O documento descreve o método de retrocruzamento para transferir características desejáveis de um progenitor doador para uma variedade recorrente. O método envolve cruzamentos sucessivos entre a variedade recorrente e o doador para recuperar o genoma do recorrente com a característica do doador. Pode transferir um ou mais caracteres e requer seis gerações para recuperar 99% do genoma recorrente quando um único caractere é transferido.
2. MÉTODO DOS RETROCRUZAMENTOS
• Maior facilidade de aplicação, quando o caráter a ser
transferido pode ser facilmente identificado por inspeção
visual ou por testes simples;
• O retrocruzamento pode ser conduzido em qualquer
ambiente que permita o desenvolvimento do caráter em
transferência;
• Um caráter de alta herdabilidade pode ser mais facilmente
transferido por retrocruzamento, do que um caráter de
baixa herdabilidade;
• Ele fornece a solução ideal para utilizar as propriedades
únicas de um germoplasma não adaptado;
http://passel.unl.edu/pages/animation.php?a=BXbreed.swf&b=990818773Animação RC:
3. MÉTODO DOS RETROCRUZAMENTOS
• Transferência de um alelo recessivo:
– Quanto maior a divergência genética entre os dois parentais, maior
o número de retrocruzamentos necessários para recuperar as
qualidades do recorrente;
– Em geral, seis gerações de retrocruzamentos são suficientes para
recuperar o genoma do parental recorrente;
– Teoricamente, 99,22% das características do recorrente são
recuperadas com seis retrocruzamentos;
– A transferência de um alelo recessivo é necessária quando o
material comercial adaptado apresentar uma característica
indesejável (controlada por um gene dominante);
4. MÉTODO DOS RETROCRUZAMENTOS
• O progenitor doador será o recessivo e geralmente é tomado como o progenitor masculino;
• Na primeira etapa, ocorre a cruza do “dominant x recessive” e sementes F1 são coletados;
• Na segunda etapa, o F1 é cultivado e retrocruzado com o genitor recorrente (dominante) e as
sementes BC1 (Backcross) são coletadas;
• Na terceira etapa, o BC1 é cultivado e autopolinizado para produzir sementes BC1F2;
• Na quarta etapa, o BC1F2 é cultivado, as plantas dominantes são eliminadas e as outras são
selecionadas e cruzadas com o progenitor recorrente para produzir o BC2;
• Na quinta etapa, o BC2 é cruzado com o pai recorrente para produzir a geração BC3;
• Na sexta etapa, o BC3 é cultivado; autopolinizado e as sementes BC3F2 são coletadas;
• Na sétima etapa, o BC3F2 é cultivado, as plantas dominantes são eliminados e outras são
selecionados. Sementes BC4 são coletadas das plantas selecionadas;
• Na oitava etapa, as plantas BC4 são cultivadas e autopolinizadas para produzir as sementes
BC4F2;
• Na nona etapa, BC4F2 é cultivado e plantas recessivas são selecionadas e a descendência
será a linhagem desejada do progenitor recorrente com o gene recessivo a partir do
progenitor não recorrente.
5. MÉTODO DOS RETROCRUZAMENTOS
• O método será diferente por necessitar uma geração de autofecundação e um
teste de progênies após cada retrocruzamento de numeração ímpar;
Com cada nova geração de
retrocruzamento, uma
maior proporção dos genes
não-alvo recorrentes
permanecem junto com
gene de interesse do
doador.
11. MÉTODO DOS RETROCRUZAMENTOS
• Using breeding to stack multiple traits into a single line:
– Muitas vezes, em um programa de desenvolvimento de variedades,
o melhorista quer adicionar mais do que um gene em uma
variedade. Isto é conhecido como piramidismo.
– É possível introduzir vários caracteres diferentes no decurso de um
programa de retrocruzamento. Normalmente, os outros caracteres
a serem adicionados já devem ter sido introduzidos no progenitor
recorrente em outros programas de retrocruzamento.
12. MÉTODO DOS RETROCRUZAMENTOS
Exemplo: objetivando introduzir duas
características (rust and bunt) na
cultivar de trigo Baart 38 realizou-se
retrocruzamentos desta cultivar com
um doador resistente a “rust” e
paralelamente, retrocruzas de Baart
38 com o doador resistente a “bunt”.
Após obter Baart 38 resistente a
“rust” e Baart 38 resistente a “bunt”
foi então cruzado os dois materiais e
posteriormente selecionado o que
possuía as duas características de
resistência.
13. MÉTODO DOS RETROCRUZAMENTOS
• Gene stacking:
– BB: elite line containing BT gene developed from backcrossing;
– RR: some line containing Roundup ready gene developed by
backcrossing;
14. MÉTODO DOS RETROCRUZAMENTOS
• Modificações:
– Uso de vários genitores recorrentes em programas de
retrocruzamentos:
– Uso de marcadores enzimáticos e moleculares;
• Sem marcador: 6 gerações;
• Com marcador: 2 a 3 gerações;
15. MÉTODO DOS RETROCRUZAMENTOS
• Atualmente, retrocruzamento é muitas vezes usado para
desenvolver “pools genéticos” melhorados ou populações de
seleção, sem tentar voltar completamente para o fenótipo do pai
recorrente;
• Em alguns casos, a variedade tem um bom fenótipo e o melhorista
quer melhora-lo sem ter uma característica claramente definida
(por exemplo, o rendimento);
• A fim de atingir esse objetivo, o melhorista pode usar diferentes
números de retrocruzamentos (1 a 6) para adicionar tanto ou tão
pouco do pai recorrente como ele acha que é necessário;
• O retrocruzamento de uma população (A x (A x B)) é preferido por
muitos melhoristas a uma simples cruza de três materiais (A x (B x
C)), que pode ter muita variação. Neste caso, A, B, e C representam
linhas de elite ou variedades;
16. MÉTODO DOS RETROCRUZAMENTOS
– A limitação do método de retrocruzamento é que o processo é
trabalhoso e não resulta na melhoria dos outros caracteres;
– Adequadamente executado, o método de melhoramento por
retrocruzamento permite que todas as características desejáveis do
progenitor recorrente possa ser recuperada;
– Ponto fraco:
• Yield lag (atraso de rendimento): o método do retrocruzamento define um
limite superior, o qual é igual ao fenótipo do progenitor recorrente. Esse limite
é muitas vezes menor que o progresso possível com outros métodos de
melhoramento.
17. Além desses, há várias considerações e outros requisitos para
se levar em conta na elaboração de um programa de
retrocruzamento para garantir um resultado final bem
sucedido.
elesandro.bornhofen@gmail.com
University of Minnesota