Prudente de Morais foi o terceiro presidente do Brasil e lidou com uma grave crise econômica e conflitos políticos. Sua presidência foi marcada pela Revolução Federalista no Rio Grande do Sul e pela violenta Guerra de Canudos na Bahia. Seu sucessor, Campos Sales, também enfrentou uma crise e adotou medidas impopulares para pagar dívidas externas, perdendo apoio popular. A política dos governadores reforçou o poder das oligarquias cafeeiras de São Paulo e Minas Gerais.
3. • Prudente de Moraes era advogado e político.
Já havia sido presidente do estado de São
Paulo e senador, além de ter integrado a
Assembleia Nacional Constituinte da
República também como presidente. Foi o
terceiro presidente do Brasil e recebeu um
país que passava por uma grave crise
econômica.
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5. • Assumiu o poder em 1894 e, logo de partida,
teve que resolver a questão da crise
econômica e também um conflito político
entre os radicais florianistas e
a oligarquia cafeeira. Seus quatro anos de
governo foram turbulentos e Prudente de
Moraes teve que fazer muitas pacificações.
8. • A primeira questão a ser solucionada pelo
presidente civil foi a Revolução
Federalista que vinha acontecendo no estado
do Rio Grande do Sul. Prudente de Moraes
conseguiu encerrar o conflito do estado com o
governo federal e concedeu anistia aos
rebeldes que participaram do movimento.
10. • Mas, pouco tempo depois, enfrentaria um
problema rebelde de maior proporção,
a Guerra de Canudos. Esta eclodiu na capital
baiana, Salvador, e forçou Prudente de
Moraes a organizar e intervir militarmente
para solucionar o problema.
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12. A Guerra de Canudos:
• A Guerra de Canudos é tida como um dos
principais conflitos que marcam o período
entre a queda da monarquia e a instalação do
regime republicano no Brasil. No entanto,
antes de sabermos maiores detalhes sobre a
formação do Povoado de Canudos e o início
das batalhas, devemos contemplar algumas
passagens da vida de seu principal líder:
Antônio Conselheiro.
14. • Antônio Vicente Mendes Maciel nasceu em
Quixeramobim, no interior do Ceará e cresceu
em uma família classe média. Durante sua
infância teve uma educação diversa que lhe
ofereceu contato com a geografia, a
matemática e as línguas estrangeiras. Aos
vinte e sete anos, depois da morte de seu pai,
assumiu os negócios da família.
15. • Não tendo sucesso, abandonou a atividade.
Na mesma época, casou-se com uma prima e
exerceu funções jurídicas nas cidades de
Campo Grande e Ipu. Depois de ser
abandonado pela mulher, Antônio começou a
vaguear pelo sertão nordestino. Em seguida,
envolveu-se com uma escultora chamada
Joana, com quem acabou tendo um filho.
16. • Em 1865, Conselheiro abandonou a mulher e
o filho e retornou à sua peregrinação
sertaneja. Nessas andanças, começou a
construir igrejas, cemitérios e teve sua figura
marcada pela barba grisalha, a bata azul,
sandálias de couro e a mão apoiada em um
cajado.
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19. • Antônio Conselheiro iniciou uma pregação
religiosa defensora de um cristianismo
primitivo. Defendia que os homens deveriam
se livrar das opressões e injustiças que lhes
eram impostas, buscando superar os
problemas de acordo com os valores
religiosos cristãos.
20. • Com palavras de fé e justiça, Conselheiro
atraiu muitos sertanejos que se identificavam
com suas mensagem.
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22. • Desde o começo, a igreja e os setores
dominantes da população viam as atitudes de
Antônio Conselheiro como uma ameaça à
ordem estabelecida. Em 1876, autoridades
prenderam o conselheiro afirmando que ele
havia matado sua mulher e a mãe dele, e o
enviaram de volta para o Ceará. Depois de
solto, Conselheiro foi para o interior da Bahia.
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24. • Com o aumento do seu número de seguidores
e a pregação de seus ideais o Conselheiro
fundou – em 1893 – uma comunidade
chamada Arraial Belo Monte, às margens do
Rio Vaza-Barris.
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28. • A população chamava o Arraial de Belo Monte
de Vila de Canudos, porque eles ocuparam
uma fazenda abandonada chamada Canudos.
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32. • A Igreja atacava a comunidade alegando que os
seguidores de Conselheiro eram apegados à
heresia e à depravação. Por outro, os políticos
e senhores de terra, com o uso dos meios de
comunicação da época, diziam que Antônio
Conselheiro era monarquista e liderava um
movimento que almejava derrubar o governo
republicano, instalado em 1889.
33. • Incriminada por setores influentes e
poderosos da sociedade da época, Canudos
foi alvo das tropas republicanas. Ao contrário
das expectativas do governo, a comunidade
conseguiu resistir a quatro investidas
militares.
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46. • Somente na última expedição, que contava
com metralhadoras e canhões, a população
apta para o combate (homens e rapazes) foi
massacrada. A comunidade se reduziu a
algumas centenas de mulheres, idosos e
crianças.
47. • Antonio Conselheiro, com a saúde fragilizada,
morreu dias antes do último combate. Ao
encontrarem seu corpo, deceparam sua
cabeça e a enviaram para que estudassem as
características do crânio de um “louco
fanático”.
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49. • Após o fim dos conflitos, o presidente
organizou uma cerimônia de recepção àqueles
que lutaram em Canudos. Durante a
solenidade, o soldado Marcelino Bispo tentou
executar um atentado contra a vida do
presidente. Para defender o presidente, o
Ministro da Guerra entrou o meio e foi morto.
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51. • A situação fez com que Prudente de Moraes
decretasse o Estado de Sítio e passasse a
comandar com plenos poderes. O recurso
garantiu a neutralidade da oposição política, a
vitória dos interesses da oligarquia
cafeicultora e ainda a eleição do sucessor que
desejava, Campos Salles.
52. • Ao fim de seu governo, Prudente de
Moraes deixou claro um perfil elitista da
República Oligárquica que ganhava terreno no
Brasil. Enquanto concedeu anistia aos rebeldes
da Revolução Federalista do Rio Grande do Sul,
ordenou um dos maiores massacres da história
do Brasil para solucionar a Guerra de Canudos,
movimento de pobres na Bahia.
53. • Mas, de forma geral, foi bem sucedido em seu
governo por conseguir solucionar as principais
questões que o afetaram e que afetavam o
país.
55. • Manuel Ferraz de Campos Sales foi um
advogado e político brasileiro. Começou na
carreira política como deputado provincial de
1867 a 1871, vereador em 1872, senador em
1891, no entanto renunciou ao cargo para se
tornar governador do estado de São Paulo.
Em 1898 foi eleito presidente da república.
56. • Logo que assumiu, Campos Sales enfrentou
uma séria crise na economia, que já vinha
perdurando desde o governo anterior. A
inflação atingia altos níveis e a moeda
brasileira era cada vez mais desvalorizada
57. • O café, nosso principal produto de
exportação, teve o seu preço reduzido porque
havia excesso de produção e os compradores
estrangeiros estavam pagando bem menos
pelo café.
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59. • Campos Sales, tentando enfrentar a crise
econômica, renegociou a dívida externa do
Brasil com a Inglaterra. O acordo feito entre os
banqueiros britânicos e o Brasil se
chamou funding loan, e de acordo com ele, o
Brasil fez um empréstimo de cerca de 10
milhões de libras e recebeu a
suspensão temporária do pagamento dos juros
e da dívida externa.
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61. • Em troca, os banqueiros ingleses fizeram
exigências ao Brasil tais como:
• Se o acordo não fosse honrado, os credores
teriam direito a toda a renda das alfândegas
do Rio de Janeiro e de alguns outros
estados, à renda da Estrada de Ferro Central
do Brasil e do serviço de abastecimento
de água do Rio de Janeiro.
62. • O governo Brasileiro teria que combater a
inflação e adotar medidas que valorizassem a
moeda nacional;
64. • Para atender a esta segunda exigência,
Joaquim Murtinho, ministro da Fazenda
na época, anunciou a redução drástica das
despesas do governo e a suspensão de obras
públicas, bem como a suspensão dos
investimentos na indústria e a criação de
novos impostos.
65. • Houve também prejuízos no pagamento dos
salários dos trabalhadores.
• Campos Sales tinha intenção de especializar o
Brasil na produção e exportação de
mercadorias agrícolas, com o café, a borracha,
o algodão, o cacau, o minério, etc.
69. • Campos Sales defendia que o Brasil deveria
ser um país agro-exportador, o que era
agradável para grandes potências econômicas
mundiais, como a Inglaterra, que tinham
interesse na exploração dos recursos naturais
do Brasil, para o qual vendiam produtos
industrializados.
70. • Esta política econômica gerou sérios
problemas, pois causou uma paralisação no
crescimento da indústria, aumento do
desemprego e do custo de vida, o qual se
tornou pesado demais para os assalariados.
Assim, Campos Sales acabou perdendo o
apoio da população.
74. • A Política dos Governadores determinava que
os grupos políticos que governavam os
estados dariam apoio total ao presidente da
República, e, como retribuição o governo
federal só reconheceria a vitória nas eleições
dos candidatos à deputado federal dos grupos
que o apoiavam.
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76. • Era o governo federal tinha que concedia o
diploma de deputado federal. Mesmo que o
candidato fosse vitorioso nas eleições, sem
este documento ele não poderia tomar posse
e exercer a atividade política.
77. • O controle sobre o processo de escolha dos
representantes políticos a partir da fraude
eleitoral impedia que os grupos de oposição
chegassem ao poder.
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79. • A Política dos Governadores garantiu e
reforçou o poder das oligarquias agrárias mais
influentes do país. Os estados mais ricos do
Brasil eram São Paulo e Minas Gerais, por
causa da produção do café, o principal
produto de exportação.
80. • As oligarquias cafeeiras desses estados
conquistaram influência política nacional e
governaram o país de acordo com seus
interesses. O domínio de São Paulo e Minas
Gerais na política nacional foi chamada de
"Política do café-com-leite".
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83. • Fazendo acordos políticos, o Partido
Republicano Paulista (PRP) e o Partido
Republicano Mineiro (PRM), elegeram
praticamente todos os presidentes da
República Velha, até a Revolução de 1930.