O documento discute os princípios e técnicas de tratamento de fraturas ósseas de acordo com a Associação para o Estudo da Fixação Interna (AO). Apresenta os diferentes tipos de material de síntese, como parafusos e placas, e explica os métodos de estabilização absoluta e relativa de fraturas. Detalha técnicas como encavilhamento intramedular, placa em ponte, banda de tensão e fixadores interno e externo.
22. MÉTODOS DE ESTABILIZAÇÃO DE FRATURAS
ESTABILIDADE:
“Uma fratura estável é aquela que não se desvia
visivelmente sob carga fisiológica”.
• Absoluta: nenhum movimento (sem calo ósseo →
consolidação direta = primária)
• Relativa: permite movimento (com calo ósseo →
consolidação indireta = secundária)
OBS: o processo de consolidação direta é muito mais lento...
27. QUANDO UTILIZAR A TÉCNICA DA ESTABILIZAÇÃO
ABSOLUTA VS RELATIVA?
- FRATURAS COM TRAÇO SIMPLES (TIPO “A”) =
ESTABILIDADE ABSOLUTA
- FRATURAS COMPLEXAS (TIPO “C”) =
ESTABILIDADE RELATIVA
28. COMO SE OBTER A ESTABILIDADE
ABSOLUTA?
POR MEIO DA COMPRESSÃO INTERFRAGMENTAR:
Elimina a deformação do tecido → consolidação direta /
sem calo visível. Remodelação direta do tecido ósseo =
remodelação osteonal.
Lembrar: na estabilidade relativa ocorre a consolidação
endocondral e intramembranosa.
29. TEORIA DA TENSÃO DE PERREN
“A mesma força de deformação produz mais tensão no local da
fratura simples do no local da fratura multifragmentar”.
30. TEORIA DA TENSÃO DE PERREN
Fratura complexa: quando fixada
em ponte (estabilidade relativa)
= tensão baixa = consolidação
rápida (com formação de calo)
Fratura simples – quando fixada
em ponte (estabilidade relativa) =
grande tensão = risco à
consolidação (retardada ou não
ocorrerá)
38. PRINCÍPIO DA BANDA DE TENSÃO
É UM PRINCÍPIO QUE VISA OBTER ESTABILIDADE ABSOLUTA!
“Converte a força tênsil em força de compressão na cortical
oposta”
41. COMO SE OBTER A ESTABILIDADE
RELATIVA?
TÉCNICAS DE FIXAÇÃO PARA ESTABILIDADE RELATIVA:
-Encavilhamento intramedular (fraturas simples)
-Placa em ponte (fraturas multifragmentares complexas)
-Fixador externo (permite controle do dano local – grave lesão de
partes moles / permite correção de deformidades e transporte
ósseo)
- Fixador interno (parafusos de cabeça bloqueada – placas LCP e
LISS)
42. ENCAVILHAMENTO INTRAMEDULAR
É a técnica padrão para frats. diafisárias de
ossos longos
Vantagens sobre a placa:
- Acesso / exposição mais limitados
- Menor taxa de infecção
- Menor aderência / cicatriz no
quadríceps
- Menor estresse tênsil
44. ENCAVILHAMENTO INTRAMEDULAR
Hastes com melhores propriedades mecânicas:
fresadas e bloqueadas
Fresagem:
- Aumenta a área de contato entre o implante e o osso
- Permite utilização de implante com diâmetro maior
Bloqueio estático:
- Previne encurtamento (mantém comprimento)
- Controla rotação
45. ENCAVILHAMENTO INTRAMEDULAR
CONSIDERAÇÕES SOBRE A FRESAGEM:
- Causa dano ao suprimento sanguíneo cortical interno.
• Esse dano seria reversível após 8 – 12 semanas.
• Em frats. expostas: até 21% de infecção
O uso de hastes intramedulares
fresadas nas fraturas expostas
é controverso.
OBS: O encavilhamento intramedular tb pode causar riscos ao sistema
pulmonar do paciente; especialmente nos casos de politrauma com lesão
torácica (hastes de fêmur).
Endosteal
Periosteal
48. PLACA EM PONTE
• Deve-se reduzir a fratura antes da aplicação da placa
- Alinhamento rotacional, angular e ganho de comprimento:
Não é necessária redução anatômica! REDUÇÃO INDIRETA.
Distrator grande
49. PLACA EM PONTE
REDUÇÃO INDIRETA
Tem como princípio mecânico a distração, que é obtida por
meio da ligamentotaxia (termo cunhado por Vidal).
50. PLACA EM PONTE: Placa em onda
Área de
trabalho
PLACA EM ONDA – é um tipo de placa em ponte
- Reduz a interferência com o suprimento vascular
no local da fratura
- Fornece acesso para enxerto ósseo
- Altera a carga para forças de tensão pura na placa
51. FIXADOR EXTERNO
- Permite controle do dano
local
- Permite correção de
deformidades e transporte
ósseo
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