1) O documento discute os principais pensadores e correntes da psicologia social e grupos, desde o positivismo de Comte até as teorias behavioristas e gestaltistas.
2) Inclui discussões sobre Durkheim, Tarde, Le Bon, Marx, James, Dewey entre outros e como eles contribuíram para o desenvolvimento da psicologia social e dos estudos de grupos.
3) Também apresenta os principais conceitos de Lewin sobre dinâmica de grupos, como seu conceito de campo psicológico e a interdependência entre os membros
2. OS PRINCÍPIOS DO
POSITIVISMO E A TESE DA
UNIDADE DA CIÊNCIA
Comte (1798-1857) – Curso de filosofia positiva;
Estágio teológico:
explicação da
realidade recorrendo
a agentes
sobrenaturais
Estágio metafísico:
os agentes
sobrenaturais são
substituídos por
forças abstratas
Estágio positivo: se
renuncia procurar a
causa última dos
fenômenos e a
ciência parte da
experiência
observável, as leis
da natureza.
4. ÉMILE DURKHEIM
A divisão do trabalho (1983) – evolução da sociedade;
Evolução social é um processo que parte de uma
homogeneidade inicial para uma heterogeneidade e uma
diferenciação crescentes;
Consciência coletiva;
Prioridade do social sobre o individual.
5. GABRIEL TARDE: ESTUDO DA
IMITAÇÃO
Nega a existência de uma consciência coletiva;
Reações recíprocas entre as consciências - a realidade
social era o produto de estados psicológicos que se dão
como resultado da associação dos indivíduos.
Interpsicologia
•Imitação
•Invenção
6. GABRIEL TARDE
• As tendências no comportamento são iniciadas pelas
pessoas de status superior e imitadas pelas de menor status
Lei do descender
• A difusão de ideias de uma população costuma começar
lentamente para depois crescer com rapidez
Lei da progressão geométrica
• A cultura própria é imitada antes que as estrangeiras
Lei do próprio antes que o estranho
7. GUSTAVE LEBON – A
PSICOLOGIA DAS MASSAS
A massa é uma entidade psicológica independente
daquela de seus membros;
Surgem determinados processos psicológicos que não
estão presentes no indivíduo isolado – lei psicológica da
unidade mental das massas.
Concepção negativa da massa – retorno às formas mais
primitivas de reação;
Processo unidirecional;
Sugestão e contágio.
8. ALEMANHA
Partiam do princípio de que todo indivíduo mantém uma
simbiose com a cultura à qual pertence, e que as formas
e conteúdos de cada cultura são historicamente
determinados;.
Herder
(1744-
1803):
a sociedade era um supra-organismo no qual o
indivíduo e os grupos desempenham funções
parecidas com as células e os órgãos.
Pertencer a uma comunidade cultural
homogênea era uma condição necessária para
que a pessoa pudesse desenvolver suas
capacidades e atualizar todo seu potencial
a diversidade cultural era concebida como uma
característica natural da existência social
humana, como também o era o fato de que cada
cultura fosse mudando ao longo da história.
9. HEGEL
A realidade é mutável, principalmente a realidade no
nível histórico;
A razão é uma construção eminentemente social. O ser
humano não possui uma essência imutável e constante.
A essência do ser humano é um ser contínuo devir.
10. A VÖLKERPSYCHOLOGIE
(WUNDT)
A Völkerpsychologie, ou Psicologia dos Povos, foi se
desenvolvendo na Alemanha como conseqüência da
atitude defensiva que adotaram as disciplinas
humanísticas frente ao avanço das ciências naturais.
A contribuição mais importante de Herbart para o
desenvolvimento da Völkerpsychologia foi sua concepção
da personalidade individual como um produto cultural.
“o homem não é nada sem a sociedade. O único que
sabemos com certeza do indivíduo completamente isolado
é que não teria humanidade” (Herbart, 1825/1968, II; p. 3).
11. IDEIAS
PSICOSSOCIOLOGICAS NO
PENSAMENTO DE KARL MARX
A atividade humana, do ser social, determina a
consciência ;
A importância da linguagem como consciência prática;
“... a linguagem é um produto social, e só em virtude da
condição de membro da sociedade o indivíduo adquire
as categorias linguísticas que constituem os parâmetros
de sua consciência”.
Estes aspectos de pensamento marxista serão chaves
para o desenvolvimento da psicologia social soviética;
O homem modela ativamente o mundo em que vive, ao
mesmo tempo em que o mundo lhe dá forma... Inclusive
nossa percepção de mundo está condicionada pela
sociedade.
12. GRÃ-BRETANHA
O comportamento humano não podia ser produto de
forças instintivas inatas, mas sim do aprendizado.
Ideia adotada por Herbert Spencer e, posteriormente, foi
introduzida na psicologia social através de William
McDougall (1908).
13. Darwin: Após um período de tempo suficiente, o meio
podia exercer uma pressão constante em favor da
seleção dos indivíduos com características favoráveis,
podendo surgir assim uma nova espécie;
Darwin nega a existência de diferenças qualitativas entre
a espécie humana e as demais espécies;
Tanto a linguagem quanto a consciência, que para
Darwin era o traço mais diferenciador da mente humana,
eram o resultado da evolução da inteligência.
14. ESTADOS UNIDOS
A verdade de uma ideia vem de suas consequências
práticas;
Deste ponto de vista, não se pode falar da verdade como
uma propriedade essencial das coisas, mas sim como
uma possibilidade que se faz efetiva dependendo de
seus efeitos sobre a conduta;
A indagação se inicia com uma dúvida vital, que podia
comparar-se com uma irritação que só cessa quando se
buscam respostas que acabam convertendo-se em
crenças.
As crenças nos proporcionam uma regra para a ação ou
hábito que nos serve para atuar sobre o mundo. Para os
pragmatistas, todo conhecimento tem, portanto, um fim
prático.
15. William James afirmava que o conhecimento tem
consequências práticas para a ação, e que o significado
de uma ideia se deriva de seus efeitos na orientação da
experiência;
John Dewey, o conhecimento é uma forma de ação frente
a uma situação que é percebida como problemática;
O pensamento surge quando a pessoa tenta resolver os
problemas que a cada dia deve enfrentar. A verdade das
crenças dependerá de sua utilidade para a solução dos
problemas.
16. O BEHAVIORISMO
A aprendizagem social seria essencial na explicação dos
fenômenos sociais;
Tarde e Ross: processo de imitação;
A imitação seria uma tendência natural do ser humano e
essencial para entender a uniformidade na sociedades;
O behaviorismo nega a existência de tendências naturais
do ser humano, e propõe explicar o surgimento da
imitação a partir dos processos de aprendizagem
baseados nos processos de condicionamento.
17. A PERSPECTIVA GESTALTISTA
Considera que o primeiro passo para desenvolver uma
psicologia sistemática é observar os fenômenos
psicológicos tal como eles ocorrem na experiência direta,
pois a experiência de um evento particular seria
determinada pela organização do conjunto do qual faz
parte esse evento;
Fritz Heider: analisa a natureza especial da percepção
social, pondo em evidência o fato do sujeito e sua
atividade fazem parte de uma mesma unidade
perceptiva;
Teoria da Atribuição: todas as pessoas possuem um
conjunto de teorias ingênuas sobre a vida social que
serviriam de base para interpretação dos eventos sociais
e agir sobre eles.
18. A psicologia ingênua considera que o resultado de uma
ação depende da combinação de fatores pessoais e de
forças ambientais efetivas.
Outra influência da Gestalt: a forma como avaliamos as
pessoas e como formamos nossas impressões sobre elas
(avaliações afetivas, morais e instrumentais).
19. Solomon Asch: formar impressões significa organizar a
informação disponível acerca de uma pessoa de modo a
poder integrá-la em uma categoria significativa.
As primeiras informações a respeito de uma pessoa
influenciam a impressão final bem mais do que as
informações subsequentes;
20. A PSICANÁLISE
Freud: a diferença entre a psicologia individual e a
psicologia social ou coletiva perde grande parte de sua
nitidez quando examinada mais de perto, pois o outro
sempre está implicado na vida mental do indivíduo como
modelo ou como objeto de afeto e de relações de
competição e cooperação;
A psicologia individual não é uma psicologia
fundamentalmente social enquanto a psicologia social
teria como fundamento a psicologia individual.
21. Em todas as massas, artificiais ou organizadas, existiria
uma relação vertical constituída pela relação libidinal de
todos os membros do grupo com o líder e uma relação
horizontal constituída pelas relações libidinosas de cada
membro do grupo com os outros.
É a identificação que leva à empatia, a empatia leva ao
contágio e o contágio à igualdade comportamental.
23. GRUPOS
Primeiros estudos: visão negativa (séc. XIX):
Le Bon – Psicologia das Massas;
McDougall – instintos sociais inatos e múltiplos.
Freud – impulsos libidinais e o chefe;
24. Estudo do grupo: Kurt Lewin – término da II Guerra
Mundial;
Influência:
definição de grupo (totalidade diferente da soma),
a maneira como descrevia as relações do indivíduo com
o grupo (não é a semelhança),
e forma de inserir os grupos no sistema social;
Interdependência – categorias sociais ou pequenos
grupos formais.
25. TEORIA DE CAMPO DE KURT
LEWIN
Campo dinâmico “é o espaço de vida que contém a
pessoa e o seu ambiente psicológico.”
Explica que o comportamento é função ou resultado da
interação da pessoa e do meio-ambiente, propondo a
seguinte equaçao:
C = f (P,M), onde P é pessoa e M é meio-ambiente.
26. TEORIA DE CAMPO DE KURT
LEWIN
AMBIENTE
PSICOLÓGICO
OU
COMPORTAMENTAL
AMBIENTE PERCEBIDO
E INTERPRETADO E
RELACIONADO COM AS
NECESSIDADES DA PESSOA
27. TEORIA DE CAMPO DE KURT
LEWINTODA NECESSIDADE
CRIA UMA
TENSÃO
SEM DIREÇÃO
AMBIENTE E INTERPRETADO
VALÊNCIA
POSITIVA
OBJETO, PESSOA
OU SITUAÇÃO PODE
SATISFAZER
NECESSIDADE
OBJETO, PESSOA
OU SITUAÇÃO TRAZER
PREJUÍZO
ATRAEM,
APROXIMA
REPELEM,
AFUGENTA,
AFASTA
VALÊNCIA
NEGATIVA
28. TEORIA DE CAMPO DE KURT
LEWIN
TODA
NECESSIDADE
CRIA UMA
TENSÃO
SEM DIREÇÃO
AMBIENTE E INTERPRETADO
VALÊNCIA
POSITIVA
OBJETO, PESSOA
OU SITUAÇÃO PODE
SATISFAZER
NECESSIDADE
ATRAEM,
APROXIMA
BAR
REI
RA
Se a tensão/necessidade é grande (muita fome) e surge uma barreira
pessoa, ela pode tumultuar o comportamento e se for intransponível
cria uma frustração. E gera mais tensão.
30. O PROCESSO GRUPAL
Os processos grupais são experiências fundamentais
para as nossas formações, estruturações de convicções e
para o desenvolvimento de nossas capacidades.
Com toda a carga das experiências anteriormente vividas
que nos jogamos em novas experiências de
relacionamentos grupais;
A nossa inserção grupal pode ser realizada de uma
forma consciente ou não.
31. Temos consciência de que participamos de alguns
grupos comumente aqueles que aderimos por uma
opção pessoal;
A participação nos demais é feita, geralmente, de
maneira rotineira e sem nos darmos conta;
E muitas vezes somos carregados pelo grupo.
32. O PROCESSO GRUPAL
Todos os grupos podem estar a serviço da
transformação social quanto da sua manutenção;
Estamos, portanto, rodeados de grupos e participando
ou negando participar deles em todos os momentos de
nossas vidas.
33. A PREOCUPAÇÃO COM O
GRUPO
Na área de pesquisa cria a Sociometria para o estudo de
relações de aproximação e afastamento entre as redes de
preferência e rejeição, tanto nos grupos quanto na
comunidade como um todo;
Lewin cria o termo "dinâmica de grupo", que foi utilizado
pela primeira vez em 1944;
Não podemos esquecer que a preocupação com grupos,
de Moreno e de Lewin aparecem em seguida às
inovações tayloristas e fordistas que levam à elevação
dos lucros mas também à deterioração das relações
tanto dos operários entre si quanto em relação a chefias
e patrões.
34. A PREOCUPAÇÃO COM O
GRUPO
Há uma tradição no estudo e na intervenção com
pequenos grupos que privilegia o treinamento em busca
da produtividade;
Os especialistas em grupos se atêm a aplicação de
técnicas grupais que desenvolvem a cooperação entre os
participantes e não levam o grupo a se autocriticar e
buscar o seu caminho para o funcionamento, pois uma
das possibilidades é não mais se constituir enquanto
grupo;
Neste caso, a constituição do grupo está a serviço da
instituição, como instrumento de controle sobre os
indivíduos.
35. GRUPO OU PROCESSO
GRUPAL
Em geral, os(as) autores(as), ao se referirem ao conceito
de grupo, partem da descrição do mesmo fenômeno
social: a reunião de duas ou mais pessoas com um
objetivo comum de ação;
O que difere é a leitura que os mesmos fazem do
processo de constituição do grupo e do entendimento da
finalidade do mesmo;
Lewin centra a sua definição de grupo, na
interdependência dos membros do grupo, onde qualquer
alteração individidual afeta o coletivo.
36. GRUPO OU PROCESSO
GRUPAL...
Lewin demonstra uma preocupação em buscar o "grupo
como um ser" que transcende as pessoas que o
compõem;
Há uma visão de um grupo "ideal", aquele marcado por
uma grande coesão.
37. GRUPO OU PROCESSO
GRUPAL
Pontos importantes para o estudo de pequenos grupos
sociais:
o contato entre as pessoas e a busca de um objetivo
comum;
a interdependência entre seus membros;
a coesão ou espírito de grupo que varia em um
contínuo que vai da dispersão até unidade.
38. GRUPO OU PROCESSO
GRUPAL
Podemos dizer, que de acordo com o referencial de
homem e de mundo que os cientistas sociais assumem,
vai variar o entendimento, o sentido e a explicação que
os mesmos vão dar em relação ao grupo e aos processos
grupais;
Lane (1986) enfatiza que a função do grupo é definir
papéis, o que leva a definição da identidade social dos
indivíduos e a garantir a sua reprodutividade social.
39. GRUPO IDEAL?
Existe um modelo ideal de grupo?
Na tradição lewiniana temos um ideal de grupo coeso,
estruturado, acabado;
Passa a idéia de um processo linear;
Neste modelo não há lugar para o conflito;
Estes conflitos são vistos como algo ameaçador;
O grupo é como um modelo de relações horizontais,
equilibradas, eqüitativas, onde as pessoas se amem e se
respeitem;
Um modelo ideal de funcionamento social.
40. GRUPO OU PROCESSO
GRUPAL...
O grupo também pode ser visto como um lugar onde as
pessoas mostram suas diferenças;
Onde as relações de poder estão presentes e perpassam
as decisões cotidianas, onde o conflito é inerente ao
processo de relações que se estabelece;
Onde há uma convivência do diferente, do plural;
Num confronto de ideias, buscando conciliar apenas o
conciliável, deixando claro as individualidades, o
diferente;
A importância de afirmar que as pessoas são diferentes,
possuem e pensam valores diferentes.
41. Determinações de classe social, de gênero, de raça e de
nacionalidade;
Relações que se embaterão tanto na busca consciente de
uma determinação quanto de defesas inconscientes
utilizadas para lutar e/ou fugir das ameaças que as
novas situações desconhecidas nos colocam;
Conflitos que podem gerar conforme Bion (1975),
situações de funcionamento na base de ataque ao
desconhecido ou da espera de um messias que venha
trazer a salvação ao grupo.
42. O grupo precisa ser visto como um campo onde os
trabalhadores sociais que se aventuram devem ter claro
que o homem sempre é um homem alienado e o grupo é
uma possibilidade de libertação (Lane, 1986),
possibilidade de ser sujeito;
Mas também pode ser uma maneira de fixá-lo na sua
posição de alienado;
As relações que se estabelecem podem ser meramente
de reprodução das relações de dominação e de
alienação.
43. Enrique Pichon-Rivière (1907 – 1977), foi um psiquiatra
e psicanalista argentino de origem suíça, que contribuiu
muito com o questionamento que levantou sobre a
psiquiatria e a questão dos grupos em hospitais
psiquiátricos, cria a técnica dos grupos operativos;
Um dos conceitos fundamentais é o de ECRO – Esquema
Conceitual Referencial e Operativo;
Pichon afirma que cada um de nós possui um ECRO
individual;
Ele é constituído pelos nossos valores, crenças, medos e
fantasias.
44. Dialogamos com os outros, ou melhor, com os ECROs
dos outros, e levamos também nosso ECRO;
Como nem sempre explicitamos os nossos ECROs o
nosso diálogo pode ser dificultado;
Quando se está trabalhando em grupos, a realização da
tarefa estabelecida pode ser dificuldade pelas diferenças
de ECROs que estão em jogo;
O autor fala na construção de um ECRO grupal;
Este ECRO seria um esquema comum para as pessoas
que participam de um determinado grupo – sabendo o
que pensam em conjunto – poderem partir para agir
coletivamente com o aclaramento das posições
individuais e da construção coletiva que favorece a tarefa
grupal.
45. COMO "FUNCIONA" O
PROCESSO GRUPAL?
Pensar o grupo como um projeto, como um eterno vir-a-
ser;
Pensando como Sartre e Lapassade (1982):
Este processo é dialético;
Constituído pela eterna tensão entre a serialidade e a totalidade;
Há uma ameaça constante da dissolução do grupo e a volta à
serialidade, onde cada integrante assume e afirma a sua
individualidade sendo mais um na presença dos demais;
Ao mesmo tempo há uma busca constante pela totalidade, dando
sentido a relação estabelecida.
46. COMO "FUNCIONA" O
PROCESSO GRUPAL?
Partindo da idéia de processo e da construção coletiva do
projeto, não podemos pensar em um "treinamento" de
grupo, no sentido de aplicação de uma série de
exercícios que possam ajudar as pessoas a atingir um
"ideal de grupo" pertencente ou criado pelo "profissional
treinador";
As chamadas "dinâmicas de grupo" nada mais são do
que técnicas de submissão do grupo ao profissional e à
instituição/organização.
47. COMO "FUNCIONA" O
PROCESSO GRUPAL?
A constituição do grupo em processo pode requerer a
presença de um profissional – técnico em processo
grupal;
O trabalho do mesmo será auxiliar a que as pessoas
envolvidas na experiência pensem o processo que estão
vivenciando;
O se pensar não cada um individualmente, mas cada um
participando de um mesmo barco que busca estabelecer
uma rota.
Talvez o porto não seja seguro, porque não existe um
destino final, e quando isso acontece o grupo se dissolve
e o processo acaba.
48. Enquanto o grupo persiste é um constante navegar;
Um constante questionar a rota;
Um aprender a conviver com a insegurança e com a
incerteza;
Talvez uma mudança de rota devido a avaliação do trajeto
já percorrido e do que falta;
Enfim, há uma preocupação em centrar na tarefa e tornar
explicítas as questões implícitas que estão dificultando a
realização da tarefa pretendida, ou que a estão facilitando.
Esta é uma maneira de o grupo se tornar sujeito do seu
próprio processo;
Os integrantes da experiência terão condições de tomar
decisões de forma mais lúcida.
49. NATUREZA E CLASSES DE
GRUPOS
Categorias sociais: Conjuntos ou categorias de pessoas
constituídas por critérios menos arbitrários ou mais
primários, como raça, gênero, nacionalidades etc.
Para qualificar de um grupo um conjunto de pessoas, a
primeira condição é que elas mantenham uma relação
específica entre elas.
50. DIFERENCIAÇÃO GRUPAL
Diferenciação Grupal: processo psicológico de avaliação
de grupos – Relações Intergrupais;
Identidade Social: consciência do indivíduo possui de
pertencer a um determinado grupo social, com à carga
afetiva e emocional que esta pertença traz para o sujeito.
Processo social intrapsíquico, interindividual e
intergrupal.
51. IDENTIDADE SOCIAL
Pressupostos básicos da Identidade Social: os sujeitos
procuram manter identidades sociais positivas e a
categorização social divide o mundo social em duas
categorias: o seu grupo e o grupo dos outros.
Continuum comportamento interpessoal – intergrupal;
Os processos psicológicos que acontecem com e no
indivíduo depende desse jogo de relações de poder.
52. IDENTIDADE PESSOAL OU
SOCIAL?
a identidade social é "o conhecimento do indivíduo de
que ele [ou ela] pertence a determinados grupos sociais,
juntamente com algum significado emocional e de valor
para ele [ou ela] desta associação de grupo”.
61. favoritismo endogrupal:
os indivíduos se identificam com um grupo interno e
interiorizam que os membros do grupo impactam seu
autoconceito,
o contexto vigente fornece bases para comparação entre
os grupos, e
relevância percebida da comparação, que em si vai ser
moldada pela situação relativa e absoluta dos ingroup.
62. A AUTOCATEGORIZAÇÃO
A autocategorização social serve para regular a atividade
cognitiva do indivíduo também fornecendo uma base
para a influência social mútua.
Os membros do grupo também exercem influência um
sobre o outro, sugerindo formas adequadas de
comportamento e, se necessário, agir para impor normas
grupais.
63. No entanto, isso vale a depender do grau em que as
pessoas:
gostam e confiam uns nos outros,
comunicam-se de forma eficaz,
são capazes de persuadir e influenciar-se mutuamente,
buscam a cooperação, e
são capazes de agir coletivamente.
64. E se os membros de qualquer grupo percebem que haja
barreiras reais e injustas para com o seu progresso no
trabalho, podem:
Confrontam os outros grupos.
Conflito social e hostilidade aberta.
65. realizar mudanças nas crenças sociais, através de
questionamentos sobre
um sistema objetivamente rígido de estratificação social;
o desejo de criar ou intensificar o impacto de membros
do grupo,
a motivação para esclarecer limites de grupo vagos ou
inexistentes, ou
a divisão ou conflito entre dois grupos.
66. As mesmas pessoas podem se definir como participante
de um grupo interno ou um grupo externo em diferentes
contextos.
67. Quando uma pessoa se identifica fortemente com uma
determinada organização, ele ou ela pode mais
facilmente interpretar o mundo, e seu próprio lugar
dentro dele, de uma maneira consistente com os valores
daquela organização, ideologia e cultura.
68. AS RELAÇÕES ENTRE O
INDIVÍDUO E O GRUPO
Facilitação social;
Vadiagem social;
Desindividuação.
69. FACILITAÇÃO SOCIAL
As respostas dominantes, ou seja, aquelas respostas
bem aprendidas, são facilitadas quando a pessoa se
encontra em estado de excitação;
Já as respostas não dominantes são prejudicadas por
esse mesmo estado;
70. A presença de outras pessoas gera excitação emocional
e, consequentemente, deve prejudicar o desempenho de
comportamentos não dominantes e facilitar o
desempenho dos comportamentos dominantes.
71. Presença de outras pessoas favorece o desempenho
quando a pessoa domina bem a resposta a ser emitida;
Caso contrário, a presença de outros inibe o
desempenho;
72. O trabalho em grupo, portanto deve ser incentivado
quando as pessoas estão bem treinadas na tarefa a ser
desempenhada;
Facilitação social: refere-se ao fortalecimento de reações
dominantes em decorrência da presença de outros.
73. VADIAGEM SOCIAL
Tendência de membros de um grupo a despender menos
esforços quando trabalham em grupo do que quando
trabalham sozinhos;
Os membros de uma equipe podem se sentir menos
motivados quando desempenham tarefas aditivas, isto é,
aquelas tarefas em que a realização do grupo depende
da soma dos esforços individuais;
74. Por problemas de coordenação, as pessoas puxariam a
corda em direções ou momentos diferentes.
75. Quando a pessoa cujo desempenho estamos avaliando é
o único alvo das forças sociais tem lugar o fenômeno de
facilitação social;
Quando, todavia, a pessoa é apenas um de muitos alvos
dessas forças tem lugar o fenômeno de vadiagem social;
76. Vadiagem social pode ser reduzido ou evitado de vários
formas: aumentar a identificação e a facilidade de
avaliação das contribuições individuais; aumentar o
envolvimento e a responsabilidade dos membros;
aumentar a atratividade das tarefas.
77. DESINDIVIDUAÇÃO
Três variáveis são importantes para introduzir mudanças
psicológicas capazes de produzir comportamentos dessa
natureza: o anonimato, a difusão da responsabilidade e a
presença ou tamanho do grupo;
Conduz a perda da identidade e uma redução na
preocupação quanto à avaliação social, o que resulta em
atos impulsivos, irracionais e regredidos porque eles não
estão sob os padrões usuais de controle pessoal e social.
78. Quanto maior o grupo e quanto maior o anonimato
físico, maior a desindividuação e mais intensos seus
efeitos negativos sobre o comportamento das pessoas;
As pessoas desindividualizadas ficam mais propensas a
reagir às demandas do ambiente, sem pensar em seus
próprios valores e atitudes;
Autoconsciência.
80. FORMAÇÃO DE NORMAS
Todo grupo social possui normas sem as quais não seria
possível sua sobrevivência;
Normas sociais são padrões ou expectativas de
comportamentos partilhados pelos membros de um
grupo;
Normas se aplicam a grupos de qualquer tamanho;
81. FORMAÇÃO DE NORMAS
O estabelecimento de normas grupais constitui um
excelente substituto para o uso do poder que, muitas
vezes, provoca tensão e ônus aos membros do grupo.
Em grupos muito amplos:
Especificação das atitudes ou comportamentos
desejados;
Fiscalização pelo grupo da obediência às especificações;
Aplicação de sanções aos não-conformistas.
82. LIDERANÇA
Há uma tendência geral no sentido de rejeitar as teorias
baseadas em traços de liderança e aceitar a posição
segundo a qual a liderança é um fenômeno emergente,
fruto da interação entre os membros do grupo e
dependente da atmosfera e das finalidades do grupo;
Lewin: 3 atmosferas grupais – autocrática, democrática e
laissez-faire.
83. LIDERANÇA
Autocrático: o líder utiliza-se de poder coercitivo e
decide o que o grupo deve fazer e como fazer;
Democrático: as decisões são tomadas por consenso da
maioria, cabendo ao líder apenas a tarefa de orientar a
atividade de forma democrática;
Laissez-faire: não dispões de líder, sendo permitido a
todos fazerem o que quiserem.
84. LIDERANÇA
A liderança democrática torna os liderados menos
dependentes do líder;
A atmosfera autocrática produz resultados melhores que
as demais em termos de eficiência do trabalho, porém os
liderados ficam perdidos sem o líder;
O líder democrático tem mais influência que o
autocrático.
85. LIDERANÇA
Líderes pouco aceitos pelo grupo são mais eficazes em
situações em que as tarefas a serem realizadas pelo
grupo são muito favoráveis ou muito desfavoráveis
(liderança orientada para a tarefa);
Se as tarefas são em nível intermediário de dificuldade, a
liderança mais eficaz será exercida por líderes bem
aceitos pelo grupo que lideram (liderança orientada para
as relações);
86. STATUS E PAPEL
Sociologicamente, status refere-se à posição de uma
pessoa no sistema social;
No caso dos grupos, status é o prestígio desfrutado por
um membro do grupo;
Pode ser tal como o indivíduo o percebe (status
subjetivo) e pode ser resultado do consenso do grupo
acerca deste indivíduo (status social);
Obviamente, o status subjetivo pode ou não
corresponder ao status social.
87. STATUS E PAPEL
Dependendo da natureza do grupo, determinados
atributos serão significantes para a conferição de status.
Justiça distributiva: refere-se à relação entre o que uma
pessoa obtém em termos de recompensa e o que ela
incorre em termos de custos, aqui e agora;
88. STATUS E PAPEL
Congruência de status: refere-se à impressão que ela
causa em outras, aos estímulos que ela apresenta a
outras, o que poderá afetar o seu comportamento
posterior em relação a estas outras pessoas e,
consequentemente, às recompensas futuras que ela
auferirá por parte destas.
89. STATUS E PAPEL
Pode ocorrer desastrosas consequências para o
funcionamento de um grupo sempre que se verifique
uma não correspondência entre status subjetivo e
resultados obtidos em termos de recompensas e custos,
e sempre que ocorra uma perturbação na congruência do
status causada pelo fato de membros de um grupo não
proporcionarem resultados correspondentes à posição
de um indivíduo no grupo.
90. STATUS E PAPEL
Normas sociais e também status subjetivo e social
influem no papel a ser desempenhado pelos membros de
um grupo;
Os papéis facilitam a interação social;
As normas sociais prescrevem papéis de uma forma
muito mais determinada e específica que o status dos
membros de um grupo;
A noção de congruência de status implica o
reconhecimento de papéis diversos a serem
desempenhados pelos membros que diferem entre si.
91. STATUS E PAPEL
Nenhum grupo humano pode funcionar adequadamente
sem o estabelecimento de papéis para seus membros;
A ambiguidade de papéis a serem desempenhados pelos
membros de um grupo é causa frequente de tensão e
conflitos entre seus membros – abandono ou expulsão
do membro do grupo.
92. STATUS E PAPEL
Para funcionamento harmonioso do grupo faz-se
necessário que o papel atribuído a si pelo próprio
indivíduo seja coerente com o que dele esperam os
demais membros;
A noção de papel não implica um conceito estático,
imutável e perene;
Os papéis são desempenhados pelos membros de acordo
com as características sistêmicas do grupo a que
pertencem.
93. TEORIA DO IMPACTO SOCIAL
O impacto social de outras pessoas sobre o indivíduo
depende de:
Número de observadores do comportamento;
Magnitude das forças sociais (status, idade, nível de
conhecimento);
Proximidade física da audiência.
94. Quando a pessoa cujo desempenho estamos avaliando é
o único alvo das forças sociais, o fenômeno de facilitação
social ocorre de acordo com o que vimos acima; se,
todavia, a pessoa é apenas um de muitos alvos desta
forças, então ocorre o fenômeno de “preguiça social”.
95. TOMADA DE DECISÃO
Decisões tomadas em grupo tendem a ser mais
arriscadas, mais audaciosas e menos conservadoras que
as decisões individuais.
Isso se deve principalmente ao fato de nas decisões
tomadas em grupo verificar-se uma difusão de
responsabilidade.
96. Nas discussões grupais, os membros do grupo
comparam suas posições com as dos outros membros.
Ao verem que certos membros tomam posições mais
arriscadas, os mais conservadores passam a ser mais
parecidos com aqueles.
97. TOMADA DE DECISÃO
Groupthink (pensamento grupal): tendência de os
membros de grupos coesos se deixarem levar pelo
entusiasmo do grupo e passarem a agir mais emocional
do que racionalmente;
O objetivo principal passa a ser a coesão do grupo em
torno de certas ideias, e não análise racional das
mesmas;
98. Esta atração por manter a coesão grupal ofusca o
raciocínio crítico dos membros do grupo e pode levar
seus membros a decisões desastrosas.
99. TOMADA DE DECISÃO
Grau de risco envolvido na tomada de uma decisão: a
tendência de um grupo vir a tomar decisões mais
arriscadas do que aquelas defendidas inicialmente por
seus membros;
Isto de daria pelo somatório de opiniões sobre um dado
assunto, na mesma direção, que não teriam sido levadas
em consideração por seus membros, isoladamente;
100. Porém, quando um grupo se encontra dividido quase que
igualmente em torno de alguma posição, o efeito
polarização tende a não se manifestar.
101. IDENTIFICAÇÃO GRUPAL
Membros de um grupo psicológico muitas vezes se
identificam com os objetivos e os ideais do grupo;
Influência das minorias (Moscovici): através de um
procedimento baseado na consistência, membros
minoritários de um grupo podem exercer uma influência
significativa dentro dele, lançando mão do poder das
informações.
103. OBEDIÊNCIA E
PREOCUPAÇÃO COM O
AUTORITARISMO
Comunicador: inteligente e crível;
Mensagem: afirmativa;
Audiência: neuroses e grau de autoestima, ao contrário
da inteligência.
Teoria da influência pessoal.
104. Moscovici sustenta que o poder e a influência são
processos alternativos e que as pessoas só se submetem
ao poder da influência quando não conseguem
influenciar;
Turner: a certeza individual não é associal;
Deutsch e Gerard: influência normativa e informativa.
106. MINORIAS ATIVAS
Moscovici: a dependência de informações dos outros é
um sintoma e não uma causa de dependência;
Inovação;
Principal hipótese: para convencer o grupo e mudar suas
normas, a minoria deve expressar opiniões consistentes
e coerente com suas atitudes.
108. A INFLUÊNCIA SOCIAL
INCONSISTENTE
PROVOCANDO
QUESTIONAMENTOSMugny e o processo de inovação, envolve:
Poder majoritário;
População;
As minorias.
Fonte majoritária: conformismo superficial, influência
direta;
Fonte minoritária: mudança profunda.
Psicologização.