O documento discute as condições de saneamento em duas comunidades quilombolas no Mato Grosso do Sul. A comunidade urbana de Eva Maria de Jesus tem coleta de lixo, drenagem e água tratada, enquanto a comunidade rural de Furnas do Dionísio não tem esses serviços e depende de fontes alternativas de água. Ambas as comunidades usam fossas secas por falta de esgotamento sanitário.
ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA O SANEAMENTO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS: ESTUD...1sested
O documento discute as condições de saneamento em duas comunidades quilombolas no estado de Mato Grosso do Sul, uma urbana e outra rural. Apresenta dados sobre a falta de acesso adequado a saneamento básico para muitas famílias quilombolas no Brasil. Tem como objetivo caracterizar e comparar o saneamento nas duas comunidades estudadas.
Este documento descreve a realidade e dificuldades enfrentadas por comunidades quilombolas no Brasil, com foco na comunidade de Fazenda Santa Cruz. Apresenta a história dos quilombos no Brasil e em Minas Gerais, além de discutir os desafios atuais dessas comunidades, como a luta pela terra e titulação. Também destaca o trabalho social realizado pelo grupo PET-Conexão dos Saberes nessa comunidade.
O documento discute as condições precárias de moradia em cortiços na cidade de São Paulo, a relação entre essas condições e o desempenho escolar de crianças, e a luta por moradia digna no centro da cidade. Apresenta dados sobre o número de pessoas vivendo em cortiços, problemas comuns nesses locais como falta de espaço e privacidade, e como essas condições afetam negativamente o rendimento escolar de crianças. Defende o direito à moradia digna no centro como parte do direito à cidade.
Este documento fornece uma visão geral da precariedade habitacional e urbanização de favelas no mundo e no Brasil. Apresenta dados sobre as maiores favelas do mundo e discute características comuns como concentração de terras, especulação imobiliária, condições insalubres e origem de assentamentos precários. Também aborda brevemente a história do trabalho nestas comunidades e a importância de uma abordagem multidisciplinar e participativa para a urbanização.
O documento discute a presença de quilombolas no ciberespaço, analisando diversos sites que abordam seu modo de vida, história e luta por direitos. O texto descreve os principais pontos tratados em cada site, como a origem dos quilombos, características culturais, comunidades existentes e legislação relacionada.
O documento discute o racismo ambiental no Brasil, particularmente no meio rural, apontando como ele se manifesta através da expropriação de territórios de povos indígenas e comunidades tradicionais para projetos de desenvolvimento, levando à contaminação, perda de meios de subsistência e negação de direitos. Grandes obras de infraestrutura e a expansão da monocultura são apontadas como principais causas de danos irreversíveis a essas populações.
Dende a terra, na terra, os quilombolas desenvolvem atividades. Eles plantam e colhem os frutos de seu trabalho, marcando sua história. Ao longo dos séculos, os descendentes de escravos fugidos formaram comunidades remanescentes de quilombos por todo o Brasil, preservando sua cultura e tradições. Embora enfrentem desafios, eles mantêm a esperança de ter seu direito à terra reconhecido.
Biodiversidade e comunidades tradicionais no brasilKatia Kopp
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os saberes tradicionais e uso da biodiversidade por populações indígenas e não-indígenas no Brasil. A pesquisa analisou cerca de 900 publicações sobre o tema e discute conceitos como biodiversidade e modelos de conservação. A biodiversidade é apresentada como uma construção cultural influenciada pelas sociedades humanas, não apenas um produto da natureza.
ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA O SANEAMENTO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS: ESTUD...1sested
O documento discute as condições de saneamento em duas comunidades quilombolas no estado de Mato Grosso do Sul, uma urbana e outra rural. Apresenta dados sobre a falta de acesso adequado a saneamento básico para muitas famílias quilombolas no Brasil. Tem como objetivo caracterizar e comparar o saneamento nas duas comunidades estudadas.
Este documento descreve a realidade e dificuldades enfrentadas por comunidades quilombolas no Brasil, com foco na comunidade de Fazenda Santa Cruz. Apresenta a história dos quilombos no Brasil e em Minas Gerais, além de discutir os desafios atuais dessas comunidades, como a luta pela terra e titulação. Também destaca o trabalho social realizado pelo grupo PET-Conexão dos Saberes nessa comunidade.
O documento discute as condições precárias de moradia em cortiços na cidade de São Paulo, a relação entre essas condições e o desempenho escolar de crianças, e a luta por moradia digna no centro da cidade. Apresenta dados sobre o número de pessoas vivendo em cortiços, problemas comuns nesses locais como falta de espaço e privacidade, e como essas condições afetam negativamente o rendimento escolar de crianças. Defende o direito à moradia digna no centro como parte do direito à cidade.
Este documento fornece uma visão geral da precariedade habitacional e urbanização de favelas no mundo e no Brasil. Apresenta dados sobre as maiores favelas do mundo e discute características comuns como concentração de terras, especulação imobiliária, condições insalubres e origem de assentamentos precários. Também aborda brevemente a história do trabalho nestas comunidades e a importância de uma abordagem multidisciplinar e participativa para a urbanização.
O documento discute a presença de quilombolas no ciberespaço, analisando diversos sites que abordam seu modo de vida, história e luta por direitos. O texto descreve os principais pontos tratados em cada site, como a origem dos quilombos, características culturais, comunidades existentes e legislação relacionada.
O documento discute o racismo ambiental no Brasil, particularmente no meio rural, apontando como ele se manifesta através da expropriação de territórios de povos indígenas e comunidades tradicionais para projetos de desenvolvimento, levando à contaminação, perda de meios de subsistência e negação de direitos. Grandes obras de infraestrutura e a expansão da monocultura são apontadas como principais causas de danos irreversíveis a essas populações.
Dende a terra, na terra, os quilombolas desenvolvem atividades. Eles plantam e colhem os frutos de seu trabalho, marcando sua história. Ao longo dos séculos, os descendentes de escravos fugidos formaram comunidades remanescentes de quilombos por todo o Brasil, preservando sua cultura e tradições. Embora enfrentem desafios, eles mantêm a esperança de ter seu direito à terra reconhecido.
Biodiversidade e comunidades tradicionais no brasilKatia Kopp
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os saberes tradicionais e uso da biodiversidade por populações indígenas e não-indígenas no Brasil. A pesquisa analisou cerca de 900 publicações sobre o tema e discute conceitos como biodiversidade e modelos de conservação. A biodiversidade é apresentada como uma construção cultural influenciada pelas sociedades humanas, não apenas um produto da natureza.
O documento discute a diversidade humana no Brasil, observada nos aspectos físicos e culturais da população. Apesar das diferentes características, os brasileiros compartilham da mesma cultura e estão sob as mesmas leis. O módulo irá explorar as diferentes etnias e culturas que formam o povo brasileiro.
O documento discute o crescimento da cidade de Goiânia e seus impactos na vida urbana e nas pessoas. Em particular, fala sobre a perda do humanismo nas ruas à medida que a cidade cresceu rapidamente e as pessoas passaram a viver mais apressadas e centradas no tempo.
O documento discute a Amazônia brasileira, descrevendo sua importância ambiental e diversidade cultural. Apresenta os desafios atuais como o desenvolvimento predatório, desmatamento, mineração e grandes obras que ameaçam os povos tradicionais e o meio ambiente. Defende um modelo sustentável de progresso que proteja a Amazônia e os direitos dos povos que nela vivem.
O documento discute a história do Brasil e as desigualdades sociais no país. Afirma que o Brasil sempre foi retratado de forma idealizada pela mídia, mas que na realidade existem grandes problemas sociais como pobreza, violência e corrupção. Também critica programas de TV que se aproveitam da miséria humana apenas para aumentar a audiência.
O documento resume uma palestra de Leonardo Boff no Fórum Social Mundial de 2009 criticando o atual sistema capitalista e defendendo a necessidade de um novo paradigma de desenvolvimento sustentável e solidário que respeite os limites do planeta e promova o bem-estar de toda a humanidade.
O documento descreve a população indígena no Brasil ao longo do tempo, desde a chegada dos europeus até os dias atuais. A diversidade de povos indígenas foi reduzida de mil para 300 etnias, falando 270 línguas, embora tenham influenciado fortemente a cultura brasileira. O documento também discute a distribuição atual da população indígena e características de suas terras e culturas.
O documento descreve a história dos quilombos no Brasil pós-abolição e o caso específico da comunidade quilombola de Furnas do Dionísio. A comunidade foi fundada em 1901 por Dionísio Antônio Vieira e atualmente possui cerca de 400 moradores. Sua economia é baseada na agricultura familiar e produção artesanal para subsistência e comércio local.
O documento discute a evolução do conceito de raça no Brasil. Inicialmente, raça era usada para explicar diferenças culturais entre povos, mas depois passou a significar um ideal de homogeneidade nacional através da mestiçagem e embranquecimento. Mais recentemente, o termo voltou a ser usado por movimentos negros como estratégia política para reivindicar inclusão e igualdade, em vez de exclusão.
O documento contém 10 perguntas e respostas sobre tópicos relacionados a cidadania, direitos sociais, segregação espacial e populações tradicionais no Brasil. As perguntas abordam questões como manifestações populares, direitos humanos e trabalhistas, desigualdade social, meio ambiente, escravidão, discriminação racial e segregação.
O documento discute a educação quilombola no Brasil. (1) Descreve como quilombos eram vistos no passado e como a visão mudou com a Constituição de 1988. (2) A Constituição reconheceu a propriedade de terras quilombolas e o direito à educação considerando suas especificidades culturais. (3) Uma proposta educacional quilombola deve valorizar os saberes locais e romper com uma visão hierárquica que perpetua o poder de certos grupos.
O documento aborda questões sociais no Brasil, incluindo direitos humanos, desigualdade e segregação. As perguntas cobrem tópicos como manifestações populares por melhores condições de vida, direitos sociais, populações tradicionais, escravidão e discriminação racial.
O documento aborda temas como cidadania, direitos sociais, segregação espacial e populações tradicionais no Brasil. Ele contém 10 perguntas sobre estas temáticas com imagens, charges e gráficos relacionados. As perguntas discutem tópicos como manifestações populares, direitos humanos e trabalhistas, desigualdade social, populações quilombolas e caiçaras e a discriminação racial no Brasil.
O artigo descreve a experiência de um ex-escravo chamado Hipólito Xavier Ribeiro que testemunhou importantes eventos da história brasileira como a abolição da escravidão em 1888. No entanto, apesar da liberdade, os descendentes de escravos não conquistaram a cidadania de fato. As elites tentaram apagar o passado escravista e substituíram a discriminação institucionalizada no lugar da escravidão.
Atividades república oligárquica sociedadeDoug Caesar
1) A população rural brasileira na República Oligárquica sofria com doenças como verminoses devido à falta de saneamento básico e água potável, levando a uma situação de saúde precária.
2) A má alimentação causava problemas de saúde e desenvolvimento em ratos e na população do "Vale da Miséria" em Minas Gerais, que chegava a comer sopa de barro por falta de comida.
3) "Fantasmas" registravam grandes latifúndios em seu nome para realizar
1) O documento descreve uma oficina sobre futuros realizada no Fórum Social Mundial em 2009 no Brasil
2) Vários autores contribuíram com visões de futuro, incluindo uma sociedade telepática, cidades submersas sob a água, e viver em harmonia com a natureza
3) A oficina teve lista de presença de participantes de várias instituições
1) O documento discute a crise do atual sistema capitalista e seu impacto na humanidade e no meio ambiente
2) Defende a necessidade de um novo paradigma que promova a solidariedade, a sustentabilidade e o cuidado com a natureza
3) Aponta exemplos dos problemas causados pelo atual modelo, como desigualdade, consumismo, poluição e aquecimento global, e a necessidade de buscar novos valores
O documento discute as ameaças enfrentadas por comunidades tradicionais no Vale do Ribeira em São Paulo, incluindo despejos de terras e a proposta de construção de hidrelétricas que inundariam suas terras. As comunidades propõem um modelo alternativo de desenvolvimento que valorize sua conexão com a natureza e cultura local.
PANTANAL/MS E AS NOVAS RELAÇÕES COM A NATUREZA: DAS ERVAS MEDICINAIS AOS MEDI...1sested
O documento discute as novas relações entre as pessoas do Pantanal e a natureza, com foco no uso de ervas medicinais versus medicamentos industrializados. A introdução descreve como a modernização trouxe novos hábitos ao Pantanal, incluindo o uso crescente de remédios de farmácia. O texto analisa como a globalização e a primazia da ciência influenciaram essa mudança, substituindo os saberes tradicionais por produtos validados cientificamente.
REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR: ESTUDO DE CASO SOB...1sested
1. O documento discute as condições de vida e trabalho em um assentamento rural no sul da Bahia, Brasil. 2. Foi identificada pobreza extrema entre as famílias assentadas, baixa capacidade de investimento, e dependência de intermediários para venda de cacau. 3. O estudo analisa o modo de vida rural dos assentados utilizando o modelo proposto por Bebbington para entender os desafios de empoderamento e desenvolvimento sustentável.
O documento discute a diversidade humana no Brasil, observada nos aspectos físicos e culturais da população. Apesar das diferentes características, os brasileiros compartilham da mesma cultura e estão sob as mesmas leis. O módulo irá explorar as diferentes etnias e culturas que formam o povo brasileiro.
O documento discute o crescimento da cidade de Goiânia e seus impactos na vida urbana e nas pessoas. Em particular, fala sobre a perda do humanismo nas ruas à medida que a cidade cresceu rapidamente e as pessoas passaram a viver mais apressadas e centradas no tempo.
O documento discute a Amazônia brasileira, descrevendo sua importância ambiental e diversidade cultural. Apresenta os desafios atuais como o desenvolvimento predatório, desmatamento, mineração e grandes obras que ameaçam os povos tradicionais e o meio ambiente. Defende um modelo sustentável de progresso que proteja a Amazônia e os direitos dos povos que nela vivem.
O documento discute a história do Brasil e as desigualdades sociais no país. Afirma que o Brasil sempre foi retratado de forma idealizada pela mídia, mas que na realidade existem grandes problemas sociais como pobreza, violência e corrupção. Também critica programas de TV que se aproveitam da miséria humana apenas para aumentar a audiência.
O documento resume uma palestra de Leonardo Boff no Fórum Social Mundial de 2009 criticando o atual sistema capitalista e defendendo a necessidade de um novo paradigma de desenvolvimento sustentável e solidário que respeite os limites do planeta e promova o bem-estar de toda a humanidade.
O documento descreve a população indígena no Brasil ao longo do tempo, desde a chegada dos europeus até os dias atuais. A diversidade de povos indígenas foi reduzida de mil para 300 etnias, falando 270 línguas, embora tenham influenciado fortemente a cultura brasileira. O documento também discute a distribuição atual da população indígena e características de suas terras e culturas.
O documento descreve a história dos quilombos no Brasil pós-abolição e o caso específico da comunidade quilombola de Furnas do Dionísio. A comunidade foi fundada em 1901 por Dionísio Antônio Vieira e atualmente possui cerca de 400 moradores. Sua economia é baseada na agricultura familiar e produção artesanal para subsistência e comércio local.
O documento discute a evolução do conceito de raça no Brasil. Inicialmente, raça era usada para explicar diferenças culturais entre povos, mas depois passou a significar um ideal de homogeneidade nacional através da mestiçagem e embranquecimento. Mais recentemente, o termo voltou a ser usado por movimentos negros como estratégia política para reivindicar inclusão e igualdade, em vez de exclusão.
O documento contém 10 perguntas e respostas sobre tópicos relacionados a cidadania, direitos sociais, segregação espacial e populações tradicionais no Brasil. As perguntas abordam questões como manifestações populares, direitos humanos e trabalhistas, desigualdade social, meio ambiente, escravidão, discriminação racial e segregação.
O documento discute a educação quilombola no Brasil. (1) Descreve como quilombos eram vistos no passado e como a visão mudou com a Constituição de 1988. (2) A Constituição reconheceu a propriedade de terras quilombolas e o direito à educação considerando suas especificidades culturais. (3) Uma proposta educacional quilombola deve valorizar os saberes locais e romper com uma visão hierárquica que perpetua o poder de certos grupos.
O documento aborda questões sociais no Brasil, incluindo direitos humanos, desigualdade e segregação. As perguntas cobrem tópicos como manifestações populares por melhores condições de vida, direitos sociais, populações tradicionais, escravidão e discriminação racial.
O documento aborda temas como cidadania, direitos sociais, segregação espacial e populações tradicionais no Brasil. Ele contém 10 perguntas sobre estas temáticas com imagens, charges e gráficos relacionados. As perguntas discutem tópicos como manifestações populares, direitos humanos e trabalhistas, desigualdade social, populações quilombolas e caiçaras e a discriminação racial no Brasil.
O artigo descreve a experiência de um ex-escravo chamado Hipólito Xavier Ribeiro que testemunhou importantes eventos da história brasileira como a abolição da escravidão em 1888. No entanto, apesar da liberdade, os descendentes de escravos não conquistaram a cidadania de fato. As elites tentaram apagar o passado escravista e substituíram a discriminação institucionalizada no lugar da escravidão.
Atividades república oligárquica sociedadeDoug Caesar
1) A população rural brasileira na República Oligárquica sofria com doenças como verminoses devido à falta de saneamento básico e água potável, levando a uma situação de saúde precária.
2) A má alimentação causava problemas de saúde e desenvolvimento em ratos e na população do "Vale da Miséria" em Minas Gerais, que chegava a comer sopa de barro por falta de comida.
3) "Fantasmas" registravam grandes latifúndios em seu nome para realizar
1) O documento descreve uma oficina sobre futuros realizada no Fórum Social Mundial em 2009 no Brasil
2) Vários autores contribuíram com visões de futuro, incluindo uma sociedade telepática, cidades submersas sob a água, e viver em harmonia com a natureza
3) A oficina teve lista de presença de participantes de várias instituições
1) O documento discute a crise do atual sistema capitalista e seu impacto na humanidade e no meio ambiente
2) Defende a necessidade de um novo paradigma que promova a solidariedade, a sustentabilidade e o cuidado com a natureza
3) Aponta exemplos dos problemas causados pelo atual modelo, como desigualdade, consumismo, poluição e aquecimento global, e a necessidade de buscar novos valores
O documento discute as ameaças enfrentadas por comunidades tradicionais no Vale do Ribeira em São Paulo, incluindo despejos de terras e a proposta de construção de hidrelétricas que inundariam suas terras. As comunidades propõem um modelo alternativo de desenvolvimento que valorize sua conexão com a natureza e cultura local.
PANTANAL/MS E AS NOVAS RELAÇÕES COM A NATUREZA: DAS ERVAS MEDICINAIS AOS MEDI...1sested
O documento discute as novas relações entre as pessoas do Pantanal e a natureza, com foco no uso de ervas medicinais versus medicamentos industrializados. A introdução descreve como a modernização trouxe novos hábitos ao Pantanal, incluindo o uso crescente de remédios de farmácia. O texto analisa como a globalização e a primazia da ciência influenciaram essa mudança, substituindo os saberes tradicionais por produtos validados cientificamente.
REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR: ESTUDO DE CASO SOB...1sested
1. O documento discute as condições de vida e trabalho em um assentamento rural no sul da Bahia, Brasil. 2. Foi identificada pobreza extrema entre as famílias assentadas, baixa capacidade de investimento, e dependência de intermediários para venda de cacau. 3. O estudo analisa o modo de vida rural dos assentados utilizando o modelo proposto por Bebbington para entender os desafios de empoderamento e desenvolvimento sustentável.
O COTIDIANO DOS AGENTES PÚBLICOS NO ESPAÇO DA FRONTEIRA - QUELIM DAIANE CRIVE...1sested
[1] O documento discute o cotidiano de agentes públicos que atuam em regiões de fronteira e como sua percepção do local pode ser influenciada.
[2] Agentes públicos federais geralmente não nasceram na cidade onde trabalham e desconhecem os costumes locais.
[3] Para compreender plenamente a fronteira, os agentes precisam vivenciar o cotidiano local em vez de apenas percebê-lo de fora.
OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO E A PRESERVAÇÃO DO SABER LOCAL EM PORTO DA MAN...1sested
O documento discute os desafios do desenvolvimento e preservação do saber local na comunidade de Porto da Manga no Pantanal brasileiro. A comunidade enfrenta ameaças como o isolamento, a falta de apoio do poder público e a dificuldade de absorver as mudanças da sociedade digitalizada sem perder sua cultura única e conhecimento tradicional transmitido oralmente entre gerações.
ESTADO DA ARTE DA PRODUÇÃO DO CARVÃO VEGETAL NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL ...1sested
O documento discute a produção de carvão vegetal no estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Ele descreve o processo de produção atual baseado em fornos rudimentares e identifica problemas como baixa eficiência, poluição e riscos à saúde. Também destaca a necessidade de investimentos tecnológicos para melhorar a sustentabilidade, produtividade e lucros do setor.
ASPECTOS SOCIAIS E EDUCACIONAIS NO MEIO AMBIENTE: UM ESTUDO DE CASO DA ARACRU...1sested
O documento descreve as ações de responsabilidade social e ambiental da empresa Aracruz Celulose nos municípios onde atua, entre 2003-2008. O estudo analisa programas socioambientais, sociais e educacionais da empresa, incluindo iniciativas de preservação ambiental, apoio a escolas e qualificação profissional. O objetivo é avaliar os esforços da Aracruz Celulose em promover o desenvolvimento sustentável nas regiões onde opera.
PATRIMONIO CINEMATOGRÁFICO EM CAMPO GRANDE: PERSPECTIVAS DE SUSTENTABILIDADE ...1sested
Este documento discute o patrimônio cinematográfico na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. Ele analisa a importância histórica e cultural dos cinemas na vida da população local e como esses espaços culturais foram em grande parte substituídos por outros que não preservam o patrimônio cultural. Também aborda conceitos como cultura, território, memória e desenvolvimento local para entender como o patrimônio cinematográfico pode ser preservado e aproveitado para promover o lazer da popula
ANÁLISE DAS RESPOSTAS DALOCALIDADE AO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO EDAS POSSIBILI...1sested
O documento analisa as respostas da cidade de Birigui, São Paulo ao processo de globalização desde a abertura econômica dos anos 1990 no setor calçadista. Começando com poucas empresas na década de 1950, o setor cresceu rapidamente e hoje responde por 10% da produção nacional de calçados. Nos últimos 20 anos, a cidade desenvolveu estratégias como feiras, programas de qualidade e consórcios de exportação para enfrentar a concorrência externa, especialmente da China. O estudo avalia se essas respostas constit
YERBA MATE: EXPORT & TRADITION IN BRAZIL - MARLY CAVALCANTI1sested
This document discusses the history, production, and health benefits of yerba mate. It begins by describing how yerba mate originated with Guarani Indians and was later cultivated by Jesuits in Brazil, Paraguay, and Argentina. Studies have found that yerba mate contains caffeine but may have other compounds that reduce its negative effects. Research has shown yerba mate can lower cholesterol and blood sugar levels, aid digestion, and help prevent cancer and heart disease due to its antioxidant properties. Brazil aims to increase yerba mate exports by 10% between 2010-2011, with half of the growth coming from sales to Arab countries like Saudi Arabia and Egypt. Production of yerba mate in Brazil is currently dominated by Parana state, followed by
ESTRATEGIAS DE LA INDUSTRIA CULTURAL MEXICANA PARA EL DESARROLLO REGIONAL DEL...1sested
Este documento analiza las estrategias de la industria cultural mexicana para promover el desarrollo regional a través de la artesanía huichol en el norte de Jalisco. Examina el papel de las industrias culturales y la artesanía en la economía y la preservación de la identidad cultural. El objetivo es analizar la importancia de promover la producción artesanal huichol con fines turísticos, culturales, económicos y sociales en la región. Propone alternativas estratégicas para que el estado y otras instituciones impul
COMUNIDADE BARRA DO SÃO LOURENÇO: PANTANAL COM O HOMEM PANTANEIRO - JOSEMAR D...1sested
O documento descreve a comunidade Barra do São Lourenço, localizada no Pantanal brasileiro. A comunidade é relativamente nova e formada por pessoas que foram forçadas a deixar suas terras anteriores. Os moradores atualmente vivem da pesca e coleta de iscas para barcos de turismo, porém enfrentam dificuldades devido ao isolamento da região.
A REGIÃO CENTRO-OESTE NO CONTEXTO DA INTEGRAÇÃO REGIONAL: UMA ANÁLISE A PARTI...1sested
O documento discute o papel da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) no processo de integração da região Centro-Oeste à economia nacional brasileira durante os anos 1960-1990. A Sudeco priorizou investimentos em infraestrutura para transporte de commodities agrícolas e expansão da fronteira agrícola, visando atender aos interesses do capital e integrar a região como fornecedora de matérias-primas e mercado consumidor. No entanto, tal "integração" aumentou a dependência da regi
EFEITOS DA EXPANSÃO DA CANA DE AÇÚCAR NO SUDOESTE DO ESTADO DE MATO GROSSO DO...1sested
1) O documento analisa os impactos da expansão da cana-de-açúcar no sudoeste de Mato Grosso do Sul, Brasil, realizando entrevistas e pesquisas na bacia do rio Ivinhema.
2) Foram encontrados tanto impactos positivos como aumento de empregos, mas também negativos como conflitos fundiários e problemas de saúde pública.
3) É importante uma abordagem territorial sustentável para minimizar os impactos e promover o desenvolvimento das cidades da região.
O CIRCUITO ECONÔMICO DOS RESÍDUOS RECICLÁVEIS E A INSERÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE...1sested
Este documento discute o circuito econômico da reciclagem e a inserção das associações de catadores na Bacia do Rio Ivinhema no Brasil. A reciclagem tem ganhado importância por reduzir desperdício e problemas ambientais. As associações de catadores buscam melhorar as condições de trabalho, mas enfrentam desafios em estruturar a coleta seletiva e organização do trabalho. A coleta seletiva porta-a-porta é proposta como solução, mas requer participação dos moradores e organização dos catadores.
ECONOMIA INSTITUCIONAL E OS NÚMEROS DA DESIGUALDADE REGIONAL NO PERIODO DE 20...1sested
1) O documento discute a desigualdade regional no Brasil entre 2002-2010 usando indicadores socioeconômicos e a teoria da Nova Economia Institucional.
2) A desigualdade regional diminuiu consideravelmente desde 2002, mas as regiões Sul e Sudeste ainda têm os melhores índices.
3) As instituições desempenham um papel importante na compreensão das diferenças de desenvolvimento regional.
OS PRODUTORES DE CACAU DA AGRICULTURA FAMILIAR DO BRASIL: ANÁLISE DAS CONDIÇÕ...1sested
O documento descreve a situação dos produtores de cacau da agricultura familiar no Brasil, com foco nos estados da Bahia, Pará e Espírito Santo. Os produtores da Bahia enfrentam baixa produtividade e renda, dependendo principalmente da venda de cacau convencional. Eles possuem pouco conhecimento sobre mercados de qualidade e falta assistência técnica. Os principais desafios são logística precária, preços instáveis e dificuldade de acesso a crédito e insumos.
FOME: UM CASO DE (IN) SUSTENTABILIDADE ALIMENTAR OU (IN) SEGURANÇA POLÍTICA? ...1sested
O documento discute o problema global e local do desperdício de alimentos. Ao redor de 1/3 dos alimentos produzidos no mundo são desperdiçados, o que é suficiente para alimentar 870 milhões de pessoas. No Brasil, cerca de 35% da produção agrícola é desperdiçada, enquanto milhões passam fome. Apesar da alta produção de alimentos, o acesso inadequado contribui para a fome no país. O documento também analisa os desafios do desperdício em um bairro pobre de Campo Grande
CONTRIBUIÇÃO DE IMAGENS CBERS/WFI E MODIS NA IDENTIFICAÇÃO DOS LIMITES DAS SU...1sested
Este documento descreve um estudo que utilizou imagens de satélite para mapear as 18 sub-regiões do Pantanal e definir seus limites. As imagens permitiram identificar diferenças na vegetação, solo, relevo e inundação entre cada sub-região. Os limites mapeados visam auxiliar o planejamento ambiental para garantir a conservação das características naturais únicas do Pantanal.
O documento descreve várias comunidades quilombolas em Mato Grosso do Sul, incluindo suas origens e características atuais. Furnas do Dionísio foi fundada em 1901 por ex-escravos e atualmente é composta por 89 famílias. A Comunidade São Benedito remonta a 1887 quando Eva Maria de Jesus conseguiu sua alforria e estabeleceu o quilombo, do qual descendem cerca de 2 mil pessoas hoje. Furnas de Boa Sorte foi fundada no século 19 por três ex-escravos de Minas Gerais
A aula abordará os impactos ambientais nas áreas urbanas e a gestão ambiental urbana no Brasil. Os principais problemas discutidos incluem saneamento, poluição hídrica e atmosférica, ocupações humanas em áreas de risco e vulnerabilidade socioambiental. A aula também comparará a agenda verde dos países ricos com a agenda marrom dos países pobres, que enfrentam problemas ambientais decorrentes do subdesenvolvimento nas cidades.
Quilombo Chácara das Rosas - Prof. Dra. Elsa Avancinialexrrosaueja
1) O documento descreve a história da Comunidade Quilombola Chácara das Rosas em Canoas/RS, desde sua origem até o processo de reconhecimento oficial como quilombo em 2007.
2) A comunidade formou-se a partir de um casal que se mudou para a área na década de 1940 e manteve tradições culturais e de plantio mesmo com a urbanização da região.
3) Após estudos sobre a memória e população da comunidade, ela foi oficialmente reconhecida como remanescente de
O documento explica a origem da palavra quilombo e o significado de quilombola. Descreve que quilombolas são descendentes de escravos que fugiram e formaram comunidades entre os séculos XVI e XIX. Essas comunidades mantêm uma rica cultura afro-brasileira, mas enfrentam dificuldades de acesso à saúde e educação.
Quilombolas são os descendentes de escravos que fugiram e formaram comunidades chamadas quilombos. Atualmente existem mais de 1200 comunidades quilombolas no Brasil, que preservam sua cultura mas enfrentam dificuldades de acesso à saúde, educação e terras. As escolas nas comunidades quilombolas geralmente têm infraestrutura precária e falta de professores qualificados.
O documento descreve a história e o desenvolvimento das comunidades quilombolas de Parateca e Pau D'Arco, localizadas no município de Malhada, Bahia. O movimento CETA trouxe contribuições significativas para o reconhecimento das comunidades como assentamento quilombola e seu desenvolvimento social, incluindo benefícios educacionais. Os membros das comunidades relataram mudanças positivas resultantes das reivindicações do movimento CETA.
O documento discute as diretrizes para a educação escolar quilombola no Brasil. A educação quilombola deve respeitar a especificidade cultural de cada comunidade e ter professores com formação específica. Além disso, as escolas quilombolas devem ser construídas em territórios tradicionais dessas comunidades e preservar sua cultura.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO QUILOMBOLAJoel Soares
O documento discute as diretrizes para a educação escolar quilombola no Brasil. A educação quilombola deve respeitar a especificidade cultural de cada comunidade e ter professores com formação específica. As escolas quilombolas devem valorizar a diversidade cultural de acordo com as diretrizes nacionais e deliberações sobre educação.
O documento discute a noção de território e identidade de comunidades quilombolas. Apresenta três pontos principais: 1) Território quilombola como espaço de memória, liberdade e pertencimento; 2) Identidade quilombola construída a partir da ancestralidade negra e em contraste com o "outro"; 3) Importância da titulação de terras quilombolas para o reconhecimento dessas comunidades e direitos à terra e território.
O documento discute a educação em duas comunidades quilombolas brasileiras, São Miguel dos Pretos no Rio Grande do Sul e a Comunidade Kalunga em Goiás. A educação nas comunidades enfrenta desafios devido à falta de infraestrutura e reconhecimento da cultura e história negra. A escola é vista como um local importante para construir conhecimento e autoestima, mas é necessário incluir a perspectiva e saberes quilombolas nos currículos escolares.
Este documento discute a educação quilombola no Brasil em 5 programas. O Programa 1 aborda o conceito de quilombo, destacando que quilombolas mantêm preservados, até hoje, a consciência de sua história e cultura através da terra. A terra representa patrimônio cultural e histórico para essas comunidades, que desenvolvem atividades na terra e marcam sua história nela.
Trabalho conclusão curso ufmt silvânio paulo de barcelosguest322cf8
Este documento apresenta um projeto de pesquisa sobre a religião e a magia na comunidade remanescente quilombola Mata Cavalos e seus imigrantes. O projeto visa analisar como esses grupos se apropriaram do sagrado para manter sua identidade negra e ancestral, fortalecendo os laços de reciprocidade. Hipóteses incluem que práticas culturais como rituais e festas ajudaram a preservar a identidade e pertencimento ao grupo.
A recente afronta aos direitos e a vida dos povos indígenas e quilombolas no ...UFPB
1) O documento discute as ameaças recentes aos direitos dos povos quilombolas no Brasil, incluindo invasões de terras, falta de políticas públicas e violência.
2) Historicamente, esses povos sofreram violência e perseguição que resultaram na dispersão ou extinção de muitos grupos.
3) Atualmente há propostas legislativas e ações do governo que ameaçam os direitos conquistados constitucionalmente por esses povos à terra e autodeterminação.
Aula Quilombos no Brasil - Prof. Elsa Avancinialexrrosaueja
1) O documento discute a origem e evolução do conceito de quilombo no Brasil, desde os primeiros quilombos de escravos fugidos até as atuais comunidades quilombolas.
2) Atualmente o termo quilombo engloba não apenas comunidades de escravos fugidos, mas também grupos que desenvolvem modos de vida e territorialidade próprios baseados no uso comum da terra.
3) Mais de 2 mil comunidades quilombolas foram cadastradas no Brasil, principalmente nos estados do Maranhão, Bahia e Pará
O documento apresenta o Programa Brasil Quilombola, que tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável das comunidades remanescentes de quilombos através do acesso à terra, regularização fundiária, e implementação de políticas públicas de saúde, educação, infraestrutura e geração de renda. O programa foi lançado em 2004 e envolve ações de vários órgãos governamentais para garantir os direitos dessas comunidades.
O documento discute como a legislação brasileira facilitou a criação de reservas indígenas e quilombolas com base em declarações e laudos antropológicos duvidosos, levando a que 77,6% do território nacional hoje seja demarcado e potencialmente 90,6%. Isso ameaça o desenvolvimento econômico em muitas regiões e levou a casos absurdos de "índios ressurgidos" e comunidades que adotam identidades étnicas principalmente para obter benefícios do governo.
PowerPoint usado em aula para abordar a polêmica da "Farra da Antropologia Oportunista", matéria publicada pela revista Veja com ampla rejeição por parte dos antropólogos citados.
I Estágio de Vivência Quilombola UFU e SER negro em ParacatuLara Luisa
O documento discute a situação da população negra em Paracatu, MG. Aponta que 80% da população é preta ou parda, mas há pouca representatividade política. Também destaca o racismo institucional, a necessidade de valorizar a cultura e história afro-brasileira local e combater o genocídio negro. Finalmente, enumera ações prioritárias como empoderar a comunidade negra e implementar políticas de igualdade racial.
- A lei sancionada em 2008 pelo presidente Lula tornou obrigatório o ensino de história e cultura indígena nas escolas brasileiras, visando reduzir a ignorância e preconceitos sobre a diversidade cultural do país.
- Lideranças indígenas como Álvaro Tukano e Gersem Luciano militaram por este reconhecimento, interessados não apenas em aspectos políticos, mas na preservação de suas culturas e identidades étnicas.
- O Brasil apresenta grande diversidade cultural, com mais de 200 sociedades ind
O documento fornece um resumo sobre as comunidades quilombolas no Pará. Descreve a escravidão negra no estado entre os séculos XVII e XIX e a formação de quilombos após a abolição. Apresenta características das comunidades quilombolas atuais e discute a situação social da população negra no Brasil e no Pará. Por fim, resume os resultados do Atlas Geossociolinguístico Quilombola do Nordeste do Pará, que mapeou a variedade linguística de seis comunidades.
Este documento descreve as atividades de pesquisa do Grupo PET-História da África sobre 11 comunidades negras rurais no sul do Rio Grande do Sul. Essas comunidades enfrentam problemas de desenvolvimento e inclusão social, com renda mínima, pouca terra e pouca presença do Estado. O grupo busca dar visibilidade a essas comunidades e preservar sua história e cultura.
Hebe Mattos: Remanescentes das comunidades dos quilombosGeraa Ufms
1) O artigo discute o reconhecimento legal das comunidades remanescentes de quilombos no Brasil pela Constituição de 1988 e o processo de emergência de novas comunidades quilombolas.
2) Apesar de nem sempre serem descendentes diretos de quilombos históricos, essas comunidades negros rurais tradicionais passaram a se identificar como quilombolas para reivindicar direitos territoriais.
3) Regiões como o Maranhão e o Pará têm alta proporção dessas novas com
Semelhante a ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA O SANEAMENTO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS: Estudo de Caso nas Comunidades Tia Eva e Furnas do Dionísio (20)
Hebe Mattos: Remanescentes das comunidades dos quilombos
ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA O SANEAMENTO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS: Estudo de Caso nas Comunidades Tia Eva e Furnas do Dionísio
1. ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA O SANEAMENTO EM COMUNIDADES
QUILOMBOLAS: Estudo de Caso nas Comunidades Tia Eva e Furnas do Dionísio
Ariadne Barros Andrino, UCDB, ariadne.b02@gmail.com
Priscila de Morais Lima, UCDB, pri.lima.91@gmail.com
Fernando Jorge Corrêa Magalhães Filho, UCDB, fernandojcmf@hotmail.com
RESUMO – Os remanescentes de Quilombos são comunidades habitadas pelos
descendentes dos escravos fugitivos do período Brasil colonial. Os Quilombolas, como são
conhecidos atualmente, se tornaram marginalizados da sociedade devido à localização
afastada, que contribuiu para as condições precárias de escolaridade, habitação e
saneamento. Nesse sentido existe a necessidade de estudos em prol da melhoria da qualidade
de vida dessas comunidades. O objetivo do trabalho é analisar as condições atuais de
saneamento de duas comunidades localizadas no Estado do Mato Grosso do Sul, Eva Maria
de Jesus (310 habitantes) e Furnas do Dionísio (430 habitantes), sendo uma comunidade
urbana e a outra rural, respectivamente. Foi realizada uma pesquisa-ação participativa com
aplicação de questionários a partir de visitas nas comunidades. A comunidade Eva Maria de
Jesus, por estar incluída no contexto urbano do Município de Campo Grande, possui coleta
dos resíduos sólidos gerados, sistema de drenagem de águas pluviais e abastecimento de
água tratada. Já a comunidade Furnas do Dionísio está localizada na zona rural do Município
de Jaraguari e não possui os mesmos benefícios, sendo privada de drenagem das águas
pluviais, coleta dos resíduos sólidos, e a água para consumo é proveniente de fontes
alternativas (mina d’água e/ou rio e poço artesiano). E apesar das diferenças, ambas as
comunidades não são atendidas por sistema de esgotamento sanitário, fazendo o uso de
fossas secas para destinação de seus efluentes. Assim, devido à falta de recursos a população
de Furnas do Dionísio se mostrou mais receptiva a ideias de práticas sustentáveis.
Palavras-chave: Quilombolas, Saneamento, Eva Maria de Jesus, Furnas do Dionísio
INTRODUÇÃO
“Quilombo”, em seu significado original, refere-se a lugares de repouso de
comunidades nômades ou em deslocamento. No Brasil, ao longo dos anos, a palavra
adquiriu um novo significado: comunidades autônomas de escravos fugitivos, onde os
negros vivem de acordo com sua cultura originalmente africana (DUTRA, 2011).
Atualmente, essas comunidades são habitadas pelos descendentes desses escravos, os quais
são conhecidos como Quilombolas.
Segundo Sé (2009), os Quilombolas se tornaram marginalizados devido à
localização estratégica de suas comunidades, as quais se situavam em áreas de difícil acesso,
geralmente matas, para evitar que fossem recapturados. Assim, eles permaneceram em locais
afastados da civilização até os dias atuais, sendo esse o principal motivo pelo qual ainda
possuem condições precárias de escolaridade, moradia e saneamento.
O saneamento básico compreende os serviços de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos, realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do
meio ambiente, entre outros serviços, conforme a Política Nacional de Saneamento Básico
(PNSB), Lei Nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007 (BRASIL, 2007). No Brasil, das 214 mil
famílias Quilombolas existentes, 54,07% não possuem saneamento adequado, 55,21% não
possuem água canalizada, 33,06% não possuem banheiros ou sanitários, 57,98% queimam
ou enterram os resíduos sólidos no território e apenas 21,19% possuem coleta adequada
(BRASIL, 2013).
2. Existem diversas tecnologias disponíveis para o tratamento adequado de água,
esgoto e resíduos sólidos, a seleção das que se adaptam às características locais pode ser
realizada através da interação com a população a ser atendida, como o Sanitation 211
, que
auxilia na escolha de sistemas de saneamento sustentáveis. A falta destas, ou a falta de
conhecimento quanto à necessidade de um bom serviço de saneamento básico, faz com que
muitas pessoas vivam em ambientes insalubres e expostos a diversos riscos que podem
comprometer sua saúde (BRASIL, 2013), como a ocorrência de doenças como a leptospirose
e a cólera (BRASIL, 2004). Para evitar esses riscos se busca sempre a salubridade
ambiental, ou seja, a “qualidade ambiental capaz de prevenir a ocorrência de doenças
veiculadas pelo meio ambiente e de promover o aperfeiçoamento das condições mesológicas
favoráveis à saúde da população urbana e rural” (SÃO PAULO, 1992).
Assim, esse trabalho tem como objetivo caracterizar, analisar e comparar as
condições atuais de saneamento em duas comunidades Quilombolas localizadas no Estado
do Mato Grosso do Sul, Eva Maria de Jesus e Furnas do Dionísio, sendo uma comunidade
urbana e a outra rural, respectivamente.
HISTÓRICO DOS QUILOMBOS
A escravidão foi adotada no Brasil a partir do período colonial, ou seja, desde o seu
“descobrimento” em 1500 e durou até 1888 com a Lei Áurea. Os negros eram trazidos para
o Brasil da África, para servirem como mão-de-obra nos engenhos de açúcar no nordeste
brasileiro. Com isso, deu-se início a um período de brutalidade, opressão e preconceito, onde
os negros eram escravos sem direito algum, sendo castigados por motivo qualquer.
Entretanto, os negros não aceitaram passivamente a exploração e a brutalidade começando a
fazer revoltas nas fazendas, fugindo para as florestas em busca de abrigo e proteção. Assim
começaram a se formar os Quilombos, que eram comunidades bem organizadas, onde os
integrantes viviam em liberdade (MARTINS & NISHIJIMA, 2010).
Além dos Quilombos constituídos no período da escravidão, muitos foram
formados após a abolição formal da escravatura, pois essa forma de organização comunitária
continuaria a ser, para muitos, a única possibilidade de viver em liberdade. Constituir um
Quilombo tornou-se um imperativo de sobrevivência, posto que a Lei Áurea, que trouxe
anistia aos escravos, diferentemente do propugnado pelo movimento abolicionista, não levou
em conta mecanismos de redistribuição de terras (BRASIL, 2012).
Conforme o artigo 2º do Decreto 4.887 de 2003:
ART 2. Consideram-se remanescentes das comunidades dos Quilombos,
para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de
autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações
territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada
com a resistência à opressão histórica sofrida (BRASIL, 2003).
A chamada comunidade remanescente de quilombo é uma categoria social
relativamente recente, representa uma força social relevante no meio rural brasileiro, dando
nova tradução àquilo que era conhecido como comunidades negras rurais (mais ao centro,
sul e sudeste do país) e terras de preto (mais ao norte e nordeste), que também começa a
penetrar ao meio urbano (ARRUTI, 2006).
A Constituição Federal (1988) garante o direito às terras ocupadas pelas
comunidades Quilombolas através da seguinte redação:
1
Ferramenta desenvolvida pela International Water Association (IWA) para auxiliar na solução dos desafios
envolvendo saneamento de um modo geral, como planejamento e desenvolvimento de sistemas de saneamento
(IWA, 2006).
3. ART 68. Aos remanescentes das comunidades de Quilombos que estejam
ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o
Estado emitir-lhes os títulos respectivos (BRASIL, 1988).
Entretanto, foi apenas em 2003, com o Decreto Federal n° 4.887 que foi
regulamentado o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação
e titulação das terras, ocupadas por remanescentes das comunidades dos Quilombos. A partir
do Decreto nº 4883 de 2003 ficou transferida do Ministério da Cultura para o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA a competência para a delimitação das
terras dos remanescentes das comunidades dos Quilombos, bem como a determinação de
suas demarcações e titulações. Além disso, também decretou competência aos órgãos
estaduais e municipais, assim como as responsabilidades da Fundação Cultural Palmares-
(FCP) (BRASIL, 2003).
É a própria comunidade que se auto-reconhece “remanescente de quilombo”,
encaminhando uma declaração à FCP que emitirá uma Certidão de Auto-reconhecimento
para a comunidade. A partir disso, o INCRA pode iniciar os procedimentos para a titulação
do território dessas comunidades (BRASIL, 2012).
Conforme dados do INCRA (2012), existem 139 títulos expedidos em 124
territórios do Brasil. Contemplando 207 comunidades, 12.908 famílias e 995.009,09 hectares
de terras ocupadas por essas comunidades. A Figura 1 mostra a distribuição das
comunidades Quilombolas certificadas no território nacional brasileiro. Através dela é
possível estimar o número de famílias cadastradas em comunidades tituladas.
Figura 1- Distribuição das Certificações da Fundação Cultural Palmares.
Fonte: Adaptado de MDA/INCRA
Historicamente, o negro está socialmente excluído do processo de acesso a terra e
meios de produção, pois aquelas terras que foram recebidas por doação dos senhores feudais
não foram efetivamente dominadas, por falta de recursos e perda de membros e lideranças
(BRASIL, 2009).
4. Quilombolas no Brasil
As comunidades constituídas por Quilombolas não existem somente no Brasil, mas
também em países como Colômbia, Equador, Suriname, Nicarágua, Honduras e Belize. No
Brasil, essas comunidades estão localizadas em todas as regiões, algumas comunidades
ocupam regiões isoladas da Amazônia, outras em zonas rurais de regiões já bastante
desenvolvidas e outras ainda já habitam as cidades, pois a civilização foi de encontro ao seu
território (ANDRADE, 2007).
No Brasil, atualmente, existem 2.197 comunidades reconhecidas oficialmente pelo
Estado, sendo que desses 2.040 são certificadas pela FCP. Assim, são aproximadamente 214
mil famílias e 1,17 milhão de Quilombolas em todo o território nacional (BRASIL, 2013).
Em 2004, devido à necessidade de melhoria das condições de vida e de organização
das comunidades remanescentes de Quilombos, sob a coordenação Secretaria de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR o governo federal elaborou o Programa Brasil
Quilombola, (BRASIL, 2004).
O Quadro 1 apresenta as melhorias realizadas pelo governo federal através do
Programa Brasil Quilombola de 2012 para 2013.
Julho 2012 Janeiro 2013
63% possuem piso de terra batida 48,7% possuem piso de terra batida
62% não possuem água canalizada 55,21% não possuem água canalizada
36% não possuem banheiro ou sanitário 33,06% não possuem banheiro ou sanitário
76% não possuem saneamento adequado 54,07% não possuem saneamento adequado
58% queimam ou enterram o lixo no
território
57,98% queimam ou enterram o lixo no
território
20% possuem coleta adequada 21,19% possuem coleta adequada
Quadro 1- Situação dos Domicílios Quilombolas
Fonte: Programa Brasil Quilombola – Relatório de Gestão 2012. SEPPIR, 2013.
O Quadro1 mostra as condições dos domicílios da população quilombola em julho
de 2012 e janeiro de 2013. Através dessa comparação é possível observar a mudança que
vem ocorrendo na vida dessas pessoas, porém, ainda necessitam de muitas melhorias em
suas condições de moradia, saneamento e saúde.
A principal finalidade do Programa Brasil Quilombola é:
[...] coordenar as ações governamentais para as comunidades
remanescentes de quilombo por meio de articulações transversais,
territoriais e interinstitucionais, com ênfase na participação da
sociedade civil. O Programa é coordenado por meio da SEPPIR,
junto à Subsecretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais e
conta com 21 órgãos da administração pública federal (BRASIL,
2004).
O Programa articula-se em quatro eixos que são: acesso à terra, infraestrutura e
qualidade de vida, desenvolvimento local e inclusão produtiva e direitos e cidadania. A
preocupação com o saneamento está inserida dentro do eixo infraestrutura e qualidade de
vida sendo a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA a responsável pelas ações e
programas de saneamento para municípios e comunidades com menos de 50.000 habitantes,
incluindo então os remanescentes de Quilombos (BRASIL, 2013).
A FUNASA iniciou seus trabalhos em Quilombos em 2003, na comunidade
Kalunga em Goiás. No entanto, as ações foram intensificadas a partir de 2004 com a
5. definição de uma programação orçamentária federal. Uma das metas da FUNASA no Plano
Plurianual (PPA) – 2012-2015 é implantar obras de saneamento em 375 comunidades
remanescentes de Quilombos (BRASIL, 2013).
Apesar dos esforços da FUNASA e do Governo Federal, algumas comunidades
ainda permanecem em condições precárias e com déficit na área saneamento, como em Mato
Grosso do Sul que possui diversas comunidades que necessitam de investimentos para a
melhoria da qualidade de vida dos Quilombolas.
Remanescentes de Quilombos no Mato Grosso do Sul
Conforme dados divulgados do INCRA (2013), existem 22 comunidades
Quilombolas identificadas no Mato Grosso do Sul e dessas 21 possuem a Certidão de
Autorreconhecimento expedida pela FCP e 18 apresentam processos de regularização
fundiária no INCRA.
Município Comunidade Data de
Publicação
Dourados Picadinha/Comunidade Negra Rural Quilombola Dezidério Felipe
de Oliveira
19/04/2005
Maracaju São Miguel 19/04/2005
Corguinho Furnas de Boa Sorte 25/05/2005
Jaraguari Furnas do Dionísio 25/05/2005
Campo
Grande
Chácara Buriti 19/08/2005
Figueirão Santa Tereza 19/08/2005
Pedro
Gomes
Família Quintino 19/08/2005
Rio Negro Ourolândia 19/08/2005
Sonora Família Bispo 19/08/2005
Terenos Comunidade dos Pretos 19/08/2005
Nioaque Família Cardoso 09/11/2005
Nioaque Comunidade Negra das Famílias Araújo e Ribeiro 12/05/2006
Campo
Grande
Comunidade Negra São João Batista 07/06/2006
Aquidauana Furnas dos Baianos 07/02/2007
Rio
Brilhante
Família Jarcem 02/03/2007
Campo
Grande
Eva Maria de Jesus Tia Eva (Vila São Benedito) 05/03/2008
Corumbá Ribeirinha Família Osório 06/07/2010
Nioaque Ribeirinha Família Bulhões 17/06/2011
Nioaque Ribeirinhos Família Romano Martins da Conceição 17/06/2011
Corumbá Maria Theodora Gonçalves de Paula 22/12/2011
Bonito Águas do Miranda 03/09/2012
TOTAL 21
Quadro 2- Comunidades certificadas no MS.
Fonte: Adaptada de Fundação Cultural Palmares
O Quadro 2 mostra as comunidades certificadas no MS, com suas respectivas datas
de publicação da certificação. Essas comunidades foram fundadas essencialmente, por
negros vindos de outros estados à procura de terras e locais seguros para se alojarem.
6. Vinham, encontravam as terras desocupadas do então estado do Mato Grosso, voltavam para
buscar suas famílias e aqui iniciavam suas comunidades (BRASIL, 2009).
De acordo com os estudos de Santos (2010), os fundadores das comunidades
Quilombolas existentes em Mato Grosso do Sul vieram da mesma região, alguns até mesmo
na mesma comitiva. Sendo assim, é possível encontrar parentes e amigos espalhados pelas
comunidades, principalmente entre as comunidades: Furnas do Dionísio, Eva Maria de Jesus
– tia Eva e Chácara Buriti.
Furnas do Dionísio
A comunidade Furnas do Dionísio, fica localizada a 47 quilômetros de Campo
Grande/MS no município de Jaraguari/MS, ao sul da Vila Paratudo e ao norte de
Rochedinho. A comunidade negra encontra-se neste local desde o final do século passado,
antes mesmo da criação do município (OLIVEIRA et al., 2002).
Segundo relatos dos moradores e da análise dos estudos antropológicos do INCRA,
o fundador Dionísio Vieira saiu de Minas Gerais em 1890, buscando terras para viver com a
família. De início veio sozinho para reconhecer o local, posteriormente trouxe a família e
deu início a comunidade negra rural Furnas do Dionísio. (BRASIL, 2009).
A FCP iniciou o Processo de Regularização Fundiária das terras da comunidade em
2004 e o INCRA finalizou o mesmo em 2009. A comunidade conta com aproximadamente
100 famílias e um território de 1.018,28 hectares, sendo a comunidade mais populosa do
estado (INCRA, 2012).
Devido ao difícil acesso à área, esta comunidade permaneceu isolada por várias
décadas, o que acarretou à preservação dos costumes e valores sociais da comunidade,
tornando-a única. Das 100 famílias que lá habitam, cerca de 90% são negras, mantendo
sempre sua cultura e seus valores (OLIVEIRA et al., 2002).
A comunidade ainda se encontra numa situação precária, convivendo com a
ausência de iluminação pública, água tratada, coleta de lixo, creches, entre outros serviços
considerados essenciais para a população das cidades. A maior parte do sustento do povoado
vem da agricultura, além da criação de gado e a produção de açúcar mascavo, farinha de
mandioca e rapadura (SOUZA & SILVA, 2012).
Eva Maria de Jesus – tia Eva2
Em 1848 nasceu na Fazenda Ariranha, em Jataí/GO, a escrava Eva, que
posteriormente seria Eva Maria de Jesus – “tia Eva”. Eva era especialista em fazer doces e
era uma ótima benzedeira.
Em 1870, Eva deu à luz a Sebastiana, e posteriormente vieram Joana e Lázara,
todas de pais diferentes. Um dia ao fazer doce, Eva acidentalmente derrubou uma panela de
banha quente em sua perna que criou uma ferida que não cicatrizou por um longo tempo.
Mesmo após a libertação dos escravos Eva continuou a trabalhar na Fazenda, pois
não tinha condições de sair dali. Continuou a benzer os males daqueles que precisavam e
assim conseguiu algumas doações que foram suficientes para sair de Goiás e ir rumo ao
então Mato Grosso.
A viagem até Campo Grande durou meses, e durante esse percurso Eva fez uma
promessa a São Benedito que caso ele curasse a ferida em sua perna, ela construiria uma
Igreja em homenagem ao santo. Em 1905 chegaram a Campo Grande e assim deu-se início à
2
(SANTOS, 2010).
7. comunidade Quilombola Eva Maria de Jesus. Comunidade que foi iniciada na zona rural de
Campo Grande, sendo que o sustento da população era através da agricultura e viviam como
camponeses.
Com o crescimento urbano de Campo Grande os homens começaram a trocar os
trabalhos com a terra pela construção de casas e prédios e a partir disso iniciou-se o processo
de transição da comunidade de rural para urbana, até que o sítio de tia Eva adquiriu uma
configuração de vila. O Decreto nº 39 de 31 de janeiro de 1941 transformou a área habitada
pelos quilombolas em urbana, o que inseriu a comunidade no contexto da cidade, passando a
ser denominada pela Prefeitura de Campo Grande como Vila São Benedito, e acarretou na
perda de terras que eram utilizadas pela comunidade devido ao parcelamento das mesmas.
Mais de um século depois, a comunidade continua no mesmo lugar, composta por
descendentes de Eva. A comunidade possui aproximadamente nove hectares, onde moram
106 famílias distribuídas em 85 casas. As principais atividades desempenhadas pela
população são: serventes, pedreiros, diaristas e domésticas.
Por estar no contexto urbano de Campo Grande, a comunidade deve ter suas
condições atendidas pelas competências do Município, assim como seu saneamento básico.
METODOLOGIA
O presente estudo consistiu em uma pesquisa-ação participativa que é o resultado
de uma intervenção no objeto que está sendo estudado. Sendo que a pesquisa-ação
participativa supõe que os moradores da comunidade a ser ajudados estejam implicados no
processo de pesquisa, desde o início e participam da realização de cada uma das etapas
(MARTINETTI et al., 2009).
Área de Estudo
Com relação ao desenvolvimento prático do tema o estudo foi feito em duas
comunidades Quilombolas de Mato Grosso do Sul, uma urbana e uma rural, a fim de se
comparar as diferenças existentes quando uma já está inserida no contexto de um Município
e a outra ainda se encontra de certa forma isolada e com difícil acesso.
As comunidades escolhidas como amostra para o desenvolvimento do estudo são:
Furnas do Dionísio, comunidade rural com aproximadamente 470
moradores, localizada no município de Jaraguari, estando distante 24 km da
cidade e 35 km de Campo Grande, como mostra a Figura 1;
8. Figura 1 - Localização de Furnas do Dionísio e rodovias de acesso
Fonte: Adaptada de Google Earth.
Eva Maria de Jesus, comunidade urbana com aproximadamente 310
habitantes, situada em Campo Grande. A comunidade conhecida como “tia
Eva” está situada nas proximidades da Universidade Católica Dom Bosco
há aproximadamente 10 km do centro da cidade, como mostra a Figura 2.
Figura 2 - Localização da comunidade tia Eva
Fonte: Adaptada de Google Earth.
As comunidades foram escolhidas devido à sua proximidade física, e apesar disso
estarem inseridas em contextos diferentes.
9. Essa etapa consistiu no primeiro contato com as duas comunidades, a fim de se
caracterizar a situação atual do saneamento básico em cada uma das comunidades.
A identificação das comunidades foi realizada através de visitas às mesmas.
Através de entrevistas com as presidentes das associações de moradores das comunidades
Furnas do Dionísio e Tia Eva e com outros moradores foi possível identificar as condições
precárias de saneamento existente nas duas comunidades.
Coleta de Dados
A coleta de dados das comunidades Quilombolas foi realizada em duas partes: a
determinação da amostra e a aplicação de questionários acerca das condições atuais de
saneamento das duas comunidades.
Determinação da amostra
Embora se tenha procurado obter os dados quantitativos, qualitativos e de interesse
de toda a população das comunidades, isso não foi possível devido à grande quantidade de
moradores em cada comunidade. As amostras de habitantes foram calculadas conforme a
metodologia de Barbetta (2006) onde é possível determinar a amostra segundo as Equações
1 e 2.
n
no
no
Equação 1
Para:
no
1
o
Equação 2
Onde:
n - tamanho da amostra;
no - primeira aproximação para o tamanho da amostra;
N - tamanho da população; e
o - erro amostral desejado.
O tamanho da amostra determina o número de pessoas que deveriam ser
entrevistadas. O erro amostral, segundo Fasola et al. (2011), deve se encontrar entre 1 e
20%. Assim, para o desenvolvimento das etapas seguintes a partir das amostras o erro
amostral foi de 20%.
Portando, para o desenvolvimento das etapas seguintes do estudo foram utilizadas
21 famílias da comunidade tia Eva e 20 famílias na comunidade Furnas do Dionísio.
Aplicação de questionários
O questionário aplicado aborda perguntas relacionadas à atual situação do
saneamento básico das comunidades, a fim de esclarecer o conhecimento da população
sobre o assunto tal como o seu interesse em melhorias na comunidade. Tendo sido analisado
o seu interesse, a equipe de pesquisa se propõe a tornar público as suas necessidades a fim
de que interessados possam atendê-las e, assim, saná-las, possivelmente.
Além disso, foram coletados e analisados dados socioeconômicos, de
abastecimento de água e coleta de esgoto, a fim de contrastar as comunidades urbanas e
rurais relacionando dados de infraestrutura ao nível de urbanização do local.
Foram aplicados diferentes questionários para as duas comunidades, visto que se
encontram em contextos de urbanização diferentes. Os questionários de Furnas do Dionísio
e Eva Maria de Jesus foram aplicados em conjunto a uma conversa informal com os
moradores, a fim de se abordar e explicar os temas contidos nos questionários para facilitar a
compreensão dos moradores.
10. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Furnas do Dionísio
Através de entrevista com a presidente da Associação de Moradores da
comunidade, Dona Cida, foi possível perceber que Furnas do Dionísio já recebeu
investimentos da FUNASA e hoje conta com quatro poços perfurados para o abastecimento
de água. No entanto, nem todos os domicílios possuem água canalizada, pois algumas redes
ainda não foram inauguradas. Cada residência possui sua própria fossa séptica para o
tratamento dos efluentes sanitários, e os resíduos sólidos são de responsabilidade de cada
família. Assim, a grande maioria dos residentes dessa comunidade destina seus resíduos
orgânicos para os animais domésticos que possuem, como porcos, galinhas e cachorros; e
queimam a grande maioria dos seus resíduos inorgânicos.
Eva Maria De Jesus
Dona Lúcia é a presidente da Associação de Moradores da comunidade e relatou
que devido ao fato de a comunidade tia Eva estar inserida no contexto urbano de Campo
Grande, a mesma dispõe de alguns serviços que a cidade oferece como coleta pública dos
resíduos sólidos, que acontece três vezes por semana, e abastecimento de água potável. A
rede coletora de esgotos ainda não chegou à região, sendo assim, os Quilombolas dessa
comunidade, assim como de Furnas do Dionísio dispõem seus efluentes sanitários em fossas
secas localizadas ao fundo de seus terrenos.
Apesar de a região possuir abastecimento de água realizado pela empresa Águas
Guariroba S.A., algumas residências possuem poços perfurados e utilizam dessa água para
consumo, apesar de já terem sido alertados dos riscos que a falta de tratamento dessas águas
podem trazer à saúde. Além disso, alguns moradores trabalham com a reciclagem de
materiais, como metal, plástico, papel, etc. e coletam esses resíduos dos moradores da
comunidade quando os mesmos fazem a separação dos resíduos de forma adequada.
Dados Populacionais
Para a coleta dos dados populacionais, foram aplicados os questionários nos dias
27/07/2013 e 31/07/2013 nas comunidades Furnas do Dionísio e tia Eva, respectivamente.
Como ambos os questionários foram seccionados foi possível obter diversos
resultados a partir dos mesmos, como mostram os quadros, tabelas e figuras a seguir.
Tabela 1 - Dados Pessoais
Tia Eva
27%
73%
-
-
100%
Furnas
Dados Pessoais
Quantidade de moradores da residência
1 - 2 pessoas 38%
>3 63%
Renda
R$ 100,00 - 300,00 19%
R$ 300,00 - 500,00 38%
>Salário Mínimo 44%
Através do Quadro 3 é possível observar que a grande maioria das residências em
ambas as comunidades possuem mais que 3 habitantes. Bem como, a maioria das residências
possui uma renda mensal superior a 01 salário mínimo. Já o Quadro 4 demonstra quais são
as principais fontes de renda das duas comunidades.
11. Fonte de Renda Tia Eva Furnas
Lavoura/horta 3% 40%
INSS/Apostentadoria/Pensão 23% 7%
farinha/rapadura - 10%
Outros 17% 7%
Doméstica 13% -
Estabelecimento Próprio (Salão, Conveniência) 10% -
Serviço autônomo (manicure, manutenções, reciclagem, pedreiro) 27% -
Quadro 3 - Fontes de renda
Conforme o esperado, a maior fonte de renda da comunidade Furnas do Dionísio é
a agricultura de pequeno porte, seguida pela fabricação de farinha e rapadura. E na
comunidade tia Eva a principal atividade desempenhada é o serviço autônomo, como
pedreiro, manicure, empregada doméstica, reciclagem, etc.
Devido à localização de Furnas do Dionísio na zona rural, seus resultados se
assemelham a outros estudos em comunidades Quilombolas rurais, como o de Silva (2007)
que constatou que 98,24% dos habitantes da comunidade Caiana dos Crioulos, no Estado da
Paraíba, possuem sua fonte de renda na prática da pequena agricultura. Assim como o
trabalho da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo - SESSP (2009) constatou
que as principais atividades econômicas das comunidades localizadas no Vale do Ribeira são
a agricultura de subsistência, o extrativismo florestal, o trabalho volante assalariado e a
venda de banana e mandioca.
Saneamento Básico
Através da sessão relacionada ao saneamento básico das duas comunidades, foi
possível elaborar a Figura 4, que expõe as condições atuais de cada comunidade com relação
ao saneamento.
Figura 2 - Condições de Saneamento
Como a comunidade tia Eva encontra-se no perímetro urbano de Campo Grande,
todas as residências são abastecidas pela concessionária de água que abastece a cidade. Já a
comunidade Furnas do Dionísio possui quatro poços perfurados, no entanto, os mesmos
ainda não atendem toda a comunidade conforma mostra a Figura 4.
ETA (rua) Mina/rio
Poço
artesiano
Fossa séptica
Origem da água
Destino do
efluente
Tia Eva 100% 0% 0% 100%
Furnas do Dionísio 0% 25% 75% 100%
Famílias
Saneamento
12. Bernardes e Soares (2003) apresentaram um panorama de abastecimento de água e
tipo de esgotamento sanitário nas cinco regiões do país. As tabelas 5 e 6 demonstram esse
panorama, sendo possível observar a semelhança com os resultados obtidos nas
comunidades em estudo.
Tabela 2 - Forma de abastecimento de água nas regiões brasileiras
Rede
Geral
Poço ou
Nascente
Outra
Forma
Rede
Geral
Poço ou
Nascente
Outra
Forma
Norte 63,0 30,1 6,9 9,6 59,4 31,0
Nordeste 85,3 6,7 8,0 18,3 41,1 40,6
Sudeste 94,4 4,4 1,2 22,5 69,6 7,9
Sul 93,3 5,4 1,3 18,2 74,6 7,3
Centro-Oeste 81,8 15,9 2,3 11,5 81,2 7,3
Brasil 89,1 7,6 3,3 17,8 56,4 25,8
População urbana (%) População rural (%)
Região
Fonte: Adaptada de Bernardes & Soares (2003)
Conforme mostra a Tabela 1, a comunidade tia Eva está inserida nos 89,1% da
população urbana brasileira que é abastecida por rede de água, e a comunidade Furnas do
Dionísio se insere nos 56,4% dos residentes na zona rural brasileira que são abastecidos por
poços ou nascentes.
Como pode ser observado na Figura 4, cerca de 25% dos moradores de Furnas do
Dionísio, ainda retiram sua água de mina ou rio que corre pelas redondezas. Os 75% que
recebem água do poço possuem água canalizada em suas residências.
Na comunidade Caiana dos Crioulos nenhum dos 128 domicílios conta com água
encanada e nas comunidades Alcântara e Kalunga 70% e 77% das residências,
respectivamente, não possuem água canalizada (SILVA, 2007). Comparando com os
resultados de Furnas do Dionísio, entende-se que a melhoria com relação à água deve-se aos
investimentos da FUNASA na comunidade nos últimos anos.
Tabela 3 - Tipo de esgotamento sanitário nas regiões brasileiras
Rede
Geral
Fossa
Outra
Forma
Sem
Banheiro
Rede
Geral
Fossa
Outra
Forma
Sem
Banheiro
Norte 12,3 72,9 9,1 5,7 0,8 53,7 12,7 32,9
Nordeste 33,4 52,8 4,8 9,1 1,1 33,4 4,1 61,4
Sudeste 78,4 14,7 6,2 0,7 10,3 55,1 21,1 13,5
Sul 34,6 60,3 4,1 1,0 1,5 79,6 11,7 7,2
Centro-Oeste 37,2 59,7 1,4 1,7 0,9 72,4 4,9 21,8
Brasil 53,8 37,6 5,4 3,1 3,1 49,3 10,0 37,6
Região
População urbana (%) População rural (%)
Fonte: Adaptada de Bernardes & Soares (2003)
Apesar de a comunidade tia Eva estar inserida na região urbana de Campo Grande,
a rede coletora de esgoto ainda não chegou à região, deixando os moradores da comunidade
na mesma condição dos moradores de Furnas do Dionísio, isto é, fossa séptica como
destinação final dos efluentes. Assim, no quesito esgotamento sanitário, pode-se observar
através da Tabela 2 que a comunidade tia Eva se encontra entre os 59,7% dos residentes na
região urbana do Centro-Oeste que possuem fossa como destino final de seus efluentes, e
13. Furnas do Dionísio se insere entre os 72,4% dos moradores da zona rural que possuem essa
mesma destinação para os efluentes.
CONCLUSÕES
Para o abastecimento de água e esgotamento sanitário em Furnas do Dionísio as
alternativas seriam o abastecimento pelos poços para toda a comunidade e o
tratamento das águas proveniente desses poços e a destinação dos efluentes para uma
estação de tratamento, de preferência do Município de Jaraguari. Entretanto, existem
certos entraves a tais soluções, visto que pelo espaçamento da comunidade pode
haver complicações para construção de redes de abastecimento que atendam todas as
regiões, além da distância entre a comunidade e o limite urbano de Jaraguari, que
encareceria o transporte de efluentes para a estação de tratamento.
Na comunidade Tia Eva as condições de abastecimento de água são satisfatórias, mas
para o esgotamento sanitário o sistema que coleta os efluentes de Campo Grande
deve atender a região para evitar os problemas com as fossas, como a contaminação
do solo por possível infiltração e até de maus odores.
Com relação aos Resíduos Sólidos, em Furnas do Dionísio as alternativas
aconselháveis são a compostagem, a coleta feita pela prefeitura de Jaraguari e a
reciclagem, porém para a coleta dos resíduos também há o espaçamento da própria
comunidade que dificulta sua realização, empecilho que poderia ser amenizado com
a existência de um PEV – Ponto de Entrega Voluntária na comunidade. Na
comunidade Tia Eva deve ser incentivada a segregação dos resíduos sólidos.
As condições de saneamento e moradia dependem mais do contexto em que estão
inseridas as comunidades do que da comunidade em si e sua cultura.
É importante salientar que para pôr em prática as alternativas é necessária uma forte
educação ambiental em ambas as comunidades, visto que a melhoria da qualidade de
vida deve ser conquistada em um progresso contínuo e ininterrupto, onde os valores
aprendidos devem ser passados para garantir a qualidade de vida às gerações futuras.
Tal processo de educação ambiental deve ser ainda mais forte na comunidade Furnas
do Dionísio, posto que seus moradores estão mais expostos a riscos à saúde por suas
condições de saneamento.
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