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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS
Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências
Componente Curricular: História das Ciências – 2015/2
Prof. Márcio Marques Martins
Mestranda: Ellen Rodrigues Corrêa
Resumo do Capítulo 29 – Tabulação dos elementos
Hoje sabemos que toda vez que misturamos ingredientes estamos realizando reações
químicas.
A química tornou-se moderna no século XIX, nessa época todos já concordavam que o
átomo era a menor unidade de matéria, já utilizavam o elemento químico unido a outro ou
mais para formação dos compostos e já sabiam da possibilidade de decompor os compostos
em elementos. Porém nessa época ainda não se sabia exatamente o que eram os átomos. E
assim os cientistas da época decidiram por descobrir sobre como os átomos agiam quando em
colocados em contato com outros átomos ou compostos. E perceberam que alguns elementos
não reagiam, já outros quando misturados podiam causar até explosões e muitas vezes uma
reação era obtida com o auxilio de algum agente externo. Dessa forma, os químicos estavam
cientes das mais variadas reações químicas e curiosos sobre o que as causava.
Os principais experimentos da época se concentravam em reações de síntese e análise.
A partir dessas reações eles tinham noções simples sobre o que consistiam vários compostos
deixando claras particularmente duas ideias:
A primeira de que como diz o velho ditado os opostos se atraem, então os elementos
pareciam ter tendências positivas ou negativas. Por exemplo, a formação do cloreto de sódio,
o nosso sal de cozinha, que é realizada pelo sódio um elemento naturalmente positivo,
combinando-se de forma fácil com o cloro, negativo.
Centenas de experimentos realizando síntese e analise de compostos assim como feitos
com o cloreto de sódio foram realizados e convenceram os cientistas que os elementos
realmente tinham características positivas e negativas, que eram uma função essencial para
determinar o que ocorria quando os elementos reagiam entre si.
A outra ideia era de que alguns elementos podiam unir-se durante os experimentos e
agir de uma forma única. Essas unidades foram chamadas de radicais e também são positivas
e negativas. Além de que adquiriram uma importância especial na química orgânica; a qual
ainda era inicial e os químicos começavam a entender sobre uma serie de compostos todos
envolvendo o elemento carbono (como alcoóis, éteres ou benzenos). Vários químicos queriam
entender o comportamento desses compostos e como eles reagiam sobretudo porque esses
compostos estavam sendo muito importantes para a industria. Sendo crescente na época a
demanda por fertilizantes, tintas, medicamentos, corantes em especial na década de 1850,
derivados do petróleo. A química, assim, constituiu-se uma carreira e não um
“passatempo” para ricos ou curiosos.
A medida que os elementos eram descobertos os químicos encontravam certos
padrões. Parecia que átomos individuais como cloro, sódio ou hidrogênio queriam combinar-
se apenas com outros átomos de maneira isolada. Por exemplo, a formação do ácido clorídrico
(apenas um átomo de hidrogênio e um átomo de cloro se combinando). Já oxigênio, bário, e
magnésio pareciam ter capacidade dupla de se combinar com outros átomos ou radicais e,
assim é preciso de dois átomos de hidrogênio para um átomo de Oxigênio para formar a água.
Haviam elementos ainda mais flexíveis e, sempre havia exceções que dificultavam o
estabelecimento de regras. Ainda havia a questão das reações químicas, pois o comportamento
dos elementos era diferente, o fósforo perigoso demais, por ser muito ativo, já o silício
indolente e bem menos perigoso.
Além disso, os elementos se diferenciavam quanto as propriedades físicas, em
temperaturas normais oxigênio, nitrogênio e cloro eram gases; mercúrio e sódio eram
líquido. A maior parte era sólida como cobre, chumbo, ouro, níquel. Percebiam que podiam
jogar os sólidos numa fornalha e torná-los líquidos e às vezes podiam até vaporizá-los.
Também era fácil, mesmo que perigoso vaporizar mercúrio e sódio líquidos.
No século XIX os químicos não conseguiam temperaturas baixas o suficiente para
liquefazer gases como oxigênio e nitrogênio, muito menos sólidos, mas já reconheciam que
o problema era técnico. E em principio podiam assumir que cada elemento podia existir nos
três estados físicos: sólido, líquido e gasoso.
Por volta de 1850, a química já estava atingindo certa maturidade e havia um grande
debate acerca do peso dos átomos, sobre como ocorria à ligação, as moléculas e, as diferenças
entre compostos orgânicos e inorgânicos. Na década de 1850 iniciaram os encontros
internacionais, o que para a época era incomum, auxiliados pelos trens e navios a vapor,
assim havia como perceber que a ciência era objetiva e internacional, acima da religião e
política, que muitas vezes dividiam opiniões e nações causando as guerras.
Em 1860 um encontro internacional de química na Alemanha, durou três dias,
mas reuniu os principais jovens químicos da Europa, inclusive três que seriam muito
importantes para o restante do século: August Kekulé, Stanislao Cannizzaro e Dmitry
Ivanovich Mendeleev.
Kekulé queria que químicos de diferentes países chegassem a um acordo de palavras
para definirem as substâncias e sobre a natureza dos átomos e moléculas. Cannizzaro e
Mendeleev também manifestavam esses desejos, mas embora ambos tenham discutido o
assunto nos três dias, não se conseguiu um consenso, mas plantaram a ideia inicial.
Neste mesmo encontro, foram entregues cópias de um artigo publicado por
Cannizzaro, em 1858, que abordava acerca da historia da química e intimava que o trabalho
de Avogadro acerca da distinção entre átomo e molécula fosse levado a sério. Cannizzaro
também discutiu que seria fundamental determinar os pesos atômicos relativos dos elementos
e mostrou como fazer isso.
Mendeleev escreveu um livro embasado por seus próprios experimentos e no que
ensinava a seus alunos. Cannizzaro queria muito ordenar os elementos já identificados e já
havia padrões descobertos, como o que era a chamada de família dos halogênios, cloro, bromo
e iodo, que reagia de forma semelhante e, que também podiam ser trocados entre si em uma
reação química. Alguns metais como cobre e prata também compartilhavam semelhanças.
Dessa forma, Mendeleev passou a listar elementos de acordo com o peso atômico relativo
(ainda utilizado 1 para o hidrogênio) , criou uma tabela com linhas e colunas, a qual podia ser
lida na horizontal e vertical, suas ideias foram apresentadas em 1869. Nessa tabela podia se
observar as propriedades semelhantes entre os elementos químicos. A medida que sua tabela
periódica, como passou a chamá-la, percebeu que parecia haver elementos aleatórios ausentes
aqui e ali, substâncias que, conforme implicado por sua tabela, deveriam estar lá mas que não
haviam sido descobertas ainda, inclusive havia uma coluna inteira ausente na tabela prevista
por pesos atômicos relativos. Anos depois essa coluna foi preenchida pelos gases nobres,
cujos principais foram descobertos somente em 1890 e Mendeleev a principio não aceitou
essas recém descobertas. Mas, logo percebeu, que Helio, neônio e argônio, com os pesos
atômicos que se demonstrou possuírem foram previstos pela tabela.
No período entre 1870 e 1880, outros diferentes elementos que haviam sido previstos
na tabela de Mendeleev foram descobertos, as lacunas começaram a ser preenchidas e assim a
tabela periódica começou a ser reconhecida. Essa tabela orientava acerca de como é cada
elemento e como reage com outras substâncias.
Durante boa parte do século XIX, os químicos se preocupavam com a composição
química, mas Kekulé já tinha como meta compreender a estrutura química. A biologia
molecular e a química moderna dependiam de saber a disposição dos átomos na substância
(como se encaixam, quais as formas) e seria impossível buscar novas drogas sem essa
compreensão e, kekulé foi o pioneiro nesse aspecto. A partir de um sonho inspirou a estrutura
do benzeno. Kekulé também percebeu que radicais ou elementos podiam ser adicionados ao
longo do anel benzênico, constituindo um grande avanço para a química orgânica. Ele
decifou-a e ensinou o mundo da química a respeito dos compostos de carbono e a classificá-
los em suas famílias naturais, percebeu a flexibilidade do átomo de carbono em se combinar
com outras substancias químicas. E percebeu que as preferências atômicas não eram uma
verdade absoluta, pois havia o carbono combinado com o hidrogênio formando o metano, o
carbono combinado com o oxigênio para formar o CO2, mas que também podia formar o CO.
Os químicos inventaram a palavra Valência, deduzindo-a a partir das posições de cada
elemento na tabela periódica de Mendeleev, mas especulava-se o porquê disso, entendimento
este que veio só futuramente com a descoberta da estrutura interna dos átomos e do elétron
pelos físicos.
Referência:
BYNUM, William. Uma breve história da ciência. Editora LPM: Porto Alegre, 2015. p.200-
207.

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Capítulo 29 tabulação dos elementos

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Componente Curricular: História das Ciências – 2015/2 Prof. Márcio Marques Martins Mestranda: Ellen Rodrigues Corrêa Resumo do Capítulo 29 – Tabulação dos elementos Hoje sabemos que toda vez que misturamos ingredientes estamos realizando reações químicas. A química tornou-se moderna no século XIX, nessa época todos já concordavam que o átomo era a menor unidade de matéria, já utilizavam o elemento químico unido a outro ou mais para formação dos compostos e já sabiam da possibilidade de decompor os compostos em elementos. Porém nessa época ainda não se sabia exatamente o que eram os átomos. E assim os cientistas da época decidiram por descobrir sobre como os átomos agiam quando em colocados em contato com outros átomos ou compostos. E perceberam que alguns elementos não reagiam, já outros quando misturados podiam causar até explosões e muitas vezes uma reação era obtida com o auxilio de algum agente externo. Dessa forma, os químicos estavam cientes das mais variadas reações químicas e curiosos sobre o que as causava. Os principais experimentos da época se concentravam em reações de síntese e análise. A partir dessas reações eles tinham noções simples sobre o que consistiam vários compostos deixando claras particularmente duas ideias: A primeira de que como diz o velho ditado os opostos se atraem, então os elementos pareciam ter tendências positivas ou negativas. Por exemplo, a formação do cloreto de sódio, o nosso sal de cozinha, que é realizada pelo sódio um elemento naturalmente positivo, combinando-se de forma fácil com o cloro, negativo. Centenas de experimentos realizando síntese e analise de compostos assim como feitos com o cloreto de sódio foram realizados e convenceram os cientistas que os elementos realmente tinham características positivas e negativas, que eram uma função essencial para determinar o que ocorria quando os elementos reagiam entre si. A outra ideia era de que alguns elementos podiam unir-se durante os experimentos e agir de uma forma única. Essas unidades foram chamadas de radicais e também são positivas e negativas. Além de que adquiriram uma importância especial na química orgânica; a qual ainda era inicial e os químicos começavam a entender sobre uma serie de compostos todos
  • 2. envolvendo o elemento carbono (como alcoóis, éteres ou benzenos). Vários químicos queriam entender o comportamento desses compostos e como eles reagiam sobretudo porque esses compostos estavam sendo muito importantes para a industria. Sendo crescente na época a demanda por fertilizantes, tintas, medicamentos, corantes em especial na década de 1850, derivados do petróleo. A química, assim, constituiu-se uma carreira e não um “passatempo” para ricos ou curiosos. A medida que os elementos eram descobertos os químicos encontravam certos padrões. Parecia que átomos individuais como cloro, sódio ou hidrogênio queriam combinar- se apenas com outros átomos de maneira isolada. Por exemplo, a formação do ácido clorídrico (apenas um átomo de hidrogênio e um átomo de cloro se combinando). Já oxigênio, bário, e magnésio pareciam ter capacidade dupla de se combinar com outros átomos ou radicais e, assim é preciso de dois átomos de hidrogênio para um átomo de Oxigênio para formar a água. Haviam elementos ainda mais flexíveis e, sempre havia exceções que dificultavam o estabelecimento de regras. Ainda havia a questão das reações químicas, pois o comportamento dos elementos era diferente, o fósforo perigoso demais, por ser muito ativo, já o silício indolente e bem menos perigoso. Além disso, os elementos se diferenciavam quanto as propriedades físicas, em temperaturas normais oxigênio, nitrogênio e cloro eram gases; mercúrio e sódio eram líquido. A maior parte era sólida como cobre, chumbo, ouro, níquel. Percebiam que podiam jogar os sólidos numa fornalha e torná-los líquidos e às vezes podiam até vaporizá-los. Também era fácil, mesmo que perigoso vaporizar mercúrio e sódio líquidos. No século XIX os químicos não conseguiam temperaturas baixas o suficiente para liquefazer gases como oxigênio e nitrogênio, muito menos sólidos, mas já reconheciam que o problema era técnico. E em principio podiam assumir que cada elemento podia existir nos três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. Por volta de 1850, a química já estava atingindo certa maturidade e havia um grande debate acerca do peso dos átomos, sobre como ocorria à ligação, as moléculas e, as diferenças entre compostos orgânicos e inorgânicos. Na década de 1850 iniciaram os encontros internacionais, o que para a época era incomum, auxiliados pelos trens e navios a vapor, assim havia como perceber que a ciência era objetiva e internacional, acima da religião e política, que muitas vezes dividiam opiniões e nações causando as guerras. Em 1860 um encontro internacional de química na Alemanha, durou três dias, mas reuniu os principais jovens químicos da Europa, inclusive três que seriam muito
  • 3. importantes para o restante do século: August Kekulé, Stanislao Cannizzaro e Dmitry Ivanovich Mendeleev. Kekulé queria que químicos de diferentes países chegassem a um acordo de palavras para definirem as substâncias e sobre a natureza dos átomos e moléculas. Cannizzaro e Mendeleev também manifestavam esses desejos, mas embora ambos tenham discutido o assunto nos três dias, não se conseguiu um consenso, mas plantaram a ideia inicial. Neste mesmo encontro, foram entregues cópias de um artigo publicado por Cannizzaro, em 1858, que abordava acerca da historia da química e intimava que o trabalho de Avogadro acerca da distinção entre átomo e molécula fosse levado a sério. Cannizzaro também discutiu que seria fundamental determinar os pesos atômicos relativos dos elementos e mostrou como fazer isso. Mendeleev escreveu um livro embasado por seus próprios experimentos e no que ensinava a seus alunos. Cannizzaro queria muito ordenar os elementos já identificados e já havia padrões descobertos, como o que era a chamada de família dos halogênios, cloro, bromo e iodo, que reagia de forma semelhante e, que também podiam ser trocados entre si em uma reação química. Alguns metais como cobre e prata também compartilhavam semelhanças. Dessa forma, Mendeleev passou a listar elementos de acordo com o peso atômico relativo (ainda utilizado 1 para o hidrogênio) , criou uma tabela com linhas e colunas, a qual podia ser lida na horizontal e vertical, suas ideias foram apresentadas em 1869. Nessa tabela podia se observar as propriedades semelhantes entre os elementos químicos. A medida que sua tabela periódica, como passou a chamá-la, percebeu que parecia haver elementos aleatórios ausentes aqui e ali, substâncias que, conforme implicado por sua tabela, deveriam estar lá mas que não haviam sido descobertas ainda, inclusive havia uma coluna inteira ausente na tabela prevista por pesos atômicos relativos. Anos depois essa coluna foi preenchida pelos gases nobres, cujos principais foram descobertos somente em 1890 e Mendeleev a principio não aceitou essas recém descobertas. Mas, logo percebeu, que Helio, neônio e argônio, com os pesos atômicos que se demonstrou possuírem foram previstos pela tabela. No período entre 1870 e 1880, outros diferentes elementos que haviam sido previstos na tabela de Mendeleev foram descobertos, as lacunas começaram a ser preenchidas e assim a tabela periódica começou a ser reconhecida. Essa tabela orientava acerca de como é cada elemento e como reage com outras substâncias. Durante boa parte do século XIX, os químicos se preocupavam com a composição química, mas Kekulé já tinha como meta compreender a estrutura química. A biologia molecular e a química moderna dependiam de saber a disposição dos átomos na substância
  • 4. (como se encaixam, quais as formas) e seria impossível buscar novas drogas sem essa compreensão e, kekulé foi o pioneiro nesse aspecto. A partir de um sonho inspirou a estrutura do benzeno. Kekulé também percebeu que radicais ou elementos podiam ser adicionados ao longo do anel benzênico, constituindo um grande avanço para a química orgânica. Ele decifou-a e ensinou o mundo da química a respeito dos compostos de carbono e a classificá- los em suas famílias naturais, percebeu a flexibilidade do átomo de carbono em se combinar com outras substancias químicas. E percebeu que as preferências atômicas não eram uma verdade absoluta, pois havia o carbono combinado com o hidrogênio formando o metano, o carbono combinado com o oxigênio para formar o CO2, mas que também podia formar o CO. Os químicos inventaram a palavra Valência, deduzindo-a a partir das posições de cada elemento na tabela periódica de Mendeleev, mas especulava-se o porquê disso, entendimento este que veio só futuramente com a descoberta da estrutura interna dos átomos e do elétron pelos físicos. Referência: BYNUM, William. Uma breve história da ciência. Editora LPM: Porto Alegre, 2015. p.200- 207.