2. O INÍCIO DA REVOLUÇÃO
O Congresso Republicano de Setúbal
Foi no Congresso Republicano de Setúbal, realizado nos
dias 23, 24 e 25 de Abril de 1909 no antigo Teatro Rainha
1909,
D. Amélia – hoje o Fórum Luísa Todi – que se decidiu a
via revolucionária/armada para a conquista do poder.
Dele resultou a eleição do novo Directório, composto
por Teófilo Braga, Basílio Teles, Eusébio Leão,
Cupertino Ribeiro e José Relvas, já com um mandato
claro para preparar a Revolução.
Para as funções logísticas foi criado o comité civil,
liderado por Afonso Costa, João Chagas e António José
de Almeida, e um comité militar, liderado pelo
almirante Cândido dos Reis.
A Maçonaria e a Carbonária estiveram
representadas neste Congresso de Setúbal, e viriam
a desempenhar importante papel na Revolução de 5
de Outubro de 1910.
3. O INÍCIO DA REVOLUÇÃO
O período entre o congresso de Setúbal e a eclosão da Revolução foi de grande
instabilidade, com várias ameaças de sublevação e grande agitação social.
O governo e o rei estavam conscientes de que a ameaça republicana era real e a prevenção
das tropas foi activada em vários momentos.
Às 8 horas da noite de 3 de
Outubro de 1910, José Relvas
reuniu-se, com cerca de meia
centena de revolucionários
militares e civis. Nessa reunião,
face à informação de que os navios
fundeados no Tejo iriam sair no dia
4 e de que Miguel Bombarda tinha
sido assassinato, foi tomada a
decisão de dar início à Revolução à
1 hora da madrugada de 4 de
Miguel Bombarda – Médico psiquiatra e militante Outubro.
Outubro.
republicano. Considerado o chefe civil do comité
revolucionário que implantou a República em
Portugal. Não chegou a assistir à vitória dos
republicanos por ter sido assassinado por um doente
mental em 3 de Outubro de 1910, poucas horas
antes do início da revolta.
4. MADRUGADA DE 4 DE OUTUBRO
o Na madrugada de 4 de Outubro a Revolução saiu para a rua em
Lisboa, em dois pontos distantes do centro da cidade: no Quartel de
Marinheiros, em Alcântara e no Regimento de Infantaria 16, em Campo de
Alcântara,
Ourique.
Ourique
o O primeiro foi assaltado e ocupado por um grupo de civis e
marinheiros, comandado por Ladislau Parreira; o quartel de Campo de
Ourique foi assaltado e tomado por civis sob o comando de Machado
Santos.
Santos
Ao sublevado regimento de Infantaria 16, junta-se o Regimento de
Artilharia 1, de Campolide
Campolide.
o O apoio da marinha de guerra era fundamental para o sucesso da
revolta. A sublevação dos dois navios de guerra ancorados no Tejo,
“Adamastor” e “S. Rafael”, foi um aspecto decisivo na evolução dos
“S.
acontecimentos. O navio almirante D. Carlos permanece nas mãos dos
monárquico até à tarde desse dia.
5. MADRUGADA DE 4 DE OUTUBRO
o Colunas de militares que aderiram à revolução saem dos quartéis para se
dirigirem aos pontos-chave que deviam tomar. Avançam por Campo de
Ourique e inicia-se uma troca de tiros com uma patrulha da Guarda
Municipal fiel à monarquia.
o Os revolucionários juntam-se no largo do Rato e dali tentam avançar para
o quartel do Carmo, são impedidos pelos monárquicos. Ao perceberem as
dificuldades para cumprir o plano decidem concentrar-se na Rotunda onde se
barricam.
O Almirante Cândido dos Reis reúne-se com outros
revolucionários e concluem que o golpe tinha falhado.
Cândido dos Reis, desesperado com o fracasso,
suicida-se. A notícia espalha-se lançando a maior
consternação entre os republicanos e muitos soldados
e civis republicanos decidem abandonar a Rotunda.
Almirante Cândido dos Reis
6. DIA 4 DE OUTUBRO
• Por volta das 5 horas da manhã permanecem
na Rotunda apenas 100 soldados e 50 civis
republicanos com 5 canhões e algumas
espingardas, comandados por Machado Santos.
Tropas monárquicas concentram-se no Rossio.
Machado Santos, foi um militar e
político português. Conspirador anti-
monárquico , teve um papel
determinante na Revolução de 5 de
Outubro de 1910
• Pelas 11 horas os navios que
aderiram à revolução bombardeiam
o palácio das Necessidades onde o
rei D. Manuel II se encontrava.
•O rei foge de Lisboa e dirige-se para
o palácio de Mafra. Palácio das Necessidades
7. DIA 4 DE OUTUBRO
• Tropas monárquicas comandadas por Paiva Couceiro, dirigem-se para uma
colina acima da Rotunda, e daí abrem fogo sobre os republicanos. Estes
retaliam.
•Grupos de elementos da Carbonária dinamitam pontes, estradas e a linha-
férrea para isolar Lisboa.
• Muitos republicanos,
civis e militares, decidem
juntar-se ao grupo
barricado na Rotunda,
levando consigo armas e
munições. Ao fim da
tarde, já eram cerca de
1500 resistentes.
Rotunda
8. DIA 4 DE OUTUBRO
•O quartel-general monárquico tenta chamar reforços a Lisboa, vindos dos
regimentos da província. As colunas militares não conseguem entrar em Lisboa,
pois todos os acessos à cidade tinham sido destruídos pelos grupos da
Carbonária.
Durante toda a noite
há tiroteio cruzado, à
distância, e ninguém
sabia como a luta ia
acabar.
O navio cruzador D.
Carlos é tomado
pelos republicanos.
O cruzador D. Carlos I pintado por Giovanni Battista Castagneto
O cruzador D. Carlos I, pintado por Giovanni Battista Castagneto
9. DIA 4/5 DE OUTUBRO
•O embaixador da Alemanha sai à rua com uma bandeira branca a pedir
tréguas para que os cidadãos estrangeiros residentes em Lisboa pudessem
sair da cidade.
•Grupos de
soldados
monárquicos
julgam que a
bandeira branca
significa que os
oficiais se tinham
rendido e
decidem largar
armas e
confraternizar
com os
republicanos.
Implantação da República -Militares na Praça do Rossio
10. DIA 5 DE OUTUBRO
•Às 9 horas Eusébio Leão, José Relvas e vários outros dirigentes
republicanos entram na Câmara Municipal de Lisboa, assomam à
varanda e dali proclamam a República com discursos inflamados.
• A multidão enche a
praça do Município
e aplaude a vitória
republicana.
11. DIA 6 DE OUTUBRO
A família real, acompanhada por alguns nobres e alguns criados, embarca no iate
Amélia, na praia da Ericeira e o navio zarpa em direcção a Gibraltar.
12. Bibliografia:
OLIVEIRA MARQUES, António H. de, História de Portugal, vol. III, Lx, 3ª ed., Palas Editores, 1986
SERRÃO, Joel, dir. ,Dicionário de História de Portugal, Porto, Livraria Figueirinhas
VIEIRA, Joaquim, Portugal Século XX, Crónica em Imagens, vol. I, Lx, Círculo de Leitores,1999
Visão História, nº 7, Fevereiro de 2010
Netgrafia:
HISTÓRIA E MEMÓRIA , in http://hm.centenariorepublica.pt/ , consulta em Fevereiro de 2010
CRONOLOGIA, i n http://www.centenariorepublica.pt/escolas/cronologia-5-outubro-
1910/5%20Out. , Consulta em Março de 2010
Trabalho elaborado no âmbito da Comemoração dos 100
anos da República na ESMA
Responsável:
Mª Adelaide Nascimento