O documento discute relações de gênero e étnico-raciais no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. Apresenta conceitos de gênero e raça/etnia e discute como essas relações são construídas socialmente de forma desigual e excludente, levando a relações de poder opressoras. Também reflete sobre como a escola deve promover a igualdade de direitos e o respeito à diversidade.
3. Gênero e Sexo
Sexo são as características biológicas
que definem quem é homem e
quem é mulher.
Gênero é o que definem os papeis
sociais entre homens e mulheres,
sendo uma construção social.
4. Os papeis entre homens e mulheres são
construídos socialmente, as mulheres ainda
são tidas como as mais fracas, o Brasil se
encontra em 53º Lugar em igualdade de
gênero, mesmo sendo um país com uma
constituição que declara a igualdade de
gênero.
5. É fácil perceber que não há igualdade
de gênero, pois em muitos casos os
homens detém poderes sobre as suas
esposas obrigando–as a se submeterem
a eles, há casos extremos de violência
onde o marido proíbe que a esposa
estude chegando a espancá-la e
queimando seu material escolar.
6. Malala Yousufzai Foi Baleada por
integrantes do regime Talibã, por
querer estudar.
7.
8. Entende-se por gênero “o conjunto de normas, valores,
costumes e práticas através das qual a diferença biológica
entre homens e mulheres é culturalmente significada”. (Pinho,
2003, p.54).
A partir dos anos 70, estabeleceu-se um significado novo
para a palavra Gênero, sendo utilizada para enfatizar o
caráter social das distinções estabelecidas sobre o sexo. O
gênero tornou-se uma forma de indicar “construções sociais”
sendo o corpo biológico e sexuado uma justificativa para as
identidades subjetivas dos homens e mulheres dentro das
diversas culturas. Salienta ainda que o gênero como
elemento constitutivo das relações sociais com base nas
diferenças percebidas entre os sexos é uma forma primária
de significar relações de poder, uma vez que tais diferenças
se configuram como desigualdades.
9. Desta forma, a escola deve tomar
consciência, por ser um espaço de educação
formal, responsável também pela transmissão,
valores morais e estéticos contribuindo para a
construção da identidade de gênero deve
mostrar que, embora diferentes, as pessoas são
portadoras de direitos e deveres iguais, vivem
em comunidade e deveriam ter no respeito ao
outro a melhor noção de convivência
harmoniosa.
10. Observa-se que as relações de gênero nas salas de aula da
EJA “são relações que discursivamente e que produzem
relações de poder”. Desta forma, esta relacionado essas
relações de poder à Freire ao tratar da Pedagogia do
Oprimido, onde afirma que: Toda ação que possa, mesmo
incipiente, proporcionar as classes oprimidas o despertar
para que se unam, é imediatamente freada pelos opressores
através de métodos, inclusive, fisicamente violentos[...] O que
interessa ao poder opressor é enfraquecer os oprimidos mais
do que já estão, ilhando-os, criando e aprofundando cisões
entre eles, através de uma gama variada de métodos e
processos.
11. Os Parâmetros Curriculares Nacionais reconhecem
que a construção do que é pertencer a um ou a
outro sexo se dá pelo tratamento diferenciado
para meninos e meninas, inclusive nas expressões
diretamente ligadas à sexualidade, e pelos
padrões socialmente estabelecidos do feminino e
do masculino. Portanto, a preocupação em
estudar a temática das relações de gênero na
Educação de Jovens e Adultos, reconhecendo-se
a necessidade de estudar a construção
educacional da iniquidade de gênero nas relações
educacionais.
13. Um grupo étnico é um grupo de pessoas que se
identificam umas com as outras, ou são
identificadas como tal por terceiros, com base em
semelhanças culturais ou biológicas, ou ambas,
reais ou presumidas.
A Educação de Jovens e Adultos - EJA é detentora
de uma grande diversidade de culturas, religiões,
etnias, raças, valores, comportamentos, atitudes e
vivências. Para tanto, o currículo deve propiciar
condições de incorporação dessa pluralidade, que
muitas vezes é desvalorizada e desrespeitada,
sendo tratada de forma transversal ou
marginalizada.
14. Pensar a realidade da EJA hoje é
pensar a realidade dos jovens e
adultos excluídos. Pois os alunos que
compõem essa modalidade de ensino
em sua maioria são trabalhadores,
pobres, negros, subempregados,
oprimidos e excluídos social ou
racialmente.
15. A partir da década de 90 o movimento negro
passa a reivindicar a elaboração, desenvolvimento
e implantação de políticas voltadas para que seja
assegurado que as praticas educacionais tenham
especificidade sobre o povo negro
conscientizando e mostrando sua real importância,
e quebra de preconceitos. O movimento negro
vem cobrando uma postura explicita da escola,
das políticas educacionais e dos programas sociais
e culturais, para o desenvolvimento de projetos e
políticas de inclusão social e racial e reformulação
dos currículos e praticas pedagógica.
16. Dessa maneira, a superação da
desigualdade racial na educação deve ser
um dos objetivos das políticas educacionais
e das praticas educativas em nossos pais,
sobre tudo aquelas que lidam com jovens e
adultos em processo de exclusão. O grande
desafio da atualidade é a consolidação de
políticas públicas para a promoção da
igualdade racial, almejando o combate
das desigualdades raciais no Brasil.