A crônica descreve um homem que vendia livros na frente de um teatro, incluindo alguns clássicos, mesmo sendo analfabeto. O autor também relata como vendedores de livros percorriam a cidade oferecendo suas mercadorias, especialmente Bíblias protestantes, que poderiam render até dez mil réis por dia, atraindo mais pessoas para esta "próspera profissão da miséria".
2. A crônica começa falando sobre um homem que se instalou na frente do teatro São Pedro com uma coleção de livros, cujos alguns eram patriotas e outros “normais”. Mesmo sendo analfabeto, ele guardava os clássicos para si a um ano, não os vendendo para ninguém. Ao decorrer da obra o autor relata as condições dos vendedores de livros que se espalham pela cidade, sobe morros, entra em casas comerciais e os mais incansáveis são os vendedores de Bíblias protestantes.
4. “Cada sujeito desses pode passar a vida bem. As livrarias vendem baratíssimo os livrecos procurados. Em cada um, os vendedores ganham, no mínimo, seiscentos por cento. Há alguns que, trabalhando com vontade e sabendo lançar – as orações, as modinhas ou a inefável História da Donzela Teodora, arranjam uma diária de dez mil réis, sem grande esforço. Daí, todo dia aumentar o número de camelôs de livros, vir começando a formar-se essa próspera profissão da miséria que todas as cidades têm, ávida e lamentável, num arregimentar de pobres propagandistas do Evangelho e do Espiritismo, de homens que a sorte deixou de proteger, de malandros cínicos, de rapazes vadios.”