7. e. / 1 — Quando foi da publicação de
Orpheu, foi preciso, à última hora,
arranjar qualquer coisa para completar o
número de páginas.
c. / 2 — Sugeri então ao Sá-Carneiro que
eu fizesse um poema «antigo» do Álvaro
de Campos — um poema de como o
Álvaro de Campos seria antes de ter
conhecido Caeiro e ter caído sob a sua
influência.
8. a. / 3 — E assim fiz o «Opiário», em que
tentei dar todas as tendências latentes do
Álvaro de Campos, conforme haviam de
ser depois reveladas, mas sem haver
ainda qualquer traço de contacto com o
seu mestre Caeiro.
d. / 4 Foi dos poemas que tenho escrito o
que me deu mais que fazer, pelo duplo
poder de despersonalização que tive que
desenvolver.
9. b. / 5 Mas, enfim, creio que não saiu mau,
e que dá o Álvaro em botão...
10.
11. estiola = atrofia
pundonor = brio, honra
Plon = casa editora francesa
Mercure = Mercure de France, revista
literária e casa editora francesa
cânfora = substância (extraída da
canforeira) usada, por exemplo, em
medicamentos
procela = tempestade
escroc = escroque, intrujão, vigarista
12. Álvaro de Campos goza de um
estatuto especial entre os heterónimos,
(1) não só (enumeração) por ser aquele que
tem um perfil biográfico mais completo,
(2) mas sobretudo (enumeração), porque
Pessoa fez dele um poeta atual, modernista e vanguardista [...].
13. Na época em que foi criado, em
conjunto com os outros heterónimos, a
função de Campos estava, (3) portanto
(conclusão), circunscrita a um vanguardismo
europeísta (4) mas (oposição) (5) ao mesmo
tempo (tempo) nacional, aproximando-se do
Futurismo no que respeita ao culto das
tecnologias (6) e (adição) da ciência moderna
[...].
14. Foi (7) igualmente (confirmação) a este
heterónimo que Pessoa atribuiu a autoria
de dois incisivos textos programáticos do
Modernismo: o Ultimatum, que foi
publicado em 1917 na revista Portugal
Futurista [...]; os Apontamentos para uma
estética não aristotélica, que viram a luz na
revista Athena (1924-1925), contêm a
proposta de uma nova estética, adaptada
aos tempos modernos, e (8) por isso
(consequência) baseada na ideia de força (9) em
vez da (contraste) aristotélica (10) ou (alternativa)
helénica ideia de beleza.
15. [...] «Opiário» representa a época prémodernista de Pessoa. Ficticiamente
anterior às grandes odes sensacionistas,
foi (11) realmente (certeza) composto vários
meses (12) depois da (sequencialização temporal)
«Ode Triunfal».
16.
17.
18. Em «A arte futurista» — saído no
número único da revista Portugal Futurista,
1917 —, defende-se que já não convém aos
tempos modernos uma arte que se limite a
representar o que está parado, a ser uma
caricatura da Natureza, a cantar a tristeza e
o passado. Ao contrário, uma nova
corrente, o futurismo, é que pode adequarse às vivências industriais de hoje, porque
19. conseguirá dar conta da agitação, da
energia, das máquinas, dos perigos típicos
do nosso tempo. Por exemplo, a poesia
20. futurista acabará por ser mais humana,
mais bela, ao não ter receio de tratar da
agressividade, da velocidade, da luta de
que se revestem as ações dos dias que
correm.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29. TPC — Lê «Um Campos diferente» (p.
124). Depois, lê também o texto de
Campos «Tenho uma grande
constipação». Em folha que me possas
entregar, responde ao ponto 7 da p. 123.
Não esqueças a parte dos dois
argumentos e escreve acabadamente (e
não, não quero «Constipação» nem
«Lenço cheio de ranho»).