Este documento apresenta um hipertexto sobre semiologia ortopédica pericial com 26 módulos destinados a médicos assistentes e peritos médicos. O autor é o Prof. Dr. José Heitor Machado Fernandes e o objetivo é fornecer informações técnicas sobre exame físico ortopédico e avaliação musculoesquelética. Os módulos abordam diferentes regiões do corpo e distúrbios ortopédicos.
1. Semiologia Ortopédica para Médico Assistente e Perito Médico
Prof. Dr. José Heitor Machado Fernandes
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2. Semiologia Ortopédica para médico assistente
e perito médico
- Acesse, no Google, o Hipertexto com 26
módulos!
jheitor@portoweb.com.br
e-mail do palestrante.
8. Semiologia Ortopédica Pericial
Assuntos do Módulo 1
• Sobre o Autor
• Considerações sobre o hipertexto
• Ortopedia - Nicolas Andry (1658-1742)
• Surgimento da Ortopedia no Brasil (1931 – Luiz Manoel de Rezende Puech)
• Semiologia Médica – Sir William Osler (1849 – 1919)
• Medicina Embasada na Competência
• Perícia Médica
• Relação: médico assistente/paciente versus médico perito/periciando
• Preceitos da atuação médico-pericial
• Ética médica na ortopedia
• Willis Cahoon Campbell, MD ; Robert Bruce Salter, MD
• Princípios em avaliação musculoesquelética
• Comentários sobre o exame físico ortopédico
• Semiologia Ortopédica Pericial
9. Prof. Dr. José Heitor Machado Fernandes
* Ortopedista Jubilado da SBOT-AMB ( 1971 – 2011);
* Membership da AAOS (1978 – 2011);
* Médico Internista pela SBCM- AMB ( 1992 – 2011);
* Membership do ACP / ASIM (1997 a 2008);
* Perito Médico da Previdência Social (1973 – 2003);
* Médico Perito certificado com área de atuação em clínica médica pela
SBPM-AMB (2010- 2011);
* 15°Curso de Formação de Perito Judicial pela SBOT ( 2008);
* Médico do Trabalho (MTE # 1237), formado pela Famed- UFRGS (2000);
* 2° Secretário da Sociedade Brasileira de Perícias Médicas / RS (2009-2011)
* Prof. Pós-graduação Med. Trab. da Famed/Cedop/UFRGS e IAHCS/ESGCS;
Sobre o Autor
11. Com reconhecimento, consagro este texto
à sabedoria de meus mestres,
ao entusiasmo de meus alunos,
à gratidão de meus pacientes e a proteção e
amparo de DEUS.
José Heitor Machado Fernandes
Cremers 5.155
Porto Alegre, 18 de Novembro de 2015
12. Veja algumas considerações.
Essa apresentação tem como objetivo informar
as semiotécnicas do sistema musculoesquelético
aos peritos médicos não ortopedistas, aos médicos
do trabalho, aos médicos de família, aos médicos
residentes, estudantes da graduação, e, também
serve como revisão para os especialistas do
aparelho locomotor.
A bibliografia e os créditos de imagem são citados
no módulo 24.
13. SOMOS TODOS APRENDIZES
• VISITANTES, sejam bem-vindos!
Ao encontrarem equívocos neste hipertexto, pedimos que
deixem comentários com a correção sugerida.
Para tal, usem o e-mail: jheitor@portoweb.com.br
Agradecemos as contribuições.
Somos todos aprendizes.
"Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é
demonstrar que você o sabe. Ensinar é lembrar aos outros que
eles sabem tanto quanto você. Somos todos aprendizes,
fazedores, professores. Você ensina melhor o que mais precisa
aprender."
(RICHARD BACH, In: Ilusões: As Aventuras de Um Messias
Indeciso")
14. SOMOS TODOS APRENDIZES
• Para nós, vocês são muito importantes e são a razão da
democratização de todas as informações contidas nesse trabalho.
• Esperamos que elas esclareçam algumas dúvidas, porventura,
existentes.
• Estamos sempre à disposição para atender as sugestões que forem
apresentadas.
• Se apreciarem esse hipertexto de semiologia ortopédica, rogamos o
obséquio de divulgarem-no nos vossos círculos de relações.
• A meta é repassar o seu conteúdo ao maior número de pessoas
interessadas.
• E agora, mãos a obra - “hands on”!
18. SEMIOLOGIA ORTOPÉDICA PERICIAL
www.ufrgs.br/cedop/Semiologia-Ortopedica-Pericial.pdf
CEDOP/UFRGS: Semiologia Ortopédica Pericial
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat - Ver em HTML
• Em 05. Out. 2011 foi colocada na Internet, a 1ª versão de “SEMIOLOGIA ORTOPÉDICA
PERICIAL”.
(A apresentação foi construída pelo prof. Dr. José Heitor Machado Fernandes para o 19º
Congresso Brasileiro de Perícias Médicas que se realizou em 19-22 de Out. na cidade de
Gramado/RS). Até 07 Nov. 2011 – foram efetivados 505 acessos e 34 downloads, dessa 1ª
versão, em cerca de um mês.
• A partir de 11 de Nov. 2011 foi disponibilizada a 2ª Versão deste Hipertexto .
Até o dia 01. DEZ. 2011, segundo estatísticas divulgadas, acessaram esse trabalho 6.917
visitantes (1º lugar da categoria no sistema de buscas do GOOGLE ).
• Em 12 de Janeiro de 2012, 7.667 visitantes tinham acessado o hipertexto.
• Então, em 16 de Janeiro de 2012, após o autor ter completado 40 anos de exercício
profissional da medicina, divulgou na Internet, a 2ª Versão deste hipertexto revisada e
ampliada, cujo objetivo primordial é a divulgação do conhecimento técnico e científico
de boa qualidade, aos interessados em propedêutica do aparelho locomotor, médicos
assistenciais, e, particularmente, peritos médicos.
19. Semiologia Ortopédica Pericial - UFRGS
CEDOP/UFRGS: semiologia ortopédica pericial
cedop-ufrgs.blogspot.com/2011/10/semiologia-ortopedica-pericial.html
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20. “Este trabalho de informação científica, embora tarefa
empreendida por uma só pessoa, na realidade reúne as
idéias, os conceitos e ensinamentos desenvolvidos e
proporcionados pelos colegas clínicos, cirurgiões e
especialistas no campo da avaliação
neuromusculoesquelética até a data de hoje”.
21. • Neste espaço virtual(virtus = potência),
apresentamos sobretudo temas de Semiologia
Ortopédica, considerando Ensino e Pesquisa.
Esperamos que este espaço possa constituir mais
um cenário de aprendizagem do exame clínico do
aparelho locomotor.
22. • A filosofia do ensino inclui a tradição de compartilhar o
conhecimento – ensinando as novas gerações de profissionais,
presentes e futuras, em uma dada disciplina – em retribuição por
aquilo que foi, compartilhado com o professor por seus próprios
mestres.
• Consequentemente, agradeço a estas pessoas, vivas e mortas, com
que aprendi e, especialmente, àqueles que me estimularam e me
encorajaram a que, por minha vez, eu viesse a ensinar aos outros.
23. Nicolau Copérnico o filósofo do céu
Sua teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar,
contrariando a então vigente teoria geocêntrica (que considerava, a Terra como o
centro), é tida como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os
tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia moderna.
Copérnico escreveu no seu De revolutionibus orbium coelestium (do latim: "Das
revolucões das esferas celestes"): "quando dediquei algum tempo à ideia, o meu receio
de ser desprezado pela sua novidade e o aparente contra-senso quase me fez largar a
obra feita".
24. Auto-motivação, segundo Galileu
"A um homem nada se pode ensinar. Tudo o que
podemos fazer é ajudá-lo a encontrar as coisas
dentro de si mesmos."
(GALILEU GALILEI)
25. "Jamais considere seus estudos como uma
obrigação, mas como uma oportunidade invejável
para aprender a conhecer a influência libertadora
da beleza do espírito, para seu próprio prazer
pessoal e para proveito da comunidade à qual seu
futuro trabalho pertencer."
(ALBERT EINSTEIN)
26. ORTOPEDIA
O termo deriva das palavras gregas ORTHOS (correto, direito) e PAIS (criança) e foi criado, em
1741, por Nicholas Andry, médico francês, para servir de título à sua obra que tratava da
prevenção e correção das deformidades nas crianças.
Nicholas Andry de Boisregard (Lyon; 1658 –
Paris; 13 de maio de 1742)
Capa do Livro Introdução a Ortopedia-
1741- Paris
Símbolo Internacional da Ortopedia
27. Objetivo da Ortopedia
• Enquanto a história dos distúrbios e das lesões traumáticas do sistema
musculoesquelético remonta à antiguidade, a especialidade ortopedia como um
ramo da medicina e da cirurgia é relativamente nova.
• Em 1741, Nicolas Andry, então professor de medicina em Paris, publicou um livro
cuja tradução inglesa é Ortopedia ou A Arte de Prevenir e Corrigir as
Deformidades nas Crianças.
• Criou o termo Ortopedia das palavras orthos (reto ou sem deformidade) e pais
(criança), e expressou o ponto de vista de que a maioria das deformidades do
adulto tem sua origem na infância.
• Embora o termo ortopedia não seja inteiramente satisfatório, ele persistiu por
mais de dois séculos, e não é possível que seja substituído em sua existência
acadêmica.
28. Definição de Ortopedia
• Presentemente a ortopedia visa incluir todas as idades e é definida como a arte e
ciência da preservação, investigação, diagnóstico e tratamento dos distúrbios e
lesões traumáticas do sistema musculoesquelético por meio de recursos
médicos, cirúrgicos e fisioterápicos, compreendendo o estudo da fisiologia e da
patologia musculoesqueléticas e de outras ciências básicas correlatas
• Assim o moderno e sofisticado cirurgião ortopedista desempenha ao mesmo
tempo o papel de médico e de cirurgião (como implica o termo americano
ortopedista).
• Para proporcionar um tratamento totalmente perfeito a pacientes com
determinados distúrbios ou lesões traumáticas, o especialista em ortopedia deve
trabalhar em estreita colaboração com outros especialistas médicos da área de
doenças ósseas metabólicas e da área de reabilitação (fisiatras) ou outros
especialistas cirurgiões plásticos e neurocirurgiões, bem como profissionais na
área da saúde, incluindo fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e assistentes
sociais na área médica.
29. “Enxergamos longe assim porque estamos sobre
os ombros de gigantes.”
- Sir Isaac Newton
Nascimento: 4 de janeiro de 1643
Woolsthorpe-by-Colsterworth, Inglaterra
Morte: 31 de março de 1727 (84 anos)Londres
30. Avanços Recentes no Tratamento Ortopédico
• # Substituição protética articular total para quase todas as articulações nos
membros e aloenxertos osteocondrais para as artrites irreversíveis.
• # Instrumentação mecânica da coluna vertebral mais eficaz para a escoliose.
• # Unidades de educação dorsal.
• # Oxigenação hiperbárica no comprometimento da circulação periférica.
• # Detecção e monitorização de pressão elevada em várias “síndromes
musculares compartimentais”.
• # Métodos mais eficazes de tratamento não operatório de fraturas (aparelhos
gessados), tratamento operatório (sistema AO de fixação rígida interna),
estimulação na consolidação retardada das fraturas ou mesmo na ausência de
união (eletricidade) e o revestimento biológico das articulações pelo estímulo ao
reparo e regeneração da cartilagem articular (movimento passivo contínuo –
MPC) e outros métodos.
31. • # Quimioterapia sistêmica mais eficaz para doenças malignas.
• # Operações destinadas a salvar o membro como uma alternativa atraente às
amputações nos tumores malignos das extremidades.
• # Injeção de esteróides para cistos ósseos simples.
• # Ressecção de uma ponte óssea cruzando uma placa epifisária.
• # Correção cirúrgica precoce e mais completa do pé torto grave.
• # Materiais mais adequados para talas e aparelhos ortopédicos (órteses) e para
membros artificiais (próteses).
• # O método de distração lenta do calo ósseo no local de uma osteotomia –
“osteogênese por distração”. Técnica Ilizarov, tem melhorado os resultados de
alongamento cirúrgico de membro e a correção de deformidades ósseas a um grau
marcante.
• # O uso do microscópio cirúrgico (microcirurgia) tornou possíveis a reimplantação de
dedos e membros completamente seccionados, o transplante de enxertos ósseos
sem vascularização e mesmo vascularizados, e enxertos de músculos autógenos
reinervados.
• O tratamento com as células-tronco.
Avanços Recentes no Tratamento Ortopédico
32. Robert Bruce Salter,MD
Cirurgião ortopédico pediátrico pioneiro, trabalhou durante 55 anos.
Premiado com a Ordem do Canadá e a
Ordem de Ontário.
University of Toronto
33. Robert Bruce Salter, cirugião ortopédico pediátrico
15/12/1924 + 10/05/2010
• Em 1947 graduou-se em medicina na Universidade de Toronto – Canadá.
• Foi Felow no MacLaughlin em Oxford, Inglaterra.
• Em 1955 foi cirurgião-chefe no Hospital for Sick Children, em Toronto.
• Desenvolveu a osteotomia de Salter, na pelve, para a correção de luxação
congênita do quadril.
• Criou uma classificação para o trauma nas placas de crescimento epifisário que
teve o nome de Salter-Harris fractures.
• Escreveu um livro texto de circulação mundial: “Disorders and Injuries of the
Musculoskeletal System”
• Faleceu , em Toronto, aos 85 anos de idade, tendo trabalhado 55 anos como
cirurgião ortopédico pediátrico.
41. • O Pavilhão "Fernandinho Simonsen“ foi inaugurado em 19 de
julho de 1931, sob a chefia do Prof. Dr. Luiz de Rezende Puech,
o primeiro cirurgião geral que se dedicou exclusivamente às
afecções ortopédicas, sendo portanto, o primeiro especialista do
País.
• O Dr. Puech inconformado com a situação, desenvolveu por
muitos anos uma verdadeira campanha pessoal para transformar
e implantar uma nova mentalidade no conceito de ensino
médico e hospitalar entre nós, fez estágios nos Estados Unidos e
na Europa a fim de conhecer os melhores hospitais.
• Com espírito preparado por madura reflexão e sabendo
seguramente o que era necessário, dirigiu e assessorou os
arquitetos na construção do Pavilhão Fernandinho, segundo
planos, na época, verdadeiramente avançados e considerado
modelo de funcionalidade e eficiência.
42. • O Pavilhão Fernandinho, quando da sua inauguração era,
incontestavelmente, a melhor instalação médica e o
primeiro hospital dedicado à Ortopedia da América Latina, e
serviu de exemplo para que surgisse uma mentalidade
verdadeiramente nova no conceito hospitalar entre nós.
• Na ocasião da inauguração faziam parte do corpo clínico
grandes nomes como Domingos Define, Godoy Moreira,
Eugênio Longo, Amâncio Figueiredo, Loo Fraser, Orlando
Pinto de Souza, Renato Bonfim, Itapema Alves e outros.
• Em 19 de Setembro de 1936, foi fundada a Sociedade
Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, cujo seu primeiro
presidente foi Rezende Puech, sendo inicialmente a sua
sede o Pavilhão “Fernandinho Simonsen” até a década de
70.
52. William Osler, Sir
Mestre da semiologia médica
Para muitos, Osler é
considerado o maior clínico de
sua época.
Foi modelo de médico e de
humanista.
Apesar de não ter realizado
grandes descobertas, Osler
criou uma verdadeira “escola”
de pensamentos e atitudes na
medicina (“Oslerian
Tradition”).
Mestre da semiologia médica,
Osler ( 1849 + 1919) é um dos
ícones da medicina, o
“Hipócrates moderno”.
53. WILLIAM OSLER, O "PAI DA MEDICINA MODERNA"
” A medicina é uma ciência da incerteza e uma arte
da probabilidade”
“Em meu túmulo, coloquem como epitáfio que ensinei a
estudantes de Medicina nas enfermarias, pois este foi,
sem dúvida, o trabalho mais útil e importante que
desenvolvi.”
(WILLIAM OSLER – 1849 -1919)
54. • SEMIOLOGIA vem do grego σημειολογία
(semeîon, sinal + lógos, tratado).
• Em Medicina, Semiologia é o estudo dos sinais e
sintomas das doenças.
55. • SEMIOLOGIA é a técnica de explorar os sinais e
sintomas na busca do diagnóstico.
• O olho clínico dá importância ao sinal semiológico.
• Os sintomas são os elementos semióticos de maior
valor, de tal forma que o diagnóstico clínico já está
praticamente formulado antes mesmo do exame
físico, na maioria dos casos.
56. “O BOM MÉDICO”
"O bom médico é aquele que refaz, mesmo sem o saber, a trajetória da medicina
através dos tempos.
Como Hipócrates (460-377 a.C.), sabe que a vida é curta mas a arte é longa; sabe
qua a ocasião é fugidia, a experiência, enganadora, o julgamento, difícil." [...]
"O bom médico sabe, como o francês Ambroise Parré (1510-1590) que curar é
mais do que intervir; curar como diz a origem latina da palavra, significa
cuidar." [...]
"O bom médico sabe, como o inglês Thomas Sydenham (1624-1689), que a
enfermidade tem certa lógica, segue aquilo que se pode chamar de uma história
natural, que aos poucos, e seguindo um trajeto mais ou menos previsível,
transporta a pessoa para outra realidade, a realidade da doença" [...]
"O bom médico sabe, como o alemão Rudolf Virchow (1821-1902), que a doença
deve ser procurada não apenas no que é visível, mas também ali onde os olhos
não enxergam". [...]
[In: SCLIAR, M. O olhar médico: Crônicas de Medicina e Saúde. São Paulo:
Agora, 2005]
57. “O BOM MÉDICO”
"O bom médico, como o austríaco Sigmund Freud (1856-1939), sabe que é
preciso ter coragem de defender as próprias convicções, como aquelas sobre
a existência do inconsciente, mesmo quando elas se chocam com os
preconceitos e as idéias preestabelecidas.
O bom médico sabe, como o brasileiro Oswaldo Cruz (1872-1917), que é
preciso enfrentar a doença na população, mesmo trabalhando na complicada
fronteira entre medicina e política. [...]
"O bom médico talvez não seja tão famoso como Hipócrates ou Parré,
quanto Sydenham ou Virchow, quanto Freud ou Oswaldo Cruz; mas para
seu paciente, para a comunidade da qual cuida, ele é a própria medicina,
ciência e arte."
[In: SCLIAR, M. O olhar médico: Crônicas de Medicina e Saúde. São Paulo:
Agora, 2005]
59. Medicina Embasada na Competência
• Ser qualificado como competente por colegas e pacientes é a melhor referência
para qualquer médico.
• Uma definição abrangente de competência, além daquela do senso comum que
a associa apenas com conhecimento técnico, inclui a capacidade de saber
respeitar o próximo, comunicar-se eficazmente, observar atentamente, apreciar
criticamente informações e situações, raciocinar clinicamente com base
fisiopatológica e psicodinâmica, demonstrar empatia com o paciente e agir
sempre com intenções corretas.
• A proposta de uma medicina embasada na competência (MEC) visa
harmonizar a excessiva ênfase dada nos últimos anos a uma medicina impessoal,
baseada quase exclusivamente em evidências científicas. Ela integra a ética
médica com a verdade científica de acordo com a vivência de cada profissional.
Fonte: -Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar Unifesp-EPM – Clínica Médica – Manole,
2007
60. Medicina Embasada na Competência
• A medicina – e, em particular, os profissionais médicos – vive confrontada pela
necessidade de produzir decisões com o máximo de certeza num cenário de
permanente incerteza.
• A história da medicina é testemunha diária da incorporação de novos avanços
diagnósticos e/ou terapêuticos e da substituição de práticas antes consideradas
como mais efetivas.
• É básico não esquecer que em medicina as verdades transitórias podem ser
estabelecidas de várias maneiras, e que não há uma única melhor maneira de
produzir evidências em medicina.
Fonte: -Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar Unifesp-EPM – Clínica Médica – Manole, 2007
61. Medicina Embasada na Competência
• A história da medicina registra inúmeras mudanças radicais altamente benéficas
que não foram testadas de forma controlada e que seriam, hoje, pouco
valorizadas pelo baixo grau de evidência conforme os critérios da
MEB (medicina baseada em evidências), mas que tiveram alto impacto na
medicina. Como exemplos, há a ação da penicilina em doenças infecciosas, desde
suas descoberta até os dias atuais, ou o uso de frutas cítricas ( e depois ácido
ascórbico) no tratamento e prevenção do escorbuto.
• Ao lado, uma dimensão fundamental no exercício ético da profissão médica é o
amor, compaixão ou intenção benéfica.
• O amor ao próximo é diretriz essencial para o exercício da medicina.
• A combinação verdade/amor é intrínseca ao ato médico, sendo inadmissível
uma prática médica baseada na falta de amor ao próximo.
Fonte: -Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar Unifesp-EPM – Clínica Médica – Manole, 2007
62. Medicina Embasada na Competência
• A medicina é uma profissão que exige aliar o conhecimento teórico à prática
clínica.
• Concomitantemente a uma prática científica racional, o médico deve exercer sua
arte profissional com o coração, construindo uma história clínica biográfica do ser
humano que sofre e compreendendo cada paciente em sua individualidade vital.
• Estima-se hoje que o conhecimento médico dobre a cada três anos.
• Não existe medicina baseada em evidência, em certeza incontestável, em dogmas
eternos; a medicina foi, é e será sempre uma ciência em evolução.
• Não é aceitável a tentativa de dividir irracionalmente os médicos em dois grupos
– o daqueles que professam a MBE e o dos que não a professam, como se fez no
passado entre homeopatas e alopatas.
• A boa medicina é simples, ancorada na verdade e no amor, e deve ser exercida
sem malabarismos mercadológicos com fins autopromocionais ou comerciais.
Fonte: -Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar Unifesp-EPM – Clínica Médica – Manole, 2007
63. Medicina Embasada na Competência
• A MEC requer um médico que esteja atualizado no seu campo profissional, saiba
organizar e interpretar as informações de modo crítico, domine habilidades
técnicas e psicomotoras e seja capaz de se comunicar eficientemente com seus
pacientes no sentido de restabelecer a saúde e educá-los para uma vida de
melhor qualidade.
• É fundamental que haja cada vez mais empenho por uma medicina que valorize a
relação médico-paciente, sendo o profissional competente no diagnóstico e no
tratamento das doenças, e não apenas das suas doenças, e suficientemente
humilde para entender que sempre haverá algo de novo a ser aprendido e feito
em benefício do ser humano que sofre.
• Sabedoria em medicina requer que se conheçam os limites da própria
competência e que somente seja admitido como verdade, para ser praticada, o
que for bom para si mesmo e para os outros.
Fonte: -Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar Unifesp-EPM – Clínica Médica – Manole, 2007
65. • PERÍCIA MÉDICA
Perícia é todo e qualquer ato propedêutico ou exame realizado por médico,
com a finalidade de contribuir com as autoridades administrativas, policiais ou
judiciárias na formação de juízos a que estão obrigados.
Perícia é a capacidade teórica e prática para empregar, com talento,
determinado campo do conhecimento, alcançando sempre os mesmos
resultados.
Perícia médica, em sentido amplo, é ato privativo do médico, podendo ser
exercida pelo médico civil ou militar, desde que investido em função que lhe
assegure a competência legal e administrativa para tal.
70. • PERÍCIA MÉDICA
Na linguagem jurídica, significa a pesquisa, o exame, a verificação acerca da verdade
ou da realidade de certos fatos.
É um meio de prova admitida no direito, sendo o perito, sob o compromisso da
verdade, nomeado pela autoridade judiciária (ou administrativa) para ajudar a
esclarecer um fato considerado relevante para o pronunciamento do órgão judicante
(FIGUEIREDO, FREIRE, LANA; Profissões de Saúde: bases éticas e legais, 2006).
A finalidade da perícia é produzir a prova, e a prova não é outra coisa senão o
elemento demonstrativo do fato.
Assim tem a perícia a faculdade de contribuir com a revelação da existência ou da
não existência de um fato contrário ao direito, dando ao magistrado a oportunidade
de se aperceber da verdade e de formar sua convicção (FRANÇA, G.V. , Comentários
ao Código de Ética Médica, 2000).
71. • PERÍCIA MÉDICA
Segundo FRANÇA,G.V., Medicina Legal 1977,cada vez que a astúcia humana torna-se
mais e mais sofisticada para fugir da revelação esclarecedora, urge ampliar-se a
possibilidade de investir, cada vez com maior empenho, na contribuição da técnica e
da ciência, como fatores de excelência na elaboração da prova.
O verdadeiro destino da perícia é informar e fundamentar de maneira objetiva todos
os elementos consistentes do corpo de delito e, se possível, aproximar-se de uma
provável autoria.
Não existe outra forma de avaliar retrospectivamente um fato marcado por vestígios
que não seja através do seu conjunto probante.
A missão da perícia é informar.
“Visum et repertum” – visto e referido, eis a questão.
72. • PERÍCIA MÉDICA
O perito não cria nem crê, isto é, insere no seu laudo os fatos e atos examinados
e estudados, não fundado em simples suposições ou probabilidades, devendo
apresentar suas conclusões com toda a objetividade, mantendo sempre isenção
e imparcialidade (RODRIGUES,C.A.S., Sinopse de Medicina Legal, 2003).
73. • PERÍCIA MÉDICA
O exame médico-pericial busca o enquadramento nas situações legais, o
pronunciamento conclusivo sobre condições de saúde e avaliação da capacidade
laborativa, visa a definir o nexo de causalidade (causa e efeito) entre doença e
lesão e a morte (definição de causa mortis), doença ou sequela de acidente e a
incapacidade ou invalidez física e/ou mental, o acidente e a lesão, doença e o
acidente e o exercício da atividade laborativa, doença ou acidente e sequela
temporária ou permanente, desempenho de atividades de riscos para si e para
terceiros.
Portanto, o médico perito ocupa um lugar de destaque no cenário científico,
judicial e social.
74. • Em Perícia Médica, o perito não investiga diagnósticos
com base na história e no exame físico, mas procura
constatar a doença ou limitação alegada pelo periciando
que já tem um diagnóstico formado.
• No caso da Perícia Previdenciária, o perito médico
procura avaliar a extensão do comprometimento da
capacidade laborativa.
• Para a Previdência Social o bem jurídico segurado é a
incapacidade de trabalho e não a higidez.
75. Diferenças entre consulta médica &
perícia médica
Há diferenças fundamentais entre uma consulta médica e as
perícias médicas.
• Numa consulta médica há relação médico / paciente.
• Na perícia médica existe relação perito / periciando em um ato médico-
legal que requer conhecimento da legislação previdenciária e também
trabalhista e processual.
___________________________________________________
• O cliente, por exemplo, escolhe o seu médico livre e espontaneamente e
relata seus sofrimentos.
• Ao contrário, o periciando é solicitado pela autoridade a comparecer
diante do perito ou junta de peritos escolhida pela autoridade para verificar
o estado de saúde ou seqüela de doenças, com o fim de decisão de direito
ou aplicação de leis.
76. Diferenças entre consulta médica & perícia médica
• O cliente tem todo interesse de informar ao médico
assistente seus sintomas e condições de aparecimento,
tendo a convicção de que assim o profissional pode chegar a
um diagnóstico correto e devido tratamento.
___________________________________________
• Na relação pericial, o periciando tem o interesse de obter
um benefício, com a diferença de que nem sempre tem esse
direito.
Isto pode fazê-lo prestar informações que levem ao
resultado pretendido.
Leva-o a omitir e distorcer as informações necessárias à
conclusão pericial.
77. Relação perito/periciando &
Relação médico/cliente
• A relação médico/paciente, busca por excelência a
obtenção da cura, a remissão da doença ou a promoção da
saúde e, assim, tem como eixo crítico a transparência total.
De um lado, a busca obsessiva da verdade, pelo médico; do
outro lado, o paciente, desejoso da cura, confessando os
seus males e padecimentos.
_______________________________________________
• A relação perito/periciando tem um eixo diverso.
A busca do interesse financeiro ou da vantagem pecuniária
pode ensejar omissão de dados, falseamento, exageros ou
simplesmente a simulação de doenças da parte do
periciando.
78. RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE &
MÉDICO-PERICIANDO
• PACIENTE DOENTE PERICIANDO
EMPREGO
• OBJETIVO Cura Não trabalhar Trabalhar Dinheiro
• MÉTODO Sinceridade Demonstrar Esconder Demonstrar
doença; doença; doença;
• EXPECTATIVA Remédio Ser atendido Obter emprego Obter cheque
• MÉDICO Med Assistente Do trabalho Do trabalho Perito médico
• CONSEQUÊNCIAS Emite receita Aptidão / Inaptidão Aptidão / Inaptidão Aptidão/Inaptidão
• SATISFAÇÃO Sim Não / Sim Sim / Não Não (agressão
Verbal, física) / Sim
81. • PRECEITOS DESEJÁVEIS DA ATUAÇÃO MÉDICO-PERICIAL
O médico perito deve ter competência técnica e científica.
É imprescindível que tenha os conhecimentos necessários das leis, normas e portarias,
para que consiga o melhor desempenho em sua função.
Evitar conclusões intuitivas e precipitadas.
Falar pouco e em tom sério.
Agir com modéstia e sem vaidade.
Manter o sigilo exigido.
Ter autoridade para ser acreditado.
Ser livre para agir com isenção.
Não aceitar a intromissão de ninguém.
Ser honesto e ter vida pessoal correta.
Ter coragem para decidir.
Ser competente para ser respeitado.
82. O PAPEL DO PERITO E DO ASSISTENTE TÉCNICO
Perito Assistente Técnico
É de confiança do juiz, sujeito a impedimento
e suspeição.
É de confiança da parte, não-sujeito a
impedimento e suspeição.
Auxilia o juiz em suas decisões. Auxilia a parte naquilo que acha certo.
Examina, verifica e comprova os fatos de uma
determinada questão
Analisa os procedimentos e os achados do
perito.
Elabora um laudo. Redige um parecer crítico.
83. Princípios da Ética Médica
na Ortopedia
• No Brasil há um grande número de profissionais que hoje atuam na área da
Saúde; as remunerações são baixas, os convênios impõem limitações e a política
estatal para a área da Saúde tem sido equivocada.
Essas são dificuldades enfrentadas pelos cirurgiões ortopédicos em nosso País.
• É nessa hora que os profissionais devem se lembrar dos princípios regidos pela
Ética Médica que norteiam a Medicina.
• Esses Princípios da Ética Médica são adotados pela Academia Americana de
cirurgiões Ortopédicas (American Academy of Orthopaedic Surgeons – AAOS);
não são leis, mas padrões comportamentais que visam definir a essência de uma
honrada e eficiente atuação profissional.
• Com grande alegria sou membro recíproco internacional (ID # 9643) dessa
academia desde 1978 até a presente data, e, lá se vão 33 anos de qualificados
ensinamentos técnicos e de conduta ortopédica acertada.
84. 1 – A Ortopedia existe para a finalidade básica de cuidar do paciente.
A relação médico-paciente é o foco central de todas as preocupações éticas.
O ortopedista deverá estar comprometido em prover um atendimento
médico competente, com compaixão e respeito.
2- O ortopedista deverá zelar por uma reputação de sinceridade e
honestidade com pacientes e colegas, procurando em todas as ocasiões
empenhar-se em denunciar, por meio de apropriado processo de avaliação,
aqueles médicos que são deficientes em caráter e competência, ou aqueles que
fraudam, enganam objetivando vantagem própria.
3- O ortopedista deve respeitar a legislação, assegurar a dignidade e honrar a
profissão, aceitando a disciplina que é imposta por si mesma.
O ortopedista também possui a responsabilidade de propor mudanças em
disposições legais que são contrárias ao legítimo interesse do paciente.
Princípios da Ética Médica
na Ortopedia
85. 4- A prática da Medicina apresenta, inerentemente, potenciais conflitos de
interesse.
Caso exista interesse conflitante, este deve ser solucionado sempre no
interesse do paciente.
Se não houver solução, o ortopedista deve desligar-se dos cuidados
médicos do paciente.
5- O ortopedista deve respeitar os direitos dos pacientes, dos colegas e de
outros profissionais da área da saúde, devendo ainda proteger as confidências de
seus pacientes, conforme os limites da lei.
6- O ortopedista deve empenhar-se continuamente em preservar e
melhorar seu conhecimento médico, possibilitando que as informações
relevantes estejam disponíveis aos pacientes, aos colegas e também à po-
pulação.
Princípios da Ética Médica
na Ortopedia
86. 7- O vínculo primário entre médicos, enfermeiros e outros profissionais da
área de saúde é a mútua preocupação com o paciente.
O ortopedista deve promover o desenvolvimento de uma equipe capacitada
de profissionais da área de saúde que trabalhará harmoniosamente para prover
um atendimento médico qualificado.
8- Os honorários pelos serviços ortopédicos devem ser estipulados de acordo
com o serviço prestado, sem explorar os pacientes ou ainda aqueles que paguem
pelo serviço.
O ortopedista deve prestar serviços de alta qualidade, não considerando
raça, cor, sexo, religião, nacionalidade ou qualquer outra característica que se
constitua em um ato discriminatório, inclusive a condição financeira do paciente.
Princípios da Ética Médica
na Ortopedia
87. Princípios da Ética Médica
na Ortopedia
9- O ortopedista não deverá divulgar sua própria imagem através de qualquer
meio de comunicação pública valendo-se de informações inverídicas, sem
procedência ou enganosas.
10- O ortopedista tem uma responsabilidade individualizada para com seus
pacientes, para com seus colegas de especialidade, para com os ortopedistas em
formação, para com os acadêmicos, e , por fim, para com a sociedade.
Atividades que apresentam a proposta de melhorar tanto a saúde quanto o
bem-estar individual e da comunidade merecem o interesse, o apoio e a
participação do ortopedista.
Fonte: Tradução de documento da AAOS por Marczyk,LRS ; Jornal do Cremers – Jan/Fev, 2001
88. Estudou ortopedia em Londres, Viena, Boston e Nova Iorque.
Fundou em 1909, em Memphis, no Tennessee, a Clínica Ortopédica Campbell.
Em 1910 fundou o Departamento de Cirurgia Ortopédica na faculdade de medicina da Universidade
do Tennessee. Em 1924 Dr. Campbell criou o programa de residência que treinou mais de 400 dos
melhores cirurgiões ortopédicos do mundo.
Em 1933 fundou a AAOS de quem foi o primeiro presidente eleito.
Em 1939 escreveu o livro texto de ortopedia mundialmente conhecido.
Willis Cahoon
Campbell ,
MD
93. Livro: CIRURGIA ORTOPÉDICA DE CAMPBELL
• Quase 75 anos atrás Willis Cahoon Campbell escreveu seu Textbook on
Orthopaedic Surgery.
• A primeira edição de Cirurgia Ortopédica de Campbell foi publicada em 1939.
• O crescimento do campo da cirurgia ortopédica teve como paralelo o
crescimento de Cirurgia Ortopédica e Campbell.
Os enormes avanços na nossa compreensão sobre as condições ortopédicas e
nos aparelhos e técnicas usados para tratá-las tornaram-se possíveis graças a
médicos pioneiros em ortopedia, muitos dos quais foram também colaboradores
em edições anteriores desta obra.
• Todos nós do campo da cirurgia ortopédica podemos nos orgulhar em virtude
dos importantes avanços e contribuições feitos nas áreas da artroscopia e da
artroplastia, e nas subespecialidades da medicina esportiva, mão, pé, pediatria,
reconstrução articular e reabilitação.
As invenções e inovações em cada uma destas áreas diminuíram o ônus da
doença em nossos pacientes e o farão mais ainda no futuro.
102. A semiologia ortopédica
engloba todos os passos técnicos comuns
à semiologia de outros aparelhos e
adiciona a avaliação da movimentação
articular, avaliação da força muscular
manual e alguns testes específicos.
O exame deve ser metódico e
realizado sempre na mesma seqüência.
103. Avaliação Musculoesquelética
Princípios e Conceitos
• “ Para completar uma avaliação músculoesquelética de um paciente, é
importante a realização de um exame sistemático, adequado e detalhado.
• Um diagnóstico correto depende de um conhecimento da anatomia
funcional, de uma anamnese acurada, da observação diligente e de um
exame minucioso.
• O processo do diagnóstico diferencial envolve a interpretação de sinais e
sintomas clínicos, exame físico, conhecimento da patologia e mecanismos
da lesão, testes provocativos, palpação (movimento articular e força
muscular), técnicas laboratoriais e exames de imagem.
• Somente através de uma avaliação completa e sistemática é possível
estabelecer um diagnóstico correto.”
Fonte: Avaliação musculoesquelética – David J. Magee
104. Avaliação Musculoesquelética
Princípios e Conceitos
• É espantoso verificar como o exame físico em ortopedia encontra-se num
estágio de contínuo avanço.
• A expansão da pesquisa clínica e biomecânica, por exemplo, conduziu à
elaboração de muitos testes novos para a avaliação da frouxidão ligamentar
anormal (instabilidades ligamentares).
• A artroscopia e a tecnologia avançada de imagem, iluminadas pelo
tecnicismo do século XXI, possibilitou descobrir novas condições, e foram
propostos novos exames clínicos para detectá-las.
105. Avaliação Musculoesquelética
Princípios e Conceitos
• Algumas técnicas caíram em descrédito ou deixaram de ser preferidas,
enquanto outras emergiram para substituí-las ou suplementá-las.
• Assim o exame do sistema musculoesquelético pelo prisma da ortopedia
prática revela uma paisagem em constante mudança.
• A ortopedia é uma das poucas especialidades nas quais o exame físico
constitui um tópico suficientemente extenso para servir como assunto de
um livro completo.
107. EXAME FÍSICO ORTOPÉDICO
• Esse texto é organizado em 26 módulos de forma didática.
• A maioria desses módulos aborda, cada um deles, um segmento anatômico
referente a uma grande articulação ou a uma parte da coluna vertebral.
• Essa divisão é um tanto arbitrária, porque as estruturas anatômicas e os
sintomas apresentados pelo paciente muitas vezes se superpõem a segmentos
corporais adjacentes.
• Assim sendo, tanto a articulação do quadril como a coluna lombar estão
intimamente relacionadas com a pelve, enquanto a coxa poderia ser incluída
com o estudo do quadril e do joelho.
108. EXAME FÍSICO ORTOPÉDICO
• No corpo desse trabalho são listados inúmeros links de outros hipertextos (livros
eletrônicos), artigos, vídeos, outras imagens e som, referentes a um mesmo
assunto que podem ser acessados, nesse texto, diretamente, da Internet.
• É a interconectividade da WEB que entrelaça as mídias, possibilitando um
entendimento mais abrangente da ciência, no século XXI.
109. EXAME FÍSICO ORTOPÉDICO
• Os anatomistas usam os termos extremidade superior e membro superior para
descrever uma estrutura conhecida popularmente como braço, e extremidade
inferior ou membro inferior para designar aquilo que comumente se conhece
como perna.
• Quando se identificam os segmentos que compõem os membros existe alguma
confusão. Anatomicamente os termos antebraço e coxa correspondem aos seus
significados populares, o que não ocorre com os termos braço e perna, que , na
língua vulgar, referem-se aos membros superior e inferior, respectivamente.
• Em nosso texto o termo braço descreve o segmento do membro superior
localizado entre o ombro e o cotovelo, enquanto o termo perna refere-se ao
segmento do membro inferior situado entre o joelho e o tornozelo.
110. Posição Anatômica. A e B Anterior. C e D Posterior.
Fotografia de David Christopher, in Bruce Reider, THE ORTHOPAEDIC PHYSICAL EXAMINATION - SECOND EDITION
coxa
perna
braço
antebraço
Membro superior
Membro inferior
Superior
Inferior
Proximal
Distal
111. EXAME FÍSICO ORTOPÉDICO
• O exame musculoesquelético de pacientes adultos quase sempre é direcionado
pelos sintomas.
• Queixas musculoesqueléticas regionais são muito comuns e o treinamento
clínico formal restrito que a maioria dos clínicos recebe na avaliação e conduta
nesse tipo de doença explica seu impacto sobre as atividades profissionais
diárias do generalista.
• A maioria dos pacientes tem dor nas costas em algum momento de suas vidas. A
dor nas costas só perde para as doenças respiratórias superiores como motivo de
procura de atendimento ambulatorial.
112. EXAME FÍSICO ORTOPÉDICO
• O objetivo é ter certeza de que a dor nas costas não indica a presença de uma
doença sistêmica e excluir emergências neurocirúrgicas.
• A história do paciente ajuda a avaliar a possibilidade de uma doença sistêmica de
base ( idade, história de neoplasia malígna sistêmica, perda ponderal inexplicada,
duração da dor, resposta à terapia prévia, uso de drogas intravenosas, infecção
urinária ou febre).
• Todos os achados mais importantes do exame físico de hérnias discais lombares
em pecientes com ciática têm excelente confiabilidade, inclusive dor provocada
pela elevação da perna esticada (perna reta), dor causada por elevação da perna
contralateral reta e paresia à dorsiflexão do tornozelo ou hálux (todos com K >
0,6).
113. EXAME FÍSICO ORTOPÉDICO
• No paciente adulto com desconforto do joelho, o médico generalista deve avaliar
a presença de laceração de meniscos ou ligamentos.
• As melhores manobras para evidenciar uma ruptura do ligamento cruzado
anterior são o sinal da gaveta anterior e a manobra de Lachman, nas quais o
examinador detecta a ausência de uma ponta da extremidade isolada quando a
tíbia é empurrada em direção ao examinador com o fêmur do paciente
estabilizado.
• Diversas manobras que avaliam dor, estalidos ou rangidos ao longo da
articulação entre o fêmur e a tíbia são usadas para pesquisar lacerações de
menisco.
• Como nas várias doenças musculoesqueléticas, nenhum achado isolado tem a
acurácia do exame do ortopedista, que elabora suas hipóteses a partir da
anamnese e de diversos achados clínicos.
114. EXAME FÍSICO ORTOPÉDICO
• O exame do ombro visa avaliar a amplitude dos movimentos, manobras que
geram desconforto e incapacitação funcional.
• A artrose do quadril é detectada por evidências de restrição da rotação interna e
abdução do quadril afetado.
Médicos generalistas frequentemente solicitam radiografias para determinar a
necessidade de encaminhamento a ortopedistas, mas radiografias simples são
desnecessárias no início da evolução da doença.
O grau de dor e incapacitação apresentado pelo paciente pode confirmar o
diagnóstico e indicar encaminhamento para avaliação ortopédica.
115. EXAME FÍSICO ORTOPÉDICO
• As mãos e os pés podem demonstrar evidências de artrose (local ou como parte
de um processo sistêmico) artrite reumatóide, gota ou outras doenças de tecido
conjuntivo.
• Além dos transtornos musculoesqueléticos regionais, como a síndrome do túnel
do carpo, diversas afecções clínicas e neurológicas pressupõem a realização
rotineira do exame das extremidades distais para prevenir complicações p.ex.,
diabetes [neuropatias ou úlceras] ou neuropatia sensório-motora hereditária
[deformidade em garra dos artelhos].
116. EXAME FÍSICO ORTOPÉDICO
• RESUMO DOS ACHADOS DOS PACIENTES
O médico deve resumir os achados positivos e negativos pertinentes para o
paciente e não se constranger em expressar incertezas, contanto que as mesmas
se acompanhem de um plano de ação (p.ex.,”Voltarei a examiná-lo na próxima
consulta”).
• O motivo para solicitação de testes laboratoriais, de imagens e de outras
naturezas deve ser explicado.
Além disso, é preciso programar o retorno e o esclarecimento dos resultados
para o paciente, principalmente se houver possibilidade de ter de dar más
notícias ao paciente.
Alguns médicos perguntam ao paciente se deseja que “algo mais” seja
abordado.
Pacientes que refiram novas queixas ao final da consulta podem ter tido medo
de mencioná-las antes (p.ex.,”Aliás, doutor, estou tendo muita dor no peito”),
embora isso não as torne necessariamente menos importantes.
118. SEMIOLOGIA ORTOPÉDICA PERICIAL
• Definição:
Consiste na busca de informações por meio de entrevistas
e análise documental, registrando fatos, acontecimentos,
sinais, sintomas, imagens, resultados de exames,
atendimentos, diagnósticos clínicos, tratamentos realizados,
visita a empresas, análise dos postos de trabalho, com o
objetivo de esclarecer as reais repercussões sobre a saúde
do periciado.
119. SEMIOLOGIA ORTOPÉDICA PERICIAL
• O perito deverá avaliar o estado de saúde atual do periciado,
identificando os principais fatores que causaram ou
agravaram uma doença, e qual a extensão que essa patologia
ou deficiências afetaram o indivíduo.
• Portanto, o laudo pericial (prova pericial) deve ser:
CLARO, OBJETIVO, SEGURO, FUNDAMENTADO,
CONCLUSIVO.
120. SEMIOLOGIA ORTOPÉDICA PERICIAL
• Os procedimentos semiológicos que o perito vai utilizar têm
como finalidade identificar:
1°)- Se existe incapacidade?
2°)- Se existe, ela é parcial ou total?
3°)- Se existe, no momento da perícia ela é
temporária ou definitiva?
122. Weblog de Semiologia Ortopédica
O Weblog foi colocado na Internet em 28 de Março de
2012, em 11 de Setembro de 2012 tinha 15.483 acessos e
o Livro Eletrônico Ilustrado de Semiologia Ortopédica (2ª
versão) tinha 4.417 acessos
Autor - Prof. Dr. José Heitor Machado Fernandes
Layout e manutenção – Socióloga Val Vanessa de Souza
Formatação do Índice do Hipertexto – Analista de Rede e Hardware Ricardo H. Fernandes
131. Um Livro Eletrônico e um Weblog Científico sobre o “Aparelho Locomotor
com atenção para o Exame Clínico”.
Ambos os trabalhos são veiculados pela Internet , sem interesse comercial e
com a intenção de democratizar informação com conteúdo de qualidade
(www8.ufrgs.br/cedop/heitor/ ; www.semiologiaortopedica.com.br ). Até
esta data 28 países acessaram os trabalhos citados. Juntos eles propiciaram
até o dia 11 de Setembro de 2012 mais de 19.900 acessos.
O Autor acredita que essas obras tem grande valor social, tanto na melhoria
dos conhecimentos científicos, para os técnicos da área de saúde, quanto na
condução mais acertada dos diagnósticos, e , por consequência, na condução
mais adequada do tratamento para as condições musculoesqueléticas.
Sem dúvida, os pacientes serão os maiores beneficiados.
Prof. Dr. José Heitor Machado Fernandes
Porto Alegre, 11 de Setembro de 2012
132. Estes trabalhos são dedicados à Memória dos Professores
Heitor da Graça Fernandes e
Alda Machado Fernandes, meus saudosos pais que me
apontaram a docência como uma meta a ser atingida.
Dr. José Heitor Machado Fernandes
H O M E N A G E M