2. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, em seu artigo 29, diz
que:
“A educação infantil, primeira etapa da
educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança de
até 5 (cinco) anos, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da
comunidade”.
3. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
A responsabilidade do desenvolvimento
integral da criança é um compromisso
compartilhado com a família. Enquanto
professores, é preciso de algum modo
aferir se estamos no caminho certo, se de
fato temos sido assertivos em nossos
encaminhamentos. Mas como fazer isso?
4. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Só há uma maneira de realizar essa
mensuração e isso se dá por meio da
AVALIAÇÃO.
Sim, você ouviu avaliação, mas o que nos
respalda para emitir um juízo sobre a
aprendizagem e desenvolvimento de bebês
e crianças tão pequenos?
5. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Avaliar é uma ação de mensurar algo, atribuir
valor, calcular. Mas como fazer isso frente à
subjetividade das aprendizagens e do
desenvolvimento infantil?
Não basta sabermos o conceito de avaliar, mas
sim qual a concepção que está implícita a esse
fazer docente na primeira etapa da Educação
Básica. Como também a concepção de criança
presente nos documentos oficiais.
6.
7.
8.
9. As Diretrizes Curriculares Nacionais
(2010) trazem a concepção de criança
como “sujeito histórico e de direitos que,
nas interações, relações e práticas
cotidianas que vivencia, constrói sua
identidade pessoal e coletiva, brinca,
imagina, fantasia, deseja, aprende,
observa, experimenta, narra, questiona e
constrói sentidos sobre a natureza e a
sociedade, produzindo cultura”.v
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
10. A Base Nacional Comum Curricular (2017)
reforça essa idéia de criança ativa, competente e
capaz e amplia a concepção de uma criança que
não absorve os conhecimentos do mundo, mas é
produtora de conhecimentos e cultura na relação
que estabelece com ele.
A criança então é um sujeito que “observa,
questiona, levanta hipóteses, conclui, faz
julgamentos e assimila valores e que constrói
conhecimentos e se apropria do conhecimento
sistematizado por meio da ação e nas interações
com o mundo físico e social”.
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
11. Devem ser assegurados pela avaliação na
Educação Infantil:
A observação crítica e criativa das
atividades, das brincadeiras e interações
das crianças no cotidiano.
Utilização de múltiplos registros realizados
por adultos e crianças (relatórios,
fotografias, desenhos, álbuns etc.).
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
12. A continuidade dos processos de aprendizagens por meio
da criação de estratégias adequadas aos diferentes
momentos de transição vividos pela criança (transição
casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior
da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-
escola/Ensino Fundamental).
Documentação específica que permita às famílias conhecer
o trabalho da instituição junto às crianças e os processos
de desenvolvimento e aprendizagem da criança na
Educação Infantil.
A não retenção das crianças na Educação Infantil.
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
13. Mas de onde vêm esses observáveis que
orientam o olhar do professor?
Vêm da intencionalidade pedagógica do
professor com a proposta que está
representada pelos objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento
previstos na BNCC.
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
14. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Quando faz escolhas e decisões antecipadas
relacionadas às estratégias de escuta e/ou
observação, o professor pode potencializar a
sua ação e a coleta de insumos para a
avaliação processual.
E como os professores podem direcionar o
olhar no momento do desenvolvimento das
propostas com as crianças para mensurar os
resultados de seus trabalhos?
15. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
A partir da elaboração de perguntas
guias que auxiliam nesta tarefa.
E O QUE SÃO PERGUNTAS GUIAS?
16. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Essas perguntas ajudam o professor a direcionar
o olhar no momento do desenvolvimento das
propostas com as crianças.
Sabemos que as crianças aprendem muitas
coisas e realizam muitas ações que podem ser
previstas ou não no planejamento. Porém, o
objetivo das perguntas é colocar uma “lupa” na
observação do professor a fim de que ele possa
mensurar os resultados de seu trabalho: se as
crianças aprenderam, quais desafios elas
vivenciaram, se demonstraram interesse pela
proposta etc.
17. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
ANÁLISE DE PLANEJAMENTO
Vamos ler o planejamento da Nova
Escola: “Pintura com materiais da
natureza”, focando a análise nas
perguntas para guiar as observações da
professora com o objetivo de mensurar o
desenvolvimento das crianças.
18.
19.
20. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
A análise do planejamento nos permite
perceber também que a avaliação começa
muito antes do acompanhamento da
proposta, no planejamento.
Decisões antecipadas relacionadas às
estratégias de escuta e/ou observação
podem potencializar a ação docente
durante a coleta de insumos para a
avaliação processual.
21. OBSERVAÇÃO: FOCO DA AÇÃO
DOCENTE
Como a observação pode contribuir para
a garantia das aprendizagens alinhadas
à BNCC?
Por meio da observação, é possível entender
o desenvolvimento de cada criança e do
grupo nas propostas oportunizadas aos
pequenos. Observar uma criança é parte do
fazer docente e serve para acompanhar o seu
desenvolvimento.
22. OBSERVAÇÃO: FOCO DA AÇÃO
DOCENTE
Quando o professor é um bom
observador, ele consegue selecionar os
materiais, planejar atividades e organizar
espaços e agrupamentos mais adequados
aos interesses das crianças.
Reafirmamos que a escuta atenta, é
importante na ação de observação do
professor.
23.
24. OBSERVAÇÃO: FOCO DA AÇÃO
DOCENTE
Para acompanhar o desenvolvimento das
crianças, é necessário saber o que elas
podem aprender com cada vivência
oferecida. Com isso em mente, o
professor pode oportunizar melhores
condições para que as aprendizagens
aconteçam e – usando de escuta e
observação atentas – acompanhar, mediar
e registrar o processo.
25. A IMPORTÂNCIA DAS PAUTAS DE
OBSERVAÇÃO
Como planejar e acompanhar esses
momentos de modo a potencializá-los,
promovendo essas aprendizagens
importantes ao desenvolvimento das
crianças?
Elaborar uma pauta de observação é
importante para o acompanhamento do
desenvolvimento das crianças.
26. A IMPORTÂNCIA DAS PAUTAS DE
OBSERVAÇÃO
A avaliação na Educação Infantil não tem
como premissa a retenção ou a
promoção, mas acompanhar o
desenvolvimento de crianças. Por isso, é
essencial ter um olhar atento, contínuo e
intencional que forneça insumos para que
o educador reveja sua prática e planeje as
próximas propostas e experiências que
oferecerá para bebês e crianças.
27. A IMPORTÂNCIA DAS PAUTAS DE
OBSERVAÇÃO
A observação precisa ser constante e,
para guiar o olhar do professor, as pautas
de observação são instrumentos que
aprofundam a observação com algumas
perguntas (baseadas nos objetivos de
desenvolvimento e aprendizagem
propostos na atividade a ser observada),
que serão respondidas após a
observação.
28. A IMPORTÂNCIA DAS PAUTAS DE
OBSERVAÇÃO
As pautas de observação dos momentos da
rotina ou das atividades propostas funcionam
para a observação de todo o grupo, de
pequenos grupos ou das crianças
individualmente. São construídas com as
“perguntas-guia” (baseadas nos objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento).
Porém, quando essas perguntas compõem
uma pauta de observação, visam aprofundar
ainda mais o olhar do professor para ações
específicas das crianças.
29. REGISTROS PARA COLETAR
EVIDÊNCIAS DE APRENDIZAGENS
As vivências no cotidiano da Educação Infantil
são inúmeras e as experiências das crianças
são inéditas a cada nova oportunidade
de conviver, participar, explorar, brincar,
expressar, conhecer-se.
Embora desde a chegada até a despedida, as
condições de aprendizagens estejam
intencionalmente planejadas, não somos
capazes de captar e registrar tudo aquilo que
afeta cada bebê e cada criança que
vivencia de modo fluido cada momento do
cotidiano.
30.
31. REGISTROS PARA COLETAR
EVIDÊNCIAS DE APRENDIZAGENS
Vamos conhecer algumas modalidades de registro que nos
auxiliam na tarefa de acompanhamento do
desenvolvimento dos bebês e crianças que devem ser
descritos em relatórios:
- Pauta de Observação;
- Mini-histórias;
- Cadernos de Registro;
- Diários de bordo;
Portfólio de fotografias;
Áudio;
Vídeo;
- Produção das crianças (portfólio);
- Relatório.
32. REGISTROS PARA COLETAR
EVIDÊNCIAS DE APRENDIZAGENS
O nosso grande desafio é: como fazer
escolhas e de quais instrumentos lançar
mão na hora de registrar as
aprendizagens, considerando as múltiplas
organizações, os diversos momentos, as
especificidades e as singularidades de
bebês e crianças?
33. REGISTROS PARA COLETAR
EVIDÊNCIAS DE APRENDIZAGENS
Com intuito de eleger os instrumentos que
nos apoie a focar a aprendizagem que
está no centro da observação
ativa, cabe-nos questionarmos:
34. REGISTROS PARA COLETAR
EVIDÊNCIAS DE APRENDIZAGENS
O que desejo registrar?
Em qual momento?
Quem vai ser o foco da minha observação?
Qual a organização do agrupamento dos
bebês ou crianças nesse momento?
Quem vai ser responsável pelo registro?
Será um registro de sutilezas ou será um
registro de evidências?
Esse registro será usado para quê? Em que
circunstâncias?
A quem se destina esse registro?
35. REGISTROS PARA COLETAR
EVIDÊNCIAS DE APRENDIZAGENS
Suas respostas o ajudarão a decidir quais
instrumentos usar, afinal, é preciso
registrar com intencionalidade. O registro
só funciona se for permeado de sentidos
para você, professor, ou seja, a
objetividade na finalidade – considerando
o que, por que e para quem você está
registrando – é que vai potencializar os
resultados da ação de registrar.
36. AVALIAÇÃO: REFLEXÃO SOBRE A
AÇÃO
Esses registros de fato ajudam o
professor a refletir sobre sua própria
prática. Revelam a fragilidade e a
fortaleza de suas ações e, se feitos de
modo processual, favorecem
encaminhamentos assertivos e criam
condições para que os contextos de
aprendizagem sejam cada vez mais
potentes e emancipatórios para bebês e
crianças.
37. AVALIAÇÃO: REFLEXÃO SOBRE A
AÇÃO
Assim como o professor precisa criar o hábito e
organizar sua rotina de modo a assegurar
momentos em que se dedique a alimentar seus
instrumentos de registro, é preciso fazer isso
tendo em mãos o planejamento, os objetivos
previstos, os encaminhamentos realizados e
aqueles que ainda estão por vir. Essa ação
permite identificar as rotas que estão sendo
potentes para a aprendizagem das crianças e
corrigir aquelas consideradas frágeis, por meio
do replanejamento, como veremos a seguir.
38. AVALIAÇÃO PARA
REPLANEJAMENTO
O exercício de registrar as aprendizagens
dos bebês e das crianças por meio da
documentação pedagógica é, segundo as
DCNs, mote para avaliar a própria prática
pedagógica e balizar o planejamento.
39. AVALIAÇÃO PARA
REPLANEJAMENTO
Quando nos registramos de modo fiel e
reflexivo, a partir da escuta ativa, observação
atenta e intencionalidade pedagógica
explicitada, conseguimos enxergar
possibilidades de aprimoramento e
qualificação da nossa prática. Enxergamos o
todo nas partes e as partes no todo. Notamos
o quanto o nosso planejamento se aproxima
(ou se distancia) das condições que precisam
ser oportunizadas a bebês e crianças para
que aprendam e se desenvolvam no contexto
da instituição de Educação Infantil.
40. AVALIAÇÃO PARA
REPLANEJAMENTO
É preciso compreender que a
documentação pedagógica é a soma do
planejamento com a avaliação, e que são
as evidências coletadas que nos ajudam a
planejar e replanejar com intencionalidade
e assertividade.
41. AVALIAÇÃO PARA
REPLANEJAMENTO
Planejar é fazer valer a pena o momento
do bebê e da criança hoje (agora!), é
olhar – por meio da avaliação – o
passado, para projetar o futuro, que serão
as ações vividas no cotidiano, no presente
da criança que está sob nossa
responsabilidade docente dentro
das escolas, da chegada à despedida.
42. AVALIAÇÃO PARA
REPLANEJAMENTO
A avaliação e o planejamento podem ser
comparados ao ato de dar um presente:
quando presenteamos não devemos dar o
que gostaríamos de receber, mas sim o que
faz sentido para quem vai receber, é só
acerta no presente quem avalia, analisa,
observa o presenteado. Nas instituições de
Educação Infantil todo dia é de aniversário,
todo dia é uma oportunidade única, inédita e
inaugural na vida das nossas crianças, e é
nosso dever acertar no presente!
43. NÃO TENHA MEDO DE AVALIAR!
RECEIE NÃO SABER AVALIAR!
Comece aprendendo a olhar... a
olhar e a ver, a ver e rever, rever e
ver... até que seja capaz de enxergar
o ainda não visto, o ainda não
notado.
44. ATIVIDADE 1: ANÁLISE DE PLANEJAMENTO
Para começarmos nossas reflexões sobre aspectos importantes da
avaliação no planejamento docente, leia o planejamento “Pintura
com materiais da natureza”, elaborado para crianças bem
pequenas.
Reflita sobre elas e, a partir de suas anotações, responda:
Como você observa que o planejamento “Pintura com materiais
da natureza” concebe o protagonismo infantil na descrição da
escolha e da organização dos espaços e dos materiais?
E durante a proposta? Quais ações docentes previstas no
planejamento concebem a ideia de criança protagonista?
Retome o planejamento “Pintura com materiais da natureza”,
para crianças bem pequenas e destaque como a observação e a
escuta atenta estão presentes na descrição que orienta as ações
docentes no planejamento.
Descreva abaixo 3 ações do professor descritas no planejamento
que indicam a coleta de insumos para a avaliação processual.
45. ATIVIDADE 2: CONSTRUÇÃO DE PERGUNTAS GUIAS
Que tal fazermos um exercício?
Considere que você irá desenvolver uma proposta de pintura com
o corpo com crianças bem pequenas, com os seguintes objetivos
de aprendizagem e desenvolvimento:
EI02CG04: Demonstrar progressiva independência no cuidado do
seu corpo.
EI02ET01: Explorar e descrever semelhanças e diferenças entre
as características e propriedades dos objetos (textura, massa,
tamanho).
EI02ET05: Classificar objetos, considerando determinado
atributo (tamanho, peso, cor, forma etc.).
Quais perguntas-guia poderiam orientar a sua observação das
crianças no momento da proposta?
46. ATIVIDADE 3 - ESTUDO DE CASO
Que tal aplicar as reflexões feitas até agora e refinar
seu olhar?
1° olhar – Observe a cena abaixo e elenque quais as
possibilidades e quais as condições de aprendizagem e de
desenvolvimento estão sendo asseguradas a essa criança.
2° olhar – Como vimos, as possibilidades de brincar,
imaginar, observar estão latentes. Quantos saberes as
crianças podem desenvolver nesses contextos? Olhe
novamente a imagem e tente eleger ao menos 5 possíveis
ações da criança.
3° olhar – Agora, observe a criança novamente. Como é
possível notar esse engajamento na vivência proposta?
4° olhar – O convite agora é para que você olhe de novo
para a imagem. Se você fosse o professor ou professora
dessa turma, o que mais propiciaria nessa situação para
que se aproximasse cada vez mais do contexto ideal para a
aprendizagem e o desenvolvimento da criança?
47.
48. ATIVIDADE 4 - PROPOSTA DE
REFLEXÃO ATIVA
Agora, mãos à obra! Leia os dois
relatórios que se seguem e aponte qual
deles revela a concepção de criança que
estamos falando até aqui, de modo a
considerar suas conquistas e seus
avanços singulares.
Justifique sua resposta.