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NISE DA SILVEIRA
E A EMOÇÃO DE LIDAR
A revolução da psiquiatria tradicional
brasileira através da terapêutica
Valentina Metsavaht Cará
Leonardo Mazzochi
Orientador: Prof Luis Gustavo Guilhermano
13 de Abril de 2016 – FAMED UCS
Nise da Silveira: Biografia
 Os anos iniciais
 As causas sociais
 A revolução da psiquiatria tradicional
A terapêutica ocupacional
 Museu de Imagens do Inconsciente e a Casa das Palmeiras
Reflexos regionais – A influência do trabalho de Nise da
Silveira no Hospital Psiquiátrico São Pedro
 Os anos iniciais e a faculdade de medicina
 Nasce em fevereiro de 1905, em Maceió – AL
 Burlou regras para ingressar na faculdade aos 15 anos
 Única mulher na turma de aproximadamente 150 alunos
Desde cedo, a preocupação com as causas sociais
Nise participa do Partido Comunista Brasileiro por pouco
tempo e ingressa na UFB (União Feminina do Brasil)
A UFB vincula-se à ALN (Aliança Nacional Libertadora) e
seus membros são perseguidos.
O período do cárcere: 18 meses
Seu grande envolvimento político no período da ditadura
Vargas e suas experiências na prisão contribuíram para
suas futuras concepções psiquiátricas.
 A revolução na psiquiatria tradicional brasileira
 Ao ter contato com os métodos vigentes de
tratamento, revolta-se.
 Ateliês de pintura no lugar das tradicionais tarefas
de limpeza
 O contato com Jung
 Busca do sentido das vivências
dos pacientes
 Disseminadora das ideias de
Jung no Brasil
“Os médicos dão muito remédio e as enfermeiras para não terem trabalho só ficam gritando
vou dar choque vou dar amarra ser louco é uma barra.”
Beta, interna
Uma porta de entrada ao mundo interno do psicótico
A psiquiatria tradicional não oferece suporte para o
entendimento dos acontecimentos intrapsíquicos
As imagens produzidas pelos doentes ajudariam a
traduzir conflitos internos, universos e vivências
Pulsão configuradora de imagens mesmo quando a
personalidade estava desagregada
Desenho de Raphael,
antes do primeiro surto
esquizofrênico
Desenho de Raphael
enquanto estava
internado – imagens
múltiplas sobrepostas
Pintura de Raphael
durante o tratamento
- A reconstrução da
personalidade
“Ninguém mexe com fogo ou veneno sem ser atingido em algum ponto vulnerável;
assim, o verdadeiro médico não é aquele que fica ao lado, mas sim dentro”.
C. G. Jung
 Motivado pela compreensão do processo psicótico e pelo valor
terapêutico da atividade, nasce em 20 de Maio de 1952
Jung: a produção de um
paciente como acesso à
sua psique
Psique com potencial
autocurativo: busca
compensar a situação
caótica da mente por
meio da produção de
símbolos
 O estudo de séries de imagens:
acompanhando o desdobramento de
processos intrapsíquicos
Pinturas de EmygdioPinturas de Emygdio
 As mandalas
 Tendência do inconsciente de
compensar o caos consciente
 Temas míticos universais
INTERNAÇÃO
“Ele entrava em surto
E o pai o levava de
carro para
a clínica
ali no Humaitá numa
tarde atravessada
de brisas e falou
(depois de meses
trancado no
fundo escuro de
sua alma)
pai,
o vento no rosto
é sonho, sabia?”
Ferreira Gullar
 “Impossível sair das malhas do hospital psiquiátrico”
 Casa das Palmeiras fundada em 23 de Dezembro de 1956
 Degrau intermediário entre rotina hospitalar e vida em família e
sociedade
 Terapêutica ocupacional, animais e relações interpessoais
RaphaelRaphael
Pintura de EmygdioPintura de Emygdio
 A Oficina de Criatividade foi criada em 1990 inspirada na experiência
de Nise da Silveira
 Inicialmente, atendia apenas os moradores
Aos poucos, o trabalho passou a ser aplicado no
tratamento de pessoas internadas na área hospitalar, no
ambulatório, e em serviços de saúde mental da rede do
Serviço Único de Saúde (SUS).
 Equipe multidisciplinar
 Parcerias com universidades e projetos de pesquisas
Giselle Sanches, psicóloga cooredanora da oficina; Neusa Viapiana, agente deGiselle Sanches, psicóloga cooredanora da oficina; Neusa Viapiana, agente de
saúde pública; Clarisse Totti, auxiliar administrativa e as pacientes Nilza Ferrão esaúde pública; Clarisse Totti, auxiliar administrativa e as pacientes Nilza Ferrão e
Maria da GlóriaMaria da Glória
 Realização de eventos e mostras
Sérgio Dório, artista plástico coordenador do ateliêSérgio Dório, artista plástico coordenador do ateliê
 Análise das manifestações expressivas
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Nise da Silveira e a Emoção de Lidar

  • 1. NISE DA SILVEIRA E A EMOÇÃO DE LIDAR A revolução da psiquiatria tradicional brasileira através da terapêutica Valentina Metsavaht Cará Leonardo Mazzochi Orientador: Prof Luis Gustavo Guilhermano 13 de Abril de 2016 – FAMED UCS
  • 2. Nise da Silveira: Biografia  Os anos iniciais  As causas sociais  A revolução da psiquiatria tradicional A terapêutica ocupacional  Museu de Imagens do Inconsciente e a Casa das Palmeiras Reflexos regionais – A influência do trabalho de Nise da Silveira no Hospital Psiquiátrico São Pedro
  • 3.  Os anos iniciais e a faculdade de medicina  Nasce em fevereiro de 1905, em Maceió – AL  Burlou regras para ingressar na faculdade aos 15 anos  Única mulher na turma de aproximadamente 150 alunos
  • 4. Desde cedo, a preocupação com as causas sociais Nise participa do Partido Comunista Brasileiro por pouco tempo e ingressa na UFB (União Feminina do Brasil) A UFB vincula-se à ALN (Aliança Nacional Libertadora) e seus membros são perseguidos. O período do cárcere: 18 meses Seu grande envolvimento político no período da ditadura Vargas e suas experiências na prisão contribuíram para suas futuras concepções psiquiátricas.
  • 5.  A revolução na psiquiatria tradicional brasileira  Ao ter contato com os métodos vigentes de tratamento, revolta-se.  Ateliês de pintura no lugar das tradicionais tarefas de limpeza  O contato com Jung  Busca do sentido das vivências dos pacientes  Disseminadora das ideias de Jung no Brasil
  • 6. “Os médicos dão muito remédio e as enfermeiras para não terem trabalho só ficam gritando vou dar choque vou dar amarra ser louco é uma barra.” Beta, interna Uma porta de entrada ao mundo interno do psicótico A psiquiatria tradicional não oferece suporte para o entendimento dos acontecimentos intrapsíquicos As imagens produzidas pelos doentes ajudariam a traduzir conflitos internos, universos e vivências Pulsão configuradora de imagens mesmo quando a personalidade estava desagregada
  • 7. Desenho de Raphael, antes do primeiro surto esquizofrênico
  • 8. Desenho de Raphael enquanto estava internado – imagens múltiplas sobrepostas
  • 9. Pintura de Raphael durante o tratamento - A reconstrução da personalidade
  • 10. “Ninguém mexe com fogo ou veneno sem ser atingido em algum ponto vulnerável; assim, o verdadeiro médico não é aquele que fica ao lado, mas sim dentro”. C. G. Jung  Motivado pela compreensão do processo psicótico e pelo valor terapêutico da atividade, nasce em 20 de Maio de 1952
  • 11. Jung: a produção de um paciente como acesso à sua psique Psique com potencial autocurativo: busca compensar a situação caótica da mente por meio da produção de símbolos
  • 12.  O estudo de séries de imagens: acompanhando o desdobramento de processos intrapsíquicos Pinturas de EmygdioPinturas de Emygdio
  • 13.
  • 14.
  • 15.  As mandalas  Tendência do inconsciente de compensar o caos consciente  Temas míticos universais
  • 16. INTERNAÇÃO “Ele entrava em surto E o pai o levava de carro para a clínica ali no Humaitá numa tarde atravessada de brisas e falou (depois de meses trancado no fundo escuro de sua alma) pai, o vento no rosto é sonho, sabia?” Ferreira Gullar
  • 17.  “Impossível sair das malhas do hospital psiquiátrico”  Casa das Palmeiras fundada em 23 de Dezembro de 1956  Degrau intermediário entre rotina hospitalar e vida em família e sociedade
  • 18.  Terapêutica ocupacional, animais e relações interpessoais
  • 20.
  • 21.  A Oficina de Criatividade foi criada em 1990 inspirada na experiência de Nise da Silveira
  • 22.  Inicialmente, atendia apenas os moradores
  • 23. Aos poucos, o trabalho passou a ser aplicado no tratamento de pessoas internadas na área hospitalar, no ambulatório, e em serviços de saúde mental da rede do Serviço Único de Saúde (SUS).
  • 24.  Equipe multidisciplinar  Parcerias com universidades e projetos de pesquisas Giselle Sanches, psicóloga cooredanora da oficina; Neusa Viapiana, agente deGiselle Sanches, psicóloga cooredanora da oficina; Neusa Viapiana, agente de saúde pública; Clarisse Totti, auxiliar administrativa e as pacientes Nilza Ferrão esaúde pública; Clarisse Totti, auxiliar administrativa e as pacientes Nilza Ferrão e Maria da GlóriaMaria da Glória
  • 25.  Realização de eventos e mostras Sérgio Dório, artista plástico coordenador do ateliêSérgio Dório, artista plástico coordenador do ateliê
  • 26.  Análise das manifestações expressivas Obras do mesmo paciente em diferentes momentos do tratamento para esquizofreniaObras do mesmo paciente em diferentes momentos do tratamento para esquizofrenia
  • 27.  Loja: fonte de renda para os pacientes Os pacientes mantêm e cuidam da lojaOs pacientes mantêm e cuidam da loja
  • 28. "A idéia é desmistificar a loucura,"A idéia é desmistificar a loucura, proporcionar o convívio com asproporcionar o convívio com as diferenças. As pessoas do HPSP sãodiferenças. As pessoas do HPSP são cheias de vida"cheias de vida" (Giselle Sanches)(Giselle Sanches)
  • 29. ““Senhora das mentes e da paz”Senhora das mentes e da paz” Paulo DelgadoPaulo Delgado