10. No último verso: «lkiutfrdeswxc», o sujeito
poético…
No último verso — «lkiutfrdeswxc» —, o
sujeito poético…
No último verso, «lkiutfrdeswxc», o sujeito
poético…
27. 1.1
A Europa é descrita no poema como
se de uma figura feminina se tratasse.
Assim, na descrição do continente
europeu, corpo cujos braços são a
Inglaterra e a Itália, sobressai a cabeça
«cujo rosto é Portugal».
28. Nessa cabeça, os cabelos são
“românticos”, sonhadores, toldam o
rosto, adensando o mistério que
envolve a figura. Os olhos são
“gregos”, marca da herança clássica e
civilizacional que este atributo conota,
e o olhar que deles se desprende é
“esfíngico”, indagador do
desconhecido, e “fatal”, pois a procura
desse desconhecido é motivada pelo
destino.
29. 1.2
A Europa «jaz», estática e
contemplativa, como se estivesse
parada, morta, à espera do novo impulso
vital que o seu olhar procura na
distância. A expressão verbal «jaz»
traduz essa imobilidade de quem espera.
30. 1.3
Portugal é o rosto da Europa que
contempla o desconhecido. Ora, esse
desconhecido é o Ocidente, o mar a
desvendar para tornar possível o
paradoxo de construir o «futuro do
passado». É a Portugal que cabe, pois, a
missão predestinada de construção do
futuro.
31. 2.
«O dos castelos» é Portugal, definido
no poema como o rosto da Europa, o
olhar e guia da Europa, Portugal cujo
brasão ostenta os castelos, referenciais
do passado, mas cuja missão é a
construção do futuro. Lembremos que
este é o primeiro poema da primeira
parte de Mensagem que remete para a
fundação da nacionalidade inscrita no
brasão.
32. «Reino Lusitano» = ‘Portugal’
«Phebo» = ‘Apolo, deus do Sol, da música e da
poesia’, ‘Sol’
«o torpe Mauritano» = ‘os torpes mouros’
«deitando-o de si fora» = ‘expulsando-o do país’.
«ditosa» = ‘afortunada, feliz’
«torne» = ‘regresse’
«foi Lusitânia» = ‘chamou-se Lusitânia’
«dirivado de Luso ou Lysa» = ‘[nome] derivado de
Luso ou Lisa’
«antão» = ‘então’
«os íncolas primeiros» = ‘os primeiros habitantes’
33. 1.1
Tal como no poema «O dos castelos»,
de Mensagem, a estrofe 20 do Canto III
de Os Lusíadas referencia Portugal
como a cabeça da Europa — «quási
cume da cabeça / De Europa toda» —,
atribuindo-lhe uma missão predestinada.
N’Os Lusíadas, essa predestinação é
ditada pelo «Céu», que quis que
Portugal vencesse na luta contra os
Mouros.
34.
35.
36. A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo.
37. A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo.
A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.
Fernando Pessoa
41. Cansa sentir quando se pensa.
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.
42. Neste momento insone e triste
Em que não sei quem hei-de ser,
Pesa-me o informe real que existe
Na noite antes de amanhecer.
43. Cansa sentir quando se pensa.
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.
44. Tudo isto me parece tudo.
E é uma noite a ter um fim
Um negro astral silêncio surdo
E não poder viver assim.
45. (Tudo isto me parece tudo.
Mas noite, frio, negror sem fim,
Mundo mudo, silêncio mudo
— Ah, nada é isto, nada é assim!)
46. Cansa sentir quando se pensa.
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.
47. (Tudo isto me parece tudo.
Mas noite, frio, negror sem fim,
Mundo mudo, silêncio mudo —
Ah, nada é isto, nada é assim!)
48.
49. Escreve um comentário ao poema de
Pessoa. Usa algumas citações do próprio
poema.
Faz aparecer, pelo menos uma vez, as
expressões «sujeito poético»,
«ortónimo/a», «estrofe», «quarteto» ou
«quadra», «verso», «dicotomia
sentir/pensar».
50. TPC — Lê «Camões e Pessoa:
cantores do Império» (p. 197); «Pessoa e o
novo sonho português» (199) e «A
organização simbólica de Mensagem»
(203).