[1] O documento discute três abordagens da psicologia moderna: behaviorismo, gestalt e psicanálise.
[2] O behaviorismo enfatiza o estudo experimental do comportamento observável, rejeitando o estudo da mente. A gestalt estuda os processos perceptivos e como o todo é maior que a soma das partes. A psicanálise foca nos processos emocionais e inconscientes.
[3] Cada abordagem contribuiu de forma única para o desenvolvimento da psicologia como ciência.
2. Desenvolvimento da Psicologia
Psicologia
Filosófica
Psicologia
Científica
(sec. XIX)
Psicologia
Moderna
(sec. XX)
O estudo da alma
e da sua relação
com o corpo e a
percepção da
realidade.
A psicologia sem
alma, no estudo
experimental da
consciência. em
sua estrutura,
funções e
aprendizagem.
1. BEHAVIORISMO
2. GESTALT
3. PSICANÁLISE
3. Psicologia Moderna
1. BEHAVIORISMO = constitui a noção de um fato
psicológico concreto, o comportamento aparente. O
interno é caixa preta, não passível de estudos
quantitativos.
2. GESTALT Humanismo = busca a compreensão das
ações e processos humanos na perspectiva de sua
totalidade, em relação ao contexto do qual fazem
parte, em uma abordagem mais filosófica.
3. PSICANÁLISE = dá conta dos processos afetivo-
relacionais a partir da compreensão da dualidade
razão-desrazão, consciente-inconsciente, o mundo
interno e seus motivos profundos, o conflito com as
exigências externas.
4. Behaviorismo
Comportamentalismo
JOHN B. WATSON (1878 – 1958)
Nesta Psicologia, uma ciência do comportamento,
abandona-se o estudo da consciência, e se investiga o
comportamento observável, o que pode ser verificado
experimentalmente.
No debate central à Psicologia – Natureza biológica X
Ambiente – o comportamentalismo considera que tudo
é aprendido no ambiente, por condicionamento: o
comportamento é modelado por suas consequências
(ação-reação).
Com o comportamentalismo, a Psicologia passou a
estudar animais em Laboratórios.
6. B.F. Skinner: o florescimento
do behaviorismo (1904- 1990)
Nos anos 50, o behaviorismo confrontou a grande influência da
psicanálise no meio norteamericano :
“ os organismos tendem a repetir as respostas que levam a um
resultado positivo e a não repetir as que levam a um
resultado negativo”.
Seus resultados, como fazer pombos jogarem ping-pong,
demonstraram a possibilidade de se construir uma tecnologia
comportamental, que foi aplicada em fábricas, escolas,
presídios, hospitais e no marketing.
Prevê uma autonomia humana bastante relativa = seríamos
controlados pelo meio, não pela consciência (= “caixa preta”, não
acessível experimentalmente).
7. Skinner: reforço e punição na análise
experimental do comportamento
Berço de Julia e Debbie, filhas de Skinner
https://www.youtube.com/watch?v=fVN02oL2nCQ
8. Behaviorismo: pesquisas com o método
quantitativo-experimental
RESPOSTA
CONDICIONADA =
resposta que acontece
depois que é
condicionada (C ) , a um
estímulo-(E) que antes
era neutro, não causava
esta resposta.
GENERALIZAÇÃO =
tendência a responder a
um estímulo similar ao
EC
DISCRIMINAÇÃO DOS
ESTÍMULOS.
CONDICIONAMENTO
OPERANTE = o
organismo opera algo no
ambiente para conseguir
resultado esperado. =
Throndike não supõe que
a pessoa ou organismo
tenha consciência e
compreensão do vínculo
entre E e R.
9. Análise experimental do comportamento:
eficácia técnica
REFORÇO POSITIVO =
‘premio’ que provoca
aumento da resposta
procedente.
REFORÇO NEGATIVO=
a retirada do estimulo
aversivo provoca
aumento na ocorrência
da resposta precedente.
PUNIÇÃO = Estimulo
Aversivo = pois diminui a
probabilidade da resposta
precedente ocorrer de novo.
ESQUEMAS DE REFORÇO:
INTERVALO FIXO;
INTERVALO VARIÁVEL;
MODELAGEM =
ensino/condicionamento de
comportamentos complexos,
ao se reforçar aproximações
cada vez maiores com
comportamento que se deseja
reforçar.
10. Modificações no Behaviorismo = teoria
cognitivo-social – Albert Bandura
Animais e pessoas
desenvolvem
expectativas mentais de
que receberão
determinado reforço em
sequência a um
reforçamento.
APRENDIZAGEM POR
OBSERVAÇÃO = ver alguém
fazendo algo; se aprende pela
observação de um MODELO:
Há ATENÇÃO E
PERCEPÇÃO dirigida ao
comportamento do outro;
2. Acontece REPRODUÇÃO
da ação observada;
3. Supõe MOTIVAÇÃO na
busca de se aprender e
reproduzir o comportamento
no futuro.
11. Terapias comportamentais
1. Comportamento
aversivo: oferecer o
que o sujeito procura
combinado com E
Aversivos;
2. Desenbilização
sistemática: exposição
gradual ao estímulo
gerador de ansiedade é
combinada com
relaxamento.
TCC= Ativação negativa
1. Sistema de crenças
irracionais
2. Consequências
emocionais
12. Walden Two =
utopia social de Skinner
Tentativa de concretiza-la: Twin Oaks (1967).
https://www.youtube.com/watch?v=O_EJ20tb
L-s
https://www.youtube.com/watch?v=H7in_Iqn
qjo
13. Comportamentalismo X Psicologia da
Gestalt X Psicanálise
PSICOLOGIA DA
GESTALT, a partir de Berlim
(Alemanha), estudou as
ilusões perceptivas,
considerando que entre o
estímulo e o ambiente existe
um processo perceptivo, uma
consciência que não acessa a
realidade de forma tão
objetiva, já que tudo depende
do contexto em que se vê ou
se significa algo.
PSICANÁLISE, a partir de
Vienna (Áustria), nos estudos
de Sigmund Freud (1856 –
1939) abordam os motivos
emocionais profundos,
considerando não só a
consciência, mas também o
inconsciente, razão e
desrazão.
15. PSICANÁLISE: pesquisas através
do método clínico
Sigmund Freud:
“ O inconsciente é a realidade psíquica verdadeira; em sua
natureza mais íntima, é tão desconhecido para nós quanto a
realidade do mundo externo”
O fato mental, enquanto uma realidade
representacional, sustenta tanto as formações
conscientes quanto as formações substitutivas.
As formações substitutivas constituem o sintoma
neurótico,
que satisfaz, simbolicamente, um desejo que não pode ser
plenamente conhecido.
O caráter inaceitável do desejo inconsciente exige que
ele seja transformado em um comportamento
incompreensível ao sujeito, o que é possível pelas
transformações provocadas por deslocamentos,
projeções, repressões e outros mecanismos de defesa
da mente contra a angústia.
16. PSICANÁLISE: a vida emocional é conflitiva
CONSCIENTE
-imperativos
sociais, da
realidade externa-
X
INCONSCIENTE
-desejos
pulsionais-
EU (ego) X ISSO
(id) e SUPEREU
(Realidade interna) =
conflito neurótico
EU X Realidade
externa = conflito
psicótico
Conflito pulsional:
Princípio do
prazer (o sexual)
X
Princípio da
realidade (o eu)
Tânatos (pulsão
de morte) X Eros
(pulsão de vida)
17. PSICANÁLISE: o desenvolvimento emocional ao
longo do ciclo de vida
Enfatiza a natureza
histórica da vida
emocional.
Nesta história, é
considerada
fundamental a vida
infantil, das primeiras
relações de apego da
criança com seus pais.
Trata-se da história do
desenvolvimento
psicosexual, pois os
vínculos humanos
trazem um caráter
pulsional, o prazer
libidinal que marca
estes afetos.
18. PSICANÁLISE: o desenvolvimento emocional ao
longo do ciclo de vida
FASE ORAL (0-1 a)= o prazer
da amamentação, da
proximidade e comunicação
não-verbal, de dependência.
FASE ANAL (1-3 a) = o prazer
do controle pessoal, da
experiência de valor e
desvalor em relação ao que se
produz.
FASE FÁLICO-EDIPIANA (3 –
5/6 a) = o prazer da
identificação sexual com uma
das figuras parentais, o que
traz ciúme e competição para
a criança.
FASE DE LATÊNCIA ( 7 –
anos prepúberes) = o prazer
das conquistas sociais e
intelectuais, que se amparam
no que a criança já alcançou
no romance familiar (as
primeiras relações com os
pais).
FASE GENITAL (adolescência
até a idade madura) = a
possibilidade de unir todas as
experiências prévias e parciais
dos vínculos infantis em uma
relação mais plena.
19. PSICANÁLISE: a contribuição à psicopatologia
Freud,1917: “O que se opõe à psicanálise não é a
psiquiatria, mas os psiquiatras. A psiquiatria
relaciona-se com a psicanálise aproximadamente
como a anatomia se relaciona com a histologia :
uma estuda as formas externas dos órgãos, a outra
estuda sua estruturação em tecidos e células”
Psiquiatria: estuda a história natural dos sintomas.
Psicanálise: aborda o sentido simbólico e as forças
dinâmicas que sustentam os sintomas.
20. PSICANÁLISE: a contribuição à psicopatologia
A Psicanálise considera a loucura uma forma
singular do sujeito dizer a verdade
A loucura não se insere no registro do erro (como
na Psiquiatria), mas sim da verdade.
Freud cria um espaço clínico e um método de
investigação sustentados no registro da
fala/escuta, supondo que o sujeito se constitui e
se revela simultaneamente pelo ato de falar , a
partir do qual enuncia a sua singularidade (Joel
Birman)
22. O QUE É GESTALT
A tradução mais próxima em português seria:
a forma ou a conformação
Começo do século XX: os estudos psicofísicos sobre
sensações, espaço-forma, tempo-forma estavam em
alta. Neste contexto, a Gestalt estuda a percepção e
sensação do movimento.
Estes estudos procuram a compreensão de quais são os
processos psicológicos envolvidos nas ilusões de ótica.
Verificam que há um PROCESSO PERCEPTIVO
ENTRE O SUJEITO E A REALIDADE.
Concluem que o estímulo físico é percebido pelo sujeito
de um modo diferente do que o estímulo é na realidade.
23. A PERCEPÇÃO
Entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do
indivíduo, encontra-se o processo de percepção.
Então, o que e como o indivíduo percebe é um dado
importante, mostra que a pessoa não pode ser
compreendida isolada de seu contexto mais amplo, o
“fundo” das experiências e sentidos que determinam
como ela percebe a realidade.
O comportamento é então analisado em relação aos
seus aspectos mais globais, levando em consideração
as condições que alteram a percepção do estímulo.
A PARTE É CONSIDERADA NA SUA RELAÇÃO COM O
TODO.
24. O estudo da percepção e da consciência
(Alemanha,anos 20)
Max Wertheimer: “A Fórmula fundamental da teoria
gestáltica pode ser assim expressa: há
TOTALIDADES cujo comportamento não é
determinado pelos seus elementos individuais”
A percepção busca a boa forma da figura, que permite a
relação entre figura e fundo.
O processo perceptivo tenta estabelecer
Equilíbrio;
Simetria;
Estabilidade;
Simplicidade.
25. A consciência procura a
“boa forma”
PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS:
Fenômeno “FI” = ilusão de movimento caso estímulos se sucedam
rapidamente;
FIGURA FUNDO = separação de imagens organiza percepções;
PROXIMIDADE= proximidade faz as coisas parecerem-se
semelhantes;
OUTROS PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS:
Fechamento = há tendência a agrupar elementos em uma totalidade;
Semelhança = há tendência a agrupar elementos semelhantes;
Simplicidade = Lei de Pragmanz = “boa forma” = há tendência a organizar
formas da maneira mais simples possível;
Continuidade = tendência em seguir direção que se está dando à pessoa;
Região Comum = agrupamento de elementos que compartilham região
comum;
Conexão = tendência a perceber regiões uniformes como comuns.
29. GESTALT: consequências clínicas
Campo psicológico= a
percepção estabelece um
campo de forças na
procura da boa forma =
uma tendência a tentar
estabelecer coerência e
totalidade, tornar o
estranho algo conhecido.
Insight: nem sempre se
compreende uma figura ao
olharmos imediatamente,
pois não há ainda uma
clara percepção figura-
fundo, dificultando a
compreensão das relações
entre a parte e o todo.
Mas, repentinamente, sem
fazer esforço, a relação
figura-fundo se elucida =
HOUVE O INSIGHT
30. GESTALT: consequências clínicas
Kurt Lewin: as relações entre o indivíduo e seu
quadro de fundo (a totalidade) traduz seu
espaço vital psicológico = Teoria do campo
psicológico.
Aplicações = na psicologia organizacional,
social e de grupos.
Processos da percepção e consciência trazem
dados sobre a pessoa= testes psicológicos
projetivos e cognitivos.
31. TERCEIRA FORÇA: HUMANISTAS
CARL ROGERS (1902-1987):
conceito de “self” e da postura de
aceitação incondicional poitiva pelo
terapeuta.
“Por que uma criança aprende a andar?
Ela tenta erguer-se, cai e machuca a
cabeça. [...] Não existe grande
recompensa enquanto ela não
conseguir realmente realizar seu intento,
e apesar de tudo, a criança está
disposta a suportar a dor [...] Para mim,
isso é uma indicação de que existe uma
verdadeira força de atração para a
possibilidade de crescimento continuar.”
(Rogers, In: Frick, W. Psicologia
Humanista, p. 118)
32. O humanismo: pesquisas com o método
fenomenológico
‘A experiência mostrou-me que as pessoas têm
fundamentalmente uma orientação positiva’ .
Rogers Tornar-se Pessoa (1961/1997).
‘Descobrimos, dentro da pessoa, sob certas
condições, uma capacidade para a
reestruturação e reorganização do self, e,
consequentemente, a reorganização do
comportamento, o que tem profundas
implicações sociais.’
33. O humanismo na
Abordagem Centrada na Pessoa
TENDENCIA ATUALIZANTE: é inerente ao indivíduo, a
disposição para que sejam desenvolvidas suas
potencialidades, algo parcialmente limitada pelas
dificuldades do meio em que a pessoa se desenvolve.
Compreende-se que a pessoa visa constantemente a
autorealização, o desenvolvimento de suas
potencialidades, garantindo sua conservação e
enriquecimento contínuo.
TENDENCIA A AUTOREALIZAÇÃO: ‘existe em todo organismo, em
qualquer nível, um fluxo subjacente de movimento para uma realização
construtiva de suas possibilidades intrínsecas. Há no homem uma
tendência natural para o desenvolvimento completo. O termo mais
frequentemente usado para isso é o de tendência de realização, que
está presente em todos os organismos vivos. Trata-se do fundamento
sobre o qual está construída a abordagem centrada-na-pessoa
(Rogers Terapia Centrada no Cliente).
34. O Humanismo na
Abordagem Terapêutica Centrada na Pessoa
É o cliente, não o terapeuta, que realiza o
processo de cura (healing process). O terapeuta é
um facilitador.
As atitudes do terapeuta facilitador que promovem
o potencial positivo do cliente são:
Aceitação positiva incondicional (não
julgamento)
Autenticidade e congruência
Compreensão empática
Uma consulta psicoterapêutica com Rogers: o caso Gloria
https://www.youtube.com/watch?v=bIxAQ79RmL4
35. Outras perspectivas teóricas na Psicologia
Moderna
COGNITIVA = (anos 50 até o presente) = Jean Piaget,
(1896-1980) na Educação; Aleksandr Romanovitch Luria
(1902-1977) na neuropsicologia = aborda os
pensamentos e processos mentais como a inteligência,
atenção e memória = o comportamento humano
depende de como as pessoas adquirem, armazenam e
processam a informação.
BIOLÓGICA = (anos 50 até o presente) = o
comportamento tem bases fisiológicas = pode ser
explicado pelas estruturas do corpo e seus processos
bioquímicos.
EVOLUCIONISTA = (anos 80 até o presente) =
fundamentos evolucionistas do comportamento = o
comportamento se dirige a solucionar problemas
adaptativos; por isto, são selecionados na natureza.
36. Áreas de atuação
PSICOLOGIA CLÍNICA: atua na
avaliação, aconselhamento e
psicoterapia individual junto a
casais, famílias e grupos em
consultórios, equipes
multiprofissionais de clínicas e
organizações públicas e privadas.
PSICOLOGIA HOSPITALAR:
trata-se da clínica na Saúde e junto
às organizações sociais que tratam
das políticas de Saúde, enfocando a
compreensão e terapêutica dos
aspectos psicológicos inerentes ao
adoecer e à busca de condições de
vida saudáveis.
Trabalha-se no hospital geral e de
especialidades, como junto às
pessoas com problemas gástricos,
urológicos, ginecológicos,
oncológicos, entre outros, incluindo
a especialidade psiquiátrica.
NEUROPSICOLOGIA: atua em
interface com a neurologia e a
psiquiatria, avaliando funções
mentais superiores, como a
inteligência, memória e atenção,
visando seu desenvolvimento e
reabilitação.
37. Áreas de atuação
PSICOLOGIA SOCIAL:atua
junto às organizações, movimentos
e políticas sociais visando a
cidadania plena dos grupos,
instituições e comunidades.
PSICOLOGIA JURÍDICA:
assessora as instituições jurídicas
com os subsídios psicológicos
envolvidos na compreensão e
intervenção das situações
avaliadas, como as que são
relacionadas às políticas públicas
de segurança e justiça social.
PSICOLOGIA DO ESPORTE
e ÁREA ACADÊMICA
PSICOLOGIA ESCOLAR:
intervenção e assessoria junto aos
processos biopsicosociais
implicados no desenvolvimento
educacional, em atividades junto a
alunos, familiares, professores e
funcionários do sistema escolar.
PSICOLOGIA
ORGANIZACIONAL: atua nas
empresas e organizações de
trabalho como um todo, nas
questões que envolvem
relacionamentos interpessoais das
equipes e a carreira dos
trabalhadores, em processos
como seleção, treinamento,
desenvolvimento profissional e
programas de qualidade de vida no
trabalho.
38. Bibliografia
BOCK, A. Psicologia (s): uma introdução ao
estudo da psicologia 13ª edição. São Paulo:
Saraiva, 2000.
FIGUEIREDO, Luís Cláudio. Matrizes do
Pensamento Psicológico. Petrópolis: Rio de
Janeiro: Vozes, 1991.
SCHULTZ, D. História da Psicologia Moderna.
São Paulo: Cultrix, 1981.