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Movimento Pau-Brasil,
Primeira Geração do Modernismo Brasileiro
               Manoel Neves
LINHAS GERAIS
       primeira geração do modernismo brasileiro
fase iconoclasta: quer romper com o passado literário-cultural;
        anarquismo: “não sabemos o que queremos”;
      eleição do moderno como um valor em si mesmo;
          busca de originalidade a qualquer preço;
                luta contra o tradicionalismo;
         juízos de valor sobre a realidade brasileira;
               valorização poética do cotidiano;
           nacionalismo xenófobo e intransigente.
AS REVISTAS
                 primeira geração do modernismo brasileiro
                                   quando surgem?
A Semana de Arte Moderna congregou os autores que queriam algo diferente do que a
literatura vinha produzindo. As revistas reúnem intelectuais com afinidades estético-ideológicas.

                                     como operam?
Tal qual ocorria nas Vanguardas Europeias, os artistas se reúnem, publicam manifestos e põem
em prática seus conceitos por intermédio de obras estéticas de várias naturezas.

                                  para que servem?
Se a Semana de Arte Moderna serviu para congregar os “modernistas”, as revistas vão reunir os
artistas por afinidade estético-ideológicas e alavancar o chamado movimento modernista.
OS MOVIMENTOS
                 primeira geração do modernismo brasileiro
                                     como surgem?
Em torno das revistas, reúnem-se escritores e pintores que têm afinidades estéticas.

                                     o que fazem?
Usam as revistas como veículo de divulgação das ideias [vide o que acontece com a Revista de
Antropofagia] e de obras icônicas e verbais.

                      quais são os mais importantes?
Teoricamente, pode-se dividir os movimentos modernistas em dois grandes grupos – os
nacionalistas ufanistas [Anta e verde-amarelo] e os nacionalistas críticos [Pau-Brasil e
Antropofagia]. Mário de Andrade [desvairismo] e Manuel Bandeira, apesar de excessivamente
importantes neste primeiro momento do modernismo, não se aliam aos quatro grandes grupos
mais representativos.
A POESIA PAU-BRASIL, 1924
primeira geração do modernismo brasileiro
LINHAS GERAIS
            a poesia pau-brasil, 1924
           poesia: produto de exportação;
    revisão crítica do passado histórico cultural;
coloquialismo, síntese e oralidade: língua brasileira;
         base dupla: primitivo x moderno;
           digestão e devoração cultural;
               flash cinematográfico;
                primitivismo crítico;
      crítica ao academicismo e à colonização.
O MANIFESTO [fragmentos]
                               a poesia pau-brasil, 1924
O Carnaval. O Sertão e a Favela. Pau-Brasil. Bárbaro e nosso.
A formação étnica rica. A riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.
Contra a fatalidade do primeiro branco aportando e dominando diplomaticamente as selvas
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Donde nunca a exportação de poesia. A poesia emaranhada na cultura. Nos cipós das
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Bárbaros, pitorescos e crédulos. Pau-Brasil. A floresta e a escola. A cozinha, o minério e a dança.
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OS SELVAGENS
                             Oswald de Andrade
                            Mostraram-lhes uma galinha
                              Quase haviam medo dela
                             E não queriam pôr a mão.
                         Depois a tomaram como espantados
    aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural; primitivismo;
aspectos formais: versos livres e brancos; bricolagem da Carta, de Pero Vaz de Caminha.
PAÍS DO OURO
                               Oswald de Andrade
                                Todos têm remédio de vida
                            E nenhum pobre anda pelas portas
                              A mendigar como nestes Reinos
  aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural: crítica à colonização;
aspectos formais: versos livres e brancos; apropriação do discurso do europeu: bricolagem.
SENHOR FEUDAL
                  Oswald de Andrade
                       Se Pedro Segundo
                            Vier aqui
                          Com história
                      Eu boto ele na cadeia
aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural;
      aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
PRONOMINAIS
                           Oswald de Andrade
                                 Dê-me um cigarro
                                  Diz a gramática
                             Do professor e do aluno
                                E do mulato sabido
                         Mas o bom negro e o bom branco
                               Da Nação Brasileira
                               Dizem todos os dias
                              Deixa disso camarada
                                 Me dá um cigarro
aspectos temáticos: defesa de uma língua brasileira: simples, coloquial e sintética;
               aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
POBRE ALIMÁRIA
            Oswald de Andrade
                 O cavalo e a carroça
           Estavam atravancados no trilho
       E como o motorneiro se impacientasse
   Porque levava os advogados para os escritórios
             Desatravancaram o veículo
                 E o animal disparou
                Mas o lesto carroceiro
                   Trepou na boleia
            E castigou o fugitivo atrelado
             Com um grandioso chicote
aspectos temáticos: base dupla [primitivo x moderno]
 aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
03 DE MAIO
                               Oswald de Andrade
                                Todos têm remédio de vida
                            E nenhum pobre anda pelas portas
                              A mendigar como nestes Reinos
  aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural: crítica à colonização;
aspectos formais: versos livres e brancos; apropriação do discurso do europeu: bricolagem.
RELICÁRIO
                               Oswald de Andrade
                                     No baile da Corte
                               Foi o Conde d’Eu quem disse
                                    Pra Dona Benvinda
                                   Que farinha de Suruí
                                      Pinga de Parati
                                    Fumo de Baependi
                                  É comê bebê pitá e caí.
aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural; defesa da cultura popular;
                    aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
ERRO DE PORTUGUÊS
                             Oswald de Andrade
                             Quando o português chegou
                             Debaixo de uma bruta chuva
                                    Vestiu o índio
                                     Que pena!
                              Fosse uma manhã de sol
                                O índio tinha despido
                                    O português
aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural; primitivismo crítico;
                      aspectos formais: versos livres e brancos.
O CAPOEIRA
             Oswald de Andrade
               – Qué apanhá, sordado?
                       – O quê?
                   – Qué apanhá?
            – Pernas e cabeças na calçada.
      aspectos temáticos: flash cinematográfico;
aspectos formais: língua brasileira; síntese; metonímias.
ESCAPULÁRIO
                Oswald de Andrade
                      No Pão de Açúcar
                         de cada dia
                       Dai-nos, Senhor
                          a poesia
                        de cada dia
aspectos temáticos: apropriação paródica do discurso europeu;
    aspectos formais: metalinguagem e intertextualidade.
Tarsila do Amaral: Favela. Disponível em: http://paisagensnaartebrasileira.pbworks.com/
Tarsila do Amaral: O mamoeiro. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/539_tarsila/page4.shtml
Tarsila do Amaral: Estrada de ferro Central do Brasil. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/

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Modernismo Brasileiro Pau-Brasil

  • 1. Movimento Pau-Brasil, Primeira Geração do Modernismo Brasileiro Manoel Neves
  • 2. LINHAS GERAIS primeira geração do modernismo brasileiro fase iconoclasta: quer romper com o passado literário-cultural; anarquismo: “não sabemos o que queremos”; eleição do moderno como um valor em si mesmo; busca de originalidade a qualquer preço; luta contra o tradicionalismo; juízos de valor sobre a realidade brasileira; valorização poética do cotidiano; nacionalismo xenófobo e intransigente.
  • 3. AS REVISTAS primeira geração do modernismo brasileiro quando surgem? A Semana de Arte Moderna congregou os autores que queriam algo diferente do que a literatura vinha produzindo. As revistas reúnem intelectuais com afinidades estético-ideológicas. como operam? Tal qual ocorria nas Vanguardas Europeias, os artistas se reúnem, publicam manifestos e põem em prática seus conceitos por intermédio de obras estéticas de várias naturezas. para que servem? Se a Semana de Arte Moderna serviu para congregar os “modernistas”, as revistas vão reunir os artistas por afinidade estético-ideológicas e alavancar o chamado movimento modernista.
  • 4. OS MOVIMENTOS primeira geração do modernismo brasileiro como surgem? Em torno das revistas, reúnem-se escritores e pintores que têm afinidades estéticas. o que fazem? Usam as revistas como veículo de divulgação das ideias [vide o que acontece com a Revista de Antropofagia] e de obras icônicas e verbais. quais são os mais importantes? Teoricamente, pode-se dividir os movimentos modernistas em dois grandes grupos – os nacionalistas ufanistas [Anta e verde-amarelo] e os nacionalistas críticos [Pau-Brasil e Antropofagia]. Mário de Andrade [desvairismo] e Manuel Bandeira, apesar de excessivamente importantes neste primeiro momento do modernismo, não se aliam aos quatro grandes grupos mais representativos.
  • 5. A POESIA PAU-BRASIL, 1924 primeira geração do modernismo brasileiro
  • 6. LINHAS GERAIS a poesia pau-brasil, 1924 poesia: produto de exportação; revisão crítica do passado histórico cultural; coloquialismo, síntese e oralidade: língua brasileira; base dupla: primitivo x moderno; digestão e devoração cultural; flash cinematográfico; primitivismo crítico; crítica ao academicismo e à colonização.
  • 7. O MANIFESTO [fragmentos] a poesia pau-brasil, 1924 O Carnaval. O Sertão e a Favela. Pau-Brasil. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. A riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança. Contra a fatalidade do primeiro branco aportando e dominando diplomaticamente as selvas selvagens. Citando Virgílio para tupiniquins. O bacharel. País de dores anônimas. De doutores anônimos. Sociedade de náufragos eruditos. Donde nunca a exportação de poesia. A poesia emaranhada na cultura. Nos cipós das metrificações. A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Contra a argúcia naturalista, a síntese. Contra a cópia, a invenção e a surpresa. Bárbaros, pitorescos e crédulos. Pau-Brasil. A floresta e a escola. A cozinha, o minério e a dança. A vegetação. Pau-Brasil.
  • 8. OS SELVAGENS Oswald de Andrade Mostraram-lhes uma galinha Quase haviam medo dela E não queriam pôr a mão. Depois a tomaram como espantados aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural; primitivismo; aspectos formais: versos livres e brancos; bricolagem da Carta, de Pero Vaz de Caminha.
  • 9. PAÍS DO OURO Oswald de Andrade Todos têm remédio de vida E nenhum pobre anda pelas portas A mendigar como nestes Reinos aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural: crítica à colonização; aspectos formais: versos livres e brancos; apropriação do discurso do europeu: bricolagem.
  • 10. SENHOR FEUDAL Oswald de Andrade Se Pedro Segundo Vier aqui Com história Eu boto ele na cadeia aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural; aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
  • 11. PRONOMINAIS Oswald de Andrade Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro aspectos temáticos: defesa de uma língua brasileira: simples, coloquial e sintética; aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
  • 12. POBRE ALIMÁRIA Oswald de Andrade O cavalo e a carroça Estavam atravancados no trilho E como o motorneiro se impacientasse Porque levava os advogados para os escritórios Desatravancaram o veículo E o animal disparou Mas o lesto carroceiro Trepou na boleia E castigou o fugitivo atrelado Com um grandioso chicote aspectos temáticos: base dupla [primitivo x moderno] aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
  • 13. 03 DE MAIO Oswald de Andrade Todos têm remédio de vida E nenhum pobre anda pelas portas A mendigar como nestes Reinos aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural: crítica à colonização; aspectos formais: versos livres e brancos; apropriação do discurso do europeu: bricolagem.
  • 14. RELICÁRIO Oswald de Andrade No baile da Corte Foi o Conde d’Eu quem disse Pra Dona Benvinda Que farinha de Suruí Pinga de Parati Fumo de Baependi É comê bebê pitá e caí. aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural; defesa da cultura popular; aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
  • 15. ERRO DE PORTUGUÊS Oswald de Andrade Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural; primitivismo crítico; aspectos formais: versos livres e brancos.
  • 16. O CAPOEIRA Oswald de Andrade – Qué apanhá, sordado? – O quê? – Qué apanhá? – Pernas e cabeças na calçada. aspectos temáticos: flash cinematográfico; aspectos formais: língua brasileira; síntese; metonímias.
  • 17. ESCAPULÁRIO Oswald de Andrade No Pão de Açúcar de cada dia Dai-nos, Senhor a poesia de cada dia aspectos temáticos: apropriação paródica do discurso europeu; aspectos formais: metalinguagem e intertextualidade.
  • 18. Tarsila do Amaral: Favela. Disponível em: http://paisagensnaartebrasileira.pbworks.com/
  • 19. Tarsila do Amaral: O mamoeiro. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/539_tarsila/page4.shtml
  • 20. Tarsila do Amaral: Estrada de ferro Central do Brasil. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/