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CONTRIBUIÇÕES ACADÊMICAS PARA A ARQUITETURA REGIONAL –                                   A
        ESPECIALIZAÇÃO EM ARQUITETURA NOS TRÓPICOS


                                                                  Lilyan R. Galvão da Silva
                                                                             Bolsista PIBIC
                                       Discente do Curso de Arquitetura e Urbanismo /UFPA

                                                                   Cybelle Salvador Miranda
                                                                    Doutora em Antropologia
                                                              Professora FAU/PPGAU/UFPA


RESUMO:

O Regionalismo na Arquitetura possibilitou o despertar às especificidades de cada região,
tornando-se um diferencial projetivo e possibilitando o surgimento de arquiteturas peculiares
e mais coerentes com a realidade de cada lugar. Em 1986, o primeiro curso de
Especialização em Arquitetura nos Trópicos da Universidade Federal do Pará possibilitou
uma maior ênfase a estas questões, sobretudo as climáticas, inserindo Belém no cenário
das discussões acerca do tema. De uma maneira bastante relevante, essas discussões
fizeram brotar em Belém, principalmente entre os profissionais da área e acadêmicos do
Curso de Arquitetura e Urbanismo, a consciência de que a arquitetura faz-se da
adequabilidade e das diversidades manifestas.

Palavras chave: Regionalismo, Tradição, Escola de Arquitetura, Arquitetura em
Belém.

ABSTRACT:

Regionalism in architecture contributed to the specificities of each region, making it a
differential projective. It made possible the emergence of consistent and unique architectures
according        with the reality of each place. In 1986, the first specialization   course in
Architecture in the Tropics at Universidade Federal do Pará (Belém, Brazil) enabled a great
emphasis on these issues, especially climate. On this regard, Belém was then introduced
in the scenario of discussions on the subject. Discussions were performed mainly among
professionals and students of the Course of Architecture and Urbanism, and thus they
relevantly brought to Belém the consciousness that architecture is made of the
suitability and diversities manifest.

Key words: Regionalism, Tradition, School of Architecture, Architecture in Belém.




CONTRIBUIÇÕES ACADÊMICAS PARA A ARQUITETURA REGIONAL – A
ESPECIALIZAÇÃO EM ARQUITETURA NOS TRÓPICOS

   1. Regionalismo: um parêntese ou uma vírgula na Arquitetura?

       Dentro da história da Arquitetura o regionalismo parece nem ter tanta
significação assim. Por vezes passa despercebido. Um curto espaço de tempo de
uma manifestação conotada diversas vezes como reacionária ao Movimento
Moderno, mas que, todavia, é ideologicamente marcada por um cunho de
individualidade importante dentro do contexto de desenvolvimento da arquitetura
contemporânea.

      O Movimento Moderno trouxera a estandardização da arquitetura, o
Regionalismo a valorização das manifestações individuais em suas expressões
peculiares de lugar, de cultura; como sinônimo de força que roga por existir e que
clama por evidência valorada em sua significação única. O Regionalismo
arquitetônico – muitas vezes acompanhado de seu predicativo “Crítico” – na visão de
alguns teóricos do assunto representou a chamada terceira geração da arquitetura
contemporânea. Uma fase de respeito e valorização das tradições arquitetônicas
locais, fato importante e despertar de consciência ante ao acelerado processo de
padronização que a arquitetura moderna vinha sobrepujando. Como uma vírgula, fez
uma quebra num período. Contudo, fez-se parêntese quando explicou melhor o
quão é importante valorizar as particularidades regionais.

      Fora com Frampton que a conotação de Regionalismo Crítico ganhara força.
Para este “o regionalismo crítico deve ser entendido como uma prática marginal que,
embora crítica acerca da modernização, ainda assim se recusa a abandonar os
aspectos emancipatórios e progressistas do legado arquitetônico moderno.” 1 Se
pretende assim, processar o regionalismo não como uma reação ao movimento de
estandardização, mas a busca por uma conciliação de valores. De fato não se trata
de oposição, e sim de uma nova leitura face ao processo de desenvolvimento
arquitetônico. E todas as discussões e definições do tema representam uma
expressão importante dentro do desenvolvimento teórico e prático da arquitetura,
não como uma manifestação autêntica, como bem observa Colquhoun2 em artigo:

                     desde o início, o conceito de uma arquitetura regional não era exatamente o
                     que parecia ser. Era mais um objeto de desejo que um fato objetivo. Por
                     isso a arquitetura do regionalismo, impulsionada pelos românticos, não
                     poderia ser essa coisa “autêntica.

      Na verdade o Regionalismo clama os preceitos culturais, geográficos,
climáticos, enfim, todas as características que inferem na produção arquitetônica
valores do lugar onde está inserida, permitindo que se reconheça nesta imagem um
local, uma cultura, uma tradição, uma identidade.

   1. Verificando a pontuação brasileira:

      No Brasil a onda de manifestações regionalistas ocorreu em diversos estados.
Na década de 80 por todo o país se desenvolveram arquiteturas que enfatizaram a
busca por essas especificidades. Dos grandes expoentes de formação arquitetônica
do país: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais... migraram profissionais,
recém graduados para empreender em várias regiões do território, novas práticas
arquitetônicas muito mais engajadas de regionalidade; caracterizando o que Hugo
Segawa3 denominou por “Arquitetos peregrinos, nômades e migrantes”. Foi assim
com Severiano Porto, em Manaus; Luiz Nunes em Recife; Hélio Duarte, em São
Paulo e Jorge Derenji em Belém.

      Um considerável número de Escolas de Arquitetura surge no país na década
de 60. O desenvolvimento brasileiro reflete no processo de formação de novos
profissionais na arquitetura, assim como o próprio impacto da criação de Brasília
também influencia sobremaneira. O cenário de discussões estava crescendo,
contudo não menos consciente de seu papel social.

                       A euforia do período “revolucionário” – com seu apogeu por volta de 1972 –,
                       contemplando favoravelmente o mercado de trabalho dos arquitetos,
                       escamoteou um conjunto de deficiências e questões mal-postas que se
                       tornaram transparentes com o declínio do “milagre econômico”, tendo como
                       sintomas superficiais as “crises” nos cursos de arquitetura (sobretudo nas
                       instituições particulares)4.

      A terceira geração modernista brasileira mostrou-se disposta, sobretudo, a
fazer arquitetura com o que lhe havia e estava ao seu alcance, sem
necessariamente abrir mão do processo de evolução tecnológica que trouxera o
Movimento Moderno, conciliando assim criatividade e sensibilidade.

      Em Belém, ao longo de sua história, houve a manifestação de diversos estilos
arquitetônicos.   Um     breve     passeio     pela    Cidade      Velha5     permite     narrar,
cronologicamente, o surgimento da cidade à sua expansão. Embora os edifícios
mais imponentes (Neoclássicos e Ecléticos) sejam os que primeiramente identificam
a produção arquitetônica da cidade e expressamente a caracterizem, de forma geral
não a definem. É a somatória de todas as expressões: das que se edificam em
consonância com os “modismos” difundidos pelo país, e as que outrora surgem
como fruto da adequabilidade dos condicionantes culturais e climáticos; que formam
um conjunto arquitetônico coerente com sua história e tornam-se passíveis de
identificá-la.

       As arquiteturas enquadradas dentro do ecletismo tardio, o neocolonial, o Art
Decó e do racionalismo clássico caracterizam-se por reverberarem as influências
econômicas da áurea época da borracha, frutos da mão de obra tradicionalmente
importada àquela época para produzir os imperativos das primeiras classes
burguesas resididas na capital. Os primeiros projetistas propriamente da região (e
consideram-se aqui os possuidores de formação acadêmica), já frutos do Curso de
Engenharia da UFPA, fundado em 1931, foram então responsáveis pela introdução
dos traços modernistas, que esparsamente encontram-se pela cidade em
conseqüência do crescimento urbano das décadas de 60 e 70, quando Belém
chegou a ser considerada a quarta maior capital do país. E assim, o espaço
arquitetônico, aos poucos, identifica o surgimento de manifestações mais
conscientes      de   adequabilidade   com   suas   características   e   todos   seus
condicionantes.

       O processo de constituição do pensamento arquitetônico em Belém possui
inferências de categorias diversas no tocante a sua configuração. Quando do
advento da “Escola de Arquitetura” em Belém essas arquiteturas já se encontravam.
O curso de Arquitetura surge permeado das tendências modernistas que
hipnotizavam o país, influenciado tanto pela de sua escola de criação (UFRGS)
quanto pela própria época histórica. Em princípio, seu desenrolar é voltado para dar
competência aos profissionais – engenheiros civis – que desenvolviam a atividade
de arquitetura sem a devida habilitação. Embora estivessem imbuídos nesses ideais
de implantação do curso outros valores como o próprio contexto nacional
desenvolvimentista, o desenrolar do Curso correspondeu de imediato às
necessidades desses profissionais.

        Nos completos 45 anos do Curso de Arquitetura e Urbanismo em Belém
existe um considerável caminho de conquistas e mudanças. A “Escola”, semente em
formação, que caminhava entre os ideais modernistas latentes à época, direcionava
o ensino da arquitetura ao tecnicismo prático. O Curso, todavia, possibilitou não só o
“socorro” aos engenheiros necessitados, como também a oportunidade que Belém
precisava para se inserir no universo das discussões teóricas sobre o assunto de
forma mais consciente.

      A grade curricular assegurou a efetivação desse processo e inclusive a
primeira foi feita aos moldes rio grandenses. Alguns dos professores formados à
época ressaltam o quão forte era essa influência no ensino.

                       A estrutura do Curso de Arquitetura aqui foi montada perfeitamente
                      integrada na sua organização com o Curso de Arquitetura lá de Porto
                      Alegre, Rio Grande do Sul. Evidentemente que, a gente tentando fazer
                      umas adaptações para o ambiente local, a Amazônia, trazer, porque a
                      formação do arquiteto, aquela velha coisa, você tem que formar profissional
                      que trabalhe evidentemente na sua terra, mas você não pode formar um
                      arquiteto especificamente regional.6

      De todo modo, o pragmatismo conferiu influências fortes na arquitetura
modernista que encontramos pela cidade, contudo o que de todo modo não lhes
cerceou a espontaneidade. Os engenheiros recém formados arquitetos possuíram
métodos projetistas próprios onde buscavam conciliar os conceitos arquitetônicos
com a engenharia e as influências modernistas dentro das condições locais e
acabavam por conferir ao projeto o ar de atualidade exigido pelas novas classes
elitistas e uma característica singular. Temos o Raio-que-o-parta7 como um símbolo
desse processo.

   2. Colocando a pontuação

      À medida que o Curso foi se consolidando permitiu que o espírito de produção
se modificasse. Ronaldo Carvalho8, formado na sexta turma do Curso e atual
professor na hoje denominada Faculdade, ressalta: “Os primeiros alunos de
arquitetura queriam o título de Arquiteto; e a nossa formação se preocupava
eminentemente em ser arquiteto.” Em finais da década de 70 as questões acerca do
ensino do processo projetual arquitetônico tornaram-se uma tônica recorrente e
dividia opiniões. José Bassalo9, também professor da faculdade, lembra que os
alunos dividiam-se ideologicamente, e ele, à época, considerava que o profissional
de arquitetura deveria ser prático e não teórico.

      A reforma curricular de 1977 teve como diferencial a modificação da disciplina
de Conforto Ambiental de optativa à obrigatória. Época em que as discussões sobre
esse assunto começam a ganhar força em diversas regiões do país. Na década de
80 este assunto em Belém é enfatizado consideravelmente. Tal fato é comprovado
através do notável número de trabalhos de conclusão de curso (TCC) que
abordavam o assunto, culminando com a realização do 1º Curso de Especialização
em Arquitetura nos Trópicos em 1986.

      A partir de então o Curso passa a permitir que as questões regionais,
especificamente as climáticas, à época, ganhem uma maior ênfase. Inicia-se o salto
para que a busca pelas especificidades de cada região tornem-se o diferencial
projetivo e possibilite o surgimento de arquiteturas mais peculiares. O que hoje é
discutido como Regionalismo Crítico, possui suas raízes plantadas nesse despertar
de consciência e de atenção.

      O Curso de Especialização em Arquitetura nos Trópicos (1986) permitiu que
as questões de conforto ambiental fossem tratadas de forma mais direcionadas às
especificidades locais. A turma se constituiu principalmente de profissionais
renomados (Milton Monte, Paul Albuquerque, Manoel Maia da Costa, Ronaldo de
Carvalho...) e de arquitetos recém-formados que viriam a ter renome (Eurico Alves,
José Bassalo...) e durante dois anos, discutiu questões atinentes à adequabilidade
climática na arquitetura e urbanismo, sob a orientação teórica dos prestigiados
profissionais como Edgar Graeff, Severiano Porto, Márcio Villas Boas, Luiz Carlos
Chichierchio, entre outros.

      As discussões teóricas tanto enfatizavam questões climáticas quanto
ensejavam a defesa pelas peculiaridades regionais. Nas apostilas de Edgar Graeff,
que serviram de fundamentação teórica aos alunos, existiam consideráveis
discussões acerca da importância em se valorizar e se adequar arquitetura às
características de cada região.     O relativo distanciamento histórico nos permite
enquadrar aquela manifestação dentro do Regionalismo Crítico propagado por
Kennett Frampton, haja vista que a consciência era por adequação das
características locais e a utilização dos recursos disponíveis.

      Embora observemos valiosas contribuições à formação de uma identidade
regional permitindo uma caracterização mais peculiar à cidade, não podemos
considerar que nossa manifestação regional foi única e independente no cenário
nacional. Possuímos todo o acervo de obras e o legado do conhecimento intuitivo e
prático do Mestre Monte10 com sua arquitetura influenciada pelas casas ribeirinhas e
o barracão indígena, configurando características tipicamente regionais; e temos
também a influência sulista de Jorge Derenji 11, que ao chegar à região para lecionar
na ainda Escola de Arquitetura, atinou para as questões de adequabilidade, contudo
utilizando-se das regras de sua de formação: a modernista, influência extra-regional.

      De uma maneira muito relevante essas contribuições em torno do
regionalismo fez brotar em Belém, e especificamente nas discussões acadêmicas da
hoje Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, a consciência de que a arquitetura faz-
se da adequabilidade e, sobretudo das diversidades manifestas, seja qual estilo for,
para que se possa, conscientemente, reconhecer na cidade, sem erros ou
restrições, o espaço arquitetônico que a identifica.           Verificando assim, que as
manifestações regionalistas engrandeceram a história, ressaltaram a cultura e
principalmente fortalecem o elo de consciência sobre a importância projetual aliada
às questões específicas de cada lugar. O Regionalismo, sobretudo, permite ser um
vocativo às questões particulares de cada região, antes mesmo de tentar fazer uma
quebra num período ou explicar melhor determinado tipo de manifestação.




                  Santuário de Fátima – Projeto Arquiteto Stélio Santa Rosa

                                   Foto: Cybelle Miranda
Interpass Clube reportagem da Revista Projeto nº 156.
                                               Fonte: Revista Projeto




           Notas

1
 - FRAMPTON, Kenneth. História crítica da arquitetura moderna. 2ª Edição. São Paulo: Martins Fontes, 2008. p.
396.
2
    - ELIAS apud COLQUHOUN, Alan. O conceito de regionalismo. Projeto, 159, dez 1992. p. 76.
3
    - SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil Anos 80. São Paulo: Projeto, 1998. p. 9.
4
    - SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil Anos 80. São Paulo: Projeto, 1998. p.12.
5
    - Cidade Velha: bairro mais antigo na cidade de Belém, Pará.
6
    - Entrevista concedida pelo Professor Hélio de Oliveira Veríssimo em 27/01/2009, à Cybelle Salvador Miranda.
7
  - Raio que o parta: Ver MIRANDA, Cybelle Salvador, CARVALHO, Ronaldo Marques de. Dos mosaicos às
curvas: a estética modernista na Arquitetura residencial de Belém. Arquitextos (São Paulo), v.112, n° 523, 2009.
Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp523.asp>. Acesso em: 22 mar. 2010.
8
 - Entrevista concedida pelo Arquiteto Ronaldo Nonato Ferreira Marques de Carvalho à discente Tainá Parente
em 16 de março de 2009.
9
 - Entrevista concedida pelo professor José Maria Coelho Bassalo a discente Lilyan Galvão em 2 de fevereiro de
2010.
10
  - Entrevista concedida pelo Professor Milton José Pinheiro Monte a Cybelle Miranda e Ronaldo Marques de
Carvalho em 11 de abril de 2009
11
     - Um dos primeiro professores do Curso de Arquitetura da Universidade Federal do Pará.



Referencias:
COLQUHOUN, Alan. “O conceito de Regionalismo” in Projeto nº 159, 1992.

FAVILLA, Daniela. Regionalismo crítico e a arquitetura brasileira contemporânea: o caso
Severino Porto. Campinas, SP 2003. Dissertação de Mestrado (Artes). Instituto de Artes.
Universidade Estadual de Campinas. 2003. 148p.

FERNANDÉZ COX, Cristián. “Modernidade Apropriada, Revisada e Reencantada” in Projeto
nº 146, São Paulo, out 1991.

FRAMPTON, Kenneth. História crítica da arquitetura moderna. 2ª Edição. São Paulo:
Martins Fontes, 2008.

GRAEFF, Edgar Albuquerque. Apostilas do curso de Especialização em Arquiteturas nos
Trópicos, Capítulo 4, Meios de Composição. Belém, 1986.

SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil Anos 80. São Paulo: Projeto, 1998.

TOSTES, José Alberto; RAMOS, Ronaldo; MATOS, Edvaldo. Curso de Arquitetura da
Universidade Federal do Pará. Belém, 1988. Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura).
Centro Tecnológico. Universidade Federal do Pará. 1988. 117 p.


Lilyan Galvão
Graduanda da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará.
Bolsista (PIBIC-AF UFPA) do Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará, vinculada à Pesquisa:
“Panorâmica do Curso de Arquitetura da Universidade Federal do Pará: da „Escola‟ a
Faculdade”.

Cybelle Salvador Miranda
Doutora em antropologia, Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
e do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (ITEC/UFPA).
Coordenadora do Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural.

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Contribuições acadêmicas para a Arquitetura Regional – A Especialização em Arquitetura nos Trópicos

  • 1. CONTRIBUIÇÕES ACADÊMICAS PARA A ARQUITETURA REGIONAL – A ESPECIALIZAÇÃO EM ARQUITETURA NOS TRÓPICOS Lilyan R. Galvão da Silva Bolsista PIBIC Discente do Curso de Arquitetura e Urbanismo /UFPA Cybelle Salvador Miranda Doutora em Antropologia Professora FAU/PPGAU/UFPA RESUMO: O Regionalismo na Arquitetura possibilitou o despertar às especificidades de cada região, tornando-se um diferencial projetivo e possibilitando o surgimento de arquiteturas peculiares e mais coerentes com a realidade de cada lugar. Em 1986, o primeiro curso de Especialização em Arquitetura nos Trópicos da Universidade Federal do Pará possibilitou uma maior ênfase a estas questões, sobretudo as climáticas, inserindo Belém no cenário das discussões acerca do tema. De uma maneira bastante relevante, essas discussões fizeram brotar em Belém, principalmente entre os profissionais da área e acadêmicos do Curso de Arquitetura e Urbanismo, a consciência de que a arquitetura faz-se da adequabilidade e das diversidades manifestas. Palavras chave: Regionalismo, Tradição, Escola de Arquitetura, Arquitetura em Belém. ABSTRACT: Regionalism in architecture contributed to the specificities of each region, making it a differential projective. It made possible the emergence of consistent and unique architectures according with the reality of each place. In 1986, the first specialization course in Architecture in the Tropics at Universidade Federal do Pará (Belém, Brazil) enabled a great emphasis on these issues, especially climate. On this regard, Belém was then introduced in the scenario of discussions on the subject. Discussions were performed mainly among professionals and students of the Course of Architecture and Urbanism, and thus they relevantly brought to Belém the consciousness that architecture is made of the suitability and diversities manifest. Key words: Regionalism, Tradition, School of Architecture, Architecture in Belém. CONTRIBUIÇÕES ACADÊMICAS PARA A ARQUITETURA REGIONAL – A ESPECIALIZAÇÃO EM ARQUITETURA NOS TRÓPICOS 1. Regionalismo: um parêntese ou uma vírgula na Arquitetura? Dentro da história da Arquitetura o regionalismo parece nem ter tanta significação assim. Por vezes passa despercebido. Um curto espaço de tempo de
  • 2. uma manifestação conotada diversas vezes como reacionária ao Movimento Moderno, mas que, todavia, é ideologicamente marcada por um cunho de individualidade importante dentro do contexto de desenvolvimento da arquitetura contemporânea. O Movimento Moderno trouxera a estandardização da arquitetura, o Regionalismo a valorização das manifestações individuais em suas expressões peculiares de lugar, de cultura; como sinônimo de força que roga por existir e que clama por evidência valorada em sua significação única. O Regionalismo arquitetônico – muitas vezes acompanhado de seu predicativo “Crítico” – na visão de alguns teóricos do assunto representou a chamada terceira geração da arquitetura contemporânea. Uma fase de respeito e valorização das tradições arquitetônicas locais, fato importante e despertar de consciência ante ao acelerado processo de padronização que a arquitetura moderna vinha sobrepujando. Como uma vírgula, fez uma quebra num período. Contudo, fez-se parêntese quando explicou melhor o quão é importante valorizar as particularidades regionais. Fora com Frampton que a conotação de Regionalismo Crítico ganhara força. Para este “o regionalismo crítico deve ser entendido como uma prática marginal que, embora crítica acerca da modernização, ainda assim se recusa a abandonar os aspectos emancipatórios e progressistas do legado arquitetônico moderno.” 1 Se pretende assim, processar o regionalismo não como uma reação ao movimento de estandardização, mas a busca por uma conciliação de valores. De fato não se trata de oposição, e sim de uma nova leitura face ao processo de desenvolvimento arquitetônico. E todas as discussões e definições do tema representam uma expressão importante dentro do desenvolvimento teórico e prático da arquitetura, não como uma manifestação autêntica, como bem observa Colquhoun2 em artigo: desde o início, o conceito de uma arquitetura regional não era exatamente o que parecia ser. Era mais um objeto de desejo que um fato objetivo. Por isso a arquitetura do regionalismo, impulsionada pelos românticos, não poderia ser essa coisa “autêntica. Na verdade o Regionalismo clama os preceitos culturais, geográficos, climáticos, enfim, todas as características que inferem na produção arquitetônica
  • 3. valores do lugar onde está inserida, permitindo que se reconheça nesta imagem um local, uma cultura, uma tradição, uma identidade. 1. Verificando a pontuação brasileira: No Brasil a onda de manifestações regionalistas ocorreu em diversos estados. Na década de 80 por todo o país se desenvolveram arquiteturas que enfatizaram a busca por essas especificidades. Dos grandes expoentes de formação arquitetônica do país: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais... migraram profissionais, recém graduados para empreender em várias regiões do território, novas práticas arquitetônicas muito mais engajadas de regionalidade; caracterizando o que Hugo Segawa3 denominou por “Arquitetos peregrinos, nômades e migrantes”. Foi assim com Severiano Porto, em Manaus; Luiz Nunes em Recife; Hélio Duarte, em São Paulo e Jorge Derenji em Belém. Um considerável número de Escolas de Arquitetura surge no país na década de 60. O desenvolvimento brasileiro reflete no processo de formação de novos profissionais na arquitetura, assim como o próprio impacto da criação de Brasília também influencia sobremaneira. O cenário de discussões estava crescendo, contudo não menos consciente de seu papel social. A euforia do período “revolucionário” – com seu apogeu por volta de 1972 –, contemplando favoravelmente o mercado de trabalho dos arquitetos, escamoteou um conjunto de deficiências e questões mal-postas que se tornaram transparentes com o declínio do “milagre econômico”, tendo como sintomas superficiais as “crises” nos cursos de arquitetura (sobretudo nas instituições particulares)4. A terceira geração modernista brasileira mostrou-se disposta, sobretudo, a fazer arquitetura com o que lhe havia e estava ao seu alcance, sem necessariamente abrir mão do processo de evolução tecnológica que trouxera o Movimento Moderno, conciliando assim criatividade e sensibilidade. Em Belém, ao longo de sua história, houve a manifestação de diversos estilos arquitetônicos. Um breve passeio pela Cidade Velha5 permite narrar, cronologicamente, o surgimento da cidade à sua expansão. Embora os edifícios mais imponentes (Neoclássicos e Ecléticos) sejam os que primeiramente identificam a produção arquitetônica da cidade e expressamente a caracterizem, de forma geral não a definem. É a somatória de todas as expressões: das que se edificam em
  • 4. consonância com os “modismos” difundidos pelo país, e as que outrora surgem como fruto da adequabilidade dos condicionantes culturais e climáticos; que formam um conjunto arquitetônico coerente com sua história e tornam-se passíveis de identificá-la. As arquiteturas enquadradas dentro do ecletismo tardio, o neocolonial, o Art Decó e do racionalismo clássico caracterizam-se por reverberarem as influências econômicas da áurea época da borracha, frutos da mão de obra tradicionalmente importada àquela época para produzir os imperativos das primeiras classes burguesas resididas na capital. Os primeiros projetistas propriamente da região (e consideram-se aqui os possuidores de formação acadêmica), já frutos do Curso de Engenharia da UFPA, fundado em 1931, foram então responsáveis pela introdução dos traços modernistas, que esparsamente encontram-se pela cidade em conseqüência do crescimento urbano das décadas de 60 e 70, quando Belém chegou a ser considerada a quarta maior capital do país. E assim, o espaço arquitetônico, aos poucos, identifica o surgimento de manifestações mais conscientes de adequabilidade com suas características e todos seus condicionantes. O processo de constituição do pensamento arquitetônico em Belém possui inferências de categorias diversas no tocante a sua configuração. Quando do advento da “Escola de Arquitetura” em Belém essas arquiteturas já se encontravam. O curso de Arquitetura surge permeado das tendências modernistas que hipnotizavam o país, influenciado tanto pela de sua escola de criação (UFRGS) quanto pela própria época histórica. Em princípio, seu desenrolar é voltado para dar competência aos profissionais – engenheiros civis – que desenvolviam a atividade de arquitetura sem a devida habilitação. Embora estivessem imbuídos nesses ideais de implantação do curso outros valores como o próprio contexto nacional desenvolvimentista, o desenrolar do Curso correspondeu de imediato às necessidades desses profissionais. Nos completos 45 anos do Curso de Arquitetura e Urbanismo em Belém existe um considerável caminho de conquistas e mudanças. A “Escola”, semente em formação, que caminhava entre os ideais modernistas latentes à época, direcionava o ensino da arquitetura ao tecnicismo prático. O Curso, todavia, possibilitou não só o
  • 5. “socorro” aos engenheiros necessitados, como também a oportunidade que Belém precisava para se inserir no universo das discussões teóricas sobre o assunto de forma mais consciente. A grade curricular assegurou a efetivação desse processo e inclusive a primeira foi feita aos moldes rio grandenses. Alguns dos professores formados à época ressaltam o quão forte era essa influência no ensino. A estrutura do Curso de Arquitetura aqui foi montada perfeitamente integrada na sua organização com o Curso de Arquitetura lá de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Evidentemente que, a gente tentando fazer umas adaptações para o ambiente local, a Amazônia, trazer, porque a formação do arquiteto, aquela velha coisa, você tem que formar profissional que trabalhe evidentemente na sua terra, mas você não pode formar um arquiteto especificamente regional.6 De todo modo, o pragmatismo conferiu influências fortes na arquitetura modernista que encontramos pela cidade, contudo o que de todo modo não lhes cerceou a espontaneidade. Os engenheiros recém formados arquitetos possuíram métodos projetistas próprios onde buscavam conciliar os conceitos arquitetônicos com a engenharia e as influências modernistas dentro das condições locais e acabavam por conferir ao projeto o ar de atualidade exigido pelas novas classes elitistas e uma característica singular. Temos o Raio-que-o-parta7 como um símbolo desse processo. 2. Colocando a pontuação À medida que o Curso foi se consolidando permitiu que o espírito de produção se modificasse. Ronaldo Carvalho8, formado na sexta turma do Curso e atual professor na hoje denominada Faculdade, ressalta: “Os primeiros alunos de arquitetura queriam o título de Arquiteto; e a nossa formação se preocupava eminentemente em ser arquiteto.” Em finais da década de 70 as questões acerca do ensino do processo projetual arquitetônico tornaram-se uma tônica recorrente e dividia opiniões. José Bassalo9, também professor da faculdade, lembra que os alunos dividiam-se ideologicamente, e ele, à época, considerava que o profissional de arquitetura deveria ser prático e não teórico. A reforma curricular de 1977 teve como diferencial a modificação da disciplina de Conforto Ambiental de optativa à obrigatória. Época em que as discussões sobre esse assunto começam a ganhar força em diversas regiões do país. Na década de
  • 6. 80 este assunto em Belém é enfatizado consideravelmente. Tal fato é comprovado através do notável número de trabalhos de conclusão de curso (TCC) que abordavam o assunto, culminando com a realização do 1º Curso de Especialização em Arquitetura nos Trópicos em 1986. A partir de então o Curso passa a permitir que as questões regionais, especificamente as climáticas, à época, ganhem uma maior ênfase. Inicia-se o salto para que a busca pelas especificidades de cada região tornem-se o diferencial projetivo e possibilite o surgimento de arquiteturas mais peculiares. O que hoje é discutido como Regionalismo Crítico, possui suas raízes plantadas nesse despertar de consciência e de atenção. O Curso de Especialização em Arquitetura nos Trópicos (1986) permitiu que as questões de conforto ambiental fossem tratadas de forma mais direcionadas às especificidades locais. A turma se constituiu principalmente de profissionais renomados (Milton Monte, Paul Albuquerque, Manoel Maia da Costa, Ronaldo de Carvalho...) e de arquitetos recém-formados que viriam a ter renome (Eurico Alves, José Bassalo...) e durante dois anos, discutiu questões atinentes à adequabilidade climática na arquitetura e urbanismo, sob a orientação teórica dos prestigiados profissionais como Edgar Graeff, Severiano Porto, Márcio Villas Boas, Luiz Carlos Chichierchio, entre outros. As discussões teóricas tanto enfatizavam questões climáticas quanto ensejavam a defesa pelas peculiaridades regionais. Nas apostilas de Edgar Graeff, que serviram de fundamentação teórica aos alunos, existiam consideráveis discussões acerca da importância em se valorizar e se adequar arquitetura às características de cada região. O relativo distanciamento histórico nos permite enquadrar aquela manifestação dentro do Regionalismo Crítico propagado por Kennett Frampton, haja vista que a consciência era por adequação das características locais e a utilização dos recursos disponíveis. Embora observemos valiosas contribuições à formação de uma identidade regional permitindo uma caracterização mais peculiar à cidade, não podemos considerar que nossa manifestação regional foi única e independente no cenário nacional. Possuímos todo o acervo de obras e o legado do conhecimento intuitivo e
  • 7. prático do Mestre Monte10 com sua arquitetura influenciada pelas casas ribeirinhas e o barracão indígena, configurando características tipicamente regionais; e temos também a influência sulista de Jorge Derenji 11, que ao chegar à região para lecionar na ainda Escola de Arquitetura, atinou para as questões de adequabilidade, contudo utilizando-se das regras de sua de formação: a modernista, influência extra-regional. De uma maneira muito relevante essas contribuições em torno do regionalismo fez brotar em Belém, e especificamente nas discussões acadêmicas da hoje Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, a consciência de que a arquitetura faz- se da adequabilidade e, sobretudo das diversidades manifestas, seja qual estilo for, para que se possa, conscientemente, reconhecer na cidade, sem erros ou restrições, o espaço arquitetônico que a identifica. Verificando assim, que as manifestações regionalistas engrandeceram a história, ressaltaram a cultura e principalmente fortalecem o elo de consciência sobre a importância projetual aliada às questões específicas de cada lugar. O Regionalismo, sobretudo, permite ser um vocativo às questões particulares de cada região, antes mesmo de tentar fazer uma quebra num período ou explicar melhor determinado tipo de manifestação. Santuário de Fátima – Projeto Arquiteto Stélio Santa Rosa Foto: Cybelle Miranda
  • 8. Interpass Clube reportagem da Revista Projeto nº 156. Fonte: Revista Projeto Notas 1 - FRAMPTON, Kenneth. História crítica da arquitetura moderna. 2ª Edição. São Paulo: Martins Fontes, 2008. p. 396. 2 - ELIAS apud COLQUHOUN, Alan. O conceito de regionalismo. Projeto, 159, dez 1992. p. 76. 3 - SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil Anos 80. São Paulo: Projeto, 1998. p. 9. 4 - SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil Anos 80. São Paulo: Projeto, 1998. p.12. 5 - Cidade Velha: bairro mais antigo na cidade de Belém, Pará. 6 - Entrevista concedida pelo Professor Hélio de Oliveira Veríssimo em 27/01/2009, à Cybelle Salvador Miranda. 7 - Raio que o parta: Ver MIRANDA, Cybelle Salvador, CARVALHO, Ronaldo Marques de. Dos mosaicos às curvas: a estética modernista na Arquitetura residencial de Belém. Arquitextos (São Paulo), v.112, n° 523, 2009. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp523.asp>. Acesso em: 22 mar. 2010. 8 - Entrevista concedida pelo Arquiteto Ronaldo Nonato Ferreira Marques de Carvalho à discente Tainá Parente em 16 de março de 2009. 9 - Entrevista concedida pelo professor José Maria Coelho Bassalo a discente Lilyan Galvão em 2 de fevereiro de 2010. 10 - Entrevista concedida pelo Professor Milton José Pinheiro Monte a Cybelle Miranda e Ronaldo Marques de Carvalho em 11 de abril de 2009
  • 9. 11 - Um dos primeiro professores do Curso de Arquitetura da Universidade Federal do Pará. Referencias: COLQUHOUN, Alan. “O conceito de Regionalismo” in Projeto nº 159, 1992. FAVILLA, Daniela. Regionalismo crítico e a arquitetura brasileira contemporânea: o caso Severino Porto. Campinas, SP 2003. Dissertação de Mestrado (Artes). Instituto de Artes. Universidade Estadual de Campinas. 2003. 148p. FERNANDÉZ COX, Cristián. “Modernidade Apropriada, Revisada e Reencantada” in Projeto nº 146, São Paulo, out 1991. FRAMPTON, Kenneth. História crítica da arquitetura moderna. 2ª Edição. São Paulo: Martins Fontes, 2008. GRAEFF, Edgar Albuquerque. Apostilas do curso de Especialização em Arquiteturas nos Trópicos, Capítulo 4, Meios de Composição. Belém, 1986. SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil Anos 80. São Paulo: Projeto, 1998. TOSTES, José Alberto; RAMOS, Ronaldo; MATOS, Edvaldo. Curso de Arquitetura da Universidade Federal do Pará. Belém, 1988. Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura). Centro Tecnológico. Universidade Federal do Pará. 1988. 117 p. Lilyan Galvão Graduanda da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará. Bolsista (PIBIC-AF UFPA) do Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará, vinculada à Pesquisa: “Panorâmica do Curso de Arquitetura da Universidade Federal do Pará: da „Escola‟ a Faculdade”. Cybelle Salvador Miranda Doutora em antropologia, Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (ITEC/UFPA). Coordenadora do Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural.