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RESSUSCITANDO
DE SI MESMO
CONHECE-TE A TI MESMO
Inscrição na entrada do templo de Apollo em Delfos
Formatado por Edson Campos Porto
Março de 2005
Nota Introdutória
Não posso chamar essa obra de livro; vejo-a como um livreto, pois pequeno é o seu
tamanho, mas vasto em idéias é o seu conteúdo.
A premissa que levou-me à escrita desse quase folhetim foi a constatação de que nosso
mundo “tecnolotizado”, “ansiotizado” e banalizado, caiu definitivamente no péssimo
hábito das coisas instantâneas.
Vivemos hoje de macarrão instantâneo, amores imediatistas e procuras vãs. Queremos o
agora fácil, superficial e sem consistência; portanto, perdemos o instinto primordial do
viver, mas o viver ao que me refiro, é o viver livre, pleno e poderoso; é o viver evolutivo,
de conquistas e descobertas.
Nós, humanos, não fomos criados para a apatia, medo e insegurança; somos criaturas que
naturalmente procuram a luz e o progresso, que genética e espiritualmente desejam
sempre crescer e mudar; ao contrário do momento atual, onde tudo é receio, desconfiança
e falta de ânimo.
Estamos reduzidos a um povo doente, decadente e fraco. Abraçamos a futilidade, o
consumismo e o materialismo barato.
O que permeia as sociedades contemporâneas é a indecência, posto que o amor, natural e
espontâneo que era, foi relegado à vergonha de vivê-lo abertamente e, sem amor, somente
a indecência pode imperar.
Portanto, se não amamos, conquistamos, crescemos e evoluíamos, somente podemos
chafurdar na mediocridade, solidão e tristeza; características estas, visíveis nos que estão
mortos em vida e, naqueles que estão à espera das migalhas que quiçá possam cair-lhes no
colo.
Isso é o ser humano? Creio que não! Vejo atualmente infindas técnicas, livros e terapias
de auto... auto tudo: auto-ajuda, auto-conhecimento, auto-cura e auto-procura (não falo
mais “autos”, pois corro o risco de tornar-me prolixo desnecessariamente.), e ao mesmo
tempo, não vejo mais os Homens exercendo a sua capacidade santa de progredir através
das suas experiências e vivências, conquanto, todos os nossos ancestrais, cresceram
enfrentando as dificuldades e superando cada barreira posta em seus caminhos.
Dominamos a natureza, a tecnologia e o planeta, porém, a cada passo que demos em
direção a modernidade, nos alijamos em nossas individualidades e interiores.
Perdemos a coragem, a paixão e o ímpeto; ficamos órfãos da ousadia, da engenhosidade e
do romantismo; precisando por isso, de instrutores e orientadores para aprendermos a
viver, sendo esse nosso mais gritante problema atual, pois, viver é dom incondicional de
todos nós e, que Deus, em Seu plano divino, prevendo essa nossa necessidade, nos
indicou como mestres de vida os nossos pais, mães e familiares; no que após a formação
dada por estes instrutores naturais, basta a própria existência a servir-nos de mestra.
Fico surpreso ao ver a humanidade em plena Era de Aquário, a era do mestre interior,
divulgada tão amplamente pelos místicos, esotéricos, religiosos e terapeutas alternativos; e
que são esses mesmos holísticos a transformar a sabedoria oculta em “mercado Persa”,
como fosse o saber uma mercadoria qualquer, em que os incautos “endinheirados” possam
adquirir sem o devido esforço e mérito, sem os quais, o caminho do conhecimento é
fechado e inacessível.
Como você bem pode notar, esse livro não é de auto-conhecimento, pois quem lhe pode
ensinar a ser você mesmo?
Também não é de auto-ajuda, porquê, auto-ajuda é você mesmo se ajudar; muito menos
um manual qualquer de “regrinhas” de vida e prosperidade; essa obra tem a intenção de
ser um arpão a fustigar o guerreiro dormente em você, que sabe o que é preciso para a
vitória do viver.
Portanto, o Ressuscitando de Si Mesmo não é de forma alguma um livro para mudar a sua
vida, no que ele nada irá ensiná-lo também; ressuscitando de Si Mesmo, o próprio nome o
diz: acorde! Não lhe posso ou quero ensinar-lhe a ser você mesmo.
Por sinal, em nada eu acredito nos que dizem poder instruir uma criatura a ser ela própria,
isso me soa muito a adestramento, pois, aprender sobre si mesmo significa viver e, com
isso (as experiências), desvendar-se... e oxalá, possa você ascensionar...
Aqui você encontrará unicamente um convite: cresça vivendo sua vida; havendo apenas
uma simples fórmula: coma bem, durma bem, trabalhe muito e ame sempre; e com isso um
desafio: você pode acordar e ser seu próprio mestre?
Bemvindo! Aqui é o lugar certo! Saia da tumba do ostracismo e do medo, e como Lázaro,
caminhe de novo pela vida. Mas lembre-se, nas próximas páginas você será provocado,
instigado, cobrado e, se insistires em continuar morto, até massacrado você será... pela
vida!
Com carinho.. Roberto Caldeira
Este livro foi escrito em prol da evolução dos Homens
Dedico este livro as almas de quem em vida foram Florêncio e Euclydes Caldeira da Silva,
respectivamente, avô e pai .
Que a descendência deles seja tão honrada quanto eles o foram .
Prólogo
Ao defrontar-me com o axioma “ conhece-te a ti mesmo “, imediatamente senti ser essa a
hora de empreender esta obra . Mas como começá-la de forma eficiente, atingindo o vêio
a que foi intentada? Como falar aos meus semelhantes sobre um processo de
ressurgimento de si mesmo? E se caso eu descubra uma boa fórmula, como não parecer
um guru com receitas milagreiras de como se deve viver?
Após varias digressões, notei ser necessário abordar inicialmente não o renascer, e sim o
contrário, onde dorme esse gigante que é você.
Resolvi penetrar nas catacumbas da mente do Homem; na morada da morte em vida .
Qual não é minha surpresa ao descobrir um mundo de mortos que andam, comem, falam
e, o pior... iludem-se, sobrevivendo acreditando que seja isso a vida.
Não sou ou estou apto a dizer a ninguém o que venha a ser certo ou errado, mas reconheço o que
não é viver. Viver é realizar-se; para tal, pergunto-lhe: o que tens realizado? Esse é o nosso ponto
de partida: no que estamos imersos, o que impede-nos de ressurgimos em divindade e graça, o que
em verdade nos ancora na mais baixa ansiedade, insegurança e medo? O Medo, esse é o nosso
primeiro inimigo. Inimigo sórdido e covarde que nos assola no exato instante que adquirimos o
senso de racionalidade.
Digo isso, porque as crianças até os três ou quatro anos não são medrosas, mas com a
ajuda de papai e mamãe, vovô e Vovó e toda a sociedade, esmeramos-nos em incutir o
medo em nossos pequenos.
Nos dias atuais, é estranho e destoante alguém que não viva assolado pelo medo. Temos
pavor de tudo, principalmente do que não tem razão de se o ter. É como que se
precisássemos do medo como uma questão de etiqueta social .
Muitos dirão: os tempos são perigosos! E quando não o foram?
Na bíblia se relata estórias de bandoleiros e assassinos, estupradores e prostitutas; porque
seria o nosso tempo mais perigoso?
A covardia se apoia nas desculpas e no desconhecido. A moça que quando solteira
estudava e chegava tarde da noite em casa, uma vez casada, tudo é desculpa de perigo
para transitar as dezenove horas sozinha.
Achas isso normal? Quantos exemplos poderíamos narrar a guisa de impedimentos
proporcionados pelos inúmeros e diferentes pavores das pessoas.
Estou, até agora, falando de medos externos; e os internos, que são em número e
variedades tais, que precisaríamos de um livro só para narrá-los .
A situação é caótica. Estamos sitiados entre medos exteriores e pavores mentais. Os
mentais são mais perigosos, são irreais, abstratos e sem nexo .
Sabemos que estamos a fabricá-los, e mesmo assim, continuamos resolutos e
incontinentes, abraçados a esse parasita das realizações.
Temos receios que vão desde amar, ser feliz e, até o desplante de recusarmo-nos a viver
em troca de seguranças falsas .
Se o amor é sublime e sagrado, porque o tememos?
Se o amor provém de Deus, qual a razão de nos recusarmos a entregarmo-nos a este
sentimento?
Isso é a síntese do pânico: saber que amar é preciso e recusar-se com mirongas de
sofrimentos passados, amores inacabados e dores ainda vivas .
É o amor ou o medo essencial que norteia sua vida?
Pergunta difícil não é?
Isso torna claro o quão desesperadora é nossa situação.
Descambamos subitamente à contradição explícita e insana do receio que suplanta o
Divino. “ Não há felicidade que dure sempre “; o pior é que dizemos isso pensando na
nossa realidade: “Não há felicidade que perdure por mais de alguns instantes “.
Acredita você ser isto correto? Se você concorda com a frase base desse parágrafo, não
há mais razão de continuar lendo esse livro; foi um prazer tê-lo comigo.
Para sermos felizes, geralmente precisamos do amor, o amor demanda em risco, e se esse
é o requisito básico, caímos inevitavelmente nas malhas do nosso paralizador inimigo... o
medo!
O medo tolhe, impede, desestimula e destrói todo o empreendimento humano; sabemos
disso, mas sentimo-nos tão seguros com ele que parece impossível viver sem o tal .
É verdade, somos os melhores amigos dos nossos queridos medos.
Nós os alimentamos, protegemos, explicamos e aceitamos esses vermes como
companheiros diários em nossas vidas.
Com certeza haverá alguns que dirão: é muito demorado vencermos os medos, é
complicado, precisaremos de anos de terapias e tratamentos, pois ele não apareceu de um
dia para o outro .
Se isso fosse verdade, porque você não reagiu no momento em que ele surgiu? Você o
deseja, não é?
Afinal, que desculpa usarás para não arriscar-se, se não houver o tal “impedidor”? O medo
é que não permite nada, não é? Tudo é o medo.
Até quando iremos nos sabotar nas teias desse predador mundano e atrós, até que dia
teremos que conviver com esse fantasma que damos força para que nos impeça de quase
tudo?
Você não nasceu impregnado pelos pavores sociais, sequer conhecia o amedrontamento
quando tinha tenra idade. Em compensação, hoje, você especializa-se na confecção de
novos e mais eficientes receios, para que possa sentir-se seguro na seara da inoperância,
afinal, quem não faz, não erra (filosofia do bom medroso).
O pânico ( medo com outro nome ), é igual a uma prostituta que carregamos
inadvertidamente para casa todos os dias, deixando a cargo dela - a usurpadora - todos os
nossos ideais e sonhos.
Pobre daquele que quiser pagar esse preço, morrerá imerso no pântano da apatia e
bradará: O medo foi o culpado! E mesmo vivendo seu calvário pessoal, continuará a
acreditar que não houve culpa alguma sua.
Há preço mais medonho a se pagar que esse: a ignorância eterna? Tratamos de algo tão
sério que desenvolvemos uma ciência própria para o medo - o trauma.
Esse desequilíbrio humano já é tão corriqueiro em nosso cotidiano que, por vezes,
almoçamos ou participamos de uma festa, ilustrando os nossos assuntos com verdadeiros
campeonatos de bloqueios, desgraças e traumas. Será isso normal? Haverá a sociedade se
desenvolvido e alcançado tantos avanços à base do receio e covardia?
Dizia Leonardo Da Vinci: A necessidade é a mãe da invenção. Para que precisamos dessa
deslavada síndrome de receios?
Qual vem a ser a necessidade desse amontoado de temores?
Não confunda prudência com medo ou qualquer dos seus capangas.
O que realmente necessitamos é o cuidado natural com que devemos tratar nossos
assuntos; creia, você precisa estirpar esse conceito errôneo de vida, despojar-se das
máscaras do auto-impedimento e, solenemente, enfrentar-se na busca da sua verdade.
Como toda doença, o medo traz efeitos colaterais do tipo: queixa.
Os medrosos adoram queixar-se, assim como os queixosos são grandes apavorados com
tudo. Quando nos queixamos, formulamos as regras dos futuros receios, como se
planejásse-mos com antecedência os próximos terrores da nossa câmara particular de
tortura.
Temos atualmente uma nova forma de conduta: reclamarmos de tudo e todos. Em todos
os ambientes o que mais se ouve? Reclamações é claro!
Do que vivem os nossos meios de comunicação? De fatos que propiciem queixas
abundantes e inextinguíveis . A carne sobe, o dólar cai, o Presidente governa, o político
rouba, o marido trai, o dinheiro é pouco; não tenho sorte - tudo é ruim - e assim seguimos
adiante, chafurdando no queixume infernal .
Duas pessoas se encontram, o que fazem? Vociferar incansavelmente contra tudo, todos e
eles próprios, como fossem os mesmos, as vítimas únicas de todos os infortúnios da
existência. Falar de coisas boas deve ser entediante, pois, ninguém mais gosta de falar
coisas boas. O que é terrível, é que a reclamação não anda sozinha. Sempre ela está
atrelada a um vírus chamado pessimismo; vírus dos mais abomináveis, posto que, uma vez
em contato com outras bactérias existenciais, contamina, destrói e inutiliza o infectado .
Queixar-se sem pessimismo é como feijão sem arroz. Como existirá uma seção de
murmúrios e lamentações sem o respaldo eficientíssimo do mais negro negativismo? É
dificílimo reclamar sem uma dose maciça de visões e opiniões malíssimas. Estamos ou não
na idade das trevas do medo pessimista?
Ficou óbvio que somos grandes e imbatíveis destruidores - em especial - , de nós mesmos;
e se conseguimos fazer isso conosco, imagine com o próximo?
Da química perfeita entre medo/queixa/pessimismo, extraímos o elixir da mediocridade.
Em princípio ela é individual, mas posta em contato com outros de iguais talentos, torna-
se generalizada e incontrolável na sua abrangência, visto que, para ser medíocre não se
assume nenhuma responsabilidade, basta ter-se os cúmplices e o resto será uma reação em
cadeia .
Você vai continuar aceitando isso?
Caso sim, pare já de ler esse livro, ele é contra você !
Que bom que ainda está comigo; sei agora que não discurso às paredes. Minha voz
encontrou eco em ti, e juntos, arregimentaremos muitos mais para essa batalha titânica:
ressuscitar dos infernos dos medos, queixas e pessimismo aos nossos irmãos .
Para que isso torne-se viável, temos que sair a caça do segundo inimigo: a culpa; um
oponente tão perigoso que os ordinários rendem-se a ela sem a mínima resistência .
Ter culpa já figura como cultura mundial. Inúmeras pessoas cultivam processos de culpa
como a uma planta de jardim. Note como a culpa é fator presente na nossa vida adulta.
Fosse ela natural, não deveríamos senti-la desde a mais precoce idade? O remorso parece
videogame para adultos. Oxalá ele fosse proibido . O remorso desarma, fere e aleija o seu
hospedeiro, imputando comumente, doenças e desequilíbrios aos que dele se valem.
Todos sabemos (por exemplo) que o câncer é uma forma eficientíssima de armazenamento
de culpas. Precisase falar mais alguma coisa sobre isso?
As culpas nos trazem feridas purulentamente terríveis, essas feridas nos aparecem como
dúvidas. Essas sim, monstros cruéis, como estupradores sádicos instalados em nossa alma
a devassar, invadir e dirimir incansável e continuamente nossos atos, ações e palavras .
Pensamos ser a dúvida apenas um questionamento, e qual não é a nossa surpresa quando
notamos ser o questionamento um guerreiro de extrema coragem, enquanto a dúvida, um
salteador traiçoeiro, que além de atacar-nos inclementemente, fazê-o sempre por trás.
Geralmente, esses ataques de insegurança nos arremetem ao lado oposto do que
pretendemos, sempre inquirindo se podemos conseguir ou não, sempre mostrando-nos o
contrário, sempre matando nossas esperanças.
Dúvida significa a exclusão voluntária dos créditos que devemos a nós mesmos. A
”tinhosa” nunca permite a livre expressão dos nossos mais sagrados potenciais;
maculando, invariavelmente, todo o sopro de progresso que alguém deva e possa ter . Os
defensores da esfoliadora de sonhos dizem ser ela uma forma de realizar com segurança; e
quando você sentiu qualquer apoio nessa inóspita situação?
Outrossim, lembro-lhes que a dúvida se fortalece quando voltada contra você, depois
volta-se para os próximos e finalmente, estende-se interminável e incontinente para o
restante do universo . Ela não merece confiança, ela não tem escrúpulos, ela não tem vida
própria, precisando diariamente vampirizá-lo para suster-se. Ela não merece existir!
Decida-se: ou ela morre ou você sucumbe. A quem amas mais, você ou ela? Morte às
esquartejadoras de verdades, morte às dúvidas . Dirão uns poucos negativistas de plantão
que para sanar o problema da dúvida, há imperiosamente a necessidade da segurança.
Descobrimos então o nosso terceiro inimigo mortal: a segurança.
Essa prevaricadora só faz negociar com as nossas descobertas. A pretexto de proteger-
nos, ela nos tiraniza ao ponto de transformar-nos em marionetes ocas e isentas de
vontade, isolados constantemente da razão.
Como haveremos de ter segurança se não conseguimos prever o que há de acontecer?
Jesus ao saber nas Oliveiras que iria morrer não sentiu-se inseguro?
Não foi ele quem pediu ao Pai que, se possível, afastasse dele aquele cálice repleto de fel?
Mesmo tomado pelas forças da segurança ( convertidas agora em insegurança, sua irmã
gêmea ), não enfrentou ele seus algozes? Basta!
Se esperares certeza para conseguir algo, já morreste e não tomaste ciência ainda.
Abandona a insanidade da paixão pela certeza e confia pela primeira vez em ti.
Custa algo tentar? A confiança é o antídoto para essa febre massacrante.
Confia, da mesma forma que um dia você confiou em seus pais para cuidarem de você.
Observa, o negativista mais próximo falará: Havia outro jeito?
Não há solução a não ser na confiança que engrandece cada ato, pensamento ou palavra;
libere-se dessa amarra escrota.
Reflita: quantas vezes abandonaste os seus potenciais - dados por Deus - em troca de uma
segurança desprovida totalmente de felicidade?
Em quantos momentos você afundou na lama da autocomiseração dizendo: Sou obrigado
a fazer isso e aquilo ... por causa disso e daquilo... se eu pudesse...
Quando criança você falava: Quando eu crescer ... já formado afirmava: quando eu me
casar ... casado diz: Ao me aposentar ... pobre coitado a ver a vida passar ante seus olhos,
moribundo de sonhos e órfão de realizações.
Você se lembra quando usava a sua família como desculpa para a não progressão? Não
era você aquele que falava constantemente que tinha esposa e filhos a sustentar, portanto,
não podia arriscar. Findando a vida, que legado ficará a seus filhos. Não serão eles que
exclamarão: Papai nos ensinou que é errado tentar para melhorar, e mamãe sempre nos
disse que arriscar era ruim.
Tolo é aquele que possuindo as armas, morre sem ao menos utilizá-las.
Imbecil é aquele que em seus instantes finais arrepender-se-a de nada ter feito.
O ousado terá seu prêmio se competente o for; o seguro obterá sua sombra de ostracismo
se covarde for.
Há maior desgraça que esta?
Que purgatório fará frente a inferno tão funesto?
Você que é passivo és o próprio Demônio em forma de covarde. Isso certamente lhe será
cobrado no juízo final - se não o for antes - : o quê fizeste de tua vida meu filho? Que fim
levou os talentos que lhe dei? Foste para a inoperância que o criei?
Deus há de perguntar-lhe isto no dia-dos-dias. E o pesar assolará céus e terra, e os Anjos,
que não possuem o privilégio da escolha ou do erro, chorarão por sua alma.
Medo+queixa+culpa+segurança formam o primeiro dos casulos de esconderijo em que os
seres furtam-se da felicidade .
É hora de parar e pensar, fazendo com isto, um vasto e abrangente balanço de sua vida.
Eu não indico caminhos, questiono sim a sua falta.
Dar-lhe-ei uma página de descanso, se valer a pena, após breve reflexão sobre o que você
deseja ser, continue a sua leitura ( principalmente, de si mesmo).
.....................................................
Página de descanso: muito útil para rascunhos, reflexões e afins.
Pit Stop. Para que esse livro não se torne um misto de chatice e livro de receitas, resolvi
fazê-lo de forma interativa, onde você participará no enredo da obra sendo um fator de
expansão na idéia exposta... explicando melhor: as idéias propostas nessa obra são
sementes, você é um terreno fértil, essa atividade o semear; então, na próxima página
haverá uma proposta para a fertilização do nosso conhecimento. Quando crianças todos
adorávamos desenhar, era nos ingênuos desenhos infantis uma grande forma de
comunicação. Com o tempo, conforme fomos aprendendo que se não completássemos as
expectativas alheias seria-mos más crianças, deixamos de nos expormos em nossos puros
desenhos. Quem não desenhava maravilhosamente foi incentivado a parar de fazê-lo e,
com isso, começamos a fazer apenas o que os outros gostam. Desde a pré história todos
desenham porque gostam, mas quando crescemos, só os grandes desenhistas podem
desenvolver tal atividade, mesmo que a vontade de pegar o papel e o lápis continue.
Chega de fazer as coisas bem, faça-as porque são-lhes agradáveis. Você não tem que ser
admirado pelos seus feitos, devemos fazer somente o que nos faz bem... difícil isso, né?!?
Vamos desenhar por prazer?... Faça isso na próxima página... pode riscar o livro... ele
foi feito para isso... vamos lá...
PÁGINA DE DESENHO PARA O SEU PRAZER ( espaço reservado para que você
exercite sua espontaneidade desenhando algo despretensioso, criativo e verdadeiro. )
Gostou de desenhar sem a obrigação de faze-lo bem? É bom, não é? Então me faça um
outro favor: escreva num papel à parte uma carta de amor. Mesmo que você não tenha
para quem mandá-la, invente alguém imaginário ou pense num amor do passado. Você
se lembra que na adolescência o romantismo fazia parte integrante e fundamental da
sua vida? Você não sente falta disso? A vida, por si só, é romântica, doce e pura... que
tal sermos um pouco mais românticos para um viver melhor?
Vamos a nossa carta romântica...
Gostou? Te fez bem? Então vamos voltar a narratória do nosso livro...bem armado com as
armas terríveis da falta de decisão.
A racionalidade nos intimida e reduz a um monte de conjecturas, geralmente, infrutíferas e
estéreis na sua conclusão .
No que tange aos domínios bárbaros das complicações mentais, somos mestres na
construção das tais, e vassalos na serviência de suas abominações. O racional nos quer
dependentes e frágeis, como se estivésse-mos entorpecidos pôr uma dose cavalar de um
psicotrópico - O racional não me deixa acreditar em minha intuição, eu sei que os meus
sentimentos estão certos, mas quando chega na razão eu fico inseguro(a). Será verdade ou
não? Quantas vezes esse tipo de pensamento o assolou doentiamente? Qual o número de
chances que você perdeu endeusando esse tal racional? Isso é grave, deveras grave.
Nosso inimigo atual é o racional, um oponente poderoso e qualquer, nos causando, via de
regra, uma overdose de discussões internas de continuidade interminável.
Somos como náufragos nesse oceano de atribulações infundadas, posto que a razão
sempre impede e barra a ação, levando-nos a crer, existir um medo hediondo da liberdade;
que por diversas oportunidades nós também, unimo-nos a ela nesse espetáculo de
destruição do nosso bem mais fecundo - nossa liberdade!
A nossa razão assemelha-se com uma certa espécie não aprovável de políticos, que
somente faz o quê lhes provem. Ela - como eles - trama às sombras juntamente com
nossas mais débeis limitações, para que, subornando e subvertendo nossas estruturas em
formação ou fracas, possa prender-nos num limbo atormentante de perguntas e respostas
internas, sempre no afã da derrota de nossa ação.
Sei que muitos discordarão desse meu ponto de vista, “visto”, obviamente, pelos olhos
nublados da razão absolutista e adulterada; cúmplice direta do nosso primeiro inimigo: o
medo.
Lembrem-se: raramente sob o julgo da razão, arredamos pé de nossa imobilidade.
O correto é que a racionalidade costumeiramente diz não aos nossos intentos. Você já
notou isso?
Perguntarão: Como podemos viver sem a razão? Pergunto-lhe: E quem falou em perder
a razão? O racional tem função de gestor do nosso cotidiano, sem nunca ter a deliberação
final ou o comando geral.
Há uma diferença enorme entre gerenciar e presidenciar. Sendo assim, os nossos
pequeninos nasceriam dotados de profundo senso racional.
Em que fase um ser humano desenvolve a sua racionalidade?
Ao achar a resposta, você entenderá o que digo .
Só quando adultos, sufocamos nas raias da loucura de entregarmos o restinho do nosso
arbítrio às mãos profanas dessa tirana madrasta (a Dna. Razão).
Imponha às suas faculdades a obrigação dela gerir sem nunca decidir.
De que serve o seu coração?
Não é ele seu ponto de maior confiabilidade?
Um servo maravilhoso ( se dominado ), um senhor vil ( se liberado ); esse é o racional,
uma faceta avançadíssima da hipocrisia, enfeitado pelo medo e custeado pelo nosso
sofrimento.
Mil pestes nunca impediram o homem de crescer, mas umas poucas razões cerceantes
foram suficientes para destruir milhões de almas.
Será que essa gama de argumentos não o convidam a repensar os seus moldes racionais?
Torço que sim! Não abomine a sua capacidade de raciocinar, muito menos acredite ser
essa a sua diretriz básica, há outros instrumentos a servi-lo na vida, a razão é apenas um
dentre muitos outros.
Entre os primitivos quase não existia casos de loucura; se levarmos em conta que a
loucura é a perda da razão, chegaremos a conclusão que varias espécies de aborígenes não
conheciam a nossa forma de racional desenfreado.
Isso lhe diz algo?
Creio ser este o melhor caminho para o auto-conhecimento; uma vez crescidos e adultos,
desmontar-mos e remodelar-mos nossa realidade a nossa imagem e semelhança, assim
como Deus fez conosco ao criar-nos.
Sei não ser fácil - ou simples - essa tarefa, mas se não a iniciarmos, como descobrir ser ela
viável?
Uma vez morto esse opositor deplorável e começarmos a achar a saída do nosso
confortável inferno particular, que tal investigarmos os Demônios que habitam essa
mansão de tormentas contínuos?
Para melhor ilustrar o próximo tópico, transcreverei uma passagem bíblica, que servirá
não somente de apoio, como de referencial para nossa mais nova incursão nesse mar
revolto do nosso interior.
“ Então Jesus foi conduzido pelo espírito (santo) ao deserto, para ser tentado [pelo
Demônio]. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome.
Aproximando-se (dele) o Tentador, disse-lhe: Se és filho de Deus, dize que estas pedras se
convertam em pães. Ele, porém, respondendo-lhe, disse: Está escrito: “Não Só de pão
vive o Homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Então o Demônio
transportou-o a cidade santa, pô-lo sobre o pináculo do templo e disse-lhe: Se és filho de
Deus, lança-te daqui abaixo. Porque esta escrito: “Porque mandou aos seus anjos em teu
favor, que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te levarão nas suas mãos, para que
o teu pé não tropece em alguma pedra”. Jesus disse-lhe: Também está escrito: “ Não
tentarás o Senhor teu Deus“. De novo o Demônio o transportou a um monte muito alto, e
lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua magnificência, e lhe disse: Tudo isso te
darei, se, prostrado, me adorares . Então Jesus disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque esta
escrito: “ O Senhor teu Deus adorarás e a Ele só servirás “. Então o Demônio deixou-o; e
eis que os Anjos se aproximaram, e o serviram .”
Jesus enfrentou uma batalha contra o seu Demônio interno e venceu; agora é o momento
de nós também lutarmos pela nossa liberdade, precisamos derrotar os nossos delinqüentes
internos.
Só conseguiremos isto, fazendo como o próprio Cristo, indo ao seu encontro e,
verdadeiramente, destruindo sua influência nefasta em nós .
Para tal, devemos procurá-los pela sua ordem de importância.
O primeiro que sempre se manifesta é a sorte. A sorte age como uma meretriz belíssima, a
dar-lhe eternas esperanças que nunca se realizarão, salvo por seu próprio esforço. Quem
não conhece alguém que passou a vida inteira a esperar sua grande chance, e nunca a
obteve? Sorte, realmente, somente se a construir tijolo-a-tijolo, como um castelo
encantado pela fada da iniciativa. Você pode aguardá-la pacientemente - ninguém o proibi
disso - talvez um milagre desses de filme aconteça, mas não ignore a máxima que diz:
“procura e achará, bata e a porta se abrirá...”
Notou? Para que exista uma reação e fundamental uma ação. Se tudo caísse do céu,
obviamente estaria tudo em cima do telhado, não é? Já não se faz hora de abandonar essa
inércia destrutiva, essa ilusão de que a sorte invadirá sua casa, porta a dentro, e o encherá
de graças sem fim? A espera pela sorte corrompe o espírito audaz, manipula o senso de
iniciativa e desfalece todas as capacidades. A sorte deve ser feita, nunca aguardada como
uma noiva que virá ao altar da sua preguiça .
O Homem corajoso não pede, ele merece.
E você, o que espera para pôr em ação o seu projeto de vida? Está esperando que alguém
o principie por você? Ou aguarda o incentivo de uma outra pessoa? Se for isso, incentivo-
o eu: Vá e lute!
Existirão aqueles que dirão: E se não der certo? Digo-lhes: é o máximo que pode
acontecer! Alguém já faleceu de ”não dar certo”?
Somos poderosos na vontade e imbatíveis no realizar.
Se não nos rendermos a essas ilusões melodramáticas de que virá, algum dia, uma sorte -
sabe-se lá da onde -, livrando-nos da miséria exterior, afundando-nos no pântano da
pobreza interior, da pobreza dos inertes, talvez ainda tenhamos salvação... a isso sim, eu
chamo de sorte: aquele que descobre a tempo onde moram seus erros, e os expulsa da sua
casa da verdade.
Acredito que essa capetinha pode ser domada com facilidade, o próximo Íncubo será de
maior dificuldade, mas o prazer de vencê-lo também é em maior escala.
Nosso duelo será agora com as fantasias. A fantasia jamais luta de frente, ela o tenta nas
suas maiores fraquezas; caso ela não consiga, ela o ilude e o convence de qualquer coisa
que pareça-lhe ser benéfica. Já de saída, vamos estabelecer uma diferença crucial. O sonho
é a ante-sala da realidade, a fantasia é o ponto mais distante dessa mesma realidade. O
sonho edifica a futura realização, enquanto nossa mal fadada em questão, propõe sempre
coisas impossíveis de acorrer. Estar imerso num estado fantasioso é estar num vácuo
infinito de conjecturas sem solucionabilidade. Fantasiar nos dá prazer; um prazer falso que
mais tarde tornar-se-á angustia. Nós precisamos sempre de uma meta, nossa vida está
baseada na procura do cume mais elevado de tudo. Os fantasistas - coitados! -, estão a
viver uma vida artificial e ambígua, parecendo robôs ou personagens de folhetim de
segunda ordem. Mate a fantasia projetando o seu futuro, no instante exato que o sonho
começar a agir, nunca mais iludir-se-á.
Os Homens de visão sempre foram grandes sonhadores, arrisco a dizer que, para ser um
visionário é preciso imensa dose de sonho.
Desafio-o a procurar na biografia de qualquer personagem de vulto na história universal
uma única menção positiva no que se refere as fantasias.
Viver é produzir felicidade, agir em prol da felicidade, sonhar com a felicidade.
O grande Homem sufoca suas fantasias porque tem com o que sonhar e, o medíocre, faz
justamente o contrário, mata o seu sonho para viver no limbo da fantasia.
Qual a sua escolha?
Feita a sua escolha, seguiremos a frente indo a caça do nosso futuro inimigo.
Antes darei um breve relato sobre esse novo Demônio. Alerto-os que ele é de extrema
periculosidade, pois, não raramente, escraviza as pessoas, tirando-lhes quase tudo na vida.
Resolvi, subitamente, dar uma pausa para que pudéssemos refletir em tudo o que
passamos até agora; pense cuidadosamente e, planeje ardorosamente seus próximos
passos, o que está em risco é o seu futuro. E em breve voltaremos a análise desse novo
adversário.
................................................
Página de descanço nº3 ( aproveite para rabiscar algumas idéias suas nessa folha )
Passado já todo esse tempo que estamos aqui a discutir sobre os labirintos humanos,
talvez seja a hora propícia para voltarmos a pensar sobre uma declaração, no mínimo ,
muito sábia.
Refiro-me a citação que abre esse livro: “CONHECE-TE A TI MESMO” A esta altura, o
que você já descobriu sobre a sua verdade? Faça uma lista aqui:
LISTA DE APTIDÕES E TALENTOS DA MINHA VIDA
Como já dizia, esse oponente não tem similar; sua ferocidade suplanta qualquer parâmetro
que tenhamos visto.
Essa fera que veremos agora é tão devastadora que muitos não sobreviveram a ela.
Ao tratarmos dela é importantíssimo manter-mo-nos atentos a nossas próprias reações,
alertas, impassivelmente ao firme propósito de não retornar à lembranças doloridas: essa é
a sua principal arma contra essa besta. Ela nos joga constantemente no lodo das
lembranças de amores, pessoas e situações do passado, em que, uma vez lá, você
lamentará e chorará o que não pode mais ser resgatado.
Quem é esse novo personagem? É claro: a solidão, a mais brutal perversão dos
sofrimentos humanos, poucos resistem aos seus potentes golpes.
A radiação de uma bomba atômica em nada se compara aos efeitos corrosivos de se estar
só.
Uma pessoa assolada por essa aberração, poucas ou quase nenhuma chance tem de livrar-
se de mergulhar no vale das lamentações, onde mora o gnomo do desespero. Ele vai
arrancar-lhe até a última gota de lágrima que houver no teu ser, para divertir-se com a
falta de amor próprio que há em ti.
A solidão não pode receber a sua atenção porque ela vai enganá-lo pérfida e
maldosamente, como fosse você um coelhinho assustado a espera do abate inevitável.
Ignore-a antes que isto ocorra, e salve-se, amando-se calorosamente.
Nós já sabemos a esta altura que suas vítimas preferidas são os de pouco ou quase
nenhum amor por si mesmo; ela (a solidão), se enfronha nessa cavidade da sua alma, e
como uma lombriga faminta, destrói todo o seu sistema de auto-imagem.
O Demônio do estar solitário nos ilude a tal ponto, que acreditamos sentir falta até de
quem nos faz mal. Isso é o ápice do patético, um ser humano reduzido a dejetos por
achar-se em estado de abandono - e esse é o credo maior do solitário -, e ver-se sempre
em estado de carência perpétua e incorrigível .
Estar sozinho é uma necessidade nossa em alguns momentos, o que não podemos ter, é o
medo de nos defrontarmos conosco, de convivermos, de falarmos com o nosso eu interno.
Só é solitário aquele que não tem a si mesmo, pois, pertencendo-se a si mesmo , adorarás
conviver no recinto da sua privacidade e individualidade.
Peço-lhes licença para extrapolar num rompante de expressão chula, mas , creio, ser a
melhor forma de definir o solitário: O solitário é um cagão! Um covarde! Um bostinha!
Sabem o porque? Aquele que se vê o tempo todo sozinho não reage; culpa a todos por
seu estado de abandono - nunca a si mesmo - , e mergulha na mais nefanda
autocomiseração, temperando, as vezes, com grandes porções de autopiedade desmedida.
O que impede alguém de procurar as pessoas? Nada! Enquanto existirem aqueles que ,
com desculpas e razões tolas, justificarem o imenso poder da solidão, o mundo estará e
continuará infestado de covardes que não se amam .
“ AMA AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO .” Você conhece o autor dessa frase?
Tenho certeza que sim. De que vale amar aos outros se você não se ama antes?
Em nenhum momento Jesus disse para deixarmos de nos amar para fazer-mos isso com os
outros, ou falou e eu não sei? Se assim ele o disse eu prefiro não mais acreditar nele;
como eu tenho certeza de que isso não foi proferido de seus lábios, eu amo ao meu
próximo da mesma forma que me amo .
Somente assim essa praga da alma humana pode ser vencida... amor, muito amor .
Deixando que o amor se aposse do seu ser, inevitavelmente, ensinará aos demais que tudo
é e sempre será possível ao amor .
É solitário aquele que não tem a si mesmo por companhia; é duplamente solitário os que
não se conhecem; finalmente, é triplamente só todo aquele que sabe de tudo isso e mesmo
assim se ilude .
Assim terminamos de passar pela mais magistral e fantástica batalha que os Homens
empreendem: a luta por si mesmo, a batalha da maior descoberta, a luta de voltar a se
pertencer.
Todos esses Demônios vivem e se reproduzem no seu intimo com a sua indulgência; é
fundamental desmantelar-mos esse “dinossáurico” esquema de auto-punição, precisamos
destruir os nossos infernos.
Essa é a grande promessa: Um dia o Messias voltará.
Sim Ele voltará ... dentro de você!
Ao ressuscitar-mos do nosso martírio auto-imposto e, simplesmente descermos de nossa
cruz calvárica, ascenderemos ao reino do céu interno e Deus recomeçará a sorrir com a
sua criação.
Eu critiquei tão duramente os vendedores de fórmulas feitas ( e continuo ), que sucumbi a
uma pequena tentação: mostrar-lhes uma receita que acredito ser-lhes útil.
O compilador dessas próximas letras foi o poeta Renato Russo, com a ajuda de 1
Coríntios:13 e Luís de Camões e seu Soneto nº11.
Atente ao texto desta poesia; seu nome é Monte Castelo, encontra-se no disco As Quatro
Estações do conjunto Legião Urbana .
“ Ainda que eu falasse a língua dos Homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se invaidece .
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer .
Ainda que eu falasse a língua dos Homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder .
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata lealdade ,
Tão contrário a si é o mesmo amor .
Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face-a-face .
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade .
Ainda que eu falasse a língua dos Homens
E falasse a língua dos anjos, Sem amor eu nada seria. “
Renato Russo
Abençoada letra que engrandece o que é da verdade, é só o amor que pode parir a
verdade que subsiste em você.
Eu sei que as estruturas vigentes nos estimulam a abortá-la, sê-de forte, sem amor nós
nada sería-mos... é só o amor... e só...
Não vou lhe dizer o que seja ou deixe de ser; termino como iniciei, homenageando os
enviados da Glória para nos encaminhar em nosso próprio caminho.
Santos, profetas, filósofos, artistas, cientistas, bruxos, eruditos, ignorantes e iluminados
todos eles existiram para provar que, se eles podem, nós também podemos... mais que
isso: devemos!
Transcreverei agora, parte da poesia Amor de Vladimir Maiakovski, e diz ela:
“ Ressuscita-me ainda que mais não seja porque sou poeta e ansiava o futuro .
Ressuscita-me
Lutando contra as misérias do cotidiano .
Ressuscita-me por isso .
Ressuscita-me quero acabar de viver o que me cabe, minha vida
Para que não mais existam amores servis .
Ressuscita-me
Para que ninguém mais tenha
Que sacrificar-se por uma casa, um buraco .
Ressuscita-me
Para que a partir de hoje a família se transforme
E o pai seja pelo menos o universo e a mãe seja pelo menos a terra .”
Para isso foi concebida essa obra, chamá-lo a ressuscitar-se no seu próprio esplendor de
Homem.
Faço minhas as palavras do poeta russo: ressuscita-te a si mesmo e, seja, sempre, feliz!
Com a minha admiração e carinho,
O CAMINHO
“EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA” ( de uma das maiores alma que já
existiu )
Não será hora de também o sermos?
Ressuscitando de Si Mesmo não é uma obra de auto-ajuda, mais que isso, é ele um
chamado aos nossos mais nobres sentimemntos de prosperidade, felicidade e vitória do
que cada um de nós têm de melhor: nós mesmos!

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7189370 o caminho -ressuscitando-de-si-mesmo

  • 1. RESSUSCITANDO DE SI MESMO CONHECE-TE A TI MESMO Inscrição na entrada do templo de Apollo em Delfos Formatado por Edson Campos Porto Março de 2005 Nota Introdutória
  • 2. Não posso chamar essa obra de livro; vejo-a como um livreto, pois pequeno é o seu tamanho, mas vasto em idéias é o seu conteúdo. A premissa que levou-me à escrita desse quase folhetim foi a constatação de que nosso mundo “tecnolotizado”, “ansiotizado” e banalizado, caiu definitivamente no péssimo hábito das coisas instantâneas. Vivemos hoje de macarrão instantâneo, amores imediatistas e procuras vãs. Queremos o agora fácil, superficial e sem consistência; portanto, perdemos o instinto primordial do viver, mas o viver ao que me refiro, é o viver livre, pleno e poderoso; é o viver evolutivo, de conquistas e descobertas. Nós, humanos, não fomos criados para a apatia, medo e insegurança; somos criaturas que naturalmente procuram a luz e o progresso, que genética e espiritualmente desejam sempre crescer e mudar; ao contrário do momento atual, onde tudo é receio, desconfiança e falta de ânimo. Estamos reduzidos a um povo doente, decadente e fraco. Abraçamos a futilidade, o consumismo e o materialismo barato. O que permeia as sociedades contemporâneas é a indecência, posto que o amor, natural e espontâneo que era, foi relegado à vergonha de vivê-lo abertamente e, sem amor, somente a indecência pode imperar. Portanto, se não amamos, conquistamos, crescemos e evoluíamos, somente podemos chafurdar na mediocridade, solidão e tristeza; características estas, visíveis nos que estão mortos em vida e, naqueles que estão à espera das migalhas que quiçá possam cair-lhes no colo. Isso é o ser humano? Creio que não! Vejo atualmente infindas técnicas, livros e terapias de auto... auto tudo: auto-ajuda, auto-conhecimento, auto-cura e auto-procura (não falo mais “autos”, pois corro o risco de tornar-me prolixo desnecessariamente.), e ao mesmo tempo, não vejo mais os Homens exercendo a sua capacidade santa de progredir através das suas experiências e vivências, conquanto, todos os nossos ancestrais, cresceram enfrentando as dificuldades e superando cada barreira posta em seus caminhos. Dominamos a natureza, a tecnologia e o planeta, porém, a cada passo que demos em direção a modernidade, nos alijamos em nossas individualidades e interiores. Perdemos a coragem, a paixão e o ímpeto; ficamos órfãos da ousadia, da engenhosidade e do romantismo; precisando por isso, de instrutores e orientadores para aprendermos a viver, sendo esse nosso mais gritante problema atual, pois, viver é dom incondicional de todos nós e, que Deus, em Seu plano divino, prevendo essa nossa necessidade, nos indicou como mestres de vida os nossos pais, mães e familiares; no que após a formação dada por estes instrutores naturais, basta a própria existência a servir-nos de mestra. Fico surpreso ao ver a humanidade em plena Era de Aquário, a era do mestre interior, divulgada tão amplamente pelos místicos, esotéricos, religiosos e terapeutas alternativos; e que são esses mesmos holísticos a transformar a sabedoria oculta em “mercado Persa”,
  • 3. como fosse o saber uma mercadoria qualquer, em que os incautos “endinheirados” possam adquirir sem o devido esforço e mérito, sem os quais, o caminho do conhecimento é fechado e inacessível. Como você bem pode notar, esse livro não é de auto-conhecimento, pois quem lhe pode ensinar a ser você mesmo? Também não é de auto-ajuda, porquê, auto-ajuda é você mesmo se ajudar; muito menos um manual qualquer de “regrinhas” de vida e prosperidade; essa obra tem a intenção de ser um arpão a fustigar o guerreiro dormente em você, que sabe o que é preciso para a vitória do viver. Portanto, o Ressuscitando de Si Mesmo não é de forma alguma um livro para mudar a sua vida, no que ele nada irá ensiná-lo também; ressuscitando de Si Mesmo, o próprio nome o diz: acorde! Não lhe posso ou quero ensinar-lhe a ser você mesmo. Por sinal, em nada eu acredito nos que dizem poder instruir uma criatura a ser ela própria, isso me soa muito a adestramento, pois, aprender sobre si mesmo significa viver e, com isso (as experiências), desvendar-se... e oxalá, possa você ascensionar... Aqui você encontrará unicamente um convite: cresça vivendo sua vida; havendo apenas uma simples fórmula: coma bem, durma bem, trabalhe muito e ame sempre; e com isso um desafio: você pode acordar e ser seu próprio mestre? Bemvindo! Aqui é o lugar certo! Saia da tumba do ostracismo e do medo, e como Lázaro, caminhe de novo pela vida. Mas lembre-se, nas próximas páginas você será provocado, instigado, cobrado e, se insistires em continuar morto, até massacrado você será... pela vida! Com carinho.. Roberto Caldeira Este livro foi escrito em prol da evolução dos Homens Dedico este livro as almas de quem em vida foram Florêncio e Euclydes Caldeira da Silva, respectivamente, avô e pai . Que a descendência deles seja tão honrada quanto eles o foram . Prólogo Ao defrontar-me com o axioma “ conhece-te a ti mesmo “, imediatamente senti ser essa a hora de empreender esta obra . Mas como começá-la de forma eficiente, atingindo o vêio a que foi intentada? Como falar aos meus semelhantes sobre um processo de ressurgimento de si mesmo? E se caso eu descubra uma boa fórmula, como não parecer um guru com receitas milagreiras de como se deve viver? Após varias digressões, notei ser necessário abordar inicialmente não o renascer, e sim o
  • 4. contrário, onde dorme esse gigante que é você. Resolvi penetrar nas catacumbas da mente do Homem; na morada da morte em vida . Qual não é minha surpresa ao descobrir um mundo de mortos que andam, comem, falam e, o pior... iludem-se, sobrevivendo acreditando que seja isso a vida. Não sou ou estou apto a dizer a ninguém o que venha a ser certo ou errado, mas reconheço o que não é viver. Viver é realizar-se; para tal, pergunto-lhe: o que tens realizado? Esse é o nosso ponto de partida: no que estamos imersos, o que impede-nos de ressurgimos em divindade e graça, o que em verdade nos ancora na mais baixa ansiedade, insegurança e medo? O Medo, esse é o nosso primeiro inimigo. Inimigo sórdido e covarde que nos assola no exato instante que adquirimos o senso de racionalidade. Digo isso, porque as crianças até os três ou quatro anos não são medrosas, mas com a ajuda de papai e mamãe, vovô e Vovó e toda a sociedade, esmeramos-nos em incutir o medo em nossos pequenos. Nos dias atuais, é estranho e destoante alguém que não viva assolado pelo medo. Temos pavor de tudo, principalmente do que não tem razão de se o ter. É como que se precisássemos do medo como uma questão de etiqueta social . Muitos dirão: os tempos são perigosos! E quando não o foram? Na bíblia se relata estórias de bandoleiros e assassinos, estupradores e prostitutas; porque seria o nosso tempo mais perigoso? A covardia se apoia nas desculpas e no desconhecido. A moça que quando solteira estudava e chegava tarde da noite em casa, uma vez casada, tudo é desculpa de perigo para transitar as dezenove horas sozinha. Achas isso normal? Quantos exemplos poderíamos narrar a guisa de impedimentos proporcionados pelos inúmeros e diferentes pavores das pessoas. Estou, até agora, falando de medos externos; e os internos, que são em número e variedades tais, que precisaríamos de um livro só para narrá-los . A situação é caótica. Estamos sitiados entre medos exteriores e pavores mentais. Os mentais são mais perigosos, são irreais, abstratos e sem nexo . Sabemos que estamos a fabricá-los, e mesmo assim, continuamos resolutos e incontinentes, abraçados a esse parasita das realizações. Temos receios que vão desde amar, ser feliz e, até o desplante de recusarmo-nos a viver em troca de seguranças falsas . Se o amor é sublime e sagrado, porque o tememos? Se o amor provém de Deus, qual a razão de nos recusarmos a entregarmo-nos a este
  • 5. sentimento? Isso é a síntese do pânico: saber que amar é preciso e recusar-se com mirongas de sofrimentos passados, amores inacabados e dores ainda vivas . É o amor ou o medo essencial que norteia sua vida? Pergunta difícil não é? Isso torna claro o quão desesperadora é nossa situação. Descambamos subitamente à contradição explícita e insana do receio que suplanta o Divino. “ Não há felicidade que dure sempre “; o pior é que dizemos isso pensando na nossa realidade: “Não há felicidade que perdure por mais de alguns instantes “. Acredita você ser isto correto? Se você concorda com a frase base desse parágrafo, não há mais razão de continuar lendo esse livro; foi um prazer tê-lo comigo. Para sermos felizes, geralmente precisamos do amor, o amor demanda em risco, e se esse é o requisito básico, caímos inevitavelmente nas malhas do nosso paralizador inimigo... o medo! O medo tolhe, impede, desestimula e destrói todo o empreendimento humano; sabemos disso, mas sentimo-nos tão seguros com ele que parece impossível viver sem o tal . É verdade, somos os melhores amigos dos nossos queridos medos. Nós os alimentamos, protegemos, explicamos e aceitamos esses vermes como companheiros diários em nossas vidas. Com certeza haverá alguns que dirão: é muito demorado vencermos os medos, é complicado, precisaremos de anos de terapias e tratamentos, pois ele não apareceu de um dia para o outro . Se isso fosse verdade, porque você não reagiu no momento em que ele surgiu? Você o deseja, não é? Afinal, que desculpa usarás para não arriscar-se, se não houver o tal “impedidor”? O medo é que não permite nada, não é? Tudo é o medo. Até quando iremos nos sabotar nas teias desse predador mundano e atrós, até que dia teremos que conviver com esse fantasma que damos força para que nos impeça de quase tudo? Você não nasceu impregnado pelos pavores sociais, sequer conhecia o amedrontamento quando tinha tenra idade. Em compensação, hoje, você especializa-se na confecção de novos e mais eficientes receios, para que possa sentir-se seguro na seara da inoperância, afinal, quem não faz, não erra (filosofia do bom medroso).
  • 6. O pânico ( medo com outro nome ), é igual a uma prostituta que carregamos inadvertidamente para casa todos os dias, deixando a cargo dela - a usurpadora - todos os nossos ideais e sonhos. Pobre daquele que quiser pagar esse preço, morrerá imerso no pântano da apatia e bradará: O medo foi o culpado! E mesmo vivendo seu calvário pessoal, continuará a acreditar que não houve culpa alguma sua. Há preço mais medonho a se pagar que esse: a ignorância eterna? Tratamos de algo tão sério que desenvolvemos uma ciência própria para o medo - o trauma. Esse desequilíbrio humano já é tão corriqueiro em nosso cotidiano que, por vezes, almoçamos ou participamos de uma festa, ilustrando os nossos assuntos com verdadeiros campeonatos de bloqueios, desgraças e traumas. Será isso normal? Haverá a sociedade se desenvolvido e alcançado tantos avanços à base do receio e covardia? Dizia Leonardo Da Vinci: A necessidade é a mãe da invenção. Para que precisamos dessa deslavada síndrome de receios? Qual vem a ser a necessidade desse amontoado de temores? Não confunda prudência com medo ou qualquer dos seus capangas. O que realmente necessitamos é o cuidado natural com que devemos tratar nossos assuntos; creia, você precisa estirpar esse conceito errôneo de vida, despojar-se das máscaras do auto-impedimento e, solenemente, enfrentar-se na busca da sua verdade. Como toda doença, o medo traz efeitos colaterais do tipo: queixa. Os medrosos adoram queixar-se, assim como os queixosos são grandes apavorados com tudo. Quando nos queixamos, formulamos as regras dos futuros receios, como se planejásse-mos com antecedência os próximos terrores da nossa câmara particular de tortura. Temos atualmente uma nova forma de conduta: reclamarmos de tudo e todos. Em todos os ambientes o que mais se ouve? Reclamações é claro! Do que vivem os nossos meios de comunicação? De fatos que propiciem queixas abundantes e inextinguíveis . A carne sobe, o dólar cai, o Presidente governa, o político rouba, o marido trai, o dinheiro é pouco; não tenho sorte - tudo é ruim - e assim seguimos adiante, chafurdando no queixume infernal . Duas pessoas se encontram, o que fazem? Vociferar incansavelmente contra tudo, todos e eles próprios, como fossem os mesmos, as vítimas únicas de todos os infortúnios da existência. Falar de coisas boas deve ser entediante, pois, ninguém mais gosta de falar coisas boas. O que é terrível, é que a reclamação não anda sozinha. Sempre ela está atrelada a um vírus chamado pessimismo; vírus dos mais abomináveis, posto que, uma vez em contato com outras bactérias existenciais, contamina, destrói e inutiliza o infectado . Queixar-se sem pessimismo é como feijão sem arroz. Como existirá uma seção de
  • 7. murmúrios e lamentações sem o respaldo eficientíssimo do mais negro negativismo? É dificílimo reclamar sem uma dose maciça de visões e opiniões malíssimas. Estamos ou não na idade das trevas do medo pessimista? Ficou óbvio que somos grandes e imbatíveis destruidores - em especial - , de nós mesmos; e se conseguimos fazer isso conosco, imagine com o próximo? Da química perfeita entre medo/queixa/pessimismo, extraímos o elixir da mediocridade. Em princípio ela é individual, mas posta em contato com outros de iguais talentos, torna- se generalizada e incontrolável na sua abrangência, visto que, para ser medíocre não se assume nenhuma responsabilidade, basta ter-se os cúmplices e o resto será uma reação em cadeia . Você vai continuar aceitando isso? Caso sim, pare já de ler esse livro, ele é contra você ! Que bom que ainda está comigo; sei agora que não discurso às paredes. Minha voz encontrou eco em ti, e juntos, arregimentaremos muitos mais para essa batalha titânica: ressuscitar dos infernos dos medos, queixas e pessimismo aos nossos irmãos . Para que isso torne-se viável, temos que sair a caça do segundo inimigo: a culpa; um oponente tão perigoso que os ordinários rendem-se a ela sem a mínima resistência . Ter culpa já figura como cultura mundial. Inúmeras pessoas cultivam processos de culpa como a uma planta de jardim. Note como a culpa é fator presente na nossa vida adulta. Fosse ela natural, não deveríamos senti-la desde a mais precoce idade? O remorso parece videogame para adultos. Oxalá ele fosse proibido . O remorso desarma, fere e aleija o seu hospedeiro, imputando comumente, doenças e desequilíbrios aos que dele se valem. Todos sabemos (por exemplo) que o câncer é uma forma eficientíssima de armazenamento de culpas. Precisase falar mais alguma coisa sobre isso? As culpas nos trazem feridas purulentamente terríveis, essas feridas nos aparecem como dúvidas. Essas sim, monstros cruéis, como estupradores sádicos instalados em nossa alma a devassar, invadir e dirimir incansável e continuamente nossos atos, ações e palavras . Pensamos ser a dúvida apenas um questionamento, e qual não é a nossa surpresa quando notamos ser o questionamento um guerreiro de extrema coragem, enquanto a dúvida, um salteador traiçoeiro, que além de atacar-nos inclementemente, fazê-o sempre por trás. Geralmente, esses ataques de insegurança nos arremetem ao lado oposto do que pretendemos, sempre inquirindo se podemos conseguir ou não, sempre mostrando-nos o contrário, sempre matando nossas esperanças. Dúvida significa a exclusão voluntária dos créditos que devemos a nós mesmos. A ”tinhosa” nunca permite a livre expressão dos nossos mais sagrados potenciais;
  • 8. maculando, invariavelmente, todo o sopro de progresso que alguém deva e possa ter . Os defensores da esfoliadora de sonhos dizem ser ela uma forma de realizar com segurança; e quando você sentiu qualquer apoio nessa inóspita situação? Outrossim, lembro-lhes que a dúvida se fortalece quando voltada contra você, depois volta-se para os próximos e finalmente, estende-se interminável e incontinente para o restante do universo . Ela não merece confiança, ela não tem escrúpulos, ela não tem vida própria, precisando diariamente vampirizá-lo para suster-se. Ela não merece existir! Decida-se: ou ela morre ou você sucumbe. A quem amas mais, você ou ela? Morte às esquartejadoras de verdades, morte às dúvidas . Dirão uns poucos negativistas de plantão que para sanar o problema da dúvida, há imperiosamente a necessidade da segurança. Descobrimos então o nosso terceiro inimigo mortal: a segurança. Essa prevaricadora só faz negociar com as nossas descobertas. A pretexto de proteger- nos, ela nos tiraniza ao ponto de transformar-nos em marionetes ocas e isentas de vontade, isolados constantemente da razão. Como haveremos de ter segurança se não conseguimos prever o que há de acontecer? Jesus ao saber nas Oliveiras que iria morrer não sentiu-se inseguro? Não foi ele quem pediu ao Pai que, se possível, afastasse dele aquele cálice repleto de fel? Mesmo tomado pelas forças da segurança ( convertidas agora em insegurança, sua irmã gêmea ), não enfrentou ele seus algozes? Basta! Se esperares certeza para conseguir algo, já morreste e não tomaste ciência ainda. Abandona a insanidade da paixão pela certeza e confia pela primeira vez em ti. Custa algo tentar? A confiança é o antídoto para essa febre massacrante. Confia, da mesma forma que um dia você confiou em seus pais para cuidarem de você. Observa, o negativista mais próximo falará: Havia outro jeito? Não há solução a não ser na confiança que engrandece cada ato, pensamento ou palavra; libere-se dessa amarra escrota. Reflita: quantas vezes abandonaste os seus potenciais - dados por Deus - em troca de uma segurança desprovida totalmente de felicidade? Em quantos momentos você afundou na lama da autocomiseração dizendo: Sou obrigado a fazer isso e aquilo ... por causa disso e daquilo... se eu pudesse... Quando criança você falava: Quando eu crescer ... já formado afirmava: quando eu me casar ... casado diz: Ao me aposentar ... pobre coitado a ver a vida passar ante seus olhos,
  • 9. moribundo de sonhos e órfão de realizações. Você se lembra quando usava a sua família como desculpa para a não progressão? Não era você aquele que falava constantemente que tinha esposa e filhos a sustentar, portanto, não podia arriscar. Findando a vida, que legado ficará a seus filhos. Não serão eles que exclamarão: Papai nos ensinou que é errado tentar para melhorar, e mamãe sempre nos disse que arriscar era ruim. Tolo é aquele que possuindo as armas, morre sem ao menos utilizá-las. Imbecil é aquele que em seus instantes finais arrepender-se-a de nada ter feito. O ousado terá seu prêmio se competente o for; o seguro obterá sua sombra de ostracismo se covarde for. Há maior desgraça que esta? Que purgatório fará frente a inferno tão funesto? Você que é passivo és o próprio Demônio em forma de covarde. Isso certamente lhe será cobrado no juízo final - se não o for antes - : o quê fizeste de tua vida meu filho? Que fim levou os talentos que lhe dei? Foste para a inoperância que o criei? Deus há de perguntar-lhe isto no dia-dos-dias. E o pesar assolará céus e terra, e os Anjos, que não possuem o privilégio da escolha ou do erro, chorarão por sua alma. Medo+queixa+culpa+segurança formam o primeiro dos casulos de esconderijo em que os seres furtam-se da felicidade . É hora de parar e pensar, fazendo com isto, um vasto e abrangente balanço de sua vida. Eu não indico caminhos, questiono sim a sua falta. Dar-lhe-ei uma página de descanso, se valer a pena, após breve reflexão sobre o que você deseja ser, continue a sua leitura ( principalmente, de si mesmo). ..................................................... Página de descanso: muito útil para rascunhos, reflexões e afins. Pit Stop. Para que esse livro não se torne um misto de chatice e livro de receitas, resolvi fazê-lo de forma interativa, onde você participará no enredo da obra sendo um fator de expansão na idéia exposta... explicando melhor: as idéias propostas nessa obra são sementes, você é um terreno fértil, essa atividade o semear; então, na próxima página haverá uma proposta para a fertilização do nosso conhecimento. Quando crianças todos adorávamos desenhar, era nos ingênuos desenhos infantis uma grande forma de comunicação. Com o tempo, conforme fomos aprendendo que se não completássemos as expectativas alheias seria-mos más crianças, deixamos de nos expormos em nossos puros desenhos. Quem não desenhava maravilhosamente foi incentivado a parar de fazê-lo e, com isso, começamos a fazer apenas o que os outros gostam. Desde a pré história todos desenham porque gostam, mas quando crescemos, só os grandes desenhistas podem
  • 10. desenvolver tal atividade, mesmo que a vontade de pegar o papel e o lápis continue. Chega de fazer as coisas bem, faça-as porque são-lhes agradáveis. Você não tem que ser admirado pelos seus feitos, devemos fazer somente o que nos faz bem... difícil isso, né?!? Vamos desenhar por prazer?... Faça isso na próxima página... pode riscar o livro... ele foi feito para isso... vamos lá... PÁGINA DE DESENHO PARA O SEU PRAZER ( espaço reservado para que você exercite sua espontaneidade desenhando algo despretensioso, criativo e verdadeiro. ) Gostou de desenhar sem a obrigação de faze-lo bem? É bom, não é? Então me faça um outro favor: escreva num papel à parte uma carta de amor. Mesmo que você não tenha para quem mandá-la, invente alguém imaginário ou pense num amor do passado. Você se lembra que na adolescência o romantismo fazia parte integrante e fundamental da sua vida? Você não sente falta disso? A vida, por si só, é romântica, doce e pura... que tal sermos um pouco mais românticos para um viver melhor? Vamos a nossa carta romântica...
  • 11. Gostou? Te fez bem? Então vamos voltar a narratória do nosso livro...bem armado com as armas terríveis da falta de decisão. A racionalidade nos intimida e reduz a um monte de conjecturas, geralmente, infrutíferas e estéreis na sua conclusão . No que tange aos domínios bárbaros das complicações mentais, somos mestres na construção das tais, e vassalos na serviência de suas abominações. O racional nos quer dependentes e frágeis, como se estivésse-mos entorpecidos pôr uma dose cavalar de um psicotrópico - O racional não me deixa acreditar em minha intuição, eu sei que os meus sentimentos estão certos, mas quando chega na razão eu fico inseguro(a). Será verdade ou não? Quantas vezes esse tipo de pensamento o assolou doentiamente? Qual o número de chances que você perdeu endeusando esse tal racional? Isso é grave, deveras grave. Nosso inimigo atual é o racional, um oponente poderoso e qualquer, nos causando, via de regra, uma overdose de discussões internas de continuidade interminável. Somos como náufragos nesse oceano de atribulações infundadas, posto que a razão sempre impede e barra a ação, levando-nos a crer, existir um medo hediondo da liberdade; que por diversas oportunidades nós também, unimo-nos a ela nesse espetáculo de destruição do nosso bem mais fecundo - nossa liberdade! A nossa razão assemelha-se com uma certa espécie não aprovável de políticos, que somente faz o quê lhes provem. Ela - como eles - trama às sombras juntamente com nossas mais débeis limitações, para que, subornando e subvertendo nossas estruturas em formação ou fracas, possa prender-nos num limbo atormentante de perguntas e respostas internas, sempre no afã da derrota de nossa ação. Sei que muitos discordarão desse meu ponto de vista, “visto”, obviamente, pelos olhos nublados da razão absolutista e adulterada; cúmplice direta do nosso primeiro inimigo: o medo. Lembrem-se: raramente sob o julgo da razão, arredamos pé de nossa imobilidade. O correto é que a racionalidade costumeiramente diz não aos nossos intentos. Você já notou isso?
  • 12. Perguntarão: Como podemos viver sem a razão? Pergunto-lhe: E quem falou em perder a razão? O racional tem função de gestor do nosso cotidiano, sem nunca ter a deliberação final ou o comando geral. Há uma diferença enorme entre gerenciar e presidenciar. Sendo assim, os nossos pequeninos nasceriam dotados de profundo senso racional. Em que fase um ser humano desenvolve a sua racionalidade? Ao achar a resposta, você entenderá o que digo . Só quando adultos, sufocamos nas raias da loucura de entregarmos o restinho do nosso arbítrio às mãos profanas dessa tirana madrasta (a Dna. Razão). Imponha às suas faculdades a obrigação dela gerir sem nunca decidir. De que serve o seu coração? Não é ele seu ponto de maior confiabilidade? Um servo maravilhoso ( se dominado ), um senhor vil ( se liberado ); esse é o racional, uma faceta avançadíssima da hipocrisia, enfeitado pelo medo e custeado pelo nosso sofrimento. Mil pestes nunca impediram o homem de crescer, mas umas poucas razões cerceantes foram suficientes para destruir milhões de almas. Será que essa gama de argumentos não o convidam a repensar os seus moldes racionais? Torço que sim! Não abomine a sua capacidade de raciocinar, muito menos acredite ser essa a sua diretriz básica, há outros instrumentos a servi-lo na vida, a razão é apenas um dentre muitos outros. Entre os primitivos quase não existia casos de loucura; se levarmos em conta que a loucura é a perda da razão, chegaremos a conclusão que varias espécies de aborígenes não conheciam a nossa forma de racional desenfreado. Isso lhe diz algo? Creio ser este o melhor caminho para o auto-conhecimento; uma vez crescidos e adultos, desmontar-mos e remodelar-mos nossa realidade a nossa imagem e semelhança, assim como Deus fez conosco ao criar-nos. Sei não ser fácil - ou simples - essa tarefa, mas se não a iniciarmos, como descobrir ser ela viável? Uma vez morto esse opositor deplorável e começarmos a achar a saída do nosso confortável inferno particular, que tal investigarmos os Demônios que habitam essa mansão de tormentas contínuos?
  • 13. Para melhor ilustrar o próximo tópico, transcreverei uma passagem bíblica, que servirá não somente de apoio, como de referencial para nossa mais nova incursão nesse mar revolto do nosso interior. “ Então Jesus foi conduzido pelo espírito (santo) ao deserto, para ser tentado [pelo Demônio]. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Aproximando-se (dele) o Tentador, disse-lhe: Se és filho de Deus, dize que estas pedras se convertam em pães. Ele, porém, respondendo-lhe, disse: Está escrito: “Não Só de pão vive o Homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Então o Demônio transportou-o a cidade santa, pô-lo sobre o pináculo do templo e disse-lhe: Se és filho de Deus, lança-te daqui abaixo. Porque esta escrito: “Porque mandou aos seus anjos em teu favor, que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te levarão nas suas mãos, para que o teu pé não tropece em alguma pedra”. Jesus disse-lhe: Também está escrito: “ Não tentarás o Senhor teu Deus“. De novo o Demônio o transportou a um monte muito alto, e lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua magnificência, e lhe disse: Tudo isso te darei, se, prostrado, me adorares . Então Jesus disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque esta escrito: “ O Senhor teu Deus adorarás e a Ele só servirás “. Então o Demônio deixou-o; e eis que os Anjos se aproximaram, e o serviram .” Jesus enfrentou uma batalha contra o seu Demônio interno e venceu; agora é o momento de nós também lutarmos pela nossa liberdade, precisamos derrotar os nossos delinqüentes internos. Só conseguiremos isto, fazendo como o próprio Cristo, indo ao seu encontro e, verdadeiramente, destruindo sua influência nefasta em nós . Para tal, devemos procurá-los pela sua ordem de importância. O primeiro que sempre se manifesta é a sorte. A sorte age como uma meretriz belíssima, a dar-lhe eternas esperanças que nunca se realizarão, salvo por seu próprio esforço. Quem não conhece alguém que passou a vida inteira a esperar sua grande chance, e nunca a obteve? Sorte, realmente, somente se a construir tijolo-a-tijolo, como um castelo encantado pela fada da iniciativa. Você pode aguardá-la pacientemente - ninguém o proibi disso - talvez um milagre desses de filme aconteça, mas não ignore a máxima que diz: “procura e achará, bata e a porta se abrirá...” Notou? Para que exista uma reação e fundamental uma ação. Se tudo caísse do céu, obviamente estaria tudo em cima do telhado, não é? Já não se faz hora de abandonar essa inércia destrutiva, essa ilusão de que a sorte invadirá sua casa, porta a dentro, e o encherá de graças sem fim? A espera pela sorte corrompe o espírito audaz, manipula o senso de iniciativa e desfalece todas as capacidades. A sorte deve ser feita, nunca aguardada como uma noiva que virá ao altar da sua preguiça . O Homem corajoso não pede, ele merece. E você, o que espera para pôr em ação o seu projeto de vida? Está esperando que alguém o principie por você? Ou aguarda o incentivo de uma outra pessoa? Se for isso, incentivo- o eu: Vá e lute!
  • 14. Existirão aqueles que dirão: E se não der certo? Digo-lhes: é o máximo que pode acontecer! Alguém já faleceu de ”não dar certo”? Somos poderosos na vontade e imbatíveis no realizar. Se não nos rendermos a essas ilusões melodramáticas de que virá, algum dia, uma sorte - sabe-se lá da onde -, livrando-nos da miséria exterior, afundando-nos no pântano da pobreza interior, da pobreza dos inertes, talvez ainda tenhamos salvação... a isso sim, eu chamo de sorte: aquele que descobre a tempo onde moram seus erros, e os expulsa da sua casa da verdade. Acredito que essa capetinha pode ser domada com facilidade, o próximo Íncubo será de maior dificuldade, mas o prazer de vencê-lo também é em maior escala. Nosso duelo será agora com as fantasias. A fantasia jamais luta de frente, ela o tenta nas suas maiores fraquezas; caso ela não consiga, ela o ilude e o convence de qualquer coisa que pareça-lhe ser benéfica. Já de saída, vamos estabelecer uma diferença crucial. O sonho é a ante-sala da realidade, a fantasia é o ponto mais distante dessa mesma realidade. O sonho edifica a futura realização, enquanto nossa mal fadada em questão, propõe sempre coisas impossíveis de acorrer. Estar imerso num estado fantasioso é estar num vácuo infinito de conjecturas sem solucionabilidade. Fantasiar nos dá prazer; um prazer falso que mais tarde tornar-se-á angustia. Nós precisamos sempre de uma meta, nossa vida está baseada na procura do cume mais elevado de tudo. Os fantasistas - coitados! -, estão a viver uma vida artificial e ambígua, parecendo robôs ou personagens de folhetim de segunda ordem. Mate a fantasia projetando o seu futuro, no instante exato que o sonho começar a agir, nunca mais iludir-se-á. Os Homens de visão sempre foram grandes sonhadores, arrisco a dizer que, para ser um visionário é preciso imensa dose de sonho. Desafio-o a procurar na biografia de qualquer personagem de vulto na história universal uma única menção positiva no que se refere as fantasias. Viver é produzir felicidade, agir em prol da felicidade, sonhar com a felicidade. O grande Homem sufoca suas fantasias porque tem com o que sonhar e, o medíocre, faz justamente o contrário, mata o seu sonho para viver no limbo da fantasia. Qual a sua escolha? Feita a sua escolha, seguiremos a frente indo a caça do nosso futuro inimigo. Antes darei um breve relato sobre esse novo Demônio. Alerto-os que ele é de extrema periculosidade, pois, não raramente, escraviza as pessoas, tirando-lhes quase tudo na vida.
  • 15. Resolvi, subitamente, dar uma pausa para que pudéssemos refletir em tudo o que passamos até agora; pense cuidadosamente e, planeje ardorosamente seus próximos passos, o que está em risco é o seu futuro. E em breve voltaremos a análise desse novo adversário. ................................................ Página de descanço nº3 ( aproveite para rabiscar algumas idéias suas nessa folha ) Passado já todo esse tempo que estamos aqui a discutir sobre os labirintos humanos, talvez seja a hora propícia para voltarmos a pensar sobre uma declaração, no mínimo , muito sábia. Refiro-me a citação que abre esse livro: “CONHECE-TE A TI MESMO” A esta altura, o que você já descobriu sobre a sua verdade? Faça uma lista aqui:
  • 16. LISTA DE APTIDÕES E TALENTOS DA MINHA VIDA Como já dizia, esse oponente não tem similar; sua ferocidade suplanta qualquer parâmetro que tenhamos visto. Essa fera que veremos agora é tão devastadora que muitos não sobreviveram a ela. Ao tratarmos dela é importantíssimo manter-mo-nos atentos a nossas próprias reações, alertas, impassivelmente ao firme propósito de não retornar à lembranças doloridas: essa é a sua principal arma contra essa besta. Ela nos joga constantemente no lodo das lembranças de amores, pessoas e situações do passado, em que, uma vez lá, você lamentará e chorará o que não pode mais ser resgatado. Quem é esse novo personagem? É claro: a solidão, a mais brutal perversão dos sofrimentos humanos, poucos resistem aos seus potentes golpes. A radiação de uma bomba atômica em nada se compara aos efeitos corrosivos de se estar só. Uma pessoa assolada por essa aberração, poucas ou quase nenhuma chance tem de livrar- se de mergulhar no vale das lamentações, onde mora o gnomo do desespero. Ele vai arrancar-lhe até a última gota de lágrima que houver no teu ser, para divertir-se com a falta de amor próprio que há em ti. A solidão não pode receber a sua atenção porque ela vai enganá-lo pérfida e maldosamente, como fosse você um coelhinho assustado a espera do abate inevitável. Ignore-a antes que isto ocorra, e salve-se, amando-se calorosamente. Nós já sabemos a esta altura que suas vítimas preferidas são os de pouco ou quase nenhum amor por si mesmo; ela (a solidão), se enfronha nessa cavidade da sua alma, e como uma lombriga faminta, destrói todo o seu sistema de auto-imagem. O Demônio do estar solitário nos ilude a tal ponto, que acreditamos sentir falta até de quem nos faz mal. Isso é o ápice do patético, um ser humano reduzido a dejetos por achar-se em estado de abandono - e esse é o credo maior do solitário -, e ver-se sempre em estado de carência perpétua e incorrigível . Estar sozinho é uma necessidade nossa em alguns momentos, o que não podemos ter, é o medo de nos defrontarmos conosco, de convivermos, de falarmos com o nosso eu interno. Só é solitário aquele que não tem a si mesmo, pois, pertencendo-se a si mesmo , adorarás conviver no recinto da sua privacidade e individualidade. Peço-lhes licença para extrapolar num rompante de expressão chula, mas , creio, ser a melhor forma de definir o solitário: O solitário é um cagão! Um covarde! Um bostinha! Sabem o porque? Aquele que se vê o tempo todo sozinho não reage; culpa a todos por
  • 17. seu estado de abandono - nunca a si mesmo - , e mergulha na mais nefanda autocomiseração, temperando, as vezes, com grandes porções de autopiedade desmedida. O que impede alguém de procurar as pessoas? Nada! Enquanto existirem aqueles que , com desculpas e razões tolas, justificarem o imenso poder da solidão, o mundo estará e continuará infestado de covardes que não se amam . “ AMA AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO .” Você conhece o autor dessa frase? Tenho certeza que sim. De que vale amar aos outros se você não se ama antes? Em nenhum momento Jesus disse para deixarmos de nos amar para fazer-mos isso com os outros, ou falou e eu não sei? Se assim ele o disse eu prefiro não mais acreditar nele; como eu tenho certeza de que isso não foi proferido de seus lábios, eu amo ao meu próximo da mesma forma que me amo . Somente assim essa praga da alma humana pode ser vencida... amor, muito amor . Deixando que o amor se aposse do seu ser, inevitavelmente, ensinará aos demais que tudo é e sempre será possível ao amor . É solitário aquele que não tem a si mesmo por companhia; é duplamente solitário os que não se conhecem; finalmente, é triplamente só todo aquele que sabe de tudo isso e mesmo assim se ilude . Assim terminamos de passar pela mais magistral e fantástica batalha que os Homens empreendem: a luta por si mesmo, a batalha da maior descoberta, a luta de voltar a se pertencer. Todos esses Demônios vivem e se reproduzem no seu intimo com a sua indulgência; é fundamental desmantelar-mos esse “dinossáurico” esquema de auto-punição, precisamos destruir os nossos infernos. Essa é a grande promessa: Um dia o Messias voltará. Sim Ele voltará ... dentro de você! Ao ressuscitar-mos do nosso martírio auto-imposto e, simplesmente descermos de nossa cruz calvárica, ascenderemos ao reino do céu interno e Deus recomeçará a sorrir com a sua criação. Eu critiquei tão duramente os vendedores de fórmulas feitas ( e continuo ), que sucumbi a uma pequena tentação: mostrar-lhes uma receita que acredito ser-lhes útil. O compilador dessas próximas letras foi o poeta Renato Russo, com a ajuda de 1 Coríntios:13 e Luís de Camões e seu Soneto nº11. Atente ao texto desta poesia; seu nome é Monte Castelo, encontra-se no disco As Quatro Estações do conjunto Legião Urbana .
  • 18. “ Ainda que eu falasse a língua dos Homens E falasse a língua dos anjos, Sem amor eu nada seria. É só o amor, é só o amor Que conhece o que é verdade O amor é bom, não quer o mal Não sente inveja ou se invaidece . Amor é fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente É um contentamento descontente É dor que desatina sem doer . Ainda que eu falasse a língua dos Homens E falasse a língua dos anjos, Sem amor eu nada seria. É um não querer mais que bem querer É solitário andar por entre a gente É um não contentar-se de contente É cuidar que se ganha em se perder . É um estar-se preso por vontade É servir a quem vence, o vencedor; É um ter com quem nos mata lealdade , Tão contrário a si é o mesmo amor . Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem Agora vejo em parte Mas então veremos face-a-face . É só o amor, é só o amor Que conhece o que é verdade . Ainda que eu falasse a língua dos Homens E falasse a língua dos anjos, Sem amor eu nada seria. “ Renato Russo Abençoada letra que engrandece o que é da verdade, é só o amor que pode parir a verdade que subsiste em você. Eu sei que as estruturas vigentes nos estimulam a abortá-la, sê-de forte, sem amor nós nada sería-mos... é só o amor... e só... Não vou lhe dizer o que seja ou deixe de ser; termino como iniciei, homenageando os enviados da Glória para nos encaminhar em nosso próprio caminho. Santos, profetas, filósofos, artistas, cientistas, bruxos, eruditos, ignorantes e iluminados todos eles existiram para provar que, se eles podem, nós também podemos... mais que isso: devemos! Transcreverei agora, parte da poesia Amor de Vladimir Maiakovski, e diz ela: “ Ressuscita-me ainda que mais não seja porque sou poeta e ansiava o futuro . Ressuscita-me Lutando contra as misérias do cotidiano .
  • 19. Ressuscita-me por isso . Ressuscita-me quero acabar de viver o que me cabe, minha vida Para que não mais existam amores servis . Ressuscita-me Para que ninguém mais tenha Que sacrificar-se por uma casa, um buraco . Ressuscita-me Para que a partir de hoje a família se transforme E o pai seja pelo menos o universo e a mãe seja pelo menos a terra .” Para isso foi concebida essa obra, chamá-lo a ressuscitar-se no seu próprio esplendor de Homem. Faço minhas as palavras do poeta russo: ressuscita-te a si mesmo e, seja, sempre, feliz! Com a minha admiração e carinho, O CAMINHO “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA” ( de uma das maiores alma que já existiu ) Não será hora de também o sermos? Ressuscitando de Si Mesmo não é uma obra de auto-ajuda, mais que isso, é ele um chamado aos nossos mais nobres sentimemntos de prosperidade, felicidade e vitória do que cada um de nós têm de melhor: nós mesmos!