2. PENSAMENTO PEDAGÓGICO GREGO
Na educação grega era exigido que o ensino estimulasse as
competições, as virtudes guerreiras para estimular a
superioridade frente os povos conquistados.
Os gregos deram enorme valor à arte, à literatura, às
ciências e à filosofia.
A educação do homem consistia na formação do corpo pela
ginástica e na da mente pela filosofia e as ciências, e na
moral pela música e pelas artes.
Poucos aprendiam a governar, pois apenas os livres, os que
tinham propriedade, pois os bem educados tinham de saber
mandar e obedecer.
Apenas os gregos livres tinham acesso a educação e ao
diálogo, já que a educação naquela época, se dava através
do diálogo.
3. A paidéia, educação integral, consistia na
integração entre a cultura da época e a
criação de outra cultura recíproca.
Apesar da riqueza de conhecimento na
educação, existia na Grécia muitas
diferenças entre os seus habitantes. Os
espartanos davam mais valor a ginástica e
a educação moral, voltada aos interesses
do Estado.
Os gregos eram educados através dos
textos de Homero, que ensinava a virtude,
o cavalheirismo, o amor à glória. O ideal
homérico era de ser sempre melhor e
conservar-se superior aos outros.
Sócrates, Platão e Aristóteles, exerceram
grande influência no mundo grego, não
esquecendo dos sofistas que eram
responsáveis por ensinar a retórica.
Paidéia....significava
simplesmente "criação dos
meninos", ou seja, referia-
se à educação familiar, os
bons modos e princípios
morais.
4. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ROMANO
Roma e na Grécia, são sociedades escravistas, onde o trabalho
manual não é valorizado, e o trabalho intelectual é considerado
trabalho da aristocracia, que consiste numa pequena parcela da
sociedade, os cidadãos livres.
Seus estudos eram na maioria das vezes humanistas, o que
caracteriza o homem em todos os tempos e lugares.
Este estudo era dado na escola do "gramático", que seguia algumas
fases; ditado de fragmento do texto, memorização deste, tradução da
prosa em verso, expressão da mesma idéia em diversas construções,
análise das palavras e frases e composição literária.
Assim se instruía a elite romana.
5. Para os escravos não era permitido o direito de estudar, eram tratados
como objetos, aprendiam a fazer arte nas casas onde serviam.
A sociedade romana era composta de grandes proprietários: patrícios,
grandes proprietários e plebeus, pequenos proprietários, que eram
excluídos do poder, do direito ao voto.
Na época áurea do Império, a educação estava dividido em três graus:
Escolas do Ludi-magister, ministravam a educação elementar; Escolas
do gramático: correspondia ao que hoje se conhece por ensino
secundário. Estabelecimentos de ensino superior: era uma espécie de
universidade, onde se ensinava a retórica, o Direito e a Filosofia.
Os romanos impuseram o latim a numerosas províncias, conquistaram
a Grécia, que transmitiu a filosofia da educação aos romanos.
6. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO
MEDIEVAL
A igreja cristã dá o ponto de partida para
esse pensamento pedagógico. Cristo foi
um grande educador, popular e bem
sucedido.
A educação do homem medieval ocorreu
de acordo com grandes acontecimentos
da época entre eles a pregação
apostólica no século I, depois de Cristo.
A partir de Constantino, o império adotou
o cristianismo como religião oficial, e fez
pela primeira vez a escola tornar-se o
aparelho ideológico do estado.
Surge um novo tipo histórico de
educação, uma nova visão do mundo e
da vida, as culturas precedentes foram
substituídas pelo poder de Cristo.
7. Foi criada uma educação para o povo que
consistia numa educação catequética e
dogmática e outra educação para o clérigo
humanista e filosófica teológica.
Os estudos medievais compreendiam, o Trivium
(Gramática, dialética e teórica) e o Quadrivium
(Aritmética, geometria, astronomia e música).
Maomé (entre 570 e 532), funda uma nova
religião, o islamismo. A doutrina de Maomé está
contida no Alcorão, livro sagrado dos
muçulmanos. O Alcorão é a obra prima da
literatura árabe.
Da briga entre cristãos e árabes inicia um novo
tipo de vida intelectual chamada escolástica,
que procura conciliar a razão histórica com a fé
cristã.
O maior idealizador desta escola foi São Tomás
de Aquino, que afirmava que a educação habita
o educando a desabrochar todas as suas
potencialidades, operando assim a síntese entre
a educação cristã e a educação greco-romana.
8. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO RENASCENTISTA
O pensamento pedagógico Renascentista influenciou diretamente
a educação através da teoria heliocêntrica, defendida por
Copérnico (1473 - 1543).
Como fatos que favoreceram esse pensamento pedagógico, são
citados: as grandes navegações do séc. XIV, que deram origem
ao capitalismo comercial; a invenção da imprensa realizada por
Gutemberg ; e a invenção da bússola que possibilitou as grandes
navegações.
A educação Renascentista visava a formação do homem burguês.
9. Como principais educadores Renascentistas, foram citados:
Vittorino da Feltre - que defendia uma educação individualizada, o
auto governo do aluno e a competição;
Erasmo Desídoro - para ele, o verdadeiro caminho deveria ser criado
pelo homem, enquanto ser inteligente e livre;
Juan Luis Vives - foi um dos primeiros a solicitar uma remuneração
para os professores;
François Rabeles - para ele o importante não eram os livros, mas a
natureza. A educação precisava primeiro cuidar do corpo, da higiene,
da limpeza, da vida ao ar livre, dos exercícios físicos, etc;
Michel de Motaigne - ele acreditava que as crianças devem
aprender o que farão quando adultos;
Martinho Lutero - para ele a exaltação Renascentista do indivíduo de
seu livre arbítrio, tornara inevitável a ruptura no seio da igreja. Iniciou a
reforma Protestante, que foi considerada como a primeira grande
10. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ILUMINISTA
O pensamento iluminista surgiu no século XVII, que se fortaleceu
com a Revolução Francesa, na época em que se buscava as
liberdades individuais, contra a escuridão da igreja e a prepotência
dos governantes.
Na época do auge do Iluminismo, Jean Jacques Rousseau,
inaugurou uma nova fase na educação.
Pela primeira vez, a educação se tornou obrigatória, assim se
fazendo escola pública, filha da revolução burguesa, gratuita e
para todos, mas ainda elitista, pois poucos podiam cursar uma
universidade.
11. A educação da época não deveria apenas instruir mas também
permitir que a natureza desabrochasse na criança de forma livre,
sem repressões, restringindo-se a experiências.
O iluminismo educacional representou o fundamento da
pedagogia burguesa.
A classe trabalhadora tinha o mínimo de educação, pois a
burguesia ascendia sobre os ideais de liberdade.
A liberdade para os burgueses consistia em estar livre para a
acumulação de riquezas, os intelectuais da época , cultivavam a
noção de liberdade na essência do homem.
A liberdade e a igualdade eram nocivas para os burgueses, pois
provocaria padronização das classes.
A educação popular deveria fazer com que o povo aceitasse sua
pobreza.
12. PENSAMENTO PEDAGÓGICO MODERNO
Nos séculos XVI e XVII, a sociedade passou por mudanças significativas,
houve a queda do modo de produção feudal.
Na educação houve muitas mudanças, pois o que era ensinado foi
considerado obsoleto, alguns filósofos fizeram grandes descobertas na área
da educação, deram um novo ordenamento às ciências.
René Descartes, que escreveu o "Discurso do Método", que consistia em
quatro grandes princípios, tais como: jamais tomar alguma decisão sem
conhecê-la evidentemente como tal; dividir todas as dificuldades quantas
vezes forem necessários antes de resolvê-las; organizar os pensamentos
começando pelas mais simples até as mais difíceis; e fazer uma revisão
geral para não omitir nada.
João Amos Comênio, escreveu a "Didática Magna", considerada como
método pedagógico para ensinar com rapidez. Dizia que a escola ao invés
de ensinar palavras, deveria ensinar o conhecimento das coisas.
John Loke, combateu o inatismo, dizendo que nada existe em nossa
mente que não tenha origem em nossa mente.
Francis Bacon, divide as ciências e ainda diz que saber é poder sobre
tudo.
13. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO
MUNDO
O pensamento pedagógico do Terceiro Mundo é originário de
experiências educacionais dos países colonizados, como os da
América Latina e os da África.
Na luta pela sua emancipação, estes países constituíram uma teoria
original. A Europa colonizou os dois continentes, dividindo territórios e
tornando estes países cada vez mais dependentes e
subdesenvolvidos.
Os colonizadores combateram a educação e a cultura nativa
impondo seus hábitos e costumes e escravizando os nativos de cada
região.
14. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO
LATINO AMERICANO
As metodologias em uso nas escolas têm
um enfoque verbalista, o professor expõe
idéias retiradas de livros, de onde o aluno
retira todas as suas percepções formais do
saber.
A escolha assemelha-se a uma fábrica,
onde o professor fala e o aluno absorve as
informações por aquele passadas.
Todas as instituições vinham com respostas
prontas. Ao aluno basta memorizar as
informações.
Nos dias de hoje com a diversidade de
informações, a comunicação se tornou mais
diferenciada entre as comunidades e
também em relação a natureza. As
percepções visuais e sonoras são
fundamentais ao ato de conhecer.
15. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO
Graças ao pensamento iluminista trazido da
Europa por intelectuais e estudantes que
não tinham mais tantos laços com a Igreja,
deram os primeiros passos, embora tímidos,
para as mudanças do pensamento
pedagógico brasileiro.
O pensamento pedagógico teve grande
ajuda dos jesuítas, que difundiram nas
classes populares a religião subserviência,
da dependência ao paternalismo,
características marcantes da cultura
brasileira até os dias de hoje.
O primórdio da educação brasileira foi Rui
Barbosa, que pregava a liberdade de
ensino, a instrução obrigatória, este se
inspirou no sistema educacional da
Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos.
16. No início deste século a educação teve grande interesse nos
movimentos anárquicos, tinham no seu pensamento que se não
ocorressem mudanças profundas na mentalidade das pessoas, a
revolução social desejada jamais alcançaria o seu objetivo.
Anos depois a educadora Maria Lacerda de Moura, que combatia o
analfabetismo , defendia a educação dos sentidos e o estudo do
crescimento físico.
Dizia que era necessário declarar guerra ao analfabetismo, ao
orgulho tolo, à ambição, ao egoísmo, à prepotência, assegurada
pela autoridade do diploma e do bacharelado incompetente.
Em 1944, o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, inicia a
publicação da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, um
precioso testemunho da história da educação no Brasil, fonte de
informação para os educadores brasileiros até hoje.
17. Paulo Freire, foi o maior contribuinte da alfabetização de jovens e
adultos, que desenvolveu uma teoria pedagógica que envolvia a
pesquisa participante e os métodos de ensinar.
O seu pensamento humanista e crítico na história tem seus
problemas e o educador tem de saber o que fazer com elas.
Florestan Fernandes, defensor da escola pública, seu pensamento
sociológico criou um novo estilo de pensar sobre a realidade social.
Já para Luiz Pereira a solução dos problemas dentro da escola,
depende da solução dos problemas externos a ela, envolvendo o
aspecto econômico e social.
Para Rubem Alves o educador se descobre como um ser vivo,
onde as sensações estão envolvidas com o seu trabalho.
Para Antônio Muniz de Azevedo a educação é um processo
permanente de aperfeiçoamento humano.
18. Pode-se dizer que o pensamento pedagógico brasileiro, têm sido
definido por duas tendências gerais; a liberal e a progressista.
Os educadores e os teóricos da educação liberal defendem a
liberdade de ensino.
E da educação progressista defendem a formação de um cidadão
crítico e participante.
O pensamento pedagógico brasileiro é muito rico e está em
movimento.
19. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO CRÍTICO
Depois de duas guerras mundiais, os existencialistas e
fenomenologistas se perguntavam o que estava acontecendo de
errado com a educação.
Entre os maiores críticos, está o filósofo Louis Althusser e os
sociólogos, Pierre Bordieu e Jean Claude Passeron, cujas obras
tiveram grande influência no pensamento pedagógico brasileiro na
década de 70. Elas demonstraram o quanto a educação reproduz
a sociedade.
Pensamentos dos principais idealizadores do Pensamento
Pedagógico Crítico:
Louis Althusser: A escola-família substitui o binômio igreja-família
como aparelho ideológico dominante. É a escola obrigatória
durante muitos anos, na vida do ser humano.
20. Bordieu e Passeron: Para eles, toda ação pedagógica é
objetivamente uma violência simbólica enquanto imposição, por um
poder arbitrário. A ação pedagógica tende à reprodução cultural e
social simultaneamente.
Baudelot e Establet: Empreenderam um estudo profundo do sistema
escolar, destruindo a representação ideológica da escola única. Dizem
que existe na verdade, duas redes escolares, a secundária-superior,
reservada para a classe dominante, e a primária-profissional reservada
para as classes dominadas.
Jesus Palácios: Afirma que a escola não é nem a causa, nem o
instrumento da divisão da sociedade em classes.
Walter Benjamin: Criticou o ensino nas universidades, onde
predominava a informação ao invés da formação.
21. Basil Bernstein: Estudou a
relação entre a língua e as
diferenças sociais. Dedicou
especial atenção à linguagem
das classes trabalhadoras.
Henry Giroux: Se dedicou ao
estudo da sociologia da
educação, da cultura, da
alfabetização e da teoria do
currículo.
Stanley Aronowitz: Analisa a
teoria crítica e seus
fundamentos.
Carnoy: Defende a tese de
que só os movimentos sociais,
podem tornar a escola mais
democrática.
22. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO ANTI AUTORITÁRIO
Neste capítulo do livro "Histórias das idéias pedagógicas" de Moacir
Gadotti, é comentado como Gerald Mendel, baseado na teoria de
Freud, iniciou os estudos sobre a autoridade e seus mecanismos de
imposição, principalmente a autoridade paterna.
Para tanto, Mendel propôs a abertura da escola para a política e
tomada do local onde concentrava-se o poder pelos jovens a fim de
confrontar com o autoritarismo institucional.
Dentre os autores que seguem esta linha de pensamento
pedagógico, foram destacados:
Francisco Ferrer Guardiã (1859 - 1909) que tinha como objetivo
abolir da escola todo o instrumento de repreensão e violência, sua
tarefa seria preparar os futuros revolucionários, a ação pedagógica
que ele teoriza a existência da disciplina artificial que é regada pelo
autoritarismo cego, e uma disciplina natural que propõe encontrar um
consenso.
23. Alexander S. Neill (1883 - 1973) que
tornou-se conhecido no Brasil,
através de seus livros "Liberdade sem
medo", "Liberdade sem excesso",
"Liberdade no lar", Liberdade na
escola" e "Amor e juventude". Ele
acreditava que a missão do professor
era a de estimular o pensamento da
criança, que a dinâmica interna da
liberdade se encarregaria de
proporcionar as mais ricas e variadas
formas de vivência.
Carl Ransom Rogers (1902 - 1987),
criou a "compreensão empática"
que seria o processo de criar um
clima inicial, comunicar confiança e
esclarecer e motivar com coerência
e autenticidade desenvolvido pelo
educador ou facilitador de
aprendizagem.
24. Celestin Freinet (1896 - 1966) afirmava que na medida em que organizamos o
trabalho, teremos resolvido os principais problemas de ordem e disciplina: não de
uma ordem e uma disciplina formal e superficial, que não se mantém senão por
um sistema der sanções, previsto como uma camisa-de-força que pesa tanto a
quem recebe como ao mestre que a impõe.
E finaliza com Henry Wallon (1879 - 1962) que enfatizava que o desenvolvimento
da criança decorre em etapas, sendo cada etapa caracterizada por uma
atividade preponderante, ou conflito que a criança deve resolver. O
desenvolvimento acontece de modo descontínuo, uma vez que as crises
evolutivas que resultam na reestruturação da conduta infantil não são lineares
nem uniformes.