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Índice:
1 – Caracteriza a experiência
estética..................................................................................................................... ...........................................2
2 – Explique as três dimensões da experiência estética.
....................................................................................................................................2
3 – Mostre que a experiencia estética possui carácter
heterocósmico...............................................................................................................2
4 – Especifique papel da sensibilidade pessoal na formação do juízo
estético................................................................................................... 2
5 – Qual o sentido da palavra estética para o senso comum e para a
filosofia?.................................................................................................. 3
6 – Defina juízo
estético....................................................................................................................................................................................3
7 – Caracterize o conceito de beleza na perspetiva dos filósofos da antiga
Grécia..............................................................................................3
8 - Caracterize o juízo estético na perspetiva
kantiana.......................................................................................................................................3
9 – Equacione a questão acerca da possibilidade de comunicação da expressão
estética...................................................................................4
10 – Como se reconhece uma obra de
arte?......................................................................................................................................................4
11 – Quais os momentos conscientes do processo
criador?...............................................................................................................................5
12 - Mostre o papel do inconsciente na criação
artística....................................................................................................................................5
13 – Esclareça o sentido imaginário na
arte.......................................................................................................................................................5
14 -Em que medida é que a arte é uma forma de
expressão?............................................................................................................................6
15 – Mostre que a arte é um processo
catártico................................................................................................................................................6
16 – Em que medida se pode afirmar que a arte é um ponte lançada entre o homem e o
mundo?....................................................................................................................... .....................................................................................
.6
17 – O conceito de alterou-se no Renascimento. Em que consistiu essa
alteração?............................................................................................7
18 – Relacione arte e seu valor no
1 - Caracteriza a experiência estética.
Experiência estética é a vivência caracterizada pela predisposição do ser humano se emocionar
face a situações naturais e a obras produzidas pelo homem, apreciando-as em termos de beleza
                     2 - Explique as três dimensões da experiência estética.
A experiência estética pode ser vivida:
1. Pelo criador, ao conceber e produzir a obra de arte;
2. Pelo espectador, ao contemplar a obra de arte;
3. Pelo espectador, ao contemplar a natureza.
             3 - Mostre que a experiencia estética possui carácter heterocósmico.
 Ao contemplar objetos naturais e criações artísticas, os ser humano poder ser invadido por uma
onda de prazer, atingindo o êxtase. É como se os objetos contemplados possuíssem caracteres
especiais que o fizessem evadir através de novos e imaginários mundos (Heteros=outro;
cosmos=mundo). Esta evasão deve-se não só a factores provenientes do objeto, mas também à
sensibilidade e riqueza interior do espectador.
         4 – Especifique o papel da sensibilidade pessoal na formação do juízo estético.
A sensibilidade pessoal do sujeito é, na perspetiva do relativismo, o fundamento do juízo
estético. Nessa sensibilidade inclui-se a capacidade racional de interpretar, a capacidade afetiva
de se emocionar e a capacidade imaginativa de transfigurar aquilo que contempla.
5 – Qual o sentido da palavra estética para o senso comum e para a filosofia?
 Para o senso comum, a palavra estética significa marca de beleza; para a filosofia, significa
reflexão que incide sobre o belo e sobre a arte para lhes determinar a natureza e o fundamento.
                                    6 – Defina juízo estético.
Juízo estético é uma operação mental ou a sua expressão verbal que traduz as impressões
vividas pelo sujeito aquando da contemplação dos aspetos belos da natureza ou da arte.
       7 – Caracterize o conceito de beleza na perspetiva dos filósofos da antiga Grécia.
 Para os filósofos da antiga Grécia, a beleza era um ideal estabelecido a priori. A arte aproximar-
se-ia deste ideal se o artista, ao reproduzir os objetos, os sublimasse, ou seja, lhes conferisse
equilíbrio, ordem e harmonia superiores aos que possuíam na natureza.
                     8 - Caracterize o juízo estético na perspetiva kantiana.

Para Kant, o juízo estético não dependia das caraterísticas do objecto, mas do gosto do sujeito.
Porém, este sujeito é universal, pelo que todos possuímos igual faculdade de julgar. Assim, o
gosto não difere em função em função das característica individuais de cada um, sendo o belo e
o juízo estético considerados universais.
9 – Equacione a questão acerca da possibilidade de comunicação da expressão estética.




                                          10 – Como se reconhece uma obra de arte?
                                      Um objeto constitui-se como obra de arte se
                                      obedecer aos seguintes requisitos:
                                      1. Ser produzido pelo Homem;
                                      2. Provocar prazer ao ser contemplado;
                                      3. Ser esteticamente agradável;
                                      4. Poder ser contemplado por uma multiplicidade
                                         de espectadores;
                                      5. Ser susceptível de uma gama alargada de
                                         leituras;
                                      6. Possuir algo de original.
12 - Mostre o papel do inconsciente na
                                                                 criação artística.




    11 – Quais os momentos conscientes do
               processo criador?
                          13 – Esclareça o sentido imaginário na arte.
A palavra imagem tem conotações gnoseológicas e designa um representação intelectual mais
ou menos fiel de um objeto. A criação artística, que não visa a cópia fiel do real, não se alimenta
de imagens, mas do imaginário, isto é, de representações deformadas, semelhantes ao conteúdo
dos sonhos. O imaginário resulta da imaginação criadora e não da imaginação reprodutora.
14 -Em que medida é que a arte é uma forma de expressão?
A arte é uma forma de expressão na medida em que revela a personalidade do seu criador. Ela
é o espelho do seu mundo interior, daquilo que nele há de mais subjetivo e incomunicável por
qualquer outra forma objectiva de comunicação.
                        15 – Mostre que a arte é um processo catártico.

A arte é um processo catártico porque, ao criar, o artista liberta-se de pulsões inconscientes que
exige extravasar para que ele se sinta apaziguado. Ao rever-se na obra que contempla, também
o espectador se liberta da violência de sentimentos recalcados. Era esta a opinião de Aristóteles
que, para esse efeito, já no séc. IV a.C. aconselhava as pessoas a assistir às representações da
tragédia.
16 – Em que medida se pode afirmar que a arte é um ponte lançada entre o homem e o mundo?
 A arte é uma ponte de passagem entre o homem e o mundo, na medida em que reúne algo da
subjetividade do primeiro e da objectividade do segundo. A oposição irreversível entre
subjetividade e objectividade, entre interior e exterior, entre espiritual e material, entre homem
e mundo, é ultrapassada pela terceira realidade da arte que, sem se identificar com um com
outro, contém algo dos dois, o que permite a ambos poderem reconhecer-se nela.
17 – O conceito de alterou-se no Renascimento. Em que consistiu essa alteração?
 A partir do Renascimento, começa a formar-se um conceito elistista de arte, considerando-se
artista apenas aquele que nasce dotado, uma vez que o talento não se aprende com o treino.
Pela primeira vez, a arte se refere a atividades que exigem inspiração e génio, usando-se o
termo belas-artes para designar as artes puras, nobres ou desinteressadas, em oposição às artes
menores, a quem cabe produzir objetos utilitários de uso corrente.
                         18 – Relacione arte e seu valor no mercado.
As obras feitas pelo artista são cobiçadas pelo público, que as deseja possuir, pagando. A arte
torna-se um modo de vida para o criador que se faz pagar por aquilo que produz. Como
qualquer outro produto, a arte torna-se um bem de mercado, estando sujeita a flutuações em
função da oferta e da procura. O valor de uma obra de arte é sempre relativo, sendo definido
no contexto dos circuitos de arte, do qual fazem parte, entre outros, o artista, a obra, os
galeristas, os empresários e os consumidores.
                              19 – O que significa arte industrial?
A arte industrial refere-se a objetos que, sendo produzidos em série nas fábricas, comportam
também algo de atraente em termos estéticos, em virtude de terem sido concebidos pela
criatividade de um designer. Os objetos saídos da arte industrial, além de serem eficientes,
seguros, duráveis, económicos e fáceis de manusear e reparar, são, também, atraente.
22 – Enuncie o princípio
      fundamental do design.
Os objectos produzidos
industrialmente com objectivos
funcionais ou utilitários têm que
possuir, também, formas
esteticamente agradáveis.
23 – A obra de arte é polissémica.
    Que é que isto quer dizer?
Polissemia designa um aspecto da
arte relacionado com o facto de ela
ser susceptivel de varias leituras ou
interpretações. Toda a obra de arte
é uma obra aberta, podendo a
leitura de cada espectador ser
diferente da dos outros, e coincidir
ou não com a mensagem que o
criador quis transmitir.
26 - Distingue subjetivismo de objetivismo estético.
 Fazemos as nossas apreciações dos objectos em termos de beleza em frases do género “O Beijo
de Auguste Rodin é uma escultura magnífica!”. Esta frase exprime um juízo estético.
 Chamamos juízo estético à expressão de apreciação dos objectos em termos de beleza.
 Ora, em que é que nos apoiamos para afirmarmos que O Beijo é uma escultura magnífica? O
que é determinante para a apreciação expressa no juízo estético, é a emoção que sentimos
quando observamos o objecto estético ou são as suas características?
 A cada uma destas alternativas corresponde uma concepção distinta, acerca da natureza dos
juízos estético. Assim, encontramos dois termos: Subjetivismo estético e Objetivismo estético.
 O objetivismo estético faz depender o juízo estético de critérios objectivos, por isso, quando se
trata de apreciar uma arte, o que deve ser determinante são as características formais do
objeto. Nesta vertente do juízo estético, a beleza depende das propriedades do objeto,
independentemente do que sente o observador.
 Através do objectivismo estético, podemos identificar o que é ou não arte, e como distinguir
uma boa obra de arte de uma má arte. Então, o filósofo Monroe Beardsley, identificou as
qualidades estéticas gerais, independentes da forma de arte e das diferenças do estilo, exigidas
para se poder falar de arte. O filósofo partiu do pressuposto de que a função de arte é produzir
experiências estéticas, afirmando que o valor de uma obra de arte depende da sua capacidade
de produzir essas experiências.
 Então, uma obra de arte deve ter qualidades estéticas gerais (unidade, intensidade e
complexidade) e qualidades regionais específicas de cada forma de arte.
Concluindo, se usarmos como critério de avaliação de uma obra de arte a teoria objectivista de
Beardsley, teremos de verificar se ela tem as qualidades estéticas gerais e as específicas.
 No subjectivismo estético, a beleza depende dos sentimentos de prazer provocados pela
contemplação desinteressada do objecto estético.
 Segundo Kant, quando afirmamos que um objecto é belo, o que estamos a dizer é que a sua
representação produziu em nós um sentimento de prazer, isto é, o que estamos a avaliar não é o
objecto mas o sentimento que a sua representação nos provocou. Por isso, os juízos estéticos
designam o modo como o sujeito é afectado pela representação do objecto.
 Se o gosto é que julga com base no sentimento de prazer ou desprazer, então, o juízo estético é
um juízo de gosto sobre o belo e subjectivo.         .
 Então, o subjetivismo estético faz depender o valor estético dos objetos do sentimento de
prazer que a sua contemplação provoca.
 Segundo este filósofo (Kant), dizer que uma obra de arte é bela, significa dizer que a sua
contemplação é acompanhada de satisfação, isto é, de um sentimento de prazer; que esse
sentimento de prazer não depende de nenhum interesse no objeto; a beleza não designa uma
propriedade da obra; a beleza refere o sentimento de prazer que a representação da obra
provoca no sujeito.
 Como podemos concluir, Kant afirma que o juízo estético é singular, pois apenas se refere ao
sujeito que ajuíza e universalmente subjectivo, pois deve ser válido para todos os sujeitos que
julgam desinteressadamente
27 - Elabora um organograma conceptual sobre a arte como imitação e como expressão.

                       COMO SE DEFINEM AS OBRAS DE
                                  ARTE?

                             Teorias essencialistas


     Teoria da                  Teoria da expressão                     Teoria da forma
      imitação                    (expressivismo)                  significante (formalismo)
     (mimesis)


                                      Conceito
                                         s


    Aristóteles:                     Leon Tolstoi:                       Clive Bell:
    Uma obra é               Uma obra é arte, se e só se,              Uma obra é arte,
  arte, se e só se,            exprime sentimentos e                     se e só se,
     imita algo.              emoções do artista com o                  provoca nas
                              intuito de provocar esses                   pessoas
                             sentimentos e emoções no                     emoções
                                      seu público.                       estéticas.



                                     Limitações


 - Há obras que não         - Se o público não sentir as mesmas           - É um argumento
imitam nada (música,       emoções que o artista sentiu ao fazer               circulante;
  pintura abstracta,        a obra é porque não é uma obra de             - A arte depende da
    arquitectura)                           arte;                      sensibilidade dos críticos.

                            - há obras que não tem a intenção
                           de comunicar;                     -
                           há obras que não exprimem
                           sentimentos do artista.
28 - Explica a arte como forma significante.
Uma obra de arte é um objecto que provoca emoções estéticas no seu público.
Segundo Clive Bell é necessário à obra de arte uma característica para produzir emoções
estéticas, essa característica é a forma significante.
De acordo com Clive Bell a forma significante é uma característica da estrutura da obra que
decorre da relação estabelecida entre as partes que a constituem.
                 29 - Explica porque é que a arte é uma forma de linguagem.
A arte pode ser abordada como linguagem, pois traduz ou representa uma experiência de vida,
uma impressão, uma concepção no mundo… através de um conjunto de sinais, signos ou
símbolos, sejam eles sons, palavras, linhas, cores, movimentos, volumes…
     Estes elementos representativos em que o artista materializa a sua intenção, remetem para
múltiplos referentes, pois podemos associá-los a objectos ou situações muito diversos. Assim,
chamamos símbolo a um sinal ou elemento representativo que está em ligar de uma outra
realidade, tendo o poder de a evocar.
     Ao contrário da linguagem científica em que termos são etiquetas aplicados a um único
referente, na arte os símbolos remetem para múltiplos referentes, e podemos associá-los a
objetos ou situações muito diversos pois uma obra, mesmo depois de largamente contemplada,
pode continuar a revelar-nos alguns dos seus segredos.
     Podemos revelar, portanto, que a linguagem artística usa signos abertos, isto é, sinais que
não possuem um significado preciso e unívoco (polissémicos), convidando o receptor a recriar-
lhe um significado. (polissemia é a característica dos signos (da arte) de terem complexos
significados ou interpretações).
Partindo da sua própria experiência e sensibilidade, o público constrói ou recria o significado da
obra. Por esta razão, podemos dizer que cada obra contém um potencial de significação que
confere à arte a sua vitalidade e actualidade, permitindo-nos admirar obras muito antigas,
apesar da evolução da cultura, das concepções estéticas e respectivos cânones de beleza.
              30 - Diz o que entendes por cognitivismo estético e criação artística.
 Cognitivismo estético é a tese que defende que a arte pode alargar o nosso conhecimento, por
representar a diversidade da experiência e influenciar a maneira como olhamos o mundo.
 Enquanto que a criação estética é um processo comunicativo que valoriza os conceitos de
criatividade e de arte. A criação artística implica uma capacidade de transmutação de
experiências e alimenta-se das condições que dão acesso ao sentir da beleza.
                 31 - Problematiza a arte como mercadoria e bem de consumo.
 Com a evolução dos tempos e das tecnologias (industrialização) o conceito associado á arte
também se modificou um pouco. Esta passou de uma obra-prima feita pelo artista, que todos
apreciavam e criticavam para uma obra-prima feita pelo artista, que todos apreciam e criticam e
cujo valor monetário varia quanto á qualidade, ao estatuto do reconhecimento do artista e ao
estatuto social de quem a compra.
 Com as novas tecnologias já é fácil fazer cópias do original que se assemelham de tal forma a
ele que parecem mesmo as originais. Isso tornou o mercado da arte mais competitivo e tornou
as obras de arte mercadorias sobre que se especulam preços e se arranjam os compradores
socialmente melhor posicionados. Hoje-em-dia a compra de obras de arte pode ser por: lucro –
comprar uma peça de arte pode gerar bastante dinheiro, sendo um investimento bastante
rentável – e a ascensão social – normalmente quem tem ou compra obras de arte é indicador de
que é uma pessoa com posses e, por isso, com um estatuto social elevado.
As empresas e ateliers de arte também são responsáveis pela inflação que há muitas vezes nos
preços de determinadas obras, pois a facilidade com que se passa publicidade de X obra é
enorme nos dias que correm, então esses ateliers e empresas aproveitam-se desse facto para
passar publicidade à obra e, por isso, fazer querer que ela é mais cara do que o preço que ela
vale realmente.
 Assim, muitas vezes a obra de arte em si é ultrapassada pela ganância de quem a vende, que
olha mais para o que ela vale monetariamente do que cultural e moralmente. Com isto e com a
evolução dos tempos a arte tornou-se uma coisa banal, fazendo com que caia no esquecimento
o verdadeiro valor da arte.
         32 - Mostra que a arte é uma manifestação da identidade cultural dos povos.
 Sabemos que a arte é influenciada pela cultura dos povos uma vez que esta se modifica ao
longo do tempo, como podemos observar pelas pinturas rupestres do Paleolítico, passando pela
Antiguidade Clássica com a sua perfeição escultórica que representava o Homem e a Natureza
com grande realismo e naturalismo, ou até na Idade Média em que os principais temas eram os
religiosos, chegando aos tempos actuais, em que arte é orientada para o consumo e lucro.
 Outro factor que influencia a criação artística é a ocorrência de eventos de importância
mundial, quer sejam estes positivos ou não, algo observável pela modificação da arte, quando
comparamos por exemplo a arte pré 2ª Guerra Mundial com a do pós-guerra.
 A acrescentar à lista de eventos influenciadores da arte temos também a localização em que a
obra foi criada pois, como todos sabemos, a corrente artística é muito diferente quando
comparamos uma obra dos EUA com outra do Egipto, por exemplo.
 Por último, a arte é modificada segundo o individuo que a cria (artista), pois este coloca os seus
sentimentos, emoções e opiniões nas suas obras.
33 - Mostra que a arte é revelação de novos modos de conhecer o sujeito e o mundo.
 A arte pode ser entendida como uma revelação das nossas personalidades interiores, algo que
todos nós já experimentámos, quando observamos uma pintura, uma escultura, uma peça de
teatro, etc, deparamo-nos com personagens que, de alguma forma se relacionam connosco,
com alguém que conheçamos e pelas quais desenvolvemos empatia e estima. Uma análise mais
profunda acerca dos sentimentos despertados por estas personagens conduzir-nos-á à
conclusão que estas correspondem a sentimentos e vontades interiores que outros
desconhecem e que nós não possuímos plena consciência das possuir, mas que influenciam as
nossas ações, ideais e pessoas com as quais nos relacionamos.
 Assim ao permitir-nos aceder ao nosso “eu mais profundo”, fazem-nos tomar consciência da
nossa verdadeira força espiritual, o porquê dos acontecimentos da nossa vida e conduzem a
uma vivência mais simples, completa e dinâmica. Além disso acabam por nos dar acesso a novas
formas de entender o mundo, a vida e as pessoas que nos rodeiam.
        34 - O belo não é senão aquilo que produz um prazer universalmente partilhado.
 A frase acima citada pode ser interpretada de várias formas, tendo em conta o conceito
utilizado para tal.
 Kant foi um filósofo de transição entre um modo de pensar dogmático para um modo de pensar
crítico, tendo por isso influência de ambos. Kant defende que a apreciação do belo depende do
gosto de cada indivíduo. Para ele o belo é aquilo que nos produz prazer, ou seja, não é o objecto
mas sim o sentimento que o que ele representa provocou em nós. Assim sendo o belo é
subjectivo, visto que se refere á maneira própria como o sujeito é afectado. Contudo, para Kant,
o belo também é aquilo que tem de agradar universalmente. Aqui estão conceitos de belo
aparentemente paradoxais. No entanto, para resolver esta contradição Kant apoia-se na teoria
da harmonia subjectiva, que nos diz que: todos temos a capacidade de julgar.
Assim, Kant pode afirmar que, como há um relativismo em relação ao belo tendo em conta que
só é belo dependendo da maneira como o individuo é afectado, há uma universalidade no gosto
do sujeito.
 Já para o escritor russo Leon Tolsto uma obra é arte, ou seja, um objecto que é avaliado como
belo, só o é quando expressa e comunica intencionalmente um sentimento vivido pelo artista e
quando provoca no público esse mesmo sentimento.
 No entender dos críticos esta teoria ainda não é totalmente perfeita, visto que há obras de arte
como a poesia, o teatro, a ópera e outras que diferem bastante nos sentimentos que provocam
na pessoa ao contempla-las de pessoa para pessoa e para o próprio artista. Assim nunca seriam
obras de arte, e no entanto são-no.
 Não podemos também esquecer que há obras em que o objectivo do artista não é comunicar.
Há sentimentos que temos ao ver uma obra de arte porque na vida já tivemos esses
sentimentos, mas isso não invalida que uma determinada obra, com um determinado sentido e
que foi concebida com um determinado sentimento não seja igualmente compreendida por
alguém que nunca teve esse sentimento. Com isto tudo, a teoria do expressivismo cai por terra
em vários parâmetros.
35 - Os valores estéticos contribuem para um bom exercício da cidadania.
 As razões pelas quais os valores estéticos e a arte contribuem para um bom exercício da
cidadania, são:
• O facto da arte constituir um factor de embelezamento e enriquecimento da sociedade, pelo
   que causa um sentimento comum de apreço e estima pelo nosso património e modo de vida
   e desenvolvendo um espírito de cooperação e sensibilização social;
• A arte é, de certa forma, um “veículo” de notícias e acontecimentos ao ser influenciada pelos
   mesmos e assim dar a conhecer aquilo que se passa por todo o mundo, não só no imediato,
   mas também para gerações vindouras. Não é ao acaso que muitos historiadores analisam
   obras de artes do passado e do presente como forma de entender a dinâmica social,
   económica e política de diversos períodos e regiões;
• A arte constitui uma espécie de “voz “ dos cidadãos e dos oprimidos, capaz de despoletar
   verdadeiras revoluções e ondas de mudança, obtendo por isso um lugar de destaque e de
   carinho por todos.

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Filosofia estética

  • 1. Índice: 1 – Caracteriza a experiência estética..................................................................................................................... ...........................................2 2 – Explique as três dimensões da experiência estética. ....................................................................................................................................2 3 – Mostre que a experiencia estética possui carácter heterocósmico...............................................................................................................2 4 – Especifique papel da sensibilidade pessoal na formação do juízo estético................................................................................................... 2 5 – Qual o sentido da palavra estética para o senso comum e para a filosofia?.................................................................................................. 3 6 – Defina juízo estético....................................................................................................................................................................................3 7 – Caracterize o conceito de beleza na perspetiva dos filósofos da antiga Grécia..............................................................................................3 8 - Caracterize o juízo estético na perspetiva kantiana.......................................................................................................................................3 9 – Equacione a questão acerca da possibilidade de comunicação da expressão estética...................................................................................4 10 – Como se reconhece uma obra de arte?......................................................................................................................................................4 11 – Quais os momentos conscientes do processo criador?...............................................................................................................................5 12 - Mostre o papel do inconsciente na criação artística....................................................................................................................................5 13 – Esclareça o sentido imaginário na arte.......................................................................................................................................................5 14 -Em que medida é que a arte é uma forma de expressão?............................................................................................................................6 15 – Mostre que a arte é um processo catártico................................................................................................................................................6 16 – Em que medida se pode afirmar que a arte é um ponte lançada entre o homem e o mundo?....................................................................................................................... ..................................................................................... .6 17 – O conceito de alterou-se no Renascimento. Em que consistiu essa alteração?............................................................................................7 18 – Relacione arte e seu valor no
  • 2. 1 - Caracteriza a experiência estética. Experiência estética é a vivência caracterizada pela predisposição do ser humano se emocionar face a situações naturais e a obras produzidas pelo homem, apreciando-as em termos de beleza 2 - Explique as três dimensões da experiência estética. A experiência estética pode ser vivida: 1. Pelo criador, ao conceber e produzir a obra de arte; 2. Pelo espectador, ao contemplar a obra de arte; 3. Pelo espectador, ao contemplar a natureza. 3 - Mostre que a experiencia estética possui carácter heterocósmico. Ao contemplar objetos naturais e criações artísticas, os ser humano poder ser invadido por uma onda de prazer, atingindo o êxtase. É como se os objetos contemplados possuíssem caracteres especiais que o fizessem evadir através de novos e imaginários mundos (Heteros=outro; cosmos=mundo). Esta evasão deve-se não só a factores provenientes do objeto, mas também à sensibilidade e riqueza interior do espectador. 4 – Especifique o papel da sensibilidade pessoal na formação do juízo estético. A sensibilidade pessoal do sujeito é, na perspetiva do relativismo, o fundamento do juízo estético. Nessa sensibilidade inclui-se a capacidade racional de interpretar, a capacidade afetiva de se emocionar e a capacidade imaginativa de transfigurar aquilo que contempla.
  • 3. 5 – Qual o sentido da palavra estética para o senso comum e para a filosofia? Para o senso comum, a palavra estética significa marca de beleza; para a filosofia, significa reflexão que incide sobre o belo e sobre a arte para lhes determinar a natureza e o fundamento. 6 – Defina juízo estético. Juízo estético é uma operação mental ou a sua expressão verbal que traduz as impressões vividas pelo sujeito aquando da contemplação dos aspetos belos da natureza ou da arte. 7 – Caracterize o conceito de beleza na perspetiva dos filósofos da antiga Grécia. Para os filósofos da antiga Grécia, a beleza era um ideal estabelecido a priori. A arte aproximar- se-ia deste ideal se o artista, ao reproduzir os objetos, os sublimasse, ou seja, lhes conferisse equilíbrio, ordem e harmonia superiores aos que possuíam na natureza. 8 - Caracterize o juízo estético na perspetiva kantiana. Para Kant, o juízo estético não dependia das caraterísticas do objecto, mas do gosto do sujeito. Porém, este sujeito é universal, pelo que todos possuímos igual faculdade de julgar. Assim, o gosto não difere em função em função das característica individuais de cada um, sendo o belo e o juízo estético considerados universais.
  • 4. 9 – Equacione a questão acerca da possibilidade de comunicação da expressão estética. 10 – Como se reconhece uma obra de arte? Um objeto constitui-se como obra de arte se obedecer aos seguintes requisitos: 1. Ser produzido pelo Homem; 2. Provocar prazer ao ser contemplado; 3. Ser esteticamente agradável; 4. Poder ser contemplado por uma multiplicidade de espectadores; 5. Ser susceptível de uma gama alargada de leituras; 6. Possuir algo de original.
  • 5. 12 - Mostre o papel do inconsciente na criação artística. 11 – Quais os momentos conscientes do processo criador? 13 – Esclareça o sentido imaginário na arte. A palavra imagem tem conotações gnoseológicas e designa um representação intelectual mais ou menos fiel de um objeto. A criação artística, que não visa a cópia fiel do real, não se alimenta de imagens, mas do imaginário, isto é, de representações deformadas, semelhantes ao conteúdo dos sonhos. O imaginário resulta da imaginação criadora e não da imaginação reprodutora.
  • 6. 14 -Em que medida é que a arte é uma forma de expressão? A arte é uma forma de expressão na medida em que revela a personalidade do seu criador. Ela é o espelho do seu mundo interior, daquilo que nele há de mais subjetivo e incomunicável por qualquer outra forma objectiva de comunicação. 15 – Mostre que a arte é um processo catártico. A arte é um processo catártico porque, ao criar, o artista liberta-se de pulsões inconscientes que exige extravasar para que ele se sinta apaziguado. Ao rever-se na obra que contempla, também o espectador se liberta da violência de sentimentos recalcados. Era esta a opinião de Aristóteles que, para esse efeito, já no séc. IV a.C. aconselhava as pessoas a assistir às representações da tragédia. 16 – Em que medida se pode afirmar que a arte é um ponte lançada entre o homem e o mundo? A arte é uma ponte de passagem entre o homem e o mundo, na medida em que reúne algo da subjetividade do primeiro e da objectividade do segundo. A oposição irreversível entre subjetividade e objectividade, entre interior e exterior, entre espiritual e material, entre homem e mundo, é ultrapassada pela terceira realidade da arte que, sem se identificar com um com outro, contém algo dos dois, o que permite a ambos poderem reconhecer-se nela.
  • 7. 17 – O conceito de alterou-se no Renascimento. Em que consistiu essa alteração? A partir do Renascimento, começa a formar-se um conceito elistista de arte, considerando-se artista apenas aquele que nasce dotado, uma vez que o talento não se aprende com o treino. Pela primeira vez, a arte se refere a atividades que exigem inspiração e génio, usando-se o termo belas-artes para designar as artes puras, nobres ou desinteressadas, em oposição às artes menores, a quem cabe produzir objetos utilitários de uso corrente. 18 – Relacione arte e seu valor no mercado. As obras feitas pelo artista são cobiçadas pelo público, que as deseja possuir, pagando. A arte torna-se um modo de vida para o criador que se faz pagar por aquilo que produz. Como qualquer outro produto, a arte torna-se um bem de mercado, estando sujeita a flutuações em função da oferta e da procura. O valor de uma obra de arte é sempre relativo, sendo definido no contexto dos circuitos de arte, do qual fazem parte, entre outros, o artista, a obra, os galeristas, os empresários e os consumidores. 19 – O que significa arte industrial? A arte industrial refere-se a objetos que, sendo produzidos em série nas fábricas, comportam também algo de atraente em termos estéticos, em virtude de terem sido concebidos pela criatividade de um designer. Os objetos saídos da arte industrial, além de serem eficientes, seguros, duráveis, económicos e fáceis de manusear e reparar, são, também, atraente.
  • 8.
  • 9. 22 – Enuncie o princípio fundamental do design. Os objectos produzidos industrialmente com objectivos funcionais ou utilitários têm que possuir, também, formas esteticamente agradáveis. 23 – A obra de arte é polissémica. Que é que isto quer dizer? Polissemia designa um aspecto da arte relacionado com o facto de ela ser susceptivel de varias leituras ou interpretações. Toda a obra de arte é uma obra aberta, podendo a leitura de cada espectador ser diferente da dos outros, e coincidir ou não com a mensagem que o criador quis transmitir.
  • 10.
  • 11.
  • 12. 26 - Distingue subjetivismo de objetivismo estético. Fazemos as nossas apreciações dos objectos em termos de beleza em frases do género “O Beijo de Auguste Rodin é uma escultura magnífica!”. Esta frase exprime um juízo estético. Chamamos juízo estético à expressão de apreciação dos objectos em termos de beleza. Ora, em que é que nos apoiamos para afirmarmos que O Beijo é uma escultura magnífica? O que é determinante para a apreciação expressa no juízo estético, é a emoção que sentimos quando observamos o objecto estético ou são as suas características? A cada uma destas alternativas corresponde uma concepção distinta, acerca da natureza dos juízos estético. Assim, encontramos dois termos: Subjetivismo estético e Objetivismo estético. O objetivismo estético faz depender o juízo estético de critérios objectivos, por isso, quando se trata de apreciar uma arte, o que deve ser determinante são as características formais do objeto. Nesta vertente do juízo estético, a beleza depende das propriedades do objeto, independentemente do que sente o observador. Através do objectivismo estético, podemos identificar o que é ou não arte, e como distinguir uma boa obra de arte de uma má arte. Então, o filósofo Monroe Beardsley, identificou as qualidades estéticas gerais, independentes da forma de arte e das diferenças do estilo, exigidas para se poder falar de arte. O filósofo partiu do pressuposto de que a função de arte é produzir experiências estéticas, afirmando que o valor de uma obra de arte depende da sua capacidade de produzir essas experiências. Então, uma obra de arte deve ter qualidades estéticas gerais (unidade, intensidade e complexidade) e qualidades regionais específicas de cada forma de arte.
  • 13. Concluindo, se usarmos como critério de avaliação de uma obra de arte a teoria objectivista de Beardsley, teremos de verificar se ela tem as qualidades estéticas gerais e as específicas. No subjectivismo estético, a beleza depende dos sentimentos de prazer provocados pela contemplação desinteressada do objecto estético. Segundo Kant, quando afirmamos que um objecto é belo, o que estamos a dizer é que a sua representação produziu em nós um sentimento de prazer, isto é, o que estamos a avaliar não é o objecto mas o sentimento que a sua representação nos provocou. Por isso, os juízos estéticos designam o modo como o sujeito é afectado pela representação do objecto. Se o gosto é que julga com base no sentimento de prazer ou desprazer, então, o juízo estético é um juízo de gosto sobre o belo e subjectivo. . Então, o subjetivismo estético faz depender o valor estético dos objetos do sentimento de prazer que a sua contemplação provoca. Segundo este filósofo (Kant), dizer que uma obra de arte é bela, significa dizer que a sua contemplação é acompanhada de satisfação, isto é, de um sentimento de prazer; que esse sentimento de prazer não depende de nenhum interesse no objeto; a beleza não designa uma propriedade da obra; a beleza refere o sentimento de prazer que a representação da obra provoca no sujeito. Como podemos concluir, Kant afirma que o juízo estético é singular, pois apenas se refere ao sujeito que ajuíza e universalmente subjectivo, pois deve ser válido para todos os sujeitos que julgam desinteressadamente
  • 14. 27 - Elabora um organograma conceptual sobre a arte como imitação e como expressão. COMO SE DEFINEM AS OBRAS DE ARTE? Teorias essencialistas Teoria da Teoria da expressão Teoria da forma imitação (expressivismo) significante (formalismo) (mimesis) Conceito s Aristóteles: Leon Tolstoi: Clive Bell: Uma obra é Uma obra é arte, se e só se, Uma obra é arte, arte, se e só se, exprime sentimentos e se e só se, imita algo. emoções do artista com o provoca nas intuito de provocar esses pessoas sentimentos e emoções no emoções seu público. estéticas. Limitações - Há obras que não - Se o público não sentir as mesmas - É um argumento imitam nada (música, emoções que o artista sentiu ao fazer circulante; pintura abstracta, a obra é porque não é uma obra de - A arte depende da arquitectura) arte; sensibilidade dos críticos. - há obras que não tem a intenção de comunicar; - há obras que não exprimem sentimentos do artista.
  • 15. 28 - Explica a arte como forma significante. Uma obra de arte é um objecto que provoca emoções estéticas no seu público. Segundo Clive Bell é necessário à obra de arte uma característica para produzir emoções estéticas, essa característica é a forma significante. De acordo com Clive Bell a forma significante é uma característica da estrutura da obra que decorre da relação estabelecida entre as partes que a constituem. 29 - Explica porque é que a arte é uma forma de linguagem. A arte pode ser abordada como linguagem, pois traduz ou representa uma experiência de vida, uma impressão, uma concepção no mundo… através de um conjunto de sinais, signos ou símbolos, sejam eles sons, palavras, linhas, cores, movimentos, volumes… Estes elementos representativos em que o artista materializa a sua intenção, remetem para múltiplos referentes, pois podemos associá-los a objectos ou situações muito diversos. Assim, chamamos símbolo a um sinal ou elemento representativo que está em ligar de uma outra realidade, tendo o poder de a evocar. Ao contrário da linguagem científica em que termos são etiquetas aplicados a um único referente, na arte os símbolos remetem para múltiplos referentes, e podemos associá-los a objetos ou situações muito diversos pois uma obra, mesmo depois de largamente contemplada, pode continuar a revelar-nos alguns dos seus segredos. Podemos revelar, portanto, que a linguagem artística usa signos abertos, isto é, sinais que não possuem um significado preciso e unívoco (polissémicos), convidando o receptor a recriar- lhe um significado. (polissemia é a característica dos signos (da arte) de terem complexos significados ou interpretações).
  • 16. Partindo da sua própria experiência e sensibilidade, o público constrói ou recria o significado da obra. Por esta razão, podemos dizer que cada obra contém um potencial de significação que confere à arte a sua vitalidade e actualidade, permitindo-nos admirar obras muito antigas, apesar da evolução da cultura, das concepções estéticas e respectivos cânones de beleza. 30 - Diz o que entendes por cognitivismo estético e criação artística. Cognitivismo estético é a tese que defende que a arte pode alargar o nosso conhecimento, por representar a diversidade da experiência e influenciar a maneira como olhamos o mundo. Enquanto que a criação estética é um processo comunicativo que valoriza os conceitos de criatividade e de arte. A criação artística implica uma capacidade de transmutação de experiências e alimenta-se das condições que dão acesso ao sentir da beleza. 31 - Problematiza a arte como mercadoria e bem de consumo. Com a evolução dos tempos e das tecnologias (industrialização) o conceito associado á arte também se modificou um pouco. Esta passou de uma obra-prima feita pelo artista, que todos apreciavam e criticavam para uma obra-prima feita pelo artista, que todos apreciam e criticam e cujo valor monetário varia quanto á qualidade, ao estatuto do reconhecimento do artista e ao estatuto social de quem a compra. Com as novas tecnologias já é fácil fazer cópias do original que se assemelham de tal forma a ele que parecem mesmo as originais. Isso tornou o mercado da arte mais competitivo e tornou as obras de arte mercadorias sobre que se especulam preços e se arranjam os compradores socialmente melhor posicionados. Hoje-em-dia a compra de obras de arte pode ser por: lucro – comprar uma peça de arte pode gerar bastante dinheiro, sendo um investimento bastante rentável – e a ascensão social – normalmente quem tem ou compra obras de arte é indicador de que é uma pessoa com posses e, por isso, com um estatuto social elevado.
  • 17. As empresas e ateliers de arte também são responsáveis pela inflação que há muitas vezes nos preços de determinadas obras, pois a facilidade com que se passa publicidade de X obra é enorme nos dias que correm, então esses ateliers e empresas aproveitam-se desse facto para passar publicidade à obra e, por isso, fazer querer que ela é mais cara do que o preço que ela vale realmente. Assim, muitas vezes a obra de arte em si é ultrapassada pela ganância de quem a vende, que olha mais para o que ela vale monetariamente do que cultural e moralmente. Com isto e com a evolução dos tempos a arte tornou-se uma coisa banal, fazendo com que caia no esquecimento o verdadeiro valor da arte. 32 - Mostra que a arte é uma manifestação da identidade cultural dos povos. Sabemos que a arte é influenciada pela cultura dos povos uma vez que esta se modifica ao longo do tempo, como podemos observar pelas pinturas rupestres do Paleolítico, passando pela Antiguidade Clássica com a sua perfeição escultórica que representava o Homem e a Natureza com grande realismo e naturalismo, ou até na Idade Média em que os principais temas eram os religiosos, chegando aos tempos actuais, em que arte é orientada para o consumo e lucro. Outro factor que influencia a criação artística é a ocorrência de eventos de importância mundial, quer sejam estes positivos ou não, algo observável pela modificação da arte, quando comparamos por exemplo a arte pré 2ª Guerra Mundial com a do pós-guerra. A acrescentar à lista de eventos influenciadores da arte temos também a localização em que a obra foi criada pois, como todos sabemos, a corrente artística é muito diferente quando comparamos uma obra dos EUA com outra do Egipto, por exemplo. Por último, a arte é modificada segundo o individuo que a cria (artista), pois este coloca os seus sentimentos, emoções e opiniões nas suas obras.
  • 18. 33 - Mostra que a arte é revelação de novos modos de conhecer o sujeito e o mundo. A arte pode ser entendida como uma revelação das nossas personalidades interiores, algo que todos nós já experimentámos, quando observamos uma pintura, uma escultura, uma peça de teatro, etc, deparamo-nos com personagens que, de alguma forma se relacionam connosco, com alguém que conheçamos e pelas quais desenvolvemos empatia e estima. Uma análise mais profunda acerca dos sentimentos despertados por estas personagens conduzir-nos-á à conclusão que estas correspondem a sentimentos e vontades interiores que outros desconhecem e que nós não possuímos plena consciência das possuir, mas que influenciam as nossas ações, ideais e pessoas com as quais nos relacionamos. Assim ao permitir-nos aceder ao nosso “eu mais profundo”, fazem-nos tomar consciência da nossa verdadeira força espiritual, o porquê dos acontecimentos da nossa vida e conduzem a uma vivência mais simples, completa e dinâmica. Além disso acabam por nos dar acesso a novas formas de entender o mundo, a vida e as pessoas que nos rodeiam. 34 - O belo não é senão aquilo que produz um prazer universalmente partilhado. A frase acima citada pode ser interpretada de várias formas, tendo em conta o conceito utilizado para tal. Kant foi um filósofo de transição entre um modo de pensar dogmático para um modo de pensar crítico, tendo por isso influência de ambos. Kant defende que a apreciação do belo depende do gosto de cada indivíduo. Para ele o belo é aquilo que nos produz prazer, ou seja, não é o objecto mas sim o sentimento que o que ele representa provocou em nós. Assim sendo o belo é subjectivo, visto que se refere á maneira própria como o sujeito é afectado. Contudo, para Kant, o belo também é aquilo que tem de agradar universalmente. Aqui estão conceitos de belo aparentemente paradoxais. No entanto, para resolver esta contradição Kant apoia-se na teoria da harmonia subjectiva, que nos diz que: todos temos a capacidade de julgar.
  • 19. Assim, Kant pode afirmar que, como há um relativismo em relação ao belo tendo em conta que só é belo dependendo da maneira como o individuo é afectado, há uma universalidade no gosto do sujeito. Já para o escritor russo Leon Tolsto uma obra é arte, ou seja, um objecto que é avaliado como belo, só o é quando expressa e comunica intencionalmente um sentimento vivido pelo artista e quando provoca no público esse mesmo sentimento. No entender dos críticos esta teoria ainda não é totalmente perfeita, visto que há obras de arte como a poesia, o teatro, a ópera e outras que diferem bastante nos sentimentos que provocam na pessoa ao contempla-las de pessoa para pessoa e para o próprio artista. Assim nunca seriam obras de arte, e no entanto são-no. Não podemos também esquecer que há obras em que o objectivo do artista não é comunicar. Há sentimentos que temos ao ver uma obra de arte porque na vida já tivemos esses sentimentos, mas isso não invalida que uma determinada obra, com um determinado sentido e que foi concebida com um determinado sentimento não seja igualmente compreendida por alguém que nunca teve esse sentimento. Com isto tudo, a teoria do expressivismo cai por terra em vários parâmetros.
  • 20. 35 - Os valores estéticos contribuem para um bom exercício da cidadania. As razões pelas quais os valores estéticos e a arte contribuem para um bom exercício da cidadania, são: • O facto da arte constituir um factor de embelezamento e enriquecimento da sociedade, pelo que causa um sentimento comum de apreço e estima pelo nosso património e modo de vida e desenvolvendo um espírito de cooperação e sensibilização social; • A arte é, de certa forma, um “veículo” de notícias e acontecimentos ao ser influenciada pelos mesmos e assim dar a conhecer aquilo que se passa por todo o mundo, não só no imediato, mas também para gerações vindouras. Não é ao acaso que muitos historiadores analisam obras de artes do passado e do presente como forma de entender a dinâmica social, económica e política de diversos períodos e regiões; • A arte constitui uma espécie de “voz “ dos cidadãos e dos oprimidos, capaz de despoletar verdadeiras revoluções e ondas de mudança, obtendo por isso um lugar de destaque e de carinho por todos.