3. A crença no valor da verdade
científica não procede da natureza,
mas sim é produto de determinadas
culturas.
Max Weber.
4. Ação social
“A ação social (incluindo omissão ou tolerância) orienta-se
pelo comportamento de outros, seja este passado, presente
ou esperado como futuro (vingança por ataques anteriores,
defesa contra ataques presentes ou medidas de defesa para
enfrentar ataques futuros). Os ‘outros’ podem ser indivíduos e
conhecidos ou uma multiplicidade indeterminada de pessoas
completamente desconhecidas [...]
Nem todo tipo de contato entre pessoas tem caráter
social, senão apenas um comportamento que, quanto ao
sentido, se orienta pelo comportamento de outra pessoa.”
Weber, livro Economia e Sociedade.
5. 4 tipologias das ações weberianas
1. O primeiro tipo é o da “ação racional com respeito a fins”. De
acordo com este tipo, o sentido racional da ação se encontra na
escolha dos meios mais adequados para a realização de um fim.
O único critério de seleção dos meios é a sua capacidade de
realizar o objetivo estabelecido. Qualquer meio eficiente é válido
tão somente por sua eficiência, independentemente de
avaliações morais ou éticas. É o tipo de ação mais frequente na
sociedade moderna a ação do empresário capitalista que
emprega a mão de obra de vários empregados pagando o menor
salário possível, a ação do político corrupto que desvia o
dinheiro da merenda das escolas.
Fragmento extraído do texto didático Interação social do grupo PIBID da UNESP de Marília.
(Adaptada)
6. 2. Ações racionais com relação a valores: É a
ação que o indivíduo se orienta pela crença em
um valor ético, religioso, estético ou qualquer
outro. Diferentemente do político corrupto que
decide desviar dinheiro para seu próprio
proveito, esse tipo de ação seria a daquele
político que, por um valor ético, uma posição de
respeito ao dinheiro público e às atitudes que os
eleitores esperam que ele tenha, não desvia
esse dinheiro.
Fragmento extraído do texto didático Interação social do grupo PIBID da UNESP de Marília.
(Adaptada)
7. 3. Ações afetivas ou ação emocional: É a ação inspirada por
emoções imediatas, tais como vingança, desespero, admiração,
orgulho, medo, inveja, paixão e entusiasmo. Na ação afetiva, o
agente segue um impulso e não elabora as consequências da sua
ação. É a ação de quem larga tudo por amor, de quem mata a
mulher quando descobre que foi traído, e a ação de quem larga
o emprego porque foi xingado pelo chefe, de quem grita após o
gol do time do coração, de quem chora em enterros e
casamentos. A “ação afetiva” se diferencia da “racional com
respeito a valores” porque, nesta última, o agente elabora
racionalmente o sentido de sua ação, de modo que sua conduta
seja fiel aos valores aos quais adere. Como foi dito, na ação
afetiva não existe elaboração racional das consequências.
Fragmento extraído do texto didático Interação social do grupo PIBID da UNESP de Marília.
(Adaptada)
8. 4. Ações tradicionais: Ocorrem quando o agente
cumpre hábitos e costumes enraizados simplesmente
porque é o que sempre foi feito, é a ação daquelas
pessoas que se casam na igreja e batizam os filhos sem
nunca terem sido religiosas, mas apenas porque todos
de sua casa fizeram assim, sentar à mesa para comer
aos domingos, fazer o sinal da cruz ao passar por uma
igreja, fazer festas de aniversário etc. Quando o grau de
automatismo é muito alto, o comportamento pode
deixar de ter um sentido para o agente. Neste caso,
deixaria de ser ação social.
Fragmento extraído do texto didático Interação social do grupo PIBID da UNESP de Marília.
(Adaptada)
9. Dominação
[...] chamamos ‘dominação’ a probabilidade de
encontrar obediência para as ordens específicas
(ou todas) dentro de um determinado grupo de
pessoas. [...] Certo mínimo de vontade de
obedecer, isto é, de interesse (externo ou
interno) na obediência, faz parte de toda relação
autêntica de dominação.
Weber, no livro Economia e sociedade, vol. I, p.139.
10. Há três tipos puros de dominação
legítima.
1) de caráter racional: baseada na crença na
legitimidade das ordens estatuídas e do
direito de mando daqueles que, em virtude
dessas ordens, estão nomeados para exercer
a dominação (dominação legal) [...].
Weber, no livro Economia e sociedade, vol. I, p.141.
11. 2) dominação de caráter tradicional:
baseada na crença cotidiana na santidade
das tradições vigentes desde sempre
legítimas e na legitimidade daqueles que,
em virtude dessas tradições, representam
autoridade (dominação tradicional), [...].
Weber Economia e sociedade, vol. I, p.141.
12. 3) De caráter carismático: baseado na
veneração extracotidiana da santidade, do
poder heroico ou do poder de caráter
exemplar de uma pessoa e das ordens por
esta reveladas ou criadas (dominação
carismática).
Weber, Economia e sociedade, vol. I, p.141.