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VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA - O PAPEL
DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM

Ventilação Mecanica não Invasiva

VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA: O PAPEL DA
ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM

Resumo: O seguinte artigo trata-se de um novo método em
assistência ventilatória, as técnicas não invasivas, que tem sido
considerada uma alternativa atrativa à ventilação mecânica
convencional no tratamento em pacientes com insuficiência
respiratória aguda. A sofisticação dos equipamentos e máscaras
tornou os benefícios do método indiscutível. E o enfermeiro é
considerado um profissional fundamental e tem ao seu alcance uma
gama de estratégias e técnicas que contribuem não somente para o
aumento da eficácia da ventilação não invasiva, como também para
a redução dos fatores de intolerância a esta terapêutica. Para tal foi
necessário realizar uma breve análise do tema, tomando como base
artigos e uma literatura selecionada.
Palavras-chave: Ventilação não invasiva, assistência de
enfermagem, máscaras.
Resúmen: El siguiente artículo presenta un nuevo método de
soporte ventilatorio, las técnicas no invasivas, que ha sido
considerada como una alternativa atractiva a la ventilación
mecánica convencional en el tratamiento de pacientes con
insuficiencia respiratoria aguda. La sofisticación de los equipos y las
máscaras se convirtió en el indiscutible los beneficios del método .
Y el enfermero se considera fundamental profesional y tiene a su
disposición una amplia gama de estrategias y técnicas que
contribuyan no sólo a aumentar la eficacia de la ventilación no
invasiva, sino también para reducir los factores de la intolerancia a
esta terapia. A esto se llevar a cabo un breve análisis del tema,
sobre la base de artículos y una bibliografía seleccionada.
Palabras clave: ventilación no invasiva, cuidados de enfermería,
máscaras.
INTRODUÇÃO
Novos avanços nos métodos de assistência ventilatória vêm sendo
desenvolvidos, como, por exemplo, as técnicas não invasivas que
vêm ampliando as opções terapêuticas em pacientes com
insuficiência respiratória aguda. (GONÇALVES e PINTO, 2008).
Para o III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2007), a
ventilação não invasiva, é um método onde não há o emprego de
qualquer gênero de prótese traqueal (tubo orotraqueal,
nasotraqueal, ou cânula de traqueostomia), reduzindo as
complicações associadas à ventilação mecânica invasiva e a
permanência dos clientes em unidades de terapia intensiva.
Dessa forma, o objetivo do seguinte artigo é abordar o tratamento
dos pacientes sob a ventilação mecânica não invasiva, bem como o
papel da assistência de enfermagem, tomando como base artigos e
uma literatura selecionada.
METODOLOGIA
O presente artigo trata-se de uma revisão literária, com a obtenção
de informações pertinentes ao uso suporte da ventilação mecânica
não invasiva. Para a sua execução foi feito um levantamento no
período de 15 a 25 de agosto de 2009 de artigos publicados nas
mais diversas revistas nacionais e internacionais associadas à
Informática em Saúde contidas em bases de dados do SCIELO, da
Assistência Ventilatória em UTI, baseado no III Consenso Brasileiro
de Ventilação Mecânica/2007, HCE – Serviço de Medicina Física e
Reabilitação e dissertação.
REFERENCIAL TEÓRICO
A ventilação mecânica não invasiva é uma importante modalidade
terapêutica que possui os seguintes objetivos: manutenção das
trocas gasosas pulmonares, redução do trabalho respiratório,
manutenção dos volumes pulmonares e a redução da dispnéia. O
uso do procedimento através da pressão positiva é executado na
ausência da via aérea artificial e com o emprego de máscaras
faciais ou nasais, têm recebido cada vez mais importância na
literatura e na aplicação clínica (GOMBOSKI, 2005).
As indicações são as seguintes: insuficiência respiratória aguda
(IRA) e crônica (IRC); edema agudo de pulmão; doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC); doença neuromuscular; doenças
deformantes do tórax; pós-operatórios de cirurgias tóracoabdominais; insuficiência respiratória pós-extubação e no
desmame; apnéia do sono obstrutiva; pneumonias; hipoventilação
pulmonar; e ventilação domiciliar em pacientes crônicos
(GOMBOSKI, 2005, FERREIRA e SANTOS, 2008 e GONÇALVES e
PINTO, 2008).
O método possui algumas contra-indicações que devem ser
observadas, como instabilidade hemodinâmica ou pós-parada
cardiorrespiratória, angina instável, hipoxemia, fadiga muscular
respiratória, vômitos, agitação psicomotora e síndrome do pânico,
instabilidade neurológica com perda do reflexo protetor, redução do
nível de consciência, inabilidade de deglutir ou eliminar secreções,
toalete brônquica ineficaz, trauma e queimadura de face, má
adaptação a máscara, cirurgia de laringe, hemoptise, pneumotórax
não-drenado e obstrução fixa de via aérea superior (GOMBOSKI,
2005 e III CONSENSO BRASILEIRO DE VENTILAÇÃO
MECÂNICA, 2007).
Gonçalves e Pinto (2008), dizem que para o emprego da ventilação
não invasiva são usados vários tipos de máscaras como a máscara
nasal, a máscara facial ou oronasal, a máscara total, o “helmet” ou
capacete.
Gonçalves e Pinto (2008) relatam que a máscara nasal é a mais
confortável, dando a possibilidade ao paciente a expectoração; no
entanto, depende de uma maior colaboração do mesmo que deverá
manter a boca fechada para evitar escape de ar e a obtenção da
ventilação desejada.
Os autores dizem que a máscara oronasal, também conhecida
como facial, é usada em pacientes com insuficiência respiratória
aguda, permitindo maior volume corrente e uma rápida correção
das trocas gasosas. A máscara facial total tem a vantagem de
reduzir o escapamento e além de possibilitar a utilização de maiores
pressões inspiratórias. E os capacetes não entram em contato com
a face do paciente, evitando a lesão de pele, uma das complicações
da ventilação não invasiva.
Tal como afirmam Ferreira e Santos (2008), para a ventilação não
invasiva, qualquer ventilador mecânico e modo ventilatório podem
ser usados desde que o funcionamento não seja prejudicado pela
presença de vazamento. Os ventiladores apropriados para tal tipo
de procedimento são caracterizados pela presença de um único
circuito, através do ocorrem tanto a inspiração como a expiração. A
presença de um orifício situado na porção distal desse circuito para
minimizar a reinalação de CO2 durante a inspiração, fazendo com
que haja um escape contínuo de ar pelo circuito, com a eliminação
de CO2 exalado pelo paciente durante a sua expiração. Por essa
razão, os ventiladores apropriados para a ventilação não invasiva
foram criados para funcionar na presença de vazamento.
CPAP
Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas é uma forma de
ventilador utilizado com freqüência, possibilitando um fluxo contínuo
nas vias aéreas, e a pressão positiva será mantida ao final da
expiração em todo o ciclo respiratório (FERREIRA e SANTOS,
2008).
PAV
Ventilação assistida proporcional, PAV, é um tipo de suporte
ventilatório espontâneo, que funciona de forma sincronizada, de
apoio parcial, em que as pressões são geradas pelo ventilador em
proporção ao esforço muscular do paciente. Dessa maneira o
esforço muscular respiratório do paciente será amplificado sem a
necessidade de um ajuste fixo da pressão, fluxo ou volume
(FERREIRA e SANTOS, 2008).
Com base a Gomboski (2005) e Ferreira e Santos (2008), existem
algumas vantagens na utilização desse método: conforto aos
pacientes, evita a intubação traqueal; fácil aplicação e remoção
permitindo o uso intermitente; propicia a possibilidade de falar e
alimentar oralmente preserva a tosse, a umidificação e o
aquecimento do ar inalado. Sua utilização impede as complicações
decorrentes do uso da ventilação invasiva através da intubação
endotraqueal como lesões ao nível da traquéia e cordas vocais,
pneumonia, necessidade de sedação e parada cardíaca.
Além disso, as autoras complementam que a ventilação não
invasiva facilita o processo do desmame em clientes que são
dependentes da ventilação mecânica invasiva. É efetivo para a
redução da necessidade do uso de uma via aérea artificial e o
tempo de internação em unidades intensivas.
Entretanto, o procedimento possui algumas desvantagens
associadas à necessidade de cooperação dos clientes, fraqueza do
músculo orofacial, distensão abdominal e risco de broncoaspiração,
reinalação de gás carbônico, redução da capacidade de aspiração
das vias aéreas, necessidade de monitoração e vigilância intensiva
respiratória (BLANCAS e CATENA, 2004).
Ferreira e Santos (2008), dizem que para a execução efetiva do
método, os procedimentos são os seguintes:
- O paciente deverá sentar em um ângulo superior a 30º em relação
ao plano horizontal;
- Escolher o tipo de máscara confortável ao paciente e sua fixação;
- Explicar ao paciente a técnica e as vantagens;
- Selecionar o ventilador ideal, colocar a fixação e a interface; evitar
tensão excessiva da fixação; encorajar o paciente a tolerar a
máscara;
- Observar o nível do ajuste da máscara;
- Efetuar a conexão da interface no circuito do ventilador;
- Aumentar aos poucos com a pressão inspiratória ou volume
conforme a tolerância do paciente para obter alívio da dispnéia;
- Instituir oxigênio suplementar, se necessário, para obter saturação
periférica de oxigênio maior que 90%;
- Certificar se não há escape; reajustar a fixação, se necessário;
- Adicionar umidificação;
- Conferir os alarmes.
- Orientar o paciente a checar e realizar os ajustes necessários;
- Reavaliação constante na primeira hora.
Gomboski (2005) afirma que é indispensável a monitoração da
saturação do oxigênio (SaO2) e a adição do oxigênio para
manutenção dos níveis de saturação entre 85-90%, por, pelo
menos, 24 horas consecutivas. O sucesso do tratamento e a
recuperação do paciente são os fatores mais imprescindíveis que
determinarão o momento ideal para a retirada da terapia com
segurança.
Como intervenções de enfermagem o Protocolo do Paciente com
Ventilação Mecânica não invasiva (2005), diz que antes de realizar
o procedimento deverá ter os seguintes cuidados:
- Promoção da correta nutrição e hidratação do paciente durante o
uso prolongado com a ventilação não invasiva;
- Explicar ao paciente os cuidados para favorecer sua melhor
adaptação ao respirador;
- Proporcionar o maior bem estar e conforto possível do paciente;
- Facilitar a informação e apoio aos familiares;
- Preparar o paciente de acordo as indicações do procedimento;
- Inspecionar a via aérea para descartar obstáculos;
- Preparar o material necessário conforme o procedimento;
- Atentar para as lesões na pele, pelo uso da máscara facial;
- Acompanhamento do padrão respiratório e da oximetria de pulso;
O Protocolo do Paciente com Ventilação Mecânica não Invasiva
(2005) ainda complementa que durante a realização do
procedimento alguns aspectos são fundamentais para o êxito do
tratamento:
A. Segurança:
- Estabelecer uma vigilância contínua do paciente;
- Avaliar o estado de consciência e orientação;
- Avaliar o estado psicológico;
- Controlar os sinais vitais, monitoria da oximetria e função
respiratória.
B. Higiene:
- Proporcionar uma adequada higiene do paciente, com banho
diário e pele hidratada;
- Observar a integridade da pele e mucosas;
- Mudar os pontos de apoio da máscara para evitar a pressão
cutânea contínua;
- Ministrar uma dieta adequada segundo a prescrição médica.
- Trocar os filtros a cada 24h;
- Manter a higiene adequada do sistema;
- Manutenção do material.
- Verificar o procedimento de desinfecção e esterilização do
equipamento utilizado.
C. Registros
- Data e horário do procedimento, modelo e tamanho da máscara
utilizada; cuidados de enfermagem e intervenções e evolução de
enfermagem.
Na concepção de Ferreira e Santos (2008), Blancas e Catena
(2004), Gonçalves e Pinto (2008) são algumas complicações do uso
da ventilação não invasiva: fugas e deslocamento da máscara,
asfixia pela perda do fluxo ou desconexão do circuito, necrose
facial, distensão abdominal (aerofagia), aspiração do conteúdo
gástrico, hipoxemia transitória, ressecamento nasal, oral e de
conjuntiva e retenção de secreções.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente revisão de literatura teve o objetivo de mostrar que a
ventilação mecânica não invasiva como um marco no avanço ao
longo dos tempos no tratamento nas mais variadas enfermidades
que implicam a falência ventilatória e uma suma importância para
evolução das patologias respiratórias proporcionando ao cliente a
qualidade de vida.
Contudo o sucesso da terapia de insuficiência respiratória depende
de uma equipe treinada e experiente. O enfermeiro é considerado
um profissional fundamental e tem ao seu alcance uma gama de
estratégias e técnicas que contribuem não somente para o aumento
da eficácia da ventilação não invasiva, como também para a
redução dos fatores de intolerância a esta terapêutica

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Ventilação mecânica não invasiva

  • 1. VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA - O PAPEL DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM Ventilação Mecanica não Invasiva VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA: O PAPEL DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM Resumo: O seguinte artigo trata-se de um novo método em assistência ventilatória, as técnicas não invasivas, que tem sido considerada uma alternativa atrativa à ventilação mecânica convencional no tratamento em pacientes com insuficiência respiratória aguda. A sofisticação dos equipamentos e máscaras tornou os benefícios do método indiscutível. E o enfermeiro é considerado um profissional fundamental e tem ao seu alcance uma gama de estratégias e técnicas que contribuem não somente para o aumento da eficácia da ventilação não invasiva, como também para a redução dos fatores de intolerância a esta terapêutica. Para tal foi necessário realizar uma breve análise do tema, tomando como base artigos e uma literatura selecionada. Palavras-chave: Ventilação não invasiva, assistência de enfermagem, máscaras. Resúmen: El siguiente artículo presenta un nuevo método de soporte ventilatorio, las técnicas no invasivas, que ha sido considerada como una alternativa atractiva a la ventilación mecánica convencional en el tratamiento de pacientes con insuficiencia respiratoria aguda. La sofisticación de los equipos y las máscaras se convirtió en el indiscutible los beneficios del método . Y el enfermero se considera fundamental profesional y tiene a su disposición una amplia gama de estrategias y técnicas que contribuyan no sólo a aumentar la eficacia de la ventilación no invasiva, sino también para reducir los factores de la intolerancia a esta terapia. A esto se llevar a cabo un breve análisis del tema, sobre la base de artículos y una bibliografía seleccionada. Palabras clave: ventilación no invasiva, cuidados de enfermería,
  • 2. máscaras. INTRODUÇÃO Novos avanços nos métodos de assistência ventilatória vêm sendo desenvolvidos, como, por exemplo, as técnicas não invasivas que vêm ampliando as opções terapêuticas em pacientes com insuficiência respiratória aguda. (GONÇALVES e PINTO, 2008). Para o III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2007), a ventilação não invasiva, é um método onde não há o emprego de qualquer gênero de prótese traqueal (tubo orotraqueal, nasotraqueal, ou cânula de traqueostomia), reduzindo as complicações associadas à ventilação mecânica invasiva e a permanência dos clientes em unidades de terapia intensiva. Dessa forma, o objetivo do seguinte artigo é abordar o tratamento dos pacientes sob a ventilação mecânica não invasiva, bem como o papel da assistência de enfermagem, tomando como base artigos e uma literatura selecionada. METODOLOGIA O presente artigo trata-se de uma revisão literária, com a obtenção de informações pertinentes ao uso suporte da ventilação mecânica não invasiva. Para a sua execução foi feito um levantamento no período de 15 a 25 de agosto de 2009 de artigos publicados nas mais diversas revistas nacionais e internacionais associadas à Informática em Saúde contidas em bases de dados do SCIELO, da Assistência Ventilatória em UTI, baseado no III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica/2007, HCE – Serviço de Medicina Física e Reabilitação e dissertação. REFERENCIAL TEÓRICO A ventilação mecânica não invasiva é uma importante modalidade terapêutica que possui os seguintes objetivos: manutenção das trocas gasosas pulmonares, redução do trabalho respiratório, manutenção dos volumes pulmonares e a redução da dispnéia. O uso do procedimento através da pressão positiva é executado na ausência da via aérea artificial e com o emprego de máscaras faciais ou nasais, têm recebido cada vez mais importância na literatura e na aplicação clínica (GOMBOSKI, 2005). As indicações são as seguintes: insuficiência respiratória aguda (IRA) e crônica (IRC); edema agudo de pulmão; doença pulmonar
  • 3. obstrutiva crônica (DPOC); doença neuromuscular; doenças deformantes do tórax; pós-operatórios de cirurgias tóracoabdominais; insuficiência respiratória pós-extubação e no desmame; apnéia do sono obstrutiva; pneumonias; hipoventilação pulmonar; e ventilação domiciliar em pacientes crônicos (GOMBOSKI, 2005, FERREIRA e SANTOS, 2008 e GONÇALVES e PINTO, 2008). O método possui algumas contra-indicações que devem ser observadas, como instabilidade hemodinâmica ou pós-parada cardiorrespiratória, angina instável, hipoxemia, fadiga muscular respiratória, vômitos, agitação psicomotora e síndrome do pânico, instabilidade neurológica com perda do reflexo protetor, redução do nível de consciência, inabilidade de deglutir ou eliminar secreções, toalete brônquica ineficaz, trauma e queimadura de face, má adaptação a máscara, cirurgia de laringe, hemoptise, pneumotórax não-drenado e obstrução fixa de via aérea superior (GOMBOSKI, 2005 e III CONSENSO BRASILEIRO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA, 2007). Gonçalves e Pinto (2008), dizem que para o emprego da ventilação não invasiva são usados vários tipos de máscaras como a máscara nasal, a máscara facial ou oronasal, a máscara total, o “helmet” ou capacete. Gonçalves e Pinto (2008) relatam que a máscara nasal é a mais confortável, dando a possibilidade ao paciente a expectoração; no entanto, depende de uma maior colaboração do mesmo que deverá manter a boca fechada para evitar escape de ar e a obtenção da ventilação desejada. Os autores dizem que a máscara oronasal, também conhecida como facial, é usada em pacientes com insuficiência respiratória aguda, permitindo maior volume corrente e uma rápida correção das trocas gasosas. A máscara facial total tem a vantagem de reduzir o escapamento e além de possibilitar a utilização de maiores pressões inspiratórias. E os capacetes não entram em contato com a face do paciente, evitando a lesão de pele, uma das complicações da ventilação não invasiva. Tal como afirmam Ferreira e Santos (2008), para a ventilação não invasiva, qualquer ventilador mecânico e modo ventilatório podem ser usados desde que o funcionamento não seja prejudicado pela presença de vazamento. Os ventiladores apropriados para tal tipo de procedimento são caracterizados pela presença de um único circuito, através do ocorrem tanto a inspiração como a expiração. A presença de um orifício situado na porção distal desse circuito para minimizar a reinalação de CO2 durante a inspiração, fazendo com
  • 4. que haja um escape contínuo de ar pelo circuito, com a eliminação de CO2 exalado pelo paciente durante a sua expiração. Por essa razão, os ventiladores apropriados para a ventilação não invasiva foram criados para funcionar na presença de vazamento. CPAP Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas é uma forma de ventilador utilizado com freqüência, possibilitando um fluxo contínuo nas vias aéreas, e a pressão positiva será mantida ao final da expiração em todo o ciclo respiratório (FERREIRA e SANTOS, 2008). PAV Ventilação assistida proporcional, PAV, é um tipo de suporte ventilatório espontâneo, que funciona de forma sincronizada, de apoio parcial, em que as pressões são geradas pelo ventilador em proporção ao esforço muscular do paciente. Dessa maneira o esforço muscular respiratório do paciente será amplificado sem a necessidade de um ajuste fixo da pressão, fluxo ou volume (FERREIRA e SANTOS, 2008). Com base a Gomboski (2005) e Ferreira e Santos (2008), existem algumas vantagens na utilização desse método: conforto aos pacientes, evita a intubação traqueal; fácil aplicação e remoção permitindo o uso intermitente; propicia a possibilidade de falar e alimentar oralmente preserva a tosse, a umidificação e o aquecimento do ar inalado. Sua utilização impede as complicações decorrentes do uso da ventilação invasiva através da intubação endotraqueal como lesões ao nível da traquéia e cordas vocais, pneumonia, necessidade de sedação e parada cardíaca. Além disso, as autoras complementam que a ventilação não invasiva facilita o processo do desmame em clientes que são dependentes da ventilação mecânica invasiva. É efetivo para a redução da necessidade do uso de uma via aérea artificial e o tempo de internação em unidades intensivas. Entretanto, o procedimento possui algumas desvantagens associadas à necessidade de cooperação dos clientes, fraqueza do músculo orofacial, distensão abdominal e risco de broncoaspiração, reinalação de gás carbônico, redução da capacidade de aspiração das vias aéreas, necessidade de monitoração e vigilância intensiva respiratória (BLANCAS e CATENA, 2004). Ferreira e Santos (2008), dizem que para a execução efetiva do método, os procedimentos são os seguintes: - O paciente deverá sentar em um ângulo superior a 30º em relação ao plano horizontal; - Escolher o tipo de máscara confortável ao paciente e sua fixação;
  • 5. - Explicar ao paciente a técnica e as vantagens; - Selecionar o ventilador ideal, colocar a fixação e a interface; evitar tensão excessiva da fixação; encorajar o paciente a tolerar a máscara; - Observar o nível do ajuste da máscara; - Efetuar a conexão da interface no circuito do ventilador; - Aumentar aos poucos com a pressão inspiratória ou volume conforme a tolerância do paciente para obter alívio da dispnéia; - Instituir oxigênio suplementar, se necessário, para obter saturação periférica de oxigênio maior que 90%; - Certificar se não há escape; reajustar a fixação, se necessário; - Adicionar umidificação; - Conferir os alarmes. - Orientar o paciente a checar e realizar os ajustes necessários; - Reavaliação constante na primeira hora. Gomboski (2005) afirma que é indispensável a monitoração da saturação do oxigênio (SaO2) e a adição do oxigênio para manutenção dos níveis de saturação entre 85-90%, por, pelo menos, 24 horas consecutivas. O sucesso do tratamento e a recuperação do paciente são os fatores mais imprescindíveis que determinarão o momento ideal para a retirada da terapia com segurança. Como intervenções de enfermagem o Protocolo do Paciente com Ventilação Mecânica não invasiva (2005), diz que antes de realizar o procedimento deverá ter os seguintes cuidados: - Promoção da correta nutrição e hidratação do paciente durante o uso prolongado com a ventilação não invasiva; - Explicar ao paciente os cuidados para favorecer sua melhor adaptação ao respirador; - Proporcionar o maior bem estar e conforto possível do paciente; - Facilitar a informação e apoio aos familiares; - Preparar o paciente de acordo as indicações do procedimento; - Inspecionar a via aérea para descartar obstáculos; - Preparar o material necessário conforme o procedimento; - Atentar para as lesões na pele, pelo uso da máscara facial; - Acompanhamento do padrão respiratório e da oximetria de pulso; O Protocolo do Paciente com Ventilação Mecânica não Invasiva (2005) ainda complementa que durante a realização do procedimento alguns aspectos são fundamentais para o êxito do tratamento: A. Segurança: - Estabelecer uma vigilância contínua do paciente; - Avaliar o estado de consciência e orientação;
  • 6. - Avaliar o estado psicológico; - Controlar os sinais vitais, monitoria da oximetria e função respiratória. B. Higiene: - Proporcionar uma adequada higiene do paciente, com banho diário e pele hidratada; - Observar a integridade da pele e mucosas; - Mudar os pontos de apoio da máscara para evitar a pressão cutânea contínua; - Ministrar uma dieta adequada segundo a prescrição médica. - Trocar os filtros a cada 24h; - Manter a higiene adequada do sistema; - Manutenção do material. - Verificar o procedimento de desinfecção e esterilização do equipamento utilizado. C. Registros - Data e horário do procedimento, modelo e tamanho da máscara utilizada; cuidados de enfermagem e intervenções e evolução de enfermagem. Na concepção de Ferreira e Santos (2008), Blancas e Catena (2004), Gonçalves e Pinto (2008) são algumas complicações do uso da ventilação não invasiva: fugas e deslocamento da máscara, asfixia pela perda do fluxo ou desconexão do circuito, necrose facial, distensão abdominal (aerofagia), aspiração do conteúdo gástrico, hipoxemia transitória, ressecamento nasal, oral e de conjuntiva e retenção de secreções. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente revisão de literatura teve o objetivo de mostrar que a ventilação mecânica não invasiva como um marco no avanço ao longo dos tempos no tratamento nas mais variadas enfermidades que implicam a falência ventilatória e uma suma importância para evolução das patologias respiratórias proporcionando ao cliente a qualidade de vida. Contudo o sucesso da terapia de insuficiência respiratória depende de uma equipe treinada e experiente. O enfermeiro é considerado um profissional fundamental e tem ao seu alcance uma gama de estratégias e técnicas que contribuem não somente para o aumento da eficácia da ventilação não invasiva, como também para a redução dos fatores de intolerância a esta terapêutica