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Psicologia Moderna:
as Matrizes
Epistemológicas
Psic. Jonia Lacerda Felício
Dra. em Psicologia Clínica -IPUSP
Centro Universitário FAM
São Paulo – SP
2017
Desenvolvimento da Psicologia
Psicologia
Filosófica
Psicologia
Científica
(sec. XIX)
Psicologia
Moderna
(sec. XX)
O estudo da alma
e da sua relação
com o corpo e a
percepção da
realidade.
A psicologia sem
alma, no estudo
experimental da
consciência. em
sua estrutura,
funções e
aprendizagem.
1. BEHAVIORISMO
2. GESTALT
3. PSICANÁLISE
Psicologia Moderna
1. BEHAVIORISMO = constitui a noção de um fato
psicológico concreto, o comportamento aparente. O
interno é caixa preta, não passível de estudos
quantitativos.
2. GESTALT Humanismo = busca a compreensão das
ações e processos humanos na perspectiva de sua
totalidade, em relação ao contexto do qual fazem
parte, em uma abordagem mais filosófica.
3. PSICANÁLISE = dá conta dos processos afetivo-
relacionais a partir da compreensão da dualidade
razão-desrazão, consciente-inconsciente, o mundo
interno e seus motivos profundos, o conflito com as
exigências externas.
Behaviorismo
Comportamentalismo
JOHN B. WATSON (1878 – 1958)
 Nesta Psicologia, uma ciência do comportamento,
abandona-se o estudo da consciência, e se investiga o
comportamento observável, o que pode ser verificado
experimentalmente.
 No debate central à Psicologia – Natureza biológica X
Ambiente – o comportamentalismo considera que tudo
é aprendido no ambiente, por condicionamento: o
comportamento é modelado por suas consequências
(ação-reação).
 Com o comportamentalismo, a Psicologia passou a
estudar animais em Laboratórios.
Watson: primórdios do comportamentalismo
B.F. Skinner: o florescimento
do behaviorismo (1904- 1990)
 Nos anos 50, o behaviorismo confrontou a grande influência da
psicanálise no meio norteamericano :
“ os organismos tendem a repetir as respostas que levam a um
resultado positivo e a não repetir as que levam a um
resultado negativo”.
 Seus resultados, como fazer pombos jogarem ping-pong,
demonstraram a possibilidade de se construir uma tecnologia
comportamental, que foi aplicada em fábricas, escolas,
presídios, hospitais e no marketing.
 Prevê uma autonomia humana bastante relativa = seríamos
controlados pelo meio, não pela consciência (= “caixa preta”, não
acessível experimentalmente).
Skinner: reforço e punição na análise
experimental do comportamento
Berço de Julia e Debbie, filhas de Skinner
https://www.youtube.com/watch?v=fVN02oL2nCQ
Behaviorismo: pesquisas com o método
quantitativo-experimental
 RESPOSTA
CONDICIONADA =
resposta que acontece
depois que é
condicionada (C ) , a um
estímulo-(E) que antes
era neutro, não causava
esta resposta.
 GENERALIZAÇÃO =
tendência a responder a
um estímulo similar ao
EC
 DISCRIMINAÇÃO DOS
ESTÍMULOS.
 CONDICIONAMENTO
OPERANTE = o
organismo opera algo no
ambiente para conseguir
resultado esperado. =
Throndike não supõe que
a pessoa ou organismo
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entre E e R.
Análise experimental do comportamento:
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 REFORÇO POSITIVO =
‘premio’ que provoca
aumento da resposta
procedente.
 REFORÇO NEGATIVO=
a retirada do estimulo
aversivo provoca
aumento na ocorrência
da resposta precedente.
 PUNIÇÃO = Estimulo
Aversivo = pois diminui a
probabilidade da resposta
precedente ocorrer de novo.
 ESQUEMAS DE REFORÇO:
INTERVALO FIXO;
INTERVALO VARIÁVEL;
 MODELAGEM =
ensino/condicionamento de
comportamentos complexos,
ao se reforçar aproximações
cada vez maiores com
comportamento que se deseja
reforçar.
Modificações no Behaviorismo = teoria
cognitivo-social – Albert Bandura
 Animais e pessoas
desenvolvem
expectativas mentais de
que receberão
determinado reforço em
sequência a um
reforçamento.
 APRENDIZAGEM POR
OBSERVAÇÃO = ver alguém
fazendo algo; se aprende pela
observação de um MODELO:
 Há ATENÇÃO E
PERCEPÇÃO dirigida ao
comportamento do outro;
 2. Acontece REPRODUÇÃO
da ação observada;
 3. Supõe MOTIVAÇÃO na
busca de se aprender e
reproduzir o comportamento
no futuro.
Terapias comportamentais
1. Comportamento
aversivo: oferecer o
que o sujeito procura
combinado com E
Aversivos;
2. Desenbilização
sistemática: exposição
gradual ao estímulo
gerador de ansiedade é
combinada com
relaxamento.
TCC= Ativação negativa
1. Sistema de crenças
irracionais
2. Consequências
emocionais
Walden Two =
utopia social de Skinner
Tentativa de concretiza-la: Twin Oaks (1967).
 https://www.youtube.com/watch?v=O_EJ20tb
L-s
 https://www.youtube.com/watch?v=H7in_Iqn
qjo
Comportamentalismo X Psicologia da
Gestalt X Psicanálise
 PSICOLOGIA DA
GESTALT, a partir de Berlim
(Alemanha), estudou as
ilusões perceptivas,
considerando que entre o
estímulo e o ambiente existe
um processo perceptivo, uma
consciência que não acessa a
realidade de forma tão
objetiva, já que tudo depende
do contexto em que se vê ou
se significa algo.
 PSICANÁLISE, a partir de
Vienna (Áustria), nos estudos
de Sigmund Freud (1856 –
1939) abordam os motivos
emocionais profundos,
considerando não só a
consciência, mas também o
inconsciente, razão e
desrazão.
PSICANÁLISE
PSICANÁLISE: pesquisas através
do método clínico
Sigmund Freud:
“ O inconsciente é a realidade psíquica verdadeira; em sua
natureza mais íntima, é tão desconhecido para nós quanto a
realidade do mundo externo”
 O fato mental, enquanto uma realidade
representacional, sustenta tanto as formações
conscientes quanto as formações substitutivas.
 As formações substitutivas constituem o sintoma
neurótico,
que satisfaz, simbolicamente, um desejo que não pode ser
plenamente conhecido.
 O caráter inaceitável do desejo inconsciente exige que
ele seja transformado em um comportamento
incompreensível ao sujeito, o que é possível pelas
transformações provocadas por deslocamentos,
projeções, repressões e outros mecanismos de defesa
da mente contra a angústia.
PSICANÁLISE: a vida emocional é conflitiva
CONSCIENTE
-imperativos
sociais, da
realidade externa-
X
INCONSCIENTE
-desejos
pulsionais-
EU (ego) X ISSO
(id) e SUPEREU
(Realidade interna) =
conflito neurótico
EU X Realidade
externa = conflito
psicótico
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Princípio do
prazer (o sexual)
X
Princípio da
realidade (o eu)
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de morte) X Eros
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PSICANÁLISE: o desenvolvimento emocional ao
longo do ciclo de vida
 Enfatiza a natureza
histórica da vida
emocional.
 Nesta história, é
considerada
fundamental a vida
infantil, das primeiras
relações de apego da
criança com seus pais.
 Trata-se da história do
desenvolvimento
psicosexual, pois os
vínculos humanos
trazem um caráter
pulsional, o prazer
libidinal que marca
estes afetos.
PSICANÁLISE: o desenvolvimento emocional ao
longo do ciclo de vida
 FASE ORAL (0-1 a)= o prazer
da amamentação, da
proximidade e comunicação
não-verbal, de dependência.
 FASE ANAL (1-3 a) = o prazer
do controle pessoal, da
experiência de valor e
desvalor em relação ao que se
produz.
 FASE FÁLICO-EDIPIANA (3 –
5/6 a) = o prazer da
identificação sexual com uma
das figuras parentais, o que
traz ciúme e competição para
a criança.
 FASE DE LATÊNCIA ( 7 –
anos prepúberes) = o prazer
das conquistas sociais e
intelectuais, que se amparam
no que a criança já alcançou
no romance familiar (as
primeiras relações com os
pais).
 FASE GENITAL (adolescência
até a idade madura) = a
possibilidade de unir todas as
experiências prévias e parciais
dos vínculos infantis em uma
relação mais plena.
PSICANÁLISE: a contribuição à psicopatologia
Freud,1917: “O que se opõe à psicanálise não é a
psiquiatria, mas os psiquiatras. A psiquiatria
relaciona-se com a psicanálise aproximadamente
como a anatomia se relaciona com a histologia :
uma estuda as formas externas dos órgãos, a outra
estuda sua estruturação em tecidos e células”
 Psiquiatria: estuda a história natural dos sintomas.
 Psicanálise: aborda o sentido simbólico e as forças
dinâmicas que sustentam os sintomas.
PSICANÁLISE: a contribuição à psicopatologia
A Psicanálise considera a loucura uma forma
singular do sujeito dizer a verdade
 A loucura não se insere no registro do erro (como
na Psiquiatria), mas sim da verdade.
 Freud cria um espaço clínico e um método de
investigação sustentados no registro da
fala/escuta, supondo que o sujeito se constitui e
se revela simultaneamente pelo ato de falar , a
partir do qual enuncia a sua singularidade (Joel
Birman)
A GESTALT:
Max Wertheimer, Kurt Koffka,
Wolfgang Köhler
O QUE É GESTALT
A tradução mais próxima em português seria:
a forma ou a conformação
 Começo do século XX: os estudos psicofísicos sobre
sensações, espaço-forma, tempo-forma estavam em
alta. Neste contexto, a Gestalt estuda a percepção e
sensação do movimento.
 Estes estudos procuram a compreensão de quais são os
processos psicológicos envolvidos nas ilusões de ótica.
 Verificam que há um PROCESSO PERCEPTIVO
ENTRE O SUJEITO E A REALIDADE.
 Concluem que o estímulo físico é percebido pelo sujeito
de um modo diferente do que o estímulo é na realidade.
A PERCEPÇÃO
 Entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do
indivíduo, encontra-se o processo de percepção.
 Então, o que e como o indivíduo percebe é um dado
importante, mostra que a pessoa não pode ser
compreendida isolada de seu contexto mais amplo, o
“fundo” das experiências e sentidos que determinam
como ela percebe a realidade.
 O comportamento é então analisado em relação aos
seus aspectos mais globais, levando em consideração
as condições que alteram a percepção do estímulo.
A PARTE É CONSIDERADA NA SUA RELAÇÃO COM O
TODO.
O estudo da percepção e da consciência
(Alemanha,anos 20)
Max Wertheimer: “A Fórmula fundamental da teoria
gestáltica pode ser assim expressa: há
TOTALIDADES cujo comportamento não é
determinado pelos seus elementos individuais”
A percepção busca a boa forma da figura, que permite a
relação entre figura e fundo.
O processo perceptivo tenta estabelecer
 Equilíbrio;
 Simetria;
 Estabilidade;
 Simplicidade.
A consciência procura a
“boa forma”
PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS:
 Fenômeno “FI” = ilusão de movimento caso estímulos se sucedam
rapidamente;
 FIGURA FUNDO = separação de imagens organiza percepções;
 PROXIMIDADE= proximidade faz as coisas parecerem-se
semelhantes;
OUTROS PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS:
 Fechamento = há tendência a agrupar elementos em uma totalidade;
 Semelhança = há tendência a agrupar elementos semelhantes;
 Simplicidade = Lei de Pragmanz = “boa forma” = há tendência a organizar
formas da maneira mais simples possível;
 Continuidade = tendência em seguir direção que se está dando à pessoa;
 Região Comum = agrupamento de elementos que compartilham região
comum;
 Conexão = tendência a perceber regiões uniformes como comuns.
PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS
Proximidade, Semelhança, Continuidade, Fechamento
FIGURA – FUNDO
GESTALT: ilusões perceptivas
GESTALT: consequências clínicas
Campo psicológico= a
percepção estabelece um
campo de forças na
procura da boa forma =
uma tendência a tentar
estabelecer coerência e
totalidade, tornar o
estranho algo conhecido.
 Insight: nem sempre se
compreende uma figura ao
olharmos imediatamente,
pois não há ainda uma
clara percepção figura-
fundo, dificultando a
compreensão das relações
entre a parte e o todo.
 Mas, repentinamente, sem
fazer esforço, a relação
figura-fundo se elucida =
HOUVE O INSIGHT
GESTALT: consequências clínicas
 Kurt Lewin: as relações entre o indivíduo e seu
quadro de fundo (a totalidade) traduz seu
espaço vital psicológico = Teoria do campo
psicológico.
 Aplicações = na psicologia organizacional,
social e de grupos.
 Processos da percepção e consciência trazem
dados sobre a pessoa= testes psicológicos
projetivos e cognitivos.
TERCEIRA FORÇA: HUMANISTAS
 CARL ROGERS (1902-1987):
conceito de “self” e da postura de
aceitação incondicional poitiva pelo
terapeuta.
 “Por que uma criança aprende a andar?
Ela tenta erguer-se, cai e machuca a
cabeça. [...] Não existe grande
recompensa enquanto ela não
conseguir realmente realizar seu intento,
e apesar de tudo, a criança está
disposta a suportar a dor [...] Para mim,
isso é uma indicação de que existe uma
verdadeira força de atração para a
possibilidade de crescimento continuar.”
(Rogers, In: Frick, W. Psicologia
Humanista, p. 118)
O humanismo: pesquisas com o método
fenomenológico
 ‘A experiência mostrou-me que as pessoas têm
fundamentalmente uma orientação positiva’ .
Rogers Tornar-se Pessoa (1961/1997).
 ‘Descobrimos, dentro da pessoa, sob certas
condições, uma capacidade para a
reestruturação e reorganização do self, e,
consequentemente, a reorganização do
comportamento, o que tem profundas
implicações sociais.’
O humanismo na
Abordagem Centrada na Pessoa
TENDENCIA ATUALIZANTE: é inerente ao indivíduo, a
disposição para que sejam desenvolvidas suas
potencialidades, algo parcialmente limitada pelas
dificuldades do meio em que a pessoa se desenvolve.
Compreende-se que a pessoa visa constantemente a
autorealização, o desenvolvimento de suas
potencialidades, garantindo sua conservação e
enriquecimento contínuo.
TENDENCIA A AUTOREALIZAÇÃO: ‘existe em todo organismo, em
qualquer nível, um fluxo subjacente de movimento para uma realização
construtiva de suas possibilidades intrínsecas. Há no homem uma
tendência natural para o desenvolvimento completo. O termo mais
frequentemente usado para isso é o de tendência de realização, que
está presente em todos os organismos vivos. Trata-se do fundamento
sobre o qual está construída a abordagem centrada-na-pessoa
(Rogers Terapia Centrada no Cliente).
O Humanismo na
Abordagem Terapêutica Centrada na Pessoa
É o cliente, não o terapeuta, que realiza o
processo de cura (healing process). O terapeuta é
um facilitador.
As atitudes do terapeuta facilitador que promovem
o potencial positivo do cliente são:
 Aceitação positiva incondicional (não
julgamento)
 Autenticidade e congruência
 Compreensão empática
Uma consulta psicoterapêutica com Rogers: o caso Gloria
https://www.youtube.com/watch?v=bIxAQ79RmL4
Outras perspectivas teóricas na Psicologia
Moderna
 COGNITIVA = (anos 50 até o presente) = Jean Piaget,
(1896-1980) na Educação; Aleksandr Romanovitch Luria
(1902-1977) na neuropsicologia = aborda os
pensamentos e processos mentais como a inteligência,
atenção e memória = o comportamento humano
depende de como as pessoas adquirem, armazenam e
processam a informação.
 BIOLÓGICA = (anos 50 até o presente) = o
comportamento tem bases fisiológicas = pode ser
explicado pelas estruturas do corpo e seus processos
bioquímicos.
 EVOLUCIONISTA = (anos 80 até o presente) =
fundamentos evolucionistas do comportamento = o
comportamento se dirige a solucionar problemas
adaptativos; por isto, são selecionados na natureza.
Áreas de atuação
PSICOLOGIA CLÍNICA: atua na
avaliação, aconselhamento e
psicoterapia individual junto a
casais, famílias e grupos em
consultórios, equipes
multiprofissionais de clínicas e
organizações públicas e privadas.
PSICOLOGIA HOSPITALAR:
trata-se da clínica na Saúde e junto
às organizações sociais que tratam
das políticas de Saúde, enfocando a
compreensão e terapêutica dos
aspectos psicológicos inerentes ao
adoecer e à busca de condições de
vida saudáveis.
Trabalha-se no hospital geral e de
especialidades, como junto às
pessoas com problemas gástricos,
urológicos, ginecológicos,
oncológicos, entre outros, incluindo
a especialidade psiquiátrica.
NEUROPSICOLOGIA: atua em
interface com a neurologia e a
psiquiatria, avaliando funções
mentais superiores, como a
inteligência, memória e atenção,
visando seu desenvolvimento e
reabilitação.
Áreas de atuação
 PSICOLOGIA SOCIAL:atua
junto às organizações, movimentos
e políticas sociais visando a
cidadania plena dos grupos,
instituições e comunidades.
PSICOLOGIA JURÍDICA:
assessora as instituições jurídicas
com os subsídios psicológicos
envolvidos na compreensão e
intervenção das situações
avaliadas, como as que são
relacionadas às políticas públicas
de segurança e justiça social.
 PSICOLOGIA DO ESPORTE
e ÁREA ACADÊMICA
 PSICOLOGIA ESCOLAR:
intervenção e assessoria junto aos
processos biopsicosociais
implicados no desenvolvimento
educacional, em atividades junto a
alunos, familiares, professores e
funcionários do sistema escolar.
PSICOLOGIA
ORGANIZACIONAL: atua nas
empresas e organizações de
trabalho como um todo, nas
questões que envolvem
relacionamentos interpessoais das
equipes e a carreira dos
trabalhadores, em processos
como seleção, treinamento,
desenvolvimento profissional e
programas de qualidade de vida no
trabalho.
Bibliografia
 BOCK, A. Psicologia (s): uma introdução ao
estudo da psicologia 13ª edição. São Paulo:
Saraiva, 2000.
 FIGUEIREDO, Luís Cláudio. Matrizes do
Pensamento Psicológico. Petrópolis: Rio de
Janeiro: Vozes, 1991.
 SCHULTZ, D. História da Psicologia Moderna.
São Paulo: Cultrix, 1981.
.
.
PROFA DRA JONIA
LACERDA FELICIO
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  • 1. Psicologia Moderna: as Matrizes Epistemológicas Psic. Jonia Lacerda Felício Dra. em Psicologia Clínica -IPUSP Centro Universitário FAM São Paulo – SP 2017
  • 2. Desenvolvimento da Psicologia Psicologia Filosófica Psicologia Científica (sec. XIX) Psicologia Moderna (sec. XX) O estudo da alma e da sua relação com o corpo e a percepção da realidade. A psicologia sem alma, no estudo experimental da consciência. em sua estrutura, funções e aprendizagem. 1. BEHAVIORISMO 2. GESTALT 3. PSICANÁLISE
  • 3. Psicologia Moderna 1. BEHAVIORISMO = constitui a noção de um fato psicológico concreto, o comportamento aparente. O interno é caixa preta, não passível de estudos quantitativos. 2. GESTALT Humanismo = busca a compreensão das ações e processos humanos na perspectiva de sua totalidade, em relação ao contexto do qual fazem parte, em uma abordagem mais filosófica. 3. PSICANÁLISE = dá conta dos processos afetivo- relacionais a partir da compreensão da dualidade razão-desrazão, consciente-inconsciente, o mundo interno e seus motivos profundos, o conflito com as exigências externas.
  • 4. Behaviorismo Comportamentalismo JOHN B. WATSON (1878 – 1958)  Nesta Psicologia, uma ciência do comportamento, abandona-se o estudo da consciência, e se investiga o comportamento observável, o que pode ser verificado experimentalmente.  No debate central à Psicologia – Natureza biológica X Ambiente – o comportamentalismo considera que tudo é aprendido no ambiente, por condicionamento: o comportamento é modelado por suas consequências (ação-reação).  Com o comportamentalismo, a Psicologia passou a estudar animais em Laboratórios.
  • 5. Watson: primórdios do comportamentalismo
  • 6. B.F. Skinner: o florescimento do behaviorismo (1904- 1990)  Nos anos 50, o behaviorismo confrontou a grande influência da psicanálise no meio norteamericano : “ os organismos tendem a repetir as respostas que levam a um resultado positivo e a não repetir as que levam a um resultado negativo”.  Seus resultados, como fazer pombos jogarem ping-pong, demonstraram a possibilidade de se construir uma tecnologia comportamental, que foi aplicada em fábricas, escolas, presídios, hospitais e no marketing.  Prevê uma autonomia humana bastante relativa = seríamos controlados pelo meio, não pela consciência (= “caixa preta”, não acessível experimentalmente).
  • 7. Skinner: reforço e punição na análise experimental do comportamento Berço de Julia e Debbie, filhas de Skinner https://www.youtube.com/watch?v=fVN02oL2nCQ
  • 8. Behaviorismo: pesquisas com o método quantitativo-experimental  RESPOSTA CONDICIONADA = resposta que acontece depois que é condicionada (C ) , a um estímulo-(E) que antes era neutro, não causava esta resposta.  GENERALIZAÇÃO = tendência a responder a um estímulo similar ao EC  DISCRIMINAÇÃO DOS ESTÍMULOS.  CONDICIONAMENTO OPERANTE = o organismo opera algo no ambiente para conseguir resultado esperado. = Throndike não supõe que a pessoa ou organismo tenha consciência e compreensão do vínculo entre E e R.
  • 9. Análise experimental do comportamento: eficácia técnica  REFORÇO POSITIVO = ‘premio’ que provoca aumento da resposta procedente.  REFORÇO NEGATIVO= a retirada do estimulo aversivo provoca aumento na ocorrência da resposta precedente.  PUNIÇÃO = Estimulo Aversivo = pois diminui a probabilidade da resposta precedente ocorrer de novo.  ESQUEMAS DE REFORÇO: INTERVALO FIXO; INTERVALO VARIÁVEL;  MODELAGEM = ensino/condicionamento de comportamentos complexos, ao se reforçar aproximações cada vez maiores com comportamento que se deseja reforçar.
  • 10. Modificações no Behaviorismo = teoria cognitivo-social – Albert Bandura  Animais e pessoas desenvolvem expectativas mentais de que receberão determinado reforço em sequência a um reforçamento.  APRENDIZAGEM POR OBSERVAÇÃO = ver alguém fazendo algo; se aprende pela observação de um MODELO:  Há ATENÇÃO E PERCEPÇÃO dirigida ao comportamento do outro;  2. Acontece REPRODUÇÃO da ação observada;  3. Supõe MOTIVAÇÃO na busca de se aprender e reproduzir o comportamento no futuro.
  • 11. Terapias comportamentais 1. Comportamento aversivo: oferecer o que o sujeito procura combinado com E Aversivos; 2. Desenbilização sistemática: exposição gradual ao estímulo gerador de ansiedade é combinada com relaxamento. TCC= Ativação negativa 1. Sistema de crenças irracionais 2. Consequências emocionais
  • 12. Walden Two = utopia social de Skinner Tentativa de concretiza-la: Twin Oaks (1967).  https://www.youtube.com/watch?v=O_EJ20tb L-s  https://www.youtube.com/watch?v=H7in_Iqn qjo
  • 13. Comportamentalismo X Psicologia da Gestalt X Psicanálise  PSICOLOGIA DA GESTALT, a partir de Berlim (Alemanha), estudou as ilusões perceptivas, considerando que entre o estímulo e o ambiente existe um processo perceptivo, uma consciência que não acessa a realidade de forma tão objetiva, já que tudo depende do contexto em que se vê ou se significa algo.  PSICANÁLISE, a partir de Vienna (Áustria), nos estudos de Sigmund Freud (1856 – 1939) abordam os motivos emocionais profundos, considerando não só a consciência, mas também o inconsciente, razão e desrazão.
  • 15. PSICANÁLISE: pesquisas através do método clínico Sigmund Freud: “ O inconsciente é a realidade psíquica verdadeira; em sua natureza mais íntima, é tão desconhecido para nós quanto a realidade do mundo externo”  O fato mental, enquanto uma realidade representacional, sustenta tanto as formações conscientes quanto as formações substitutivas.  As formações substitutivas constituem o sintoma neurótico, que satisfaz, simbolicamente, um desejo que não pode ser plenamente conhecido.  O caráter inaceitável do desejo inconsciente exige que ele seja transformado em um comportamento incompreensível ao sujeito, o que é possível pelas transformações provocadas por deslocamentos, projeções, repressões e outros mecanismos de defesa da mente contra a angústia.
  • 16. PSICANÁLISE: a vida emocional é conflitiva CONSCIENTE -imperativos sociais, da realidade externa- X INCONSCIENTE -desejos pulsionais- EU (ego) X ISSO (id) e SUPEREU (Realidade interna) = conflito neurótico EU X Realidade externa = conflito psicótico Conflito pulsional: Princípio do prazer (o sexual) X Princípio da realidade (o eu) Tânatos (pulsão de morte) X Eros (pulsão de vida)
  • 17. PSICANÁLISE: o desenvolvimento emocional ao longo do ciclo de vida  Enfatiza a natureza histórica da vida emocional.  Nesta história, é considerada fundamental a vida infantil, das primeiras relações de apego da criança com seus pais.  Trata-se da história do desenvolvimento psicosexual, pois os vínculos humanos trazem um caráter pulsional, o prazer libidinal que marca estes afetos.
  • 18. PSICANÁLISE: o desenvolvimento emocional ao longo do ciclo de vida  FASE ORAL (0-1 a)= o prazer da amamentação, da proximidade e comunicação não-verbal, de dependência.  FASE ANAL (1-3 a) = o prazer do controle pessoal, da experiência de valor e desvalor em relação ao que se produz.  FASE FÁLICO-EDIPIANA (3 – 5/6 a) = o prazer da identificação sexual com uma das figuras parentais, o que traz ciúme e competição para a criança.  FASE DE LATÊNCIA ( 7 – anos prepúberes) = o prazer das conquistas sociais e intelectuais, que se amparam no que a criança já alcançou no romance familiar (as primeiras relações com os pais).  FASE GENITAL (adolescência até a idade madura) = a possibilidade de unir todas as experiências prévias e parciais dos vínculos infantis em uma relação mais plena.
  • 19. PSICANÁLISE: a contribuição à psicopatologia Freud,1917: “O que se opõe à psicanálise não é a psiquiatria, mas os psiquiatras. A psiquiatria relaciona-se com a psicanálise aproximadamente como a anatomia se relaciona com a histologia : uma estuda as formas externas dos órgãos, a outra estuda sua estruturação em tecidos e células”  Psiquiatria: estuda a história natural dos sintomas.  Psicanálise: aborda o sentido simbólico e as forças dinâmicas que sustentam os sintomas.
  • 20. PSICANÁLISE: a contribuição à psicopatologia A Psicanálise considera a loucura uma forma singular do sujeito dizer a verdade  A loucura não se insere no registro do erro (como na Psiquiatria), mas sim da verdade.  Freud cria um espaço clínico e um método de investigação sustentados no registro da fala/escuta, supondo que o sujeito se constitui e se revela simultaneamente pelo ato de falar , a partir do qual enuncia a sua singularidade (Joel Birman)
  • 21. A GESTALT: Max Wertheimer, Kurt Koffka, Wolfgang Köhler
  • 22. O QUE É GESTALT A tradução mais próxima em português seria: a forma ou a conformação  Começo do século XX: os estudos psicofísicos sobre sensações, espaço-forma, tempo-forma estavam em alta. Neste contexto, a Gestalt estuda a percepção e sensação do movimento.  Estes estudos procuram a compreensão de quais são os processos psicológicos envolvidos nas ilusões de ótica.  Verificam que há um PROCESSO PERCEPTIVO ENTRE O SUJEITO E A REALIDADE.  Concluem que o estímulo físico é percebido pelo sujeito de um modo diferente do que o estímulo é na realidade.
  • 23. A PERCEPÇÃO  Entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do indivíduo, encontra-se o processo de percepção.  Então, o que e como o indivíduo percebe é um dado importante, mostra que a pessoa não pode ser compreendida isolada de seu contexto mais amplo, o “fundo” das experiências e sentidos que determinam como ela percebe a realidade.  O comportamento é então analisado em relação aos seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo. A PARTE É CONSIDERADA NA SUA RELAÇÃO COM O TODO.
  • 24. O estudo da percepção e da consciência (Alemanha,anos 20) Max Wertheimer: “A Fórmula fundamental da teoria gestáltica pode ser assim expressa: há TOTALIDADES cujo comportamento não é determinado pelos seus elementos individuais” A percepção busca a boa forma da figura, que permite a relação entre figura e fundo. O processo perceptivo tenta estabelecer  Equilíbrio;  Simetria;  Estabilidade;  Simplicidade.
  • 25. A consciência procura a “boa forma” PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS:  Fenômeno “FI” = ilusão de movimento caso estímulos se sucedam rapidamente;  FIGURA FUNDO = separação de imagens organiza percepções;  PROXIMIDADE= proximidade faz as coisas parecerem-se semelhantes; OUTROS PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS:  Fechamento = há tendência a agrupar elementos em uma totalidade;  Semelhança = há tendência a agrupar elementos semelhantes;  Simplicidade = Lei de Pragmanz = “boa forma” = há tendência a organizar formas da maneira mais simples possível;  Continuidade = tendência em seguir direção que se está dando à pessoa;  Região Comum = agrupamento de elementos que compartilham região comum;  Conexão = tendência a perceber regiões uniformes como comuns.
  • 29. GESTALT: consequências clínicas Campo psicológico= a percepção estabelece um campo de forças na procura da boa forma = uma tendência a tentar estabelecer coerência e totalidade, tornar o estranho algo conhecido.  Insight: nem sempre se compreende uma figura ao olharmos imediatamente, pois não há ainda uma clara percepção figura- fundo, dificultando a compreensão das relações entre a parte e o todo.  Mas, repentinamente, sem fazer esforço, a relação figura-fundo se elucida = HOUVE O INSIGHT
  • 30. GESTALT: consequências clínicas  Kurt Lewin: as relações entre o indivíduo e seu quadro de fundo (a totalidade) traduz seu espaço vital psicológico = Teoria do campo psicológico.  Aplicações = na psicologia organizacional, social e de grupos.  Processos da percepção e consciência trazem dados sobre a pessoa= testes psicológicos projetivos e cognitivos.
  • 31. TERCEIRA FORÇA: HUMANISTAS  CARL ROGERS (1902-1987): conceito de “self” e da postura de aceitação incondicional poitiva pelo terapeuta.  “Por que uma criança aprende a andar? Ela tenta erguer-se, cai e machuca a cabeça. [...] Não existe grande recompensa enquanto ela não conseguir realmente realizar seu intento, e apesar de tudo, a criança está disposta a suportar a dor [...] Para mim, isso é uma indicação de que existe uma verdadeira força de atração para a possibilidade de crescimento continuar.” (Rogers, In: Frick, W. Psicologia Humanista, p. 118)
  • 32. O humanismo: pesquisas com o método fenomenológico  ‘A experiência mostrou-me que as pessoas têm fundamentalmente uma orientação positiva’ . Rogers Tornar-se Pessoa (1961/1997).  ‘Descobrimos, dentro da pessoa, sob certas condições, uma capacidade para a reestruturação e reorganização do self, e, consequentemente, a reorganização do comportamento, o que tem profundas implicações sociais.’
  • 33. O humanismo na Abordagem Centrada na Pessoa TENDENCIA ATUALIZANTE: é inerente ao indivíduo, a disposição para que sejam desenvolvidas suas potencialidades, algo parcialmente limitada pelas dificuldades do meio em que a pessoa se desenvolve. Compreende-se que a pessoa visa constantemente a autorealização, o desenvolvimento de suas potencialidades, garantindo sua conservação e enriquecimento contínuo. TENDENCIA A AUTOREALIZAÇÃO: ‘existe em todo organismo, em qualquer nível, um fluxo subjacente de movimento para uma realização construtiva de suas possibilidades intrínsecas. Há no homem uma tendência natural para o desenvolvimento completo. O termo mais frequentemente usado para isso é o de tendência de realização, que está presente em todos os organismos vivos. Trata-se do fundamento sobre o qual está construída a abordagem centrada-na-pessoa (Rogers Terapia Centrada no Cliente).
  • 34. O Humanismo na Abordagem Terapêutica Centrada na Pessoa É o cliente, não o terapeuta, que realiza o processo de cura (healing process). O terapeuta é um facilitador. As atitudes do terapeuta facilitador que promovem o potencial positivo do cliente são:  Aceitação positiva incondicional (não julgamento)  Autenticidade e congruência  Compreensão empática Uma consulta psicoterapêutica com Rogers: o caso Gloria https://www.youtube.com/watch?v=bIxAQ79RmL4
  • 35. Outras perspectivas teóricas na Psicologia Moderna  COGNITIVA = (anos 50 até o presente) = Jean Piaget, (1896-1980) na Educação; Aleksandr Romanovitch Luria (1902-1977) na neuropsicologia = aborda os pensamentos e processos mentais como a inteligência, atenção e memória = o comportamento humano depende de como as pessoas adquirem, armazenam e processam a informação.  BIOLÓGICA = (anos 50 até o presente) = o comportamento tem bases fisiológicas = pode ser explicado pelas estruturas do corpo e seus processos bioquímicos.  EVOLUCIONISTA = (anos 80 até o presente) = fundamentos evolucionistas do comportamento = o comportamento se dirige a solucionar problemas adaptativos; por isto, são selecionados na natureza.
  • 36. Áreas de atuação PSICOLOGIA CLÍNICA: atua na avaliação, aconselhamento e psicoterapia individual junto a casais, famílias e grupos em consultórios, equipes multiprofissionais de clínicas e organizações públicas e privadas. PSICOLOGIA HOSPITALAR: trata-se da clínica na Saúde e junto às organizações sociais que tratam das políticas de Saúde, enfocando a compreensão e terapêutica dos aspectos psicológicos inerentes ao adoecer e à busca de condições de vida saudáveis. Trabalha-se no hospital geral e de especialidades, como junto às pessoas com problemas gástricos, urológicos, ginecológicos, oncológicos, entre outros, incluindo a especialidade psiquiátrica. NEUROPSICOLOGIA: atua em interface com a neurologia e a psiquiatria, avaliando funções mentais superiores, como a inteligência, memória e atenção, visando seu desenvolvimento e reabilitação.
  • 37. Áreas de atuação  PSICOLOGIA SOCIAL:atua junto às organizações, movimentos e políticas sociais visando a cidadania plena dos grupos, instituições e comunidades. PSICOLOGIA JURÍDICA: assessora as instituições jurídicas com os subsídios psicológicos envolvidos na compreensão e intervenção das situações avaliadas, como as que são relacionadas às políticas públicas de segurança e justiça social.  PSICOLOGIA DO ESPORTE e ÁREA ACADÊMICA  PSICOLOGIA ESCOLAR: intervenção e assessoria junto aos processos biopsicosociais implicados no desenvolvimento educacional, em atividades junto a alunos, familiares, professores e funcionários do sistema escolar. PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL: atua nas empresas e organizações de trabalho como um todo, nas questões que envolvem relacionamentos interpessoais das equipes e a carreira dos trabalhadores, em processos como seleção, treinamento, desenvolvimento profissional e programas de qualidade de vida no trabalho.
  • 38. Bibliografia  BOCK, A. Psicologia (s): uma introdução ao estudo da psicologia 13ª edição. São Paulo: Saraiva, 2000.  FIGUEIREDO, Luís Cláudio. Matrizes do Pensamento Psicológico. Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes, 1991.  SCHULTZ, D. História da Psicologia Moderna. São Paulo: Cultrix, 1981.
  • 39. . . PROFA DRA JONIA LACERDA FELICIO PSICOLOGIA FAM