O documento descreve o contexto histórico e filosófico da Inglaterra no século XVII, conhecido como "Século de Ouro". A filosofia da época era empirista e se preocupava com como as ideias se formam e o conhecimento é possível. O documento se concentra na filosofia de David Hume, que dividiu todas as percepções em impressões e ideias, e propôs que a relação de causalidade entre eventos não pode ser conhecida racionalmente, mas sim por hábito e experiência.
2. CONTEXTO HISTÓRICO
AMBIENTE POLITICO E CULTURAL DA INGLATERRA NO SÉCULO
XVII
“SÉCULO DE OURO”
POLITICA : AFIRMAÇÃO DO SISTEMA DEMOCRATICO-
PARLAMENTAR E A DERROTA DO ABSOLUTISMO; IMPERIALISMO
LITERATURA: EXPOENTES COMO SHAKESPEARE, BEM JONSON E
MILTON
FILOSOFIA: EPISTEMOLÓGICA POIS, SE PREOCUPA COM A
INVESTIGAÇÃO SOBRE COMO AS IDEIAS SE FORMAM E COMO É
POSSIVEL O CONHECIMENTO HUMANO E EMPIRISTA, POIS
ENFATIZA O PAPEL DA EXPERIÊNCIA METOLOGICAMENTE
ORIENTADA
3. Fruto da filosofia clássica grega, o empirismo não nasceu no século
XVII
Ideia Chave
“Não há nada no intelecto que já não estivesse primeiro
nos sentidos.” ARISTÓTELES
OS EMPIRISTAS NÃO ACREDITAVAM QUE O HOMEM POSSUIA IDEIAS
INATAS, PARA ELES A MENTE HUMANA É UM RECIPIENTE PRONTO A SER
PREEENCHIDO COM AQUILO QUE NOSSOS SENTIDOS CAPTAM DO
EXTERIOR.
“A EXPERIÊNCIA É UM GUIA E CRITÉRIO PARA CONHECER A VERDADE
DE UMA AFIRMAÇÃO, MEDIANTE A DESCOBERTA DE RELAÇÕES
CONSTANTES, DE LEIS ESTÁVEIS TORNANDO POSSIVEL A ANTECIPAÇÃO
DE OUTRAS EXPERIÊNCIAS.” (MONDIN, p.113. 2006.)
4. 1739-40: Tratado da natureza humana
1748: Investigação sobre o entendimento humano
Nasceu em Edimburgo em 1711. Após frequentar estudos
literários ainda na adolescência, foi para França, onde
escreveu o seu Investigação sobre a Natureza Humana.
Quando nomeado bibliotecário do colégio de advogados de
Edimburgo, escreve uma História de Inglaterra que vai
publicando pouco a pouco o que lhe proporciona alguma
fortuna e fama.
Viaja para França como secretário do embaixador inglês e
antes de se retirar para Edimburgo, é subsecretário de
Estado. Devido à sua reputação, exerce grande influência
sobre os estudiosos e pensadores de França e Inglaterra.
5. Hume se propõe a elaborar um
sistema que servirá como base para
todas as ciências de sua época, para
que tal sistema funcione, Hume analisa
a formação da mente humana e seus
respectivos objetos de estudo.
6. No “Investigação acerca do entendimento
humano”, Hume classifica tudo que é possível
conhecer em dois tipos:
“Podemos, por conseguinte, dividir todas as percepções
do espírito em duas classes ou espécies, que se
distinguem por seus diferentes graus de força e de
vivacidade. As menos fortes e menos vivas são
geralmente denominadas pensamentos ou ideias. (...)
Pelo termo impressão entendo, pois, todas as nossas
percepções mais vivas, quando
ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos
ou queremos.” HUME. Investigação acerca do entendimento humano.
P.35-36
7. Desta forma, segundo Hume, todos os conteúdos da
consciência, constituem percepções e estas se
subdividem em impressões e ideias (pensamentos) .
Impressões
* atos originários do nosso conhecimento
*imagens ou sentimentos que derivam imediatamente da
realidade, vivas e fortes
* correspondem a dados da experiência *presente/atual
*sensações, paixões e emoções...etc.
· Ideias
* representações ou imagens debilitadas, enfraquecidas,
das impressões no pensamento, cópias que remetem aos
originais
* marcas deixadas pelas impressões, uma vez estas
desaparecidas
8. Na analise da formação das ideias é preciso decompor uma ideia complexa
em ideias simples para então verificar quais são as impressões simples e
complexas.
Desta forma, a partir das impressões, formamos as ideias simples, que podem
ser combinadas pelo entendimento.
9. “As ideias são cópias pálidas e sem vivacidade
das impressões diretas; a crença na
continuidade da realidade se funda nessa
capacidade de reproduzir as impressões vividas
e criar um mundo de representações.” MARIAS,
op.cit. p281
10. Ideia complexa de sereia= ideia
complexa de peixe + ideia
complexa de mulher
É assim que se constroem as
fantasias, ficções e sonhos.
Processo cognitivo ocorre quando a
mente conecta mais de uma ideia,
simples ou complexa.
11. “É evidente que há um princípio de conexão entre os
diferentes pensamentos ou ideias do espírito humano e
que, ao se apresentarem à memória ou à imaginação, se
introduzem mutuamente com certo método e
regularidade. E isto é tão visível em nossos pensamentos
ou conversas mais sérias que qualquer pensamento
particular que in-terrompe a sequencia regular ou o
encadeamento das ideias é ime-diatamente notado e
rejeitado. Até mesmo em nossos mais desorde-nados e
errantes devaneios, como também em nossos
sonhos, nota-remos, se refletimos, que a imaginação não
vagou inteiramente a esmo, porém havia sempre uma
conexão entre as diferentes ideias que se sucediam.”
HUME, op.cit. p.39
12. PRINCIPIO ASSOCIATIVO
Entre as impressões e ideias existem relações:
*semelhança= unir as ideias por meio de
características comuns
*contiguidade espacial e temporal= liga uma ideia
a outra pela proximidade no espaço e no tempo
* causalidade= une as ideias através de sucessões
repetidas criando assim uma conexão entre as
ideias.
14. “A metafísica estava equivocada ao
considerar causa e efeito uma relação
necessária independente da
experiência, sem qualquer impressão
corresponde na realidade. A relação não se
submete aos princípios racionais a
priori, pois carrega consigo, na sua
essência, a natureza de uma necessidade
absoluta, de um mundo perfeito.”
Domingues, op.cit. p.14
15. Antes de adentrarmos na critica que Hume faz ao conceito
de causalidade, é preciso ter em mente os objetos da
investigação humana e como eles se relacionam. Hume
faz a distinção em dois gêneros: as relações de ideias e
as relações de fato.
*RELAÇÕES DE IDEIAS: operam com conteúdos ideais,
possibilita o conhecimento demonstrativo.
Ex: 3x5=15
*RELAÇÕES DE FATO: operam a partir de fatos ou
fenômenos reais, necessitam da experiência para validar
suas conclusões.
16. A critica ao principio da causalidade
“a pedra esquenta porque os raios do sol
incidem sobre ela.”
18. “Supondo que um homem, dotado das
mais poderosas faculdades racionais, seja
repentinamente transportado para este
mundo; certamente, notaria de imediato a
existência de uma continua sucessão de
objetos e um evento acompanhado por
outro, mas seria incapaz de descobrir algo
a mais. De inicio, não seria capaz,
mediante nenhum raciocínio, de chegar à
ideia de causa e efeito, visto que os
poderes particulares que realizam todas
as operações naturais jamais se revelam
aos sentidos.” (HUME, 2004, p.60).
19. A crença e o hábito
O hábito origina das várias repetições de um ato sem
ser impelida por algum raciocínio ou processo do
entendimento.
A impossibilidade do conhecimento
cientifico
O conhecimento dos fatos reduz-se
às impressões atuais e passadas.
20. A operação causal funciona por
conjunção constante, produzindo a
expectativa da repetição de fatos ainda
não observados. Portanto, o último
fundamento possível causal é o hábito,
isto é, um princípio da natureza humana,
que não é um raciocínio .
21. A crença é que dirige a probabilidade da
ocorrência de eventos futuros associados a
eventos do passado.
22. Útil para a vida quotidiana , aplicável a vários
campos de conhecimento.
* Base das ciências naturais ou experimentais
* Os raciocínios causais não são demonstrativos
•Tem um fundamento não racional (não deriva da
razão, mas de fatores psicológicos – vontade de que
o futuro seja previsível e, logo, controlável)
•*O empirismo de Hume surge como um ceticismo
ou experimentalismo?
Conclusões