O documento discute o transtorno chamado mutismo seletivo, fornecendo informações sobre sua definição, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento. O mutismo seletivo é caracterizado pela incapacidade de falar em certas situações sociais, apesar de a criança falar normalmente em casa. A causa mais comum é elevada ansiedade. O tratamento envolve terapia cognitivo-comportamental e exposição gradual a situações que provocam ansiedade.
PSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA ( Necessidade do Psicólogo na Atenção Básica).pptx
Mutismo Seletivo
1. Mutismo Seletivo
ALUNOS: Aline Garcia, Karyne Camargo, Mirele Schuler, Mônica
Zwetsch, Rafael Paris, Mateus Dorneles.
Seminário de Enfermagem
Neuropsiquiátrica
Prof. Enfermeira Jaqueline Almeida
2. Crianças muito quietas, que na escola falam pouco
com os colegas e têm dificuldade para responder às
perguntas do professor, costumam ser classificadas de
tímidas. As crianças com esse perfil podem, na
verdade, sofrer de um distúrbio de fundo emocional: oo
mutismo seletivomutismo seletivo. Em casa essas crianças conversam
normalmente com os pais e brincam com os irmãos,
entretanto, quando um adulto de fora do círculo
familiar ou outra criança estranha lhes dirige a
palavra, elas permanecem mudas. Em raras
excessões acomete também os adultos.
Mutismo Seletivo
Introdução
3. Mutismo Seletivo
Conceito
Mutismo é a perda da fala por transtornos
psicológicos, diferentemente de Mudez ou
Afonia, que indica incapacidade total ou
parcial de produzir a fala(parte física).
Seletivo porque acaba selecionando, ou
seja, separando e escolhendo com quem
vai falar.
4. Contexto Familiar:
- Superproteção familiar.
- Falta de estimulação
linguística.
- Exigência dos pais.
- Transtorno familiar.
- Transtorno Fóbico.
Mutismo Seletivo
Etiologia
7. Mutismo Seletivo
Etiologia
A causa mais provável e mais frequente, é a que está
associada com um elevado nível de ansiedade, que
pode ser por predisposição genética e assim
associado-se com maior atividade na amígdalaamígdala
cerebelosacerebelosa. O mutismo em qualquer paciente, também
pode indicar algum tipo de transtorno de comunicação,
tartamudez, dificuldade auditiva, transtorno de
aprendizagem, transtorno de adaptação ou de
separação, autismo, depressão nervosa ou estar
associado a outro transtorno de ansiedade.
8. A prevalência encontrada é de 0,3 a 0,8 em 1.000
crianças. É mais frequente em meninas. Pela baixa
prevalência, pode ser encontrado em menos de 1%
da população psiquiátrica. Já o Mutismo Transitório,
que acontece quando a criança entra na escola,
atinge 7 em cada mil crianças, o que é diferente do
mutismo seletivo, já que há o medo do novo e do
desconhecido. Porém o Mutismo Seletivo, está
acontecendo muito antes da escola ou irá se tornar
visível no momento da interação docente-aluno.
Mutismo Seletivo
Epidemiologia
9. A OMS define o mutismo seletivo levando em consideração os seguintes itens:
A. Não falar em situações sociais específicas (onde há expectativa para que
fale, ex. escola), apesar de falar em outras situações.
B. Interfere no desempenho escolar e/ou ocupacional e/ou na comunicação
social.
C. Duração mínima de 1 mês (não limitado ao 1º mês de escola).
D. O fato de não falar, não é devido à falta de conhecimento, mas ao não
sentir-se à vontade com a língua falada ou ao momento(ex. criança que mora
em um país e se muda para outro com cultura totalmente diferente).
E. Não é devido a um Transtorno de Comunicação (ex. gagueira) e não ocorre
durante uma psicose.
Mutismo Seletivo
Epidemiologia
10. Mutismo Seletivo
Diagnóstico
Ao contrário de boa parte das dignosticadas com autismo,
crianças com mutismo seletivo gostamgostam da comunicação,
porém há como por exemplo, dificuldade de olhar olho no
olho, expressão facial pouco expressiva, certa imobilidade
psicomotora fora do ambiente familiar.
Entretanto, o paciente mutista seletivo, pode encontrar-se
nervoso quando em situações sociais mais ansiosas.
Alguns pacientes podem retrair-se quando algum adulto
tenta se aproximar, ou quando fisicamente tocados,
podem exibir formas diferentes de linguagem corporal.
11. As características comportamentais observadas pelos
psicopedagogos sobre o núcleo familiar, em casos de mutismo
seletivo, seriam: comportamento de superproteção familiar, conflitos
psicológicos não resolvidos, traumas anteriores envolvendo perda por
mortes, separação, pouco envolvimento paterno ou materno,
excessiva dependência dos pais pelo fato de não falar. Entretanto,
tais características resultam de poucas pesquisas realizadas e não
devem ainda serem tidas como condições absolutas.
Alguns pontos que devem ser entendidos em relação ao mutismo seletivo:
• Estas crianças entendem o idioma falado e têm a habilidade para falar normalmente.
.
• Em casos típicos, eles falam com os pais e selecionam outras pessoas com as quais irão
manter contato verbal.
• Às vezes, eles não falam com certos indivíduos do circulo familiar.
Mutismo Seletivo
Diagnóstico
12. Mutismo Seletivo
Diagnóstico
• A maioria não consegue falar na escola, e em outras situações longe do convívio
familiar.
• A maioria aprende, sem maiores problemas, aquilo que é adequado para sua idade
escolar.
• Muitos participam de atividades não verbais, especialmente em locais onde tem
dificuldade em verbalizar.
• O comportamento retraído não é geralmente óbvio, até que, a criança comece
frequentar a escola.
• Estas crianças podem responder, ou fazer suas necessidades conhecidas, acenando
com a cabeça, apontando, ou permanecendo imóveis até que alguém "adivinhe" o que
eles querem.
• A maioria destas crianças expressa um grande desejo para falar em todas as situações,
mas é incapaz devido à ansiedade, medo, timidez e embaraço.
• Às vezes, a criança é vista como tímida, supondo que, a timidez é temporária e será
superada.
13. Nenhuma dessas condições apresenta o padrão
característico do mutismo seletivo :
-Retardo Mental.
-Transtornos invasivos do desenvolvimento (ex.
Autismo, Síndrome de Asperger).
-Transtornos de expressão da linguagem.
-Fobia social.
-Depressão.
-Transtorno de ajustamento.
-Condições orgânicas (drogas, transtornos
neurológicos).
Mutismo Seletivo
Diag. Diferencial
14. Pode durar apenas alguns meses ou muitos anosPode durar apenas alguns meses ou muitos anos. Não necessariamente
desaparece com a idade, podendo agravar e permanecer por anos
sem tratamento. Quanto mais persistir, mais provável que se acumule
com outros transtornos ansiosos, emocionais, do desenvolvimento e de
aprendizagem.
Em geral o mutismo seletivo não está associado com a dificuldade de
aprendizagem, mas consequentemente, programas da instrução
especial devem ser considerados cautelosamente. Por outro lado, no
país, não há nenhum programa de instrução especial nas escolas
públicas disponíveis para estas crianças. Quando indicados, programas
individuais precisariam ser projetados individualmente, mesmo que por
pais, professores ou profissionais psicopedagogos.
Mutismo Seletivo
Prognóstico
16. Não existem muitas referências e orientações para o tratamento do mutismo seletivo. Talvez
pelo fato da criança com mutismo seletivo não perturbar ninguém e passar por quietinha,
ao contrário da criança hiperativa, cujo comportamento agitado chama a atenção de todo
mundo, seu tratamento tem sido protelado e sua importância tem sido minimizada.
As modificações comportamentais são as medidas mais promissoras. A psicoterapia e a
terapia da fala também são importantes, já a psicofarmacologia é bastante restrita nesses
casos, muitas vezes atuando somente em outros estados emocionais associados, sejam
como comorbidade, sejam conseqüências da discriminação da auto-estima.
A terapia cognitivo-comportamental tem bons resultados, assim como a Musicoterapia com
diversas técnicas como ludoterapia, treino comportamental e psicoeducacional incluindo o
uso de outros meios de comunicação (telefone, gestos, escrita, desenhos...), reforço positivo
dos comportamentos desejados, inclusão da escola e dos pais na terapia e praticando em
ambientes seguros no ritmo do paciente o que ele precisa fazer em outros ambientes mais
hostis. A terapia varia bastante dependendo do terapeuta e da gravidade do caso e há
pouca literatura em português sobre o tema. Em inglês existe uma ONG americana
especializada no assunto, com várias pesquisas na área.
Psiquiatras costumam receitar remédios para transtornos de ansiedade e depressão (ISRS ou
ansiolíticos) para minimizar os sintomas e facilitar o tratamento.
Mutismo Seletivo
Tratamento
17. • A criança não deve ser forçada a falar;
• Os pais devem elaborar inicialmente formas alternativas de comunicação através de símbolos, gestos ou cartões;
• Não devem permitir que outras pessoas respondam pelo filho(a);
• Solicitar gradualmente a exposição oral da criança;
• ReforçarReforçar a criança todas as vezes que houver um aumento no comportamento verbal da criança. O tipo de
reforço precisa ser de preferência da criança (elogios, abraços, doces preferidos…);
• Encorajá-las sempre que possível, fazer pequenas solicitações ou cumprimentos a pessoas estranhas. Ex. ir
comprar pão, comprar jornal…;
• Evitar que seu filho seja o centro das atenções;
• Identificar a compatibilidade com algum amigo para jogar e brincar com a criança algumas vezes dentro e fora
de casa;
• Utilizar a dessensibilização sistemática. Por exemplo, usar um reforço quando a criança sussurrar uma palavra e
gradualmente aumentar a exposição até a criança dizer uma palavra em volume normal para algum estranho;
• Planejar passeios em família fora de casaPlanejar passeios em família fora de casa.
Mutismo Seletivo
Precauções
18. Mutismo Seletivo
Precauções
• Permitir que a criança se comunique não-verbalmente no início, para depois utilizar a comunicação oral;
• Não permitir que outros amigos respondam pelo aluno;
• Se possível colocar as mesas em forma de grupos;
• Reforçar positivamente interações sociais faladas ou não;
• O tipo de reforço precisa ser significativo para a criança (elogios escritos, verbal…);
• Reforçar qualquer tentativa de enfrentamento de situações interpessoais e ir ampliando progressivamente as
exigências;
• Encorajá-las sempre que possível, fazer pequenas solicitações ou cumprimentos a pessoas estranhas. Ex. pegar oupegar ou
entregar material fora de sala;entregar material fora de sala;
• Iniciar conversas fora da presença de outros alunos, devem tentar também, não colocar a criança como sendo o
centro das atenções, pois isso aumenta a ansiedade da criança;
• Não estabelecer comparações com outros companheiros;
• Não permitir que os demais colegas o insultem, intimidem ou riem dele(a);
• Estimular e envolver os colegas para que o ajudem e para que participem nas sessões de intervenção;
• O aluno não deve ter métodos de avaliação diferente da turma.
19. Mutismo Seletivo
Testemunho
“No começo do ano conheci um aluno que apresentava
sintomas do mutismo. Sem conhecê-lo direito, pedi que
fosse na frente da sala para servir de exemplo para o
restante da turma, quando pedi para fazer a leitura de
sua atividade, quase deu lhe um ataque! Não conseguia
nem respirar. Não forcei, voltou para seu lugar até ficar
mais calmo. Com o tempo fui elogiando todo os textos,
pois ele escreve muito bem, no dia (01/03), percebi que
ele começou a ter mais segurança nas minhas aulas,
tanto que fez uma pergunta em público. Fiquei muito
feliz, os colegas perceberam a evolução e não fizeram
nenhum comentário na frente dele. Aconselho aos
professores que identifiquem as qualidades desses alunos
e foquem nelas, quando eles sentirem segurança, as
coisas acontecem naturalmente.”
Prof. De
História do
Sesi, Joubert
Morais
20. Mutismo Seletivo
Testemunho
“Maria Eduarda é o nome da minha filha. Hoje ela tem 7 anos e completa 8 em
novembro, o diagnóstico do mutismo seletivo veio quando ela tinha 4 anos, com
a psicóloga, logo que perdeu sua mãe.
Minha filha conversa somente, comigo hoje sou “mãe e pai dela”, fala com seu
irmão e sua avó, já com restante da família se nega conversar.
A suspeita começou quando ela tinha 3 anos em 2012, quando resolvi sair de
uma empresa na qual eu trabalhava a 10 anos, em seguida resolvi fazer
faculdade de pedagogia, logo resolvi dar aula e consegui um emprego na
escola onde minha filha estudava. Lá eu descobri que ela não falava com
ninguém, entrei em desespero, mas os médicos diziam ser normal. Mas eu já
sabia que não era.
Dai em diante estou aqui na luta como muitas outras mães e pais, esperando
que sua filha converse como outras crianças.
Não é fácil, explicar para as pessoas algo que eles não entendem sobre sua filha
ou filho sobre o “Mutismo Seletivo”.
Um episódio que aconteceu dia 20-08-2015 com minha filha, cheguei na escola
ela estava chorando de dores de estômago, e a professora desesperada, e dizia:
‘Pai ela está chorando e não fala, assim fica difícil, só entendi que ela sente
dores no estômago’. Eu disse à professora: “É que ela quer algo e não consegue
se expressar, e ela sente dores no estômago de puro nervosismo...” Mas no final
ela só queria ir apenas no banheiro.
Foi um dia triste, ao ver minha filha precisando de ajuda e eu longe dela.”
Paulo
Eduardo,
Pedagogo e
Pai
21. Os profissionais pedagógicos e professores necessitam modificar suas
estratégias típicas da avaliação ao trabalhar com estas crianças. Pelo
fato delas não podem verbalizar, as avaliações não refletirão os
verdadeiros níveis do QI, ou do potencial intelectual. Para que essas
crianças não sejam colocadas em níveis educacionais impróprios, os
avaliadores necessitam ser cautelosos.
Já os pais devem prestar a atenção sem excesso ao seus filhos, além
de adquirir estratégias de adptação com os mesmos. Devem levar seus
filhos(as) para um acompanhamento psicológico, fisioterápico e
educativo.
Nós profissionais da saúde devemos estar atentos às crianças que
passarem por nossos plantões. Auxiliar os pais ou parentes ao
acolhimento da orientação e promovendo maior saúde a vida de
nossos pacientes.
Mutismo Seletivo
Conclusão
22. • Daniela Menicalli. O TRANSTORNO MUTISMO SELETIVO E LUDOTERAPIA. ARGUMENTO IV 8Daniela Menicalli. O TRANSTORNO MUTISMO SELETIVO E LUDOTERAPIA. ARGUMENTO IV 8
Out/02.Out/02.
• Omdal, 2007. "Can adults who have recovered from selective mutism in childhood andOmdal, 2007. "Can adults who have recovered from selective mutism in childhood and
adolescence tell us anything about the nature of the condition and/or recovery from it?"adolescence tell us anything about the nature of the condition and/or recovery from it?"
• European Journal of Special Needs Education Vol. 22 No. 3.European Journal of Special Needs Education Vol. 22 No. 3.
http://www.comportal.com.br/index.php?http://www.comportal.com.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=77&Itemid=78.option=com_content&view=article&id=77&Itemid=78.
• http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-08-17/gata-ajuda-menino-com-mutismo-http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-08-17/gata-ajuda-menino-com-mutismo-
seletivo-a-se-comunicar-com-o-mundo.html.seletivo-a-se-comunicar-com-o-mundo.html.
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my-child.my-child.
http://www.selectivemutism.org/faq/faqs/what-about-adults-what-are-the-long-term-http://www.selectivemutism.org/faq/faqs/what-about-adults-what-are-the-long-term-
effects-of-sm.effects-of-sm.
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• http://news.bbc.co.uk/2/hi/programmes/this_world/7336053.stm.http://news.bbc.co.uk/2/hi/programmes/this_world/7336053.stm.
Mutismo Seletivo
Referências