Ulisses Antuniassi - Aplicação racional de defensivos e a Certificação Aeroagrícola Sustentável. Agricultura e Polinizadores, Campinas, 25 de agosto de 2014.
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
Aplicação racional de defensivos e a Certificação Aeroagrícola Sustentável
1. Nome do Palestrante
Ulisses Rocha Antuniassi
FCA/UNESP - Botucatu/SP
ulisses@fca.unesp.br
Aplicação racional de defensivos
e a Certificação Aeroagrícola
Sustentável
3. Ulisses Antuniassi - UNESP
Sustentabilidade e responsabilidade
Sustentabilidade
•Incentivo às boas práticas na aplicação de defensivos
4. Ulisses Antuniassi - UNESP
Sustentabilidade e responsabilidade
Responsabilidade
•Qualidade na aplicação;
•Aplicações em condições climáticas adequadas;
•Técnicas para redução do risco de deriva;
•Respeito a bordaduras (faixas de segurança) e conhecimento do entorno;
•Cadastro de possíveis áreas de conflito (alvos de deriva), como os apicultores no entorno das áreas;
•Estar ciente das consequência de não respeitar as boas práticas.
6. Ulisses Antuniassi - UNESP
Planejamento
Planejamento e organização: segurança da operação
•Antes, durante e depois das aplicações é muito importante a cooperação e a comunicação com aqueles que estão no entorno das áreas de trabalho
•A cooperação e comunicação entre produtores, aplicadores, consultores e outros aumentam consideravelmente a probabilidade de sucesso na proteção de recursos hídricos, da flora e da fauna;
•Cooperação e comunicação são exemplos importantes de boas práticas visando à proteção de polinizadores;
•Todo o processo de aplicação deverá estar baseado na correta gestão de sistemas de alerta para as áreas de risco;
•Por esta razão, é fundamental que os produtores e os aplicadores mantenham um cadastro dos apicultores no entorno das áreas de aplicação.
8. Ulisses Antuniassi - UNESP
Fundamentos
Tecnologia de aplicação e as condições climáticas
•As aplicações devem ocorrer com umidade relativa superior a 50%;
•A temperatura ambiente deve ser menor do que 30oC;
•As aplicações devem ser realizadas com velocidade do vento entre 3 e 10 km/h;
•Os valores a serem considerados são as médias durante os tiros de aplicação;
•Deve-se cuidar para que, na média, as condições estejam dentro dos limites;
•O bom senso deve prevalecer na delimitação das variações admissíveis.
9. Ulisses Antuniassi - UNESP
Fundamentos
Tecnologia de aplicação e as condições climáticas A ausência de vento também pode ser prejudicial. Neste sentido, é importante observar as seguintes situações:
•Correntes convectivas em horários de maior calor: o ar aquecido ascendente dificulta a deposição das gotas pequenas;
•Inversões térmicas nas manhãs muito frias: a estabilidade das camadas de ar dificulta a deposição das gotas mais finas.
11. Ulisses Antuniassi - UNESP
Volume de calda
Técnica de aplicação aérea
Volume de aplicação (L/ha)
Alto volume – AV
40 – 60
Baixo volume – BV
10 - 30
Ultra baixo volume - UBV
< 5
12. Ulisses Antuniassi - UNESP
Volume de calda
Redução do volume de calda: Vantagens:
•Melhoria de desempenho de alguns produtos;
•Maior rendimento operacional;
•Melhor controle fitossanitário (uso de gotas mais finas e melhor momento para aplicação);
•Potencial para redução de custos.
13. Ulisses Antuniassi - UNESP
Volume de calda
Redução do volume de calda: Desvantagens:
•Dificuldades na operação;
•Degradação da qualidade dos depósitos (variabilidade causada pela ação dos elementos climáticos);
•Problemas com misturas de tanque;
•Dependência das condições climáticas (gotas mais finas);
•Maior risco de deriva.
15. Ulisses Antuniassi - UNESP
Faixa de trabalho
Em busca de maior Cap. Operacional (ha/h) Aumento da faixa na aplicação aérea
•Fatores importantes: altura de voo e posição do vento;
•A faixa ideal depende ajustes específicos nas aeronaves;
•Faixas muito grandes = maior risco de falhas e deriva.
menor
maior
Vento
17. Ulisses Antuniassi - UNESP
Comutação automática da barra
•Um dispositivo de grande destaque dentre as novas tecnologias disponíveis para a aviação agrícola é o sistema de comutação automática da barra (como presente nos Satloc G4);
•Estes sistemas, baseados nos dados de posicionamento por GPS, registram as áreas por onde a aeronave passa e, no caso de haver locais com sobreposição ou em que a aplicação não foi planejada, um controlador liga e desliga a barra de maneira automática;
•Os desperdícios de calda por sobreposição de faixas ou por aplicações em locais indevidos são substancialmente reduzidos, melhorando significativamente a segurança ambiental da aplicação;
•Estes sistemas podem ser ajustados para evitar a aplicação (intencional ou acidental) sobre áreas não programadas, como as faixas de segurança e áreas de restrição, por exemplo.
24. Ulisses Antuniassi - UNESP
Espectro de gotas
•A qualidade do espectro de gotas é um fator importante na definição do risco de deriva
•Espectros com elevada amplitude de variação do tamanho de gotas costumam ter elevada quantidade de gotas muito finas (menores do que 100 μm) misturadas às gotas do diâmetro desejado, potencializando o risco;
•As gotas menores do que 100 μm são facilmente carregadas pelo vento e se evaporam muito rapidamente, sofrendo mais intensamente a ação dos fenômenos climáticos;
25. Ulisses Antuniassi - UNESP
Espectro de gotas
•Em aplicações aéreas, alguns países consideram um limite ainda mais rígido, de 150 μm, devido à maior distância existente entre a máquina aplicadora e o alvo, bem como à própria turbulência gerada pela aeronave em voo;
•No entanto, é importante reconhecer que a deriva não começa ou para nesses limites de 100 μm ou 150 μm;
•O potencial de deriva aumenta gradativamente à medida que as gotas se tornam menores que esses diâmetros e, continuadamente, decresce à medida que elas se tornam maiores;
•Gotas menores que 50 μm tendem a permanecer suspensas no ar indefinidamente ou até a completa evaporação.
26. Ulisses Antuniassi - UNESP
Perdas e deriva
Principal causa da deriva:
Aplicação de gotas finas e muito finas em condições climáticas desfavoráveis.
Fotos: Unesp
27. Ulisses Antuniassi - UNESP
Perdas e deriva
A DERIVA é um fenômeno que depende de quatro fatores:
•Técnica de aplicação (tipo de ponta ou atomizador, por exemplo);
•Condições climáticas (vento, umidade e temperatura);
•Condições operacionais (velocidade, altura da pulverização, etc.);
•Composição da calda (defensivos, adjuvantes e da concentração dos mesmos na calda).
28. Ulisses Antuniassi - UNESP
Perdas e deriva
Deriva: definições
Endoderiva: perda para dentro da cultura;
Exoderiva: perda para fora da cultura;
30. Ulisses Antuniassi - UNESP
Perdas e deriva
Deriva: definições
Endoderiva: perda para dentro da cultura;
Exoderiva: perda para fora da cultura;
Evaporação: perda de gotas pequenas (baixa umidade e alta temperatura do ar);
Inversão térmica: estabilidade da atmosfera com ar frio parado (gotas pequenas não depositam);
Correntes convectivas: ar quente ascendente nos horários mais quentes (gotas pequenas não depositam).
32. Ulisses Antuniassi - UNESP
Perdas e deriva
Técnica de redução de deriva (TRD):
•Combinação de elementos que visa reduzir o risco de deriva em uma aplicação.
•Exemplo, adoção de uma ponta que ofereça deriva reduzida em conjunto com um adjuvante de calda com potencial para reduzir as perdas.
33. Ulisses Antuniassi - UNESP
Otimização da pulverizador aéreo para redução do risco de deriva
34. Ulisses Antuniassi - UNESP
Otimização do pulverizador
Objetivo:
•Reunir em uma única aeronave agrícola todas as tecnologias que possibilitem a redução do risco de deriva.
35. Ulisses Antuniassi - UNESP
Otimização do pulverizador
Foto: Unesp
Sistema de navegação e controle de pulverização: Satloc G4
Sistema de controle de altura de voo
Barra com pontas ou atomizadores de baixa deriva
36. Ulisses Antuniassi - UNESP
Otimização do pulverizador
Barra com pontas de baixa deriva
•Ponta CP 03 com ajuste para gotas médias e baixo %<100 μm
Ajuste da vazão
Ajuste do tamanho das gotas
37. Ulisses Antuniassi - UNESP
Otimização do pulverizador
Barra com atomizadores de baixa deriva
•Atomizador AU 5000 LD, com ajuste para gotas médias e baixo %<100 μm
38. Ulisses Antuniassi - UNESP
Mandamentos básicos para a redução do risco de deriva
39. Ulisses Antuniassi - UNESP
Perdas e deriva
Como reduzir o risco de deriva:
•Operar nas melhores condições climáticas;
•Escolher a técnica de aplicação que ofereça o menor risco para as condições vigentes;
•Conhecer as características do espectro de gotas das técnicas: - DMV - %<100 μm - AR
40. Ulisses Antuniassi - UNESP
Perdas e deriva
Como reduzir o risco de deriva:
•Adotar condições operacionais adequadas (velocidade, altura da pulverização, etc.);
•Planejar a composição da calda para que esta não ofereça mais risco de deriva (conhecer a interação dos produtos). Ex.: a mistura de produtos na calda pode aumentar a deriva.
41. Ulisses Antuniassi - UNESP
Perdas e deriva
Como reduzir o risco de deriva:
•Adequar a distância entre a aplicação e as áreas que precisam ser protegidas, de acordo com a técnica utilizada;
•Respeito às faixas de segurança.
43. Ulisses Antuniassi - UNESP
Faixas de segurança
•As faixas de segurança são ferramentas extremamente úteis para atenuar os riscos de deriva nas aplicações de defensivos;
•No caso das aplicações aéreas, a instrução normativa número 2 do MAPA, de 3 de janeiro de 2008, define os casos em que as aplicações aéreas não devem ser realizadas. As restrições são as seguintes:
44. Ulisses Antuniassi - UNESP
Faixas de segurança
a) As aplicações não deverão ser realizadas em áreas com distância inferior a 500 metros de povoações, cidades, vilas, bairros e mananciais de captação de água para abastecimento de população.
45. Ulisses Antuniassi - UNESP
Faixas de segurança
a) As aplicações não deverão ser realizadas em áreas com distância inferior a 500 metros de povoações, cidades, vilas, bairros e mananciais de captação de água para abastecimento de população. b) Estas restrições deverão ser válidas também para áreas com distância inferior a 250 metros no caso de mananciais de água, moradias isoladas e agrupamentos de animais;
46. Ulisses Antuniassi - UNESP
Faixas de segurança
a) As aplicações não deverão ser realizadas em áreas com distância inferior a 500 metros de povoações, cidades, vilas, bairros e mananciais de captação de água para abastecimento de população. b) Estas restrições deverão ser válidas também para áreas com distância inferior a 250 metros no caso de mananciais de água, moradias isoladas e agrupamentos de animais; c) As aeronaves agrícolas que contenham produtos químicos deverão ser proibidas de sobrevoar as áreas povoadas, moradias e os agrupamentos humanos.
47. Nome do Palestrante
Ulisses Rocha Antuniassi
FCA/UNESP - Botucatu/SP
ulisses@fca.unesp.br
PROGRAMA CAS
CERTIFICAÇÃO AEROAGRÍCOLA
SUSTENTÁVEL
48. Nome do Palestrante
Equipe:
Prof. Dr. Ulisses R. Antuniassi
FCA/UNESP - Botucatu/SP
Prof. Dr. Wellington Pereira Alencar de Carvalho
UFLA - Lavras/MG
Prof. Dr. João Paulo A. Rodrigues da Cunha
UFU - Uberlândia/MG
Ulisses Antuniassi - UNESP
Apresentação
49. Ulisses Antuniassi - UNESP
Sustentabilidade e responsabilidade
Certificação
•Um programa de certificação é demanda antiga do setor aeroagrícola; Certificação = sustentabilidade = responsabilidade
•Incentivo às boas práticas na aplicação aérea
52. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Introdução
O CAS é um programa de certificação voluntária
Gestão
• Realização: FEPAF;
• Coordenação: UNESP, UFLA e UFU;
• Apoio institucional: ANDEF e SINDAG;
Financiamento 100% privado:
• Taxas de certificação
(a serem pagas pelas empresas certificadas)
• Apoio financeiro da ANDEF.
53. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Introdução
Principal objetivo do programa de certificação:
• Capacitação e a qualificação do setor aeroagrícola
(empresas de prestação de serviços e operadores
privados);
Enfoques primários:
• Responsabilidade e sustentabilidade das
operações;
• Melhorias na qualidade das pulverizações;
• Redução de riscos de impacto ambiental das
aplicações.
55. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Instâncias de certificação
O sistema de certificação é dividido em etapas
(níveis a serem alcançados):
• CAS Nível I: Certificação legal da operação
• CAS Nível II: Certificação da qualificação
tecnológica da empresa
• CAS Nível III: Certificação da conformidade de
equipamentos, instalações e procedimentos
57. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Contextualização do Nível I
Nível I: Certificação legal da operação.
Premissas:
• Conformidade com a legislação e normas
vigentes;
• Comprovação de documentos;
• Certificado outorgado aos operadores que
cumprirem todas as metas
estabelecidas.
59. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Contextualização do Nível II
Nível II: Certificação da qualificação tecnológica da
empresa.
Premissas:
• Certificar a qualidade técnica e a
responsabilidade ambiental da operação;
• Os certificados serão outorgados aos
participantes que obtiverem frequência mínima e
desempenho satisfatório em cursos de
capacitação.
60. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Nível II: Certificação da qualificação
tecnológica da empresa
Cursos de capacitação
61. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Detalhamento do Nível II
Nível II: Certificação da qualificação tecnológica da
empresa.
• Curso: “Qualidade técnica e responsabilidade
ambiental na aplicação aérea”;
• Dois módulos, com total de 16 h:
• Módulo 1: Qualidade da tecnologia de aplicação
(8 horas);
• Módulo 2: Planejamento e responsabilidade
ambiental (8 horas).
62. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Nível III: Certificação da conformidade
de equipamentos, instalações e
procedimentos
63. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Contextualização do Nível III
Nível III: Certificação da conformidade de
equipamentos, instalações e procedimentos
Premissas:
• Certificar equipamentos, instalações e
procedimentos;
• O certificado será outorgado aos participantes que
obtiverem desempenho satisfatório
em inspeção a campo.
64. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Nível III: Certificação da conformidade
de equipamentos, instalações e
procedimentos
Requisitos
65. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Detalhamento do Nível III
Requisitos:
Possuir sistemas de controle eletrônico, registro e rastreamento:
• Controle da aplicação, com acionamento automatizado das barras,
visando a contenção da aplicação nas faixas de segurança e
áreas de restrição;
• Monitoramento e registro das aplicações com informações
técnicas (volume de calda, altura voo, condições climáticas, etc.;).
Realizar:
• Análise de riscos ambientais de cada aplicação de acordo com o
estabelecido na certificação CAS Nível II;
• Registro das ações quanto aos sistemas de
alerta para as áreas de risco e possíveis alvos da deriva;
• Manutenção de banco de dados com registros do
planejamento da operação, dos relatórios de
execução e das análises de risco.
68. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Resultados
Primeira etapa do CAS Nível I: Certificação legal
da operação :
• Período de inscrições (Dez/13 a Fev/14);
Estatísticas do cadastramento:
• 25 empresas distribuídas em 9 Estados;
• 115 aeronaves
• 98 pilotos
69. NUolismsees dAont uPnaialesssit r- aUnNtEeS P
Resultados
Primeira etapa do CAS Nível I: Certificação legal
da operação :
Estatísticas da Certificação CAS Nível I, após
avaliação dos proponentes:
• 20 empresas certificadas em 7 Estados;
• 90 aeronaves;
• 87 pilotos.