SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 169
Leucócitos e Leucemias
Maturação da série branca
Maturação da série branca
   Mieloblasto: é a célula m, possui dois ou mais
    nucléolos, núcleo com  mais imatura. Mede cerca de 15 a 18
    cromatina frouxa. Citoplasma escasso, basofílico, podendo
    apresentar grânulos e bastonetes de Auer. Podem indicar no
    hemograma leucemia mielóide, síndrome mielodisplásica ou
    reação                                         leucemóide.
    Promielócitos: maior que o mieloblasto, citoplasma basófilo
    com muitos grânulos primários, zona de Golgi
    evidente, núcleo com cromatina frouxa e nucléolo visível.
    Mielócitos: citoplasma acidófilo, poucos grânulos, ausência
    do      nucléolo,     cromatina      mais      condensada.
Maturação da série branca
   Metamielócitos: poucos grânulos primários, núcleo
    achatado, cromatina condensada, grânulos
    secundários.
    Bastonetes: citoplasma acidófilo, núcleo alongado e
    curvo. Aumento na sua quantidade indica infecção.
    Segmentados: citoplasma acidófilo, núcleo
    segmentado, cromatina condensada, núcleo com dois
    a cinco lóbulos. Aumento na quantidade de
    neutrófilos indica infecção
   Gênese dos Neutrófilos na medula óssea: MB (mieloblasto), PM
    (promielócito), M (mielócito), MM (metamielócito), BT (bastonete), SG
    (segmentado).
Grânulos
   Primários – visualizados no promielócito e
    mielócito (inespecíficos) contém MPO
    catalisa    a   produção   de  hipoclorito
    (bactericida)
   Secundários – a partir do metamielócito,
    contém lactoferrina quelante do ferro
    indisponibilizando-o para o crescimento
    bacteriano.
Alterações reacionais
   Neutrofilia
   Neutropenia
   Desvio à esquerda
   Desvio à direita
   Linfocitose (linfócitos atípicos – linfócitos T
    ativados) /mononucleose infecciosa
    /coqueluche
   Linfopenia
Alterações reacionais
   Infecção bacteriana
   Infecções virais
   Tuberculose
   Eosinofilia reacional
   Reações leucemóides(linfóide e mielóide)
Reação Leucemóide (RL)
   Resposta intensa (leucocitose acima de 50.000
    leuc/microlitros)
   Pode ser confundido com LMC
   Diferenciar – eosinofilia, basofilia e plaquetose
    falam     a    favor    da    LMC,      granulações
    tóxicas,    corpúsculo     de    Dohle,    vacúolos
    citoplasmáticos e plaquetopenia RL.
   Fosfatase alcalina aumenta nos processo infecciosos
    e inflamatórios.
Alterações da Série Branca
   Hiperssegmentação
   Granulações tóxicas – granulações primárias em
    metamielócitos e neutrófilos.
   Corpúsculo de Dohle – visualização do Retículo
    endoplasmático rugoso.
   May Hegglin - trombocitopenia familiar associada a
    inclusões, plaquetas gigantes, granulações acinzentadas
   Chediak Higashi – Lisossomos gigantes e grânulos
    grandes, leucopenia
   Peuger Huet – Benigna
   Anomalia de Alder Reilly – mucopolissacaridose, inclusões
    alaranjadas
Anomalia de Pelger-Huet
Anomalia de Pelger-Huet
Chediak Higashi
Chediak Higashi
May-Hegglin
Neoplasia
   Proliferação celular que não obedece aos
    controles de crescimento.
   Infiltrativa: ocorre perda ou modificação de
    função.
   Ocasionada, geralmente por estímulos
    desconhecidos, que afetam determinada
    linhagem celular (clonal).
Leucemia
   Neoplasias malignas que
    afetam células precursoras
    hemopoéticas      e     se
    localizam originalmente na
    medula óssea
Causas
   Etiologia: geralmente desconhecida
   Hereditários
   Fatores genéticos ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS
    Radiação ionizante (u.v., raios X,etc)
   Radiação não ionizante
   Exposição ocupacional
   Substâncias químicas (benzeno e seus derivados, agentes
    alquilantes,etc )
   Vírus (HTLV-1, Epstein-Barr)
   Secundárias a outras doenças?
Fatores genéticos

   SÍNDROME DE DOWN (trissomia do 21,
    LMA megacariocítica
   SÍNDROME DE KLINEFELTER´S (XXY)
   SÍNDROME DE BLOOM´S (LLA,LMA)
   ATAXIA-TALIANGIECTASIA (LLA)
   SÍNDROME DE FANCONI (LMA)
Síndrome de Down
SÍNDROME DE KLINEFELTER´S
ATAXIA-TALANGIECTASIA
SÍNDROME DE FANCONI
   A síndrome de Fanconi é uma tubulopatia
    renal proximal complexa rara na qual se
    observa distúrbio na reabsorção de
    glicose, aminoácidos, fosfato, bicarbonato e
    potássio,       além       de       proteinúria
    tubular, deficiente concentração urinária e
    distúrbios no processo de acidificação.
BIOLOGIA DA CÉLULA TUMORAL

   Geralmente Clonalidade
   Independência de controle de proliferação
    e,ou na apoptose
   Instabilidade gênica
   Capacidade de infiltração e metástase
   Capacidade de alterar a membrana basal
   Independe de microambiente específico
INTRODUÇÃO:
   A Leucemia aguda é uma doença neoplásica do
    tecido     hematopoético,    caracterizada    pela
    proliferação anormal das células progenitoras que
    perdem a capacidade de maturação e/ou
    diferenciação.
EPIDEMIOLOGIA
   Aproximadamente 31.500 casos/ano (EUA)
   Relação homem/mulher 1.28:1.
   LMA: 32% dos casos
   LLC: 26% dos casos
   LMC: 15% dos casos
   LLA: 11% dos casos
   Não classificadas: o restante.
RECURSOS DIAGNÓSTICO

HEMATOLÓGICO
 Hemograma
 Mielograma
 Biópsia de medula óssea
 Citoquímica/imunohistoquímica (MPO, SB,PAS)
 Imunofenotipagem (Citometria de fluxo, anticorpos)
 Citogenética (Cultura de células, Cariótipo)
 Biologia molecular
SINAIS E SINTOMAS MAIS FREQUENTES

   Palidez
   Cansaço
   Anorexia
   Perda de peso
   Febre
   Hemorragia
   Hepatomegalia
   Esplenomegalia
   Adenopatia
Classificação geral das Leucemias
   LMA
   LMC
   LLA
   LLC
CLASSIFICAÇÃO F.A.B. P/ LMA
   LMA-M0   INDIFERENCIADA
   LMA-M1   SEM MATURAÇÃO
   LMA-M2   COM MATURAÇÃO
   LMA-M3   PROMIELOCÍTICA
   LMA-M4   MIELOMONOCÍTICA
   LMA-M5   MONOCÍTICA
   LMA-M6   ERITRÓIDE
   LMA-M7   MEGACARIOCÍTICA
Classificação FAB P/ LLA
Linfóides
 L1: células regulares, homogêneas;

 L2: células mais heterogêneas;

 L3: células de citoplasma
  basófilo, vacuolado, correspondendo à
  morfologia do Linfoma de Burkitt
LEUCEMIA MIELÓIDE
     AGUDA
     ( LMA )
INTRODUÇÃO – LMA:
   10.000 novos casos/ano e 7.000 mortes/ano

   Representa 80% das leucemias agudas em adultos

   A incidência aumenta com a idade, atingindo um pico na
    sexta década de vida

   Não existe um fator genético associado
SINTOMAS:
   Insuficiência medular
   Anemia
   Trombocitopenia
   Neutropenia
   Dores abdominais
   Dores articulares
DIAGNÓSTICO:
   Hemograma (aspecto morfológico)
   Punção de medula óssea
   Biópsia de medula óssea
   Provas citoquimicas
   Imunofenotipagem
   Citogenética
DIAGNÓSTICO LMA:
   Hemograma = presença de blastos
   Leucocitose (50.000/mm³), Anemia e
    trombocitopenia
   Bastonetes de auer
   Medula óssea > 20% mieloblastos
   Provas citoquimicas específicas
   Imunofenotipagem
   Citogenética
PROVAS CITOQUIMICAS:
   Mieloperoxidase
   Sudam black
   Anae
   Anae – fluoreto de sódio
   Azul de toluidina
   PAS
MPO - Mieloperoxidase
   Presente nos grânulos primários dos
    precursores dos neutrófilos;
   A reação é positiva em blastos de origem
    mielóide com alguma evidência de
    maturação, nos promielócitos e mielócitos.
   A MPO (SB) é importante na caracterização
    do Mieloblasto e uma prova positiva faz o
    diagnóstico de LMA.
MIELOPEROXIDAE +
MIELOPEROXIDASE +
IMUNOFENOTIPAGEM:
   A presença de antígenos de superfície nas células
    hematopoéticas tem um papel importante na
    identificação e classificação da linhagem e estado
    maturativo destas células.

   A imunofenotipagem foi um grande avanço como
    auxílio diagnóstico e prognóstico e também no
    tratamento de inúmeras doenças hematológicas.
CITOGENÉTICA:
   O estudo das alterações cromossômicas nas
    leucemias é fundamental para se definir
    condutas     terapêuticas  e    avaliações
    prognósticas da doença
LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA-LMA

CLASSIFICAÇÃO              CITOGENÉTICA         PROGNÓSTICO


LMA-M0
LMA-M1 (sem maturação)     t(9;22), inv(3)      Ruim
LMA-M2 (com maturação)     t(8;21)              Misto
LMA-M3 (promielocítica)    t(15;17)             Bom
LMA-M3 microgranular       t(11:17), t(5;17)
LMA-M4(mielomonocítica)    inv 16               Bom
LMA-M5 (monocítica)        t(11)(q23)           Bom
M5a                        del(11)(q23)         Ruim?
M5b
LMA-M6 (eritroleucemia)    5, 5q-, -7, 7q-      Ruim
LMA-M7 (megacariocítica)   t(1;22) (crianças)   Ruim
LMA-M0
LMA-M0
LMA-M1
LMA-M1
LMA-M1
LMA-M1
LMA-M1
LMA-M1
LMA-M1
LMA-M2
   Prevalência 32%
   BLASTOS COM MATURAÇÃO (grânulos)
   Bastonetes de auer +
   Mpo +
   Imunofenotipagem: cd13;33 + cd14;15 +
   T(8;21) foi a primeira translocação identificada no
    câncer humano (1972)
   Comprometimento eosinofílico
LMA-M2
LMA-M2 (eosinofílica)
LMA-M3
   Prevalência 12%
   Promielócitos leucêmicos, “faggot cell”
   Variante microgranular
   Aspecto morfológico
   Imunofenotipagem:
    Hla-dr - cd34;15 - cd13 + (100%)
   CITOGENÉTICA: t(15;17)
LMA-M3
LMA-M3
LMA-M3
LMA-M3 (variante)
LMA-M3 (variante)
LMA-M4
   Prevalência 23%
   Blastos mielóides / monocitóides
   Linhagem monocitóide < 20% m.O.
   Anae +
   Imunofenotipagem: cd34 + (difícil)
   CITOGENÉTICA: VARIANTE lma-m4eo
    Inv(16) – (aberrante cd2)
   Comprometimento snc
LMA-M4
LMA-M4
LMA-M4
LMA-M5
   Prevalência 06%
   Linhagem monocitóide > 80% m.O.
   Subtipo a: sem maturação
   Subtipo b: com maturação
   Anae +
   Imunofenotipagem:
    Cd33 + cd13 fraco cd34;117 - cd14;64 ++
   Comprometimento em snc
LMA-M5
LMA-M5A
LMA-M5B
LMA-M6
   Prevalência 04%
   Medula óssea:
    > 50% precursores eritróides
    > 30% mieloblastos (cne)
   Imunofenotipagem:
    Cd71 +       glicoforina +
LMA-M6
LMA-M7
   Prevalência 02%
   Morfologicamente de difícil diferenciação
   Imunofenotipagem:
    Cd41 +       cd61 +
LMA-M7
LEUCEMIA MIELÓIDE
    CRÔNICA
     ( LMC )
INTRODUÇÃO:
   É uma doença mieloproliferativa clonal resultante da
    transformação maligna de uma célula-tronco
    hematopoética pluripotente, que envolve as
    linhagens
    mielóide, eritróide, megacariocítica, linfócitos B e as
    vezes linfócitos T.
EPIDEMIOLOGIA:
   Afeta adultos jovens mas a maior incidência
    da doença ocorre entre a 5a e 6a década da
    vida.
   Predominância masculina de 1,4:1
DIAGNÓSTICO:
   Leucocitose > 100.000/mm³
   Trombocitose > 600.000/mm³
   Anemia
   Neutrofilia com todas as formas maturativas
    mas com predomínio de mielócitos a
    segmentados.
   Basofilia
CITOGENÉTICA:
•   90-95% DOS PACIENTES COM LMC TÊM A T(9;22)
    CLÁSSICA.

•   2-10% DOS CASOS TÊM UMA TRANSLOCAÇÃO
    VARIANTE ENVOLVENDO O 9Q34 E O 22Q11 COM
    UM TERCEIRO OU MAIS CROMOSSOMOS.

•   PACIENTES COM A TRANSLOCAÇÃO CLÁSSICA E
    VARIANTE       SÃO      CLÍNICA       E
    HEMATOLOGICAMENTE SEMELHANTES.
FASES DA DOENÇA:
   FASE      CRÔNICA:       FASE
    INICIAL, COM EXPANSÃO CLONAL
    MIELÓIDE,       APRESENTANDO
    LEUCOCITOSE COM TODAS AS
    FASES DE MATURAÇÃO.
   DURAÇÃO DE 3-4 ANOS.
   BLASTOS NA MEDULA ÓSSEA: <10%
FASE CRÔNICA;
FASE CRÔNICA:
FASE CRÔNICA:
FASES DA DOENÇA:
   Fase acelerada: progressiva parada de
    maturação celular; aumento de resistência à
    terapia e evolução citogenética clonal.
   ≥10% blastos na medula óssea ou sangue
    periférico;
   ≥20% blastos + promielócitos na M.O ou S.P;
    ≥20% basófilos + eosinófilos no sp.
FASE ACELERADA:
FASES DA DOENÇA:
   Crise blastica : 50% dos casos são blastos
    mielóides; 30% blastos linfóides (pré-b) e 10% de
    blastos eritróides; está associada a um mau
    prognóstico, com sobrevida de 3-6 meses, e é
    caracterizada pela presença de >30% de blastos na
    medula óssea ou no sangue periférico ou por
    infiltrado extramedular de células leucêmicas
FASE BLÁSTICA:
FASE BLÁSTICA:
LEUCEMIA LINFÓIDE
     AGUDA
     ( LLA )
INTRODUÇÃO:
   A leucemia aguda é uma doença neoplásica do
    tecido     hematopoético,    caracterizada    pela
    proliferação anormal das células progenitoras que
    perdem a capacidade de maturação e/ou
    diferenciação.
INTRODUÇÃO:
   Classificada F.A.B. Em L1, L2 e L3
   80% leucemias em crianças (2 a 5 anos)
   Prevalência cor branca e sexo masculino
SINTOMAS:
   Insuficiência medular
   Anemia
   Trombocitopenia
   Neutropenia
   Dores abdominais
   Dores articulares
DIAGNÓSTICO:
   Hemograma (aspecto morfológico)
   Punção de medula óssea
   Biópsia de medula óssea
   Provas citoquimicas
   Imunofenotipagem
   Citogenética
DIAGNÓSTICO LLA:
   Hemograma = presença de blastos
   Leucocitose (50.000/mm³), Anemia e
    trombocitopenia
   Medula óssea > 20% linfoblastos
   Provas citoquimicas específicas
   Imunofenotipagem
   Citogenética
CITOQUIMICA:
   PAS
   Fosfatase ácida
   Fosfatase ácida – tartarato
   Verde metil pironina
IMUNOFENOTIPAGEM:
   A presença de antígenos de superfície nas células
    hematopoéticas tem um papel importante na
    identificação e classificação da linhagem e estado
    maturativo destas células.

   A imunofenotipagem foi um grande avanço como
    auxílio diagnóstico e prognóstico e também no
    tratamento de inúmeras doenças hematológicas.
IMUNOFENOTIPAGEM:
   LINHAGEM B
   HLA-DR +      TDt + CD10;19 +
   LLA-B precursoras:
      sem marcadores de imunoglobulina
   LLA-B pré-B:
      imunoglobulina de cadeia pesada IgM
   LLA-B maduras:
      imunoglobulina de superfície
IMUNOFENOTIPAGEM:
   LINHAGEM T
   MARCADORES:
      TDt
      CD1;2;3;5;7
      CD2 É O MAIS SENSÍVEL
      CD3 e 7 OS MAIS ESPECÍFICOS
      CD4 e CD8 + TDt +
CITOGENÉTICA:
   Quase 60% dos pacientes com LLA têm
    aberrações citogenéticas detectadas
    microscopicamente.
   Esta percentagem é muito maior quando são
    consideradas as translocações críticas, como a
    t(12;21).
CITOGENÉTICA:
   ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS
    NUMÉRICAS:


    HIPERDIPLOIDIA (>50 CROMOSSOMOS):
      25% NA LLA INFANTIL
      6% NA LLA DE ADULTO

    HIPODIPLOIDIA (<46 CROMOSSOMOS):
       5% TANTO NA LLA INFANTIL COMO NO ADULTO
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA
   LLA-L1   BLASTOS HOMOGÊNEOS

   LLA-L2   BLASTOS HETEROGÊNEOS

   LLA-L3   BLASTOS COM CITOPLASMA
             BASÓFILO E VACUOLIZADO
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA
         CRIANÇAS   ADULTOS
LLA-L1   85%        35%

LLA-L2   14%        60%

LLA-L3   1%         5%
LLA-L1
LLA-L1
LLA-L2
LLA-L2
LLA-L3
LEUCEMIA LINFOCÍTICA
     CRÔNICA
       ( LLC )
INTRODUÇÃO:
   A LLC é uma neoplasia hematológica
    caracterizada pela proliferação e acúmulo de
    linfócitos maduros no sangue periférico.

   A grande maioria dos casos envolvendo a
    proliferação do clone de células b.
INTRODUÇÃO:
   AFETA PACIENTES ACIME DE 50 ANOS

   EM 50% DOS CASOS EXISTE ABERRAÇÃO
    CROMOSSÔMICA (TRISSOMIA 12)
PROLINFOCÍTICA:
   DIFERENCIAÇÃO:
      > 50% PROLINFÓCITOS
      CD22 +
      CD5 -
HAIRY CELL
   DIFERENCIAÇÃO MORFOLÓGICA.
   CITOQUIMICA:
      FOSFATASE ÁCIDA – TARTARATO
   IMUNOFENOTIPAGEM:
      CD19;20 +
      HLA-DR +
      CD5 -
Hemoglobinopatias

   Doenças hereditárias causadas por diminuição
    ou anomalia da síntese de globina

   Afetam cerca de 7% da população mundial
Hemoglobina
   Proteína formada por 4 cadeias globínicas
    ligada a um grupamento heme que possui
    ferro e que transporta oxigênio.
ANEMIA FALCIFORME

               “Anemia Drepanocítica”

Anormalidade molecular       Hb S (∝2β2 6Glu Val)
       Rigidez da membrana do eritrócito
       Viscosidade do sangue
     Desidratacão por K+ e Ca+2 no eritrócito
Eritrócitos perdem a
flexibilidade necessária para    Membrana dos eritrócitos se alterão
   atravessar os capilares      (pegajosas) e se aderem ao endotélio
                                              dos vasos:

                                   •Vasooclusão
                                   microvascular
                                   •Hemólise
                                   prematura
Hemoglobina
   Adulto – 3 tipos de Hb
                  Hb A         Hb F        Hb A2
Estrutura          α2β2         α2γ2         α2   2
Normal (%)        96-98       0,5 - 0,8    1,5 - 3,2




   Genes que codificam as cadeias globínicas se
    encontram nos cromossomos 16 e 11
Síndromes falciformes
   Herança do gene da β-globina S (de Sickle =
    foice)
   Padrões de herança:
       Homozigótica: Hb SS (anemia falciforme)
       Heterozigótica: Hb AS (traço falciforme)
       Associado a outras variantes: Hb SC, Hb SD, Hb
        S/Tal β, Hb S/Tal α
Síndromes falciformes
   Fisiopatologia
       Substituição na posição 6 da cadeia β de um ácido
        glutâmico por uma valina, causando profundas alterações
        na estabilidade e solubilidade da hemoglobina
       A Hb S é insolúvel e forma cristais quando exposta a
        baixa tensão de O2
       A Hb desoxigenada polimeriza (gel semi-sólido) – a
        célula adquire forma de foice, suscetível à hemólise
       Os eritrócitos deformados podem ocluir a microcirculação
        e também grandes vasos.
Síndromes falciformes
   Consequências:
       Anemia hemolítica crônica
       Lesão crônica de órgãos e tecidos
       Crises vaso-oclusivas dolorosas
Anemia falciforme (Hb SS)
   Manifestações clínicas:
       Assintomática até ± 6 meses de idade
       Anemia hemolítica grave, pontuada por crises a
        partir dos 6 meses
       Crises vaso-oclusivas frequentes e precipitadas
        por infecção, acidose, desidratação, frio e
        desoxigenação, podendo levar a infarto em vários
        órgãos, incluindo ossos (síndrome pé-
        mão), pulmões, baço, cérebro e medula.
Anemia falciforme
    Crise de sequestro visceral – hepato e
     esplenomegalia, com exacerbação da anemia e
     necessidade de transfusão. A esplenectomia pode
     ser necessária
    Crises aplásticas – resultado de infecção por
     parvovírus
    Crises megaloblásticas – por deficiência de folato
    Crises hemolíticas – queda da Hb e aumento de
     reticulócitos – acompanham crises dolorosas.
Anemia falciforme
   Lesões crônica dos órgãos
       Crescimento e desenvolvimento alterados
       Doença dos ossos e articulações
       Manifestações
        cardiovasculares, pulmonares, hepatobiliares, gen
        itourinárias
       Síndrome nefrótica
       Priapismo
       Manifestações oculares
       Ulcerações por estase vascular e isquemia local
Anemia falciforme
   Achados laboratoriais:
       Hemograma:
           Hb entre 6 e 9 g/dL
           Eritrócitos normocrômicos e normocíticos, tendendo a
            microcitose
           HCT entre 20 e 30%
           Leucocitose: entre 12.000 e 15.000 com neutrofilia
           Plaquetas geralmente >440.000
Anemia falciforme
   Achados laboratoriais:
       VSG baixo (diferente das outras anemias!!)
       Microscopia:
           Hemácias falciformes
           Céls em alvo
           Policromatofilia
           Corpos de Howell-Jolly (atrofia esplênica)
Anemia falciforme
Anemia falciforme
Anemia falciforme
Anemia falciforme
   Diagnóstico:
       Eletroforese de Hb
       HPLC de Hb
       Testes de solubilidade
       Hemograma completo
       PCR
Anemia falciforme
   Tratamento:
       Medidas preventivas – evitar
        frio, infecções, desidratação, anoxia
       Ácido fólico
       Higiene e boa nutrição
       Controle da dor
       Transfusão sanguínea somente em anemia mto grave
       Hidroxiuréia (aumenta Hb F)
Traço falciforme (Hb AS)
   Paciente sem anemia e eritrócitos normais
   Hematúria é o sintoma mais comum
   A Hb S varia de 25 a 45% da Hb total
   Diagnóstico importante para aconselhamento
    genético
Anomalias da hemoglobina
   Resultam de:
       Síntese de hemoglobina anormal
       Diminuição da velocidade de síntese das cadeias normais
        α ou β
Epidemiologia
   Doenças genéticas mais comuns
   Ocorrem nas regiões tropicais e subtropicais
   Algumas relacionadas com proteção contra
    malária
   β-talassemia no mediterrâneo
   α-talassemia no extremo oriente
Hemoglobinopatias
   Quantitativas
       Talassemias – deficiência na síntese de cadeias
        globínicas
   Qualitativas
       Hemoglobinas anormais (variantes) – alteração
        estrutural na cadeia globínica
   PHHF
       Persistência hereditária da hemoglobina fetal
Talassemias
   Deficiência parcial ou total de cadeias α ou β
   Consequências:
       Redução da síntese de Hb normal
       Desequilíbrio entre produção das cadeias globínicas
Síndromes α-talassêmicas
    Doença da Hb H ou Talassemia α Maior – 3
     deleções (α-/--)
        Anemia microcítica, hipocrômica, moderadamente
         severa (Hb 7-11 g/dL)
        Inclusões (Hb H, corpúsculo de heinz)
        Cels alvo
        Esplenomegalia
        Hb H 10-20% (precipitado nos eritrócitos)
        Hb A2 diminuída
Síndromes α-talassêmicas
Síndromes α-talassêmicas
   Traços talassêmicos α – são causados por perda de 1
    ou 2 genes (αα/-- ou α-/α- ou αα/α-)
       Em geral NÃO se associam a anemia, embora tenham
        VCM e HCM baixo e ERI acima de 5,5 milhões
       Maioria assintomáticos
       Hb H < 2%
Síndromes α-talassêmicas
   Diagnóstico:
       Observação eritrócitos
       Determinação hematimétrica
       Reticulócitos
       Pesquisa de corpúsculos Heinz
       Pesquisa de inclusões de Hb H (corante
        supravital)
       Eletroforese de Hb
       Análise familiar
Síndromes α-talassêmicas
   Portador silencioso (αα/α-)

   Traço talassêmico alfa (α-/α-) ou (αα/--)

   Doença da Hb H (α-/--)

   Hidropsia fetal (--/--) = incompatível com a
    vida!!!!!!!!
Síndromes β-talassêmicas
   β -talassemia maior ou Anemia de Cooley
     Mais de 200 defeitos genéticos detectados
     Chance de ocorrência em filhos de pai e mãe
       portadores = 1:4
     Genótipos: β0 (sem síntese de cadeia), β+(síntese
       pequena e insuficiente)
     Excesso de cadeias α precipita nas hemácias 
       eritropoese ineficaz e intensa hemólise. Quanto
       mais cadeias α, mais grave a anemia.
     Cadeias γ ajudam
Síndromes β-talassêmicas
   Características clínicas:
       Anemia grave 3 a 4 meses após o nascimento – nível de
        Hb entre 2-3 g/dL
       Hepatoesplenomegalia – resultado da destruição excessiva
        de eritrócitos, eritropoese extramedular e sobrecarga de
        ferro
       Expansão óssea (fácies talassêmica e fios de escova) com
        tendência a fraturas – intensa hiperplasia eritróide
       Paciente depende de transfusões sanguíneas
       Sobrecarga de ferro (transfusões e absorção da dieta) que
        necessita de quelação (na falta desta morte em 20-30
        anos)
Síndromes β-talassêmicas
Síndromes β-talassêmicas
Síndromes β-talassêmicas
   Diagnóstico laboratorial
       Hemograma:
           Hb, VCM, HCM 
            reticulócitos e eritroblastos
           Céls em alvo
           Pontilhado basófilo
           Corpos de Howell Jolly
       Biópsia medular
Síndromes β-talassêmicas
Síndromes β-talassêmicas
Síndromes β-talassêmicas
   Diagnóstico laboratorial:
       Eletroforese de hemoglobina – total ausência ou
        grande diminuição de Hb A, quase 100% de Hb F
       Cromatografia líquida para hemoglobinas
       Avaliação de ferro:
           Sérico, Ferritina, TIBC
           Ressonância
           Biópsia hepática
           Testes funcionais cardíacos, hepáticos e de órgãos
            endócrinos
Síndromes β-talassêmicas
Síndromes β-talassêmicas
   Tratamento:
       Transfusões – 2 a 3 unidades a cada 4 a 6 semanas
       Ácido fólico para reposição
       Quelantes de ferro
       Vitamina C (aumenta excreção de ferro produzida pelos
        quelantes)
       Esplenectomia pode ser necessária para diminuir a
        necessidade de transfusões
       Reposição hormonal
       Imunização para HBV
       Transplante de medula com 80% de sucesso
Síndromes β-talassêmicas
   Traço β-talassêmico ou Talassemia β
    Menor
       Anomalia comum, geralmente assintomática
       Quadro hematológico: VCM e HCM baixos, ERI
        alto e Hb 10-12 g/dL
       Hb A2 > 3,5%
       HbF normal ou pouco elevada
       Necessidade de aconselhamento pré-natal
Síndromes β-talassêmicas
   Talassemia intermediária
       Gravidade moderada – Hb 7 a 10 g/dL
       Sem necessidade de transfusão

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Atlas de alterações e doenças hematológicas Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas   Alberto GaldinoAtlas de alterações e doenças hematológicas   Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas Alberto Galdino
Lívia Galvão
 
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorialPlaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
Nelcivone Soares de Melo
 
Hemotransfusão
Hemotransfusão Hemotransfusão
Hemotransfusão
resenfe2013
 
Aula infusão de sangue e derivados
Aula   infusão de sangue e derivadosAula   infusão de sangue e derivados
Aula infusão de sangue e derivados
karol_ribeiro
 

Mais procurados (20)

Slide 1 Aula 1 Hematologia
Slide 1   Aula 1 HematologiaSlide 1   Aula 1 Hematologia
Slide 1 Aula 1 Hematologia
 
2 anemias - visão geral
2  anemias - visão geral2  anemias - visão geral
2 anemias - visão geral
 
Leucemia Mielóide Crônica
Leucemia Mielóide CrônicaLeucemia Mielóide Crônica
Leucemia Mielóide Crônica
 
1 c
1  c1  c
1 c
 
Peculiaridades do hemograma - Inicial
Peculiaridades do hemograma  - InicialPeculiaridades do hemograma  - Inicial
Peculiaridades do hemograma - Inicial
 
Apresentação leucemia
Apresentação leucemiaApresentação leucemia
Apresentação leucemia
 
Talassemia Alfa
Talassemia AlfaTalassemia Alfa
Talassemia Alfa
 
Imunologia do transplante
Imunologia do transplanteImunologia do transplante
Imunologia do transplante
 
Atlas de alterações e doenças hematológicas Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas   Alberto GaldinoAtlas de alterações e doenças hematológicas   Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas Alberto Galdino
 
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorialPlaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
 
Hemotransfusão
Hemotransfusão Hemotransfusão
Hemotransfusão
 
Coagulação Sanguínea
Coagulação SanguíneaCoagulação Sanguínea
Coagulação Sanguínea
 
Leucemia
LeucemiaLeucemia
Leucemia
 
Anemia falciforme ajmf
Anemia falciforme   ajmfAnemia falciforme   ajmf
Anemia falciforme ajmf
 
Hiv aids infeccoes oportunistas 2020
Hiv aids infeccoes oportunistas 2020Hiv aids infeccoes oportunistas 2020
Hiv aids infeccoes oportunistas 2020
 
Hemograma
HemogramaHemograma
Hemograma
 
1ª aula amostras biológicas
1ª aula   amostras biológicas1ª aula   amostras biológicas
1ª aula amostras biológicas
 
Caso clinico Anemia ferropriva
Caso clinico Anemia ferroprivaCaso clinico Anemia ferropriva
Caso clinico Anemia ferropriva
 
Aula infusão de sangue e derivados
Aula   infusão de sangue e derivadosAula   infusão de sangue e derivados
Aula infusão de sangue e derivados
 
Imuno-hematologia Básica
Imuno-hematologia BásicaImuno-hematologia Básica
Imuno-hematologia Básica
 

Semelhante a Leucócitos e Leucemias

Hematologia_clinica_e_laboratorial_dos_leucocitos_III.pdf
Hematologia_clinica_e_laboratorial_dos_leucocitos_III.pdfHematologia_clinica_e_laboratorial_dos_leucocitos_III.pdf
Hematologia_clinica_e_laboratorial_dos_leucocitos_III.pdf
MariaAparecida103394
 
Alterações
 Alterações Alterações
Alterações
dapab
 
Leucemia Mieloblastica Aguda
Leucemia Mieloblastica Aguda Leucemia Mieloblastica Aguda
Leucemia Mieloblastica Aguda
minater
 
Artigo irton101113 leucemia mieloide aguda- estudo de caso ufc ceara
Artigo irton101113 leucemia mieloide aguda- estudo de caso ufc cearaArtigo irton101113 leucemia mieloide aguda- estudo de caso ufc ceara
Artigo irton101113 leucemia mieloide aguda- estudo de caso ufc ceara
Irton Filho
 
Atlas de alterações e doenças hematológicas - Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas  - Alberto GaldinoAtlas de alterações e doenças hematológicas  - Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas - Alberto Galdino
Lívia Galvão
 
Leucemia
LeucemiaLeucemia
Leucemia
minater
 
Plasmacitopatias
PlasmacitopatiasPlasmacitopatias
Plasmacitopatias
vfunke
 

Semelhante a Leucócitos e Leucemias (20)

Leucemias agudas
Leucemias agudasLeucemias agudas
Leucemias agudas
 
Hematologia_clinica_e_laboratorial_dos_leucocitos_III.pdf
Hematologia_clinica_e_laboratorial_dos_leucocitos_III.pdfHematologia_clinica_e_laboratorial_dos_leucocitos_III.pdf
Hematologia_clinica_e_laboratorial_dos_leucocitos_III.pdf
 
Leucemias
LeucemiasLeucemias
Leucemias
 
Alterações
 Alterações Alterações
Alterações
 
Leucemias ucb
Leucemias ucbLeucemias ucb
Leucemias ucb
 
Questionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptx
Questionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptxQuestionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptx
Questionário de hemogramas - arquivo de revisão.pptx
 
Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)
Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)
Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)
 
Leucemia Mieloblastica Aguda
Leucemia Mieloblastica Aguda Leucemia Mieloblastica Aguda
Leucemia Mieloblastica Aguda
 
Lmc
LmcLmc
Lmc
 
Artigo irton101113 leucemia mieloide aguda- estudo de caso ufc ceara
Artigo irton101113 leucemia mieloide aguda- estudo de caso ufc cearaArtigo irton101113 leucemia mieloide aguda- estudo de caso ufc ceara
Artigo irton101113 leucemia mieloide aguda- estudo de caso ufc ceara
 
Atlas hematologico alterações hematologicas
Atlas hematologico   alterações hematologicasAtlas hematologico   alterações hematologicas
Atlas hematologico alterações hematologicas
 
Atlas de alterações e doenças hematológicas - Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas  - Alberto GaldinoAtlas de alterações e doenças hematológicas  - Alberto Galdino
Atlas de alterações e doenças hematológicas - Alberto Galdino
 
Leucemia
LeucemiaLeucemia
Leucemia
 
Plasmacitopatias
PlasmacitopatiasPlasmacitopatias
Plasmacitopatias
 
Hemato mieloma múltiplo
Hemato   mieloma múltiploHemato   mieloma múltiplo
Hemato mieloma múltiplo
 
Mieloma multiplo relato de caso clinico
Mieloma multiplo relato de caso clinicoMieloma multiplo relato de caso clinico
Mieloma multiplo relato de caso clinico
 
aula leucemia
aula leucemiaaula leucemia
aula leucemia
 
Aula 9: Dra. Bianca Baglioli (Oncologista Pediátrica)
 Aula 9: Dra. Bianca Baglioli (Oncologista Pediátrica)  Aula 9: Dra. Bianca Baglioli (Oncologista Pediátrica)
Aula 9: Dra. Bianca Baglioli (Oncologista Pediátrica)
 
Patologia renal-robbins
Patologia renal-robbinsPatologia renal-robbins
Patologia renal-robbins
 
Tratado hematologia cap 57
Tratado hematologia cap 57Tratado hematologia cap 57
Tratado hematologia cap 57
 

Leucócitos e Leucemias

  • 3.
  • 4. Maturação da série branca  Mieloblasto: é a célula m, possui dois ou mais nucléolos, núcleo com mais imatura. Mede cerca de 15 a 18 cromatina frouxa. Citoplasma escasso, basofílico, podendo apresentar grânulos e bastonetes de Auer. Podem indicar no hemograma leucemia mielóide, síndrome mielodisplásica ou reação leucemóide. Promielócitos: maior que o mieloblasto, citoplasma basófilo com muitos grânulos primários, zona de Golgi evidente, núcleo com cromatina frouxa e nucléolo visível. Mielócitos: citoplasma acidófilo, poucos grânulos, ausência do nucléolo, cromatina mais condensada.
  • 5. Maturação da série branca  Metamielócitos: poucos grânulos primários, núcleo achatado, cromatina condensada, grânulos secundários. Bastonetes: citoplasma acidófilo, núcleo alongado e curvo. Aumento na sua quantidade indica infecção. Segmentados: citoplasma acidófilo, núcleo segmentado, cromatina condensada, núcleo com dois a cinco lóbulos. Aumento na quantidade de neutrófilos indica infecção
  • 6. Gênese dos Neutrófilos na medula óssea: MB (mieloblasto), PM (promielócito), M (mielócito), MM (metamielócito), BT (bastonete), SG (segmentado).
  • 7. Grânulos  Primários – visualizados no promielócito e mielócito (inespecíficos) contém MPO catalisa a produção de hipoclorito (bactericida)  Secundários – a partir do metamielócito, contém lactoferrina quelante do ferro indisponibilizando-o para o crescimento bacteriano.
  • 8.
  • 9. Alterações reacionais  Neutrofilia  Neutropenia  Desvio à esquerda  Desvio à direita  Linfocitose (linfócitos atípicos – linfócitos T ativados) /mononucleose infecciosa /coqueluche  Linfopenia
  • 10. Alterações reacionais  Infecção bacteriana  Infecções virais  Tuberculose  Eosinofilia reacional  Reações leucemóides(linfóide e mielóide)
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 14. Reação Leucemóide (RL)  Resposta intensa (leucocitose acima de 50.000 leuc/microlitros)  Pode ser confundido com LMC  Diferenciar – eosinofilia, basofilia e plaquetose falam a favor da LMC, granulações tóxicas, corpúsculo de Dohle, vacúolos citoplasmáticos e plaquetopenia RL.  Fosfatase alcalina aumenta nos processo infecciosos e inflamatórios.
  • 15. Alterações da Série Branca  Hiperssegmentação  Granulações tóxicas – granulações primárias em metamielócitos e neutrófilos.  Corpúsculo de Dohle – visualização do Retículo endoplasmático rugoso.  May Hegglin - trombocitopenia familiar associada a inclusões, plaquetas gigantes, granulações acinzentadas  Chediak Higashi – Lisossomos gigantes e grânulos grandes, leucopenia  Peuger Huet – Benigna  Anomalia de Alder Reilly – mucopolissacaridose, inclusões alaranjadas
  • 21. Neoplasia  Proliferação celular que não obedece aos controles de crescimento.  Infiltrativa: ocorre perda ou modificação de função.  Ocasionada, geralmente por estímulos desconhecidos, que afetam determinada linhagem celular (clonal).
  • 22. Leucemia  Neoplasias malignas que afetam células precursoras hemopoéticas e se localizam originalmente na medula óssea
  • 23. Causas  Etiologia: geralmente desconhecida  Hereditários  Fatores genéticos ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS Radiação ionizante (u.v., raios X,etc)  Radiação não ionizante  Exposição ocupacional  Substâncias químicas (benzeno e seus derivados, agentes alquilantes,etc )  Vírus (HTLV-1, Epstein-Barr)  Secundárias a outras doenças?
  • 24. Fatores genéticos  SÍNDROME DE DOWN (trissomia do 21, LMA megacariocítica  SÍNDROME DE KLINEFELTER´S (XXY)  SÍNDROME DE BLOOM´S (LLA,LMA)  ATAXIA-TALIANGIECTASIA (LLA)  SÍNDROME DE FANCONI (LMA)
  • 28. SÍNDROME DE FANCONI  A síndrome de Fanconi é uma tubulopatia renal proximal complexa rara na qual se observa distúrbio na reabsorção de glicose, aminoácidos, fosfato, bicarbonato e potássio, além de proteinúria tubular, deficiente concentração urinária e distúrbios no processo de acidificação.
  • 29. BIOLOGIA DA CÉLULA TUMORAL  Geralmente Clonalidade  Independência de controle de proliferação e,ou na apoptose  Instabilidade gênica  Capacidade de infiltração e metástase  Capacidade de alterar a membrana basal  Independe de microambiente específico
  • 30. INTRODUÇÃO:  A Leucemia aguda é uma doença neoplásica do tecido hematopoético, caracterizada pela proliferação anormal das células progenitoras que perdem a capacidade de maturação e/ou diferenciação.
  • 31. EPIDEMIOLOGIA  Aproximadamente 31.500 casos/ano (EUA)  Relação homem/mulher 1.28:1.  LMA: 32% dos casos  LLC: 26% dos casos  LMC: 15% dos casos  LLA: 11% dos casos  Não classificadas: o restante.
  • 32. RECURSOS DIAGNÓSTICO HEMATOLÓGICO  Hemograma  Mielograma  Biópsia de medula óssea  Citoquímica/imunohistoquímica (MPO, SB,PAS)  Imunofenotipagem (Citometria de fluxo, anticorpos)  Citogenética (Cultura de células, Cariótipo)  Biologia molecular
  • 33.
  • 34.
  • 35. SINAIS E SINTOMAS MAIS FREQUENTES  Palidez  Cansaço  Anorexia  Perda de peso  Febre  Hemorragia  Hepatomegalia  Esplenomegalia  Adenopatia
  • 36. Classificação geral das Leucemias  LMA  LMC  LLA  LLC
  • 37. CLASSIFICAÇÃO F.A.B. P/ LMA  LMA-M0 INDIFERENCIADA  LMA-M1 SEM MATURAÇÃO  LMA-M2 COM MATURAÇÃO  LMA-M3 PROMIELOCÍTICA  LMA-M4 MIELOMONOCÍTICA  LMA-M5 MONOCÍTICA  LMA-M6 ERITRÓIDE  LMA-M7 MEGACARIOCÍTICA
  • 38. Classificação FAB P/ LLA Linfóides  L1: células regulares, homogêneas;  L2: células mais heterogêneas;  L3: células de citoplasma basófilo, vacuolado, correspondendo à morfologia do Linfoma de Burkitt
  • 39. LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA ( LMA )
  • 40. INTRODUÇÃO – LMA:  10.000 novos casos/ano e 7.000 mortes/ano  Representa 80% das leucemias agudas em adultos  A incidência aumenta com a idade, atingindo um pico na sexta década de vida  Não existe um fator genético associado
  • 41. SINTOMAS:  Insuficiência medular  Anemia  Trombocitopenia  Neutropenia  Dores abdominais  Dores articulares
  • 42. DIAGNÓSTICO:  Hemograma (aspecto morfológico)  Punção de medula óssea  Biópsia de medula óssea  Provas citoquimicas  Imunofenotipagem  Citogenética
  • 43. DIAGNÓSTICO LMA:  Hemograma = presença de blastos  Leucocitose (50.000/mm³), Anemia e trombocitopenia  Bastonetes de auer  Medula óssea > 20% mieloblastos  Provas citoquimicas específicas  Imunofenotipagem  Citogenética
  • 44. PROVAS CITOQUIMICAS:  Mieloperoxidase  Sudam black  Anae  Anae – fluoreto de sódio  Azul de toluidina  PAS
  • 45. MPO - Mieloperoxidase  Presente nos grânulos primários dos precursores dos neutrófilos;  A reação é positiva em blastos de origem mielóide com alguma evidência de maturação, nos promielócitos e mielócitos.  A MPO (SB) é importante na caracterização do Mieloblasto e uma prova positiva faz o diagnóstico de LMA.
  • 48. IMUNOFENOTIPAGEM:  A presença de antígenos de superfície nas células hematopoéticas tem um papel importante na identificação e classificação da linhagem e estado maturativo destas células.  A imunofenotipagem foi um grande avanço como auxílio diagnóstico e prognóstico e também no tratamento de inúmeras doenças hematológicas.
  • 49. CITOGENÉTICA:  O estudo das alterações cromossômicas nas leucemias é fundamental para se definir condutas terapêuticas e avaliações prognósticas da doença
  • 50. LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA-LMA CLASSIFICAÇÃO CITOGENÉTICA PROGNÓSTICO LMA-M0 LMA-M1 (sem maturação) t(9;22), inv(3) Ruim LMA-M2 (com maturação) t(8;21) Misto LMA-M3 (promielocítica) t(15;17) Bom LMA-M3 microgranular t(11:17), t(5;17) LMA-M4(mielomonocítica) inv 16 Bom LMA-M5 (monocítica) t(11)(q23) Bom M5a del(11)(q23) Ruim? M5b LMA-M6 (eritroleucemia) 5, 5q-, -7, 7q- Ruim LMA-M7 (megacariocítica) t(1;22) (crianças) Ruim
  • 60. LMA-M2  Prevalência 32%  BLASTOS COM MATURAÇÃO (grânulos)  Bastonetes de auer +  Mpo +  Imunofenotipagem: cd13;33 + cd14;15 +  T(8;21) foi a primeira translocação identificada no câncer humano (1972)  Comprometimento eosinofílico
  • 63. LMA-M3  Prevalência 12%  Promielócitos leucêmicos, “faggot cell”  Variante microgranular  Aspecto morfológico  Imunofenotipagem: Hla-dr - cd34;15 - cd13 + (100%)  CITOGENÉTICA: t(15;17)
  • 69. LMA-M4  Prevalência 23%  Blastos mielóides / monocitóides  Linhagem monocitóide < 20% m.O.  Anae +  Imunofenotipagem: cd34 + (difícil)  CITOGENÉTICA: VARIANTE lma-m4eo Inv(16) – (aberrante cd2)  Comprometimento snc
  • 73. LMA-M5  Prevalência 06%  Linhagem monocitóide > 80% m.O.  Subtipo a: sem maturação  Subtipo b: com maturação  Anae +  Imunofenotipagem: Cd33 + cd13 fraco cd34;117 - cd14;64 ++  Comprometimento em snc
  • 77. LMA-M6  Prevalência 04%  Medula óssea: > 50% precursores eritróides > 30% mieloblastos (cne)  Imunofenotipagem: Cd71 + glicoforina +
  • 79. LMA-M7  Prevalência 02%  Morfologicamente de difícil diferenciação  Imunofenotipagem: Cd41 + cd61 +
  • 81. LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA ( LMC )
  • 82. INTRODUÇÃO:  É uma doença mieloproliferativa clonal resultante da transformação maligna de uma célula-tronco hematopoética pluripotente, que envolve as linhagens mielóide, eritróide, megacariocítica, linfócitos B e as vezes linfócitos T.
  • 83. EPIDEMIOLOGIA:  Afeta adultos jovens mas a maior incidência da doença ocorre entre a 5a e 6a década da vida.  Predominância masculina de 1,4:1
  • 84. DIAGNÓSTICO:  Leucocitose > 100.000/mm³  Trombocitose > 600.000/mm³  Anemia  Neutrofilia com todas as formas maturativas mas com predomínio de mielócitos a segmentados.  Basofilia
  • 85. CITOGENÉTICA: • 90-95% DOS PACIENTES COM LMC TÊM A T(9;22) CLÁSSICA. • 2-10% DOS CASOS TÊM UMA TRANSLOCAÇÃO VARIANTE ENVOLVENDO O 9Q34 E O 22Q11 COM UM TERCEIRO OU MAIS CROMOSSOMOS. • PACIENTES COM A TRANSLOCAÇÃO CLÁSSICA E VARIANTE SÃO CLÍNICA E HEMATOLOGICAMENTE SEMELHANTES.
  • 86.
  • 87. FASES DA DOENÇA:  FASE CRÔNICA: FASE INICIAL, COM EXPANSÃO CLONAL MIELÓIDE, APRESENTANDO LEUCOCITOSE COM TODAS AS FASES DE MATURAÇÃO.  DURAÇÃO DE 3-4 ANOS.  BLASTOS NA MEDULA ÓSSEA: <10%
  • 91. FASES DA DOENÇA:  Fase acelerada: progressiva parada de maturação celular; aumento de resistência à terapia e evolução citogenética clonal.  ≥10% blastos na medula óssea ou sangue periférico;  ≥20% blastos + promielócitos na M.O ou S.P;  ≥20% basófilos + eosinófilos no sp.
  • 93. FASES DA DOENÇA:  Crise blastica : 50% dos casos são blastos mielóides; 30% blastos linfóides (pré-b) e 10% de blastos eritróides; está associada a um mau prognóstico, com sobrevida de 3-6 meses, e é caracterizada pela presença de >30% de blastos na medula óssea ou no sangue periférico ou por infiltrado extramedular de células leucêmicas
  • 96. LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA ( LLA )
  • 97. INTRODUÇÃO:  A leucemia aguda é uma doença neoplásica do tecido hematopoético, caracterizada pela proliferação anormal das células progenitoras que perdem a capacidade de maturação e/ou diferenciação.
  • 98. INTRODUÇÃO:  Classificada F.A.B. Em L1, L2 e L3  80% leucemias em crianças (2 a 5 anos)  Prevalência cor branca e sexo masculino
  • 99. SINTOMAS:  Insuficiência medular  Anemia  Trombocitopenia  Neutropenia  Dores abdominais  Dores articulares
  • 100. DIAGNÓSTICO:  Hemograma (aspecto morfológico)  Punção de medula óssea  Biópsia de medula óssea  Provas citoquimicas  Imunofenotipagem  Citogenética
  • 101. DIAGNÓSTICO LLA:  Hemograma = presença de blastos  Leucocitose (50.000/mm³), Anemia e trombocitopenia  Medula óssea > 20% linfoblastos  Provas citoquimicas específicas  Imunofenotipagem  Citogenética
  • 102. CITOQUIMICA:  PAS  Fosfatase ácida  Fosfatase ácida – tartarato  Verde metil pironina
  • 103. IMUNOFENOTIPAGEM:  A presença de antígenos de superfície nas células hematopoéticas tem um papel importante na identificação e classificação da linhagem e estado maturativo destas células.  A imunofenotipagem foi um grande avanço como auxílio diagnóstico e prognóstico e também no tratamento de inúmeras doenças hematológicas.
  • 104.
  • 105. IMUNOFENOTIPAGEM:  LINHAGEM B  HLA-DR + TDt + CD10;19 +  LLA-B precursoras: sem marcadores de imunoglobulina  LLA-B pré-B: imunoglobulina de cadeia pesada IgM  LLA-B maduras: imunoglobulina de superfície
  • 106. IMUNOFENOTIPAGEM:  LINHAGEM T  MARCADORES: TDt CD1;2;3;5;7 CD2 É O MAIS SENSÍVEL CD3 e 7 OS MAIS ESPECÍFICOS CD4 e CD8 + TDt +
  • 107. CITOGENÉTICA:  Quase 60% dos pacientes com LLA têm aberrações citogenéticas detectadas microscopicamente.  Esta percentagem é muito maior quando são consideradas as translocações críticas, como a t(12;21).
  • 108. CITOGENÉTICA:  ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS NUMÉRICAS: HIPERDIPLOIDIA (>50 CROMOSSOMOS): 25% NA LLA INFANTIL 6% NA LLA DE ADULTO HIPODIPLOIDIA (<46 CROMOSSOMOS): 5% TANTO NA LLA INFANTIL COMO NO ADULTO
  • 109. LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA  LLA-L1 BLASTOS HOMOGÊNEOS  LLA-L2 BLASTOS HETEROGÊNEOS  LLA-L3 BLASTOS COM CITOPLASMA BASÓFILO E VACUOLIZADO
  • 110. LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA CRIANÇAS ADULTOS LLA-L1 85% 35% LLA-L2 14% 60% LLA-L3 1% 5%
  • 111. LLA-L1
  • 112. LLA-L1
  • 113. LLA-L2
  • 114. LLA-L2
  • 115. LLA-L3
  • 116. LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA ( LLC )
  • 117. INTRODUÇÃO:  A LLC é uma neoplasia hematológica caracterizada pela proliferação e acúmulo de linfócitos maduros no sangue periférico.  A grande maioria dos casos envolvendo a proliferação do clone de células b.
  • 118. INTRODUÇÃO:  AFETA PACIENTES ACIME DE 50 ANOS  EM 50% DOS CASOS EXISTE ABERRAÇÃO CROMOSSÔMICA (TRISSOMIA 12)
  • 119.
  • 120.
  • 121.
  • 122. PROLINFOCÍTICA:  DIFERENCIAÇÃO: > 50% PROLINFÓCITOS CD22 + CD5 -
  • 123.
  • 124.
  • 125.
  • 126. HAIRY CELL  DIFERENCIAÇÃO MORFOLÓGICA.  CITOQUIMICA: FOSFATASE ÁCIDA – TARTARATO  IMUNOFENOTIPAGEM: CD19;20 + HLA-DR + CD5 -
  • 127.
  • 128.
  • 129. Hemoglobinopatias  Doenças hereditárias causadas por diminuição ou anomalia da síntese de globina  Afetam cerca de 7% da população mundial
  • 130. Hemoglobina  Proteína formada por 4 cadeias globínicas ligada a um grupamento heme que possui ferro e que transporta oxigênio.
  • 131. ANEMIA FALCIFORME “Anemia Drepanocítica” Anormalidade molecular Hb S (∝2β2 6Glu Val) Rigidez da membrana do eritrócito Viscosidade do sangue Desidratacão por K+ e Ca+2 no eritrócito
  • 132. Eritrócitos perdem a flexibilidade necessária para Membrana dos eritrócitos se alterão atravessar os capilares (pegajosas) e se aderem ao endotélio dos vasos: •Vasooclusão microvascular •Hemólise prematura
  • 133. Hemoglobina  Adulto – 3 tipos de Hb Hb A Hb F Hb A2 Estrutura α2β2 α2γ2 α2 2 Normal (%) 96-98 0,5 - 0,8 1,5 - 3,2  Genes que codificam as cadeias globínicas se encontram nos cromossomos 16 e 11
  • 134. Síndromes falciformes  Herança do gene da β-globina S (de Sickle = foice)  Padrões de herança:  Homozigótica: Hb SS (anemia falciforme)  Heterozigótica: Hb AS (traço falciforme)  Associado a outras variantes: Hb SC, Hb SD, Hb S/Tal β, Hb S/Tal α
  • 135. Síndromes falciformes  Fisiopatologia  Substituição na posição 6 da cadeia β de um ácido glutâmico por uma valina, causando profundas alterações na estabilidade e solubilidade da hemoglobina  A Hb S é insolúvel e forma cristais quando exposta a baixa tensão de O2  A Hb desoxigenada polimeriza (gel semi-sólido) – a célula adquire forma de foice, suscetível à hemólise  Os eritrócitos deformados podem ocluir a microcirculação e também grandes vasos.
  • 136. Síndromes falciformes  Consequências:  Anemia hemolítica crônica  Lesão crônica de órgãos e tecidos  Crises vaso-oclusivas dolorosas
  • 137. Anemia falciforme (Hb SS)  Manifestações clínicas:  Assintomática até ± 6 meses de idade  Anemia hemolítica grave, pontuada por crises a partir dos 6 meses  Crises vaso-oclusivas frequentes e precipitadas por infecção, acidose, desidratação, frio e desoxigenação, podendo levar a infarto em vários órgãos, incluindo ossos (síndrome pé- mão), pulmões, baço, cérebro e medula.
  • 138. Anemia falciforme  Crise de sequestro visceral – hepato e esplenomegalia, com exacerbação da anemia e necessidade de transfusão. A esplenectomia pode ser necessária  Crises aplásticas – resultado de infecção por parvovírus  Crises megaloblásticas – por deficiência de folato  Crises hemolíticas – queda da Hb e aumento de reticulócitos – acompanham crises dolorosas.
  • 139. Anemia falciforme  Lesões crônica dos órgãos  Crescimento e desenvolvimento alterados  Doença dos ossos e articulações  Manifestações cardiovasculares, pulmonares, hepatobiliares, gen itourinárias  Síndrome nefrótica  Priapismo  Manifestações oculares  Ulcerações por estase vascular e isquemia local
  • 140.
  • 141. Anemia falciforme  Achados laboratoriais:  Hemograma:  Hb entre 6 e 9 g/dL  Eritrócitos normocrômicos e normocíticos, tendendo a microcitose  HCT entre 20 e 30%  Leucocitose: entre 12.000 e 15.000 com neutrofilia  Plaquetas geralmente >440.000
  • 142. Anemia falciforme  Achados laboratoriais:  VSG baixo (diferente das outras anemias!!)  Microscopia:  Hemácias falciformes  Céls em alvo  Policromatofilia  Corpos de Howell-Jolly (atrofia esplênica)
  • 146. Anemia falciforme  Diagnóstico:  Eletroforese de Hb  HPLC de Hb  Testes de solubilidade  Hemograma completo  PCR
  • 147. Anemia falciforme  Tratamento:  Medidas preventivas – evitar frio, infecções, desidratação, anoxia  Ácido fólico  Higiene e boa nutrição  Controle da dor  Transfusão sanguínea somente em anemia mto grave  Hidroxiuréia (aumenta Hb F)
  • 148. Traço falciforme (Hb AS)  Paciente sem anemia e eritrócitos normais  Hematúria é o sintoma mais comum  A Hb S varia de 25 a 45% da Hb total  Diagnóstico importante para aconselhamento genético
  • 149. Anomalias da hemoglobina  Resultam de:  Síntese de hemoglobina anormal  Diminuição da velocidade de síntese das cadeias normais α ou β
  • 150. Epidemiologia  Doenças genéticas mais comuns  Ocorrem nas regiões tropicais e subtropicais  Algumas relacionadas com proteção contra malária  β-talassemia no mediterrâneo  α-talassemia no extremo oriente
  • 151. Hemoglobinopatias  Quantitativas  Talassemias – deficiência na síntese de cadeias globínicas  Qualitativas  Hemoglobinas anormais (variantes) – alteração estrutural na cadeia globínica  PHHF  Persistência hereditária da hemoglobina fetal
  • 152. Talassemias  Deficiência parcial ou total de cadeias α ou β  Consequências:  Redução da síntese de Hb normal  Desequilíbrio entre produção das cadeias globínicas
  • 153. Síndromes α-talassêmicas  Doença da Hb H ou Talassemia α Maior – 3 deleções (α-/--)  Anemia microcítica, hipocrômica, moderadamente severa (Hb 7-11 g/dL)  Inclusões (Hb H, corpúsculo de heinz)  Cels alvo  Esplenomegalia  Hb H 10-20% (precipitado nos eritrócitos)  Hb A2 diminuída
  • 155. Síndromes α-talassêmicas  Traços talassêmicos α – são causados por perda de 1 ou 2 genes (αα/-- ou α-/α- ou αα/α-)  Em geral NÃO se associam a anemia, embora tenham VCM e HCM baixo e ERI acima de 5,5 milhões  Maioria assintomáticos  Hb H < 2%
  • 156. Síndromes α-talassêmicas  Diagnóstico:  Observação eritrócitos  Determinação hematimétrica  Reticulócitos  Pesquisa de corpúsculos Heinz  Pesquisa de inclusões de Hb H (corante supravital)  Eletroforese de Hb  Análise familiar
  • 157. Síndromes α-talassêmicas  Portador silencioso (αα/α-)  Traço talassêmico alfa (α-/α-) ou (αα/--)  Doença da Hb H (α-/--)  Hidropsia fetal (--/--) = incompatível com a vida!!!!!!!!
  • 158. Síndromes β-talassêmicas  β -talassemia maior ou Anemia de Cooley  Mais de 200 defeitos genéticos detectados  Chance de ocorrência em filhos de pai e mãe portadores = 1:4  Genótipos: β0 (sem síntese de cadeia), β+(síntese pequena e insuficiente)  Excesso de cadeias α precipita nas hemácias  eritropoese ineficaz e intensa hemólise. Quanto mais cadeias α, mais grave a anemia.  Cadeias γ ajudam
  • 159. Síndromes β-talassêmicas  Características clínicas:  Anemia grave 3 a 4 meses após o nascimento – nível de Hb entre 2-3 g/dL  Hepatoesplenomegalia – resultado da destruição excessiva de eritrócitos, eritropoese extramedular e sobrecarga de ferro  Expansão óssea (fácies talassêmica e fios de escova) com tendência a fraturas – intensa hiperplasia eritróide  Paciente depende de transfusões sanguíneas  Sobrecarga de ferro (transfusões e absorção da dieta) que necessita de quelação (na falta desta morte em 20-30 anos)
  • 162. Síndromes β-talassêmicas  Diagnóstico laboratorial  Hemograma:  Hb, VCM, HCM    reticulócitos e eritroblastos  Céls em alvo  Pontilhado basófilo  Corpos de Howell Jolly  Biópsia medular
  • 165. Síndromes β-talassêmicas  Diagnóstico laboratorial:  Eletroforese de hemoglobina – total ausência ou grande diminuição de Hb A, quase 100% de Hb F  Cromatografia líquida para hemoglobinas  Avaliação de ferro:  Sérico, Ferritina, TIBC  Ressonância  Biópsia hepática  Testes funcionais cardíacos, hepáticos e de órgãos endócrinos
  • 167. Síndromes β-talassêmicas  Tratamento:  Transfusões – 2 a 3 unidades a cada 4 a 6 semanas  Ácido fólico para reposição  Quelantes de ferro  Vitamina C (aumenta excreção de ferro produzida pelos quelantes)  Esplenectomia pode ser necessária para diminuir a necessidade de transfusões  Reposição hormonal  Imunização para HBV  Transplante de medula com 80% de sucesso
  • 168. Síndromes β-talassêmicas  Traço β-talassêmico ou Talassemia β Menor  Anomalia comum, geralmente assintomática  Quadro hematológico: VCM e HCM baixos, ERI alto e Hb 10-12 g/dL  Hb A2 > 3,5%  HbF normal ou pouco elevada  Necessidade de aconselhamento pré-natal
  • 169. Síndromes β-talassêmicas  Talassemia intermediária  Gravidade moderada – Hb 7 a 10 g/dL  Sem necessidade de transfusão