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PESQUISA EM SALA DE AULA – por que não?1


Sofia Lerche Vieira 2


                                                              Não, não tenho um caminho novo,
                                                                           O que tenho de novo
                                                                          é o jeito de caminhar.
                                                                              (Thiago de Mello)




INTRODUÇÃO

        A idéia de educar pela pesquisa (DEMO, 1998) tem estado presente na literatura
educacional desde há muito, representando importante princípio da Escola Nova, cujos
fundamentos remontam ao início do século XX. Anísio Teixeira foi, talvez, o primeiro
educador brasileiro a defender a idéia de que a reconstrução da experiência deveria
integrar a prática docente desde a mais tenra idade dos alunos. O Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova (1932), importante documento histórico norteador do
debate educacional no Brasil, falava de uma educação que abrisse o educando à sua
energia de observar, experimentar e criar todas as atividades capazes de satisfazê-la,
propondo fazer da escola um meio vivo e natural, favorável ao intercâmbio de reações e
experiências (O MANIFESTO In. GHIRALDELLI, 1990, p. 66).
         Ao trazer a lembrança da Escola Nova e de Anísio Teixeira à cena da reflexão
que hoje, aqui, travamos, o fazemos como uma ilustração. Tanto as formulações
recentes acerca do professor pesquisador (PATTERSON, 1993), como do professor-
reflexivo (SCHÖN, 1987 e ALARCÃO, 1996) remontam a um debate que não é novo e
está presente em idéias pedagógicas que aportaram no Brasil desde a primeira metade
do século XX.
        A iniciativa aqui apresentada discute aspectos da proposta metodológica que
temos denominado de pesquisa em sala de aula, concebida com o objetivo de
desenvolver práticas coletivas de investigação com estudantes universitários de
graduação e de pós-graduação. Este trabalho é fruto de nossa experiência em
coordenação de projetos de pesquisa, desde meados dos anos noventa. Neles, por
diversas vezes, fomos desafiados a elaborar estudos de equipe, a partir de um foco de
investigação comum, o que nos levou a buscar uma metodologia compatível com um
trabalho de tal natureza. Como decorrência, fomos delineando a idéia de adaptar
algumas das estratégias desenvolvidas no trabalho de campo ao ensino universitário.
Trazer a experiência da pesquisa para a sala de aula, a nosso ver, poderia vir a resultar
em uma alternativa de dinamização de ensino. A prática desenvolvida a partir daí tem
revelado que este é um caminho fértil de inovação pedagógica, como defende a proposta
de fazer da pesquisa atitude cotidiana no professor e no aluno (DEMO, op. cit).
       A partir de 1999, passamos a introduzir em nossas disciplinas a prática de
projetos comuns de investigação, que envolvem planejamento e coleta de dados
1
VERSÃO PRELIMINAR. 30/08/2001.
2
Professor Titular. Universidade Estadual do Ceará. Brasil.
2



realizadas por todos os alunos de uma mesma turma e análise diferenciada em função de
interesses individuais ou grupais. De tal maneira, os estudantes têm a oportunidade de
vivenciar as diferentes etapas de um projeto de pesquisa a partir de uma prática coletiva.
Neste processo, além de desvelar aspectos da lógica do processo de investigação, a
interação desenvolvida entre professor e alunos tem colaborado para a construção da
possibilidade de ser feliz na universidade (SNYDERS, 1995). Por acréscimo, o trabalho
tem representado a acumulação de um conjunto de informações preciosas para a
pesquisa em educação, viabilizando incursões que têm se traduzido em estudos de
graduação e pós-graduação. Um dos resultados concretos da iniciativa tem sido a
produção de ensaios de pesquisa que vêm sendo divulgados em eventos da área.
         A experiência, concebida inicialmente no âmbito de uma disciplina sob nossa
responsabilidade, no curso noturno de graduação em Pedagogia da Universidade
Estadual do Ceará (UECE), tem sido compartilhada com outros professores da
instituição e resultado em produtos coletivos de investigação. Este ensaio pretende
aprofundar aspectos relativos aos princípios, à metodologia e aos resultados obtidos
desde o início até o estágio atual da experiência (1999/1- 2001/1).


PRINCÍPIOS
       A proposta da pesquisa em sala de aula constitui uma alternativa para dinamizar
o ensino e a aprendizagem na universidade, colocando-se na vertente dos chamados
projetos curriculares (MARTÍNEZ BONAFÉ, 1991) ou projetos de trabalho
(HERNANDEZ, 1998).
        Na perspectiva em que temos trabalhado, professores e alunos se envolvem em
processo onde a sala de aula é visualizada como instância de trocas e de
possibilidades, onde todos aprendem. Os fundamentos dessa forma de condução da
docência universitária não são novos. Buscam inspiração em contribuições diversas,
algumas das quais, como já observamos, estão presentes no campo educacional desde o
advento da Escola Nova. O que há de novo, talvez, seja a forma como as idéias estão
associadas, que consiste em trabalhar com princípios mutuamente articulados, os quais
assim podem ser resumidos:

                  ▪   O professor como orientador e coordenador de iniciativas
                  ▪   O aluno como sujeito ativo na construção do conhecimento
                  ▪   O projeto coletivo como alternativa de ensino-aprendizagem
                  ▪   O tema-gerador como estratégia de investigação
                  ▪   A prática como ponto de partida para a aprendizagem da
                      pesquisa
                  ▪   O ensino e a pesquisa como atividades indissociáveis

       Uma breve incursão em torno desses princípios, facilita o entendimento de como
a perspectiva da pesquisa em sala de aula tem sido trabalhada no cotidiano da docência
universitária.

   Professor – orientador e coordenador de iniciativas
3



      Muito se tem escrito e pesquisado sobre o professor nos últimos anos,
particularmente no contexto da sociedade do conhecimento, palco de mudanças sem
precedentes no âmbito da educação e da escola. Existe, hoje, uma literatura rica e
atraente sobre questões as mais diversas relativas ao professor. Como já mencionamos
anteriormente, temos tido influências marcantes das idéias de NÓVOA (1995 a, b),
SCHÖN (1992), CUNHA (1997), entre outros. Nossa intenção não é discorrer sobre
um tema tão palmilhado como esse mas, antes, sinalizar na direção do papel reservado
ao professor na pesquisa em sala de aula.
         Num tempo em que o conhecimento está cada vez mais nos objetos, é óbvio que
o papel do professor transcende, em muito, à função de transmitir conhecimentos. Se,
por um lado, permanece forte em seu trabalho a dimensão de mediador entre os
conteúdos existentes e aquilo que se espera do aluno saber, por outro, cresce a
importância de que este seja, em sala de aula, um orientador e coordenador de
iniciativas.
       Duas imagens de trabalho coletivo aqui são oportunas: o jogo e a orquestra. Em
ambos os casos, os integrantes têm uma tarefa específica a desempenhar. O rendimento
depende de todos e de cada um em particular. O técnico é figura indispensável.
Acompanha o trabalho diário da equipe. Estimula, briga. Vibra, na vitória. Acolhe, na
derrota. O maestro, atento a todos os instrumentos, é capaz de ouvir o som de cada um
deles e, a partir do conjunto, construir uma sintonia. Em qualquer dos casos, o que está
em questão é a importância de orientar e coordenar a equipe a ser o que de melhor puder
ser, a partir de suas próprias circunstâncias. Para o professor, orientar e coordenar um
trabalho deste tipo significa ajudar seus alunos a conquistar a taça do conhecimento.
       Como síntese, pode-se dizer que para conduzir um trabalho onde a pesquisa se
constitua como princípio educativo e a dinâmica coletiva esteja sempre presente, o
professor necessita abandonar a posição de detentor exclusivo de conhecimentos, onde o
ensino é centrado apenas na aula expositiva. Tal atitude, embora ainda presente na
universidade, podia fazer sentido no passado, sob a égide da pedagogia tradicional;
hoje, entretanto, é inadmissível.

1.                                   Aluno – sujeito ativo na construção do
     conhecimento
       Por óbvio que pareça e por mais difundidas que estejam entre nós as concepções
construtivistas do conhecimento, não é demais repetir que trabalhar com a perspectiva
da pesquisa em sala de aula implica em que o professor confie em seu(s) aluno(s) como
pessoas autônomas, capazes de construir conhecimentos. Vale ressaltar, contudo, que ao
reconhecer o estudante como um sujeito que aprende por si próprio, acentua-se para o
professor um papel mediador nesse processo. Ou seja, se é verdade que o aluno tem
autonomia para apropriar-se do objeto a ser conhecido, este é um processo construído
em situação, onde o conhecimento vai sendo desvelado ao sujeito em um percurso nem
sempre linear.
        Na perspectiva da pesquisa em sala de aula, o conhecimento não é algo dado
espontaneamente, seja ao professor, seja ao aluno. Como em todo processo
investigativo, antes, resulta de um esforço sistemático de apreensão do real, naquilo que
dele é possível conhecer em um determinado momento, uma vez que não há
conhecimento pronto, ou acabado. Assim, compreende-se que “aprender é construir
4



significados” e “ensinar é oportunizar esta construção” (MORETTO, 1999, p. 9). Sob
este ponto de vista, a pesquisa em sala de aula viabiliza a criação de um ambiente
propício a que a construção de significados aconteça, sob o acompanhamento de alguém
que aí está para facilitar a possibilidade desta construção.

   Projeto coletivo – alternativa de ensino-aprendizagem
        “Um galo sozinho não tece uma manhã”, diz o poeta brasileiro João Cabral de
Melo Neto, em um de seus belos poemas. Em todos os processos humanos vivemos
estabelecendo trocas. Somos seres de relações. Alimentamo-nos da relação com o outro.
A situação pedagógica não foge a esta regra. Embora cultivemos muito o trabalho em
grupo, este nem sempre gera os efeitos desejáveis no ambiente de sala de aula. É
comum encontrar alunos que rejeitam as atividades de equipe, argumentando que esta
prática permite que uns se aproveitem dos outros para fugir ao trabalho. Na pesquisa em
sala de aula as coisas se passam de uma forma diferente. Há momentos de trabalho
individual e de trabalho em grupo. Em ambos os casos, porém, um depende do outro. A
metáfora do jogo, aqui, outra vez, é ilustrativa. Não há jogo sem regras. Quando se tem
um time, todos têm que participar. Se um falha, todos perdem. Se outro faz o gol, todos
vibram.
        É importante buscar sintonia entre vários aspectos e nem sempre se deve ou
pode sucumbir aos apelos individuais. O problema é que temos uma forte tradição de
pesquisa individual na área de educação – todos querem perseguir o seu tema e
problema, muitas vezes, se esquecendo que não é assim que se caminha quando se
pretende fazer avançar o conhecimento científico. Os pesquisadores individuais são
raros e a investigação, cada vez mais, um empreendimento coletivo.
       Outro aspecto relevante a destacar na busca de sintonia entre o individual e o
coletivo, diz respeito à possibilidade de potencializar áreas de interesse, sem perda de
originalidade no percurso do trabalho. Melhor explicando. Um problema freqüente com
o qual nos defrontamos na pesquisa em grupo refere-se à preservação do trabalho
individual de cada pesquisador e da autoria das diferentes partes que o compõem.

   Tema-gerador – estratégia de investigação
        Se a definição dos temas e problemas de pesquisa é etapa fundamental de
qualquer processo investigativo, também na pesquisa em sala de aula este é um
pressuposto verdadeiro. No caso de estarmos em busca de um foco coletivo de
investigação, esta é questão das mais relevantes. O objeto da pesquisa tem que despertar
interesse entre os alunos. Ser um tema-gerador, por assim dizer. O encontro de um tema
motivador contribui para maior envolvimento do grupo e para o bom rendimento do
trabalho.
       Temas interessantes existem em todas as áreas do conhecimento. O desafio está
em encontrá-los. E, uma vez encontrados, não perdê-los de vista. Isto nos remete à
passagem de um livro valioso - Consejos a un joven cientifico, de Peter Medawar
(1992), Prêmio Nobel por trabalhos de investigação clínica – onde o cientista fala da
importância de pesquisar sobre temas que despertem o interesse público. O exemplo que
o autor utiliza é o de um jovem cientista, dedicado à pesquisa sobre ovos de ouriços do
mar. Se o jovem fizer uma pesquisa para demonstrar que 36% dos ouriços do mar
possuem uma manchinha preta em sua superfície superior corre o risco de, ao apresentar
5



seu trabalho em uma reunião científica, despertar o interesse de apenas um único jovem
cientista – aquele que está empenhado na investigação acerca dos outros 64% dos ovos
de ouriços que não têm uma manchinha preta em sua superfície superior...
       Ao buscar um foco de pesquisa comum, lembremo-nos dos ovos de ouriços do
mar. É mais importante saber dos perigos que estes podem representar à espécie humana
do que se seus ovos têm, ou não, manchinhas pretas. Construir um tema-gerador de
pesquisa significa ser capaz de encontrar focos de pesquisa que agreguem o
conhecimento em torno de temas viáveis, úteis e relevantes.

1.                            A prática – ponto de partida para a aprendizagem da
     pesquisa
        O poeta Drummond que o diga – amar se aprende amando – como em quase
tudo na vida, também em pesquisa se aprende a partir da ação. Ou seja, pesquisar se
aprende pesquisando. Daí, talvez, um dos grandes equívocos da maior parte dos cursos
de metodologia de pesquisa, onde se fala muito sobre pesquisa, mas não se pesquisa.
Parte da dificuldade está no fato de que os alunos – com toda razão – costumam detestar
as disciplinas que pretendem falar sobre o como fazer, sem fazer. Aliás, quem gosta de
promessas não cumpridas? Outro problema é que não raro o professor de tais disciplinas
não é um pesquisador. Neste caso, o falar sobre é levado às últimas conseqüências – a
aula vira um grande discurso sobre a pesquisa. Lê-se muitos manuais, discute-se muitas
regras mas, pesquisar que é bom, nada... Ao final de um curso dessa natureza, a teoria
sobre o método foi passada de uma forma insossa e inconseqüente. Todos estão
frustrados e – o que é pior – quando se defrontam com a necessidade da pesquisa
(monografias e dissertações são um bom exemplo nesse sentido), muitos dos iniciantes
estão perdidos. Não sabem onde nem como ir. De que lhes valeu, então, o ensino sobre
a pesquisa?
        Julgamos que a maioria dos professores e dos alunos, no fundo, estão cientes de
que não é este o caminho para ensinar a pesquisa. Onde há muitas regras, porém, é mais
difícil quebrá-las. Poucos ousam se aventurar a buscar outras formas de fazer as coisas.
A atitude de mudar o ensino da pesquisa começa pelos pesquisadores. E muitos deles o
fazem, como podemos testemunhar através da prática da iniciação científica, que tantos
dividendos tem trazido para a universidade. Esta, porém, é uma atividade a qual poucos
estudantes têm acesso. Daí, a importância de socializar o que pode e deve ser
socializado em termos da prática de pesquisa em espaços mais amplos. A sala de aula,
pois, é o laboratório para ensaiar esta iniciação. Assim como na escola, os melhores
professores deveriam estar à frente do ensino de alfabetização, o mesmo se aplica à
universidade, onde os pesquisadores mais experientes não deveriam ser poupados da
condução das disciplinas introdutórias à iniciação científica e à pesquisa. O que
propomos, pois, é aprender a pesquisar – pesquisando, com um professor-pesquisador,
orientando.

     Ensino e pesquisa – atividades indissociáveis

       Há mais de trinta anos a universidade brasileira convive com o princípio da
indissociabilidade entre o ensino e a pesquisa, legado da reforma de 1968. Sobre o
assunto, muito já foi discutido, refletido e polemizado. Ao longo do tempo, ao par
original acrescentou-se também a atividade de extensão. A Constituição de 1998 dispõe
6



que as universidades obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão (CF - Art. 207). Aqui, nos limitaremos a tratar da articulação
entre o ensino e a pesquisa no âmbito da docência, uma vez que ambas alimentam o
trabalho de sala de aula de forma direta.
       A experiência com a incorporação da prática de pesquisa ao conteúdo
programático das disciplinas tem ensinado que esta propicia uma dinâmica de trabalho
prazerosa e instigante. Assim, através da pesquisa o ensino se renova. Os alunos
encontram um novo desafio à sua trajetória acadêmica, deixando muito claro para os
professores que, dadas as devidas condições, eles são, sim, capazes de construir
conhecimentos e se envolver nos cursos ministrados com compromisso,
responsabilidade e – por que não dizer? – paixão.

METODOLOGIA
        O trabalho de construção da pesquisa em sala de aula é simples. Merece, porém,
cuidadoso preparo, atento acompanhamento e coordenação. Em certo sentido, pode-se
repetir o conhecido ditado: Quem não sabe o que procura, quando encontra não
percebe. Há que se saber o que se quer. Também o como se quer chegar.
7



        Para levar uma proposta de trabalho de tal natureza adiante, é necessário que
todos estejam convencidos da possibilidade de realizar um projeto coletivo de
investigação no decorrer de um semestre letivo. Muitos docentes e pesquisadores
acadêmicos poderão dizer que esta é uma tarefa impossível. Não é. É preciso manter em
mente que esta não é a pesquisa, mas uma pesquisa, ou melhor dizendo, um exercício de
pesquisa que se dá através de uma oportunidade de percorrer algumas etapas do
processo de investigação.
        Identificado o tema-gerador do estudo, elabora-se um instrumento comum de
investigação. No caso das experiências de pesquisa em sala de aula sob nossa
orientação, temos trabalhado basicamente com entrevistas semi-estruturadas mas,
observações e questionários podem ser igualmente explorados como procedimentos de
condução de trabalho de campo. Os roteiros para o trabalho de campo (entrevistas,
questionários e fichas de observação) podem ser produzidos a partir de duas situações.
Se a pesquisa atende a um interesse institucional, o roteiro é proposto pela equipe
coordenadora da iniciativa e submetido à apreciação dos estudantes participantes. Se a
pesquisa atende a interesses dos próprios alunos de uma disciplina, todo o trabalho de
produção de instrumentos é assumido por eles, sob a orientação do professor.
        Antes da realização do trabalho de campo, é oportuno discutir exaustivamente
em sala de aula os diferentes aspectos desta etapa da pesquisa (Ver, a propósito:
BOGDAN e BIKLEN, 1994, p. 115-145). Em nossa experiência na graduação, sentimos
que este é um passo importante para que o pesquisador iniciante vá a campo com
segurança dos procedimentos a adotar. Assim, em algumas circunstâncias, ensaiamos
como se conduz e registra a coleta de dados. Ao contrário do que talvez possam
imaginar os mais céticos, este trabalho tende a ser divertido e a despertar grande
entusiasmo por parte dos estudantes.
       A definição da amostra é feita a partir do tema proposto e das possibilidades dos
estudantes envolvidos no projeto. No caso da experiência conduzida com estudantes de
pós-graduação, cada mestrando realizou e transcreveu 6 entrevistas. No caso das turmas
de graduação, temos atribuído a cada aluno a realização e transcrição de 2 entrevistas.
Concluída esta etapa primeira de coleta de informações, chega-se ao momento de
proceder ao trabalho de organização dos dados, no sentido de viabilizar que os assuntos
abordados sejam classificados e analisados de acordo com categorias previamente
estabelecidas. É a partir desta fase do processo da pesquisa em sala de aula que os
diferentes temas podem ser distribuídos entre os alunos, conforme seus interesses
específicos ou segundo critério de distribuição previamente estabelecido e acordado.
       O cuidado especial com o processo de coleta e registro de dados justifica-se em
função dos resultados a serem obtidos. Se as informações coletadas estão registradas de
forma criteriosa, com maior facilidade poderão constituir objeto de descrição e análise.
Em todas as iniciativas realizadas sob nossa responsabilidade, os alunos receberam um
disquete contendo o roteiro do trabalho a ser realizado – no caso, entrevistas – que
retornam ao professor em data definida de comum acordo por todos.
       As entrevistas são copiadas em duas vias. Este procedimento é necessário para
que possa se ter um arquivo, contendo o registro completo de todas as entrevistas, assim
como para dirimir dúvidas de preenchimento que são inevitáveis ao longo do percurso –
sobretudo em se tratando de uma atividade de iniciação científica, onde estamos lidando
com jovens que, em sua maioria, jamais realizaram um trabalho de campo orientado.
8



       Uma das vias impressas é utilizada para que as respostas sejam organizadas por
tema. Aqui os estudantes percebem em concreto o quanto, na pesquisa coletiva, somos
um por todos e todos por um. Todo pequeno detalhe esquecido resulta em algum
obstáculo a ser analisado e contornado. Cada resposta em branco, cada preenchimento
incorreto faz diferença e isto fica claro no decorrer do processo de organização dos
dados.
        Concluída a etapa de organização da informação, procede-se à descrição e
análise dos dados. Trabalhamos com dados qualitativos mas, em muitos casos, estes são
passíveis de um tratamento estatístico simples. De tal maneira, os alunos aprendem a
construir tabelas e delas extrair sentido a partir do material por eles coletado. Do mesmo
modo, procede-se com a análise qualitativa da informação. Busca-se identificar
tendências predominantes de respostas assim como elementos divergentes do conjunto.
Aos poucos, vai se construindo um desenho que expressa os resultados do trabalho
realizado.
       Descobrimos, na prática, que uma boa forma de apresentar os resultados da
pesquisa em sala de aula é através da elaboração de resumos e de realização de sessões
de posters, onde os alunos discutem entre si suas descobertas e recebem orientações
sobre como proceder para participar de eventos científicos.
        Assim tem sido a condução da pesquisa em sala de aula, ao longo dos dois anos
de seu desenvolvimento. O trabalho costuma pautar-se por interesse e entusiasmo por
parte de todos, indicando a oportunidade de desenvolver experiências de tal natureza
para uma plena realização do princípio da indissociabilidade entre ensino e pesquisa na
universidade. Para os alunos, tem significado uma oportunidade ímpar de articular a
teoria à prática de uma investigação. Para a professora, um estímulo à continuidade da
experiência e a resignificação do trabalho docente.




RESULTADOS

        A experiência da pesquisa em sala de aula teve início a partir de uma
experiência individual, mas tem sido compartilhada com outros docentes no âmbito da
instituição onde trabalhamos. Como resultado concreto da experiência, com a
cooperação de outros docentes e de alunos que participaram da coleta de informações,
nos dois anos considerados, foram produzidos cinco bancos de dados, sob as seguintes
denominações:
              -   Inovações Institucionais na Escola (1999/1 e 2001/2);
              -   Profissão – Pedagogo (1999/2);
              -   Profissão – Professor de Língua Estrangeira (1999/2);
              -   Profissão – Professor de Ensino Fundamental (2000/1);
              -   Profissão – Professor de Ensino Fundamental (2000/2);
      As informações coletadas e organizadas através desse procedimento
metodológico oferecem múltiplas possibilidades de pesquisa discente e docente. Os
Bancos de Dados têm viabilizado a produção de trabalhos coletivos em diferentes
9



disciplinas da graduação e de pós-graduação, assim como outros estudos. Detalharemos
a seguir, algo da experiência acumulada neste sentido.
        A primeira iniciativa sistemática de pesquisa em sala de aula foi conduzida no
âmbito da disciplina Planejamento Educacional 1, quando juntamente com outra
colega3, realizamos o estudo Inovações Institucionais na Escola (1991/1), com dados
coletados em 16 escolas públicas estaduais. Foi concebido um instrumento comum para
a realização de entrevistas e para a observação das condições de funcionamento das
escolas pesquisadas. Os alunos distribuíram-se em equipes responsáveis pela coleta de
dados em uma unidade escolar, onde foram entrevistados: 1 membro da equipe
dirigente, 2 professores e 2 alunos. Os dados foram classificados e analisados,
permitindo uma apreciação acerca de diferentes iniciativas da política estadual. Esta
investigação coletiva foi objeto de uma segunda aplicação dois anos depois (2001/1),
quando novas turmas voltaram à escola, com o objetivo de captar o andamento das
inovações propostas e identificar a presença de novas iniciativas..
        O estudo Profissão – Pedagogo (1999/2), foi concebido a partir de um interesse
institucional – a reforma curricular do Curso de Pedagogia da UECE, articulando-se
com o trabalho desenvolvido pela comissão de reforma curricular. Valendo-nos da
experiência adquirida no semestre anterior, propusemos a iniciativa do estudo que foi
acatada e compartilhada por diversos colegas do curso4. O estudo envolveu entrevistas
com 51 alunos e 47 egressos do curso de Pedagogia, 31 diretores de escola e 8
instituições empregadoras não-escolares. As informações resultantes das entrevistas
com alunos e egressos foram sistematizadas e analisadas no âmbito das turmas sob
nossa responsabilidade. Posteriormente, o Banco de Dados passou a constituir-se como
objeto de estudo de um conjunto de docentes ligados ao Grupo de Pesquisa Formação
de Professores, da referida universidade. Algumas oficinas de pesquisa foram realizadas
sob nossa coordenação que resultaram em ensaios sobre os dados referentes à formação
de alunos e egressos, tendo os trabalhos sido apresentados em eventos de divulgação
científica na área de educação.




3
 Maria Gláucia Menezes de Albuquerque.
4
 Participaram também da iniciativa os colegas professores: Josete de Oliveira Castelo Branco Sales, Lia Matos Brito
de Albuquerque, Maria de Jesus Oliveira, Maria Gláucia Menezes Teixeira Albuquerque, Maria Marina Dias
Cavalcante e Rita de Cássia Barbosa Paiva Magalhães.
10



        O estudo Profissão – Professor de Língua Estrangeira (1999/2), foi concebido
no âmbito da disciplina Enfoques em Formação de Professores em Línguas
Estrangeiras, do Curso de Mestrado em Linguística Aplicada (CMLA), da UECE
(1999/2), tendo contado com a participação de três mestrandos5. O trabalho envolveu
entrevistas com 18 professores de língua estrangeira (inglês e francês). As informações
coletadas na pesquisa foram aprofundadas como trabalho final da disciplina.
Posteriormente, os trabalhos foram transformados em objeto de Sessão de Comunicação
Coordenada de evento científico da área de lingüística6. Esta foi a primeira apresentação
pública da experiência da pesquisa em sala de aula. Os trabalhos apresentados pelos
alunos foram: Identidade e Histórias de Vida; Imagens sobre o Magistério e a Formação
Docente; e, O Trabalho e a Prática em Sala de Aula. As informações do Banco de
Dados foram colocadas à disposição do curso e estão sendo aprofundadas em uma
dissertação de mestrado.
        A partir dessas três iniciativas, propusemos à coordenação das disciplinas de
pesquisa do curso de pedagogia da UECE que o projeto coletivo de investigação
passasse a constar da experiência dos alunos de graduação, como atividade regular da
disciplina Pesquisa Educacional. Assim, com a colaboração de duas colegas 7,
realizamos o estudo Profissão – Professor de Ensino Fundamental, no âmbito das três
turmas sobre o assunto do referido curso. A coleta de dados resultou em 163 entrevistas
com professores de 1ª, 5ª e 8ª séries de escolas públicas e privadas de ensino
fundamental. Cada professor trabalhou as informações na esfera de abrangência de sua
turma, coordenando o trabalho de coleta, registro, análise e apresentação de
informações. Alguns dos trabalhos produzidos pelos alunos foram apresentados em
Encontro de Iniciação Científica da UECE (novembro/2000). O Banco de Dados
resultante está sendo aprofundado em um projeto de iniciação científica sob nossa
coordenação, devendo resultar em estudo sobre o conjunto das entrevistas realizadas.
       No segundo semestre letivo de 2000 foi realizada nova coleta de dados com foco
de aprofundamento na profissão do Professor de Ensino Médio (2000/2), quando foram
entrevistados 80 professores de escolas públicas e particulares de ensino. O
procedimento adotado neste estudo foi semelhante aos demais, sendo que as
informações decorrentes do último levantamento apresentaram uma dimensão de
continuidade, uma vez que utilizou-se um instrumento comum. Assim, tanto será
possível agregar todo o material, como realizar incursões específicas, analisando as
especificidades de cada segmento.




5
  Ana Maria Mota Paz, Henrique Sérgio Beltrão de Castro e Paulo José Andrelino.
6
  XVIII Jornada de Estudos Lingüísticos do Nordeste (GELNE), Universidade Federal da Bahia, Salvador, 03 a
06/09/2000.
7
  Tânia Maria Leal Barbosa e Lia Matos Brito de Albuquerque.
11



        Esta é, em síntese, a proposta que, para efeitos de sistematização, denominamos:
pesquisa em sala de aula. Temos, em mãos, os instrumentos de orientação de trabalho,
registros fotográficos, avaliações de alunos, bem como os produtos resultantes dos
ensaios – resumos, comunicações, artigos – e os Bancos de Dados elaborados ao longo
da experiência. Esperamos que a socialização desta iniciativa seja um convite a que, em
futuro próximo, outros colegas venham compartilhar o prazer de ser feliz na
universidade através de um trabalho onde todos aprendem. E, assim, quem sabe, abrir
um caminho para que iniciativas semelhantes venham a se realizar, contribuindo para a
inovação didática e a construção de novas práticas formativas na universidade.


BIBLIOGRAFIA
ALARCÃO, Isabel (org.). Formação reflexiva de professores: estratégias de
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BOGDAN, Robert e BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em educação: uma
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DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 3.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1998.
HERNANDÉZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de
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   Economica, 1992.
MORETTO, Vasco Pedro. Construtivismo: a produção do conhecimento em aula. Rio
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NÓVOA, Antonio (org.) Profissão professor. 2. ed. Porto Editora: Porto, 1995 (a).
___________________. Vidas de professores. 2. ed. Porto Editora: Porto, 1995 (b).
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SACRISTÁN, Gimeno. Pedagogia de Objetivos. Madrid: Morata, 1998.
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    Antonio (coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa, Dom Quixote, 1992.
SNYDERS, Georges. Feliz na universidade: estudo a partir de algumas biografias. Rio
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PESQUISA EM SALA DE AULA – por que não?

  • 1. PESQUISA EM SALA DE AULA – por que não?1 Sofia Lerche Vieira 2 Não, não tenho um caminho novo, O que tenho de novo é o jeito de caminhar. (Thiago de Mello) INTRODUÇÃO A idéia de educar pela pesquisa (DEMO, 1998) tem estado presente na literatura educacional desde há muito, representando importante princípio da Escola Nova, cujos fundamentos remontam ao início do século XX. Anísio Teixeira foi, talvez, o primeiro educador brasileiro a defender a idéia de que a reconstrução da experiência deveria integrar a prática docente desde a mais tenra idade dos alunos. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932), importante documento histórico norteador do debate educacional no Brasil, falava de uma educação que abrisse o educando à sua energia de observar, experimentar e criar todas as atividades capazes de satisfazê-la, propondo fazer da escola um meio vivo e natural, favorável ao intercâmbio de reações e experiências (O MANIFESTO In. GHIRALDELLI, 1990, p. 66). Ao trazer a lembrança da Escola Nova e de Anísio Teixeira à cena da reflexão que hoje, aqui, travamos, o fazemos como uma ilustração. Tanto as formulações recentes acerca do professor pesquisador (PATTERSON, 1993), como do professor- reflexivo (SCHÖN, 1987 e ALARCÃO, 1996) remontam a um debate que não é novo e está presente em idéias pedagógicas que aportaram no Brasil desde a primeira metade do século XX. A iniciativa aqui apresentada discute aspectos da proposta metodológica que temos denominado de pesquisa em sala de aula, concebida com o objetivo de desenvolver práticas coletivas de investigação com estudantes universitários de graduação e de pós-graduação. Este trabalho é fruto de nossa experiência em coordenação de projetos de pesquisa, desde meados dos anos noventa. Neles, por diversas vezes, fomos desafiados a elaborar estudos de equipe, a partir de um foco de investigação comum, o que nos levou a buscar uma metodologia compatível com um trabalho de tal natureza. Como decorrência, fomos delineando a idéia de adaptar algumas das estratégias desenvolvidas no trabalho de campo ao ensino universitário. Trazer a experiência da pesquisa para a sala de aula, a nosso ver, poderia vir a resultar em uma alternativa de dinamização de ensino. A prática desenvolvida a partir daí tem revelado que este é um caminho fértil de inovação pedagógica, como defende a proposta de fazer da pesquisa atitude cotidiana no professor e no aluno (DEMO, op. cit). A partir de 1999, passamos a introduzir em nossas disciplinas a prática de projetos comuns de investigação, que envolvem planejamento e coleta de dados 1 VERSÃO PRELIMINAR. 30/08/2001. 2 Professor Titular. Universidade Estadual do Ceará. Brasil.
  • 2. 2 realizadas por todos os alunos de uma mesma turma e análise diferenciada em função de interesses individuais ou grupais. De tal maneira, os estudantes têm a oportunidade de vivenciar as diferentes etapas de um projeto de pesquisa a partir de uma prática coletiva. Neste processo, além de desvelar aspectos da lógica do processo de investigação, a interação desenvolvida entre professor e alunos tem colaborado para a construção da possibilidade de ser feliz na universidade (SNYDERS, 1995). Por acréscimo, o trabalho tem representado a acumulação de um conjunto de informações preciosas para a pesquisa em educação, viabilizando incursões que têm se traduzido em estudos de graduação e pós-graduação. Um dos resultados concretos da iniciativa tem sido a produção de ensaios de pesquisa que vêm sendo divulgados em eventos da área. A experiência, concebida inicialmente no âmbito de uma disciplina sob nossa responsabilidade, no curso noturno de graduação em Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará (UECE), tem sido compartilhada com outros professores da instituição e resultado em produtos coletivos de investigação. Este ensaio pretende aprofundar aspectos relativos aos princípios, à metodologia e aos resultados obtidos desde o início até o estágio atual da experiência (1999/1- 2001/1). PRINCÍPIOS A proposta da pesquisa em sala de aula constitui uma alternativa para dinamizar o ensino e a aprendizagem na universidade, colocando-se na vertente dos chamados projetos curriculares (MARTÍNEZ BONAFÉ, 1991) ou projetos de trabalho (HERNANDEZ, 1998). Na perspectiva em que temos trabalhado, professores e alunos se envolvem em processo onde a sala de aula é visualizada como instância de trocas e de possibilidades, onde todos aprendem. Os fundamentos dessa forma de condução da docência universitária não são novos. Buscam inspiração em contribuições diversas, algumas das quais, como já observamos, estão presentes no campo educacional desde o advento da Escola Nova. O que há de novo, talvez, seja a forma como as idéias estão associadas, que consiste em trabalhar com princípios mutuamente articulados, os quais assim podem ser resumidos: ▪ O professor como orientador e coordenador de iniciativas ▪ O aluno como sujeito ativo na construção do conhecimento ▪ O projeto coletivo como alternativa de ensino-aprendizagem ▪ O tema-gerador como estratégia de investigação ▪ A prática como ponto de partida para a aprendizagem da pesquisa ▪ O ensino e a pesquisa como atividades indissociáveis Uma breve incursão em torno desses princípios, facilita o entendimento de como a perspectiva da pesquisa em sala de aula tem sido trabalhada no cotidiano da docência universitária. Professor – orientador e coordenador de iniciativas
  • 3. 3 Muito se tem escrito e pesquisado sobre o professor nos últimos anos, particularmente no contexto da sociedade do conhecimento, palco de mudanças sem precedentes no âmbito da educação e da escola. Existe, hoje, uma literatura rica e atraente sobre questões as mais diversas relativas ao professor. Como já mencionamos anteriormente, temos tido influências marcantes das idéias de NÓVOA (1995 a, b), SCHÖN (1992), CUNHA (1997), entre outros. Nossa intenção não é discorrer sobre um tema tão palmilhado como esse mas, antes, sinalizar na direção do papel reservado ao professor na pesquisa em sala de aula. Num tempo em que o conhecimento está cada vez mais nos objetos, é óbvio que o papel do professor transcende, em muito, à função de transmitir conhecimentos. Se, por um lado, permanece forte em seu trabalho a dimensão de mediador entre os conteúdos existentes e aquilo que se espera do aluno saber, por outro, cresce a importância de que este seja, em sala de aula, um orientador e coordenador de iniciativas. Duas imagens de trabalho coletivo aqui são oportunas: o jogo e a orquestra. Em ambos os casos, os integrantes têm uma tarefa específica a desempenhar. O rendimento depende de todos e de cada um em particular. O técnico é figura indispensável. Acompanha o trabalho diário da equipe. Estimula, briga. Vibra, na vitória. Acolhe, na derrota. O maestro, atento a todos os instrumentos, é capaz de ouvir o som de cada um deles e, a partir do conjunto, construir uma sintonia. Em qualquer dos casos, o que está em questão é a importância de orientar e coordenar a equipe a ser o que de melhor puder ser, a partir de suas próprias circunstâncias. Para o professor, orientar e coordenar um trabalho deste tipo significa ajudar seus alunos a conquistar a taça do conhecimento. Como síntese, pode-se dizer que para conduzir um trabalho onde a pesquisa se constitua como princípio educativo e a dinâmica coletiva esteja sempre presente, o professor necessita abandonar a posição de detentor exclusivo de conhecimentos, onde o ensino é centrado apenas na aula expositiva. Tal atitude, embora ainda presente na universidade, podia fazer sentido no passado, sob a égide da pedagogia tradicional; hoje, entretanto, é inadmissível. 1. Aluno – sujeito ativo na construção do conhecimento Por óbvio que pareça e por mais difundidas que estejam entre nós as concepções construtivistas do conhecimento, não é demais repetir que trabalhar com a perspectiva da pesquisa em sala de aula implica em que o professor confie em seu(s) aluno(s) como pessoas autônomas, capazes de construir conhecimentos. Vale ressaltar, contudo, que ao reconhecer o estudante como um sujeito que aprende por si próprio, acentua-se para o professor um papel mediador nesse processo. Ou seja, se é verdade que o aluno tem autonomia para apropriar-se do objeto a ser conhecido, este é um processo construído em situação, onde o conhecimento vai sendo desvelado ao sujeito em um percurso nem sempre linear. Na perspectiva da pesquisa em sala de aula, o conhecimento não é algo dado espontaneamente, seja ao professor, seja ao aluno. Como em todo processo investigativo, antes, resulta de um esforço sistemático de apreensão do real, naquilo que dele é possível conhecer em um determinado momento, uma vez que não há conhecimento pronto, ou acabado. Assim, compreende-se que “aprender é construir
  • 4. 4 significados” e “ensinar é oportunizar esta construção” (MORETTO, 1999, p. 9). Sob este ponto de vista, a pesquisa em sala de aula viabiliza a criação de um ambiente propício a que a construção de significados aconteça, sob o acompanhamento de alguém que aí está para facilitar a possibilidade desta construção. Projeto coletivo – alternativa de ensino-aprendizagem “Um galo sozinho não tece uma manhã”, diz o poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto, em um de seus belos poemas. Em todos os processos humanos vivemos estabelecendo trocas. Somos seres de relações. Alimentamo-nos da relação com o outro. A situação pedagógica não foge a esta regra. Embora cultivemos muito o trabalho em grupo, este nem sempre gera os efeitos desejáveis no ambiente de sala de aula. É comum encontrar alunos que rejeitam as atividades de equipe, argumentando que esta prática permite que uns se aproveitem dos outros para fugir ao trabalho. Na pesquisa em sala de aula as coisas se passam de uma forma diferente. Há momentos de trabalho individual e de trabalho em grupo. Em ambos os casos, porém, um depende do outro. A metáfora do jogo, aqui, outra vez, é ilustrativa. Não há jogo sem regras. Quando se tem um time, todos têm que participar. Se um falha, todos perdem. Se outro faz o gol, todos vibram. É importante buscar sintonia entre vários aspectos e nem sempre se deve ou pode sucumbir aos apelos individuais. O problema é que temos uma forte tradição de pesquisa individual na área de educação – todos querem perseguir o seu tema e problema, muitas vezes, se esquecendo que não é assim que se caminha quando se pretende fazer avançar o conhecimento científico. Os pesquisadores individuais são raros e a investigação, cada vez mais, um empreendimento coletivo. Outro aspecto relevante a destacar na busca de sintonia entre o individual e o coletivo, diz respeito à possibilidade de potencializar áreas de interesse, sem perda de originalidade no percurso do trabalho. Melhor explicando. Um problema freqüente com o qual nos defrontamos na pesquisa em grupo refere-se à preservação do trabalho individual de cada pesquisador e da autoria das diferentes partes que o compõem. Tema-gerador – estratégia de investigação Se a definição dos temas e problemas de pesquisa é etapa fundamental de qualquer processo investigativo, também na pesquisa em sala de aula este é um pressuposto verdadeiro. No caso de estarmos em busca de um foco coletivo de investigação, esta é questão das mais relevantes. O objeto da pesquisa tem que despertar interesse entre os alunos. Ser um tema-gerador, por assim dizer. O encontro de um tema motivador contribui para maior envolvimento do grupo e para o bom rendimento do trabalho. Temas interessantes existem em todas as áreas do conhecimento. O desafio está em encontrá-los. E, uma vez encontrados, não perdê-los de vista. Isto nos remete à passagem de um livro valioso - Consejos a un joven cientifico, de Peter Medawar (1992), Prêmio Nobel por trabalhos de investigação clínica – onde o cientista fala da importância de pesquisar sobre temas que despertem o interesse público. O exemplo que o autor utiliza é o de um jovem cientista, dedicado à pesquisa sobre ovos de ouriços do mar. Se o jovem fizer uma pesquisa para demonstrar que 36% dos ouriços do mar possuem uma manchinha preta em sua superfície superior corre o risco de, ao apresentar
  • 5. 5 seu trabalho em uma reunião científica, despertar o interesse de apenas um único jovem cientista – aquele que está empenhado na investigação acerca dos outros 64% dos ovos de ouriços que não têm uma manchinha preta em sua superfície superior... Ao buscar um foco de pesquisa comum, lembremo-nos dos ovos de ouriços do mar. É mais importante saber dos perigos que estes podem representar à espécie humana do que se seus ovos têm, ou não, manchinhas pretas. Construir um tema-gerador de pesquisa significa ser capaz de encontrar focos de pesquisa que agreguem o conhecimento em torno de temas viáveis, úteis e relevantes. 1. A prática – ponto de partida para a aprendizagem da pesquisa O poeta Drummond que o diga – amar se aprende amando – como em quase tudo na vida, também em pesquisa se aprende a partir da ação. Ou seja, pesquisar se aprende pesquisando. Daí, talvez, um dos grandes equívocos da maior parte dos cursos de metodologia de pesquisa, onde se fala muito sobre pesquisa, mas não se pesquisa. Parte da dificuldade está no fato de que os alunos – com toda razão – costumam detestar as disciplinas que pretendem falar sobre o como fazer, sem fazer. Aliás, quem gosta de promessas não cumpridas? Outro problema é que não raro o professor de tais disciplinas não é um pesquisador. Neste caso, o falar sobre é levado às últimas conseqüências – a aula vira um grande discurso sobre a pesquisa. Lê-se muitos manuais, discute-se muitas regras mas, pesquisar que é bom, nada... Ao final de um curso dessa natureza, a teoria sobre o método foi passada de uma forma insossa e inconseqüente. Todos estão frustrados e – o que é pior – quando se defrontam com a necessidade da pesquisa (monografias e dissertações são um bom exemplo nesse sentido), muitos dos iniciantes estão perdidos. Não sabem onde nem como ir. De que lhes valeu, então, o ensino sobre a pesquisa? Julgamos que a maioria dos professores e dos alunos, no fundo, estão cientes de que não é este o caminho para ensinar a pesquisa. Onde há muitas regras, porém, é mais difícil quebrá-las. Poucos ousam se aventurar a buscar outras formas de fazer as coisas. A atitude de mudar o ensino da pesquisa começa pelos pesquisadores. E muitos deles o fazem, como podemos testemunhar através da prática da iniciação científica, que tantos dividendos tem trazido para a universidade. Esta, porém, é uma atividade a qual poucos estudantes têm acesso. Daí, a importância de socializar o que pode e deve ser socializado em termos da prática de pesquisa em espaços mais amplos. A sala de aula, pois, é o laboratório para ensaiar esta iniciação. Assim como na escola, os melhores professores deveriam estar à frente do ensino de alfabetização, o mesmo se aplica à universidade, onde os pesquisadores mais experientes não deveriam ser poupados da condução das disciplinas introdutórias à iniciação científica e à pesquisa. O que propomos, pois, é aprender a pesquisar – pesquisando, com um professor-pesquisador, orientando. Ensino e pesquisa – atividades indissociáveis Há mais de trinta anos a universidade brasileira convive com o princípio da indissociabilidade entre o ensino e a pesquisa, legado da reforma de 1968. Sobre o assunto, muito já foi discutido, refletido e polemizado. Ao longo do tempo, ao par original acrescentou-se também a atividade de extensão. A Constituição de 1998 dispõe
  • 6. 6 que as universidades obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão (CF - Art. 207). Aqui, nos limitaremos a tratar da articulação entre o ensino e a pesquisa no âmbito da docência, uma vez que ambas alimentam o trabalho de sala de aula de forma direta. A experiência com a incorporação da prática de pesquisa ao conteúdo programático das disciplinas tem ensinado que esta propicia uma dinâmica de trabalho prazerosa e instigante. Assim, através da pesquisa o ensino se renova. Os alunos encontram um novo desafio à sua trajetória acadêmica, deixando muito claro para os professores que, dadas as devidas condições, eles são, sim, capazes de construir conhecimentos e se envolver nos cursos ministrados com compromisso, responsabilidade e – por que não dizer? – paixão. METODOLOGIA O trabalho de construção da pesquisa em sala de aula é simples. Merece, porém, cuidadoso preparo, atento acompanhamento e coordenação. Em certo sentido, pode-se repetir o conhecido ditado: Quem não sabe o que procura, quando encontra não percebe. Há que se saber o que se quer. Também o como se quer chegar.
  • 7. 7 Para levar uma proposta de trabalho de tal natureza adiante, é necessário que todos estejam convencidos da possibilidade de realizar um projeto coletivo de investigação no decorrer de um semestre letivo. Muitos docentes e pesquisadores acadêmicos poderão dizer que esta é uma tarefa impossível. Não é. É preciso manter em mente que esta não é a pesquisa, mas uma pesquisa, ou melhor dizendo, um exercício de pesquisa que se dá através de uma oportunidade de percorrer algumas etapas do processo de investigação. Identificado o tema-gerador do estudo, elabora-se um instrumento comum de investigação. No caso das experiências de pesquisa em sala de aula sob nossa orientação, temos trabalhado basicamente com entrevistas semi-estruturadas mas, observações e questionários podem ser igualmente explorados como procedimentos de condução de trabalho de campo. Os roteiros para o trabalho de campo (entrevistas, questionários e fichas de observação) podem ser produzidos a partir de duas situações. Se a pesquisa atende a um interesse institucional, o roteiro é proposto pela equipe coordenadora da iniciativa e submetido à apreciação dos estudantes participantes. Se a pesquisa atende a interesses dos próprios alunos de uma disciplina, todo o trabalho de produção de instrumentos é assumido por eles, sob a orientação do professor. Antes da realização do trabalho de campo, é oportuno discutir exaustivamente em sala de aula os diferentes aspectos desta etapa da pesquisa (Ver, a propósito: BOGDAN e BIKLEN, 1994, p. 115-145). Em nossa experiência na graduação, sentimos que este é um passo importante para que o pesquisador iniciante vá a campo com segurança dos procedimentos a adotar. Assim, em algumas circunstâncias, ensaiamos como se conduz e registra a coleta de dados. Ao contrário do que talvez possam imaginar os mais céticos, este trabalho tende a ser divertido e a despertar grande entusiasmo por parte dos estudantes. A definição da amostra é feita a partir do tema proposto e das possibilidades dos estudantes envolvidos no projeto. No caso da experiência conduzida com estudantes de pós-graduação, cada mestrando realizou e transcreveu 6 entrevistas. No caso das turmas de graduação, temos atribuído a cada aluno a realização e transcrição de 2 entrevistas. Concluída esta etapa primeira de coleta de informações, chega-se ao momento de proceder ao trabalho de organização dos dados, no sentido de viabilizar que os assuntos abordados sejam classificados e analisados de acordo com categorias previamente estabelecidas. É a partir desta fase do processo da pesquisa em sala de aula que os diferentes temas podem ser distribuídos entre os alunos, conforme seus interesses específicos ou segundo critério de distribuição previamente estabelecido e acordado. O cuidado especial com o processo de coleta e registro de dados justifica-se em função dos resultados a serem obtidos. Se as informações coletadas estão registradas de forma criteriosa, com maior facilidade poderão constituir objeto de descrição e análise. Em todas as iniciativas realizadas sob nossa responsabilidade, os alunos receberam um disquete contendo o roteiro do trabalho a ser realizado – no caso, entrevistas – que retornam ao professor em data definida de comum acordo por todos. As entrevistas são copiadas em duas vias. Este procedimento é necessário para que possa se ter um arquivo, contendo o registro completo de todas as entrevistas, assim como para dirimir dúvidas de preenchimento que são inevitáveis ao longo do percurso – sobretudo em se tratando de uma atividade de iniciação científica, onde estamos lidando com jovens que, em sua maioria, jamais realizaram um trabalho de campo orientado.
  • 8. 8 Uma das vias impressas é utilizada para que as respostas sejam organizadas por tema. Aqui os estudantes percebem em concreto o quanto, na pesquisa coletiva, somos um por todos e todos por um. Todo pequeno detalhe esquecido resulta em algum obstáculo a ser analisado e contornado. Cada resposta em branco, cada preenchimento incorreto faz diferença e isto fica claro no decorrer do processo de organização dos dados. Concluída a etapa de organização da informação, procede-se à descrição e análise dos dados. Trabalhamos com dados qualitativos mas, em muitos casos, estes são passíveis de um tratamento estatístico simples. De tal maneira, os alunos aprendem a construir tabelas e delas extrair sentido a partir do material por eles coletado. Do mesmo modo, procede-se com a análise qualitativa da informação. Busca-se identificar tendências predominantes de respostas assim como elementos divergentes do conjunto. Aos poucos, vai se construindo um desenho que expressa os resultados do trabalho realizado. Descobrimos, na prática, que uma boa forma de apresentar os resultados da pesquisa em sala de aula é através da elaboração de resumos e de realização de sessões de posters, onde os alunos discutem entre si suas descobertas e recebem orientações sobre como proceder para participar de eventos científicos. Assim tem sido a condução da pesquisa em sala de aula, ao longo dos dois anos de seu desenvolvimento. O trabalho costuma pautar-se por interesse e entusiasmo por parte de todos, indicando a oportunidade de desenvolver experiências de tal natureza para uma plena realização do princípio da indissociabilidade entre ensino e pesquisa na universidade. Para os alunos, tem significado uma oportunidade ímpar de articular a teoria à prática de uma investigação. Para a professora, um estímulo à continuidade da experiência e a resignificação do trabalho docente. RESULTADOS A experiência da pesquisa em sala de aula teve início a partir de uma experiência individual, mas tem sido compartilhada com outros docentes no âmbito da instituição onde trabalhamos. Como resultado concreto da experiência, com a cooperação de outros docentes e de alunos que participaram da coleta de informações, nos dois anos considerados, foram produzidos cinco bancos de dados, sob as seguintes denominações: - Inovações Institucionais na Escola (1999/1 e 2001/2); - Profissão – Pedagogo (1999/2); - Profissão – Professor de Língua Estrangeira (1999/2); - Profissão – Professor de Ensino Fundamental (2000/1); - Profissão – Professor de Ensino Fundamental (2000/2); As informações coletadas e organizadas através desse procedimento metodológico oferecem múltiplas possibilidades de pesquisa discente e docente. Os Bancos de Dados têm viabilizado a produção de trabalhos coletivos em diferentes
  • 9. 9 disciplinas da graduação e de pós-graduação, assim como outros estudos. Detalharemos a seguir, algo da experiência acumulada neste sentido. A primeira iniciativa sistemática de pesquisa em sala de aula foi conduzida no âmbito da disciplina Planejamento Educacional 1, quando juntamente com outra colega3, realizamos o estudo Inovações Institucionais na Escola (1991/1), com dados coletados em 16 escolas públicas estaduais. Foi concebido um instrumento comum para a realização de entrevistas e para a observação das condições de funcionamento das escolas pesquisadas. Os alunos distribuíram-se em equipes responsáveis pela coleta de dados em uma unidade escolar, onde foram entrevistados: 1 membro da equipe dirigente, 2 professores e 2 alunos. Os dados foram classificados e analisados, permitindo uma apreciação acerca de diferentes iniciativas da política estadual. Esta investigação coletiva foi objeto de uma segunda aplicação dois anos depois (2001/1), quando novas turmas voltaram à escola, com o objetivo de captar o andamento das inovações propostas e identificar a presença de novas iniciativas.. O estudo Profissão – Pedagogo (1999/2), foi concebido a partir de um interesse institucional – a reforma curricular do Curso de Pedagogia da UECE, articulando-se com o trabalho desenvolvido pela comissão de reforma curricular. Valendo-nos da experiência adquirida no semestre anterior, propusemos a iniciativa do estudo que foi acatada e compartilhada por diversos colegas do curso4. O estudo envolveu entrevistas com 51 alunos e 47 egressos do curso de Pedagogia, 31 diretores de escola e 8 instituições empregadoras não-escolares. As informações resultantes das entrevistas com alunos e egressos foram sistematizadas e analisadas no âmbito das turmas sob nossa responsabilidade. Posteriormente, o Banco de Dados passou a constituir-se como objeto de estudo de um conjunto de docentes ligados ao Grupo de Pesquisa Formação de Professores, da referida universidade. Algumas oficinas de pesquisa foram realizadas sob nossa coordenação que resultaram em ensaios sobre os dados referentes à formação de alunos e egressos, tendo os trabalhos sido apresentados em eventos de divulgação científica na área de educação. 3 Maria Gláucia Menezes de Albuquerque. 4 Participaram também da iniciativa os colegas professores: Josete de Oliveira Castelo Branco Sales, Lia Matos Brito de Albuquerque, Maria de Jesus Oliveira, Maria Gláucia Menezes Teixeira Albuquerque, Maria Marina Dias Cavalcante e Rita de Cássia Barbosa Paiva Magalhães.
  • 10. 10 O estudo Profissão – Professor de Língua Estrangeira (1999/2), foi concebido no âmbito da disciplina Enfoques em Formação de Professores em Línguas Estrangeiras, do Curso de Mestrado em Linguística Aplicada (CMLA), da UECE (1999/2), tendo contado com a participação de três mestrandos5. O trabalho envolveu entrevistas com 18 professores de língua estrangeira (inglês e francês). As informações coletadas na pesquisa foram aprofundadas como trabalho final da disciplina. Posteriormente, os trabalhos foram transformados em objeto de Sessão de Comunicação Coordenada de evento científico da área de lingüística6. Esta foi a primeira apresentação pública da experiência da pesquisa em sala de aula. Os trabalhos apresentados pelos alunos foram: Identidade e Histórias de Vida; Imagens sobre o Magistério e a Formação Docente; e, O Trabalho e a Prática em Sala de Aula. As informações do Banco de Dados foram colocadas à disposição do curso e estão sendo aprofundadas em uma dissertação de mestrado. A partir dessas três iniciativas, propusemos à coordenação das disciplinas de pesquisa do curso de pedagogia da UECE que o projeto coletivo de investigação passasse a constar da experiência dos alunos de graduação, como atividade regular da disciplina Pesquisa Educacional. Assim, com a colaboração de duas colegas 7, realizamos o estudo Profissão – Professor de Ensino Fundamental, no âmbito das três turmas sobre o assunto do referido curso. A coleta de dados resultou em 163 entrevistas com professores de 1ª, 5ª e 8ª séries de escolas públicas e privadas de ensino fundamental. Cada professor trabalhou as informações na esfera de abrangência de sua turma, coordenando o trabalho de coleta, registro, análise e apresentação de informações. Alguns dos trabalhos produzidos pelos alunos foram apresentados em Encontro de Iniciação Científica da UECE (novembro/2000). O Banco de Dados resultante está sendo aprofundado em um projeto de iniciação científica sob nossa coordenação, devendo resultar em estudo sobre o conjunto das entrevistas realizadas. No segundo semestre letivo de 2000 foi realizada nova coleta de dados com foco de aprofundamento na profissão do Professor de Ensino Médio (2000/2), quando foram entrevistados 80 professores de escolas públicas e particulares de ensino. O procedimento adotado neste estudo foi semelhante aos demais, sendo que as informações decorrentes do último levantamento apresentaram uma dimensão de continuidade, uma vez que utilizou-se um instrumento comum. Assim, tanto será possível agregar todo o material, como realizar incursões específicas, analisando as especificidades de cada segmento. 5 Ana Maria Mota Paz, Henrique Sérgio Beltrão de Castro e Paulo José Andrelino. 6 XVIII Jornada de Estudos Lingüísticos do Nordeste (GELNE), Universidade Federal da Bahia, Salvador, 03 a 06/09/2000. 7 Tânia Maria Leal Barbosa e Lia Matos Brito de Albuquerque.
  • 11. 11 Esta é, em síntese, a proposta que, para efeitos de sistematização, denominamos: pesquisa em sala de aula. Temos, em mãos, os instrumentos de orientação de trabalho, registros fotográficos, avaliações de alunos, bem como os produtos resultantes dos ensaios – resumos, comunicações, artigos – e os Bancos de Dados elaborados ao longo da experiência. Esperamos que a socialização desta iniciativa seja um convite a que, em futuro próximo, outros colegas venham compartilhar o prazer de ser feliz na universidade através de um trabalho onde todos aprendem. E, assim, quem sabe, abrir um caminho para que iniciativas semelhantes venham a se realizar, contribuindo para a inovação didática e a construção de novas práticas formativas na universidade. BIBLIOGRAFIA ALARCÃO, Isabel (org.). Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto: Porto Editora, 1996. BOGDAN, Robert e BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994. CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática. 7.ed. Campinas, SP: Papirus, 1997. DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 3.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1998. HERNANDÉZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre, Artes Médicas, 1998. MARTÍNEZ BONAFÉ, J. Proyectos curriculares y práctica docente. Sevilla, Díada, 1991. MEDAWAR, Peter. Consejos a un joven cientifico. 8.ed. Mexico, Fondo de Cultura Economica, 1992. MORETTO, Vasco Pedro. Construtivismo: a produção do conhecimento em aula. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. NÓVOA, Antonio (org.) Profissão professor. 2. ed. Porto Editora: Porto, 1995 (a). ___________________. Vidas de professores. 2. ed. Porto Editora: Porto, 1995 (b). O MANIFESTO dos Pioneiros da Educação Nova. In. GHIRALDELLI, Paulo. História da Educação. São Paulo: Cortez, 1990, p. 54-78. PATTERSON, Leslie [et. all.] (org.). Teachers are researchers: reflection and action. International Reading Association, 1993. SACRISTÁN, Gimeno. Pedagogia de Objetivos. Madrid: Morata, 1998. SCHÖN, Donald. Formar professores como profissionais reflexivos. In. NÓVOA, Antonio (coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa, Dom Quixote, 1992. SNYDERS, Georges. Feliz na universidade: estudo a partir de algumas biografias. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.