO COMENTADA
exercícios sobre gêneros literários
Todos
os
versos
transcritos
de
“Conversa
de
botas
baJdas”
referem-‐se
ao
fato
de
o
casal
ter
sido
descoberto,
exceto
os
da
letra
“c”,
cujo
referente
é
o
modo
como
o
sujeito
poéJco
vê
os
encantos
presentes
na
relação
amorosa.
8. E
–
vai-‐se
não
ver,
e
vê-‐se!
Yao
o
china
surgiu
senJmental.
Xacoca,
mascava
lavadeira
respondedora,
a
amada,
por
apelido
Rita
Rola
–
Lola
ou
Lita,
conforme
ele
silabava,
só
num
cacarejo
de
fé,
luzentos
os
olhos
de
ponto
e
vírgula.
Feia,
de
se
ter
pena
de
seu
espelho.
Tão
feia,
com
fossas
nasais.
Mas,
havido
o
de
haver.
Cheiraram-‐se
e
gostaram-‐se.
[...]
Ora,
casaram-‐se.
Com
festa,
a
comedida
comédia:
noiva
e
noivo
e
bolo.
O
par
–
o
compimpo
–
Jl
no
i,
ponto
no
a,
o
que
de
ambos,
parecidos
como
uma
rapadura
e
uma
escada.
Ele,
pomposa,
ovante
feito
galinha
que
pôs.
Ele,
feliz
como
um
assovio,
aos
pimpolins
de
gato,
ainda
mais
felizquim.
Só
não
se
davam
o
braço.
No
que
não,
o
mundo
não
movendo-‐se,
em
sua
válida
intraduzibilidade.
ROSA,
Guimarães.
Orientação.
Disponível:
hVp://manoelneves.com.
Acesso
em:
05
abr.
2013.
9. QUESTÃO 03
exercícios sobre gêneros literários
Atentando
aos
elementos
cons-tu-vos
do
fragmento
de
conto
transcrito
anteriormente,
é
possível
perceber
que
a)
os
traços
de
lirismo
amoroso
são
tão
fortes
que
se
sobrepõem
ao
eixo
narraJva
da
história.
b)
a
linguagem
se
arJcula
analogamente
à
da
poesia,
com
a
presença
de
figuras
fonéJcas,
semânJcas
e
sintáJcas,
tais
como
aliteração,
paradoxo
e
anáfora.
c)
não
se
nota
a
presença
de
aforismos
na
escrita
rosiana.
d)
há
muita
simpaJa
do
narrador
pelos
protagonistas.
e)
a
linguagem
apresenta-‐se
de
forma
previsível
e
canônica.
10. SOLUÇÃO COMENTADA
exercícios sobre gêneros literários
O
fragmento
em
análise
é
um
excelente
exemplo
do
que
se
convencionou
chamar
de
prosa
poé?ca,
na
medida
em
que,
mesmo
se
tratando
de
uma
narraJva
em
prosa,
nota-‐se
a
presença
de
lirismo
e
de
inúmeras
figuras
de
linguagem,
tais
como
as
apresentadas
na
alternaJva
“c”.
11. reina
a
calma
em
todo
o
país
tudo
é
geleia,
tudo
é
bis
só
meu
coração-‐cicatriz
(cansado
de
canções)
renuncia
à
doce
idioJa
da
poesia
CAMPOS,
Augusto
de.
Brinde.
In.:
Não;
poemas.
São
Paulo:
PerspecJva,
1999.
12. QUESTÃO 04
exercícios sobre gêneros literários
Acerca
do
poema
de
Augusto
de
Campos,
só
não
é
possível
afirmar
que:
a)
há
traços
irônicos
no
texto.
b)
nota-‐se
presença
de
metalinguagem.
c)
há
metáfora.
d)
o
sujeito
poéJco
tem
uma
visão
negaJva
de
si.
e)
forma
e
conteúdo
dialogam.
13. SOLUÇÃO COMENTADA
exercícios sobre gêneros literários
Posto
que,
no
texto,
o
sujeito
poéJco
afirma
que
apenas
ele
se
dedica
ao
exercício
da
poesia
[úlJmos
versos]
e
que,
no
país
em
que
se
encontra,
tudo
acontece
exatamente
da
mesma
forma
[dois
primeiros
versos],
pode-‐se
afirmar
que,
para
o
locutor,
o
exercício
poéJco
não
é
idio?a.
Tal
raciocínio
permite
inferir
que
quem
acha
que
poesia
é
idioJa
são
aqueles
que
fazem
tudo
igual.
Isso
posto,
pode-‐se
afirmar
que
no
ttulo
[e
no
corpo
do
poema]
há
um
discurso
irônico
que
se
volta
contra
o
senso
comum.
A
leitura
acima
permite
afirmar
que
se
o
enunciador
do
poema
criJca
os
detratores
da
poesia,
há
uma
defesa
da
legiJmidade
do
caráter
revolucionário
e
vanguardísJco
do
fazer
poéJco.
Marque-‐se,
pois,
a
letra
“d”.
14. Esse
pessoal
da
ecologia,
do
meio
ambiente,
salve
as
baleias,
são
uns
chatos.
Eles
quer
impedir
o
progresso
do
município.
Querem
acabar
com
o
turismo,
com
o
comércio.
Querem
que
a
cidade
fique
sempre
pequena.
Mas
eu
vou
passar
por
cima
deles
tudo.
Eu
posso
até
não
ser
uma
pessoa
instruída,
mas
nasci
aqui,
conheço
todas
as
família.
Por
isso
que
eu
já
fui
prefeito
cinco
vezes
e
ainda
vou
ser
mais.
Ano
que
vem,
entra
meu
filho,
que
eu
já
tô
no
segundo
mandato.
Mas
depois
eu
volto.
Já
expliquei
tudo
pro
Júnior.
Primeiro,
vâmu
acabar
com
essa
lei
de
prédio
com
menos
de
três
andar.
Antes,
até
dava.
Mas
o
turismo
tá
crescendo,
cada
vez
vem
mais
veranista
pra
passar
o
verão,
e
a
gente
tem
que
aguentar
receber
todo
mundo.
Se
não
fosse
esse
pessoal
que
ficaram
enchendo
o
saco
pra
tombar
os
morro,
a
gente
dava
um
jeito
de
facilitar
as
construtora
par
fazer
mais
uns
condomínio.
Mas
agora
só
dá
pra
crescer
pra
cima.
VersiJ,
verfiqui...
vesJliza...
verJ...
Porra,
crescer
pra
cima,
fazer
prédios
mais
alto.
SANT’ANNA,
André.
Sexo
e
amizade.
Rio
de
Janeiro:
Companhia
das
Letras,
2007.
15. QUESTÃO 05
exercícios sobre gêneros literários
Quanto
à
classificação
dos
gêneros
literários,
é
possível
afirmar
que
o
texto
anterior
a)
consJtui-‐se
de
forma
narraJva,
com
um
locutor
que
é
dotado
de
uma
consciência
críJca
que
se
revela
paradoxal,
considerada
a
posição
social
que
ocupa
na
sociedade.
b)
arJcula-‐se
como
uma
crônica
que
convida
o
leitor
a
refleJr
acerca
da
ocupação
do
espaço
urbano.
c)
é
uma
prosa
poéJca
consJtuída
por
um
fluxo
contnuo
no
qual
se
percebe
a
hesitação
do
locutor
em
procurar
ajuda
para
realizar
os
seus
projetos
ambientais.
d)
revela
um
sujeito
com
profunda
consciência
acerca
de
urbanização
das
metrópoles
nordesJnas.
e)
é
um
claro
exemplo
de
peça
teatral
em
que
o
público
é
convocado
a
parJcipar
aJvamente
da
discussão
de
problemas
sociais,
econômicos
e
ecológicos.
16. SOLUÇÃO COMENTADA
exercícios sobre gêneros literários
O
discurso
do
narrador
é
ambíguo,
paradoxal,
pois
ele
revela
ter
consciência
de
suas
limitações
intelectuais,
mas,
ao
mesmo
tempo,
assume
posturas
poliJcamente
conservadoras.
Marque-‐se,
pois,
a
letra
“a”.
Em
tempo,
o
autor
se
valeu
de
um
descolamento
irônico
para
construir
a
personagem.
Ou
seja,
imitou
a
linguagem
e
o
discurso
de
parte
da
elite
brasileira,
mas
a
dotou
de
uma
consciência
políJca
e
metalinguísJca
que
ela,
na
verdade,
não
possui.