O documento descreve a população indígena no Brasil ao longo do tempo, desde a chegada dos europeus até os dias atuais. A diversidade de povos indígenas foi reduzida de mil para 300 etnias, falando 270 línguas, embora tenham influenciado fortemente a cultura brasileira. O documento também discute a distribuição atual da população indígena e características de suas terras e culturas.
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
População indígena e influências culturais
1.
2. Quando os primeiros europeus aqui chegaram, em 1500,
existiam cerca de mil povos indígenas. Hoje, restam cerca
de 300 etnias, falando pouco mais de 270 línguas
diferentes.
Embora a diversidade venha sendo reduzida
constantemente, as populações indígenas tiveram forte
influência na formação da população brasileira e em sua
composição étnica e cultural.
Neste módulo, veremos as principais características dos
povos indígenas brasileiros, suas origens e contribuições
para a nossa multiculturalidade.
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6. Segundo o Censo de 2010, 817 mil pessoas se autodeclararam indígenas, com
mais de 61% delas vivendo na zona rural. A maior parte dessa população estava
organizada em pequenas comunidades, geralmente com menos de 100
indivíduos.
Um fato interessante é que, nas duas últimas décadas, a população indígena
cresceu quase seis vezes mais que a população brasileira em geral.
Esse crescimento ocorreu devido a três motivos:
O aumento do crescimento vegetativo graças à melhoria da assistência
médica à população indígena;
A imigração de indígenas provenientes de Bolívia, Equador, Paraguai e Peru;
E principalmente pelo aumento do número de pessoas que optaram por se
declarar índios nos censos do IBGE.
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7. É importante destacar que os indígenas brasileiros se dividem
em dois grupos:
Os que pertencem a um dos povos que habitam as terras
no interior de reservas ou que estão espalhados pelas
florestas e mantêm (em diferentes níveis) suas tradições,
organizações sociais, línguas e costumes;
Os que moram nas áreas urbanas e que se autodeclaram
indígenas, mesmo tendo hábitos culturais diferentes das
etnias das quais descendem
Resumindo: existem grupos indígenas isolados, com sua cultura
quase totalmente preservada, e existem indígenas integrados, em
diferentes graus, às sociedades urbanas.
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8. O crescimento vegetativo da população indígena brasileira vem
caindo, em diferentes ritmos, segundo cada região.
Os resultados do Censo Demográfico 2010 revelaram, em relação
a 2000, um ritmo de crescimento anual de 1,1% da população
indígena.
Na região Sudeste, por exemplo, ele já é semelhante ao que se
encontra no Brasil como um todo, já que a maior parte dos
indígenas vive em cidades e assimilou os hábitos e o modo de
vida urbano.
Como consequência, ocorreu queda da taxa de natalidade,
redução da taxa de mortalidade e aumento da população idosa,
como podemos visualizar na pirâmide etária da região Sudeste, a
seguir:
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10. A melhoria desses indicadores entre alguns grupos indígenas
brasileiros indica diferentes graus de integração e de acesso às
melhorias socioeconômicas e aos avanços da medicina.
Mas isso não significa que os indígenas em geral estejam livres de
problemas.
• A mortalidade infantil entre os indígenas, em 2010, era de cerca
de 50 por mil, enquanto a taxa média do Brasil estava em torno
de 16 por mil.
• Já a expectativa de vida dos homens brasileiros, em geral, era
de 71 anos e a das mulheres era de 77 anos, enquanto na
população indígena esses valores estavam, respectivamente,
em 59 e 63 anos.
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13. Veja, no gráfico a seguir, como variou a
distribuição da população indígena nas regiões
brasileiras, entre os censos de 1991, 2000 e 2010,
segundo o IBGE.
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15. Os dados mostram que a região Norte, com maior cobertura de
florestas e onde estão as maiores reservas indígenas, sempre teve
a maior parcela da população indígena do país, mesmo com a
mudança de opinião dos declarantes, de um censo para outro.
Na região Sudeste, o número absoluto de pessoas que se
autodeclaravam indígenas cresceu mais de cinco vezes entre 1991
e 2000, o que dobrou a participação percentual da região na
composição da população indígena. Já no Censo de 2010, graças
à maior integração dos indígenas aos hábitos urbanos, muitos
deles deixaram de se autodeclarar índios, o que reduziu a
participação da região na composição nacional.
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O mapa mostra a
distribuição da população
indígena brasileira pelos
municípios em 2010.
18. Durante séculos a população indígena da América foi massacrada e
teve suas terras ocupadas pelos colonizadores europeus.
Fugindo dos colonizadores, as populações sobreviventes foram se
interiorizando, o que é visível até hoje na sua distribuição geográfica,
como o mapa anterior demonstrou.
A preservação dos grupos indígenas brasileiros e de suas culturas só
foi iniciada em 1910, quando foi fundado o Serviço de Proteção ao
Índio, que passou a ser dirigido pelo marechal do Exército Cândido
Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Candido Rondon.
Em 1967, esse serviço foi substituído pela Fundação Nacional do
Índio (Funai), existente até hoje.
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22. Orlando Villas-Bôas (1914–2002) é considerado o mais importante indianista e
sertanista brasileiro. Nascido no interior de São Paulo, ainda jovem abandonou o
emprego e a vida urbana para se dedicar à defesa dos povos indígenas.
Era o mais velho dos quatro irmãos Villas-Bôas, todos eles defensores dos grupos
indígenas. Juntos, abriram mais de 1 500 quilômetros de picadas no Brasil central. Sua
mais famosa expedição foi a Roncador- -Xingu, iniciada em 1943 e concluída em 1960.
No caminho dessa expedição, formaram-se mais de 40 cidades, identificaram-se
acidentes geográficos e etnias indígenas.
Com seus irmãos Cláudio e Leonardo, resolveu ficar no Xingu e criar um local de
proteção para as comunidades ameaçadas de expulsão. Em 1961, foi inaugurado o
Parque Nacional do Xingu.
Em seu convívio com os diversos grupos indígenas, Orlando Villas-Bôas aprendeu a
sete línguas desses povos.
Foi indicado duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz e escreveu mais de uma dezena de
livros relacionados a temas indígenas.
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23.
24. Apesar de os indígenas serem os donos das terras que viriam a formar o Brasil,
seus direitos legais só foram reconhecidos e incorporados à Constituição em
1988.
Hoje, a maior parte dos indígenas brasileiros concentra-se nas chamadas terras
indígenas. Terras indígenas são porções do território nacional que pertencem
ao Estado, reservadas aos índios que nelas vivem. Eles não podem vendê-las,
mas podem explorar suas riquezas vegetais, animais e minerais.
Existem atualmente quase 600 áreas assim reconhecidas, ocupando pouco mais
de 1 milhão de km2 do país (12% do território nacional).
Há quem critique essa política, afirmando que são terras demais para tão
poucos brasileiros (elas ocupam espaço maior que a França e a Alemanha
juntas).
Por outro lado, o modo de vida indígena, baseado na pesca, caça, extrativismo
vegetal e agricultura de coivara, determina a necessidade de grandes espaços
para a sobrevivência dos grupos indígenas, o que justifica a extensão de terras
a eles dedicada.
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25. Mais da metade da área
das terras indígenas
localiza-se na região
Norte, a mais
despovoada do país,
onde se concentra aa
Floresta Amazônica. Veja
o mapa.
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26. É responsabilidade do governo federal impedir as invasões dessas terras, praticadas
principalmente por madeireiros, agricultores e garimpeiros, e proteger os indígenas, o
que não vem sendo feito de forma adequada.
Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), nas últimas décadas, o assassinato
de indígenas cresceu: 167 foram mortos de 1995 a 2002. O número subiu para 452 no
governo Lula (2003-2010) e para 299 no primeiro governo Dilma (2011-2014).
Atualmente, a Funai reconhece que pelo menos 130 mil indígenas vivem em áreas de
conflito, sob ameaça de agressões e morte.
Outro grande desafio para o governo é tornar as terras indígenas produtivas,
estimulando os índios a se libertarem da tutela do Estado.
Embora vivam em áreas com uma das maiores riquezas minerais do mundo e em meio à
riquíssima biodiversidade, muitos indígenas brasileiros estão na miséria, e grande parte
deles depende da ajuda do governo para sobreviver.
Os indígenas sofrem ainda outras consequências negativas do convívio com o restante
da população brasileira: contágio por doenças para as quais não têm resistência; uso de
bebidas alcoólicas, levando-os ao alcoolismo; etc.
Além disso, sofrem atos de racismo, que algumas vezes chegam a assassinato.
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28. Quando os colonizadores europeus chegaram ao
continente americano se depararam com os primeiros
habitantes humanos desta terra. E, por inicialmente
pensarem que haviam chegado à India, os chamaram de
índios.
29.
30. Mais de quinhentos anos se passaram, e grandes
injustiças em relação aos índios ainda acontecem, a
começar por esta genérica denominação, que não leva em
conta as diversas culturas, tribos e povos indígenas
existentes em nosso Brasil.
31.
32. Não existe um único grupo indígena. Tampouco uma
única cultura. São inúmeros povos, formas de se
relacionar, línguas e culturas.
33.
34. Nosso país possui uma diversidade cultural muito
grande! Temos em nossos costumes influências dos povos
que ajudaram a compor a sociedade brasileira. Fazem
parte da cultura brasileira, por exemplo, elementos
culturais europeus, africanos, e claro, indígenas.
35.
36. Muitos desses elementos estão tão presentes em nosso dia
a dia, que nem imaginamos se tratar de ricas heranças de
outros povos!!
37. Vocês sabiam que as lendas que fazem parte do folclore
brasileiro, como a da Iara, do Curupira e do Boitatá são
lendas indígenas?
38.
39.
40.
41. Vocês sabiam que muitos dos chazinhos, ervas medicinais
que conhecemos para tratar vários problemas de saúde, e
temperos aprendemos a usar com os índios brasileiros?