SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Carta a cada menino tímido que entrou em colégio novo
Nada digo nem você percebe, mas compreendo menino tímido em colégio novo, a
dimensão do seu espanto, embora saiba, mesmo com pena, que você precisa vivê-lo.
Sei como soa ameaçadora a fala decidida da encarregada da disciplina. Da vida
dela, da hora em que acordou do marido, dos filhos, das lutas, você nada pode ainda
perceber. Devo deixá-lo sofrer a fome passageira se deixou de almoçar porque desconhecia
o horário e teve vergonha de perguntar. Um dia você por você mesmo, se surpreenderá
reclamando seus direitos. A quantos almoços no banquete da vida não será chamado! De
quantos será expulso!
Pena você ainda não poder avaliar a dignidade que mora na sua timidez. Dela,
por enquanto, só colhe o sofrimento e talvez até desenvolva técnicas de superação que o
transformarão em vivo, bom aluno, engraçado da turma, marginal, poeta precoce,
competente, simpático profissional, milionário, sei lá. Só depois da peripécia da vida, flores
e espinhos, um dia, você reencontrará a dignidade respeitosa de sua timidez, infelizmente
(talvez) depois de tê-la perdido.
São esmagadoras as solidões da infância como esta, do colégio novo. Você sozinho
diluído em igualdades que rirão se você chorar brigarão se você bater, resistirão se insistir. E
no entanto são pessoas talvez tão doces quanto você, cada uma se defendendo à sua
maneira.
(TÁVOLA, Artur da, 1936 : Mevitevendo Crônicas - 9 .Rio de Janeiro : Editora Nova Fronteira, 1986)
Como são grandes os caras do quarto ginasial! E que gigantes os do científico!
Mandam na escola! Que inveja daquele que já estava no colégio, de quem a inspetora
sabe o nome e parece deter e digerir com naturalidade o mistério de todos os horários,
rotinas, o nome do pessoal da cantina, onde pedirá com naturalidade o sanduíche que
você teme comprar, pois, novo ainda no colégio, até sua própria voz lhe soa ridícula e
talvez nem saia dessa garganta apertada. Último da fila e sem voz grossa, na hora do
seu sanduíche, a campainha já tocou ...
Que enorme é o professor! Seus poderes como são fatais! Ah, se eu pudesse
dizer a você que conheço a desvalia dele, sei o que conversa com colegas na sala dos
professores, como o humilha o magro salário e o obriga a dar inúmeras aulas por dia,
para sobreviver. Sei que ele teme o crediário e o aluguel, da mesma maneira que você
as suas ordens. E não posso passar essa vivência a você. Nem devo. Nem vou. Você
seguirá seu itinerário de vida, descobrirá o seu caminho. À vista ou a prazo.
Há os mistérios de escola nova, o tamanho das paredes, o cheiro do
almoxarifado, a enormidade dos corredores, a vontade de entrar na pelada dirigida
pelos já ambientados e regida por uma hierarquia que se fundou nos anos anteriores
em bofetões e falas mais grossas, no tom mandão que tanto vale nos colégios da vida.
Há sempre uma hora, no meio do dia escolar, em que volta o susto. É o
primeiro exercício de solidão de quem, depois, na vida, nada mais fará que se preparar
para ela, até um dia conquistá-la. No colégio novo, porém, a gente não sabe de futuros,
de solidão, nem de conquistas: o desconhecido apavora ! Que virá depois? Como o dia
custa a passar! Aquele grandão boçal vai me humilhar?
O professor seguinte fará uma pergunta repentina? Que faço com esta dor de barriga?
A inspetora vai acreditar em mim? E se eu fizer cocô nas calças?
Solidão de colégio novo, menino tímido, dói muito, mas é através dela
que você vai exercitar forças suas, das quais nem suspeita. Ela lhe dará coragem de
que não se julgava capaz e conquistas gradativas para as quais nunca se imaginou
preparado.
Eu sei, menino tímido, o quanto você gostaria de ser dotado de
naturalidade. Leio nos olhos a admiração pelo colega risonho e descontraído,
conhecido pelo nome e não por “ei, você ai, como é mesmo que você se chama? “Os
dotados de naturalidade e simpatia conquistam o mundo. Felizes são, pois não
nasceram com precoce consciência de si mesmos, que tanto pode fazer neuróticos
definitivos, quantos gênios ou benfeitores. Você menino tímido, sofre porque
antecipa, sem o saber, a consciência da própria limitação, virtude que a sociedade
do êxito desde bem cedinho trata de esmagar, adjetivando-a pejorativamente para
dela se defender.
Aguenta a mão, menino tímido! Viver é assim mesmo. Eu nada vou fazer
por você, a não ser acompanhar com amor o seu itinerário, para ver até onde suporta.
E como supera... Ou esmaga... Não vou pedir penico por você. A ânsia de vitória é sua
e por seu intermédio, não por meu. Você não me perdoaria, se eu o substituísse na
tarefa de viver sua vida, e de sofrer seu sofrimento. Colégio, menino tímido, é como
a vida. Um dia a gente cresce e começa a dominar os seus segredos. Mas aí já está na
hora de acabar o curso.
A timidez pode ser definida como o desconforto e a
inibição em situações de interação pessoal, que
interferem na realização dos objetivos particulares e
profissionais de quem a sofre. Caracteriza-se pela
obsessiva preocupação com as atitudes, reações e
pensamentos dos outros. A timidez aflora geralmente
(mas não exclusivamente) em situações de confronto
com a autoridade, interação com pessoas do sexo
oposto, contato com estranhos e à fala diante de
grupos. A timidez é um padrão de comportamento em
que a pessoa não exprime - ou exprime pouco - seus
pensamentos e sentimentos, e não interage
ativamente. Embora não comprometa de forma
significativa a realização pessoal, constitui-se em fator
de empobrecimento da qualidade de vida.
Sob esse ponto de vista, a timidez não pode ser considerada
um transtorno mental. Aliás, quando em grau moderado, todos
os seres humanos são, em algum momento de suas vidas,
afetados pela timidez, que funciona como uma espécie de
regulador social e inibidor dos excessos condenados pela
sociedade.
Ela funciona ainda como um mecanismo de defesa que permite
à pessoa avaliar situações novas por meio de uma atitude de
cautela e buscar a resposta adequada para a situação.
(Evaristo de Carvalho , 2008)
“A logica é simples: Eu achei que era o que não sou e tive que
perder para aprender a desejar, e desejando passei a existir!”
(Rafael Almeida, 2014).
O ser humano só deseja porque nele há uma falta.
Lacan resgatou o conceito freudiano de Coisa(das Ding), objeto primordial de gozo cujo
acesso seria barrado ao sujeito pelo registro simbólico (Lei). A falta da Coisa faria com que
o sujeito passasse a desejar. Desejar o quê? Objetos capazes de substituírem parcialmente
a Coisa. O desejo, portanto, seria uma reação à perda do objeto primordial de gozo, uma
busca no mundo de objetos capazes de tamponar a falta da Coisa.
Instâncias psíquicas:
Id
Ego
Superego
Para Freud, o Eu (Ego) não é senhor em sua própria casa.
Grupo = interação e unidade.
Os grupos se reúnem por vários motivos:
 por uma razão (objetivo) comum;
 enquadramento em normas e valores;
 formando uma estrutura organizacional;
No grupo há interação entre as pessoas.
Para saber lidar com pessoas precisamos entender que existem as
Relações:
1. Interpessoal
{relações entre pessoas} – normas convencionais; situacionais.
2. Intrapessoal
{relações com você mesmo} – é mensurado com base nas
projeções inconscientes.
1. Busca de autonomia
Quando o Ego (eu) opera com o desejo e a expectativa do
outro.
2. Instinto/projeção externa
Estresse
Sentir medo é legítimo?
1. Expectativa
O tempo como uma criação filosófica na qual baseamos a
existência.
2. fantasia
Ideal de Eu.
1. O olhar do outro como nossa constituinte
O desejo para si é autêntico?
2. Seres de cultura
atravessados por normas e regras constituintes.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Quando a depressao_ataca
Quando a depressao_atacaQuando a depressao_ataca
Quando a depressao_atacaGLAUCIA CASTRO
 
Cartas para madame austen edição 08 maio de 2013
Cartas para madame austen edição 08 maio de 2013Cartas para madame austen edição 08 maio de 2013
Cartas para madame austen edição 08 maio de 2013Adriana Sales Zardini
 
Mystery Method Artes Venusianas
Mystery Method Artes VenusianasMystery Method Artes Venusianas
Mystery Method Artes VenusianasLucas Natale
 
Aprendiz da vida
Aprendiz da vidaAprendiz da vida
Aprendiz da vidaJNR
 
Deus - Baruch Spinoza
Deus - Baruch SpinozaDeus - Baruch Spinoza
Deus - Baruch SpinozaMima Badan
 
Verdades da vida além da vida
Verdades da vida além da vidaVerdades da vida além da vida
Verdades da vida além da vidarenatamaraujo
 
Aprendendo o Perdão - Letícia Thompson
Aprendendo o Perdão - Letícia ThompsonAprendendo o Perdão - Letícia Thompson
Aprendendo o Perdão - Letícia Thompsonguest6d35e1
 
Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013
Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013
Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013Adriana Sales Zardini
 
O consolador fev 2014
O consolador  fev 2014O consolador  fev 2014
O consolador fev 2014Ume Maria
 
Homenagem aos funcionários da escola bom jesus da lapa
Homenagem aos funcionários  da  escola bom jesus da lapaHomenagem aos funcionários  da  escola bom jesus da lapa
Homenagem aos funcionários da escola bom jesus da lapaLeonarda Macedo
 
Aprendendo a rir de si mesmo
Aprendendo a rir de si mesmoAprendendo a rir de si mesmo
Aprendendo a rir de si mesmoclaucomunian
 

Mais procurados (19)

Quando a depressao_ataca
Quando a depressao_atacaQuando a depressao_ataca
Quando a depressao_ataca
 
Andre ebook (1)
Andre ebook (1)Andre ebook (1)
Andre ebook (1)
 
A-Sombra-Humana-Emídio-Carvalho.pdf
A-Sombra-Humana-Emídio-Carvalho.pdfA-Sombra-Humana-Emídio-Carvalho.pdf
A-Sombra-Humana-Emídio-Carvalho.pdf
 
Cartas para madame austen edição 08 maio de 2013
Cartas para madame austen edição 08 maio de 2013Cartas para madame austen edição 08 maio de 2013
Cartas para madame austen edição 08 maio de 2013
 
Missão 13 - Julho
Missão 13 - JulhoMissão 13 - Julho
Missão 13 - Julho
 
Zé ninguem
Zé ninguemZé ninguem
Zé ninguem
 
Mystery Method Artes Venusianas
Mystery Method Artes VenusianasMystery Method Artes Venusianas
Mystery Method Artes Venusianas
 
Aprendiz da vida
Aprendiz da vidaAprendiz da vida
Aprendiz da vida
 
Deus - Baruch Spinoza
Deus - Baruch SpinozaDeus - Baruch Spinoza
Deus - Baruch Spinoza
 
Verdades da vida além da vida
Verdades da vida além da vidaVerdades da vida além da vida
Verdades da vida além da vida
 
Aprendendo o Perdão - Letícia Thompson
Aprendendo o Perdão - Letícia ThompsonAprendendo o Perdão - Letícia Thompson
Aprendendo o Perdão - Letícia Thompson
 
Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013
Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013
Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013
 
O consolador fev 2014
O consolador  fev 2014O consolador  fev 2014
O consolador fev 2014
 
Menestrel
MenestrelMenestrel
Menestrel
 
Sheakspeare
SheakspeareSheakspeare
Sheakspeare
 
Quem vai ceder
Quem vai cederQuem vai ceder
Quem vai ceder
 
Entre O Bem E O Mal.Jrcordeiro.
Entre O Bem E O Mal.Jrcordeiro.Entre O Bem E O Mal.Jrcordeiro.
Entre O Bem E O Mal.Jrcordeiro.
 
Homenagem aos funcionários da escola bom jesus da lapa
Homenagem aos funcionários  da  escola bom jesus da lapaHomenagem aos funcionários  da  escola bom jesus da lapa
Homenagem aos funcionários da escola bom jesus da lapa
 
Aprendendo a rir de si mesmo
Aprendendo a rir de si mesmoAprendendo a rir de si mesmo
Aprendendo a rir de si mesmo
 

Semelhante a RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Semelhante a RELAÇÕES INTERPESSOAIS (20)

O Caminho do Homem Superior - David Deida (Tradução Completa).pdf
O Caminho do Homem Superior - David Deida (Tradução Completa).pdfO Caminho do Homem Superior - David Deida (Tradução Completa).pdf
O Caminho do Homem Superior - David Deida (Tradução Completa).pdf
 
A inveja
A invejaA inveja
A inveja
 
Aprendiz da vida
Aprendiz da vidaAprendiz da vida
Aprendiz da vida
 
Aprendiz da vida
Aprendiz da vidaAprendiz da vida
Aprendiz da vida
 
Aprendiz da vida
Aprendiz da vidaAprendiz da vida
Aprendiz da vida
 
Aprendiz da vida
Aprendiz da vidaAprendiz da vida
Aprendiz da vida
 
Nossos Defeitos e o ORGULHO
Nossos Defeitos e o ORGULHONossos Defeitos e o ORGULHO
Nossos Defeitos e o ORGULHO
 
Solidão não é a falta de gente para conversar
Solidão não é a falta de gente para conversarSolidão não é a falta de gente para conversar
Solidão não é a falta de gente para conversar
 
0.5 - Inveja e ciúme.pptx
0.5 - Inveja e ciúme.pptx0.5 - Inveja e ciúme.pptx
0.5 - Inveja e ciúme.pptx
 
Dor e bênção
Dor e bênçãoDor e bênção
Dor e bênção
 
Bioética-Aula 1
Bioética-Aula 1Bioética-Aula 1
Bioética-Aula 1
 
20 dicas para acabar com a timidez
20 dicas para acabar com a timidez20 dicas para acabar com a timidez
20 dicas para acabar com a timidez
 
Inveja e Ciúme.docx
Inveja e Ciúme.docxInveja e Ciúme.docx
Inveja e Ciúme.docx
 
Hey, você não é fraco!
Hey, você não é fraco!Hey, você não é fraco!
Hey, você não é fraco!
 
Aprendiz da vida
Aprendiz da vidaAprendiz da vida
Aprendiz da vida
 
Os níveis de evolução do ser humano
Os níveis de evolução do ser humanoOs níveis de evolução do ser humano
Os níveis de evolução do ser humano
 
Poder das Crenças com Miriam Izabel - Ebook Curso Online
Poder das Crenças com Miriam Izabel - Ebook Curso OnlinePoder das Crenças com Miriam Izabel - Ebook Curso Online
Poder das Crenças com Miriam Izabel - Ebook Curso Online
 
Homem Maduro (04 2008)
Homem Maduro (04 2008)Homem Maduro (04 2008)
Homem Maduro (04 2008)
 
Rebeldia
RebeldiaRebeldia
Rebeldia
 
Para ser Feliz
Para ser FelizPara ser Feliz
Para ser Feliz
 

Mais de Rafael Almeida

ORIENTAÇÕES EM CRISES ENVOLVENDO PESSOAS EM IDEAÇÃO SUICIDA
ORIENTAÇÕES EM CRISES ENVOLVENDO PESSOAS EM IDEAÇÃO SUICIDAORIENTAÇÕES EM CRISES ENVOLVENDO PESSOAS EM IDEAÇÃO SUICIDA
ORIENTAÇÕES EM CRISES ENVOLVENDO PESSOAS EM IDEAÇÃO SUICIDARafael Almeida
 
FENOMENOLOGIA E AS IMPLICAÇÕES DA CONSCIÊNCIA
FENOMENOLOGIA E AS IMPLICAÇÕES DA CONSCIÊNCIAFENOMENOLOGIA E AS IMPLICAÇÕES DA CONSCIÊNCIA
FENOMENOLOGIA E AS IMPLICAÇÕES DA CONSCIÊNCIARafael Almeida
 
Defesa civil volume II
Defesa civil volume IIDefesa civil volume II
Defesa civil volume IIRafael Almeida
 
INSTÂNCIAS PSÍQUICAS E ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE À LUZ DA PSICANÁLISE
INSTÂNCIAS PSÍQUICAS E ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE À LUZ DA PSICANÁLISEINSTÂNCIAS PSÍQUICAS E ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE À LUZ DA PSICANÁLISE
INSTÂNCIAS PSÍQUICAS E ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE À LUZ DA PSICANÁLISERafael Almeida
 
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
PSICOLOGIA ORGANIZACIONALPSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
PSICOLOGIA ORGANIZACIONALRafael Almeida
 
Aconselhamento Cristão nas questões pessoais
Aconselhamento Cristão nas questões pessoaisAconselhamento Cristão nas questões pessoais
Aconselhamento Cristão nas questões pessoaisRafael Almeida
 
PSICOLOGIA DA CRIATIVIDADE
PSICOLOGIA DA CRIATIVIDADEPSICOLOGIA DA CRIATIVIDADE
PSICOLOGIA DA CRIATIVIDADERafael Almeida
 
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRER
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRERPRONTOS PARA MATAR E PARA MORRER
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRERRafael Almeida
 
Ansiedade, Depressão & superação
Ansiedade, Depressão & superaçãoAnsiedade, Depressão & superação
Ansiedade, Depressão & superaçãoRafael Almeida
 
Estresse e Alcoolismo na Atividade Policial
Estresse e Alcoolismo na Atividade PolicialEstresse e Alcoolismo na Atividade Policial
Estresse e Alcoolismo na Atividade PolicialRafael Almeida
 
EU E OS OUTROS - UM ENSAIO SOBRE A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL BASEADO NO SERIAD...
EU E OS OUTROS - UM ENSAIO SOBRE A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL BASEADO NO SERIAD...EU E OS OUTROS - UM ENSAIO SOBRE A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL BASEADO NO SERIAD...
EU E OS OUTROS - UM ENSAIO SOBRE A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL BASEADO NO SERIAD...Rafael Almeida
 
ORIENTAÇÕES PARA PAIS E ADOLESCENTES - JOGO DA BALEIA AZUL
ORIENTAÇÕES PARA PAIS E ADOLESCENTES - JOGO DA BALEIA AZULORIENTAÇÕES PARA PAIS E ADOLESCENTES - JOGO DA BALEIA AZUL
ORIENTAÇÕES PARA PAIS E ADOLESCENTES - JOGO DA BALEIA AZULRafael Almeida
 
Comunicação organizacional
Comunicação organizacionalComunicação organizacional
Comunicação organizacionalRafael Almeida
 
Relato de uma vivência sob a ótica do Existencialismo. Estudo de caso sobre M...
Relato de uma vivência sob a ótica do Existencialismo. Estudo de caso sobre M...Relato de uma vivência sob a ótica do Existencialismo. Estudo de caso sobre M...
Relato de uma vivência sob a ótica do Existencialismo. Estudo de caso sobre M...Rafael Almeida
 
Depressão: Quando a fraqueza ganha força!
Depressão: Quando a fraqueza ganha força!Depressão: Quando a fraqueza ganha força!
Depressão: Quando a fraqueza ganha força!Rafael Almeida
 

Mais de Rafael Almeida (20)

EDUCAÇÃO EMOCIONAL
EDUCAÇÃO EMOCIONALEDUCAÇÃO EMOCIONAL
EDUCAÇÃO EMOCIONAL
 
ORIENTAÇÕES EM CRISES ENVOLVENDO PESSOAS EM IDEAÇÃO SUICIDA
ORIENTAÇÕES EM CRISES ENVOLVENDO PESSOAS EM IDEAÇÃO SUICIDAORIENTAÇÕES EM CRISES ENVOLVENDO PESSOAS EM IDEAÇÃO SUICIDA
ORIENTAÇÕES EM CRISES ENVOLVENDO PESSOAS EM IDEAÇÃO SUICIDA
 
FENOMENOLOGIA E AS IMPLICAÇÕES DA CONSCIÊNCIA
FENOMENOLOGIA E AS IMPLICAÇÕES DA CONSCIÊNCIAFENOMENOLOGIA E AS IMPLICAÇÕES DA CONSCIÊNCIA
FENOMENOLOGIA E AS IMPLICAÇÕES DA CONSCIÊNCIA
 
Defesa civil volume II
Defesa civil volume IIDefesa civil volume II
Defesa civil volume II
 
INSTÂNCIAS PSÍQUICAS E ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE À LUZ DA PSICANÁLISE
INSTÂNCIAS PSÍQUICAS E ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE À LUZ DA PSICANÁLISEINSTÂNCIAS PSÍQUICAS E ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE À LUZ DA PSICANÁLISE
INSTÂNCIAS PSÍQUICAS E ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE À LUZ DA PSICANÁLISE
 
DEFESA CIVIL
DEFESA CIVILDEFESA CIVIL
DEFESA CIVIL
 
FENOMENOLOGIA
FENOMENOLOGIA FENOMENOLOGIA
FENOMENOLOGIA
 
LIDERANÇA
LIDERANÇALIDERANÇA
LIDERANÇA
 
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
PSICOLOGIA ORGANIZACIONALPSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
 
Aconselhamento Cristão nas questões pessoais
Aconselhamento Cristão nas questões pessoaisAconselhamento Cristão nas questões pessoais
Aconselhamento Cristão nas questões pessoais
 
PSICOLOGIA DA CRIATIVIDADE
PSICOLOGIA DA CRIATIVIDADEPSICOLOGIA DA CRIATIVIDADE
PSICOLOGIA DA CRIATIVIDADE
 
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRER
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRERPRONTOS PARA MATAR E PARA MORRER
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRER
 
Ansiedade, Depressão & superação
Ansiedade, Depressão & superaçãoAnsiedade, Depressão & superação
Ansiedade, Depressão & superação
 
Estresse e Alcoolismo na Atividade Policial
Estresse e Alcoolismo na Atividade PolicialEstresse e Alcoolismo na Atividade Policial
Estresse e Alcoolismo na Atividade Policial
 
MOTIVAÇÃO
MOTIVAÇÃOMOTIVAÇÃO
MOTIVAÇÃO
 
EU E OS OUTROS - UM ENSAIO SOBRE A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL BASEADO NO SERIAD...
EU E OS OUTROS - UM ENSAIO SOBRE A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL BASEADO NO SERIAD...EU E OS OUTROS - UM ENSAIO SOBRE A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL BASEADO NO SERIAD...
EU E OS OUTROS - UM ENSAIO SOBRE A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL BASEADO NO SERIAD...
 
ORIENTAÇÕES PARA PAIS E ADOLESCENTES - JOGO DA BALEIA AZUL
ORIENTAÇÕES PARA PAIS E ADOLESCENTES - JOGO DA BALEIA AZULORIENTAÇÕES PARA PAIS E ADOLESCENTES - JOGO DA BALEIA AZUL
ORIENTAÇÕES PARA PAIS E ADOLESCENTES - JOGO DA BALEIA AZUL
 
Comunicação organizacional
Comunicação organizacionalComunicação organizacional
Comunicação organizacional
 
Relato de uma vivência sob a ótica do Existencialismo. Estudo de caso sobre M...
Relato de uma vivência sob a ótica do Existencialismo. Estudo de caso sobre M...Relato de uma vivência sob a ótica do Existencialismo. Estudo de caso sobre M...
Relato de uma vivência sob a ótica do Existencialismo. Estudo de caso sobre M...
 
Depressão: Quando a fraqueza ganha força!
Depressão: Quando a fraqueza ganha força!Depressão: Quando a fraqueza ganha força!
Depressão: Quando a fraqueza ganha força!
 

RELAÇÕES INTERPESSOAIS

  • 1.
  • 2.
  • 3. Carta a cada menino tímido que entrou em colégio novo Nada digo nem você percebe, mas compreendo menino tímido em colégio novo, a dimensão do seu espanto, embora saiba, mesmo com pena, que você precisa vivê-lo. Sei como soa ameaçadora a fala decidida da encarregada da disciplina. Da vida dela, da hora em que acordou do marido, dos filhos, das lutas, você nada pode ainda perceber. Devo deixá-lo sofrer a fome passageira se deixou de almoçar porque desconhecia o horário e teve vergonha de perguntar. Um dia você por você mesmo, se surpreenderá reclamando seus direitos. A quantos almoços no banquete da vida não será chamado! De quantos será expulso! Pena você ainda não poder avaliar a dignidade que mora na sua timidez. Dela, por enquanto, só colhe o sofrimento e talvez até desenvolva técnicas de superação que o transformarão em vivo, bom aluno, engraçado da turma, marginal, poeta precoce, competente, simpático profissional, milionário, sei lá. Só depois da peripécia da vida, flores e espinhos, um dia, você reencontrará a dignidade respeitosa de sua timidez, infelizmente (talvez) depois de tê-la perdido. São esmagadoras as solidões da infância como esta, do colégio novo. Você sozinho diluído em igualdades que rirão se você chorar brigarão se você bater, resistirão se insistir. E no entanto são pessoas talvez tão doces quanto você, cada uma se defendendo à sua maneira. (TÁVOLA, Artur da, 1936 : Mevitevendo Crônicas - 9 .Rio de Janeiro : Editora Nova Fronteira, 1986)
  • 4. Como são grandes os caras do quarto ginasial! E que gigantes os do científico! Mandam na escola! Que inveja daquele que já estava no colégio, de quem a inspetora sabe o nome e parece deter e digerir com naturalidade o mistério de todos os horários, rotinas, o nome do pessoal da cantina, onde pedirá com naturalidade o sanduíche que você teme comprar, pois, novo ainda no colégio, até sua própria voz lhe soa ridícula e talvez nem saia dessa garganta apertada. Último da fila e sem voz grossa, na hora do seu sanduíche, a campainha já tocou ... Que enorme é o professor! Seus poderes como são fatais! Ah, se eu pudesse dizer a você que conheço a desvalia dele, sei o que conversa com colegas na sala dos professores, como o humilha o magro salário e o obriga a dar inúmeras aulas por dia, para sobreviver. Sei que ele teme o crediário e o aluguel, da mesma maneira que você as suas ordens. E não posso passar essa vivência a você. Nem devo. Nem vou. Você seguirá seu itinerário de vida, descobrirá o seu caminho. À vista ou a prazo. Há os mistérios de escola nova, o tamanho das paredes, o cheiro do almoxarifado, a enormidade dos corredores, a vontade de entrar na pelada dirigida pelos já ambientados e regida por uma hierarquia que se fundou nos anos anteriores em bofetões e falas mais grossas, no tom mandão que tanto vale nos colégios da vida. Há sempre uma hora, no meio do dia escolar, em que volta o susto. É o primeiro exercício de solidão de quem, depois, na vida, nada mais fará que se preparar para ela, até um dia conquistá-la. No colégio novo, porém, a gente não sabe de futuros, de solidão, nem de conquistas: o desconhecido apavora ! Que virá depois? Como o dia custa a passar! Aquele grandão boçal vai me humilhar?
  • 5. O professor seguinte fará uma pergunta repentina? Que faço com esta dor de barriga? A inspetora vai acreditar em mim? E se eu fizer cocô nas calças? Solidão de colégio novo, menino tímido, dói muito, mas é através dela que você vai exercitar forças suas, das quais nem suspeita. Ela lhe dará coragem de que não se julgava capaz e conquistas gradativas para as quais nunca se imaginou preparado. Eu sei, menino tímido, o quanto você gostaria de ser dotado de naturalidade. Leio nos olhos a admiração pelo colega risonho e descontraído, conhecido pelo nome e não por “ei, você ai, como é mesmo que você se chama? “Os dotados de naturalidade e simpatia conquistam o mundo. Felizes são, pois não nasceram com precoce consciência de si mesmos, que tanto pode fazer neuróticos definitivos, quantos gênios ou benfeitores. Você menino tímido, sofre porque antecipa, sem o saber, a consciência da própria limitação, virtude que a sociedade do êxito desde bem cedinho trata de esmagar, adjetivando-a pejorativamente para dela se defender. Aguenta a mão, menino tímido! Viver é assim mesmo. Eu nada vou fazer por você, a não ser acompanhar com amor o seu itinerário, para ver até onde suporta. E como supera... Ou esmaga... Não vou pedir penico por você. A ânsia de vitória é sua e por seu intermédio, não por meu. Você não me perdoaria, se eu o substituísse na tarefa de viver sua vida, e de sofrer seu sofrimento. Colégio, menino tímido, é como a vida. Um dia a gente cresce e começa a dominar os seus segredos. Mas aí já está na hora de acabar o curso.
  • 6.
  • 7. A timidez pode ser definida como o desconforto e a inibição em situações de interação pessoal, que interferem na realização dos objetivos particulares e profissionais de quem a sofre. Caracteriza-se pela obsessiva preocupação com as atitudes, reações e pensamentos dos outros. A timidez aflora geralmente (mas não exclusivamente) em situações de confronto com a autoridade, interação com pessoas do sexo oposto, contato com estranhos e à fala diante de grupos. A timidez é um padrão de comportamento em que a pessoa não exprime - ou exprime pouco - seus pensamentos e sentimentos, e não interage ativamente. Embora não comprometa de forma significativa a realização pessoal, constitui-se em fator de empobrecimento da qualidade de vida.
  • 8. Sob esse ponto de vista, a timidez não pode ser considerada um transtorno mental. Aliás, quando em grau moderado, todos os seres humanos são, em algum momento de suas vidas, afetados pela timidez, que funciona como uma espécie de regulador social e inibidor dos excessos condenados pela sociedade. Ela funciona ainda como um mecanismo de defesa que permite à pessoa avaliar situações novas por meio de uma atitude de cautela e buscar a resposta adequada para a situação. (Evaristo de Carvalho , 2008)
  • 9. “A logica é simples: Eu achei que era o que não sou e tive que perder para aprender a desejar, e desejando passei a existir!” (Rafael Almeida, 2014). O ser humano só deseja porque nele há uma falta. Lacan resgatou o conceito freudiano de Coisa(das Ding), objeto primordial de gozo cujo acesso seria barrado ao sujeito pelo registro simbólico (Lei). A falta da Coisa faria com que o sujeito passasse a desejar. Desejar o quê? Objetos capazes de substituírem parcialmente a Coisa. O desejo, portanto, seria uma reação à perda do objeto primordial de gozo, uma busca no mundo de objetos capazes de tamponar a falta da Coisa.
  • 10. Instâncias psíquicas: Id Ego Superego Para Freud, o Eu (Ego) não é senhor em sua própria casa.
  • 11. Grupo = interação e unidade. Os grupos se reúnem por vários motivos:  por uma razão (objetivo) comum;  enquadramento em normas e valores;  formando uma estrutura organizacional; No grupo há interação entre as pessoas.
  • 12. Para saber lidar com pessoas precisamos entender que existem as Relações: 1. Interpessoal {relações entre pessoas} – normas convencionais; situacionais. 2. Intrapessoal {relações com você mesmo} – é mensurado com base nas projeções inconscientes.
  • 13. 1. Busca de autonomia Quando o Ego (eu) opera com o desejo e a expectativa do outro. 2. Instinto/projeção externa Estresse Sentir medo é legítimo?
  • 14. 1. Expectativa O tempo como uma criação filosófica na qual baseamos a existência. 2. fantasia Ideal de Eu.
  • 15. 1. O olhar do outro como nossa constituinte O desejo para si é autêntico? 2. Seres de cultura atravessados por normas e regras constituintes.