Este documento apresenta um caso clínico de trombose venosa profunda (TVP) no ciclo gravídico-puerperal. Aborda a introdução ao tema, objetivo de estudar os fatores de risco para TVP nesta fase e as principais ações assistenciais de enfermagem. A revisão de literatura descreve a etiologia, sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento da TVP. A sistematização da assistência inclui diagnósticos de enfermagem, cuidados horários e plano assistencial para a
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TVP no Ciclo Gravídico-Puerperal: Fatores de Risco e Cuidados de Enfermagem
1. TVP no Ciclo Gravídico-Puerperal:
Caso Clínico
Acadêmica de Enfermagem:
Mara Cléssia de Oliveira Castro
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI
2. Introdução
A doença tromboembólica venosa (TEV) é uma
importante causa de morbidade e mortalidade
obstétrica;
Incidência da trombose venosa profunda (TVP)
durante os períodos de gestação e pós-parto ainda não
está totalmente estabelecida;
O risco de trombose na gravidez é considerado maior
durante o terceiro trimestre da gestação e,
especialmente, no puerpério;
Tríade de Virchow : estase venosa, lesão endotelial e
estado de hipercoagulabilidade.
3. Objetivo
Abordar e conhecer os fatores que contribuem para a
incidência de trombose venosa profunda no ciclo
gravídico-puerperal, abordando as principais ações
assistenciais de enfermagem e as formas de tratamento
da doença.
4. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso sobre uma das patologias
abordadas no campo de estágio da disciplina Saúde da
Mulher, do 5º período do curso de graduação em
enfermagem, do Centro Universitário UNINOVAFAPI,
abordando a seguinte temática: Trombose Venosa
Profunda no Ciclo Gravídico-Puerperal. Para isso foi
realizado nos meses de maio e junho de 2017 uma busca
na literatura nas bases de dados SCIELO e LILACS,
assim como Manuais do Ministério da Saúde, e fontes
bibliográficas relacionadas ao tema. Foram utilizados
como descritores: Complicações na Gravidez; Trombose
Venosa Profunda; Puerpério; Enfermagem.
5. Revisão de Literatura
Definição:
A trombose venosa
profunda (TVP) caracteriza-
se pela formação de
trombos dentro de veias
profundas, com obstrução
parcial ou oclusão, sendo
mais comum nos membros
inferiores em 80 a 95% dos
casos (SBACV, 2015).
FONTE: Google
6. Revisão da Literatura
Etiopatogenia: Tríade de Virchow:
Estase Venosa: ↑distensibilidade e da capacitância
venosa, compressão da veia cava inferior e da artéria
ilíaca D pelo útero gravídico (SILVEIRA, 2002);
Hipercoagulabilidade: ↑Fibrinogênio e outros
elementos de coagulação e ↓atividade fibrinolítica
(MONTENEGRO & REZENDE, 2013);
Lesão Vascular: pode ocorrer no parto vaginal
assistido ou operatório com DTV no puerpério
(MONTENEGRO & REZENDE, 2013).
8. Revisão da Literatura
Fatores de Risco (PEREIRA et al, 2011):
Parto Pré-termo
Multiparidade
Índice de massa corporal elevado
Idade superior a 35 anos
Uso de anticoncepcionais orais antes de engravidar
Tabagismo
Antecedentes familiares ou pessoais de trombose
Ausência de amamentação materna pós-parto
Permanência prolongada no leito.
9. Revisão de Literatura
Diagnóstico:
O diagnóstico da TVP é predominantemente clínico,
podendo ser complementado com métodos
radiológicos e por imagem (MS, 2000).
Ao exame físico: sinais de Homans e Bandeira;
Exames de Imagem: na gravidez o procedimento
inicial de escolha é a ultrassonografia compressiva
com doppler-colorido que não expõe a paciente à
radiação (MONTENEGRO & REZENDE, 2013).
10. Revisão de Literatura
Tratamento:
Heparina de baixo peso molecular;
Contraindicações na gestação: anticoagulantes orais -
warfarina (MONTENEGRO & REZENDE, 2013);
Principal Complicação: Embolia Pulmonar
11. Sistematização da Assistência de Enfermagem
Diagnósticos de Enfermagem – NANDA:
Hipertermia: relacionada à flebite caracterizada por aumento da
temperatura;
Perfusão tissular periférica ineficaz: relacionada à trombose venosa
profunda caracterizada por dilatação do sistema venoso superficial;
Mobilidade física prejudicada: relacionada à dor caracterizada por
desconforto e redução da amplitude dos movimentos;
Risco para hemorragia digestiva: relacionado a sangramento por uso de
Anticoagulantes;
Risco de integridade da pele prejudicada relacionado à circulação
prejudicada;
Dor aguda: relacionada à diminuição do fluxo sanguíneo venoso em
membro inferior direito evidenciada por dor, rubor, calor e edema no
referido membro.
12. Sistematização da Assistência de Enfermagem
CUIDADOS HORÁRIOS
Aferir SSVV de 4/ 4 horas 12 16 20 24 04 08 12
Orientar à paciente quanto às complicações da doença M T N
Atentar aos sinais e sintomas da doença e condições
associadas à TVP
M T N
Promover conforto e bem estar à paciente M T N
Aplicar terapia compressiva com meia-elástica assim que
possível ou conforme prescrição médica
Atenção
Manter membros afetados elevados a 45º M T N
Plano Assistencial de Enfermagem:
13. Sistematização da Assistência de Enfermagem
CUIDADOS HORÁRIOS
Estimular movimentação ativa e/ou passiva no leito M T
Administrar analgesia regular conforme prescrição médica,
e/ou se necessário.
( )
Observar e relatar presença de sangramentos Atenção
Atentar-se para presença de trombocitopenia Atenção
Estimular exercícios para ativação da bomba muscular da
panturrilha em parceria com o fisioterapeuta 1 vez ao dia
( )
Valorizar queixa de desconforto respiratório Atenção
Alternar locais de aplicação de heparina M T N
Plano Assistencial de Enfermagem:
14. Conclusão
Através do estudo deste caso clínico percebeu-se que a TVP é
motivo de atenção especial em obstetrícia, dada sua incidência no
período gravídico-puerperal, uma vez que alguns sintomas desta
patologia podem ser mascarados pelas alterações fisiológicas que
ocorrem na mulher durante o período gestacional. Isso implica na
necessidade de uma assistência de enfermagem de qualidade, que
através de anamnese bem feita e do exame físico completo, poderão ser
detectados sinais e sintomas característicos que remeterão à suspeita de
TEV.
Além disso, a assistência de enfermagem por meio da
identificação dos diagnósticos de enfermagem segundo NANDA,
possibilita o estabelecimento e a implementação dos cuidados
necessários à paciente, de uma forma individualizada e de acordo com
os problemas apresentados. E principalmente, que o plano de cuidados
permite que as metas e as intervenções de enfermagem resultem na
ausência de possíveis complicações associadas à doença.
15. Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Urgências e Emergências Maternas: Guia para
Diagnóstico e Conduta em Situações de Risco de Morte Materna. Secretaria de
Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher. Brasília: Ministério da
Saúde, 2000, 2ª edição.
DIAGNÓSTICOS de enfermagem da NANDA: definições e classificação
2015-2017 / NANDA Internacional. Porto Alegre, 2015.
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Março 2007 | vol 35 | nº 03.
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16. LUZ, K.S. et al. Risco Materno em Adquirir Trombose Venosa Profunda em
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