O documento discute a avaliação da aprendizagem e a progressão contínua dos estudantes na escola. Ele argumenta que a avaliação deve ser um processo formativo que ajuda os alunos a aprender, em vez de um exame punitivo. Também defende que a escola deve adotar estratégias para superar a não-aprendizagem dos alunos, em vez de simplesmente reprová-los.
A avaliação da aprendizagem e o princípio da continuidade da
1. A Avaliação da Aprendizagem e o
princípio da continuidade da
trajetória escolar do aluno
Eliana Zati Silva
Capacitação PIP II – CBC
Geografia
2. “Estamos vivendo a emergência
de novos e múltiplos paradigmas.
São novos tempos que exigem
novas atitudes.
Não dá para fazer a velha edição
para as coisas que caminham
em direção à excelência”
Mário Sérgio Cortella
3. A Escola na modernidade tem, diante de si, O
DESAFIO:
de sua própria recriação: ser emancipadora e
libertadora
de recuperar a sua centralidade que é o aluno
de cuidar e educar este aluno
CORRESPONSABILID
ADE
Sistema Comunidad
Educacion e
al
Demais Família
Órgãos
Públicos Profissionais
da Educação
4. Alguns pressupostos dos processos de
ENSINO E APRENDIZAGEM
Todo aluno é capaz de aprender.
Todo professor é capaz de ensinar.
Aluno motivado, com autoestima elevada aprende com mais facilidade.
Desenvolvimento cognitivo, afetivo e social fazem parte do mesmo
processo.
Ensino contextualizado, aprendizagem significativa, desenvolvimento de
competências e habilidades.
Valorização do saber do aluno, seus avanços e progressos e acolhimento
em suas dificuldades.
Relação professor/aluno: afeto, apoio, parceria, ética.
(...)
5. Alguns pressupostos da
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Função básica: ajudar o aluno a aprender, favorecendo o seu
progresso individual e contínuo.
Função diagnóstica, formativa, investigativa, indicadora de
intervenções pedagógicas. Permite a tomada de decisão para a
melhoria.
O “erro” é sempre uma hipótese de acerto: transformá-lo em situação
de aprendizagem.
É inclusiva: não descarta, não exclui, convida para o crescimento.
Pressupõe uma diversidade de “instrumentos” que expressem os
conhecimentos, habilidades e atitudes aprendidos.
Exige postura democrática, decisão coletiva.
(...)
6. Consequências dos pressupostos do
processo de ensino e aprendizagem e
avaliação:
Mudança de foco do trabalho
escolar
ONTEM centrado na programação;ênfase no conteúdo como fim.
HOJE centrado no aluno e na sua aprendizagem;
ênfase no desenvolvimento de competências , capacidades e
habilidades cognitivas,
sociais,
afetivas.
7. Foco Foco
no Centrado na programação no novo Centrado no aluno e sua
antigo contexto aprendizagem
contexto
Há
encadeamento
Há um encadeamento em rede do
linear dos conteúdos conteúdo
Professor propõe
O aluno deve se adaptar à estratégias de
programação pré ensino diferenciadas
estabelecida, mesmo
retrocedendo e refazendo
todo o percurso
Escola organiza outros
espaços e tempos para o
O aluno que não aprende aluno aprender –
deve repetir as etapas já intervenção pedagógica
percorridas
A organização da escola se faz Aluno que não aprende leva à
criando turmas supostamente mudança na programação e
homogêneas na organização da escola
8. AVALIAÇÃO: Fenômeno Humano
- “... tem a ver com AÇÃO e esta, por sua vez,
tem a ver com a busca de algum tipo
de RESULTADO, que venha a ser
O MELHOR POSSÍVEL.”
-“Se estamos avaliando a APRENDIZAGEM,
ela serve à busca do MELHOR RESULTADO
da APRENDIZAGEM.”
Cipriano Carlos Luckesi
9. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
•Mudar a avaliação, mudar a escola globalmente.
•Assim como o professor ensina, assim ele avalia
Transmissão Construção
do conhecimento do conhecimento
Questão-desafio de Perrenoud: “Cabeças bem
cheias ou cabeças bem feitas?”
Na sala de aula é o professor quem dá o tom do ensino e da
avaliação conforme suas concepções, crenças e posturas.
9
10. O que fazemos na ESCOLA hoje?
- “AVALIAMOS” a aprendizagem dos alunos?
ou
-“EXAMINAMOS” os alunos?.”
11. “Avaliar” ou “Examinar”?
Características Básicas
Exames Avaliação
.Operam com o desempenho final: .Opera com desempenhos
importa a resposta não o processo provisórios ou processuais
.São pontuais, cortantes: só .É não-pontual: interessa o antes, o
interessa o aqui e agora agora e o depois
.São classificatórios : classificam o .É diagnóstica, dinâmica: permite a
aluno “para sempre” tomada de decisão para a melhoria
.São seletivos e excludentes: .É inclusiva: não descarta, não
contribuem para a exclusão exclui, convida para o crescimento
educacional
.Servem como recurso de controle .Está a serviço de um projeto
disciplinar impositivo sobre os alunospedagógico construtivo: o aluno é
um ser em construção
.Postura mais autoritária, decisão .Exige postura democrática, decisão
individual coletiva
.Pedagogia tradicional .Pedagogia construtiva
12. “... Aprender a trabalhar com
AVALIAÇÃO é um processo de
mudança que exige cuidados e
tempo.”
Luckesi
NOSSAS
HERANÇAS
Herança psicológica
Herança da história geral da educação
Herança histórico-social
13. “Um dos sérios entraves ao percurso
escolar dos alunos tem sido a cultura
da repetência que impregna as
práticas escolares.
Há muitos anos, diferentes estudos têm
mostrado que a repetência não é o
melhor caminho para assegurar
que os alunos aprendam”. (...)
Mas aqui é preciso enfatizar,
mais uma vez, que o combate
à repetência não pode significar
descompromisso com o ensino
e a aprendizagem”.
Parecer CNE / CEB 11/2010
14. Superar o problema da Reprovação não é cair na mera
APROVAÇÃO
É superar a NÃO-Aprendizagem:
Maior desafio da Escola hoje
APRENDIZAG PROGRESSÃO PARCIAL
EM
Nós educadores precisamos deixar de ser aquele
que passa informações para virar quem, numa
parceria com alunos, possamos construir seu
conhecimento.
15. O princípio da Continuidade da trajetória
escolar do Aluno
Resolução CNE / CEB 07/2010
VAMOS LER
Artigo 27
Artigo 29
Artigo 30
16. Progressão da aprendizagem se faz assim:
• Definir habilidades básicas a serem alcançadas por todos
os alunos.
• Programar ações para o desenvolvimento dessas
habilidades.
• Avaliar e registrar, continuamente, os avanços e
dificuldades.
• Propor intervenções pedagógicas para superação das
dificuldades.
• Avaliar essas intervenções e redirecioná-las quando não
forem bem-sucedidas, propondo atividades, ações e
projetos diferenciados que atendam às necessidades dos
alunos.
17. Alguns “MITOS” da Avaliação da
Aprendizagem
“Os alunos não podem passar de ano sem saber tudo de todas as
disciplinas”.
“Promover todos os alunos tira o estímulo dos mais estudiosos e favorece o
desinteresse dos menos estudiosos”.
“A qualidade do ensino diminui quando todos os alunos são promovidos”.
“Reprovar o aluno é dar a ele uma nova oportunidade para aprender mais”.
“Reprovar o aluno que não aprendeu é fazer justiça”.
18. Refletindo mais com Luckesi:
“... a questão central da prática da avaliação na escola não está nos
INSTRUMENTOS, mas sim na postura pedagógica e, consequentemente, na
prática da avaliação”.
“... testes, provas, redações, monografias, arguições, em si, não avaliam, mas sim
coletam dados que descrevem o desempenho provisório do aluno”.
“... para trabalhar com avaliação, não necessitamos de mudar nossos instrumentos,
necessitamos de mudar nossa postura, ou seja, ao invés de examinar, avaliar”.
“Ao lado de uma prática pedagógica construtiva, pode-se e deve-se oferecer aos
educandos oportunidades de treinar para as situações específicas dos exames”.
19. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Paradigmas em Paradigmas em Implantação
Superação
um evento processo contínuo
medo desejo de aprender, crescer
classificar diagnosticar e intervir
punir o erro valorizar o acerto
avaliar conteúdo avaliar capacidades, habilidades
excluir, reprovar incluir, superar a não-aprendizagem
autoritarismo estímulo, afeto, respeito
decisão individual decisão coletiva
Pedagogia da repetência Pedagogia de ensino eficaz
20. A quem interessa perpetuar a escola excludente?
É essa escola que desejamos manter?
Mudança:
*nas posturas comportamentais
*nas práticas cotidianas da escola
Questão de compromisso ético.
“Ninguém dá o que não tem.”
“Ninguém dá aquilo em que não acredita.”
“Não posso motivar para a prática.
Eu me motivo ao praticar.”
Paulo Freire
21. Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas
usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e
esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre
aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não
ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à
margem de nós mesmos.
(Fernando Pessoa)