SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
INSTITUTO CIENCIAS DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE LICENCIATURA EM INFORMÁTICA EDUCACIONAL
ACADEMICA: CÂNDIDA CAMILA DE SOUSA
Santarém, Dezembro de 2017
Antônio Sérgio Alfredo Guimarães
• Doutor em Sociologia pela University of Wisconsin, Madison (1988) e
livre-docente em Sociologia Política (SP, 1997).
• Pesquisou, nos últimos 20 anos, identidades raciais, nacionais e de
classe; movimentos sociais negros; ações afirmativas; e intelectuais
negros.
• Professor do Departamento de Sociologia da
Universidade de São Paulo desde 1996;
• Aposentado como Titular em 2016 e em enquadrado
atualmente com Professor Sênior.
• Formado em Ciências Sociais pela Universidade
Federal da Bahia (1972), onde também obteve o grau
de Mestre em 1982.
“Para esta geração, o conceito de raça, tal qual fora utilizado
pela biologia do século XIX, era empregado para explicar as
diferenças culturais entre os povos e o modo subordinado
com que foram incorporados ao sistema mercantil global pela
expansão e conquista europeias.” (GUIMARÃES,2011, p.265)
“a mestiçagem e o embranquecimento, como processos que
dotariam a jovem nação brasileira de uma base demográfica
homogênea, se firmaram como verdadeiras políticas raciais
no Brasil” (GUIMARÃES,2011, p.265)
“O desenvolvimento capitalista brasileiro, depois de 1930,
se fará procurando homogeneizar mercados nacionais (de
capitais, de circulação de mercadorias e de trabalho),
facilitando também a homogeneização cultural e racial. Entre
1940 e 1970, regiões como o Norte e o Nordeste (ou alguns
bolsões do Sudeste) em que um quarto da população se
autodeclarava branca, serão os grandes celeiros de mão-de-
obra para o Sul e o Sudeste, onde fora maior o impacto da
grande imigração europeia, que se declarava branca”
(GUIMARÃES,2011, p.265)
“Qual é a sua cor?” em “Qual é a sua cor/raça?”
COMO SE EXPLICA, ENTÃO, O RETORNO DA RAÇA À NOSSA
LINGUAGEM ATUAL?
• Ideal de homogeneidade nacional (democracia racial);
• O termo cor substitui o de raça, mas deixou à mostra todos
elementos das teorias racistas;
• O termo etnia, passou também a ser usado no cotidiano das
sociologias vulgares como marcador de diferenças quase-
irredutíveis, ou seja, como sinônimo de raça;
“Mas, o mais importante para o
ressurgimento da raça, enquanto
classificador social, se deu com sinal
invertido, isto é, como estratégia
política para incluir, não para excluir,
de reivindicar e não de
sujeitar”(GUIMARÃES, 2011,p. 266)
“A raça retorna, portanto, não mais como mote do
imperialismo ou colonialismo, mas como glosa dos
subordinados ao modo inferiorizado e desigual com são
geralmente incluídos e tratados os negros, as pessoas de cor,
os pardos.” (GUIMARÃES,2011, p.266)
“Para os cientistas sociais, assim como para os ativistas
políticos, a noção de raça tem vantagens estratégicas visíveis
sobre aquela de etnia: remete imediatamente a uma história
de opressão, desumanização e opróbio a que estiveram
sujeitos os povos conquistados” (GUIMARÃES,2011, p.266)
“Raça, enquanto conceito analítico, permite, por exemplo,
examinar a acusação feita por alguns antropólogos, segundo
a qual a insistência do movimento negro atual em classificar
como negros aqueles que se declaram nos censos pardos e
pretos seria uma atitude anti-modernista de retomar um
racialismo que marcara brevemente os intelectuais
naturalistas da geração dos 1870” (GUIMARÃES,2011, p.266)
“cor não é redutível a “cor da pele”, a simples tonalidade. Cor
é apenas um, o principal certamente, dos traços físicos – junto
com o cabelo, nariz e lábios – que junto com traços culturais –
“boas maneiras”, domínio da cultura europeia, formavam um
gradiente evolutivo de embranquecimento. Preto, pardo,
branco.” (GUIMARÃES,2011, p.267)
“É este sistema de classificação racial por cor – mas não por
cor da pele – que vem sendo paulatinamente modificado no
Brasil, à medida que o ideal de embranquecimento vai
perdendo força.” (GUIMARÃES,2011, p.267)
Porque tal forma de classificar estaria se expandindo entre
nós, no Brasil? Seria puro efeito da intensidade de nossos
contatos com a Europa e os Estados Unidos?
• termo branco é etnicizado para significar o europeu “de
berço”, ou seja, sem origem colonial ou imigrante de fora
da Europa. Segundo, tal classificação parece conviver
com outras classificações nativas.
• Segundo, tal classificação parece conviver com outras
classificações nativas.
• Terceiro, tal classificação não se aplica a povos orientais,
como chineses, japoneses ou coreanos. A cor da pele se
refere a um gradiente entre branco e preto.
“Uma outra conclusão, aparentemente paradoxal, é que, apesar
de mais fluída no gradiente, a classificação por cor da pele
discrimina melhor o grupo branco, ou seja, o distingue de todas
as outras cores sem os riscos de confusão possibilitados pelo
embranquecimento.” (GUIMARÃES,2011, p.268)
“Podemos concluir, provisoriamente, que esta forma de
classificar é ainda menos consistente que a anterior, que levava
em consideração outros traços físicos, além da cor da pele,
possibilitando um gradiente mais extenso.” (GUIMARÃES,2011,
p.268)
• GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Raça, cor, cor da pele e
etnia. Cadernos de Campo: Revista dos alunos de pós-
graduação em antropologia social da USP, São
Paulo, n. 20, p. 265 271, 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

História e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaHistória e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaValeria Santos
 
Educação para as Relações Étnico-Raciais
Educação para as Relações Étnico-RaciaisEducação para as Relações Étnico-Raciais
Educação para as Relações Étnico-RaciaisJeca Tatu
 
Respeito a diversidade religiosa
Respeito a diversidade religiosaRespeito a diversidade religiosa
Respeito a diversidade religiosaPaulo Gomes
 
Aulas de sociologia ensino médio para o 2 ano em.
Aulas de sociologia ensino médio   para o 2 ano em.Aulas de sociologia ensino médio   para o 2 ano em.
Aulas de sociologia ensino médio para o 2 ano em.MARISE VON FRUHAUF HUBLARD
 
Relações étnico raciais
Relações étnico raciaisRelações étnico raciais
Relações étnico raciaisSoares Junior
 
Relações sociais e identidade
Relações sociais e identidadeRelações sociais e identidade
Relações sociais e identidadeWilton Moretto
 
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Desigualdade Social
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Desigualdade SocialSlides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Desigualdade Social
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Desigualdade SocialTurma Olímpica
 
Diversidade Cultural
Diversidade CulturalDiversidade Cultural
Diversidade CulturalPaula Melo
 
Diversidade cultural
Diversidade culturalDiversidade cultural
Diversidade culturalPaula Tomaz
 
Politicas públicas de ações afirmativas e cotas raciais
Politicas públicas de ações afirmativas e cotas raciaisPoliticas públicas de ações afirmativas e cotas raciais
Politicas públicas de ações afirmativas e cotas raciaisAdeildo Vila Nova
 

Mais procurados (20)

Questão racial
Questão racialQuestão racial
Questão racial
 
Racismo no Brasil
Racismo no BrasilRacismo no Brasil
Racismo no Brasil
 
História e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaHistória e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígena
 
Educação para as Relações Étnico-Raciais
Educação para as Relações Étnico-RaciaisEducação para as Relações Étnico-Raciais
Educação para as Relações Étnico-Raciais
 
Respeito a diversidade religiosa
Respeito a diversidade religiosaRespeito a diversidade religiosa
Respeito a diversidade religiosa
 
Aulas de sociologia ensino médio para o 2 ano em.
Aulas de sociologia ensino médio   para o 2 ano em.Aulas de sociologia ensino médio   para o 2 ano em.
Aulas de sociologia ensino médio para o 2 ano em.
 
Relações étnico raciais
Relações étnico raciaisRelações étnico raciais
Relações étnico raciais
 
Cotas raciais
Cotas raciaisCotas raciais
Cotas raciais
 
Étnico racial
Étnico racialÉtnico racial
Étnico racial
 
Relações sociais e identidade
Relações sociais e identidadeRelações sociais e identidade
Relações sociais e identidade
 
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Desigualdade Social
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Desigualdade SocialSlides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Desigualdade Social
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Desigualdade Social
 
Politica de cotas
Politica de cotasPolitica de cotas
Politica de cotas
 
Diversidade Cultural
Diversidade CulturalDiversidade Cultural
Diversidade Cultural
 
Movimentos sociais
Movimentos sociaisMovimentos sociais
Movimentos sociais
 
Dia da consciência negra
Dia da consciência negraDia da consciência negra
Dia da consciência negra
 
Consciencia negra
Consciencia negraConsciencia negra
Consciencia negra
 
Diversidade cultural
Diversidade culturalDiversidade cultural
Diversidade cultural
 
Politicas públicas de ações afirmativas e cotas raciais
Politicas públicas de ações afirmativas e cotas raciaisPoliticas públicas de ações afirmativas e cotas raciais
Politicas públicas de ações afirmativas e cotas raciais
 
Lei 10639 .SALA DO PROFESSOR
Lei  10639 .SALA DO PROFESSORLei  10639 .SALA DO PROFESSOR
Lei 10639 .SALA DO PROFESSOR
 
Preconceito racial
Preconceito racialPreconceito racial
Preconceito racial
 

Semelhante a Raça, cor e classificação no Brasil

apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.pptapresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.pptlaerciojunior26
 
Ressignificando a história
Ressignificando a históriaRessignificando a história
Ressignificando a históriaprimeiraopcao
 
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptx
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptxracismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptx
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptxMichael Marques
 
Educação em direitos humanos e promoção da igualdade racial
Educação em direitos humanos e promoção da igualdade racialEducação em direitos humanos e promoção da igualdade racial
Educação em direitos humanos e promoção da igualdade racialDébora Oyayomi Araujo
 
Boletim eletronico brasil cult
Boletim eletronico brasil cultBoletim eletronico brasil cult
Boletim eletronico brasil cultRodrigo Silveira
 
INSURGENCIAS NA GLOBALIZACAO
INSURGENCIAS NA GLOBALIZACAOINSURGENCIAS NA GLOBALIZACAO
INSURGENCIAS NA GLOBALIZACAOSamueldeJesus25
 
Racismo no brasil
Racismo no brasilRacismo no brasil
Racismo no brasilFabio Cruz
 
Letramento Racial e Educação Antirracista.pptx
Letramento Racial e Educação Antirracista.pptxLetramento Racial e Educação Antirracista.pptx
Letramento Racial e Educação Antirracista.pptxMarceloSpitzner1
 
Gt4 as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
Gt4  as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...Gt4  as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
Gt4 as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...Andrea Cortelazzi
 
ppt-desigualdades-raciais-2016.pptx
ppt-desigualdades-raciais-2016.pptxppt-desigualdades-raciais-2016.pptx
ppt-desigualdades-raciais-2016.pptxGilbertoAlvesArajo
 
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdfPreconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdfVIEIRA RESENDE
 
A antropologia no espelho da raça
A antropologia no espelho da raçaA antropologia no espelho da raça
A antropologia no espelho da raçajose marcelo silva
 
Relendo o significado de raça
Relendo o significado de raçaRelendo o significado de raça
Relendo o significado de raçaGeraa Ufms
 
Movimento Negro e Educação
Movimento Negro e EducaçãoMovimento Negro e Educação
Movimento Negro e Educaçãoalessandro1969
 
Artigo ser quilombola hoje
Artigo ser quilombola hojeArtigo ser quilombola hoje
Artigo ser quilombola hojeSilvana Maciel
 

Semelhante a Raça, cor e classificação no Brasil (20)

Racismo, discriminacao e_preconceito
Racismo, discriminacao e_preconceitoRacismo, discriminacao e_preconceito
Racismo, discriminacao e_preconceito
 
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.pptapresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
 
Ressignificando a história
Ressignificando a históriaRessignificando a história
Ressignificando a história
 
RACISMO1.pptx
RACISMO1.pptxRACISMO1.pptx
RACISMO1.pptx
 
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptx
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptxracismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptx
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptx
 
Educação em direitos humanos e promoção da igualdade racial
Educação em direitos humanos e promoção da igualdade racialEducação em direitos humanos e promoção da igualdade racial
Educação em direitos humanos e promoção da igualdade racial
 
Boletim eletronico brasil cult
Boletim eletronico brasil cultBoletim eletronico brasil cult
Boletim eletronico brasil cult
 
Ensino de História da África
Ensino de História da ÁfricaEnsino de História da África
Ensino de História da África
 
INSURGENCIAS NA GLOBALIZACAO
INSURGENCIAS NA GLOBALIZACAOINSURGENCIAS NA GLOBALIZACAO
INSURGENCIAS NA GLOBALIZACAO
 
Racismo no brasil
Racismo no brasilRacismo no brasil
Racismo no brasil
 
racismo e_anti_racismo
racismo e_anti_racismoracismo e_anti_racismo
racismo e_anti_racismo
 
Letramento Racial e Educação Antirracista.pptx
Letramento Racial e Educação Antirracista.pptxLetramento Racial e Educação Antirracista.pptx
Letramento Racial e Educação Antirracista.pptx
 
Gt4 as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
Gt4  as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...Gt4  as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
Gt4 as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
 
Bicudo
BicudoBicudo
Bicudo
 
ppt-desigualdades-raciais-2016.pptx
ppt-desigualdades-raciais-2016.pptxppt-desigualdades-raciais-2016.pptx
ppt-desigualdades-raciais-2016.pptx
 
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdfPreconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
 
A antropologia no espelho da raça
A antropologia no espelho da raçaA antropologia no espelho da raça
A antropologia no espelho da raça
 
Relendo o significado de raça
Relendo o significado de raçaRelendo o significado de raça
Relendo o significado de raça
 
Movimento Negro e Educação
Movimento Negro e EducaçãoMovimento Negro e Educação
Movimento Negro e Educação
 
Artigo ser quilombola hoje
Artigo ser quilombola hojeArtigo ser quilombola hoje
Artigo ser quilombola hoje
 

Último

PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxkellyneamaral
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 

Último (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 

Raça, cor e classificação no Brasil

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ INSTITUTO CIENCIAS DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE LICENCIATURA EM INFORMÁTICA EDUCACIONAL ACADEMICA: CÂNDIDA CAMILA DE SOUSA Santarém, Dezembro de 2017
  • 2. Antônio Sérgio Alfredo Guimarães • Doutor em Sociologia pela University of Wisconsin, Madison (1988) e livre-docente em Sociologia Política (SP, 1997). • Pesquisou, nos últimos 20 anos, identidades raciais, nacionais e de classe; movimentos sociais negros; ações afirmativas; e intelectuais negros. • Professor do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo desde 1996; • Aposentado como Titular em 2016 e em enquadrado atualmente com Professor Sênior. • Formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1972), onde também obteve o grau de Mestre em 1982.
  • 3. “Para esta geração, o conceito de raça, tal qual fora utilizado pela biologia do século XIX, era empregado para explicar as diferenças culturais entre os povos e o modo subordinado com que foram incorporados ao sistema mercantil global pela expansão e conquista europeias.” (GUIMARÃES,2011, p.265) “a mestiçagem e o embranquecimento, como processos que dotariam a jovem nação brasileira de uma base demográfica homogênea, se firmaram como verdadeiras políticas raciais no Brasil” (GUIMARÃES,2011, p.265)
  • 4. “O desenvolvimento capitalista brasileiro, depois de 1930, se fará procurando homogeneizar mercados nacionais (de capitais, de circulação de mercadorias e de trabalho), facilitando também a homogeneização cultural e racial. Entre 1940 e 1970, regiões como o Norte e o Nordeste (ou alguns bolsões do Sudeste) em que um quarto da população se autodeclarava branca, serão os grandes celeiros de mão-de- obra para o Sul e o Sudeste, onde fora maior o impacto da grande imigração europeia, que se declarava branca” (GUIMARÃES,2011, p.265)
  • 5. “Qual é a sua cor?” em “Qual é a sua cor/raça?” COMO SE EXPLICA, ENTÃO, O RETORNO DA RAÇA À NOSSA LINGUAGEM ATUAL? • Ideal de homogeneidade nacional (democracia racial); • O termo cor substitui o de raça, mas deixou à mostra todos elementos das teorias racistas; • O termo etnia, passou também a ser usado no cotidiano das sociologias vulgares como marcador de diferenças quase- irredutíveis, ou seja, como sinônimo de raça;
  • 6. “Mas, o mais importante para o ressurgimento da raça, enquanto classificador social, se deu com sinal invertido, isto é, como estratégia política para incluir, não para excluir, de reivindicar e não de sujeitar”(GUIMARÃES, 2011,p. 266)
  • 7. “A raça retorna, portanto, não mais como mote do imperialismo ou colonialismo, mas como glosa dos subordinados ao modo inferiorizado e desigual com são geralmente incluídos e tratados os negros, as pessoas de cor, os pardos.” (GUIMARÃES,2011, p.266) “Para os cientistas sociais, assim como para os ativistas políticos, a noção de raça tem vantagens estratégicas visíveis sobre aquela de etnia: remete imediatamente a uma história de opressão, desumanização e opróbio a que estiveram sujeitos os povos conquistados” (GUIMARÃES,2011, p.266)
  • 8. “Raça, enquanto conceito analítico, permite, por exemplo, examinar a acusação feita por alguns antropólogos, segundo a qual a insistência do movimento negro atual em classificar como negros aqueles que se declaram nos censos pardos e pretos seria uma atitude anti-modernista de retomar um racialismo que marcara brevemente os intelectuais naturalistas da geração dos 1870” (GUIMARÃES,2011, p.266)
  • 9. “cor não é redutível a “cor da pele”, a simples tonalidade. Cor é apenas um, o principal certamente, dos traços físicos – junto com o cabelo, nariz e lábios – que junto com traços culturais – “boas maneiras”, domínio da cultura europeia, formavam um gradiente evolutivo de embranquecimento. Preto, pardo, branco.” (GUIMARÃES,2011, p.267) “É este sistema de classificação racial por cor – mas não por cor da pele – que vem sendo paulatinamente modificado no Brasil, à medida que o ideal de embranquecimento vai perdendo força.” (GUIMARÃES,2011, p.267)
  • 10. Porque tal forma de classificar estaria se expandindo entre nós, no Brasil? Seria puro efeito da intensidade de nossos contatos com a Europa e os Estados Unidos? • termo branco é etnicizado para significar o europeu “de berço”, ou seja, sem origem colonial ou imigrante de fora da Europa. Segundo, tal classificação parece conviver com outras classificações nativas. • Segundo, tal classificação parece conviver com outras classificações nativas. • Terceiro, tal classificação não se aplica a povos orientais, como chineses, japoneses ou coreanos. A cor da pele se refere a um gradiente entre branco e preto.
  • 11. “Uma outra conclusão, aparentemente paradoxal, é que, apesar de mais fluída no gradiente, a classificação por cor da pele discrimina melhor o grupo branco, ou seja, o distingue de todas as outras cores sem os riscos de confusão possibilitados pelo embranquecimento.” (GUIMARÃES,2011, p.268) “Podemos concluir, provisoriamente, que esta forma de classificar é ainda menos consistente que a anterior, que levava em consideração outros traços físicos, além da cor da pele, possibilitando um gradiente mais extenso.” (GUIMARÃES,2011, p.268)
  • 12. • GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Raça, cor, cor da pele e etnia. Cadernos de Campo: Revista dos alunos de pós- graduação em antropologia social da USP, São Paulo, n. 20, p. 265 271, 2011. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .