2. O que é estética?O que é estética?
• Quando falamos em estética, geralmente vem àQuando falamos em estética, geralmente vem à
nossa mente a noção de arte ou de gosto (belonossa mente a noção de arte ou de gosto (belo
ou feio).ou feio).
• Realmente a estética envolve tudo isso.Realmente a estética envolve tudo isso.
• Podemos dizer que a estética é o campo daPodemos dizer que a estética é o campo da
filosofia que discute as noções de belo, feio e ofilosofia que discute as noções de belo, feio e o
gosto das pessoas.gosto das pessoas.
3. Onde utilizamos a estética?Onde utilizamos a estética?
• Em praticamente tudo.Em praticamente tudo.
• Em nosso dia a dia, quando nos vestimos,Em nosso dia a dia, quando nos vestimos,
escolhemos roupas a partir de concepçõesescolhemos roupas a partir de concepções
estéticas.estéticas.
• Em nosso trabalho, não apenas na decoraçãoEm nosso trabalho, não apenas na decoração
dos ambientes, mas na própria realização dasdos ambientes, mas na própria realização das
atividades.atividades.
• Por exemplo, na Gastronomia existe toda umaPor exemplo, na Gastronomia existe toda uma
estética para apresentar os pratos, pois comoestética para apresentar os pratos, pois como
dizem alguns gastrônomos a primeira forma dedizem alguns gastrônomos a primeira forma de
comer é com os olhos.comer é com os olhos.
4.
5. Estética e arteEstética e arte
• Porém, acima de tudo, é o campo que discute uma dasPorém, acima de tudo, é o campo que discute uma das
formas específicas de conhecimento humano: a arte.formas específicas de conhecimento humano: a arte.
• Arte é uma forma de conhecimento muito específicaArte é uma forma de conhecimento muito específica
pois ela é consiste em uma interpretação que o artistapois ela é consiste em uma interpretação que o artista
faz do mundo.faz do mundo.
• A arte mexe com a imaginação, com aquilo que podeA arte mexe com a imaginação, com aquilo que pode
acontecer e não com aquilo que de fato é.acontecer e não com aquilo que de fato é.
• Não existe arte verdadeira ou falsa, mas formas deNão existe arte verdadeira ou falsa, mas formas de
interpretar o mundo.interpretar o mundo.
• E... a quantidade de interpretações que se pode fazer doE... a quantidade de interpretações que se pode fazer do
mundo são múltiplas.mundo são múltiplas.
6.
7. Sobre a arteSobre a arte
• O valor de uma obra de arte não está no copiar aO valor de uma obra de arte não está no copiar a
realidade, mas na representação simbólica querealidade, mas na representação simbólica que
artista faz do mundo.artista faz do mundo.
• Arte é uma forma de conferir sentido àArte é uma forma de conferir sentido à
realidade, como classificar algo como bom ourealidade, como classificar algo como bom ou
ruim.ruim.
• É uma forma de transformar a experiência emÉ uma forma de transformar a experiência em
objeto de conhecimento, representando-aobjeto de conhecimento, representando-a
simbolicamente.simbolicamente.
8.
9. Obras de arte:Obras de arte:
relação artista/públicorelação artista/público
• Para criar uma obra de arte, o artista parte daPara criar uma obra de arte, o artista parte da
intuição.intuição.
• Isso significa que ele parte do conhecimentoIsso significa que ele parte do conhecimento
geral do mundo para então transferi-lo para ageral do mundo para então transferi-lo para a
obra de arte.obra de arte.
• O Público faz o movimento contrário.O Público faz o movimento contrário.
• Observa primeiro a obra para então atingir oObserva primeiro a obra para então atingir o
mundo representado na obra.mundo representado na obra.
• Para isso é preciso treinar a nossa sensibilidade.Para isso é preciso treinar a nossa sensibilidade.
10.
11. A Educação da SensibilidadeA Educação da Sensibilidade
• A educação da sensibilidade requer o contatoA educação da sensibilidade requer o contato
com muitas obras de arte.com muitas obras de arte.
• Por isso os museus são tão importantes.Por isso os museus são tão importantes.
12. FerramentasFerramentas para entender a arte:para entender a arte:
DisponibilidadeDisponibilidade
• DisponibilidadeDisponibilidade é querer entender a arte.é querer entender a arte.
• Para tanto, é preciso, em primeiro lugar, deixarPara tanto, é preciso, em primeiro lugar, deixar
de lado preconceitos e também o medo de fazerde lado preconceitos e também o medo de fazer
papel de bobo.papel de bobo.
• É querer deixar a obra revelar seus sentidos paraÉ querer deixar a obra revelar seus sentidos para
nós.nós.
13. FerramentasFerramentas para entender a arte:para entender a arte:
História e História da ArteHistória e História da Arte
• A história possui uma importante função, poisA história possui uma importante função, pois
ela contextualiza a obra de arte.ela contextualiza a obra de arte.
• Isso significa que aIsso significa que a históriahistória nos mostra valores enos mostra valores e
condições que influenciaram o artista, nocondições que influenciaram o artista, no
momento em que ele produzia.momento em que ele produzia.
• AA história da artehistória da arte situa a obra nas técnicas e nasitua a obra nas técnicas e na
sucessão de escolas e tendências artísticas aosucessão de escolas e tendências artísticas ao
longo do tempo.longo do tempo.
14.
15. Algumas formas de arte:Algumas formas de arte:
Arte figurativaArte figurativa
• Representa um lugar, pessoa ou objeto de modoRepresenta um lugar, pessoa ou objeto de modo
que não impeça sua identificação. Pode serque não impeça sua identificação. Pode ser
realista ou estilizada.realista ou estilizada.
16. Algumas formas de arte:Algumas formas de arte:
Arte abstrataArte abstrata
• Cria uma figura que pode apenas existir naCria uma figura que pode apenas existir na
imaginação do artista, não tem a preocupaçãoimaginação do artista, não tem a preocupação
em representar o real.em representar o real.
• Muitas vezes se utiliza de figuras geométricas.Muitas vezes se utiliza de figuras geométricas.
17. Algumas formas de arte:Algumas formas de arte:
Arte modernaArte moderna
• Sua principal preocupação é com a mensagemSua principal preocupação é com a mensagem
transmitida pelo artista e as formas utilizadas natransmitida pelo artista e as formas utilizadas na
elaboração da obra.elaboração da obra.
18. Algumas formas de arte:Algumas formas de arte:
Arte contemporâneaArte contemporânea
• Designa um movimento diversificado de obrasDesigna um movimento diversificado de obras
de arte, iniciado nos últimos 30 ou 40 anos.de arte, iniciado nos últimos 30 ou 40 anos.
• Não existe uma unidade dentro dele, pois asNão existe uma unidade dentro dele, pois as
concepções estéticas são plurais, assim como asconcepções estéticas são plurais, assim como as
técnicas e formas utilizadas.técnicas e formas utilizadas.
19. Algumas formas de arte:Algumas formas de arte:
Arte de vanguardaArte de vanguarda
• Pessoas que produzem uma arte fora de algumaPessoas que produzem uma arte fora de alguma
corrente artística de seu tempo.corrente artística de seu tempo.
• Experimentam novos estilos e maneiras de fazerExperimentam novos estilos e maneiras de fazer
arte.arte.
20. Sobre a estética: o beloSobre a estética: o belo
• Já vimos que a estética é o ramo da filosofia queJá vimos que a estética é o ramo da filosofia que
estuda racionalmente o belo.estuda racionalmente o belo.
• Mas afinal o que é o belo?Mas afinal o que é o belo?
• Beleza é algo objetivo?Beleza é algo objetivo?
• Muda de acordo com o tempo?Muda de acordo com o tempo?
• Muda de acordo com o lugar?Muda de acordo com o lugar?
• Muda de pessoa para pessoa?Muda de pessoa para pessoa?
• A essas e outras questões que muitos filósofos seA essas e outras questões que muitos filósofos se
dedicaram a responder ao longo da história.dedicaram a responder ao longo da história.
21. O belo para Platão (Séc. V a.c.)O belo para Platão (Séc. V a.c.)
• Para Platão, o belo está ligado a uma essênciaPara Platão, o belo está ligado a uma essência
universal.universal.
• O belo não depende de quem observa, pois estáO belo não depende de quem observa, pois está
contido no próprio objeto.contido no próprio objeto.
• Esse é o ideal das Academias de Arte.Esse é o ideal das Academias de Arte.
• Elas tentam fixar regras para a produção artísticaElas tentam fixar regras para a produção artística
a partir de uma determinada concepção de belo.a partir de uma determinada concepção de belo.
22.
23. O belo para David Hume (Séc. XVII)O belo para David Hume (Séc. XVII)
• AA Beleza é algo pessoal.Beleza é algo pessoal.
• Portanto, não pode ser discutido racionalmente.Portanto, não pode ser discutido racionalmente.
• Como diz o ditado popular: “Gosto não seComo diz o ditado popular: “Gosto não se
discute”.discute”.
24. O belo para Immanuel KantO belo para Immanuel Kant
(Séc. XVIII)(Séc. XVIII)
• O Belo é universal porque julgar algo é umaO Belo é universal porque julgar algo é uma
faculdade de qualquer ser humano.faculdade de qualquer ser humano.
• Todavia o critério de avaliação não é a razão,Todavia o critério de avaliação não é a razão,
mas os sentimentos.mas os sentimentos.
25. O belo para Georg Hegel (Séc. XIX)O belo para Georg Hegel (Séc. XIX)
• Para Hegel a arte, o gosto e a noção do que éPara Hegel a arte, o gosto e a noção do que é
belo muda de acordo com o tempo (dialética).belo muda de acordo com o tempo (dialética).
• Portanto, a produção de uma obra ou aPortanto, a produção de uma obra ou a
definição de algo como belo depende mais dadefinição de algo como belo depende mais da
cultura de uma determinada época.cultura de uma determinada época.
• O que é considerado feio em certo período podeO que é considerado feio em certo período pode
ser belo em outro.ser belo em outro.
26.
27. O belo para a fenomenologiaO belo para a fenomenologia
(Séc. XX)(Séc. XX)
• A fenomenologia é uma corrente filosófica atual.A fenomenologia é uma corrente filosófica atual.
• Para os fenomenólogos a obra é única e podePara os fenomenólogos a obra é única e pode
ser entendida por meio daser entendida por meio da experiência estética.experiência estética.
• Cada coisa tem uma forma singular de beleza.Cada coisa tem uma forma singular de beleza.
• Não existe único de estética para se avaliar tudo.Não existe único de estética para se avaliar tudo.
28.
29. Mas... e o feio?Mas... e o feio?
• A discussão sobre o que é o feio se coloca juntoA discussão sobre o que é o feio se coloca junto
com a discussão do que seja o belo.com a discussão do que seja o belo.
• O feio pode aparecer em uma obra de arte deO feio pode aparecer em uma obra de arte de
duas maneiras.duas maneiras.
• Em uma primeira, pode surgir como formaEm uma primeira, pode surgir como forma
(estilo artístico feio).(estilo artístico feio).
• De outra maneira, pode aparecer como temaDe outra maneira, pode aparecer como tema
retratado (algo que não seja bonito de serretratado (algo que não seja bonito de ser
apreciado).apreciado).
30.
31. Isso significa que uma obra de arteIsso significa que uma obra de arte
pode ser feia?pode ser feia?
• A resposta éA resposta é NÃONÃO..
• Não é nesses termos que se avalia uma obra deNão é nesses termos que se avalia uma obra de
arte.arte.
• Elas são avaliadas de acordo com a suaElas são avaliadas de acordo com a sua
originalidade e capacidade de mexer com nossasoriginalidade e capacidade de mexer com nossas
sensibilidades.sensibilidades.
• Uma obra somente é feia se o artista não atingirUma obra somente é feia se o artista não atingir
os objetivos a que se propôs ao criá-la.os objetivos a que se propôs ao criá-la.
32. Sobre o gostoSobre o gosto
• O gosto, dentro da estética, não é sinônimo deO gosto, dentro da estética, não é sinônimo de
preferência.preferência.
• Não devemos optar pelo queNão devemos optar pelo que preferimospreferimos emem
detrimento do quedetrimento do que somossomos..
• Agindo dessa maneira fechamos possibilidadesAgindo dessa maneira fechamos possibilidades
de melhorar e experimentar situações novas.de melhorar e experimentar situações novas.
• Para educar nosso gosto devemos quererPara educar nosso gosto devemos querer
conhecer mais do que preferir.conhecer mais do que preferir.
33. O que é ter gosto?O que é ter gosto?
• É saber julgar (uma obra de arte) semÉ saber julgar (uma obra de arte) sem
preconceitos.preconceitos.
• É deixar a arte modificar nossa concepção deÉ deixar a arte modificar nossa concepção de
arte e superarmos o individual para chegarmosarte e superarmos o individual para chegarmos
ao universal.ao universal.
• Mikel Dufrenne (Atual) –Mikel Dufrenne (Atual) – arte se entende comarte se entende com
olhar livre.olhar livre.
• Está além doEstá além do sabersaber e dae da técnicatécnica..
34.
35. Sobre a educação do gostoSobre a educação do gosto
• Ela ocorre dentro da experiência estética.Ela ocorre dentro da experiência estética.
• Para tanto não devemos impor nossas regras àPara tanto não devemos impor nossas regras à
arte.arte.
• Deve-se deixar que as obras apresentem as suasDeve-se deixar que as obras apresentem as suas
próprias.próprias.
• Porém, educar nosso gosto não é uma tarefaPorém, educar nosso gosto não é uma tarefa
fácil.fácil.
• Deve-se começar com obras mais próximas deDeve-se começar com obras mais próximas de
nós, que agradem ao nosso gosto para depoisnós, que agradem ao nosso gosto para depois
apreciar obras mais complexas.apreciar obras mais complexas.
36.
37. Para finalizar...Para finalizar...
• A vida humana possui diferentes dimensões,A vida humana possui diferentes dimensões,
especialmente no nosso tempo, que é caracterizado pelaespecialmente no nosso tempo, que é caracterizado pela
fragmentação.fragmentação.
• A filosofia se ocupa em entender profundamente aA filosofia se ocupa em entender profundamente a
totalidade da vida humana, tentando unir essatotalidade da vida humana, tentando unir essa
diversidade em um todo coerente.diversidade em um todo coerente.
• A estética e arte, nesse sentido, são setores de grandeA estética e arte, nesse sentido, são setores de grande
importância para nossas vidas, pois estão presentes emimportância para nossas vidas, pois estão presentes em
nossos julgamentos.nossos julgamentos.
• Em especial, o nosso tempo requer uma educação eEm especial, o nosso tempo requer uma educação e
conseqüente valorização das artes, em detrimento deconseqüente valorização das artes, em detrimento de
um mundo dominado pela técnica e pela ciência.um mundo dominado pela técnica e pela ciência.