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1
Motores de Indução Trifásicos
Parte I
2
Tópicos da Aula de Hoje
Necessidades de estudar os motores, do ponto de vista de eficiência
energética
Conceitos básicos envolvendo o funcionamento dos motores de
indução trifásicos em regime permanente
Perdas e circuito equivalente
Corrente, fator de potência e rendimento a partir do circuito
equivalente
Análise de carregamento do motor
3
Introdução
Principais fatores que levam a estudar a eficiência energética nas aplicações
que utilizam motores de indução trifásicos:
Grande quantidade de motores instalados
Aplicação ineficiente dos mesmos: sobredimensionamento, acarretando
baixos fatores de potência e rendimento
4
Introdução
Evolução tecnológica dos motores:
5
Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
O estator é composto por três enrolamentos dispostos a 120° mecânicos
(enrolamento trifásico)
Os enrolamentos do estator (armadura) são conectados a uma fonte de
alimentação CA trifásica (três tensões defasadas de 120° elétricos)
O enrolamento trifásico pode ser conectado em Δ ou Y
O fluxo produzido nos enrolamentos do estator, e que atravessa o entreferro
e o rotor, é girante com a velocidade da freqüência da tensão de alimentação
O campo girante induz tensão no enrolamento do rotor, o qual não é
alimentado diretamente, energização ocorre apenas por indução.
6
O rotor pode ser composto por três enrolamentos similares ao do estator (rotor
bobinado), ou pode ser composto por um conjunto de barras condutoras conectadas
em seus extremos por dois anéis (rotor tipo gaiola de esquilo).
O campo girante do estator induz tensão no enrolamento do rotor.
Se o enrolamento do rotor for curto-circuitado (circuito fechado), surgirão correntes
induzidas, que produzirão um campo magnético no rotor em oposição ao campo do
estator, resultando na produção de torque e no giro do rotor em uma dada velocidade.
Para existirem correntes induzidas no rotor, a velocidade mecânica do eixo deverá ser
sempre diferente da velocidade do campo girante, caso contrário, um condutor sobre
o rotor estaria sujeito a campo fixo, e não haveria correntes induzidas. Daí a
denominação de máquina assíncrona.
Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
7
Rotor bobinado
Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
8
O campo girante do estator induz tensão no enrolamento do rotor. É produzido por
tensões alternadas com frequência f1.
O rotor atinge uma velocidade de equilíbrio em regime permanente (n) menor do que
a velocidade síncrona (ns) do campo girante do estator.
Se n = ns, não há corrente induzida no rotor, e o torque é nulo.
A diferença entre a velocidade do campo girante produzido pelo estator e do giro
mecânico do rotor é denominada escorregamento (slip).
s
s
s
s
n
nn
s
ω
ωω −
=
−
=
p
f
ns
1120
=
p = no. de pólos
Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
9
A freqüência f2 da tensão e corrente induzidas no rotor é determinada pela diferença
de velocidade entre o campo girante e o rotor (escorregamento):
( ) 12
120120
sfsn
p
nn
p
f ss ==−=
Estator e rotor têm frequências diferentes!
Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
10
Curva Torque x Velocidade do motor de indução:
s
s
s
s
n
nn
s
ω
ωω −
=
−
=
Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
11
A curva Torque x Velocidade varia em função de tensão terminal:
• Nota: a tensão terminal pode ser ajustada para controlar a velocidade da máquina.
Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
12
A curva Torque x Velocidade varia em função da resistência do rotor:
Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
13
Perdas
De maneira similar ao transformador, um motor de indução trifásico está sujeito aos
seguintes tipos de perdas:
Perdas RI2 nos enrolamentos do estator (PJ1)
Perdas RI2 no rotor (PJ2)
Perdas por histerese e correntes parasitas de Foucault no núcleo (PHF)
Adicionalmente, há as perdas por atrito e ventilação ou perdas rotacionais (PAV)
Perdas adicionais: outros tipos de perdas que não se enquadrem nas anteriores
(dispersão do fluxo magnético) (PAD)
PJ1
PJ2 PAD
PAV
PHF
14
Perdas
Variação das perdas em função do carregamento (motor de 15 cv):
15
Circuito Equivalente do Motor de Indução
Circuito equivalente do estator por fase:
V1 Tensão terminal por fase;
E1 Tensão induzida no estator por fase;
R1 resistência do enrolamento do estator por fase (perda cobre);
X1 reatância de dispersão do estator por fase: X1=2πf1L1
Xm reatância de magnetização por fase: Xm=2πf1Lm
Rc perda no núcleo do estator por fase.
A corrente de
magnetização varia
de 30 a 50% da
corrente nominal
16
Circuito Equivalente do Motor de Indução
Circuito equivalente do rotor por fase:
E2 Tensão induzida no enrolamento do rotor parado (s=1, n=0);
R2 resistência do enrolamento do rotor por fase (perda cobre);
X2 reatância de dispersão do rotor parado por fase (s=1, n=0);
I2 corrente por fase no rotor
f2 freqüência do circuito do rotor ≠ da freqüência do estator f1
0
1221222 44,444,4
=
====
n
swpwps
EskNsfkNfE 22222222 φφ
0
12122 22
=
====
n
s
s
XsLsfLfX 22222222 ππ
17
Circuito Equivalente do Motor de Indução
Circuito equivalente completo por fase:
Carga
mecânica
Entreferro
(gap)
Estator
f1
Rotor
f2=sf1
N1:N2
18
Circuito Equivalente do Motor de Indução
Analisando o circuito do rotor, temos que:
22
2
2
jsXR
sE
I s
+
=
Dividindo a expressão anterior por “s” no numerador e denominador, temos:
2
2
2
2
jX
s
R
E
I
+
=
19
Circuito Equivalente do Motor de Indução
Portanto, podemos representar o circuito equivalente anterior, por um
circuito equivalente em que o estator e o rotor têm a mesma frequência.
Carga
mecânica
Entreferro
(gap)
Estator
f1
Rotor
f1
N1:N2
__
s
Circuito Equivalente do Motor de Indução
Do circuito anterior, temos que:
R2/s depende da carga mecânica;
Com o aumento da carga mecânica n diminui s aumenta R2/s
diminui I2 aumenta;
R2/s pode ser dividido em: 222
2
2
2 1
)( R
s
s
RR
s
R
R
s
R −
+=−+=
Perdas no
Cobre
Potência
Mecânica
+
Perdas Rotacionais
Circuito Equivalente do Motor de Indução
Portanto, a potência por fase associada ao rotor é:
2
2
22
22
2
22
1
I
s
R
IR
s
s
IRPPPP meccobregaprotor =
−
+=+==
Essa potência também é denominada potência no entreferro (gap), pois é a
potência transferida do estator ao rotor pelo campo magnético do
entreferro.
Conclusão:
gapcobre sP
s
IR
sIRP ===
2
222
22 gapmec PsIR
s
s
P )1(
1 2
22 −=
−
=
A perda no cobre aumenta
com o escorregamento
Perdas rotacionais
+
Carga mecânica
Circuito Equivalente do Motor de Indução
O circuito do rotor ainda pode ser refletido para o lado do estator (primário)
através da relação de espiras a = N1/N2 :
s
s)-(1R
s
s)-(1Ra
primárioaorefletido
s
s)-(1R
RaprimárioaorefletidoR
XaprimárioaorefletidoX
/IprimárioaorefletidoI
EaEprimárioaorefletidoE
'
22
2
2
'
22
2
2
'
22
2
2
'
222
'
222
=⇒
=⇒
=⇒
=⇒
=⇒
R
X
Ia
Circuito Equivalente do Motor de Indução
Carga
mecânica
Linha do gap
Com isso, o circuito fica representado na mesma frequência e refletido
para um único lado, o lado do estator.
Deve ser lembrado que a transferência de energia se dá pelo campo
magnético do gap, mas isto não necessita ser explicitamente
representado no circuito equivalente.
24
Análise da Corrente
Resolvendo o circuito equivalente do motor de indução, é possível
obter a variação da corrente do estator em relação à velocidade
(escorregamento):
111
'
2
'
2
111 //
θ∠=






+++=
ZZ
jX
s
RjXjXRZ m
'
2
1
1
1 II
Z
V
I +== Φ
25
Análise da Corrente
Portanto:
26
Fator de Potência
É dado pelo cosseno do ângulo entre a tensão de alimentação
(terminal) e a corrente do estator (terminal) :
1I
1V
1θ
Ou seja, o fator de potência é dado pelo cosseno do ângulo da
impedância total (equivalente) vista da fonte: Z1 = |Z1| ∠θ1
FP = cos θ1
Portanto, como a impedância equivalente da máquina depende da
velocidade, o fator de potência também dependerá.
27
Fator de Potência
Logo:
28
Rendimento
Vimos que as perdas nos enrolamentos do rotor dependem da
velocidade (escorregamento) do motor. Consequentemente, o
rendimento também dependerá.
Analisando novamente o circuito equivalente da máquina, só que
desprezando o circuito do estator, podemos estimar seu rendimento
ideal:
Pentrada = Pentreferro = Pgap
Perdas no rotor: R2I2
2 = sPgap
Psaída = Pgap-sPgap = (1-s)Pgap
s
P
Ps
P
P
gap
gap
entrada
saída
ideal
−=
⋅−
== 1
)1(
η
29
Rendimento
Com a inclusão das demais perdas, a eficiência real da máquina sempre será
menor do que a eficiência ideal.
Para manter alta eficiência, o motor de indução deve operar próximo a
velocidade síncrona
PADPAVPHFPJPJP
P
P
P
saída
saída
entrada
saída
real
+++++
==
21
η
30
Análise de Carregamento do MI
A partir dos dados nominais fornecidos pelo fabricante: a análise depende
de medições de corrente, tensão, potência, velocidade realizadas no motor.
Ex.: mediu-se 150 A no motor de 100 cv cujos dados nominais são
apresentados nas curvas abaixo. Essa é a condição de operação contínua do
motor.
Corrente: 150 A
F. Potência: 0,86
Potência: 83%
Rendimento: 93 %
Escorregamento: 0,8%
31
Análise de Carregamento do MI
No exemplo anterior, como o motor opera com 83% da potência nominal (ou
seja, 83 cv), pode-se empregar um motor de 90 cv, conforme análise a seguir
(mantendo a mesma potência fornecida – 83 cv):
Corrente: 140 A
F. Potência: 0,85
Potência: 92%
Rendimento: 95 %
Escorregamento: 0,5%
32
Análise de Carregamento do MI
Método da Linearização
A curva de conjugado versus rotação do MI pode ser aproximada por uma
reta na região de operação da máquina. A partir daí, bastam algumas
medições para estimar o seu carregamento considerando as condições reais
de operação.
MN – conjugado nominal
Mt – conjugado de trabalho
ns – velocidade síncrona
nN – velocidade nominal
nt – velocidade de trabalho
33
Análise de Carregamento do MI
Método da Linearização
Logo, conhecendo-se a velocidade de trabalho, a velocidade nominal e
o conjugado nominal, pode-se determinar o conjugado de trabalho pela
equação da reta.
Como a potência de trabalho é dada por Pt = Mt x nt , podemos definir Fc
como fator de carregamento:
Fc = Pt/PN
Usualmente, se Fc for maior que 0,75 significa que o motor está bem
dimensionado. Caso contrário, não se pode, de imediato, dizer que o mesmo
está inadequado. Deve-se analisar o regime de operação da máquina, pois
existem situações em que o uso de motores sobredimensionados se faz
necessário. É o caso de acionamento de cargas de alta inércia ou ciclos de
cargas severos. Recomenda-se uma análise térmica nesses casos.
34
Análise de Carregamento do MI
Método da Linearização
A potência de trabalho também pode ser medida com o uso de
Wattímetros.
Existem situações em que não é possível medir a velocidade, mas a
mesma pode ser estimada linearizando a curva da corrente, da seguinte
forma:
I0 – corrente em vazio
It – corrente de trabalho
IN – corrente nominal
35
Análise de Carregamento do MI
Método da Linearização
Para determinar a corrente em vazio, pode-se usar os resultados dos
teste em vazio ou desacoplar a carga e medir a corrente. Caso não seja
possível desacoplar a carga, pode-se recorrer a fórmulas empíricas, tal
como a apresentada a seguir:
No. de Pólos Ao Bo
8 77,463 -7,145
6 72,110 -7,413
4 67,484 -7,490
2 56,855 -6,866
( ) (%)ln000 NN PBAII +=
36
Análise de Carregamento do MI
Exemplo
Um MI trifásico tem registrado na sua folha de dados os seguintes valores
nominais: 15 cv, 4 pólos, 22 A e 1740 rpm. Necessita-se determinar seu
carregamento atual dispondo-se apenas da corrente trabalho medida, que foi
igual a 18 A.
Solução:
O primeiro passo é determinar a corrente em vazio (I0). Aplicando a
fórmula empírica mostrada no slide anterior, temos:
I0/IN = 67,484 – 7,490 x ln(15) = 47,20 %
I0 = 10,4 A
• Em seguida, determina-se a velocidade de trabalho
37
Análise de Carregamento do MI
Solução do Exemplo
A partir da rotação de trabalho, determina-se o conjugado e a potência de
trabalho:
Finalmente,
Sendo o fator de carregamento igual a 67,4% há indícios de que o motor
esteja sobredimensionado. Contudo, deve-se conhecer o ciclo de carga e o
tipo de carga acionada do mesmo antes de chegar a uma conclusão. Deve-
se então efetuar uma análise térmica para avaliar o perfil de elevação da
máquina durante o ciclo de trabalho, e uma análise da partida, identificando
a curva do conjugado de carga e estimando seu tempo de partida.
38
Próxima Aula
Análise da Partida do MI
Análise Térmica
Maiores Detalhes:
P. C. Sen. Principles of Electric Machines and Power Electronics. John
Wiley & Sons, Inc. 2nd. 1997. (ver Capítulo 5)
A. E. FITZGERALD, C. KINGSLEY, S. D. UMANS, Máquinas Elétricas, 5a
edição, Bookman. (ver Capítulo 7)

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Sel0437 aula08 motores01_2017

  • 1. 1 Motores de Indução Trifásicos Parte I
  • 2. 2 Tópicos da Aula de Hoje Necessidades de estudar os motores, do ponto de vista de eficiência energética Conceitos básicos envolvendo o funcionamento dos motores de indução trifásicos em regime permanente Perdas e circuito equivalente Corrente, fator de potência e rendimento a partir do circuito equivalente Análise de carregamento do motor
  • 3. 3 Introdução Principais fatores que levam a estudar a eficiência energética nas aplicações que utilizam motores de indução trifásicos: Grande quantidade de motores instalados Aplicação ineficiente dos mesmos: sobredimensionamento, acarretando baixos fatores de potência e rendimento
  • 5. 5 Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico O estator é composto por três enrolamentos dispostos a 120° mecânicos (enrolamento trifásico) Os enrolamentos do estator (armadura) são conectados a uma fonte de alimentação CA trifásica (três tensões defasadas de 120° elétricos) O enrolamento trifásico pode ser conectado em Δ ou Y O fluxo produzido nos enrolamentos do estator, e que atravessa o entreferro e o rotor, é girante com a velocidade da freqüência da tensão de alimentação O campo girante induz tensão no enrolamento do rotor, o qual não é alimentado diretamente, energização ocorre apenas por indução.
  • 6. 6 O rotor pode ser composto por três enrolamentos similares ao do estator (rotor bobinado), ou pode ser composto por um conjunto de barras condutoras conectadas em seus extremos por dois anéis (rotor tipo gaiola de esquilo). O campo girante do estator induz tensão no enrolamento do rotor. Se o enrolamento do rotor for curto-circuitado (circuito fechado), surgirão correntes induzidas, que produzirão um campo magnético no rotor em oposição ao campo do estator, resultando na produção de torque e no giro do rotor em uma dada velocidade. Para existirem correntes induzidas no rotor, a velocidade mecânica do eixo deverá ser sempre diferente da velocidade do campo girante, caso contrário, um condutor sobre o rotor estaria sujeito a campo fixo, e não haveria correntes induzidas. Daí a denominação de máquina assíncrona. Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
  • 7. 7 Rotor bobinado Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
  • 8. 8 O campo girante do estator induz tensão no enrolamento do rotor. É produzido por tensões alternadas com frequência f1. O rotor atinge uma velocidade de equilíbrio em regime permanente (n) menor do que a velocidade síncrona (ns) do campo girante do estator. Se n = ns, não há corrente induzida no rotor, e o torque é nulo. A diferença entre a velocidade do campo girante produzido pelo estator e do giro mecânico do rotor é denominada escorregamento (slip). s s s s n nn s ω ωω − = − = p f ns 1120 = p = no. de pólos Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
  • 9. 9 A freqüência f2 da tensão e corrente induzidas no rotor é determinada pela diferença de velocidade entre o campo girante e o rotor (escorregamento): ( ) 12 120120 sfsn p nn p f ss ==−= Estator e rotor têm frequências diferentes! Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
  • 10. 10 Curva Torque x Velocidade do motor de indução: s s s s n nn s ω ωω − = − = Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
  • 11. 11 A curva Torque x Velocidade varia em função de tensão terminal: • Nota: a tensão terminal pode ser ajustada para controlar a velocidade da máquina. Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
  • 12. 12 A curva Torque x Velocidade varia em função da resistência do rotor: Conceitos Básicos: Motor de Indução Trifásico
  • 13. 13 Perdas De maneira similar ao transformador, um motor de indução trifásico está sujeito aos seguintes tipos de perdas: Perdas RI2 nos enrolamentos do estator (PJ1) Perdas RI2 no rotor (PJ2) Perdas por histerese e correntes parasitas de Foucault no núcleo (PHF) Adicionalmente, há as perdas por atrito e ventilação ou perdas rotacionais (PAV) Perdas adicionais: outros tipos de perdas que não se enquadrem nas anteriores (dispersão do fluxo magnético) (PAD) PJ1 PJ2 PAD PAV PHF
  • 14. 14 Perdas Variação das perdas em função do carregamento (motor de 15 cv):
  • 15. 15 Circuito Equivalente do Motor de Indução Circuito equivalente do estator por fase: V1 Tensão terminal por fase; E1 Tensão induzida no estator por fase; R1 resistência do enrolamento do estator por fase (perda cobre); X1 reatância de dispersão do estator por fase: X1=2πf1L1 Xm reatância de magnetização por fase: Xm=2πf1Lm Rc perda no núcleo do estator por fase. A corrente de magnetização varia de 30 a 50% da corrente nominal
  • 16. 16 Circuito Equivalente do Motor de Indução Circuito equivalente do rotor por fase: E2 Tensão induzida no enrolamento do rotor parado (s=1, n=0); R2 resistência do enrolamento do rotor por fase (perda cobre); X2 reatância de dispersão do rotor parado por fase (s=1, n=0); I2 corrente por fase no rotor f2 freqüência do circuito do rotor ≠ da freqüência do estator f1 0 1221222 44,444,4 = ==== n swpwps EskNsfkNfE 22222222 φφ 0 12122 22 = ==== n s s XsLsfLfX 22222222 ππ
  • 17. 17 Circuito Equivalente do Motor de Indução Circuito equivalente completo por fase: Carga mecânica Entreferro (gap) Estator f1 Rotor f2=sf1 N1:N2
  • 18. 18 Circuito Equivalente do Motor de Indução Analisando o circuito do rotor, temos que: 22 2 2 jsXR sE I s + = Dividindo a expressão anterior por “s” no numerador e denominador, temos: 2 2 2 2 jX s R E I + =
  • 19. 19 Circuito Equivalente do Motor de Indução Portanto, podemos representar o circuito equivalente anterior, por um circuito equivalente em que o estator e o rotor têm a mesma frequência. Carga mecânica Entreferro (gap) Estator f1 Rotor f1 N1:N2 __ s
  • 20. Circuito Equivalente do Motor de Indução Do circuito anterior, temos que: R2/s depende da carga mecânica; Com o aumento da carga mecânica n diminui s aumenta R2/s diminui I2 aumenta; R2/s pode ser dividido em: 222 2 2 2 1 )( R s s RR s R R s R − +=−+= Perdas no Cobre Potência Mecânica + Perdas Rotacionais
  • 21. Circuito Equivalente do Motor de Indução Portanto, a potência por fase associada ao rotor é: 2 2 22 22 2 22 1 I s R IR s s IRPPPP meccobregaprotor = − +=+== Essa potência também é denominada potência no entreferro (gap), pois é a potência transferida do estator ao rotor pelo campo magnético do entreferro. Conclusão: gapcobre sP s IR sIRP === 2 222 22 gapmec PsIR s s P )1( 1 2 22 −= − = A perda no cobre aumenta com o escorregamento Perdas rotacionais + Carga mecânica
  • 22. Circuito Equivalente do Motor de Indução O circuito do rotor ainda pode ser refletido para o lado do estator (primário) através da relação de espiras a = N1/N2 : s s)-(1R s s)-(1Ra primárioaorefletido s s)-(1R RaprimárioaorefletidoR XaprimárioaorefletidoX /IprimárioaorefletidoI EaEprimárioaorefletidoE ' 22 2 2 ' 22 2 2 ' 22 2 2 ' 222 ' 222 =⇒ =⇒ =⇒ =⇒ =⇒ R X Ia
  • 23. Circuito Equivalente do Motor de Indução Carga mecânica Linha do gap Com isso, o circuito fica representado na mesma frequência e refletido para um único lado, o lado do estator. Deve ser lembrado que a transferência de energia se dá pelo campo magnético do gap, mas isto não necessita ser explicitamente representado no circuito equivalente.
  • 24. 24 Análise da Corrente Resolvendo o circuito equivalente do motor de indução, é possível obter a variação da corrente do estator em relação à velocidade (escorregamento): 111 ' 2 ' 2 111 // θ∠=       +++= ZZ jX s RjXjXRZ m ' 2 1 1 1 II Z V I +== Φ
  • 26. 26 Fator de Potência É dado pelo cosseno do ângulo entre a tensão de alimentação (terminal) e a corrente do estator (terminal) : 1I 1V 1θ Ou seja, o fator de potência é dado pelo cosseno do ângulo da impedância total (equivalente) vista da fonte: Z1 = |Z1| ∠θ1 FP = cos θ1 Portanto, como a impedância equivalente da máquina depende da velocidade, o fator de potência também dependerá.
  • 28. 28 Rendimento Vimos que as perdas nos enrolamentos do rotor dependem da velocidade (escorregamento) do motor. Consequentemente, o rendimento também dependerá. Analisando novamente o circuito equivalente da máquina, só que desprezando o circuito do estator, podemos estimar seu rendimento ideal: Pentrada = Pentreferro = Pgap Perdas no rotor: R2I2 2 = sPgap Psaída = Pgap-sPgap = (1-s)Pgap s P Ps P P gap gap entrada saída ideal −= ⋅− == 1 )1( η
  • 29. 29 Rendimento Com a inclusão das demais perdas, a eficiência real da máquina sempre será menor do que a eficiência ideal. Para manter alta eficiência, o motor de indução deve operar próximo a velocidade síncrona PADPAVPHFPJPJP P P P saída saída entrada saída real +++++ == 21 η
  • 30. 30 Análise de Carregamento do MI A partir dos dados nominais fornecidos pelo fabricante: a análise depende de medições de corrente, tensão, potência, velocidade realizadas no motor. Ex.: mediu-se 150 A no motor de 100 cv cujos dados nominais são apresentados nas curvas abaixo. Essa é a condição de operação contínua do motor. Corrente: 150 A F. Potência: 0,86 Potência: 83% Rendimento: 93 % Escorregamento: 0,8%
  • 31. 31 Análise de Carregamento do MI No exemplo anterior, como o motor opera com 83% da potência nominal (ou seja, 83 cv), pode-se empregar um motor de 90 cv, conforme análise a seguir (mantendo a mesma potência fornecida – 83 cv): Corrente: 140 A F. Potência: 0,85 Potência: 92% Rendimento: 95 % Escorregamento: 0,5%
  • 32. 32 Análise de Carregamento do MI Método da Linearização A curva de conjugado versus rotação do MI pode ser aproximada por uma reta na região de operação da máquina. A partir daí, bastam algumas medições para estimar o seu carregamento considerando as condições reais de operação. MN – conjugado nominal Mt – conjugado de trabalho ns – velocidade síncrona nN – velocidade nominal nt – velocidade de trabalho
  • 33. 33 Análise de Carregamento do MI Método da Linearização Logo, conhecendo-se a velocidade de trabalho, a velocidade nominal e o conjugado nominal, pode-se determinar o conjugado de trabalho pela equação da reta. Como a potência de trabalho é dada por Pt = Mt x nt , podemos definir Fc como fator de carregamento: Fc = Pt/PN Usualmente, se Fc for maior que 0,75 significa que o motor está bem dimensionado. Caso contrário, não se pode, de imediato, dizer que o mesmo está inadequado. Deve-se analisar o regime de operação da máquina, pois existem situações em que o uso de motores sobredimensionados se faz necessário. É o caso de acionamento de cargas de alta inércia ou ciclos de cargas severos. Recomenda-se uma análise térmica nesses casos.
  • 34. 34 Análise de Carregamento do MI Método da Linearização A potência de trabalho também pode ser medida com o uso de Wattímetros. Existem situações em que não é possível medir a velocidade, mas a mesma pode ser estimada linearizando a curva da corrente, da seguinte forma: I0 – corrente em vazio It – corrente de trabalho IN – corrente nominal
  • 35. 35 Análise de Carregamento do MI Método da Linearização Para determinar a corrente em vazio, pode-se usar os resultados dos teste em vazio ou desacoplar a carga e medir a corrente. Caso não seja possível desacoplar a carga, pode-se recorrer a fórmulas empíricas, tal como a apresentada a seguir: No. de Pólos Ao Bo 8 77,463 -7,145 6 72,110 -7,413 4 67,484 -7,490 2 56,855 -6,866 ( ) (%)ln000 NN PBAII +=
  • 36. 36 Análise de Carregamento do MI Exemplo Um MI trifásico tem registrado na sua folha de dados os seguintes valores nominais: 15 cv, 4 pólos, 22 A e 1740 rpm. Necessita-se determinar seu carregamento atual dispondo-se apenas da corrente trabalho medida, que foi igual a 18 A. Solução: O primeiro passo é determinar a corrente em vazio (I0). Aplicando a fórmula empírica mostrada no slide anterior, temos: I0/IN = 67,484 – 7,490 x ln(15) = 47,20 % I0 = 10,4 A • Em seguida, determina-se a velocidade de trabalho
  • 37. 37 Análise de Carregamento do MI Solução do Exemplo A partir da rotação de trabalho, determina-se o conjugado e a potência de trabalho: Finalmente, Sendo o fator de carregamento igual a 67,4% há indícios de que o motor esteja sobredimensionado. Contudo, deve-se conhecer o ciclo de carga e o tipo de carga acionada do mesmo antes de chegar a uma conclusão. Deve- se então efetuar uma análise térmica para avaliar o perfil de elevação da máquina durante o ciclo de trabalho, e uma análise da partida, identificando a curva do conjugado de carga e estimando seu tempo de partida.
  • 38. 38 Próxima Aula Análise da Partida do MI Análise Térmica
  • 39. Maiores Detalhes: P. C. Sen. Principles of Electric Machines and Power Electronics. John Wiley & Sons, Inc. 2nd. 1997. (ver Capítulo 5) A. E. FITZGERALD, C. KINGSLEY, S. D. UMANS, Máquinas Elétricas, 5a edição, Bookman. (ver Capítulo 7)