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LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA
                                                             LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA


         TEXTO I

           BRINCAR COM PALAVRAS - NOS JOGOS VERBAIS, EXERCÍCIOS DE LITERATURA


         Você sabe o que é um palíndromo?                         Muita gente sabe o que é um caligrama -
                                                                  aqueles textos que existiam desde a Grécia em
         É uma palavra ou mesmo uma frase que
                                                                  que as letras e frases iam desenhando o objeto
         pode ser lida de frente pra trás e de trás pra
                                                                  a que se referiam - um vaso, um ovo, ou então,
         frente mantendo o mesmo sentido. Por
                                                             30   como num autor moderno tipo Apollinaire,
    05   exemplo, em português: “amor” e “Roma”;
                                                                  as frases do poema se inscrevendo em forma
         em espanhol: “Anita lava la tina”. Ou,
                                                                  de cavalo ou na perpendicular imitando o
         então, a frase latina: “Sator arepo tenet
                                                                  feitio da chuva.
         opera rotas”, que não só pode ser lida de
         trás pra frente, mas pode ser lida na verti-             Mas pouca gente sabe o que é um lipograma.
    10   cal, na horizontal, de baixo pra cima, de           35   Lipo significa tirar, aspirar, esconder.
         cima pra baixo, girando os olhos em redor                Portanto, um lipograma é um texto que
         deste quadrado:                                          sofreu a lipoaspiração de uma letra. O autor
            S A T O              R                                resolve esconder essa letra por razões
                                                                  lúdicas. Já o grego Píndaro havia escrito
            A     R    E    P    O
                                                             40   uma ode, sem a letra “s”. Os autores
    15      T     E    N    E    T                                barrocos no século XVII também usavam
            O     P E       R     A                               este tipo de ocultação, porque estavam
                                                                  envolvidos com o ocultismo, com a cabala
            R O T A S
                                                                  e com a numerologia.
         Essa frase latina polivalente foi criada pelo
                                                             45   Por que estou dizendo essas coisas?
         escravo romano Loreius 200 anos antes de
    20   Cristo, e tem dois significados: “O lavrador             Culpa da Internet.
         mantém cuidadosamente a charrua nos sulcos”              Esses jogos verbais que vinham sendo feitos
         e/ou “o lavrador sustém cuidadosamente o                 desde as cavernas agora foram potencializados
         mundo em sua órbita”. Osman Lins construiu               com a informática. Dizia eu numa entrevista
         o romance “Avalovara” (1973) em torno desse         50   outro dia que estamos vivendo um paradoxo
    25   palíndromo.                                              riquíssimo: a mais avançada tecnologia
                                                                  eletrônica está resgatando o uso lúdico da
                                                                  linguagem e uma das mais arcaicas atividades
                                                                  humanas - a poesia. Os poetas, mais que
                                                             55   quaisquer outros escritores, invadiram a
                                                                  Internet. Se em relação às coisas prosaicas se
                                                                  diz que a vingança vem a cavalo, no caso da
                                                                  poesia a vingança veio a cabo, galopando
                                                                  eletronicamente. Por isto que toda vez que um
                                                             60   jovem iniciante me procura com a angústia
                                                                  de publicar seu livro, aconselho-o logo: “Meu
                                                                  filho, abra uma página sua na Internet para
                                                                  não mais se constranger e se sentir
                                                                  constrangido diante dos editores e críticos.
                                                                  Estampe seu texto na Internet e deixe rolar”.

                                                                        (ROMANO, Affonso de Sant'Anna. O Globo, 15/09/1999.)




                                                                                                                               13
Exame Discursivo • Vestibular Estadual 2002
LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA

     Questão 01
     O autor avalia as inovações introduzidas pela Internet, diante das tradições da literatura.
     (A) Aponte dois aspectos que, segundo ele, são positivos no uso da Internet.
     (B) Há muitos séculos, já se exploravam as possibilidades de distribuição das palavras no espaço
         de modo análogo ao que passou a ocorrer nas telas de computador.
         Cite dois exemplos do texto que evidenciam a exploração dessas possibilidades.

     Questão 02
     Affonso Romano, neste texto, mistura seus conhecimentos de crítico e estudioso de literatura
     e sua experiência de poeta para escrever uma crônica.
     (A) Cite duas características que identificam este texto como crônica.
     (B) A crônica desenvolveu características particulares especialmente na transição do século
         XIX para o século XX na cidade do Rio de Janeiro.
         Indique, com uma frase completa, uma circunstância que estimulou o desenvolvimento do
         gênero nesse período e local.

     Questão 03
     Você sabe o que é um palíndromo? (!. 01)
     Por que estou dizendo essas coisas? (!. 45)
     Observando os parágrafos compreendidos entre as perguntas acima, identifique:
     (A) a função da linguagem predominante nesses parágrafos e justifique sua reposta;
     (B) o processo de formação de palavras comum aos termos ocultação e ocultismo e explique a
         diferença de sentido entre eles.


        TEXTO II
                                             MULHER AO ESPELHO

                 Hoje, que seja esta ou aquela,                        Por fora, serei como queira
                 pouco me importa.                                     a moda, que me vai matando.
                 Quero apenas parecer bela,                            Que me levem pele e caveira
                 pois, seja qual for, estou morta.                     ao nada, não me importa quando.

                 Já fui loura, já fui morena,                          Mas quem viu, tão dilacerados,
                 já fui Margarida e Beatriz.                           olhos, braços e sonhos seus,
                 Já fui Maria e Madalena.                              e morreu pelos seus pecados,
                 Só não pude ser como quis.                            falará com Deus.

                 Que mal faz, esta cor fingida                         Falará, coberta de luzes,
                 do meu cabelo, e do meu rosto,                        do alto penteado ao rubro artelho.
                 se tudo é tinta: o mundo, a vida,                     Porque uns expiram sobre cruzes,
                 o contentamento, o desgosto?                          outros, buscando-se no espelho.
                                            (MEIRELES, Cecília. Poesias Completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973.)

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                                                                                               Exame Discursivo • Vestibular Estadual 2002
LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA

     Questão 04

    Considere os pares de palavras:

                                              loura, morena / Maria, Madalena

    (A) Explique, em uma frase completa, o contraste existente em cada par.
    (B) Indique a classe gramatical e a função sintática de cada um desses pares de palavras na
        2a estrofe do poema.



     Questão 05

    A temática e alguns procedimentos característicos do Barroco no século XVII foram retomados
    no poema de Cecília Meireles.

    (A) O questionamento das concepções do senso comum quanto à vaidade sugere uma
        preocupação também existente entre os autores barrocos.
        Identifique, no poema, um aspecto da vaidade apresentado negativamente e outro
        apresentado positivamente.
    (B) O jogo de oposições entre conceitos era um dos recursos característicos da literatura
        barroca.
        Indique um contraste próprio do Barroco que predomina no texto II.



     Questão 06

    O poema de Cecília Meireles revela uma mudança de perspectiva em relação à primeira geração
    modernista.
    (A) Explique, em uma frase completa, por que a temática deste poema difere da temática
        dominante na primeira fase do Modernismo.

    (B) Cite duas características formais do poema que acompanham esta mudança de atitude.



     Questão 07

    O uso de palavras e expressões cotidianas, neste texto, é carregado de sentido simbólico.

    (A) Uma expressão utilizada no poema possui um sentido correspondente ao da expressão
        “da cabeça aos pés”.
        Retire-a do texto.
    (B) Na 3a estrofe, o substantivo tinta se refere a uma expressão que o antecede.
        Transcreva essa expressão e indique a conotação que o substantivo tinta adquire no texto.


                                                                                                                 15
Exame Discursivo • Vestibular Estadual 2002
LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA


          TEXTO III
                                                     ESSA TERRA



          Vagoroso e solitário, o Junco sobrevive às             ele viveu as experiências da vida. - Isso também
          suas próprias mágoas, com a certeza de                 está nas Sagradas Escrituras. Muitos pastos e
          quem já conheceu dias piores, e ainda assim       40   poucos rastos. Poucas cabeças, muitos
          continua de pé, para contar como foi. Em               chapéus. Um só rebanho para um só pastor.
     05   1932 o lugar esteve para ser trocado do Estado         - Lá vêm os tabaréus do Junco - dizem os
          da Bahia para o mapa do inferno, na pior seca          do Inhambupe.
          que já se teve notícia por essas bandas, hoje
          reverenciada em cada caveira de boi pendurada          Diziam. Antigamente. Quando o pau-de-
          numa estaca, para dar sorte.                      45   arara coberto de lona parava na bomba de
                                                                 gasolina do Hotel Rex - a lotação de ano
     10   - O povo caía e morria de sede e fome, como            em ano, para Nossa Senhora das Candeias.
          o gado. Era de cortar o coração.                       Agora a estrada passa por fora. O Inhambupe
          As primeiras chuvas de 33 prometiam a                  já não tem mais quem insultar.
          bonança, mas ficaram só na promessa. O que        50   Rezemos pela alma do finado Antônio
          se viu mais tarde foi o dilúvio, a sezão e o           Conselheiro. Muito lhe devemos. Quando
     15   impaludismo: desta vez o povo caía e morria            esteve em Inhambupe, ele foi apedrejado,
          tremendo, de frio. Pior é na guerra, onde filho        sem dó nem piedade. Rogou uma praga:
          chora e pai não vê - diz Caetano Jabá, que
          não foi o único a seguir os passos de Antônio          - Essa terra vai crescer que nem rabo de besta.
          Conselheiro, embora tivesse sido o único a        55   O povo se indagou:
     20   voltar vivo, para contar a história do soldado         - Como é que rabo de besta cresce?
          raso que ele degolou com sua faquinha de
                                                                 Para baixo.
          capar fumo, enquanto o soldado comia em
          paz um pedaço de carne de jabá com farinha             - Mas todos os rabos crescem para baixo.
          seca, à beira de um riacho. Em vez de uma              - Só que o da besta, quando cresce, o dono
     25   medalha, deram-lhe um apelido e uma enxada,       60   corta. Para dar mais valor ao animal.
          com a qual ele cava o seu sustento, ainda hoje,
                                                                 O asfalto da estrada de Paulo Afonso não
          aos cento e tantos anos de vida.
                                                                 chegou aqui mas também deixou o Inhambupe
          No ano dois mil esse mundo velho será                  de lado. O lugar cresce como rabo de besta.
          queimado por uma bola de fogo e depois só
                                                                 Tudo o mais é a espera, debaixo deste céu
     30   restará o dia do juízo - é o mesmo Jabá -,
                                                            65   descampado.
          ensinando as Sagradas Profecias, enquanto
          descansa a culpa da morte que carrega nas              - Qualquer dia o Anticristo aparece. Será o
          costas. - E eu sei que esse dia está perto. Ora        primeiro aviso. Depois o sol vai crescer, vai
          vejam bem: nossos avós tinham muitos                   virar uma bola do tamanho de uma roda de
     35   pastos, nossos pais tinham poucos pastos e             carro de boi e aí - dizia papai, dizia mamãe,
          nós não temos nenhum - os outros homens                dizia todo mundo.
          prestam muita atenção em Caetano Jabá,
                                                                     (TORRES, Antônio. Essa Terra. Rio de Janeiro: Record, 2001.)




16
                                                                                       Exame Discursivo • Vestibular Estadual 2002
LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA
     Questão 08

    O texto de Antônio Torres apresenta memórias de um habitante de uma cidade no interior da
    Bahia.
    (A) Transcreva uma frase em que o narrador demonstra a sua satisfação pelo fato de a cidade
        vizinha não ter tido um futuro mais brilhante do que sua cidade natal.
    (B) Segundo o narrador, Inhambupe ficou submetida a um atraso.
         Explique, com suas palavras, a justificativa que circulava na região para tal fato.


     Questão 09

    Publicado nos anos 70, este romance de Antônio Torres demonstrou a atualidade de temas e
    situações abordadas na literatura regionalista dos anos 30.
    (A) Aponte duas características da ficção regionalista presentes no texto.
    (B) Em resposta à propaganda oficial sobre as vantagens dos “milagres econômicos”, o texto
        deixa entrever o caráter excludente dos processos de modernização ocorridos no Brasil.
         Reproduza a passagem em que, por meio da fala de um personagem, o texto denuncia que,
         paralelamente à modernização do país, ocorrera na localidade um empobrecimento
         gradativo da população.


     Questão 10

    O povo caía e morria de sede e fome, como o gado. (!. 10 - 11)
    (A) Identifique a idéia que cada palavra grifada expressa.
    (B) Reescreva o período substituindo as mesmas palavras grifadas por equivalentes, sem alteração
        de sentido.




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Exame Discursivo • Vestibular Estadual 2002

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  • 1. LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA TEXTO I BRINCAR COM PALAVRAS - NOS JOGOS VERBAIS, EXERCÍCIOS DE LITERATURA Você sabe o que é um palíndromo? Muita gente sabe o que é um caligrama - aqueles textos que existiam desde a Grécia em É uma palavra ou mesmo uma frase que que as letras e frases iam desenhando o objeto pode ser lida de frente pra trás e de trás pra a que se referiam - um vaso, um ovo, ou então, frente mantendo o mesmo sentido. Por 30 como num autor moderno tipo Apollinaire, 05 exemplo, em português: “amor” e “Roma”; as frases do poema se inscrevendo em forma em espanhol: “Anita lava la tina”. Ou, de cavalo ou na perpendicular imitando o então, a frase latina: “Sator arepo tenet feitio da chuva. opera rotas”, que não só pode ser lida de trás pra frente, mas pode ser lida na verti- Mas pouca gente sabe o que é um lipograma. 10 cal, na horizontal, de baixo pra cima, de 35 Lipo significa tirar, aspirar, esconder. cima pra baixo, girando os olhos em redor Portanto, um lipograma é um texto que deste quadrado: sofreu a lipoaspiração de uma letra. O autor S A T O R resolve esconder essa letra por razões lúdicas. Já o grego Píndaro havia escrito A R E P O 40 uma ode, sem a letra “s”. Os autores 15 T E N E T barrocos no século XVII também usavam O P E R A este tipo de ocultação, porque estavam envolvidos com o ocultismo, com a cabala R O T A S e com a numerologia. Essa frase latina polivalente foi criada pelo 45 Por que estou dizendo essas coisas? escravo romano Loreius 200 anos antes de 20 Cristo, e tem dois significados: “O lavrador Culpa da Internet. mantém cuidadosamente a charrua nos sulcos” Esses jogos verbais que vinham sendo feitos e/ou “o lavrador sustém cuidadosamente o desde as cavernas agora foram potencializados mundo em sua órbita”. Osman Lins construiu com a informática. Dizia eu numa entrevista o romance “Avalovara” (1973) em torno desse 50 outro dia que estamos vivendo um paradoxo 25 palíndromo. riquíssimo: a mais avançada tecnologia eletrônica está resgatando o uso lúdico da linguagem e uma das mais arcaicas atividades humanas - a poesia. Os poetas, mais que 55 quaisquer outros escritores, invadiram a Internet. Se em relação às coisas prosaicas se diz que a vingança vem a cavalo, no caso da poesia a vingança veio a cabo, galopando eletronicamente. Por isto que toda vez que um 60 jovem iniciante me procura com a angústia de publicar seu livro, aconselho-o logo: “Meu filho, abra uma página sua na Internet para não mais se constranger e se sentir constrangido diante dos editores e críticos. Estampe seu texto na Internet e deixe rolar”. (ROMANO, Affonso de Sant'Anna. O Globo, 15/09/1999.) 13 Exame Discursivo • Vestibular Estadual 2002
  • 2. LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA Questão 01 O autor avalia as inovações introduzidas pela Internet, diante das tradições da literatura. (A) Aponte dois aspectos que, segundo ele, são positivos no uso da Internet. (B) Há muitos séculos, já se exploravam as possibilidades de distribuição das palavras no espaço de modo análogo ao que passou a ocorrer nas telas de computador. Cite dois exemplos do texto que evidenciam a exploração dessas possibilidades. Questão 02 Affonso Romano, neste texto, mistura seus conhecimentos de crítico e estudioso de literatura e sua experiência de poeta para escrever uma crônica. (A) Cite duas características que identificam este texto como crônica. (B) A crônica desenvolveu características particulares especialmente na transição do século XIX para o século XX na cidade do Rio de Janeiro. Indique, com uma frase completa, uma circunstância que estimulou o desenvolvimento do gênero nesse período e local. Questão 03 Você sabe o que é um palíndromo? (!. 01) Por que estou dizendo essas coisas? (!. 45) Observando os parágrafos compreendidos entre as perguntas acima, identifique: (A) a função da linguagem predominante nesses parágrafos e justifique sua reposta; (B) o processo de formação de palavras comum aos termos ocultação e ocultismo e explique a diferença de sentido entre eles. TEXTO II MULHER AO ESPELHO Hoje, que seja esta ou aquela, Por fora, serei como queira pouco me importa. a moda, que me vai matando. Quero apenas parecer bela, Que me levem pele e caveira pois, seja qual for, estou morta. ao nada, não me importa quando. Já fui loura, já fui morena, Mas quem viu, tão dilacerados, já fui Margarida e Beatriz. olhos, braços e sonhos seus, Já fui Maria e Madalena. e morreu pelos seus pecados, Só não pude ser como quis. falará com Deus. Que mal faz, esta cor fingida Falará, coberta de luzes, do meu cabelo, e do meu rosto, do alto penteado ao rubro artelho. se tudo é tinta: o mundo, a vida, Porque uns expiram sobre cruzes, o contentamento, o desgosto? outros, buscando-se no espelho. (MEIRELES, Cecília. Poesias Completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973.) 14 Exame Discursivo • Vestibular Estadual 2002
  • 3. LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA Questão 04 Considere os pares de palavras: loura, morena / Maria, Madalena (A) Explique, em uma frase completa, o contraste existente em cada par. (B) Indique a classe gramatical e a função sintática de cada um desses pares de palavras na 2a estrofe do poema. Questão 05 A temática e alguns procedimentos característicos do Barroco no século XVII foram retomados no poema de Cecília Meireles. (A) O questionamento das concepções do senso comum quanto à vaidade sugere uma preocupação também existente entre os autores barrocos. Identifique, no poema, um aspecto da vaidade apresentado negativamente e outro apresentado positivamente. (B) O jogo de oposições entre conceitos era um dos recursos característicos da literatura barroca. Indique um contraste próprio do Barroco que predomina no texto II. Questão 06 O poema de Cecília Meireles revela uma mudança de perspectiva em relação à primeira geração modernista. (A) Explique, em uma frase completa, por que a temática deste poema difere da temática dominante na primeira fase do Modernismo. (B) Cite duas características formais do poema que acompanham esta mudança de atitude. Questão 07 O uso de palavras e expressões cotidianas, neste texto, é carregado de sentido simbólico. (A) Uma expressão utilizada no poema possui um sentido correspondente ao da expressão “da cabeça aos pés”. Retire-a do texto. (B) Na 3a estrofe, o substantivo tinta se refere a uma expressão que o antecede. Transcreva essa expressão e indique a conotação que o substantivo tinta adquire no texto. 15 Exame Discursivo • Vestibular Estadual 2002
  • 4. LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA TEXTO III ESSA TERRA Vagoroso e solitário, o Junco sobrevive às ele viveu as experiências da vida. - Isso também suas próprias mágoas, com a certeza de está nas Sagradas Escrituras. Muitos pastos e quem já conheceu dias piores, e ainda assim 40 poucos rastos. Poucas cabeças, muitos continua de pé, para contar como foi. Em chapéus. Um só rebanho para um só pastor. 05 1932 o lugar esteve para ser trocado do Estado - Lá vêm os tabaréus do Junco - dizem os da Bahia para o mapa do inferno, na pior seca do Inhambupe. que já se teve notícia por essas bandas, hoje reverenciada em cada caveira de boi pendurada Diziam. Antigamente. Quando o pau-de- numa estaca, para dar sorte. 45 arara coberto de lona parava na bomba de gasolina do Hotel Rex - a lotação de ano 10 - O povo caía e morria de sede e fome, como em ano, para Nossa Senhora das Candeias. o gado. Era de cortar o coração. Agora a estrada passa por fora. O Inhambupe As primeiras chuvas de 33 prometiam a já não tem mais quem insultar. bonança, mas ficaram só na promessa. O que 50 Rezemos pela alma do finado Antônio se viu mais tarde foi o dilúvio, a sezão e o Conselheiro. Muito lhe devemos. Quando 15 impaludismo: desta vez o povo caía e morria esteve em Inhambupe, ele foi apedrejado, tremendo, de frio. Pior é na guerra, onde filho sem dó nem piedade. Rogou uma praga: chora e pai não vê - diz Caetano Jabá, que não foi o único a seguir os passos de Antônio - Essa terra vai crescer que nem rabo de besta. Conselheiro, embora tivesse sido o único a 55 O povo se indagou: 20 voltar vivo, para contar a história do soldado - Como é que rabo de besta cresce? raso que ele degolou com sua faquinha de Para baixo. capar fumo, enquanto o soldado comia em paz um pedaço de carne de jabá com farinha - Mas todos os rabos crescem para baixo. seca, à beira de um riacho. Em vez de uma - Só que o da besta, quando cresce, o dono 25 medalha, deram-lhe um apelido e uma enxada, 60 corta. Para dar mais valor ao animal. com a qual ele cava o seu sustento, ainda hoje, O asfalto da estrada de Paulo Afonso não aos cento e tantos anos de vida. chegou aqui mas também deixou o Inhambupe No ano dois mil esse mundo velho será de lado. O lugar cresce como rabo de besta. queimado por uma bola de fogo e depois só Tudo o mais é a espera, debaixo deste céu 30 restará o dia do juízo - é o mesmo Jabá -, 65 descampado. ensinando as Sagradas Profecias, enquanto descansa a culpa da morte que carrega nas - Qualquer dia o Anticristo aparece. Será o costas. - E eu sei que esse dia está perto. Ora primeiro aviso. Depois o sol vai crescer, vai vejam bem: nossos avós tinham muitos virar uma bola do tamanho de uma roda de 35 pastos, nossos pais tinham poucos pastos e carro de boi e aí - dizia papai, dizia mamãe, nós não temos nenhum - os outros homens dizia todo mundo. prestam muita atenção em Caetano Jabá, (TORRES, Antônio. Essa Terra. Rio de Janeiro: Record, 2001.) 16 Exame Discursivo • Vestibular Estadual 2002
  • 5. LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA Questão 08 O texto de Antônio Torres apresenta memórias de um habitante de uma cidade no interior da Bahia. (A) Transcreva uma frase em que o narrador demonstra a sua satisfação pelo fato de a cidade vizinha não ter tido um futuro mais brilhante do que sua cidade natal. (B) Segundo o narrador, Inhambupe ficou submetida a um atraso. Explique, com suas palavras, a justificativa que circulava na região para tal fato. Questão 09 Publicado nos anos 70, este romance de Antônio Torres demonstrou a atualidade de temas e situações abordadas na literatura regionalista dos anos 30. (A) Aponte duas características da ficção regionalista presentes no texto. (B) Em resposta à propaganda oficial sobre as vantagens dos “milagres econômicos”, o texto deixa entrever o caráter excludente dos processos de modernização ocorridos no Brasil. Reproduza a passagem em que, por meio da fala de um personagem, o texto denuncia que, paralelamente à modernização do país, ocorrera na localidade um empobrecimento gradativo da população. Questão 10 O povo caía e morria de sede e fome, como o gado. (!. 10 - 11) (A) Identifique a idéia que cada palavra grifada expressa. (B) Reescreva o período substituindo as mesmas palavras grifadas por equivalentes, sem alteração de sentido. 17 Exame Discursivo • Vestibular Estadual 2002