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1
O CONHECIMENTO DO PACIENTE IDOSO DIABÉTICO NO PROCESSO DO
AUTOCUIDADO ASSISTIDOS PELO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA.
KNOWLEDGE OF ELDERLY DIABETIC PATIENTS IN THE PROCESS OF
AUTOCARE SERVICED BY THE PROGRAM OF FAMILY HEALTH
POLYANNA BEZERRA ALVES DA SILVA1
SANDRA CRISTINA DE SOUZA CARVALHO 2
RESUMO
Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) atinge uma quantidade significativa de pessoas em
todo o mundo, abrangendo todas as classes sociais e configurando-se como um problema de
cunho pessoal e social. Sabe-se que o autocuidado é um dos pontos fundamentais no
tratamento do DM, sendo também necessária a motivação do indivíduo para a aquisição de
novos conhecimentos e para o desenvolvimento das habilidades nas mudanças de hábitos. Na
atenção básica, as equipes de saúde devem atuar de forma integrada e coesa tanto no âmbito
assistencial quanto no preventivo para minimizar os agravos. Objetivo: Investigar
conhecimento dos idosos portadores de diabetes mellitus atendidos na Unidade de Saúde da
Família Coqueiral, em Recife, PE, acerca do processo do autocuidado. Método: A pesquisa
foi do tipo descritiva, de abordagem quantitativa e a coleta de dados foi realizada através de
entrevista. Os diabéticos (n= 50) apresentavam idade acima de 60 anos. Resultado: A análise
dos dados evidenciou que ao se tratar da escolaridade a maioria (26%) disse ser analfabetos e
(6%) ensino fundamental incompleto. Em relação ao conhecimento (94%) dos entrevistados
referem desconhecer o tipo de DM que tem e apenas 6% referiam saber. Além disso, grande
parte da amostra revela ser sedentário (78,7%). Em contrapartida, a amostra revela que uma
parte expressiva dos diabéticos (64%) possui uma alimentação adequada, enquanto (36%) não
possui. Conclusão: De acordo com os resultados, confirma-se a necessidade de implementar
ações educativas para orientar e sistematizar medidas de prevenção, pois o tratamento implica
1
Enfermeira. Especializanda em Saúde da Família e em Enfermagem do Trabalho pelo Instituto de
Desenvolvimento Educacional/Faculdade Redentor. Av. Domingos Ferreira, n° 3920, apt. 905 – CEP:
51021040. Boa Viagem. Recife- PE. E- mail: polyananbezerra@yahoo.com.br.
2
Mestre em Hebiatria pela Faculdade de Odontologia de Pernambuco – FOP. Av. Gal. Newton Cavalcanti, nº
1650 - CEP: 54753-020. Camaragibe – PE. E-mail: souzzasandra@hotmail.com.
2
alem da administração de medicamentos, numa mudança dos hábitos de vida , conhecimento
da patologia e adesão às condutas de autocuidado.
Palavras- chave: diabetes mellitus, autocuidado, conhecimento.
ABSTRACT
Introduction: Diabetes Mellitus reaches a significant amount of people around the world,
encloses all social classes and it’s considered not only a personal problem but also a social one.
Know-that the self autocare is one of the fundamental points in the treatment of DM, being also
needful the motivation of the individual for the acquisition of new knowledge and for the
development of abilities to change practices. In basic care, health teams should act in an
integrated and cohesive under both preventive in order to diminish the grievances. Objective:
Investigate the knowledge of elderly diabetes carriers attended at USF Coqueiral, Recife, PE,
about the process the autocare. Method: The research was of the descriptive type, quantitative
and data was collected through interview. The diabetic individuals (n=50) presented age above
of 60 years. Result: Data analysis showed that in the case of schooling the majority 26% said
being illiterate and 6% incomplete basic education. In relation to knowledge 94% of the
interviewees refer unaware the type of DM and only 6% related know. Moreover, great part of
the sample discloses be sedentary 78, 7%. On the other hand, the sample discloses that an
expressive group of diabetes carriers 64% has an adequate diet, whereas 36% not have.
Conclusion: In accordance with the results, it is confirmed the necessity to implement educative
actions to guide and systemize ways of prevention, once the treatment implies beyond medicine
taking, includes also a change of life habits, knowledge of the pathology and adhesion to
autocare behaviors.
Keywords: diabetes mellitus, autocare, Knowledge.
____________________________________________________________
INTRODUÇÃO
O Brasil assiste, desde a década de 60, a sua transição demográfica e epidemiológica
caracterizada pelo envelhecimento populacional e aumento das doenças crônico-
degenerativas. (LOPES; OLIVEIRA, 2004). Dentre as doenças crônicas mais freqüentes,
destaca-se o Diabetes Mellitus (DM), que consiste em uma disfunção metabólica crônica,
3
grave, de evolução lenta e progressiva, caracterizada pela falta ou produção diminuída de
insulina e/ou da incapacidade desta em exercer adequadamente seus efeitos metabólicos,
levando à hiperglicemia e glicosúria (MAIA; ARAÚJO, 2002).
Na rede pública de saúde, a porta de entrada para o portador de DM é a Unidade
Básica de Saúde que está estruturada de acordo com o Programa de Saúde da Família (PSF),
relata atualmente 2.5 milhões de pessoas com diabetes (Ministério da Saúde, 2006). O PSF é
uma estratégia que tem como principal propósito reorganizar a prática da atenção básica à
saúde e substituir o modelo tradicional de assistência, priorizando ações de prevenção,
promoção e recuperação da saúde, de forma integral e contínua. O atendimento é prestado na
unidade básica de saúde ou no domicílio pelos profissionais da saúde que compõem as
Equipes de Saúde da Família. Esses profissionais e a população acompanhada criam
vínculos de co-responsabilidade, o que facilita a identificação dos problemas de saúde da
comunidade e seu atendimento (BRASIL, 2006).
A educação, como aspecto fundamental do tratamento ao paciente diabético, vem
sendo preconizada desde 1975, por Bouchardat, e sua importância demonstrada em diversos
estudos, realizada em comunidades com diferentes características socioeconômicas e
culturais. Nessa direção, para a educação efetiva em diabetes é necessário treinamento,
conhecimento, habilidades pedagógicas, capacidade de comunicação e de escuta,
compreensão e capacidade de negociação pela equipe multiprofissional de saúde (OTERO et
al, 2008).
A necessidade de desenvolver atividades de ensino ou práticas educativas de saúde,
direcionadas ao paciente diabético e à sua família, está relacionada à prevenção de
complicações através do automanejo da doença, o que possibilita ao paciente conviver
melhor com ela (SANTOS et al, 2005).
De acordo com Mondadori et al .(2008) a educação para o automanejo do diabetes
mellitus é o processo de ensinar o paciente a administrar a sua doença. Pela sua morbidade
elevada, implica um grande investimento em cuidados de saúde constantes, bem como,
mudanças profundas nos estilos de vida. Tal fato chamou a atenção da autora porque a
diabetes tem importante papel na saúde pública, propondo esta educação do doente,
comportando uma filosofia de responsabilidade e autonomia. As metas da educação em
diabetes consistem em melhorar o controle metabólico, prevenir as complicações agudas e
crônicas, e melhorar a qualidade de vida com custos razoáveis. A idéia do tema surgiu ao se
deparar com a literatura e observar que as pesquisas apontam que a diabetes mellitus (DM) é
uma doença metabólica e crônica que afeta um grande número de pessoas.
4
Portanto, o presente trabalho possibilita uma maior proximidade do portador crônico
com os reais conceitos, vantagens e indicações do tratamento. Também pode sugerir aos
profissionais de saúde melhores estratégias para facilitar o conhecimento da população idosa
a respeito da doença, diminuindo os agravos que são prevenidos com a medida profilática. E
assim o objetivo é investigar o conhecimento do paciente diabético no processo do
autocuidado assistidos pelo Programa de Saúde da Família.
O Diabetes mellitus atinge em todo o mundo grande número de pessoas de qualquer
condição social, configurando-se como problema, individual e de saúde pública, de alta
relevância, visto que sua incidência e prevalência têm aumentado nos últimos anos e já
alcança proporções epidêmicas (RODRIGUES et al. 2006, p.41).
A Federação Internacional de Diabetes, o maior crescimento absoluto na prevalência
desta doença ocorrerá nos países em desenvolvimento. No único estudo multicêntrico sobre
a prevalência do diabetes mellitus no Brasil, a taxa encontrada na população urbana de nove
capitais, com idade de 30 a 69 anos, foi de 7,6%, variando de 5,2%, em Brasília (Distrito
Federal), a 9,7%, em São Paulo. A prevalência de diabéticos verificada para a cidade do
Recife foi de 6,4%.
Pode-se definir DM como uma doença metabólica que se caracterizada por
hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação. Entre as
manifestações pode-se destacar a poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e visão turva,
sendo essas mais características do DM1, porém podem estar presentes no DM2 (GROSS et
al.2002, p. 17; FARJADO, 2006, p.46).
É relevante conhecer os fatores de risco para DM e testes de rastreamento são
indicados para indivíduos assintomáticos que apresentam o maior risco de adquirir a doença.
São estes: antecedente familiar paterno ou materno do DM; idade superior a 45 anos;
sobrepeso (índice de Massa Corporal acima de 25); obesidade central (cintura abdominal
>102 cm para homens e >88 cm para mulheres); hipertensão arterial (>140/90 mmHg);
colesterol HDL 35 mg/dl e/ou triglicerídeos e 150 mg/dl; história de microssomia ou
diabetes gestacional; diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos; doença
cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida (BRASIL, 2006).
Recomenda-se que os portadores deste tipo de Diabetes sejam acompanhados por
profissional especializado e que não deve haver demora no atendimento sob o risco dos
pacientes apresentarem descompesação metabólica (BRASIL, 2006).
Por ser uma doença de caráter lento e progressivo, que se apresenta inicialmente
assintomática e cuja prevalência aumenta com a idade, as pessoas são diagnosticadas e
5
tratadas tardiamente, descobrindo muitas vezes por acaso que são portadoras, com atraso
estimado em cerca de 4 a 7 anos (SILVERTHORN, 2003; FORTI, 2006 ; BRITO, 2007).
Plano terapêutico para este tipo de Diabetes consiste, além do tratamento
farmacológico, na mudança do estilo de vida, que compreende terapia nutricional e prática
regular de atividade física, com o objetivo de melhorar o controle metabólico e proporcionar
perda de peso. A restrição dietética já era proposta em 1796 pelo médico Rollo (THOMAZ;
HERDY, 1997; BRASIL, 2006).
As complicações agudas, entre elas, cetoacidose diabética e síndrome hiperosmolar
hiperglicemiante diabética, podem oferecer risco de vida. A hiperglicemia crônica leva a
danos, disfunção e falência de vários órgãos, principalmente olhos, rins, nervos, coração e
vasos sanguíneos (GROSS et al., 2002, p.17).
No Brasil, o acesso das pessoas com Diabetes ao sistema de saúde ainda apresenta um
problema de assistência a esses indivíduos e diante da grande incidência de Hipertensão e
Diabetes, o Ministério da Saúde criou um programa de assistência aos portadores dessas
patologias, o HiperDia (BRASIL, 2006; FAJARDO, 2006).
A finalidade do programa, que inclui consultas mensais, e prevenir o surgimento
dessas doenças e suas respectivas complicações através do cuidado integral, com poder de
resolutividade e qualidade no atendimento. As ações desse programa devem ser realizadas
na Atenção Básica, sobretudo pelas equipes de saúde da família, e devem ser guiadas por
protocolos atualizados (BRASIL, 2006).
A NOAS/SUS 01/01 em seu capitulo primeiro atribui como responsabilidade dos
municípios de Gestão Plena da Atenção Básica, o cadastramento de portadores de
hipertensão arterial e DM (BRASIL, 2002).
As equipes de saúde devem atuar de forma integrada e coesa a favor do paciente.
Dentre as funções do enfermeiro, além de capacitar sua equipe de auxiliares, agentes
comunitários, devem realizar consultas de enfermagem, identificando fatores de risco e de
adesão, intercorrências no decorrer do tratamento e fazer o encaminhamento ao médico
quando necessário (FAEDA, 2006).
No processo fisiológico de envelhecimento, os idosos apresentam diminuição na
sensibilidade protetora, o que nem sempre se relaciona com neuropatia diabética, logo, ao
fazer a avaliação nessa faixa etária, devem ser considerados aspectos da pele em busca de
sinais de desidratação, descamação, lisuras e diminuição da sudorese em membros inferiores
(OCHOA-VIGO; PACE, 2005).
6
Entre os diagnósticos relacionados ao pé diabético, pode-se citar entre os mais
corriqueiros: Integridade cutânea prejudicada relacionada com a insuficiência vascular;
Mobilidade física prejudicada relacionada com as restrições de atividade do regime
terapêutico e da dor; Nutrição desequilibrada: menor que os requisitos corporais, relacionada
com a necessidade aumentada de nutrientes que promovem a cura da ferida, entre outros
(BRUNNER; SUDDART, 2005).
Na teoria do autocuidado, o foco é reconhecer o individuo como aquele capaz de
exercer o controle sobre seu tratamento e sobre si mesmo, participando da decisão, que deve
considerar seu conhecimento, suas crenças, valores e motivações. O enfermeiro desempenha
o papel de educador, intervindo a partir dos déficits de autocuidado que encontrar. Entre os
programas educacionais desenvolvidos pelo enfermeiro, estão inclusas ações que podem
reduzir o surgimento de lesões nos pés de pacientes diabéticos em até 50% dos casos, entre
elas, o exame dos pés, a classifica do risco e a educação terapêutica, eficaz por mudar
atitudes tanto no paciente quanto na família (COELHO; SILVA, 2006; COSSON et al.
2005).
É importante envolver em todo o processo terapêutico a família e pessoas
significativas, como amigos, objetivando fornecer apoio aos portadores de DM, quanto às
mudanças dos hábitos de vida, administração de insulina, entendimento da patologia e
melhor adesão as condutas de autocuidado (NUNES et al. 2006).
METODOLOGIA
O estudo foi realizado na Unidade de Saúde da Família (USF) Coqueiral, situada no
bairro da Imbiribeira, zona sul da cidade do Recife, pertencente ao Distrito VI, que possui
uma população de 46.471 habitantes (IBGE, 2010).
O Distrito VI possui 39 unidades básicas de saúde atuando na Estratégia de Saúde da
Família (ESF) e 02 unidades de Policlínicas, distribuídos em oito territórios. Possui ainda 02
Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) e cinco equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (NASF). Completam a rede de suporte à atenção primária o Programa Academia da
Cidade e projeto ReHabitar.
Segundo o SIAB, 2010, cerca de 1.919 famílias estão cadastradas na USF de Coqueiral,
ao ser atendido por um médico na unidade de saúde, os pacientes com hipertensão ou
diabetes passam a fazer parte de um cadastro específico, que é enviado à Secretaria
Municipal de Saúde (SMS).
7
O Hiperdia é um programa que atende a hipertensos, diabéticos e idosos acima de 60
anos para promoção da qualidade de vida. A USF Coqueiral atende 830 pessoas cadastradas
no sistema do programa. O paciente recebe atendimento periódico de médicos, enfermeiros,
técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde da Estratégia em Saúde da Família
(ESF), com acesso gratuito aos medicamentos indicados para o controle das taxas
indicativas da doença, passando a dispor de todos os meios que lhe permitam manter uma
vida controlada e saudável. Para atingir a proposta de promoção de qualidade de vida, além
dos medicamentos e atendimento médico, os integrantes do Hiperdia participam de
encontros mensais que incluem palestras, atividades físicas, recreativas, entre outros.
A amostra desta pesquisa foi composta pelos portadores de DM assistidos pelo
HiperDia desenvolvido na Unidade de Saúde da Família citada anteriormente. Com idade
superior a 60 anos de idade.
Os dados desse estudo foram coletados através de entrevista face a face com os
sujeitos participantes da amostra. Para coleta de dados foram respeitados os seguintes
passos: Inicialmente o projeto de pesquisa foi enviado para Secretaria de Saúde do Recife,
para conhecimento do mesmo e assinatura da carta de anuência, realizado isto, o projeto foi
enviado ao Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos do Hospital Agamenon
Magalhães (sob o número 309, CAEE-0188.0.236.000-10, Anexo A) e após a aprovação
deste, foi dado início à coleta de dados. Os sujeitos só participaram da pesquisa após a
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
A entrevista utilizada para coleta de dados foi orientada por um instrumento elaborado
previamente pela autora (Apêndice A), contemplando os objetivos específicos desse estudo.
O mesmo constou de questões fechadas e abertas acerca da identificação e das
características associadas ao DM. Foram processados e analisados os dados de forma
quantitativa através de gráficos e tabelas, de forma percentual.
8
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 01: Distribuição dos sujeitos de acordo com a caracterização sócio-econômica. USF,
Coqueiral. Recife – PE, 2010.
VARIÁVEIS N %
Sexo (N=50)
Feminino
Masculino
TOTAL
Idade (N=50)
60 – 65
66 – 70
71 – 75
76 – 80
Mais de 80
TOTAL
Estado Civil (N=50)
Solteiro
Casado
Viúvo
Separado
TOTAL
Escolaridade (N=50)
31
19
50
16
14
09
08
03
50
12
18
15
05
50
62,0
38,0
100,0
32,0
28,0
18,0
16,0
6,0
100,0
24,0
36,0
30,0
10,0
100,0
< 1 salário mínimo
1 salário mínimo
2 salários mínimos
3 salários mínimos
4 salários mínimos
> 5 salários mínimos
TOTAL
08
26
04
04
06
02
50
16,0
52,0
8,0
8,0
12,0
4,0
100,0
*Valor do salário mínimo atual: R$ 510,00
Analfabeto
1º grau incompleto
1º grau completo
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Educação superior incompleta
Educação superior completa
TOTAL
Renda (N=50)
13
08
08
03
01
04
08
04
01
50
26,0
16,0
16,0
6,0
2,0
8,0
16,0
8,0
2,0
100,0
9
Conforme explicitado na tabela 1, a maior prevalência é do sexo feminino com 62%.
Quanto à idade 32% tinham entre 60 - 65 anos. Em relação ao estado civil, a maioria dos
idosos eram casados 36%. Ao se tratar da escolaridade, 26% disseram ser analfabetos. Ao
avaliar a renda, observou-se que 52% da amostra recebiam um salário mínimo.
O perfil sócio-econômico dos portadores de DM que participaram desse estudo,
ilustrado na tabela 01, demonstra que a maioria deles, cerca de 62%, é do sexo feminino.
Tanto Goldenberg et al. (2003) quanto Cavinatto (2003) concordam que a prevalência do
diabetes seja mesmo no sexo feminino. Já Tavares et. al (2008), relatam que apesar dos
percentuais serem em sua maioria do sexo feminino , esse resultado pode estar mascarado
pelo fato das mulheres se cuidarem mais e comparecerem em maior número as consultas
médicas.
Quanto a idade, a amostra foi bastante diversificada, comprovando a opinião de
Sartorelli et al (2006) que consideram que há uma tendência de aumento na freqüência da
doença em todas as faixas etárias. A pesquisa apontou maior número de pacientes
diabéticos, 32%, na faixa etária entre 60 e 65 anos, que para Silva (2001) é considerada o
pico de incidência (entre 50 e 70 anos) do surgimento do DM, declinando após esse período.
A faixa salarial predominante foi até um salário mínimo, representando 52% dos
entrevistados, em seguida dos que possuem renda menor que um salário, ou seja, 16% dos
diabéticos. Este perfil de renda caracterizou a localidade, uma vez que a pesquisa foi
realizada em uma comunidade carente, mas no tocante á relação entre renda e o aumento da
prevalência da doença, Modeneze (2004) não confirma essa relação. Em sua opinião, a
ocorrência da doença vem aumentando em todas as classes sócio-econômicas.
No que se refere ao tempo de estudo, cerca de 26% da amostra é de analfabeto. Este
fato não esta relacionado com o surgimento da doença, mas sim com os cuidados pertinentes
no controle do diabetes. Barbui e Cocco (2002) acreditam ser interessantes saber o grau de
escolaridade para planejar a ação de forma correta e facilitar a compreensão do paciente.
Coelho e Silva (2006) relatam que o nível de conhecimento tem papel importante no modo
de tratar a doença e interfere no autocuidado do individuo. Alberte (2004) lembra ainda que
pacientes mal informados tendem a negar a doença e tem muitos medos, ou seja, a
ignorância contribui para uma infinidade de mitos e preconceitos que só tendem a agravar o
caso.
10
Gráfico 01: Distribuição dos sujeitos quanto ao conhecimento do tipo de DM. USF,
Coqueiral. Recife – PE, 2010.
Um dado importante que deve ser observado no gráfico 01, que 94% dos
entrevistados referiram desconhecer o tipo de DM e apenas 6% conhecia.
De acordo com Gil et al. ( 2008) para um portador de DM, o conhecimento sobre sua
doença é imprescindível na prevenção de complicações, no autocuidado e na manutenção do
controle metabólico.
Tabela 02: Distribuição dos sujeitos quanto ao tempo de diagnóstico. USF, Coqueiral.
Recife – PE, 2010.
VARIÁVEIS N %
Tempo de diagnóstico da doença (N=50)
Até 10 anos
10 - 20 anos
20 - 30 anos
TOTAL
28
16
06
50
56,0
32,0
12,0
100,0
11
Logo na tabela 02, pode-se avaliar o tempo de diagnóstico no período de até 10 anos
foi de 56%.
No que concerne ao tempo de diagnóstico de diabetes, 56% possuem a doença há
menos de 10 anos e 32% entre 10 e 20 anos. Amaral e Tavares (2009) relatam que o maior
tempo de duração do DM pode indicar mais gravidade da doença com presença de
complicações.
Tabela 03: Distribuição dos sujeitos segundo o tipo de tratamento. USF, Coqueiral. Recife –
PE, 2010.
A análise da tabela 3 permite percebe que 68% dos portadores de diabetes utilizam
apenas Hipoglicemiante oral.
Quanto ao tipo de tratamento na Tabela 03, a maioria 68% faz uso de hipoglicemiante
oral. Contudo, o uso de insulina 12% o dado á menor, em relação ao uso associado de
insulina e hipoglicemiante oral, do presente estudo, representou 14%. Percentual alto de
pessoas utilizando formas associadas de medicamento denota comprometimento progressivo
da doença. Segundo Araujo et al. (2000) o uso destas medicações está indicado no (DM tipo
2) quando com a dieta e o aumento da atividade física não forem capazes de obter um bom
controle, ou seja, glicemias de jejum e pós prandial e hemoglobina glicosilada próximos aos
níveis normais. Ressalta-se que a maior diferença encontrada nesta investigação é a pequena
parcela de pessoas 6% utilizando tratamento não medicamentoso.
VARIÁVEIS N %
Tipo de tratamento (N=50)
Hipoglicemiante oral
Insulina
Hipoglicemiante oral e Insulina
Não medicamentoso
TOTAL
34
06
07
03
50
68,0
12,0
14,0
6,0
100,0
12
Tabela 04: Descrever a distribuição dos sujeitos quanto aos hábitos de vida. USF,
Coqueiral. Recife – PE, 2010.
* Respostas múltiplas
É possível observa na tabela 04, enquanto aos hábitos de vida chamou a atenção que
78,7% são sedentários.
Dado relevante na tabela 04 foi que 78,7% dos diabéticos são sedentários. Brito
(2007) diz que a atividade física regular é particularmente importante na manutenção de
perda de peso, melhorando também a sensibilidade á insulina, controle da dislipidemia e
redução da pressão arterial.
Em menor proporção, mas com sua devida importância 6,55% são tabagistas e
14,75% etilista. Schaan et al. (2004) relatam ser esperado menor número de fumantes em
indivíduos diabéticos, pelo fato deste subgrupo ser acompanhado com maior periodicidade
em unidades básicas de saúde do que os não diabéticos. Gamba et al. (2004) fazem relação
direta entre tabagismo e a vasculopatia periférica, fato este que predispõem o
desenvolvimento do pé em risco no diabetes e conseqüentemente amputação de
extremidades inferiores.
VARIÁVEIS N %
Hábitos de vida *(N=61)
Tabagista
Etilista
Sedentário
TOTAL
04
09
48
61
6,55
14,75
78,7
100,0
13
Tabela 05: Distribuição das Comorbidades associadas aos sujeitos. USF, Coqueiral.
Recife – PE, 2010.
*Respostas múltiplas
Como se podem observar na tabela 05, das comorbidades presentes a de maior
destaque foi à pressão alta 34,61 %.
Dentre as comorbidades descritas na tabela 05, as que tiveram maior destaque foram
hipertensão 34,61% e o comprometimento visual, que acomete 20,51% destes pacientes. De
acordo com Gamba (2004) a hipertensão acomete 50% dos diabéticos, aumentando os riscos
para o desenvolvimento de retinopatia, nefropatia e vasculopatia. Faeda e Leon (2006)
relatam que após 15 anos da doença, 20% dos diabéticos apresentam nefropatia e na mesma
proporção retinopatia. A retinopatia diabética pode ser manifestar através de uma visão turva
até a presença de catarata, podendo levar a cegueira.
VARIÁVEIS N %
Comorbidades *(N=78)
“Pressão alta”
Problema de “vista”
Problemas nos dentes
Problemas nos rins
Sensibilidade nos pés
TOTAL
27
16
13
08
14
78
34,61
20,51
16,66
10,25
17,94
100,0
14
Tabela 06: Distribuição dos sujeitos em relação ao Conhecimento com a alimentação
adequada, hábitos alimentares e a fonte deste conhecimento. USF, Coqueiral. Recife – PE,
2010.
*Respostas múltiplas
Observa-se na tabela 06, que 64% afirmam ter conhecimento em relação à
alimentação adequada. Dentre os relatos 44,4% fazem uso do adoçante. Enquanto a fonte de
conhecimento 38% foi através dos profissionais de saúde.
Com base nos dos da tabela 06, destaca-se que 64% referem possuir alimentação
saudável. Péres, Franco e Santos (2006) afirmam que cumprir uma dieta adequada é
essencial no tratamento do DM, porém uma mudança de hábitos nesse sentido não é fácil,
uma vez que envolve uma amplitude de emoções e sentimentos, além de valores culturais.
Esse processo de mudança de hábitos é um desafio e tanto para o enfermeiro quanto para o
paciente. Ambos devem interagir para o desenvolvimento de um regime terapêutico eficaz.
Ao interrogar como são os hábitos alimentares, percebeu-se que 44,44% falaram que
usam adoçantes, enquanto 3,17% usam açúcar, pois adoçante é caro. Os aspectos financeiros
também foram citados em outros estudos como um entrave que dificulta o seguimento da
dieta (PÉRES; FRANCO; SANTOS, 2006), 10% come alimento com gordura.
VARIÁVEIS N %
Conhecimento da alimentação adequada (N=50)
Sim
Não
TOTAL
Hábitos alimentares *(N=63)
Uso de adoçante
Come verduras e frutas
Come doce
Usa açúcar
Alimento rico em gordura
TOTAL
Fonte de conhecimento (N=50)
Meios de comunicação
Profissionais de saúde
Amigos
TOTAL
32
18
50
28
22
05
02
06
63
16
19
15
50
64,0
36,0
100,0
44,44
34,92
7,93
3,17
9,52
100,0
32,0
38,0
30,0
100,0
15
Embora os pacientes saibam como deve ser a alimentação para um portador de DM,
a aquisição do conhecimento não é garantia de aplicação do mesmo na vida diária, como
demonstra o estudo em que 38% receberem orientações dietéticas pelos profissionais de
saúde, 32% meios de comunicação e 30% pelos amigos. Os objetivos específicos da terapia
nutricional são contribuir para normalização da glicemia, reduzir os fatores de risco
cardiovasculares, obtenção e/ou manutenção do peso corpóreo saudável, prevenir
complicações agudas e crônicas do DM e promover a saúde através de nutrição adequada
(SBD, 2003).
Tabela 07: Distribuição do Cadastro no Hiperdia e participação dos grupos educativos e o
que aprendeu nos grupos. USF, Coqueiral. Recife – PE, 2010.
*Respostas múltiplas
Os dados demonstram que 84% possuem cadastro no Hiperdia. Enquanto 44%
participam dos grupos educativos, mais da metade 56% não participa. E 36,2% aprenderam
que não se pode comer doce.
O cadastro no Hiperdia foi referido pela maioria (84%) possui, entretanto, apenas 16%
não possuem. Segundo Amaral e Tavares (2009) o Hiperdia é um programa instituído pelo
Ministério da Saúde visando à reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes
mellitus. Realiza o cadastramento e acompanhamento de pessoas com estas doenças e
VARIÁVEIS N %
Cadastro no Hiperdia (N=50)
Sim
Não
TOTAL
Participação em grupos educativos (N=50)
Sim
Não
TOTAL
O que aprendeu nos grupos *(N=58)
“Evitar comer coisa doce”
Fazer caminhada
Evitar bebida alcoólica e cigarro
Tomar os remédios corretamente
Reduzir o estresse
TOTAL
42
08
50
22
28
50
21
06
12
14
05
58
84,0
16,0
100,0
44,0
56,0
100,0
36,20
10,34
20,68
24,13
8,62
100,0
16
fornece alguns medicamentos. Objetiva definir o perfil epidemiológico dessa população e
desenvolver estratégias que visem à modificação do quadro atual e a contribuir com a
melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Por meio da consulta mensal são oferecidos os medicamentos e realizado os
procedimentos para o acompanhamento e controle do DM. O Ministério da Saúde
recomenda que de 60 a 80% dos casos de DM e hipertensão arterial sejam tratados na rede
básica municipal, de forma resolutiva e com qualidade. Para o tratamento do DM, é
imprescindível a vinculação da pessoa às Unidades de Saúde, a garantia do diagnóstico e o
atendimento por profissionais qualificados, uma vez que seu diagnóstico e controle evitam
complicações ou, ao menos, retardam a progressão das já existentes (AMARAL;
TAVARES, 2009).
O baixo percentual de participação dos grupos, obtido neste estudo é de 44% em
relação aos que não participam 56%. Os grupos de educação em saúde fazem parte do
tratamento do DM e se constitui em uma forma de abordar aspectos relevantes para o
cuidado com esta doença (AMARAL; TAVARES, 2009).
Nesta perspectiva, questiona-se a baixa adesão e a forma como estão sendo
organizadas as ações educativas. Esta pesquisa conduzida com as pessoas com DM que
participam de grupos educativos evidenciaram os temas abordados com mais freqüência, a
dieta, atividade física e medidas de redução de estresse. Os cuidados com os pés não foram
citados, ainda que, a literatura científica assinala as úlceras nos pés como complicação
prevenível a partir da atuação de equipe multidisciplinar e por ações de baixa complexidade.
CONCLUSÃO
Acredita-se que o conhecimento do paciente diabético no processo do autocuidado
é uma ferramenta importante para prevenção do desenvolvimento de agravos.
Segundo o perfil socioeconômico, a maior parte da amostra foi representada pelo
sexo feminino. Houve uma indiferenciação da prevalência do DM em relação à idade,
confirmando o fato do diabetes estar aumentando em todas as faixas etárias.
Apesar do conhecimento insuficiente, percebe-se também, a incerteza e o
desconhecimento de alguns sujeitos sobre a temática, compete aos profissionais de saúde,
especialmente aos enfermeiros, unirem esforços para aperfeiçoarem as formas de tratamento
e autocuidado, considerando os aspectos culturais e individuais de seus clientes.
17
Em relação ao tempo de diagnóstico, metade das pessoas apresenta tempo de
diagnóstico inferior a 10 anos, Este fato pode estar ligado à maior acessibilidade as
Unidades Básicas de Saúde, sendo, portanto um fator positivo.
Verificou-se nesse estudo que dentre as comorbidades interligadas ao diabetes, a
hipertensão e a retinopatia foram as mais prevalentes na amostra. Este dado causa
preocupação, uma vez que associadas potencializam, respectivamente, os riscos
cardiovasculares e podem levar a cegueira, dificultando o autocuidado.
Relacionando hábitos de vida com a patologia, identificou-se que praticamente toda
a amostra é sedentária e a maior parte deles não possuem alimentação saudável, fatores que
corroboram para o agravamento do quadro clínico dos pacientes diabéticos.
Salientamos a importância e a necessidade da implantação do atendimento
multiprofissional aos diabéticos na modalidade grupal nos serviços de saúde que abarquem o
tratamento e a educação e, assim, proporcionem conhecimentos relativos à doença a fim de
promover o autocuidado e favorecer o controle glicêmico, diminuindo, desta forma, o ônus
trazido pela doença e aumentando a qualidade de vida desta população.
18
REFERÊNCIAS
ALBERTE, J. S. P. Diabetes mellitus tipo 2: significado da doença para os pacientes e
suas repercussões para a aderência ao tratamento clinico. Dissertação (Mestrado em
Ciências médicas). UNICAMP, p. 151, 2004.
AMARAL, A. S, TAVARES D. M. S. Cuidados com os pés: conhecimento entre pessoas
com diabetes mellitus. Rev. Eletr. Enf. [Internet], 11 (4): 801-10, 2009.
ARAÚJO, L. M. B. et al. Tratamento do Diabetes Mellitus do Tipo 2: Novas Opções. Arq
Bras Endocrinol Metab. São Paulo, vol. 44, n. 6. dez. 2000.
BARBUI, E. C, COCCO, M. I. M. Conhecimento do cliente diabético em relação aos
cuidados com os pés. Rev. Esc. Enferm. USP, v.36, n.1, p. 97-103, 2002.
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Rev Port Diab, Portugal, v.2, n.2, p.34-37, jun. 2007.
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FARJADO, C. A importância do cuidado com o pé diabético: ações de prevenção e
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Saúde. Londrina, v. 29, n. 2, p. 141-154, jul./dez. 2008.
GROSS, J. L.et al. Diabetes Mellitus: diagnóstico, classificação e avaliação do controle
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GUYTON. A. C;HALL, J. E. Insulina, glucagon e diabetes mellitus. In: Tratado de
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LOPES, F. A. M. e OLIVEIRA F. A. Fatores de risco para o desenvolvimento do pé
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19
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OCHOA-VIGO, K.; PACE, A.E. Pé diabético: Estratégias para prevenção. Acta Paul
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RODRIGUES, T. C. et al. O controle do Diabetes mellitus em usuários de unidade básica de
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SARTORELLI, D, FRANCO, L. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da
transição nutricional. Cad. Saúde Pública v. 19, suppl. 1 , p. S29-s36, 2003.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 2 ed.
São Paulo. Manole, 2003, p.654-658.
THOMAZ, J. B.; HERDY, C. D. C. Fundamentos de cirurgia vascular e angiologia: 10
ed. Rio de Janeiro: BYK, 1997, p. 557-579.
20
APÊNDICE A
Entrevista Semi-Estruturada
I- IDENTIFICAÇÃO DO PORTADOR
1.1 Sexo:
a) Feminino b) Masculino
1.2: Idade:
a) 21-30 b) 31-40 c) 41-50 d) 51-60 e) mais de 60
1.3 Estado Civil:
a) Solteiro b) Casado c) viúvo d)Separado e) União Simples
1.4 Escolaridade:
a) Analfabeto b) 1º a 4º série (antigo primário ou 1º grau incompleto)
c) 4º série completa (antigo primário ou 1º grau) d) Ensino fundamental incompleto
(antigo ginásio) e) Ensino fundamental completo (antigo ginásio ou primeiro grau)
f) Ensino médio incompleto (antigo colegial ou 2° grau) g) Ensino médio completo
(antigo colegial ou 2° grau) h) Educação superior incompleta i) Educação
superior completa
1.5 Renda:
a) < 1 salário mínimo b) 1 salário mínimo c) 2 salários mínimos
d) 3 salários mínimos e) 4 salários mínimos f)> 5 salários mínimos
1.6 Religião:
a) Católico b) Evangélico c) Espírita d) Ateu e) Sem religião
f) Outro____________
II- DIABETES MELLITUS
2.1 Qual o tipo de DM que você tem?
a) DM tipo I b) DM tipo II c) não sabe identificar
2.2 Tempo de diagnóstico de diabetes:
a) < 10 anos b) 10 |- 20 anos c) 20 |- 30 anos
2.3 Tipo de tratamento:
a) Hipoglicemiante oral b) Insulina c) Hipoglicemiante oral e insulina d) Não
medicamentoso
2.4 Presença de comorbidades?
a) Sim b) Não
21
2.5 Se sim, cite qual ou quais as comorbidades?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.7 Possui alimentação saudável?
a) Não b) Sim
2.8 Se sim, como é?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.9 Como obteve essas informações?
a) Meios de comunicação b) Profissionais da área de saúde c) Amigos
d) Outros_____________
2.10 Cadastro no Hiperdia?
a) Sim b) Não
2.11 Participação em grupos educativos?
a) Sim b) Não
2.12 Se sim, o que aprendeu?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.6 Em relação aos Hábitos de vida:
a) Tabagista b) Etilista c) Sedentário
22
APÊNDICE B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Projeto: O Conhecimento do paciente diabético no processo do autocuidado assistidos
pelo programa de saúde da família.
Responsável pelo Projeto: Polyanna Bezerra Alves da Silva
Eu ______________________________, RG nº_____________________ abaixo assinado, declaro
ter pleno conhecimento do que se segue: 1)Fui informado, de forma clara e objetiva, que a pesquisa
intitulada “O Conhecimento do paciente diabético no processo do autocuidado assistidos pelo
programa de saúde da família irá investigar o conhecimento que este público alvo tem sobre a
diabetes mellitus; 2) Estou ciente que não é obrigatória a minha participação nesta pesquisa, caso
me sinta constrangido antes e durante a realização da mesma, pois nesta pesquisa os sujeitos não
estarão expostos a risco configurado por eventual constrangimento durante as entrevistas;
4)Poderei através desta pesquisa melhorar o meu o conhecimento em relação a doença; 5) Sei que
a pesquisadora manterá em caráter confidencial todas as respostas que comprometam a minha
privacidade; 7)Receberei informações atualizadas durante o estudo, ainda que isso possa afetar a
minha vontade em continuar dele participando; 8) Estas informações poderão ser obtidas através de
Polyanna Bezerra Alves da Silva, Fone: 81-91855099 9) Foi-me esclarecido que o resultado da
pesquisa somente será divulgado com o objetivo científico, mantendo-se a minha identidade em
sigilo; 10) Quaisquer outras informações adicionais que julgar importantes para compreensão do
desenvolvimento da pesquisa e de minha participação poderão ser obtidas no Comitê de Ética e
Pesquisa.
Declaro, ainda, que recebi cópia do presente Termo de Consentimento.
Recife, _________ de ____________________de _________.
Pesquisador:
_____________________________________________________
(Nome)
Sujeito da Pesquisa/Representante Legal:
_____________________________________________________
(Nome)

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  • 1. 1 O CONHECIMENTO DO PACIENTE IDOSO DIABÉTICO NO PROCESSO DO AUTOCUIDADO ASSISTIDOS PELO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA. KNOWLEDGE OF ELDERLY DIABETIC PATIENTS IN THE PROCESS OF AUTOCARE SERVICED BY THE PROGRAM OF FAMILY HEALTH POLYANNA BEZERRA ALVES DA SILVA1 SANDRA CRISTINA DE SOUZA CARVALHO 2 RESUMO Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) atinge uma quantidade significativa de pessoas em todo o mundo, abrangendo todas as classes sociais e configurando-se como um problema de cunho pessoal e social. Sabe-se que o autocuidado é um dos pontos fundamentais no tratamento do DM, sendo também necessária a motivação do indivíduo para a aquisição de novos conhecimentos e para o desenvolvimento das habilidades nas mudanças de hábitos. Na atenção básica, as equipes de saúde devem atuar de forma integrada e coesa tanto no âmbito assistencial quanto no preventivo para minimizar os agravos. Objetivo: Investigar conhecimento dos idosos portadores de diabetes mellitus atendidos na Unidade de Saúde da Família Coqueiral, em Recife, PE, acerca do processo do autocuidado. Método: A pesquisa foi do tipo descritiva, de abordagem quantitativa e a coleta de dados foi realizada através de entrevista. Os diabéticos (n= 50) apresentavam idade acima de 60 anos. Resultado: A análise dos dados evidenciou que ao se tratar da escolaridade a maioria (26%) disse ser analfabetos e (6%) ensino fundamental incompleto. Em relação ao conhecimento (94%) dos entrevistados referem desconhecer o tipo de DM que tem e apenas 6% referiam saber. Além disso, grande parte da amostra revela ser sedentário (78,7%). Em contrapartida, a amostra revela que uma parte expressiva dos diabéticos (64%) possui uma alimentação adequada, enquanto (36%) não possui. Conclusão: De acordo com os resultados, confirma-se a necessidade de implementar ações educativas para orientar e sistematizar medidas de prevenção, pois o tratamento implica 1 Enfermeira. Especializanda em Saúde da Família e em Enfermagem do Trabalho pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional/Faculdade Redentor. Av. Domingos Ferreira, n° 3920, apt. 905 – CEP: 51021040. Boa Viagem. Recife- PE. E- mail: polyananbezerra@yahoo.com.br. 2 Mestre em Hebiatria pela Faculdade de Odontologia de Pernambuco – FOP. Av. Gal. Newton Cavalcanti, nº 1650 - CEP: 54753-020. Camaragibe – PE. E-mail: souzzasandra@hotmail.com.
  • 2. 2 alem da administração de medicamentos, numa mudança dos hábitos de vida , conhecimento da patologia e adesão às condutas de autocuidado. Palavras- chave: diabetes mellitus, autocuidado, conhecimento. ABSTRACT Introduction: Diabetes Mellitus reaches a significant amount of people around the world, encloses all social classes and it’s considered not only a personal problem but also a social one. Know-that the self autocare is one of the fundamental points in the treatment of DM, being also needful the motivation of the individual for the acquisition of new knowledge and for the development of abilities to change practices. In basic care, health teams should act in an integrated and cohesive under both preventive in order to diminish the grievances. Objective: Investigate the knowledge of elderly diabetes carriers attended at USF Coqueiral, Recife, PE, about the process the autocare. Method: The research was of the descriptive type, quantitative and data was collected through interview. The diabetic individuals (n=50) presented age above of 60 years. Result: Data analysis showed that in the case of schooling the majority 26% said being illiterate and 6% incomplete basic education. In relation to knowledge 94% of the interviewees refer unaware the type of DM and only 6% related know. Moreover, great part of the sample discloses be sedentary 78, 7%. On the other hand, the sample discloses that an expressive group of diabetes carriers 64% has an adequate diet, whereas 36% not have. Conclusion: In accordance with the results, it is confirmed the necessity to implement educative actions to guide and systemize ways of prevention, once the treatment implies beyond medicine taking, includes also a change of life habits, knowledge of the pathology and adhesion to autocare behaviors. Keywords: diabetes mellitus, autocare, Knowledge. ____________________________________________________________ INTRODUÇÃO O Brasil assiste, desde a década de 60, a sua transição demográfica e epidemiológica caracterizada pelo envelhecimento populacional e aumento das doenças crônico- degenerativas. (LOPES; OLIVEIRA, 2004). Dentre as doenças crônicas mais freqüentes, destaca-se o Diabetes Mellitus (DM), que consiste em uma disfunção metabólica crônica,
  • 3. 3 grave, de evolução lenta e progressiva, caracterizada pela falta ou produção diminuída de insulina e/ou da incapacidade desta em exercer adequadamente seus efeitos metabólicos, levando à hiperglicemia e glicosúria (MAIA; ARAÚJO, 2002). Na rede pública de saúde, a porta de entrada para o portador de DM é a Unidade Básica de Saúde que está estruturada de acordo com o Programa de Saúde da Família (PSF), relata atualmente 2.5 milhões de pessoas com diabetes (Ministério da Saúde, 2006). O PSF é uma estratégia que tem como principal propósito reorganizar a prática da atenção básica à saúde e substituir o modelo tradicional de assistência, priorizando ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde, de forma integral e contínua. O atendimento é prestado na unidade básica de saúde ou no domicílio pelos profissionais da saúde que compõem as Equipes de Saúde da Família. Esses profissionais e a população acompanhada criam vínculos de co-responsabilidade, o que facilita a identificação dos problemas de saúde da comunidade e seu atendimento (BRASIL, 2006). A educação, como aspecto fundamental do tratamento ao paciente diabético, vem sendo preconizada desde 1975, por Bouchardat, e sua importância demonstrada em diversos estudos, realizada em comunidades com diferentes características socioeconômicas e culturais. Nessa direção, para a educação efetiva em diabetes é necessário treinamento, conhecimento, habilidades pedagógicas, capacidade de comunicação e de escuta, compreensão e capacidade de negociação pela equipe multiprofissional de saúde (OTERO et al, 2008). A necessidade de desenvolver atividades de ensino ou práticas educativas de saúde, direcionadas ao paciente diabético e à sua família, está relacionada à prevenção de complicações através do automanejo da doença, o que possibilita ao paciente conviver melhor com ela (SANTOS et al, 2005). De acordo com Mondadori et al .(2008) a educação para o automanejo do diabetes mellitus é o processo de ensinar o paciente a administrar a sua doença. Pela sua morbidade elevada, implica um grande investimento em cuidados de saúde constantes, bem como, mudanças profundas nos estilos de vida. Tal fato chamou a atenção da autora porque a diabetes tem importante papel na saúde pública, propondo esta educação do doente, comportando uma filosofia de responsabilidade e autonomia. As metas da educação em diabetes consistem em melhorar o controle metabólico, prevenir as complicações agudas e crônicas, e melhorar a qualidade de vida com custos razoáveis. A idéia do tema surgiu ao se deparar com a literatura e observar que as pesquisas apontam que a diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica e crônica que afeta um grande número de pessoas.
  • 4. 4 Portanto, o presente trabalho possibilita uma maior proximidade do portador crônico com os reais conceitos, vantagens e indicações do tratamento. Também pode sugerir aos profissionais de saúde melhores estratégias para facilitar o conhecimento da população idosa a respeito da doença, diminuindo os agravos que são prevenidos com a medida profilática. E assim o objetivo é investigar o conhecimento do paciente diabético no processo do autocuidado assistidos pelo Programa de Saúde da Família. O Diabetes mellitus atinge em todo o mundo grande número de pessoas de qualquer condição social, configurando-se como problema, individual e de saúde pública, de alta relevância, visto que sua incidência e prevalência têm aumentado nos últimos anos e já alcança proporções epidêmicas (RODRIGUES et al. 2006, p.41). A Federação Internacional de Diabetes, o maior crescimento absoluto na prevalência desta doença ocorrerá nos países em desenvolvimento. No único estudo multicêntrico sobre a prevalência do diabetes mellitus no Brasil, a taxa encontrada na população urbana de nove capitais, com idade de 30 a 69 anos, foi de 7,6%, variando de 5,2%, em Brasília (Distrito Federal), a 9,7%, em São Paulo. A prevalência de diabéticos verificada para a cidade do Recife foi de 6,4%. Pode-se definir DM como uma doença metabólica que se caracterizada por hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação. Entre as manifestações pode-se destacar a poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e visão turva, sendo essas mais características do DM1, porém podem estar presentes no DM2 (GROSS et al.2002, p. 17; FARJADO, 2006, p.46). É relevante conhecer os fatores de risco para DM e testes de rastreamento são indicados para indivíduos assintomáticos que apresentam o maior risco de adquirir a doença. São estes: antecedente familiar paterno ou materno do DM; idade superior a 45 anos; sobrepeso (índice de Massa Corporal acima de 25); obesidade central (cintura abdominal >102 cm para homens e >88 cm para mulheres); hipertensão arterial (>140/90 mmHg); colesterol HDL 35 mg/dl e/ou triglicerídeos e 150 mg/dl; história de microssomia ou diabetes gestacional; diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos; doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida (BRASIL, 2006). Recomenda-se que os portadores deste tipo de Diabetes sejam acompanhados por profissional especializado e que não deve haver demora no atendimento sob o risco dos pacientes apresentarem descompesação metabólica (BRASIL, 2006). Por ser uma doença de caráter lento e progressivo, que se apresenta inicialmente assintomática e cuja prevalência aumenta com a idade, as pessoas são diagnosticadas e
  • 5. 5 tratadas tardiamente, descobrindo muitas vezes por acaso que são portadoras, com atraso estimado em cerca de 4 a 7 anos (SILVERTHORN, 2003; FORTI, 2006 ; BRITO, 2007). Plano terapêutico para este tipo de Diabetes consiste, além do tratamento farmacológico, na mudança do estilo de vida, que compreende terapia nutricional e prática regular de atividade física, com o objetivo de melhorar o controle metabólico e proporcionar perda de peso. A restrição dietética já era proposta em 1796 pelo médico Rollo (THOMAZ; HERDY, 1997; BRASIL, 2006). As complicações agudas, entre elas, cetoacidose diabética e síndrome hiperosmolar hiperglicemiante diabética, podem oferecer risco de vida. A hiperglicemia crônica leva a danos, disfunção e falência de vários órgãos, principalmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos (GROSS et al., 2002, p.17). No Brasil, o acesso das pessoas com Diabetes ao sistema de saúde ainda apresenta um problema de assistência a esses indivíduos e diante da grande incidência de Hipertensão e Diabetes, o Ministério da Saúde criou um programa de assistência aos portadores dessas patologias, o HiperDia (BRASIL, 2006; FAJARDO, 2006). A finalidade do programa, que inclui consultas mensais, e prevenir o surgimento dessas doenças e suas respectivas complicações através do cuidado integral, com poder de resolutividade e qualidade no atendimento. As ações desse programa devem ser realizadas na Atenção Básica, sobretudo pelas equipes de saúde da família, e devem ser guiadas por protocolos atualizados (BRASIL, 2006). A NOAS/SUS 01/01 em seu capitulo primeiro atribui como responsabilidade dos municípios de Gestão Plena da Atenção Básica, o cadastramento de portadores de hipertensão arterial e DM (BRASIL, 2002). As equipes de saúde devem atuar de forma integrada e coesa a favor do paciente. Dentre as funções do enfermeiro, além de capacitar sua equipe de auxiliares, agentes comunitários, devem realizar consultas de enfermagem, identificando fatores de risco e de adesão, intercorrências no decorrer do tratamento e fazer o encaminhamento ao médico quando necessário (FAEDA, 2006). No processo fisiológico de envelhecimento, os idosos apresentam diminuição na sensibilidade protetora, o que nem sempre se relaciona com neuropatia diabética, logo, ao fazer a avaliação nessa faixa etária, devem ser considerados aspectos da pele em busca de sinais de desidratação, descamação, lisuras e diminuição da sudorese em membros inferiores (OCHOA-VIGO; PACE, 2005).
  • 6. 6 Entre os diagnósticos relacionados ao pé diabético, pode-se citar entre os mais corriqueiros: Integridade cutânea prejudicada relacionada com a insuficiência vascular; Mobilidade física prejudicada relacionada com as restrições de atividade do regime terapêutico e da dor; Nutrição desequilibrada: menor que os requisitos corporais, relacionada com a necessidade aumentada de nutrientes que promovem a cura da ferida, entre outros (BRUNNER; SUDDART, 2005). Na teoria do autocuidado, o foco é reconhecer o individuo como aquele capaz de exercer o controle sobre seu tratamento e sobre si mesmo, participando da decisão, que deve considerar seu conhecimento, suas crenças, valores e motivações. O enfermeiro desempenha o papel de educador, intervindo a partir dos déficits de autocuidado que encontrar. Entre os programas educacionais desenvolvidos pelo enfermeiro, estão inclusas ações que podem reduzir o surgimento de lesões nos pés de pacientes diabéticos em até 50% dos casos, entre elas, o exame dos pés, a classifica do risco e a educação terapêutica, eficaz por mudar atitudes tanto no paciente quanto na família (COELHO; SILVA, 2006; COSSON et al. 2005). É importante envolver em todo o processo terapêutico a família e pessoas significativas, como amigos, objetivando fornecer apoio aos portadores de DM, quanto às mudanças dos hábitos de vida, administração de insulina, entendimento da patologia e melhor adesão as condutas de autocuidado (NUNES et al. 2006). METODOLOGIA O estudo foi realizado na Unidade de Saúde da Família (USF) Coqueiral, situada no bairro da Imbiribeira, zona sul da cidade do Recife, pertencente ao Distrito VI, que possui uma população de 46.471 habitantes (IBGE, 2010). O Distrito VI possui 39 unidades básicas de saúde atuando na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e 02 unidades de Policlínicas, distribuídos em oito territórios. Possui ainda 02 Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) e cinco equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Completam a rede de suporte à atenção primária o Programa Academia da Cidade e projeto ReHabitar. Segundo o SIAB, 2010, cerca de 1.919 famílias estão cadastradas na USF de Coqueiral, ao ser atendido por um médico na unidade de saúde, os pacientes com hipertensão ou diabetes passam a fazer parte de um cadastro específico, que é enviado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
  • 7. 7 O Hiperdia é um programa que atende a hipertensos, diabéticos e idosos acima de 60 anos para promoção da qualidade de vida. A USF Coqueiral atende 830 pessoas cadastradas no sistema do programa. O paciente recebe atendimento periódico de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde da Estratégia em Saúde da Família (ESF), com acesso gratuito aos medicamentos indicados para o controle das taxas indicativas da doença, passando a dispor de todos os meios que lhe permitam manter uma vida controlada e saudável. Para atingir a proposta de promoção de qualidade de vida, além dos medicamentos e atendimento médico, os integrantes do Hiperdia participam de encontros mensais que incluem palestras, atividades físicas, recreativas, entre outros. A amostra desta pesquisa foi composta pelos portadores de DM assistidos pelo HiperDia desenvolvido na Unidade de Saúde da Família citada anteriormente. Com idade superior a 60 anos de idade. Os dados desse estudo foram coletados através de entrevista face a face com os sujeitos participantes da amostra. Para coleta de dados foram respeitados os seguintes passos: Inicialmente o projeto de pesquisa foi enviado para Secretaria de Saúde do Recife, para conhecimento do mesmo e assinatura da carta de anuência, realizado isto, o projeto foi enviado ao Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos do Hospital Agamenon Magalhães (sob o número 309, CAEE-0188.0.236.000-10, Anexo A) e após a aprovação deste, foi dado início à coleta de dados. Os sujeitos só participaram da pesquisa após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A entrevista utilizada para coleta de dados foi orientada por um instrumento elaborado previamente pela autora (Apêndice A), contemplando os objetivos específicos desse estudo. O mesmo constou de questões fechadas e abertas acerca da identificação e das características associadas ao DM. Foram processados e analisados os dados de forma quantitativa através de gráficos e tabelas, de forma percentual.
  • 8. 8 RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 01: Distribuição dos sujeitos de acordo com a caracterização sócio-econômica. USF, Coqueiral. Recife – PE, 2010. VARIÁVEIS N % Sexo (N=50) Feminino Masculino TOTAL Idade (N=50) 60 – 65 66 – 70 71 – 75 76 – 80 Mais de 80 TOTAL Estado Civil (N=50) Solteiro Casado Viúvo Separado TOTAL Escolaridade (N=50) 31 19 50 16 14 09 08 03 50 12 18 15 05 50 62,0 38,0 100,0 32,0 28,0 18,0 16,0 6,0 100,0 24,0 36,0 30,0 10,0 100,0 < 1 salário mínimo 1 salário mínimo 2 salários mínimos 3 salários mínimos 4 salários mínimos > 5 salários mínimos TOTAL 08 26 04 04 06 02 50 16,0 52,0 8,0 8,0 12,0 4,0 100,0 *Valor do salário mínimo atual: R$ 510,00 Analfabeto 1º grau incompleto 1º grau completo Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo Ensino médio incompleto Ensino médio completo Educação superior incompleta Educação superior completa TOTAL Renda (N=50) 13 08 08 03 01 04 08 04 01 50 26,0 16,0 16,0 6,0 2,0 8,0 16,0 8,0 2,0 100,0
  • 9. 9 Conforme explicitado na tabela 1, a maior prevalência é do sexo feminino com 62%. Quanto à idade 32% tinham entre 60 - 65 anos. Em relação ao estado civil, a maioria dos idosos eram casados 36%. Ao se tratar da escolaridade, 26% disseram ser analfabetos. Ao avaliar a renda, observou-se que 52% da amostra recebiam um salário mínimo. O perfil sócio-econômico dos portadores de DM que participaram desse estudo, ilustrado na tabela 01, demonstra que a maioria deles, cerca de 62%, é do sexo feminino. Tanto Goldenberg et al. (2003) quanto Cavinatto (2003) concordam que a prevalência do diabetes seja mesmo no sexo feminino. Já Tavares et. al (2008), relatam que apesar dos percentuais serem em sua maioria do sexo feminino , esse resultado pode estar mascarado pelo fato das mulheres se cuidarem mais e comparecerem em maior número as consultas médicas. Quanto a idade, a amostra foi bastante diversificada, comprovando a opinião de Sartorelli et al (2006) que consideram que há uma tendência de aumento na freqüência da doença em todas as faixas etárias. A pesquisa apontou maior número de pacientes diabéticos, 32%, na faixa etária entre 60 e 65 anos, que para Silva (2001) é considerada o pico de incidência (entre 50 e 70 anos) do surgimento do DM, declinando após esse período. A faixa salarial predominante foi até um salário mínimo, representando 52% dos entrevistados, em seguida dos que possuem renda menor que um salário, ou seja, 16% dos diabéticos. Este perfil de renda caracterizou a localidade, uma vez que a pesquisa foi realizada em uma comunidade carente, mas no tocante á relação entre renda e o aumento da prevalência da doença, Modeneze (2004) não confirma essa relação. Em sua opinião, a ocorrência da doença vem aumentando em todas as classes sócio-econômicas. No que se refere ao tempo de estudo, cerca de 26% da amostra é de analfabeto. Este fato não esta relacionado com o surgimento da doença, mas sim com os cuidados pertinentes no controle do diabetes. Barbui e Cocco (2002) acreditam ser interessantes saber o grau de escolaridade para planejar a ação de forma correta e facilitar a compreensão do paciente. Coelho e Silva (2006) relatam que o nível de conhecimento tem papel importante no modo de tratar a doença e interfere no autocuidado do individuo. Alberte (2004) lembra ainda que pacientes mal informados tendem a negar a doença e tem muitos medos, ou seja, a ignorância contribui para uma infinidade de mitos e preconceitos que só tendem a agravar o caso.
  • 10. 10 Gráfico 01: Distribuição dos sujeitos quanto ao conhecimento do tipo de DM. USF, Coqueiral. Recife – PE, 2010. Um dado importante que deve ser observado no gráfico 01, que 94% dos entrevistados referiram desconhecer o tipo de DM e apenas 6% conhecia. De acordo com Gil et al. ( 2008) para um portador de DM, o conhecimento sobre sua doença é imprescindível na prevenção de complicações, no autocuidado e na manutenção do controle metabólico. Tabela 02: Distribuição dos sujeitos quanto ao tempo de diagnóstico. USF, Coqueiral. Recife – PE, 2010. VARIÁVEIS N % Tempo de diagnóstico da doença (N=50) Até 10 anos 10 - 20 anos 20 - 30 anos TOTAL 28 16 06 50 56,0 32,0 12,0 100,0
  • 11. 11 Logo na tabela 02, pode-se avaliar o tempo de diagnóstico no período de até 10 anos foi de 56%. No que concerne ao tempo de diagnóstico de diabetes, 56% possuem a doença há menos de 10 anos e 32% entre 10 e 20 anos. Amaral e Tavares (2009) relatam que o maior tempo de duração do DM pode indicar mais gravidade da doença com presença de complicações. Tabela 03: Distribuição dos sujeitos segundo o tipo de tratamento. USF, Coqueiral. Recife – PE, 2010. A análise da tabela 3 permite percebe que 68% dos portadores de diabetes utilizam apenas Hipoglicemiante oral. Quanto ao tipo de tratamento na Tabela 03, a maioria 68% faz uso de hipoglicemiante oral. Contudo, o uso de insulina 12% o dado á menor, em relação ao uso associado de insulina e hipoglicemiante oral, do presente estudo, representou 14%. Percentual alto de pessoas utilizando formas associadas de medicamento denota comprometimento progressivo da doença. Segundo Araujo et al. (2000) o uso destas medicações está indicado no (DM tipo 2) quando com a dieta e o aumento da atividade física não forem capazes de obter um bom controle, ou seja, glicemias de jejum e pós prandial e hemoglobina glicosilada próximos aos níveis normais. Ressalta-se que a maior diferença encontrada nesta investigação é a pequena parcela de pessoas 6% utilizando tratamento não medicamentoso. VARIÁVEIS N % Tipo de tratamento (N=50) Hipoglicemiante oral Insulina Hipoglicemiante oral e Insulina Não medicamentoso TOTAL 34 06 07 03 50 68,0 12,0 14,0 6,0 100,0
  • 12. 12 Tabela 04: Descrever a distribuição dos sujeitos quanto aos hábitos de vida. USF, Coqueiral. Recife – PE, 2010. * Respostas múltiplas É possível observa na tabela 04, enquanto aos hábitos de vida chamou a atenção que 78,7% são sedentários. Dado relevante na tabela 04 foi que 78,7% dos diabéticos são sedentários. Brito (2007) diz que a atividade física regular é particularmente importante na manutenção de perda de peso, melhorando também a sensibilidade á insulina, controle da dislipidemia e redução da pressão arterial. Em menor proporção, mas com sua devida importância 6,55% são tabagistas e 14,75% etilista. Schaan et al. (2004) relatam ser esperado menor número de fumantes em indivíduos diabéticos, pelo fato deste subgrupo ser acompanhado com maior periodicidade em unidades básicas de saúde do que os não diabéticos. Gamba et al. (2004) fazem relação direta entre tabagismo e a vasculopatia periférica, fato este que predispõem o desenvolvimento do pé em risco no diabetes e conseqüentemente amputação de extremidades inferiores. VARIÁVEIS N % Hábitos de vida *(N=61) Tabagista Etilista Sedentário TOTAL 04 09 48 61 6,55 14,75 78,7 100,0
  • 13. 13 Tabela 05: Distribuição das Comorbidades associadas aos sujeitos. USF, Coqueiral. Recife – PE, 2010. *Respostas múltiplas Como se podem observar na tabela 05, das comorbidades presentes a de maior destaque foi à pressão alta 34,61 %. Dentre as comorbidades descritas na tabela 05, as que tiveram maior destaque foram hipertensão 34,61% e o comprometimento visual, que acomete 20,51% destes pacientes. De acordo com Gamba (2004) a hipertensão acomete 50% dos diabéticos, aumentando os riscos para o desenvolvimento de retinopatia, nefropatia e vasculopatia. Faeda e Leon (2006) relatam que após 15 anos da doença, 20% dos diabéticos apresentam nefropatia e na mesma proporção retinopatia. A retinopatia diabética pode ser manifestar através de uma visão turva até a presença de catarata, podendo levar a cegueira. VARIÁVEIS N % Comorbidades *(N=78) “Pressão alta” Problema de “vista” Problemas nos dentes Problemas nos rins Sensibilidade nos pés TOTAL 27 16 13 08 14 78 34,61 20,51 16,66 10,25 17,94 100,0
  • 14. 14 Tabela 06: Distribuição dos sujeitos em relação ao Conhecimento com a alimentação adequada, hábitos alimentares e a fonte deste conhecimento. USF, Coqueiral. Recife – PE, 2010. *Respostas múltiplas Observa-se na tabela 06, que 64% afirmam ter conhecimento em relação à alimentação adequada. Dentre os relatos 44,4% fazem uso do adoçante. Enquanto a fonte de conhecimento 38% foi através dos profissionais de saúde. Com base nos dos da tabela 06, destaca-se que 64% referem possuir alimentação saudável. Péres, Franco e Santos (2006) afirmam que cumprir uma dieta adequada é essencial no tratamento do DM, porém uma mudança de hábitos nesse sentido não é fácil, uma vez que envolve uma amplitude de emoções e sentimentos, além de valores culturais. Esse processo de mudança de hábitos é um desafio e tanto para o enfermeiro quanto para o paciente. Ambos devem interagir para o desenvolvimento de um regime terapêutico eficaz. Ao interrogar como são os hábitos alimentares, percebeu-se que 44,44% falaram que usam adoçantes, enquanto 3,17% usam açúcar, pois adoçante é caro. Os aspectos financeiros também foram citados em outros estudos como um entrave que dificulta o seguimento da dieta (PÉRES; FRANCO; SANTOS, 2006), 10% come alimento com gordura. VARIÁVEIS N % Conhecimento da alimentação adequada (N=50) Sim Não TOTAL Hábitos alimentares *(N=63) Uso de adoçante Come verduras e frutas Come doce Usa açúcar Alimento rico em gordura TOTAL Fonte de conhecimento (N=50) Meios de comunicação Profissionais de saúde Amigos TOTAL 32 18 50 28 22 05 02 06 63 16 19 15 50 64,0 36,0 100,0 44,44 34,92 7,93 3,17 9,52 100,0 32,0 38,0 30,0 100,0
  • 15. 15 Embora os pacientes saibam como deve ser a alimentação para um portador de DM, a aquisição do conhecimento não é garantia de aplicação do mesmo na vida diária, como demonstra o estudo em que 38% receberem orientações dietéticas pelos profissionais de saúde, 32% meios de comunicação e 30% pelos amigos. Os objetivos específicos da terapia nutricional são contribuir para normalização da glicemia, reduzir os fatores de risco cardiovasculares, obtenção e/ou manutenção do peso corpóreo saudável, prevenir complicações agudas e crônicas do DM e promover a saúde através de nutrição adequada (SBD, 2003). Tabela 07: Distribuição do Cadastro no Hiperdia e participação dos grupos educativos e o que aprendeu nos grupos. USF, Coqueiral. Recife – PE, 2010. *Respostas múltiplas Os dados demonstram que 84% possuem cadastro no Hiperdia. Enquanto 44% participam dos grupos educativos, mais da metade 56% não participa. E 36,2% aprenderam que não se pode comer doce. O cadastro no Hiperdia foi referido pela maioria (84%) possui, entretanto, apenas 16% não possuem. Segundo Amaral e Tavares (2009) o Hiperdia é um programa instituído pelo Ministério da Saúde visando à reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus. Realiza o cadastramento e acompanhamento de pessoas com estas doenças e VARIÁVEIS N % Cadastro no Hiperdia (N=50) Sim Não TOTAL Participação em grupos educativos (N=50) Sim Não TOTAL O que aprendeu nos grupos *(N=58) “Evitar comer coisa doce” Fazer caminhada Evitar bebida alcoólica e cigarro Tomar os remédios corretamente Reduzir o estresse TOTAL 42 08 50 22 28 50 21 06 12 14 05 58 84,0 16,0 100,0 44,0 56,0 100,0 36,20 10,34 20,68 24,13 8,62 100,0
  • 16. 16 fornece alguns medicamentos. Objetiva definir o perfil epidemiológico dessa população e desenvolver estratégias que visem à modificação do quadro atual e a contribuir com a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Por meio da consulta mensal são oferecidos os medicamentos e realizado os procedimentos para o acompanhamento e controle do DM. O Ministério da Saúde recomenda que de 60 a 80% dos casos de DM e hipertensão arterial sejam tratados na rede básica municipal, de forma resolutiva e com qualidade. Para o tratamento do DM, é imprescindível a vinculação da pessoa às Unidades de Saúde, a garantia do diagnóstico e o atendimento por profissionais qualificados, uma vez que seu diagnóstico e controle evitam complicações ou, ao menos, retardam a progressão das já existentes (AMARAL; TAVARES, 2009). O baixo percentual de participação dos grupos, obtido neste estudo é de 44% em relação aos que não participam 56%. Os grupos de educação em saúde fazem parte do tratamento do DM e se constitui em uma forma de abordar aspectos relevantes para o cuidado com esta doença (AMARAL; TAVARES, 2009). Nesta perspectiva, questiona-se a baixa adesão e a forma como estão sendo organizadas as ações educativas. Esta pesquisa conduzida com as pessoas com DM que participam de grupos educativos evidenciaram os temas abordados com mais freqüência, a dieta, atividade física e medidas de redução de estresse. Os cuidados com os pés não foram citados, ainda que, a literatura científica assinala as úlceras nos pés como complicação prevenível a partir da atuação de equipe multidisciplinar e por ações de baixa complexidade. CONCLUSÃO Acredita-se que o conhecimento do paciente diabético no processo do autocuidado é uma ferramenta importante para prevenção do desenvolvimento de agravos. Segundo o perfil socioeconômico, a maior parte da amostra foi representada pelo sexo feminino. Houve uma indiferenciação da prevalência do DM em relação à idade, confirmando o fato do diabetes estar aumentando em todas as faixas etárias. Apesar do conhecimento insuficiente, percebe-se também, a incerteza e o desconhecimento de alguns sujeitos sobre a temática, compete aos profissionais de saúde, especialmente aos enfermeiros, unirem esforços para aperfeiçoarem as formas de tratamento e autocuidado, considerando os aspectos culturais e individuais de seus clientes.
  • 17. 17 Em relação ao tempo de diagnóstico, metade das pessoas apresenta tempo de diagnóstico inferior a 10 anos, Este fato pode estar ligado à maior acessibilidade as Unidades Básicas de Saúde, sendo, portanto um fator positivo. Verificou-se nesse estudo que dentre as comorbidades interligadas ao diabetes, a hipertensão e a retinopatia foram as mais prevalentes na amostra. Este dado causa preocupação, uma vez que associadas potencializam, respectivamente, os riscos cardiovasculares e podem levar a cegueira, dificultando o autocuidado. Relacionando hábitos de vida com a patologia, identificou-se que praticamente toda a amostra é sedentária e a maior parte deles não possuem alimentação saudável, fatores que corroboram para o agravamento do quadro clínico dos pacientes diabéticos. Salientamos a importância e a necessidade da implantação do atendimento multiprofissional aos diabéticos na modalidade grupal nos serviços de saúde que abarquem o tratamento e a educação e, assim, proporcionem conhecimentos relativos à doença a fim de promover o autocuidado e favorecer o controle glicêmico, diminuindo, desta forma, o ônus trazido pela doença e aumentando a qualidade de vida desta população.
  • 18. 18 REFERÊNCIAS ALBERTE, J. S. P. Diabetes mellitus tipo 2: significado da doença para os pacientes e suas repercussões para a aderência ao tratamento clinico. Dissertação (Mestrado em Ciências médicas). UNICAMP, p. 151, 2004. AMARAL, A. S, TAVARES D. M. S. Cuidados com os pés: conhecimento entre pessoas com diabetes mellitus. Rev. Eletr. Enf. [Internet], 11 (4): 801-10, 2009. ARAÚJO, L. M. B. et al. Tratamento do Diabetes Mellitus do Tipo 2: Novas Opções. Arq Bras Endocrinol Metab. São Paulo, vol. 44, n. 6. dez. 2000. BARBUI, E. C, COCCO, M. I. M. Conhecimento do cliente diabético em relação aos cuidados com os pés. Rev. Esc. Enferm. USP, v.36, n.1, p. 97-103, 2002. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção á Saúde. Departamento o de atenção Básica. Diabetes Mellitus, Cad Atenção Básica. N. 16, 64p. Brasília: MS, 2006. BRITO, C.P. Prevenção da diabetes tipo2:Consenso da “Internacional Diabetes Federation” , Rev Port Diab, Portugal, v.2, n.2, p.34-37, jun. 2007. FAEDA, A. LEON. C.G.R. Assistência de enfermagem a um paciente portador de Diabetes mellitus, Rev Bras Enferm. Brasília, v. 59, n.6, p.818-821, Nov/Dez.2006. FARJADO, C. A importância do cuidado com o pé diabético: ações de prevenção e abordagem clínica. Rev Bras Med Fam, Rio de Janeiro, v. 2, n. 5, p.43-58, abr./jun. 2006. FORTI. A. et al. Diabetes Mellitus - classificação e diagnósticos. In: Endocrinologia Clinica 3 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2006. GAMBA, M. A. et al. Amputações de extremidades inferiores por diabetes mellitus: estudo caso-controle, Rev Saúde Publica, v.38, n.3, p. 399-404, jun. 2004 GIL, G. P. et al. Conhecimento sobre diabetes mellitus de pacientes atendidos em programa ambulatorial interdisciplinar de um hospital universitário público. Ciências Biológicas e da Saúde. Londrina, v. 29, n. 2, p. 141-154, jul./dez. 2008. GROSS, J. L.et al. Diabetes Mellitus: diagnóstico, classificação e avaliação do controle glicêmico, Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 46, n.1, p.16-26, fev.2002. GUYTON. A. C;HALL, J. E. Insulina, glucagon e diabetes mellitus. In: Tratado de fisiologia médica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. LOPES, F. A. M. e OLIVEIRA F. A. Fatores de risco para o desenvolvimento do pé diabético em sujeitos atendidos pelo programa saúde da família (PSF). Patge. 2004; 9 (15):154-66. MAIA, F. F. R E ARAÚJO L. R. Projeto “Diabetes Weekend” Proposta de educação em diabetes mellitus tipo 1. Arq Bras Endocrinol Metab 2002; 46(5): 550-6.
  • 19. 19 Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde (SAS). DATASUS. Sistema de Informações da atenção básica (SIAB/SUS). Brasília; 2009. MODENEZE, D. M. Qualidade de vida e diabetes: limitações físicas e culturais de um grupo especifico. 2004. p.118. Dissertação (conclusão de mestrado em Educação Física) UNICAMP, FEF. MONDADORI, P. et al. Organização de um serviço de assistência ao paciente com diabetes melito tipo 1. Arq Bras Endocrinol Metab 2008, vol.52 n.2. NUNES, M. A. P. et al. Fatores predisponentes para amputação de membro inferior em pacientes diabéticos internados com pés ulcerados no estado de Sergipe. J. vasc. bras. Porto alegre, vol.5 n.2 Jun. 2006. OCHOA-VIGO, K.; PACE, A.E. Pé diabético: Estratégias para prevenção. Acta Paul Enferm. V. 18, n.1, p.100-109, 2005. OTERO, L.M.et al. Conhecimento do paciente diabético acerca de sua doença, antes e depois da implementação de um programa de educação em diabetes. Rev Latino-am Enfermagem. 2008 março-abril; 16(2). PÉRES et al. Comportamento alimentar em mulheres portadoras de diabetes tipo 2. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n.2, p. 310-317. RODRIGUES, T. C. et al. O controle do Diabetes mellitus em usuários de unidade básica de saúde, Campinas, SP, Ciênc. Cuid. Saúde. Maringá. v. 5, n. 1, p. 41-49, Jan.2006. SARTORELLI, D, FRANCO, L. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Cad. Saúde Pública v. 19, suppl. 1 , p. S29-s36, 2003. SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 2 ed. São Paulo. Manole, 2003, p.654-658. THOMAZ, J. B.; HERDY, C. D. C. Fundamentos de cirurgia vascular e angiologia: 10 ed. Rio de Janeiro: BYK, 1997, p. 557-579.
  • 20. 20 APÊNDICE A Entrevista Semi-Estruturada I- IDENTIFICAÇÃO DO PORTADOR 1.1 Sexo: a) Feminino b) Masculino 1.2: Idade: a) 21-30 b) 31-40 c) 41-50 d) 51-60 e) mais de 60 1.3 Estado Civil: a) Solteiro b) Casado c) viúvo d)Separado e) União Simples 1.4 Escolaridade: a) Analfabeto b) 1º a 4º série (antigo primário ou 1º grau incompleto) c) 4º série completa (antigo primário ou 1º grau) d) Ensino fundamental incompleto (antigo ginásio) e) Ensino fundamental completo (antigo ginásio ou primeiro grau) f) Ensino médio incompleto (antigo colegial ou 2° grau) g) Ensino médio completo (antigo colegial ou 2° grau) h) Educação superior incompleta i) Educação superior completa 1.5 Renda: a) < 1 salário mínimo b) 1 salário mínimo c) 2 salários mínimos d) 3 salários mínimos e) 4 salários mínimos f)> 5 salários mínimos 1.6 Religião: a) Católico b) Evangélico c) Espírita d) Ateu e) Sem religião f) Outro____________ II- DIABETES MELLITUS 2.1 Qual o tipo de DM que você tem? a) DM tipo I b) DM tipo II c) não sabe identificar 2.2 Tempo de diagnóstico de diabetes: a) < 10 anos b) 10 |- 20 anos c) 20 |- 30 anos 2.3 Tipo de tratamento: a) Hipoglicemiante oral b) Insulina c) Hipoglicemiante oral e insulina d) Não medicamentoso 2.4 Presença de comorbidades? a) Sim b) Não
  • 21. 21 2.5 Se sim, cite qual ou quais as comorbidades? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2.7 Possui alimentação saudável? a) Não b) Sim 2.8 Se sim, como é? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2.9 Como obteve essas informações? a) Meios de comunicação b) Profissionais da área de saúde c) Amigos d) Outros_____________ 2.10 Cadastro no Hiperdia? a) Sim b) Não 2.11 Participação em grupos educativos? a) Sim b) Não 2.12 Se sim, o que aprendeu? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2.6 Em relação aos Hábitos de vida: a) Tabagista b) Etilista c) Sedentário
  • 22. 22 APÊNDICE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título do Projeto: O Conhecimento do paciente diabético no processo do autocuidado assistidos pelo programa de saúde da família. Responsável pelo Projeto: Polyanna Bezerra Alves da Silva Eu ______________________________, RG nº_____________________ abaixo assinado, declaro ter pleno conhecimento do que se segue: 1)Fui informado, de forma clara e objetiva, que a pesquisa intitulada “O Conhecimento do paciente diabético no processo do autocuidado assistidos pelo programa de saúde da família irá investigar o conhecimento que este público alvo tem sobre a diabetes mellitus; 2) Estou ciente que não é obrigatória a minha participação nesta pesquisa, caso me sinta constrangido antes e durante a realização da mesma, pois nesta pesquisa os sujeitos não estarão expostos a risco configurado por eventual constrangimento durante as entrevistas; 4)Poderei através desta pesquisa melhorar o meu o conhecimento em relação a doença; 5) Sei que a pesquisadora manterá em caráter confidencial todas as respostas que comprometam a minha privacidade; 7)Receberei informações atualizadas durante o estudo, ainda que isso possa afetar a minha vontade em continuar dele participando; 8) Estas informações poderão ser obtidas através de Polyanna Bezerra Alves da Silva, Fone: 81-91855099 9) Foi-me esclarecido que o resultado da pesquisa somente será divulgado com o objetivo científico, mantendo-se a minha identidade em sigilo; 10) Quaisquer outras informações adicionais que julgar importantes para compreensão do desenvolvimento da pesquisa e de minha participação poderão ser obtidas no Comitê de Ética e Pesquisa. Declaro, ainda, que recebi cópia do presente Termo de Consentimento. Recife, _________ de ____________________de _________. Pesquisador: _____________________________________________________ (Nome) Sujeito da Pesquisa/Representante Legal: _____________________________________________________ (Nome)