O documento discute o uso de aplicativos para celulares como ferramenta pedagógica nas abordagens Flipped Classroom e Blended Learning. Essas metodologias promovem o protagonismo do aluno e o uso de tecnologias, com o professor atuando como orientador. Os aplicativos permitem disponibilizar conteúdos de forma portátil para que os alunos estudem de forma autônoma.
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Uso de aplicativo para celulares como ferramenta pedagógica nas propostas metodológicas Flipped Classroom e Blended Learning
1. Uso de aplicativo para celulares como ferramenta pedagógica nas
propostas metodológicas Flipped Classroom e Blended Learning
Antes de falarmos sobre as possibilidades dos aplicativos para celulares como
ferramentas auxiliares da aprendizagem vamos conhecer um pouco as abordagens
pedagógicas Flipped Classroom (Sala de aula invertida) e a Blended Learning (Ensino híbrido),
metodologias de ensino que em comum trazem a importância do protagonismo discente, o
uso das tecnologias e os recursos digitais.
Tanto na Sala de aula invertida quanto no Ensino híbrido o professor muda o seu papel
de expositor para o de orientador e mediador de processos, o que não diminui em nada a
importância de sua atuação docente. Ao contrário do que se pensa, ao mudar de expositor
para mediador sua importância se potencializa e se redimensiona, já que o aluno não receberá
o conhecimento pronto, mas descobrirá e construirá seus saberes de acordo com a orientação
docente. É como se o professor fosse o maestro de uma grande orquestra. Não é a toa que
mestre e maestro têm a mesma origem etimológica.
Na sala de aula invertida busca-se unir o ensino convencional em sala de aula com a
educação à distância, com maior flexibilidade de horários, espaços, interesses dos alunos,
numa proposta de autoaprendizagem.
Nesse formato metodológico inverte-se a ordem tradicional em que o aluno assiste às
aulas na escola e faz os trabalhos e as atividades em casa, na maioria das vezes, sozinho, sem
ter com quem tirar as dúvidas que surgem durante o desenvolvimento dos trabalhos. Na sala
de aula invertida o professor propõe aos alunos que se apropriem dos conteúdos em casa
através dos mais variados recursos, dentre estes os digitais, de forma autônoma e construtiva.
Afinal, tanto faz o aluno assistir a um vídeo ou a um filme sobre a Guerra Fria ou ouvir o
professor falar sobre a Guerra Fria. Nas duas situações ele se apropriará do conteúdo. Então
porque não aproveitar os tempos de aula para outras discussões mais aprofundadas sobre o
assunto?
Nesse sentido a Sala de aula invertida (Flipped Classroom) permite que os alunos
utilizem as aulas com o professor e demais colegas de classe para aprofundar, tirar dúvidas,
debater, refletir, criticar e questionar o conteúdo, o que é uma forma muito mais interessante
e produtiva de aproveitar as reuniões presenciais.
A Blended Learning refere-se ao ensino misto ou Ensino Híbrido em que o aluno
aprende em sala de aula e/ou em casa de forma autossuficiente e de acordo com seus
interesses. O Ensino Híbrido nada mais é do que a mistura de um ambiente de aprendizagem
presencial com algum tipo de aprendizado virtual. Vale ressaltar que no caso da Blended
Learning o aprendizado virtual não envolve necessariamente o computador, mas qualquer
recurso não físico que possa ser utilizado nos processos de aprendizagem. O ponto chave do
2. Ensino Híbrido (Blended Learning) é a personalização do ensino respeitando as especificidades
de cada aluno tais como: ritmo, tempo, personalidade.
Em ambas as metodologias (Flipped Calssroom e Blended Learning) o professor deixa
de ser a fonte primária de informação e passa a ser um guia que orientará a aprendizagem dos
alunos, oportunizando experiências, sugerindo caminhos, incentivando, oferecendo materiais
diversificados para que os mesmos construam o próprio conhecimento. Ao invés de dar o
peixe o professor deve ensinar a pescar.
Tanto o Ensino Híbrido quanto a Sala de Aula Invertida ajudam aos alunos a
desenvolverem habilidades como: criatividade, responsabilidade, pensamento crítico,
comunicação e colaboração e exigem do professor novas posturas e abordagens didáticas.
Jogos, projetos, livros, visitas a espaços não formais de aprendizagem, passeios,
projetos, expressões artísticas, brincadeiras. Vídeos, imagens, textos, músicas, áudio livros,
filmes, desenhos animados, bibliotecas virtuais, redes sociais, jogos eletrônicos... Tudo o que
possa proporcionar aos alunos a apropriação de conhecimento são recursos empregados tanto
numa quanto noutra metodologia.
É tarefa do professor, orientar e disponibilizar aos alunos estes materiais relevantes
para a promoção da sua autoaprendizagem. E existe muitas formas de o professor fazer isso.
Uma delas e que será abordada neste texto são os aplicativos de conteúdos para celulares
onde todo esse material pode ser disponibilizado de forma prática, portátil e acessível
possibilitando ao aluno consultá-lo sempre que necessário.
Os aplicativos para celulares podem se converter em fortes aliados do professor em
sala de aula e fora dela, considerando suas características funcionais, a portabilidade dos
aparelhos e a facilidade de acesso de seus usuários.
É bastante válido que os professores se apropriem desta tecnologia e criem seus
próprios aplicativos educacionais: um projeto, uma webquest, um roteiro de visita cultural,
conteúdos letivos, etc.
Com todos os recursos que oferecem os celulares se configuram em instrumentos
pedagógicos valiosos possibilitando a inúmeras interações e produções, proporcionando
experiências educativas e de aprendizagem pautadas no protagonismo e na autoria. Junte-se a
isso um aplicativo desenvolvido especificamente para a turma, com objetivos bem elaborados
pelo professor com disponibilização de ótimos recursos e teremos o casamento perfeito entre
tecnologia e artefato tecnológico.
Desenvolver um aplicativo para celular pode ser bastante estimulante e desafiador
para o professor, mas com as facilidades atuais não é preciso grande conhecimento em
códigos. Existem sites que oferecem este serviço gratuitamente, com plataformas
descomplicadas e intuitivas onde o professor poderá criar seus aplicativos de acordo com as
necessidades da turma e os objetivos a serem alcançados.
No aplicativo o professor poderá disponibilizar os conteúdos a serem estudados, como
conteúdos do bimestre, sugestões de sites para que o aluno pesquise e amplie seus
3. conhecimentos, avaliações, atividades de recuperação, jogos, vídeos, imagens, áudios, mural
de recados e tudo mais que julgar relevante para fomentar a busca pelo conhecimento e
aprendizagem autônoma dos alunos.
O professor deve selecionar criteriosamente todo o material disponibilizado no
aplicativo, a fim de oferecer aos alunos uma navegação segura e acesso a informação de
qualidade. A ideia não é impor limites, mas oferecer um guia para que os alunos mantenham o
foco consultando as melhores fontes e evitando a dispersão improdutiva.
É importante que os alunos tenham ciência daquilo que é esperado que eles
aprendam, das habilidades que deverão desenvolver ao longo de determinado período e o
aplicativo pode ser um ótimo veículo para isso. Sem contar que os pais também poderão
instalar o aplicativo em seus celulares e acompanhar de perto os processos educativos.
Os apps podem ser usados como excelentes repositórios onde serão guardados e
disponibilizados os mais variados materiais e recursos educacionais digitais essenciais às
metodologias Flipped Classroom e Blended Learning. Tudo na palma da mão e a um toque de
distância.
Sem dúvida, os aplicativos para celulares são mais um recurso do qual os professores e
alunos poderão valer-se no cotidiano escolar, em busca de processos educativos mais atuais,
dinâmicos e desafiadores.
Professora Claudia Dutra Gallo
Mediadora de Tecnologia Educacional
SEEDUC/Cdte/NTERJ12