Os valores e a acção o relativismo moral cultural (2)
1. OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA
OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E
DOS JUÍZOS MORAIS.
O RELATIVISMO MORAL CULTURAL
A cada cultura a sua verdade
2. OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E
VERDADE DAS NORMAS E DOS JUÍZOS MORAIS.
A questão filosófica da justificação – da objectividade e
verdade - dos juízos morais pode formular – se de vários
modos:
1.Há verdades morais objectivas?
2.Há juízos morais verdadeiros em todas as culturas?
3.Há princípios e normas morais que, seja onde for, é errado
não respeitar?
• Responder a uma destas questões é responder às outras.
3. OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA
OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS
JUÍZOS MORAIS
Várias respostas ao problema
1.O Relativismo Moral Cultural (RMC)
2.O Subjectivismo Moral (SM)
3.A Teoria dos Mandamentos Divinos
(TMD)
4.O Universalismo Moderado
4. OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA
OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS
JUÍZOS MORAIS
A RESPOSTA DO RELATIVISMO MORAL
CULTURAL.
Há verdades morais mas não são objectivas.
Nenhum juízo moral é verdadeiro ou falso
em si mesmo. Nenhuma norma moral é
correcta ou incorrecta em si mesma.
5. OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA
OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS
JUÍZOS MORAIS
A RESPOSTA DO RELATIVISMO MORAL CULTURAL.
O problema da verdade ou falsidade dos juízos morais.
«Matar é errado», «Roubar é incorrecto» e «Mentir é imoral». Será que
estes juízos são verdadeiros?
O relativismo moral cultural afirma que aqueles juízos são verdadeiros mas
não em todo o lado e para todas as pessoas. A verdade dos juízos morais
depende do que cada sociedade aprova. Moralmente verdadeiro é o que
cada sociedade - ou a maioria dos seus membros - acredita ser
verdadeiro. Moralmente verdadeiro é igual a socialmente aprovado e
moralmente errado é igual a socialmente desaprovado.
6. OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA
OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS
JUÍZOS MORAIS
A RESPOSTA DO RELATIVISMO MORAL CULTURAL.
O problema da objectividade dos juízos morais.
«Matar é errado», «Roubar é incorrecto» e «Mentir é
imoral». Será que estes juízos são objectivos e universais?
Não. O que é moralmente correcto ou incorrecto depende do que cada
sociedade acredita ser moralmente correcto ou incorrecto.
O relativismo moral cultural transforma a diversidade de opiniões e de
crenças morais em ausência de verdades objectivas. Se duas sociedades
têm diferentes crenças acerca de uma questão moral, o relativista
conclui que então ambas as crenças são verdadeiras.
Não existe nenhum critério objectivo e universal para determinar quem tem
razão no caso de haver discórdia.
7. OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA
OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS
JUÍZOS MORAIS
CRÍTICAS AO RELATIVISMO MORAL CULTURAL
1. Que diversas culturas respondam de modo diferente às mesmas
questões morais não implica que não há nenhuma resposta
objectivamente verdadeira a essas questões (não há verdades morais
universais). Diversas culturas discordaram quanto à forma da Terra
(umas pensaram que era esférica, outras plana, outras esférica mas um
pouco achatada)
mas há uma verdade objectiva acerca da forma da Terra.
2. Há uma diferença significativa entre o que uma sociedade acredita ser
moralmente correcto e algo ser moralmente correcto.
Se duas sociedades têm diferentes crenças acerca de uma questão moral, o
relativista conclui que então ambas as crenças são verdadeiras.
Contudo, a discórdia pode ser sinal de que há pessoas e sociedades que
estão erradas e não de que ninguém está errado.
8. OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA
OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS
JUÍZOS MORAIS
3. O RMC reduz a verdade ao que a maioria julga ser
verdadeiro.
Desde quando o que maioria pensa é verdadeiro e moralmente aceitável?
Os nazis acreditavam e fizeram com que a maioria dos alemães
acreditassem que os judeus eram subhumanos e que exterminá – los era
um favor que faziam à humanidade. Isso é claramente falso.
4. O RMC parece convidar-nos ao conformismo moral, a seguir,
em nome da coesão social, as crenças dominantes.
O R.M.C. afirma que o código moral de cada indivíduo se deve subordinar
ao código moral da sociedade em que vive e foi educado. Os juízos
morais de cada indivíduo são verdadeiros se estiverem em conformidade
com o que a sociedade a que pertence considera verdadeiro.
9. OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA
OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS
JUÍZOS MORAIS
5. O relativismo moral torna incompreensível o progresso
moral.
A humanidade tem realizado progressos no plano moral. A abolição da
escravatura, o reconhecimento dos direitos das mulheres, a condenação e a
luta contra a discriminação racial são exemplos. Falar de progresso moral
parece implicar que haja um padrão objectivo com o qual confrontamos as
nossas acções. Se esse padrão objectivo não existir não temos fundamento
para dizer que em termos morais estamos melhor agora do que antes. No
passado, muitas sociedades praticaram a escravatura mas actualmente
quase nenhuma a considera moralmente admissível. Esta mudança de
comportamento e de atitude é um sinal de progresso moral. Mas se para o
RMC nenhuma sociedade esteve ou está errada nas suas crenças e práticas
morais torna-se difícil compreender a ideia de progresso moral. Tudo o que o
R.M.C. nos permitiria dizer é que houve tempos em que a escravatura era
moralmente aceitável e que agora ela é já não é aceite.