Tal como aconteceu a John Muir, a montanha chamou-o, e Naess teve de ir para junto dela. As suas palavras são bem elucidativas: Estou a obedecer, a obedecer ao desejo de Hallingskarvet de vir (Naess, 1995). Parece que as experiências místicas junto à montanha que o filósofo norueguês descreve desde pequeno eram equivalentes à epifania que Aldo Leopold teve junto à loba moribunda. Neste caso, através do fogo verde que se soltava do olhar por da loba, a montanha revelou a Leopold a importância da harmonia, da beleza e da estabilidade ecológica.
Desde que Naess terminou a construção da cabana, em 1938, passou lá cerca de catorze anos da sua vida, onde desenvolveu o conceito de ecologia profunda, que viria a reinventar o olhar do ser humano sobre si mesmo e sobre o Ambiente envolvente.
Revista 'Vento e Água' nº 27
https://ventoeagua.com/revistas/27/