Este documento discute os fundamentos da redação jornalística. Aborda tópicos como a retórica, a diferença entre discursos retóricos e informativos, o papel dos jornalistas, as características da linguagem da informação e estruturas comuns em textos jornalísticos como a pirâmide invertida e o lead. Também fornece exemplos e definições para conceitos como fonte jornalística, notícia e reportagem.
(1) O documento discute as origens e desenvolvimento das teorias da comunicação, desde os primeiros estudos na Europa no início do século XX até as principais correntes teóricas que surgiram nos Estados Unidos e em outros países;
(2) É destacada a importância do surgimento da imprensa para o desenvolvimento inicial das teorias da comunicação e também o papel da urbanização e da industrialização na consolidação do campo de estudos;
(3) As principais correntes teóricas identificadas são a perspectiva funcionalista norte-americ
Este documento resume cinco teorias contemporâneas do jornalismo: 1) A Teoria do Espelho sugere que as notícias refletem passivamente a realidade; 2) A Teoria Organizacional argumenta que os jornalistas se conformam às normas editoriais; 3) A Teoria Instrumentalista vê as notícias como instrumentos para manter ou questionar o status quo; 4) A Teoria dos Definidores Primários destaca o poder das fontes na construção das notícias; 5) A Teoria da Nova História defende uma abordagem subjetiva
1. O documento discute os elementos essenciais de uma boa pauta jornalística, incluindo um resumo dos acontecimentos, as informações necessárias para o repórter e o posicionamento da mídia sobre o assunto.
2. É destacado que uma pauta deve fornecer detalhes como nomes, cargos e contatos de fontes a serem entrevistadas, além de sugestões de perguntas.
3. As fontes de notícias são classificadas em oficiais, oficiosas e independentes,
Em consequência da ação dos jornais, da televisão e de outros meios de informação, o público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos.
As pessoas incluem ou excluem de seus conhecimentos aquilo que o mass media inclui ou exclui de sua pauta.
O documento discute a hipótese de agenda setting formulada por Maxwell McCombs e Donald L. Shaw em 1972. A hipótese sugere que os meios de comunicação têm a capacidade de transferir a importância de itens em suas agendas de notícias para a agenda pública, de modo que julgamos importante o que a mídia julga importante. O documento também discute os pressupostos e formação das agendas na teoria da agenda setting.
O documento apresenta a Teoria Organizacional do jornalismo de Warren Breed, que vê o jornalista como funcionário submisso à política editorial da empresa jornalística onde trabalha. Segundo a teoria, as notícias resultam da interação social dentro da redação e são influenciadas pelo fator econômico, visando lucro. Os jornalistas têm autonomia limitada e tendem a se conformar com as normas da organização para evitar punições e obter recompensas no trabalho.
Teorias do Jornalismo discutidas no documento incluem: 1) a teoria do espelho, que vê as notícias como uma reprodução da realidade; 2) a teoria do newsmaking, que enfatiza os processos de produção jornalística e rotinas; e 3) a agenda setting, que argumenta que a mídia influencia o que o público considera importante.
O documento discute os gêneros jornalísticos e o conceito de sensacionalismo na mídia. Apresenta diferentes classificações de gêneros como informativos, opinativos e interpretativos. Define sensacionalismo como a disponibilização alarmista de informações focadas em casos particulares e irrelevantes para manipular emoções do público como medo e revolta. Debate se jornalismo popular é igual a sensacionalismo.
(1) O documento discute as origens e desenvolvimento das teorias da comunicação, desde os primeiros estudos na Europa no início do século XX até as principais correntes teóricas que surgiram nos Estados Unidos e em outros países;
(2) É destacada a importância do surgimento da imprensa para o desenvolvimento inicial das teorias da comunicação e também o papel da urbanização e da industrialização na consolidação do campo de estudos;
(3) As principais correntes teóricas identificadas são a perspectiva funcionalista norte-americ
Este documento resume cinco teorias contemporâneas do jornalismo: 1) A Teoria do Espelho sugere que as notícias refletem passivamente a realidade; 2) A Teoria Organizacional argumenta que os jornalistas se conformam às normas editoriais; 3) A Teoria Instrumentalista vê as notícias como instrumentos para manter ou questionar o status quo; 4) A Teoria dos Definidores Primários destaca o poder das fontes na construção das notícias; 5) A Teoria da Nova História defende uma abordagem subjetiva
1. O documento discute os elementos essenciais de uma boa pauta jornalística, incluindo um resumo dos acontecimentos, as informações necessárias para o repórter e o posicionamento da mídia sobre o assunto.
2. É destacado que uma pauta deve fornecer detalhes como nomes, cargos e contatos de fontes a serem entrevistadas, além de sugestões de perguntas.
3. As fontes de notícias são classificadas em oficiais, oficiosas e independentes,
Em consequência da ação dos jornais, da televisão e de outros meios de informação, o público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos.
As pessoas incluem ou excluem de seus conhecimentos aquilo que o mass media inclui ou exclui de sua pauta.
O documento discute a hipótese de agenda setting formulada por Maxwell McCombs e Donald L. Shaw em 1972. A hipótese sugere que os meios de comunicação têm a capacidade de transferir a importância de itens em suas agendas de notícias para a agenda pública, de modo que julgamos importante o que a mídia julga importante. O documento também discute os pressupostos e formação das agendas na teoria da agenda setting.
O documento apresenta a Teoria Organizacional do jornalismo de Warren Breed, que vê o jornalista como funcionário submisso à política editorial da empresa jornalística onde trabalha. Segundo a teoria, as notícias resultam da interação social dentro da redação e são influenciadas pelo fator econômico, visando lucro. Os jornalistas têm autonomia limitada e tendem a se conformar com as normas da organização para evitar punições e obter recompensas no trabalho.
Teorias do Jornalismo discutidas no documento incluem: 1) a teoria do espelho, que vê as notícias como uma reprodução da realidade; 2) a teoria do newsmaking, que enfatiza os processos de produção jornalística e rotinas; e 3) a agenda setting, que argumenta que a mídia influencia o que o público considera importante.
O documento discute os gêneros jornalísticos e o conceito de sensacionalismo na mídia. Apresenta diferentes classificações de gêneros como informativos, opinativos e interpretativos. Define sensacionalismo como a disponibilização alarmista de informações focadas em casos particulares e irrelevantes para manipular emoções do público como medo e revolta. Debate se jornalismo popular é igual a sensacionalismo.
O documento discute o jornalismo especializado, que fornece informações direcionadas a públicos específicos. Apresenta exemplos como canais de TV por assinatura, revistas e internet. Também aborda a segmentação do mercado por meio de suplementos em jornais, que visam atender necessidades de nichos específicos de consumidores.
O documento discute conceitos fundamentais da teoria da comunicação, como informação, comunicação e teoria. Apresenta diferentes definições e perspectivas sobre esses conceitos de acordo com autores como Pignatari, Shannon, Weaver e Marques de Melo. Também discute modelos clássicos da teoria da comunicação como o de Shannon-Weaver.
O documento fornece diretrizes para jornalistas que cobrem política, enfatizando a importância de cultivar múltiplas fontes, mesmo que políticos nem sempre sejam confiáveis. Recomenda-se checar versões de fatos, desconfiar de declarações que fazem muito sentido e buscar equilíbrio para manter independência. Análises devem ser baseadas em muitas informações para se aproximar da verdade.
[1] A teoria funcionalista define os media de massa como subsistemas sociais que exercem funções no sistema social mais amplo, contribuindo para a integração e equilíbrio da sociedade.
[2] As principais funções dos media incluem informar e interpretar, transmitir valores culturais, fornecer entretenimento, atribuir prestígio social e impor normas.
[3] No entanto, os media também podem ter efeitos disfuncionais como narcotizar o público, promover o escapismo e o conformismo.
O documento resume as principais escolas e hipóteses das teorias da comunicação, incluindo: 1) a teoria hipodérmica que sugere uma conexão direta entre mensagens e comportamento; 2) o modelo de Lasswell que analisa quem diz o quê, por qual canal, a quem e com que efeito; 3) a abordagem empírico-experimental que considera fatores psicológicos que afetam os efeitos das mensagens.
O documento discute a importância do jornalismo institucional e dos house organs para comunicar internamente com funcionários de uma organização. Explica que house organs são veículos como jornais e revistas produzidos internamente para manter funcionários informados sobre estratégias, projetos e conquistas da empresa. Discutem também aspectos como público-alvo, periodicidade, custos e distribuição desses veículos de comunicação interna.
Este documento resume as principais características e técnicas do jornalismo. O jornalismo precisa ser atual, periódico, universal e de difusão coletiva. A notícia é a matéria-prima do jornalismo e deve seguir a pirâmide invertida, com o lead fornecendo os pontos principais e detalhes adicionais ao longo do texto. As fontes são fundamentais e devem seguir as máximas de Grice para fornecer informações verdadeiras e relevantes.
O documento discute métodos de análise de conteúdo e análise de discurso. Apresenta as definições, objetivos e diferenças entre as duas abordagens. Também fornece detalhes sobre técnicas de análise de conteúdo como análise temática, de avaliação e de expressão.
O que faz o jornalismo de dados diferente do restante do jornalismo? Talvez sejam as novas possibilidades que se abrem quando se combina o tradicional "faro jornalístico" e a habilidade de contar uma história envolvente com a escala e o alcance absolutos da informação digital agora disponível.
Fotojornalismo I - Aula 4 - Fotojornalismo no século XX Julia Dantas
Aula ministrada para o segundo ano de graduação em Jornalismo. Tema da aula: Linguagens e estéticas do fotojornalismo no século XX. Fotojornalismo no Brasil.
O documento discute as técnicas de redação jornalística, incluindo a estrutura da pirâmide invertida, onde as informações mais importantes vêm no início do texto. Também aborda características do jornalismo online como instantaneidade, perenidade e interatividade, e como as mídias eletrônicas influenciaram o estilo de redação na internet.
Este documento discute as teorias funcionalistas do estudo dos efeitos a longo prazo da comunicação de massa. Apresenta a teoria do newsmaking, que analisa como as notícias são produzidas, levando em conta critérios de noticiabilidade e rotinas de produção. Também aborda a teoria do gatekeeper, que vê os jornalistas como "porteiros" que escolhem quais fatos serão ou não noticiados, e a teoria da organização, que enxerga o jornalismo como um negócio guiado pelos interesses com
O documento discute a teoria funcionalista da comunicação de massa, que se desenvolveu entre os anos 1940 e 1970. Ela se concentra nas funções dos meios de comunicação na sociedade ao invés dos efeitos diretos sobre os indivíduos. A teoria funcionalista vê os meios de comunicação como um subsistema social que ajuda a sociedade a se manter harmoniosa através de funções como reforçar normas sociais.
O documento discute os conceitos de newsmaking e valores-notícia no processo de produção jornalística. Apresenta os critérios usados pelos jornalistas para selecionar e construir notícias, como frequência, amplitude, dramatização e personalização de eventos. Também destaca a influência das normas de produção e preferências editoriais sobre a autonomia do jornalista.
Assessoria de imprensa - Produtos e ServiçosLaércio Góes
O documento descreve os principais produtos e serviços de uma assessoria de imprensa, incluindo a gestão de fluxos de informação entre fontes e jornalistas, o posicionamento estratégico da organização, e diversos tipos de materiais como releases, press kits, relatórios e treinamentos para fontes.
O documento discute o jornalismo científico, definindo-o como a especialização da atividade jornalística direcionada à cobertura de Ciência e Tecnologia para o público leigo. Apresenta breve histórico do surgimento dessa área no século XVII com Galileu e seu livro "Mensageiro Celeste", e destaca pioneiros do jornalismo científico no Brasil como Euclides da Cunha e José Reis.
Este documento fornece diretrizes para escrita de textos radiofônicos, abordando estratégias como clareza, simplicidade e uso de imagens, além de normas técnico-gramaticais como pontuação, vocabulário e frases curtas. Também discute aspectos formais como pauta, lauda e roteiro, com o objetivo de tornar o texto fluido e espontâneo para locução.
Este documento discute sete mitos comuns sobre psicoterapia. Explica que procurar ajuda profissional não significa que alguém esteja maluco, e que amigos e família, embora importantes, nem sempre podem fornecer o mesmo nível de compreensão e tratamento que um psicólogo. Também discute que embora esforço e atitude positiva sejam úteis, problemas mentais podem requerer mais do que isso, e que a psicoterapia envolve mais do que apenas ouvir problemas.
O documento discute várias teorias da comunicação, incluindo a teoria hipodérmica que defende uma relação direta entre exposição à mídia e comportamento, e suas limitações. Posteriormente, apresenta o modelo de Lasswell que analisa quem diz o quê por qual canal a quem e com que efeito, além das teorias de persuasão, efeitos limitados e funcionalista.
Wilhelm Maximilian Wundt foi médico, filósofo e psicólogo alemão, considerado um dos fundadores da psicologia experimental junto com Ernst Heinrich Weber (1795-1878) e Gustav Theodor Fechner (1801-1889).
Ele criou o primeiro laboratório de psicologia no Instituto Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig na Alemanha, em 1879. Publicou o livro “Princípios de Psicologia Fisiológica”, em 1873, onde afirmava seu propósito de demarcar um novo domínio da ciência.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
2017
A União Europeia está considerando novas regras para veículos autônomos. As propostas incluem exigir que os fabricantes provem que os sistemas são seguros e não discriminatórios antes de serem lançados no mercado. Os regulamentos também visam estabelecer padrões comuns para testes e certificação de veículos autônomos entre os países da UE.
O documento discute o jornalismo especializado, que fornece informações direcionadas a públicos específicos. Apresenta exemplos como canais de TV por assinatura, revistas e internet. Também aborda a segmentação do mercado por meio de suplementos em jornais, que visam atender necessidades de nichos específicos de consumidores.
O documento discute conceitos fundamentais da teoria da comunicação, como informação, comunicação e teoria. Apresenta diferentes definições e perspectivas sobre esses conceitos de acordo com autores como Pignatari, Shannon, Weaver e Marques de Melo. Também discute modelos clássicos da teoria da comunicação como o de Shannon-Weaver.
O documento fornece diretrizes para jornalistas que cobrem política, enfatizando a importância de cultivar múltiplas fontes, mesmo que políticos nem sempre sejam confiáveis. Recomenda-se checar versões de fatos, desconfiar de declarações que fazem muito sentido e buscar equilíbrio para manter independência. Análises devem ser baseadas em muitas informações para se aproximar da verdade.
[1] A teoria funcionalista define os media de massa como subsistemas sociais que exercem funções no sistema social mais amplo, contribuindo para a integração e equilíbrio da sociedade.
[2] As principais funções dos media incluem informar e interpretar, transmitir valores culturais, fornecer entretenimento, atribuir prestígio social e impor normas.
[3] No entanto, os media também podem ter efeitos disfuncionais como narcotizar o público, promover o escapismo e o conformismo.
O documento resume as principais escolas e hipóteses das teorias da comunicação, incluindo: 1) a teoria hipodérmica que sugere uma conexão direta entre mensagens e comportamento; 2) o modelo de Lasswell que analisa quem diz o quê, por qual canal, a quem e com que efeito; 3) a abordagem empírico-experimental que considera fatores psicológicos que afetam os efeitos das mensagens.
O documento discute a importância do jornalismo institucional e dos house organs para comunicar internamente com funcionários de uma organização. Explica que house organs são veículos como jornais e revistas produzidos internamente para manter funcionários informados sobre estratégias, projetos e conquistas da empresa. Discutem também aspectos como público-alvo, periodicidade, custos e distribuição desses veículos de comunicação interna.
Este documento resume as principais características e técnicas do jornalismo. O jornalismo precisa ser atual, periódico, universal e de difusão coletiva. A notícia é a matéria-prima do jornalismo e deve seguir a pirâmide invertida, com o lead fornecendo os pontos principais e detalhes adicionais ao longo do texto. As fontes são fundamentais e devem seguir as máximas de Grice para fornecer informações verdadeiras e relevantes.
O documento discute métodos de análise de conteúdo e análise de discurso. Apresenta as definições, objetivos e diferenças entre as duas abordagens. Também fornece detalhes sobre técnicas de análise de conteúdo como análise temática, de avaliação e de expressão.
O que faz o jornalismo de dados diferente do restante do jornalismo? Talvez sejam as novas possibilidades que se abrem quando se combina o tradicional "faro jornalístico" e a habilidade de contar uma história envolvente com a escala e o alcance absolutos da informação digital agora disponível.
Fotojornalismo I - Aula 4 - Fotojornalismo no século XX Julia Dantas
Aula ministrada para o segundo ano de graduação em Jornalismo. Tema da aula: Linguagens e estéticas do fotojornalismo no século XX. Fotojornalismo no Brasil.
O documento discute as técnicas de redação jornalística, incluindo a estrutura da pirâmide invertida, onde as informações mais importantes vêm no início do texto. Também aborda características do jornalismo online como instantaneidade, perenidade e interatividade, e como as mídias eletrônicas influenciaram o estilo de redação na internet.
Este documento discute as teorias funcionalistas do estudo dos efeitos a longo prazo da comunicação de massa. Apresenta a teoria do newsmaking, que analisa como as notícias são produzidas, levando em conta critérios de noticiabilidade e rotinas de produção. Também aborda a teoria do gatekeeper, que vê os jornalistas como "porteiros" que escolhem quais fatos serão ou não noticiados, e a teoria da organização, que enxerga o jornalismo como um negócio guiado pelos interesses com
O documento discute a teoria funcionalista da comunicação de massa, que se desenvolveu entre os anos 1940 e 1970. Ela se concentra nas funções dos meios de comunicação na sociedade ao invés dos efeitos diretos sobre os indivíduos. A teoria funcionalista vê os meios de comunicação como um subsistema social que ajuda a sociedade a se manter harmoniosa através de funções como reforçar normas sociais.
O documento discute os conceitos de newsmaking e valores-notícia no processo de produção jornalística. Apresenta os critérios usados pelos jornalistas para selecionar e construir notícias, como frequência, amplitude, dramatização e personalização de eventos. Também destaca a influência das normas de produção e preferências editoriais sobre a autonomia do jornalista.
Assessoria de imprensa - Produtos e ServiçosLaércio Góes
O documento descreve os principais produtos e serviços de uma assessoria de imprensa, incluindo a gestão de fluxos de informação entre fontes e jornalistas, o posicionamento estratégico da organização, e diversos tipos de materiais como releases, press kits, relatórios e treinamentos para fontes.
O documento discute o jornalismo científico, definindo-o como a especialização da atividade jornalística direcionada à cobertura de Ciência e Tecnologia para o público leigo. Apresenta breve histórico do surgimento dessa área no século XVII com Galileu e seu livro "Mensageiro Celeste", e destaca pioneiros do jornalismo científico no Brasil como Euclides da Cunha e José Reis.
Este documento fornece diretrizes para escrita de textos radiofônicos, abordando estratégias como clareza, simplicidade e uso de imagens, além de normas técnico-gramaticais como pontuação, vocabulário e frases curtas. Também discute aspectos formais como pauta, lauda e roteiro, com o objetivo de tornar o texto fluido e espontâneo para locução.
Este documento discute sete mitos comuns sobre psicoterapia. Explica que procurar ajuda profissional não significa que alguém esteja maluco, e que amigos e família, embora importantes, nem sempre podem fornecer o mesmo nível de compreensão e tratamento que um psicólogo. Também discute que embora esforço e atitude positiva sejam úteis, problemas mentais podem requerer mais do que isso, e que a psicoterapia envolve mais do que apenas ouvir problemas.
O documento discute várias teorias da comunicação, incluindo a teoria hipodérmica que defende uma relação direta entre exposição à mídia e comportamento, e suas limitações. Posteriormente, apresenta o modelo de Lasswell que analisa quem diz o quê por qual canal a quem e com que efeito, além das teorias de persuasão, efeitos limitados e funcionalista.
Wilhelm Maximilian Wundt foi médico, filósofo e psicólogo alemão, considerado um dos fundadores da psicologia experimental junto com Ernst Heinrich Weber (1795-1878) e Gustav Theodor Fechner (1801-1889).
Ele criou o primeiro laboratório de psicologia no Instituto Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig na Alemanha, em 1879. Publicou o livro “Princípios de Psicologia Fisiológica”, em 1873, onde afirmava seu propósito de demarcar um novo domínio da ciência.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
2017
A União Europeia está considerando novas regras para veículos autônomos. As propostas incluem exigir que os fabricantes provem que os sistemas são seguros e não discriminatórios antes de serem lançados no mercado. Os regulamentos também visam estabelecer padrões comuns para testes e certificação de veículos autônomos entre os países da UE.
O documento apresenta as diretrizes editoriais e de estilo visual para o site de notícias Último Segundo. Ele descreve regras para tratamento da informação, redação, edição e titulação de conteúdo, além de princípios de comportamento. As páginas devem ser claras, intuitivas e leves para proporcionar uma experiência positiva ao leitor.
Este documento apresenta uma apostila sobre redação de textos dissertativos para a FCC - Fundação Carlos Chagas. O sumário inclui os principais tópicos abordados como gênero textual versus tipologia textual, tipos de textos (narrativo, descritivo, injuntivo e dissertativo), elementos do texto narrativo, tipos de descrição e características do texto dissertativo.
The document discusses major and minor details that support a main idea in a text. Major details are general ideas that support the main idea, such as reasons or points in an argument. Minor details provide specific examples, details, or statistics that illustrate the major details. Signal words can help identify major details like "first" or "furthermore" and minor details such as "for example" or "to illustrate".
O documento discute como usar jornais impressos em sala de classe para ensinar diferentes gêneros textuais aos alunos. Propõe dividir os alunos em grupos para pesquisar e apresentar sobre gêneros como título, subtítulo, olho, lide e carta de leitor encontrados em jornais.
O documento fornece dicas para escrever um bom texto jornalístico, como ter um olhar atento, usar a estrutura da pirâmide invertida de forma adequada, ter um bom gancho e título, escrever de forma concisa, usar frases curtas, apurar as informações e contar histórias.
O documento discute o que constitui uma notícia jornalística, sua estrutura e características linguísticas. Uma notícia deve relatar factos verdadeiros de forma objetiva. Deve ter um título, um lead para captar a atenção do leitor e um corpo com três parágrafos seguindo a "pirâmide invertida", do mais para o menos importante. A linguagem deve ser clara, simples e objetiva, usando frases curtas no modo declarativo.
Este documento discute como os meios de comunicação podem causar medo na sociedade através da distorção e omissão de informações. A competição entre empresas midiáticas as incentiva a exagerar relatos de violência para ganhar audiência. Isso pode criar uma esfera de tensão social irreal. Embora vivemos em democracias, consumimos notícias distorcidas e dependemos das empresas que vendem medo.
A visão do outro na literatura antijesuíticaAlex Santos
1) O documento discute a literatura antijesuítica em Portugal, desde Pombal até a Primeira República. 2) Pombal foi o principal promotor do mito negativo dos jesuítas em Portugal, forjando a imagem deles como conspiradores através de obras literárias. 3) Pombal investiu na internacionalização desta visão negativa dos jesuítas através da tradução e distribuição dessas obras por toda a Europa.
Este documento discute Estudos Culturais e Teorias Jornalísticas. Apresenta os princípios e conceitos centrais dos Estudos Culturais, como identidade, real cotidiano e real midiático. Também explica várias teorias do jornalismo, como Teoria do Espelho, Teoria do Gatekeeper e Teoria do Agendamento. Conclui que os estudos culturais e teorias jornalísticas são importantes para contextualizar fatos e obter resultados fidedignos à realidade nos trabalhos jornalísticos.
As três fontes e as três partes constitutivas do marxismo lêninUJS_Maringa
I. O documento discute as três fontes e partes constitutivas do marxismo: 1) a filosofia materialista de Marx, 2) sua teoria econômica do capitalismo desenvolvida no livro O Capital, e 3) o socialismo científico de Marx que substituiu o socialismo utópico anterior.
II. Marx fundou o materialismo filosófico e histórico e mostrou que as instituições políticas refletem a base econômica da sociedade. Sua teoria econômica do capitalismo se baseia na mais-valia extra
Este artigo resume as seguintes ideias em menos de 3 frases:
1) Adorno criticou a indústria cultural que tenta impor à obra de arte um conceito de objeto que não demonstra oposição ao mundo social. 2) O trabalho analisa as representações sociais de estética à luz da teoria de Adorno e Moscovici, mostrando como a noção de beleza mudou na sociedade pós-moderna. 3) Conclui que para Adorno a arte precisa negar a realidade para manter seu poder crítico, já que esta não é mais verdade
Mangá O FenôMeno Comunicacional No Brasil Giovana S. CarlosGiovana S. Carlos
1) O documento analisa o consumo de mangás no Brasil e como podem ser caracterizados como produto de massa.
2) Discutem-se os conceitos de cultura de massa e indústria cultural para entender como os mangás se tornaram populares no Brasil.
3) O resumo explora a história e características das histórias em quadrinhos para fornecer contexto sobre a popularidade dos mangás.
A dinâmica dos meios de comunicação de massamarluiz31
Este documento discute a relação entre meios de comunicação de massa, espaço público e diversidade cultural no Brasil. Apresenta a teoria da ação comunicativa de Habermas e como ela propõe que indivíduos reflexivos produzem informações alternativas aos meios de comunicação sistêmicos, difundindo a diversidade cultural. Também argumenta que os meios de comunicação não necessariamente homogeneizam a cultura, mas também ajudam a difundir a diversidade através de meios alternativos e cobertura de questões de minorias.
Este documento resume a Escola de Frankfurt, fundada na Alemanha nos anos 1920. A escola desenvolveu a Teoria Crítica, que aplicou ideias marxistas para criticar aspectos da sociedade moderna e do capitalismo tardio, como a indústria cultural. Os principais membros, como Adorno e Horkheimer, argumentaram que a indústria cultural padroniza os bens culturais apenas para fins de lucro e manipula as massas. A Escola de Frankfurt teve grande influência ao desafiar visões positivistas da razão e defender uma abordagem crí
DISCURSO, PROPAGANDAE ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do en...Raquel Alves
O documento discute a poesia dos poetas-soldados britânicos Rupert Brooke e Siegfried Sassoon durante a Primeira Guerra Mundial. Ambos os poetas inicialmente apoiaram a guerra em suas obras, porém depois de experienciarem diretamente os horrores da guerra, suas poesias passaram a criticá-la e expor suas mentiras e brutalidades. O documento analisa como suas obras refletiram o discurso propagandístico a favor da guerra no início e, posteriormente, denunciaram a realidade sangrenta que
A sociologia estuda as sociedades humanas e os processos que ligam indivíduos em grupos e instituições. Seu estudo científico começou no século XIX em meio às revoluções industrial e francesa. Dois abordagens principais emergiram: positivistas viam a sociologia como ciência natural, enquanto antipositivistas enfatizavam a compreensão dos significados humanos. Ibn Khaldun é considerado um precursor por analisar a ordem social subjacente aos fenômenos políticos e econômicos.
O documento descreve a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, fundada na Alemanha na década de 1920. Os principais membros, como Adorno, Horkheimer e Marcuse, criticaram os impactos do capitalismo e da industrialização na sociedade e cultura. Eles analisaram como a indústria cultural e a racionalização técnica alienaram as pessoas e promoveram a homogeneização cultural.
Midia Alternativa P Alem Da Contra InformaçãOAllan Diniz
Este documento discute modelos alternativos de mídia além da contra-informação. Apresenta como o excesso de informação, a espetacularização, a internet e novas sensibilidades em relação à mídia afetam as respostas dos ativistas aos veículos midiáticos hegemônicos. Também reflete sobre como certas práticas contemporâneas de mídia alternativa experimentam modelos diferentes daquele baseado na contra-informação.
[1] O documento discute a vida e obra do filósofo Theodor Adorno, incluindo sua biografia, o desenvolvimento da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt e suas críticas ao Iluminismo e à cultura. [2] Adorno acreditava que a filosofia deveria ser negativa e crítica, e que o Iluminismo levou a uma racionalização que obscurece a consciência. [3] Sua filosofia fornece desafios importantes para a pedagogia contemporânea, especialmente em evitar a repetição da barbárie
O documento discute como a mídia pode manipular a opinião pública através de padrões como a inversão de fatos, substituição de informação por opinião e uso de frases para implicar poder. A análise de uma reportagem mostra como esses padrões foram usados para sugerir que fundamentalistas islâmicos são pré-históricos, desviando da verdadeira informação. A mídia pode desinformar se não houver busca por outras fontes e discernimento crítico.
O documento discute vários paradigmas da comunicação de massa ao longo do tempo, incluindo a teoria hipodérmica, teoria dos efeitos limitados, funcionalismo e debates sobre cultura de massa. Aborda também os conceitos de "apocalípticos" e "integrados" em relação à cultura de massa.
Aula3 Pesquisa Norte Americana Teoria HipodermicaValéria da Costa
As principais teorias da comunicação norte-americana no século XX incluem a Escola de Chicago, a Semiótica de Peirce e o Interacionismo Simbólico de Blumer. A pesquisa de massa de Lasswell dominou de 1920-1960 e incluiu os efeitos da comunicação, a teoria funcionalista e a teoria matemática da informação. A teoria hipodérmica viu os meios de comunicação como agulhas que implantam idéias nas massas passivas.
1) O documento discute o fenômeno do infotainment, um gênero híbrido entre informação e entretenimento que tem crescido nos meios de comunicação, principalmente televisão.
2) Apresenta teóricos como Williams e de Certeau para analisar esse fenômeno sob a perspectiva dos estudos culturais e como as estruturas de sentimento e percepções mudam.
3) Discute como o infotainment surgiu como uma nova formação cultural que apresenta notícias de maneira mais leve e entretenida.
O documento discute as origens e expressões históricas do ideal humanista ao longo da história. Afirma que o humanismo surgiu dissociado da técnica, trabalho e política na Grécia antiga, focando-se inicialmente em questões intelectuais e estéticas durante o Renascimento. Somente no século XIX é que o humanismo foi incorporado pelas correntes socialistas, associando a emancipação humana à emancipação do trabalho.
1) O documento discute conceitos básicos de comunicação, incluindo suas definições etimológica, biológica, pedagógica e sociológica.
2) A comunicação de massa é definida como comunicação em larga escala através de mídia para atingir grandes números de pessoas.
3) Cultura de massa, sociedade de massa e contracultura são abordados em relação à influência dos meios de comunicação.
O documento apresenta uma avaliação de filosofia para alunos do 3o ano do ensino médio. A avaliação contém 5 questões sobre temas como o neoliberalismo, o Iluminismo, a noção de alteridade e a teoria do discurso de Habermas.
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XIV Concurso de Desenhos Afro/24
TEMA: Racismo Ambiental e Direitos Humanos
PARTICIPANTES/PÚBLICO: Estudantes regularmente matriculados em escolas públicas estaduais, municipais, IEMA e IFMA (Ensino Fundamental, Médio e EJA).
CATEGORIAS: O Concurso de Desenhos Afro acontecerá em 4 categorias:
- CATEGORIA I: Ensino Fundamental I (4º e 5º ano)
- CATEGORIA II: Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano)
- CATEGORIA III: Ensino Médio (1º, 2º e 3º séries)
- CATEGORIA IV: Estudantes com Deficiência (do Ensino Fundamental e Médio)
Realização: Unidade Regional de Educação de Imperatriz/MA (UREI), através da Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI) e parceiros
OBJETIVO:
- Realizar a 14ª edição do Concurso e Exposição de Desenhos Afro/24, produzidos por estudantes de escolas públicas de Imperatriz e região tocantina. Os trabalhos deverão ser produzidos a partir de estudo, pesquisas e produção, sob orientação da equipe docente das escolas. As obras devem retratar de forma crítica, criativa e positivada a população negra e os povos originários.
- Intensificar o trabalho com as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, buscando, através das artes visuais, a concretização das práticas pedagógicas antirracistas.
- Instigar o reconhecimento da história, ciência, tecnologia, personalidades e cultura, ressaltando a presença e contribuição da população negra e indígena na reafirmação dos Direitos Humanos, conservação e preservação do Meio Ambiente.
Imperatriz/MA, 15 de fevereiro de 2024.
Produtora Executiva e Coordenadora Geral: Eronilde dos Santos Cunha (Eró Cunha)
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
Redação em jornalismo fausto coimbra
1. Redação em Jornalismo
organização: Fausto Coimbra
Índice:
1 - Retórica, verdade e poder ............................... 01
2 - Discursos retóricos e informativos ................. 02
3 - Jornalistas e jornalismo .................................. 03
4 - A linguagem da informação ............................03
5-Otextojornalístico............................................04
6 - Estrutura do texto informativo ....................... 05
6.1 - O texto expositivo .................................... 05
6.2 - O parágrafo lógico em texto expositivo ... 06
6.3 - A distribuição das documentações
no parágrafo lógico ................................... 07
7 - Lead / Pirâmide Invertida ............................... 08
7.1-O leadclássico..........................................08
7.2 - Outros tipos de lead .................................. 10
8-Sublead..............................................................11
9-Gancho.............................................................11
10-DesenvolvimentodaNotícia ..........................12
11-FontesJornalísticas........................................13
11.1 - Categoria de fontes .................................. 13
11.2 - Grupos de fonte ........................................ 14
11.3 - Crédito das fontes .................................... 16
11.4 - Qualificação das fontes ............................ 17
12 - Grafia de números (jornalismo impresso) ..... 18
12.1 - Instruções Gerais ..................................... 18
12.2 - Por Extenso .............................................. 18
12.3-EmAlgarismos..............................................19
13 - Notícia ......................................................... 20
14 - Reportagem ................................................. 21
14.1 - Redação de reportagem ......................... 22
15-Referências.....................................................26
1 - Retórica, verdade e poder
(Teoria e Técnica do Texto Jornalístico, Nilson Lage – págs 11 à 14)
À medida que as sociedades foram ficando
mais complexas, comprovou-se que o exercício do
poder dependia da concordância dos subordinados,
os quais era preciso convencer. A retórica nasce aí...
Retórica é tecnicamente definida como “a
faculdade de ver teoricamente o que, em cada caso,
pode ser capaz de gerar persuasão”. Em sentido
amplo, mistura-se com a poética1 como “arte da
eloquência em qualquer tipo de discurso”. Utiliza
normalmente a linguagem comum e como escre-
veu Aristóteles, parte das ideias geralmente aceitas;
eventualmente, procura impressionar usando for-
mas arcaicas que sugerem a posse de uma “cultura
superior”.
A persuasão que a retórica persegue deve
ser obtida principalmente por meio de palavras; não
há recurso à violência, embora força e argumen-
tação possam e costumem ser usadas com objetivos
convergentes. A preocupação maior é com a adesão,
não com a verdade, se concebermos esta como ade-
quação do enunciado aos fatos.
1 A Poética (em grego antigo: Περὶ ποιητικῆς; em latim:
poiétikés), provavelmente registrada entre os anos 335 a.C. e 323
a.C. (Eudoro de Souza, 1993, pg.8), é um conjunto de anotações
das aulas de Aristóteles sobre o tema da poesia e da arte em sua
época, pertencentes aos seus escritosacroamáticos (para serem
transmitidos oralmente aos seus alunos) ou esotéricos (textos para
iniciados).
2. Tal definição de verdade, tomada como
referência nas ciências exatas, é uma leitura par-
ticular, embora consensual, da fórmula “a verdade
lógica é a adequação entre o enunciado e a coisa”,
proposta inicialmente por Isaac Israeli no século
IX, e adotada por São Tomás de Aquino (Summa,
1:21:2), no século XIII. Martin Heidegger, ao mes-
mo tempo simpático ao nazismo e o filósofo mais
influente do século XX, decompôs esse conceito (de
fato, suprimindo a palavra “lógica”), em duas possi-
bilidades: a verdade como adequação do anunciado
à coisa (tida como o entendimento clássico) e a ver-
dade como adequação da coisa ao enunciado.
Esse último sentido pode ser compreendi-
do como subordinação da verdade ao poder de al-
guns homens. Por trágico o terrível que seja, esse
entendimento difunde-se no mundo atual, gerando
paroxismos2 de consumo e a difusão de ideias in-
dependente do mérito e da pertinência. No plano
político, o que talvez seja mais grave, tal entendi-
mento gera uma espécie de fascismo3 disfarçado ou
de fantasia democrática imposta pelo dinheiro ou
pelas armas, associadas a estratégias de “fabricação
do consentimento” ou de “engenharia social”.
O consumo de produtos e ideias, motiva-
do pela associação a bens simbólicos (sugerindo
2 Paroxismo: s.m. Extrema intensidade de uma doença, de
uma paixão, de um sentimento. (Sin.: auge, apogeu, culminância.)
Sinônimos: agonia, angústia, auge e estertor.
3 Fascismo é uma forma de radicalismo político autoritário
nacionalista que ganhou destaque no início do século XX na
Europa. Os fascistas procuravam unificar sua nação através de um
Estado totalitário que promove a mobilização em massa da comuni-
dade nacional, confiando em um partido de vanguarda para iniciar
uma revolução e organizar a nação em princípios fascistas. Hostil à
democracia liberal, ao socialismo e ao comunismo, os movimentos
fascistas compartilham certas características comuns, incluindo
a veneração ao Estado, a devoção a um líder forte e uma ênfase
em ultranacionalismo, etnocentrismo e militarismo. O fascismo vê
a violência política, a guerra, e o imperialismo como meios para al-
cançar o rejuvenescimento nacional e afirma que as nações e raças
consideradas superiores devem obter espaço deslocando aquelas
consideradas fracas ou inferiores, como no caso da prática fascista
modelada pelo nazismo.
prestígio, juventude, individualismo etc.) e pela
construção de raciocínios similares aos lógicos,
seria assim, resultado verdadeiro da retórica pub-
licitária ou propagandística – não da conformidade
entre enunciados (ou sujeitos) e objetos (o produto,
a ideia), como conceberam os escolásticos4 .
2 - Discursos retóricos e informativos
(Teoria e Técnica do Texto Jornalístico, Nilson Lage – pág 14)
O discurso retórico é voltado para versões
ou interpretações da realidade isso o distingue do
discurso informativo, voltado essencialmente para
os fatos. Assim não se pode dizer que houvesse
má fé do padre Antônio Vieira5 , quando, em suas
pregações, calculou em 20 milhões o número de
índios existentes no maranhão, no século XVII, o
que lhe importava era a utilização retórica (poten-
cial de persuasão) desse dado, no qual há evidente
exagero, para a defesa da causa do não-extermínio,
não-escravidão e da evangelização dos índios.
O exagero é um recurso retórico, bem como,
por exemplo, a repetição, o uso de efeitos fonéticos
atraentes ou de associações analógicas reforçadas
por metáforas de uso corrente (entre medo e escu-
ridão, entre sequência e consequência, entre reve-
lação e claridade etc.). Discursos retóricos sem-
pre foram esteticamente mais cuidados do que os
informativos: a beleza e o ritmo fazem parte do seu
4 Escolástica ou Escolasticismo (do latim scholasticus,
e este por sua vez do grego σχολαστικός [que pertence à escola,
instruído]) foi o método depensamento crítico dominante no ensino
nas universidades medievais europeias de cerca de 1100 a 1500.
5 Antônio Vieira (Lisboa, 6 de fevereiro de 1608 — Sal-
vador, 18 de julho de 1697), mais conhecido como Padre Antônio
Vieira, foi um religioso, filósofo, escritor e orador português da
Companhia de Jesus. Uma das mais influentes personagens do
século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como
missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu
infatigavelmente os direitos dos povos indígenas combatendo a sua
exploração e escravização e fazendo a sua evangelização. Era por
eles chamado de “Paiaçu” (Grande Padre/Pai, em tupi).
2 Fausto Coimbra
3. Redação em Jornalismo 3
poder de atrair.
Os promotores das causas modernas cos-
tumam ampliar a relevância de fenômenos como
prostituição infantil, a incidência de cárie dentária
ou a destruição ecológica. As boas intenções, nes-
sa linha de raciocínio, inocentariam a mentira; no
entanto, pelo menos em tese caberia aos jornalis-
tas restabelecer a verdade factual, ouvindo outras
fontes...
3 - Jornalistas e jornalismo
(Elementos de Jornalismo Impresso, Jorge Pedro Sousa – págs 13 à 15)
O jornalismo é uma forma de comunicação
em sociedade. A principal função do jornalismo,
nos estados democráticos de direito, é a de manter
um sistema de vigilância e de controle dos poderes.
Esta vigilância se exerce através da difusão pública
de informação. Informar significa, nesta afirmação,
publicitar os atos dos agentes de poder (o Gover-
no, o Parlamento, os partidos políticos,os agentes
econômicos, etc.). Informar, nessa mesma asserção,
significa ainda analisar esses atos, expor o contexto
em que se praticam, explicar as suas consequências
possíveis, revelar as suas condicionantes. Significa,
igualmente, trazer para o espaço público os assun-
tos socialmente relevantes que poderiam passar
despercebidos, os assuntos que são escondidos, os
que estão submersos, os que são obscuros.
É óbvio que o jornalismo não está unica-
mente relacionando com a vigilância dos agentes de
poder. O jornalismo deve ser comunicação útil. In-
formar, jornalisticamente falando, também significa
noticiar sobre todos os acontecimentos, questões
úteis e problemáticas socialmente relevantes, este-
jam ou não relacionados com a ação dos agentes de
poder. Os acidentes, os casos de polícia, o esporte,
a moda, o patrimônio natural e histórico, as notícias
do estrangeiro, o comportamento da bolsa, a infor-
mação de serviços, os testes comparativos para aju-
dar o consumidor a fazer as melhores escolhas são
alguns dos muitos exemplos de temáticas abordadas
pela imprensa jornalística.
Um jornal pode também contribuir para a
formação dos seus leitores. Um jornal pode, por ex-
emplo, exercer pedagogia social, informando sobre
como contribuir com pequenos gestos para a reci-
clagem dos lixos ou para preservar o maio ambi-
ente.
Um jornal pode ter uma função de prazer,
distração e entretenimento, oferecendo aos seus
leitores prosas cativantes, histórias bem contadas,
notícias interessantes (e não apenas notícias impor-
tantes), fait-divers, tirinhas, passatempos, consel-
hos de beleza e de moda, etc.
O jornalismo é, portanto, uma modalidade
de comunicação social rica e diversificada. Não há
um jornalismo. Existem “vários” jornalismos...
4 - A linguagem da informação
(Linguagem Jornalística, Nilson Lage – págs 10 e 11)
Linguagem seria um subsistema de uso da
língua, subconjunto de itens do dicionário e subcon-
junto de regras de determinado idioma selecionados
para emprego em situação particular: a solenidade
dos oradores, o formalismo dos burocratas, a obscu-
ridade planejada dos médicos, dos economistas.
Por dois bons motivos, esse conceito restrito
de linguagem não nos serve aqui (no jornalismo).
Em primeiro lugar, porque as leis mais gerais da lin-
guagem jornalística são comuns a muitos idiomas,
por ser o jornalismo prática social trasnfronteiras;
em segundo lugar, porque a linguagem jornalística
4. 4 Fausto Coimbra
mobiliza outros sistemas simbólicos além da comu-
nicação linguística.
Precisamos de um conceito de linguagem
mais amplo, que não se refira apenas a uma língua,
mas a grande variedade delas, e que se relacione
com disciplina mais abrangente do que a linguística,
capaz de abraçar a totalidade dos sistemas simbóli-
cos. Essa disciplina foi chamada, no início do sé-
culo XX, de semiologia pelo linguista suíço Ferdi-
nand de Saussure (1857-1913), e de semiótica pelo
matemático e lógico Charles Sanders Peirce (1834-
1914), fundador do pragmatismo norte-americano.
(...) são várias as peças que compões o todo, isto é,
a linguagem utilizada para transmitir a informação:
o projeto gráfico e seu conteúdo, no caso do jornal
(impresso) ou da revista; o ambiente sonoro e o que
é falado, no rádio; o cenário, os trajes, personagens
e ambientes no vídeo; tudo isso e o hipertexto, na
internet.
Projeto gráfico
É o sistema simbólico composto de man-
chas, traços, ilustrações e letras (...). No projeto
gráfico, a diferença se sobrepõe à semelhança e a
novidade se integra à identidade. Ele deve ser capaz
de preservar a individualidade do veículo; fazê-lo
reconhecido pelo consumidor mesmo quando este
não lê o título – e ainda que a disposição dos ele-
mentos varie a cada dia.
Sistemas analógicos
São fotografias, ilustrações, charges, car-
toons, imagens em infográficos. Fixam e comen-
tam momentos e por isso são unidades semânticas
autônomas de grande valor referencial. Sua sintaxe,
no entanto, é relativamente pobre, e isso os torna
passíveis de conceituação variável, ambíguos como
a própria observação da realidade. Legendas, títulos
e balões cumprem a função de reduzir a ambigui-
dade conceitual.
Sistema linguístico
Manchetes, títulos, textos, legendas repre-
sentam o componente digital da comunicação jor-
nalística. (...) Surge, ainda aí, a organização por en-
caixes sucessivos: o texto se compõe de parágrafos,
estes de períodos, de frases, de locuções, de pala-
vras.
5 - O texto jornalístico
(Linguagem Jornalística, Nilson Lage – pág 46 à 51)
O jornalismo se propõe a processar infor-
mação em escala industrial e para consumo imedi-
ato. As variáveis formais devem ser reduzidas, por-
tanto, mais radicalmente do que na literatura.
Registros de linguagem
A língua nacional não é um conjunto ho-
mogêneo. Dentro dela se abrigam usos regionais,
discursos especializados e ao menos dois registros
de linguagem: o formal, próprio da modalidade
escrita e das situações tensas, e o coloquial, que
compreende as expressões correntes na modalidade
falada, na conversa familiar, entre amigos.
Do ponto de vista da eficiência da comuni-
cação, o registro coloquial seria sempre preferível.
É mais acessível para as pessoas de pouca escolari-
dade e, mesmo para as que estudaram ou lidam con-
stantemente com a linguagem formal, permite mais
rápida fruição e maior expressividade.
No entanto, o registro formal é uma im-
posição de ordem política, esteja ou não em lei. A
pressão social valoriza seu emprego (...)
5. Redação em Jornalismo 5
A conciliação entre esses dois interesses –
de uma comunicação eficiente e de aceitação so-
cial – resulta na restrição fundamental a que está
sujeita a linguagem jornalística: ela é basicamente
constituída de palavras, expressões e regras com-
binatórias que são possíveis no registro coloquial e
aceitas no registro formal.
Essa conceituação pode ser aplicada em
qualquer época ou região, permitindo a adaptação
da linguagem às mudanças que a língua sofre. O
jogo das interdições da norma culta e dos interes
-ses de comunicação se manifestará, então, em
séries como esta, em que a forma indicada na colu-
na central é usualmente preferível:
Sobre essa base, a linguagem jornalística
irá incorporar: a) neologismos de origem coloqui-
al, sintéticos (fusca, frescão) ou de grande expres-
sividade (dedo-duro, pau-de-arara); b) denomi-
nações de objetos novos, de origem científica ou
popular (lêiser, videotape, celular); c) metáforas
com intenção crítica (mordomia, mensalão); d)
atualizações necessárias (roqueiro, petista); e) de-
signações técnicas que precisam ser consideradas
em sua exata significação para entendimento ou
eficácia do texto.
6 - Estrutura do texto informativo
(Teoria e Técnica do Texto Jornalístico, Nilson Lage – pág 40)
Os textos na prosa informativa moderna obe-
decem a dois modelos: o expositivo, nos relatórios,
ensaios e na maioria das reportagens impressas; e o
narrativo, em relatos testemunhais, documentários
e na ficção, particularmente cinematográfica.
6.1 - O texto expositivo
(Teoria e Técnica do Texto Jornalístico, Nilson Lage – da pág 40 a 44)
O primeiro conceito que se deve ter é o de
tópico. Esse é o nome que se dá a qualquer parte do
discurso destacada das demais (...) correspondendo
às intenções do emissor, às suas estratégias discur-
sivas e ao contexto: é o que se chama de recurso
pragmático (prático, objetivo...).
Na fala, o destaque ocorre pela entonação,
pelo volume da voz, pela colocação das partícu-
las enfáticas (como “é o que”), pausas significati-
vas, gestos ou deslocamento do segmento de sua
posição normal; no texto escrito, geralmente, pela
anteposição ou, em certos casos pela posposição do
segmento.
Existem palavras ou locuções-tópico. Por
exemplo, as que estão em negrito nas frases se-
guintes:
- Maria chegou hoje / Hoje chegou Maria
- Um bobo é o que ele é / Ele ... é um bobo
Existem, ainda, os períodos tópicos, sen-
tenças tópico ou tópicos frasais. Trata-se de perío-
6. 6 Fausto Coimbra
dos que se destacam dos demais, em parágrafos
lógicos, para adequá-los a um contexto ou estraté-
gia de discurso.
Parágrafo lógico é uma unidade de sentido.
Corresponde, geralmente, ao parágrafo escrito, que
se marca pelo recuo da primeira linha. Por motivos
estilísticos, um parágrafo lógico, pode, no entanto,
ser dividido em vários parágrafos escritos – o que,
eventualmente, aumenta a dramaticidade ou chama
a atenção para o sentido do texto (...)
Seguem-se parágrafos característicos do
discurso expositivo. Note-se que, nos dois pri-
meiros exemplos, os tópicos estão antepostos (su-
gerindo uma lógica dedutiva, do mais abstrato ao
mais concreto) e, no último, posposto (o que sugere
uma lógica indutiva, do mais concreto ao mais ab-
strato):
- Foi um dia miserável. O ônibus estava superlota-
do, o trânsito terrível, o chefe de mau humor e a co-
zinheira baiana temperou com pimenta malagueta
o bife do almoço.
- Duas coisas são necessárias. A primeira é o bom
senso. A segunda, algum tino para os negócios.
- O trânsito e a violência são as principais causas
de mortes entre os jovens. Metade das modelos
de desfiles de moda têm subnutrição grave. A es-
tupidez humana vale hoje, sem dúvida, por uma
epidemia.
Finalmente, os parágrafos-tópico. Nesse
caso, um parágrafo lógico é destacado em um texto.
Em regra contém uma proposição completa (uma
ou mais orações, com suas circunstâncias). O lead
jornalístico – mas não apenas ele – é uma forma de
parágrafo tópico.
6.2 - O parágrafo lógico em texto expositivo
O parágrafo padrão, em um texto expositi-
vo, obedece à fórmula: TF + D1, D2, D3...
Em regra o tópico frasal (TF) antecede out-
ros períodos, que são chamados de documentações
(D). O tópico, geralmente, contém uma conclusão
mais abstrata ou essencial em relação às documen-
tações, que são mais concretas ou aparentes; pode-
se associar o tópico a uma teoria e as documen-
tações a constatações empíricas (fundamentadas na
observação, experiência).
Ex: As vendas cresceram em março. Foram colo-
cados no mercado 2.570 computadores, dos quais
2.320 tinham sido, até o dia 28, repassados pelos
varejistas aos consumidores finais. Isso representa
dez por cento a mais do que as vendas no varejo
em fevereiro e indica que a procura na fábrica de-
verá aumentar, já que os estoques no comércio são
baixos.
Há outras formas, menos frequentes, de
se construir o parágrafo em textos expositivos:
(a) Pode-se suprimir o tópico, considerando-o
óbvio ou implícito. Por exemplo, é possível dis-
pensar uma afirmação como “a seca foi rigorosa”
ou “os prejuízos foram grandes” em um parágrafo
como:
- Com a seca, perderam-se dos terços da plan-
tação de soja e morreram de sede e fome 40 das 70
cabeças de gado da fazenda de seu Januário. Os
vizinhos contam prejuízos semelhantes.
(b) Pode-se colocar o período-tópico no fim do
parágrafo (dando a impressão de que é uma con-
clusão do que foi afirmado antes) ou, ainda, no meio
7. Redação em Jornalismo 7
do parágrafo, o que é bem raro. Como nos exem-
plos:
- O caminho para a Praia de Naufragados é ín-
greme. Não é fácil chegar lá. São trilhas abertas no
mato, montanha acima e, depois, montanha abaixo.
- (...) A primeira loja, de fato, herdou dos pais. Mas
juntou tantas outras àquela que de adolescente rico
tornou-se jovem milionário e velho magnata. Hoje,
com seu porte, temperamento agitado e barba
branca, lembra um pouco Rei Midas e outro tanto
o Tio Patinhas.
(c) Pode-se colocar o tópico em um parágrafo
escrito e as documentações em outro ou outros;
divide-se, assim, o parágrafo lógico em vários
parágrafos escritos, para algum fim estilístico, como
mostra o exemplo:
- Às quatro da tarde, formou-se a tempestade.
Nuvens escuras cobriram o sol de verão.
Soprou o vento, levantando areia.
A praia ficou deserta em minutos, antes mesmo de
cair a primeira gota de chuva.
O importante é considerar, no texto exposi-
tivo, a existência de dois tipos de proposição: uma,
a documentação, correspondendo às aparências,
ao mais concreto, ao particular, ao dado; a outra, o
tópico, correspondendo às essências atribuídas aos
fatos, ao mais abstrato, ao mais geral ou conceitual.
Os tópicos são como índices para a orga-
nização das documentações; como rótulos de um
arquivo ou denominação de gavetas que permitem
distribuir e arrumar os relatos de fatos concretos
de que se dispõe. Tópicos e documentações, arti-
culados, formam o esqueleto do texto, como laços
e pontos formam o esqueleto da peça de tricô ou
crochê.
6.3 - A distribuição das documentações no
parágrafo lógico
(Teoria e Técnica do Texto Jornalístico, Nilson Lage – págs 44 e 45)
Dentro do parágrafo lógico (que, para lem-
brar, coincide, geralmente, com o parágrafo escrito),
as documentações não são dispostas ao acaso. Seria
absurdo, por exemplo, um parágrafo como o que
segue abaixo, em que períodos-documentação estão
fora de ordem (no caso, a sequência cronológica):
- A vida foi ingrata com Luís. Aos 40 anos, sofreu
um acidente e perdeu um olho. Aos dez, seus pais
morreram em um acidente. Aos 30, casou-se com
uma megera. Aos 25, quando se formou em odonto-
logia, descobriu que não tinha jeito pra coisa.
São vários os critérios para se dispor docu-
mentações em um parágrafo; tudo depende da na-
tureza do texto, da intenção ou de algum propósito
expressivo. Pode-se, por exemplo:
(a) Dispor os períodos conforme a sucessão no
tempo dos fatos a que se referem, em ordem cres-
cente ou decrescente (como seria no caso do relato
sobre a infelicidade do Luís).
(b) Usar alguma forma de distribuição espacial:
começar da esquerda para a direita; da direita para
a esquerda; do centro para a periferia; de cima para
baixo; do próximo ao distante; do começo ao fim de
um caminho, ou, em qualquer caso, o contrário etc.
(c) Organizar os períodos em pares antitéticos
(contradições ou paradoxos).
(d) Ordenar os períodos na ordem de sua impli-
8. 8 Fausto Coimbra
cação lógica (a aceitação de um decorre ou resulta
da aceitação do seguinte). Por exemplo:
- As circunstâncias levaram o rapaz a ser reprova-
do. Ele sentia o peso da responsabilidade. A família
o pressionava. Emagreceu. Na última semana, pas-
sou as noites em claro estudando. No dia do exame,
saiu de casa bem cedo, mas enfrentou trânsito con-
fuso e ruas alagadas. Chegou em cima da hora. Era
uma pilha de nervos.
(e) Ordenar os períodos por ordem crescente ou
decrescente de intensidade de algum valor referido.
A ordenação é geralmente acompanhada por
uma indicação clara de paralelismo. Isto é: se se usa
a ordenação no tempo, destaca-se em cada período,
como locução tópico, a circunstância de tempo; se o
critério é espacial ou geográfico, a circunstância de
lugar (...)
7 - Lead / Pirâmide Invertida
O início da Guerra Civil dos Estados Unidos
da América, em 1861, é um marco para a imprensa,
pelas inovações técnicas e novas condições de tra-
balho. Repórteres e fotógrafos recebem credenciais
para cobrir o conflito. De lá, desenvolvem o lead
para assegurar que a parte principal da notícia che-
gará à redação pelo telégrafo. Os jornais inventam
as manchetes, títulos em letras grandes na primeira
página, para destacar as novidades da guerra...
Fonte: http://www.jornalistafbo.com.br/2007/10/fabricio-oliveira-pindamon-
hangaba-sp_11.html
O lead (ou, na forma aportuguesada, lide)
é, em jornalismo, a primeira parte de uma notícia,
geralmente posta em destaque relativo, que fornece
ao leitor a informação básica sobre o tema e pre-
tende prender-lhe o interesse. É uma expressão in-
glesa que significa “guia” ou “o que vem à frente”.
Na teoria do jornalismo, as seis perguntas
básicas do lead devem ser respondidas na elaboração
de uma matéria; São elas: “O quê?”, “Quem?”,
“Quando?”, “Onde?”, “Como?”, e “Por quê?”.
O lead, portanto, deve informar qual é o fato jor-
nalístico noticiado e as principais circunstâncias em
que ele ocorre. Segundo Adelmo Genro Filho, em
“O Segredo da Pirâmide”, o lead deve descrever a
maior singularidade da notícia.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lead
“O Segredo da Pirâmide” - http://www.adelmo.com.br/bibt/t196-09.htm
7.1 - O lead clássico
(Teoria e Técnica do Texto Jornalístico, Nilson Lage – págs 75 e 76)
O lead clássico ordena os elementos da
proposição – quem, fez o que, quando, onde, como,
por que/para que – a partir das notações mais im-
portantes, excluindo o verbo. Isto é:
(a) Se o mais importante é o sujeito da oração
principal, começa-se pelo sujeito:
9. Redação em Jornalismo 9
Ex:. O presidente Pacífico Viscoso disse que,
“como cidadão”, está indignado com a sentença
que absolveu os comandantes da operação militar
que matou13 lavradores sem-terra, em Paraíso dos
Maracajás, no Sul do Pará. A declaração foi feita
na manhã desta quinta-feira, na qual o chefe do Ex-
ecutivo ainda admitiu que “como presidente” não
lhe cabe opinar sobre sentenças judiciais.
(b) Se o mais importante é o verbo (a ação),
começa-se pelo sujeito ou pelo complemento do
verbo:
Ex1:. João Silva, bancário de 32 anos, matou,
ontem de madrugada, com dois tiros de revólver,
sua mulher, Maria das Dores Silva, enfermeira, 34
anos, de quem estava separado há dois meses. O
crime ocorreu no antigo apartamento do casal, na
Avenida Central do Kobrasol, onde Maria continu-
ava morando.
Ou:
Ex2:. A enfermeira Maria das Dores Silva, de 34
anos, foi morta, ontem de madrugada, com dois
tiros de revólver, pelo marido, João Silva, bancário
de 32 anos, de quem estava separada há dois meses.
O crime ocorreu no antigo apartamento do casal,
na Avenida Central do Kobrasol, onde Maria con-
tinuava morando.
(c) Se o mais importante é o objetivo direito,
constrói-se o período na voz passiva:
Lembrando...
Vejamos (a título de lembrança) uma oração
que emprega COMO COMPLEMENTO VERBAIS apenas o
OBJETO DIRETO e o OBJETO INDIRETO:
“O pai ofereveu PRESENTES CAROS AO FILHO CAÇU-
LA“
“PRESENTES CAROS” (porque responde a pergunta: o pai
ofereceu O QUÊ?) é o OBJETO DIRETO;
“AO FILHO CAÇULA“ (porque responde a pergunta: o pai
ofereceu - presentes caros - A QUEM?) é o OBJETO INDI-
RETO.
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancial-
mente o sentido da frase.
Por exemplo:
Gutenberg inventou a imprensa (voz ativa)
sujeito da Ativa Objeto Direto
A imprensa foi inventada por Gutenberg (voz passiva)
sujeito da Passiva Agente da Passiva
- Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o su-
jeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo as-
sumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
Ex:. Dez casais de pássaros em extinção foram
furtados durante o final de semana do centro de
pesquisas do Ibama em Humaitá, no Amazonas,
onde especialistas vinham tentando obter o acasal-
amento e reprodução dos animais em cativeiro. São
exemplares que, no exterior, atraem o interesse de
colecionadores e zoológicos privados.
- Foi furtado o quê? Dez casais de pássaros em
extinção (objeto direto)
(d) Se o mais importante é o objeto indireto,
usa-se um verbo de antonímia recíproca, isto é, com
a mesma informação mas sentido oposto (por ex-
emplo, “recebeu” em lugar de deu/entregou).
Ex:. O arquiteto José Praxedes, de 92 anos, rece-
beu ontem, no auditório da Eletrobrás, no Rio de
Janeiro, o título de doutor honoris causa que lhe foi
concedido pelo Conselho Universitário da Univer-
sidade Federal de Pelotas. A cerimônia foi acom-
panhada pelos conselheiros da UFP por um link de
videoconferência e transmitida pela TV Cultura de
São Paulo.
- O Conselho Universitário da Universidade Fe-
10. 10 Fausto Coimbra
deral de Pelotas entregou o título de doutor honoris
causa a quem? O arquiteto José Praxedes (objeto
indireto)
(e) Se o mais importante é alguma das circun-
stâncias, começa-se pela circunstância, utilizando
na construção verbos relacionais, tais como “cau-
sou” ou “resultou”, ou ainda preposições, tais como
“quando” ou “depois de”:
Ex 1:. Dez pessoas morreram quando um avião tur-
co caiu logo após decolar, no aeroporto de Pristina,
no território do Kosovo, antiga Iugoslávia, atual-
mente sob ocupação de forças da OTAN. As vítimas
eram oficiais que voltavam para suas casas depois
de terem servido na região.
Ex 2:.A queda de um avião turco causou a morte de
dez pessoas (...)
7.2 - Outros tipos de lead
(Teoria e Técnica do Texto Jornalístico, Nilson Lage – págs 76 e 77)
Lead resumo
Utiliza-se eventualmente na cobertura – em
geral, continuações (ou suítes) – de eventos em que
há várias informações de destaque, mais ou menos
equivalentes e que devem ser condensadas em uma
única matéria de jornalismo impresso diário, cum-
prindo o ciclo de 24 horas de cobertura do veículo.
Por exemplo:
Ex:. Dois dias depois do terremoto que atingiu 20
cidades turcas, o número de mortos elevou-se a sete
mil, o de feridos a 30 mil, uma grande refinaria es-
tava ainda em chamas e crescia o temor de que o
caos dos transportes e serviços cause fome e epi-
demias. Há dez mil desaparecidos e cem mil desa-
brigados.
Lead flash
Uma frase curta inicia o texto.
Ex:. Um homem foi crucificado na Arábia Saudi-
ta. Acusado de matar a mãe, Ahmed Mustafá sofreu
a pena imposta a Cristo em algum lugar do mo-
derno reino dos Saud, sem testemunhas. A pena foi
aplicada há oito dias e não se informou qual a du-
ração do suplício.
Utiliza-se, às vezes, como recurso para es-
tabelecer uma relação retórica – geralmente uma
antítese – entre eventos distintos. Por exemplo:
Ex:. Bill Gates ficou dez bilhões de dólares mais
rico desde a crise cambial russa, que tornou o Bra-
sil mais pobre. De outubro de 1998 a julho deste
ano, a fortuna do maior bilionário de todos os tem-
pos elevou-se de 80 a 90 bilhões de dólares, algo
acima da renda nacional de dois terços dos países
do mundo – e mais da metade da dívida externa
brasileira.
Lead narrativo
Ao contrário do lead clássico, que começa
pela notação mais importante, aqui se alinham fatos
sucessivos que conduzem ao clímax. É como um
pequeno conto, de poucas linhas. Exemplo:
Ex:. Lucas Malasuerte, de 47 anos, era, a des-
peito do nome, um sujeito feliz: casado, com dois
filhos, casa própria e um bom emprego como fer-
ramenteiro em São José dos Campos, São Paulo.
Em janeiro passado, perdeu o emprego; em março
a mulher o deixou, levando os filhos; vendeu a casa
em maio, para pagar as dívidas. Ontem Lucas es-
creveu um bilhete de despedida, enfiou um revólver
na boca e se matou, em frente ao guichê do Sine, a
agência de emprego do Ministério do Trabalho.
11. Redação em Jornalismo 11
8 - Sublead
No Brasil, após o lead, é costume redigir um
segundo parágrafo, com informações adicionais,
formando um lead secundário, ou sublead. Por ex-
emplo, no caso da notícia do terremoto, entrariam
os esforços para socorrer os sobreviventes; na notí-
cia sobre o arquiteto Praxedes, a informação de que
ele tem pavor de viajar de avião.
Conceito/origem - Segundo parágrafo do texto
jornalístico, resultante do desdobramento do lead.
O sublead é criação do jornalismo brasileiro, e
inexistia na imprensa norte-americana e também na
inglesa, de onde importamos a técnica do lead, na
década de 1950.
Função - Existem posições discordantes sobre sua
importância e sua função no texto do jornal. O sub-
lead é considerado, por alguns, apenas um recur-
so gráfico (“uma ficção tipicamente regionalista”,
segundo Lago Burnett (op. cit., p.23), destinado
a situar melhor a notícia, visualmente, dentro da
página. Outros o consideram um recurso de grande
valor para a articulação do texto: um parágrafo
imediato ao lead, “(…) onde se agrupam os fatos
cuja ordem de importância é inferior aos do lead
ou onde se desenvolvem aqueles fatos mencionados
anteriormente.” – Juvenal Portela. Nesta acepção, o
sublead tem a função de disciplinar o desenvolvi-
mento da narrativa, como um pescoço equilibra a
cabeça (o lead) em relação ao corpo da notícia.
Fonte:. http://stivalneto.wordpress.com/2012/09/30/regras-basicas-do-jornal-
ismo-francisco-de-paula-prof-icesp/
9 - Gancho
Trata-se de um modo de contextualizar a
matéria. O gancho pode ligar o assunto da pauta à
realidade do leitor. Por exemplo, a Rede Globo cos-
tuma aproveitar os assuntos tratados em uma novela
como um gancho para a produção de matérias nos
telejornais. Ou um jornalista aproveita uma situ-
ação pontual em um bairro como gancho para tratar
o assunto de uma maneira mais ampla.
Fonte: http://dicionariodejornalismo.blogspot.com.br/2012/01/gancho.html
O objetivo do gancho no jornalismo é mui-
to mais que justificar uma reportagem. Trata-se de
estabelecer um relacionamento do fato com o dia a
dia, trazendo a ideia de atualidade. Em outras pala-
vras, gancho é o enfoque determinante que justifica
e sustenta o texto no jornalismo nos mais diversos
formatos ou suportes. Resume-se a uma escolha - a
informação que merece maior destaque.
Exemplo:
Em uma pauta sobre trânsito, podem ser
destacados alguns pontos que justifique, atualize,
que “puxe” a matéria, como, por exemplo:
• superlotação das vias públicas
• engarrafamento constante em algum ponto
específico da cidade
• dificuldade para estacionar o carro no Cen-
tro da cidade
• preços abusivos de estacionamentos rotati-
vos existentes, etc.
Observe que a pauta de exemplo aborda algo
do dia a dia. Desta forma, o gancho é o recurso que
liga a pauta à realidade enfrentada pela sociedade.
Fonte: http://www.ferramentasfoca.com/2013/05/o-que-e-gancho-no-jornalismo.html
12. 12 Fausto Coimbra
10 - Desenvolvimento da Notícia
Para o desenvolvimento de uma notícia,
consideram-se os papéis temáticos do lead. Expli-
cando com um exemplo, admitamos este caso:
João Silva, bancário 32 anos, matou ontem de
madrugada, com dois tiros de revólver, sua mul-
her, Maria das Dores Silva, enfermeira de 34
anos, de quem estava separado há dois meses. O
crime ocorreu no antigo apartamento do casal,
na Avenida Central do Kobrasol, onde Maria
continuava morando.
Temos aí um assassino (João Silva), um
crime (a morte), uma vítima (Maria das Dores),
uma causa (a separação) e um local (o apartamen-
to). Assassino, crime, vítima, causa e local são pa-
péis temáticos da proposição do lead (quem, fez o
que, quando, onde, como e por que / para que) – isto
é, denominações referidas ao evento expresso pelo
verbo.
Aregra é que se considere cada papel temáti-
co desses como um tópico, para o desenvolvimento.
Assim, o primeiro tópico poderia ser o crime; o se-
gundo, o assassino; o terceiro, a vítima etc...
Admitindo-se que o sublead seja feito com a con-
sequência imediata do crime (em síntese, “João foi
preso, Maria morreu no hospital”), teríamos, então,
o desenvolvimento:
QUEM? João Silva
Fez O QUÊ? Matou sua mulher, Maria das Dores
QUANDO? Ontem de madrugada
ONDE? No antigo apartamento do casal
COMO? Dois tiros de revólver
POR QUÊ / PARA QUÊ? Por causa da separação
(*nem sempre esta notação é destacada no lead, ou
sublead...)
Lead
João Silva, bancário 32 anos, matou ontem de
madrugada, com dois tiros de revólver, sua
mulher, Maria das Dores Silva, enfermeira de 34
anos, de quem estava separado há dois meses. O
crime ocorreu no antigo apartamento do casal, na
Avenida Central do Kobrasol, onde Maria continu-
ava morando.
Sublead
Segundo informações da Polícia Militar, a vítima
chegou a receber atendimento médico no local, mas
não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do
hospital. João foi detido portando a arma do crime a
três quarteirões de seu antigo apartamento, enquan-
to tentava pegar um taxi.
Dica:
• Cada parágrafo deve ser escrito em torno de uma
ideia principal. Além disso, deve haver fluência: a ligação
de um parágrafo a outro. Outra ideia forte deve ir para outro
parágrafo. Com isso, se constrói a fluência. O parágrafo sem
tópico frasal impede o leitor de entender o texto, deixa a frase
dispersiva.
Lembrando...
• Tópico frasal é a ideia central do parágrafo expos-
ta num período, também conhecido como período tópico ou
frase síntese. O tópico frasal determina o prosseguimento do
13. Redação em Jornalismo 13
parágrafo gerando períodos secundários ou periféricos.
O tópico frasal é a “célula” da ideia de um parágrafo, é como
se o escritor “puxasse assunto” através de uma afirmação ou
questão exposta na primeira frase do parágrafo.
Fonte: http://www.infoescola.com/redacao/topico-frasal/
Tópico 1 (o crime)
O crime ocorreu pouco antes das duas horas da
madrugada, segundo o depoimento de um vizinho,
despertado pela discussão entre João e Maria das
Dores. Foi esse vizinho, Marcos de Castro Carmo-
na, de 40 anos, que chamou o pronto-socorro e a
polícia, enquanto João fugia a pé.
Tópico 2 (o assassino)
João vinha ameaçando a mulher há semanas, mas
ela não chegou a dar queixa na polícia: limitou-se a
comentar o assunto no hospital em que trabalhava,
mas sem levar muito a sério as ameaças. Ele busca-
va reconciliação, mas Maria das Dores não estava
interessada. 6
Tópico 3 (investigação)
A polícia acredita que o crime foi premeditado, em-
bora João continue negando. Ele comprou a arma
segunda-feira passada, numa loja do centro, alegan-
do que suas funções no banco o obrigavam a trans-
portar documentos e valores.
11 - Fontes Jornalísticas
Fonte: http://robertascheibe.wordpress.com/2011/05/19/fontes-jornalisticas/
• As fontes oficiais são mantidas pelo Esta-
do, por instituições ligadas ao Estado ou por em-
presas e organizações. No meio jornalístico, são
6 Eventualmente, notações (perguntas) do lead (principalmente
as COMO? e POR QUÊ / PARA QUÊ?) são respondidas no
desenvolvimento da matéria (não exclusivamente no primeiro
parágrafo), como no presente exemplo. Acontece também de al-
gumas notícias (principalmemte as pesquenas) não responder-
em todas (as seis) perguntas formadoras do Lead.
tidas como as mais confiáveis. É necessário es-
tar atento ao fato de que as fontes oficiais podem
falsear a realidade para preservar interesses es-
tratégicos e políticas duvidosas, para beneficiar
grupos dominantes, por corporativismo, militân-
cia, ou em função de lutas internas pelo poder.
Exemplos de FONTE OFICIAL: Pre-
feitura, Polícia Militar, Presidente do Banco do
Brasil, Porta vozes de entidades e empresas...
• As fontes oficiosas são aquelas que são re-
conhecidamenteligadasaumaentidadeouindivíduo,
mas não estão autorizadas a falar em nome dela ou
dele.Nojornalismo,podemserpreciosas,porqueev-
idenciam manobras escondidas pelas fontes oficiais.
Exemplo de FONTE OFICIOSA:
agente administrativo da Companhia de En-
ergia Elétrica do Estado faz denúncia con-
tra administradores, jornalista de uma as-
sessoria (passando informação em OFF), ...
• As fontes independentes são desvinculadas
de uma relação de poder ou interesse específico.
Exemplo de FONTE INDE-
PENDENTE: Dona de casa é parada na
rua para falar sobre o aumento do pão.
(...)
Fontes (jornalismo)
Fonte - http://pt.wikipedia.org/wiki/Fonte_(jornalismo)
• Fontes oficiais: políticos, empresários, líde-
res religiosos, porta-voz de grandes empresas...
• Fontes não oficiais: ONGs, sindicatos,
anônimos...
11. 1 - Categoria de fontes
Fonte – artigo: Aldo Antonio Schmtiz
Link: http://www.cairu.br/biblioteca/arquivos/Comunicacao/Fontes_noticias.pdf
14. 14 Fausto Coimbra
• A fonte primária é aquela que fornece
diretamente “o essencial de uma matéria... fatos,
versões e números”, por estar próxima ou na ori-
gem da informação. Geralmente revela dados “em
primeira mão”, que podem ser confrontados com
depoimentos de fontes secundárias. Essa fonte está
diretamente envolvida nos fatos, normalmente com
testemunha ocular.
• A fonte secundária é o tipo de fonte que
contextualiza, interpreta, analisa, comenta ou com-
plementa a matéria jornalística, produzida a partir
de uma fonte primária. Igualmente, é com quem
o repórter “repercute” os desdobramentos de uma
notícia (suíte). Também é consultada para a prepa-
ração de uma pauta ou a construção das premissas
genéricas ou contextos ambientais. O envolvimento
da fonte secundária com os e fatos e eventos é indi-
reto.
11. 2 - Grupos de fonte
Toda informação tem uma origem ou con-
textualização. Quem informa, segundo Charaudeau
(2009), é reconhecido pela notoriedade, testemunha
e especialização. A representação de uma organi-
zação, grupo social ou pessoa, pode ser mediada
por uma assessoria de imprensa ou porta-voz. Nessa
perspectiva, a assessoria de imprensa não é fonte,
mas ponte, por intermediar os interesses, opiniões,
conhecimentos e relatos de eventos de quem asses-
sora.
Porta-voz é uma pessoa qualificada e au-
torizada a dar informações, geralmente em momen-
tos de crise ou de ausência da fonte, que reflitam o
pensamento oficial da personalidade que represen-
ta, normalmente, uma alta autoridade, executivo ou
celebridade. Comumente chama-se de fonte autor-
izada ou não autorizada, quem substitui o porta-voz
ou a própria fonte quando esta não pode - ou não
deseja, ou ainda, desconhece, no caso da não auto-
rizada - formalizar a informação ou a sua opinião,
pessoalmente.
Oficial
Refere-se a alguém em função ou cargo pú-
blico que se pronuncia por órgãos mantidos pelo
Estado e preservam os poderes constituídos (ex-
ecutivo, legislativo e judiciário), bem como orga-
nizações agregadas (juntas comerciais, cartórios de
ofício, companhias públicas etc.). As fontes ofici-
ais são as preferidas da mídia, pois emitem infor-
mações aos cidadãos e tratam essencialmente do in-
teresse público, embora possam falsear a realidade.
“Fazem isso para preservar interesses estratégicos
e políticas duvidosas, para beneficiar grupos dom-
inantes, por corporativismo, militância, em função
de lutas pelo poder” (LAGE, 2001, p. 63).
Empresarial
É quem representa uma corporação empre-
sarial da indústria, comércio, serviços ou do agro-
negócio. Às vezes suas ações têm interesse comer-
cial e estabelecem relações com a mídia visando
preservar a sua imagem e uma boa reputação. São
igualmente acusadas do poder que exercem como
anunciantes, confundindo-se suas notícias como
publicidade. Para Lage (2001, p. 69) isso pouco im-
porta, desde que a informação reúna os elementos
da noticiabilidade.
Institucional
Também chamada de “fonte independente”
por Lage (2001, p. 64-65), representa uma organi-
zação sem fins lucrativos ou grupo social. O autor
alerta para a sua ação, por ostentar “uma fé cega
naquilo que defende”, o que coloca sob suspeita as
informações que fornece, embora seja considerada
15. Redação em Jornalismo 15
espontânea e “desvinculada de qualquer interesse”
próprio. Normalmente, a fonte institucional busca
a mídia para sensibilizar e mobilizar o seu grupo
social ou a sociedade como um todo e o poder pú-
blico, para defender uma causa social ou política,
tendo os meios de comunicação como parceiros.
Popular
Manifesta-se por si mesmo, geralmente, uma
pessoa comum, que não fala por uma organização
ou grupo social. Um popular aparece notadamente
como “vítima, cidadão reivindicador ou testemu-
nha”, confirma Charaudeau (2009, p. 194-195). A
figura da vítima é carregada de noticiabilidade, pois
o público se interessa pelo sofredor, injustiçado ou
pela desgraça do destino. Já o cidadão busca visi-
bilidade para reivindicar os seus direitos. Além de
testemunhar algum fato, essa fonte também é uti-
lizada para contextualizar uma informação na vida
cotidiana.
Notável
São pessoas notáveis pelo seu talento ou
fama, geralmente artistas, escritores, esportistas,
profissionais liberais, personalidades políticas, que
falam de si e de seu ofício. Ainda que se possa con-
siderar os experts como notáveis, representam uma
especialidade, um conhecimento reconhecido, por
isso merecem uma tipificação à parte, assim como
a “fonte testemunhal”, por não defender uma causa
própria.
Testemunhal
A fonte testemunhal funciona como álibi
para a imprensa, pois representa aquilo que viu ou
ouviu, como partícipe ou observadora. Desempenha
o papel de “portadora da verdade”, desde que relate
exatamente o ocorrido, a menos que seja manipula-
da, daí deixa de ser testemunha. Geralmente não se
suspeita que esse tipo de fonte use uma “estratégia
de ocultamento, pois é considerada completamente
ingênua”, concebe Charaudeau (2009, p. 53). Quan-
to mais imediato ao fato, maior a credibilidade, pois
“se apoia na memória de curto prazo, que é mais
fidedigna, embora eventualmente desordenada e
confusa” (LAGE, 2001, p. 67).
Especializada
Para Sponholz (2008) trata-se de pessoa
de notório saber específico (especialista, perito,
intelectual) ou organização detentora de um con-
hecimento reconhecido. Normalmente está rela-
cionada a uma profissão ou área de atuação. Tem
a capacidade de analisar as possíveis consequên-
cias de determinadas ações ou acontecimentos. O
jornalista pode não saber, mas conhece quem sabe
e recorre ao especialista para estabelecer conexões
e analisar a complexidade do tema a ser noticiado;
busca informações secundárias ou complementa-
res, notadamente em situação de risco ou conflito,
na cobertura de temas complexos ou confusos e no
jornalismo científico. Pela posição de neutralidade
diante dos fatos, independência ou vínculo a uma
instituição conceituada, essa fonte apresenta-se
geralmente como fidedigna e avaliza o conteúdo
jornalístico, segundo Charaudeau (2009, p. 53). No
entanto, pelo elevado grau de especialização sobre
determinado assunto ou contexto, algumas tendem
a ser prolixas perante a necessidade do jornalista,
que espera da fonte capacidade de se comunicar de
forma compreensível e acessível (LAGE, 2001, p.
68).
Referência
16. 16 Fausto Coimbra
A fonte de referência aplica-se à bibliogra-
fia, documento ou mídia que o jornalista consulta.
Trata-se de um referencial que fundamenta os con-
teúdos jornalísticos e recheia a narrativa, agregando
razões e ideias, conforme indica Chaparro (2009).
A bibliografia envolve livros, artigos, teses e outras
produções científicas, tecnológicas e culturais. Os
documentos, especialmente os dossiês, devem ser
“de origem confiável e claramente identificada”
(CHAPARRO, 2009), pois se constitui em prova
em caso de denúncia. O jornal Zero Hora (1994,
p. 16), por exemplo, assegura que “não forja docu-
mentos para a realização de reportagem ou notícia”
e O Globo considera que “quase toda denúncia está
associada a um interesse ostensivo ou oculto, de
quem denuncia” (GARCIA, 1996, p. 89). Também
servem de fonte, as mídias, como jornais, revistas,
audiovisuais e, com a consolidação das tecnologias
de informação e comunicação, proliferam as mídias
sociais (Twitter, Orkut, Facebook, MySpace etc.),
portais, sites, blogs, que também produzem conteú-
dos e servem de fontes de consulta.
11. 3 - Crédito das fontes
O crédito é um elemento básico da produção
jornalística. A princípio, toda fonte deve ser iden-
tificada. Se a fonte não pode ser citada, a deonto-
logia ( ...na filosofia moral contemporânea, é uma
das teorias normativas segundo a qual as escolhas
são moralmente necessárias, proibidas ou permiti-
das) obriga o jornalista a abster-se (ou seja, não uti-
lizar a fonte) ou garantir o sigilo. Uma fonte pode
falar ou fornecer informação para publicação, em
“on” (on the record), revelando a sua identidade, ou
no anonimato, em “off” (off the record), de forma
confidencial ou extraoficial, com a intenção clara
de não ser publicada ou, se for, sem a indicação
de quem fez a declaração (on background) nem do
cargo ou função que exerce (on deep background).
Para O Globo, “o anonimato deprecia a informação;
é o que basta para que se evite o off tanto quanto
possível” (GARCIA, 1996, p. 31).
Identificada (on)
Aidentificação correta das fontes - nome (de
preferência completo ou como a pessoa é conheci-
da), status, profissão, cargo, função ou condição e a
quem representa - além de orientar o público, dá o
crédito a quem se dispõe a colaborar na apuração e
produção da notícia, inclusive cedendo a sua ima-
gem, sem por isso, requerer direitos autorais. Por-
tanto, configura-se em um dos princípios da ética
jornalística. Para o jornal Zero Hora (1994, p.
18), “a fonte deve ser estimulada ao máximo a
se identificar ao prestar as informações”. Mas, às
vezes, “a identificação se faz de maneira vaga ou
indireta”, constata Charaudeau (2009, p. 149). Isso
se deve, geralmente, à incompetência do repórter,
ao utilizar uma forma vaga, sem a negociação do
sigilo, mesmo quando há indicação do status ou
função (on background): “importante empresário”,
“um participante da reunião”, “um ex-ministro” etc.
Sigilosa (off)
Entre o jornalista e a fonte se estabelece uma
relação de confiança que pode incluir o compromis-
so do silêncio quanto à origem da informação. Se-
gundo Bucci (2000, p. 136) “o único segredo espe-
cífico da profissão de jornalista se refere ao sigilo de
fonte - ele não é obrigado a revelar sua fonte quando
julgar que deve preservá-la, o que é assegurado na
legislação das democracias contemporâneas”. En-
fim, “é direito do jornalista resguardar o sigilo de
17. Redação em Jornalismo 17
fonte”, contempla o código de ética dos jornalistas
brasileiros, editado pela Fenaj (2008). No Brasil
não há norma jurídica que imponha a quebra do
sigilo. Ampara-se na Constituição Federal (BRA-
SIL, 1988), que assegura “o sigilo de fonte, quando
necessário ao exercício da profissão”.
Entende-se que, o jornalista ou o veículo, ao
omitir a fonte, assume o que foi relevado por ela,
passando a responder civil e criminalmente.
(...)
Geralmente a fonte sigilosa revela infor-
mações de interesse público. Mas, também pode
lançar calúnias, difamações, boatos e intrigas para
medir reações, que Zero Hora (1994, p. 18) não
considera notícia, “mas, ponto de partida para a bus-
ca da informação precisa”. Por isso, para falar em
“off”, é preciso que o informante esteja investido
do estatuto de fonte, configurado por uma relação
contínua de confiança com o repórter ou credibi-
lidade (fonte fidedigna). Caso contrário, “a dúvida
persistirá”,
(...)
11. 4 - Qualificação das fontes
As fontes apresentam qualificações dife-
rentes, conforme a credibilidade (fidedigna), proxi-
midade e relação com os jornalistas (confiável)...
Confiável
Para Gans (1980, p. 129-130), os jornalis-
tas selecionam as suas fontes pela conveniência e
confiabilidade, aquelas que mantêm uma relação
estável, são acessíveis e articuladas, disponibili-
zam declarações ou dados de forma eficaz, isto é, a
informação certa e verdadeira na hora esperada ou
rapidamente. Assim, a fonte torna-se confiável, pois
mantém uma relação estável com os jornalistas, por
interesses mútuos. Para O Estado de S. Paulo, se “o
informante é da mais absoluta confiança”, merece
publicação (MARTINS, 1997, p. 23). Forma-se en-
tão uma rede de contatos, em que os editores, pro-
dutores (no caso da TV), pauteiros (cada vez mais
raro), repórteres e colunistas ou comentaristas (TV
e rádio) mantêm uma lista atualizada de fontes con-
fiáveis.
Fidedigna
O jornalista também busca as fontes pelos
critérios de respeitabilidade, notoriedade e cre-
dibilidade. Portanto, a fonte fidedigna, embora não
mantenha um histórico de confiança mútua, exerce
seu poder pela posição social, inserção ou proxi-
midade ao fato. O jornalismo empenha-se incessan-
temente em legitimar o que diz como verdadeiro e
esse jogo da verdade jornalística depende da fonte
fidedigna, de quem está acima de qualquer suspeita
e “pode ser considerado digno de fé”, confirma
Charaudeau (2009, p. 52) em concordância com
Chaparro (2009), ao defender que “sem fontes que
mereçam fé, não há jornalista nem jornalismo que
sobreviva”.
Duvidosa
A fonte duvidosa expressa “reserva, dúvida,
hipótese, e mesmo suspeita”, segundo Charaudeau
(2009, p. 54). Assim, o valor de verdade da infor-
mação é atenuado, embora a sua posição confira
crédito e o jornalista considera a informação como
provisoriamente verdadeira, até prova em contrário.
Cético, é de ofício do jornalista duvidar sempre, e
da “cultura jornalística tratar as fontes como inter-
faces suspeitas... como, por exemplo, nos manuais
de redação, que orientam os jornalistas a olhar as
18. 18 Fausto Coimbra
fontes com desconfiança” (CHAPARRO, 2009).
12 - Grafia de números
(jornalismo impresso)
Fonte: http://www.estadao.com.br/manualredacao/esclareca/numeros.shtm
12.1 - Instruções gerais:
• De um a dez, escreva os números por ex-
tenso; a partir de 11, inclusive, em algarismos: dois
amigos, seis operadores, 11 jogadores, 18 pessoas.
Exceção:cem e mil.
• Proceda da mesma forma com os ordinais:
primeira hora, terceiro aniversário, 15.ª vez, 23.º
ano consecutivo.
• a) Nas enumerações, se houver valores
abaixo e acima de 11, use apenas algarismos: In-
cêndio em Paris mata 7 e fere 17 pessoas. / Havia na
praça 3 adultos e 12 crianças. / A decisão sairá em
10 ou 15 dias. b) Se os números não fizerem parte
de uma enumeração, siga a regra: DSV apreende 12
carros em dois dias de vistorias. / Em três meses,
concordatas batem recorde de 12 anos. / Os oito
carros custaram R$ 100 mil. / As cinco máquinas
chegaram em 1995.
• Não inicie orações com algarismos, mas es-
creva o número por extenso:
Dezoito pessoas feriram-se no acidente. Sempre
que possível, porém, mude a redação para não ter
de escrever o número por extenso. Exceção: títulos,
que podem começar com algarismos.
• Escreva os algarismos, de 1.000 em diante,
com ponto: 1.237, 14.562, 124.985, 1.507.432,
12.345.678.543, etc. Exceção. Na indicação de anos
não há ponto: 1957,1996, ano 2000.
• Com mil, milhão, bilhão e trilhão, use a
forma mista se os números forem redondos ou
aproximados: 2 mil pessoas, 3 milhões de unidades,
5,4 milhões de toneladas, 1,4 bilhão (e não 1,4 bil-
hões) de reais, 2 bilhões de habitantes, 15,5 trilhões
de micróbios, etc.
Repare: 2 (em algarismos) mil pessoas e não duas
(por extenso) mil pessoas. Use apenas mil, e nunca
“1 mil”: mil homens (em vez de 1 mil homens).
• Especifique sempre as ordens de grandeza
dos números, mesmo que para tanto seja preciso
repetir palavras: Estavam ali de 40 mil a 50 mil pes-
soas. / A cidade tem entre 3 milhões e 4 milhões de
habitantes. / De 20 reais a 50 mil, qualquer quantia
era aceita. / Falava tanto para 50 pessoas como para
50 mil, sem se perturbar. / A inflação deste mês fi-
cará entre 1% e 2%.
• Com números quebrados, use algarismos:
O senador obteve 3.127.809 votos. / A cidade tem
3.456 bancas de jornais.
• Nos títulos, olhos, janelas, chamadas da Pri-
meira Página e legendas, por economia de espaço,
os números abaixo de 11 podem ser escritos em al-
garismos: O Congresso aprova 8 projetos. / Emenda
rejeitada pela 3.ª vez. / Os 5 refugiados chegam aos
EUA. A recíproca, porém, não se recomenda, como
recurso para aumentar o texto: Comício atrai apenas
trezentas pessoas (use 300em algarismos).
• Nunca use 0 antes de número inteiro, a não
ser para indicar dezenas de loteria, números de
referência, prefixos telefônicos e dígitos de com-
putador. Para datas, número de páginas, horas, etc.,
adote sempre o número simples:2/1/96 (e nunca
02/01/96); às 8 horas (e nunca às 08 horas); às 9h16
(e nuncaàs 09h16); chegará dia 9 (e nunca dia 09);
na página 5 (e nunca na página 05).
• Prefira usar por extenso os números fra-
cionários: um terço, dois quintos, sete quartos, etc.
Em títulos, olhos, legendas e chamadas, admite-se,
porém, a forma numérica: 1/3 das pessoas, 3/5 da
população, etc.
12.2 - Por extenso
• Use o número por extenso nos nomes de
cidades, em palavras compostas, nas expressões
19. Redação em Jornalismo 19
populares ou quando o número estiver substan-
tivado: Três Lagoas, Santa Rita do Passa Quatro,
três-estrelinhas, quatro-olhos, segundo-tenente,
dos oito aos oitenta, dos seiscentos diabos, cortar
um doze, pintar um sete, fazer um quatro, o dois
de ouros, desenhar um cinco, etc. Exceção: o nome
dos dias da semana, apenas em títulos e mantendo o
hífen. Exemplos: 5.ª -feira, 2.ª -feira, etc. Também
por extenso: Primeiro Mundo, Terceiro Mundo, se-
gunda intenção, primeiro plano, etc.
• Na transcrição de documentos: “Aos de-
zoito dias do mês de março do ano de mil novecen-
tos e noventa e seis...”
12.3 - Em algarismos
Como critério genérico, deverão ser empre-
gados algarismos sempre que um número expres-
sar valor, grandeza ou medida (e não apenas mera
soma, como dois amigos, três pessoas, cinco emen-
das). De maneira mais específica, use algarismos
em:
• Tabelas, relatórios econômicos, princípios
matemáticos, quadros estatísticos, tabelas de horári-
os, etc.
• Horas, minutos e segundos: Ele partirá às 4
horas. / A reunião irá das 7 às 9 horas. / O foguete
foi lançado às 8h5min15s. Exceção: quando horas
designa período de tempo. Exemplos: A reunião de-
morou oito horas. / A comitiva esperou três horas
pelo deputado. / Faltam dois minutos.
• Dias, meses (em algarismos), décadas, sécu-
los: O presidente chega dia 3. / A Câmara votará a
emenda dia 9. / 3/9/94. / Tinha saudades da década
de 20. / O século 1.º, o século 4.º, o século 10.º,
o século 11. Exceção: quando se quer exprimir um
período de tempo. Exemplos: O cantor se apresen-
tará durante cinco dias em São Paulo. / Sua pesquisa
abrange quatro décadas. / Passaram-se três séculos.
• Datas em geral, incluindo-se as que se
tornaram nomes de locais públicos:São Paulo,
3/3/1993. / Rio de Janeiro, 2 de abril de 1995. /
Avenida 9 de Julho(e não Nove de Julho). / Rua 7
de Abril. / Rua 15 de Novembro. Exceção: quando
se quer dar ênfase a uma data histórica. Exemplos:
O Sete de Setembro. / O Nove de Julho.
• Idades: Ele tem 3 anos. / Uma criança de 2
anos, 8 meses e 5 dias. Exceção: quando anos desig-
na período de tempo. Exemplos: Ele esperou quatro
anos. / Ela parece ter envelhecido dez anos.
• Dinheiro: 8 reais, 5 centavos, 2 dólares, 3
libras, 8 marcos, R$ 3 milhões, US$ 5 milhões.
• Porcentagem: Os preços subiram 5%. / A
taxa de desemprego caiu 2% em maio.
• Pesos, dimensões, grandezas, medidas e
proporções em geral: 5 quilos, 3 litros, 8 metros, 6
hectares, 2 arrobas, 9 acres, 6 alqueires, 2 polega-
das, 2 partes, etc. Exemplos: A criança nasceu com
5 quilos. / A cidade consumia 6 toneladas de batatas
por dia. / O garrafão comportava 3 litros de água. /
O jogador mede 2 metros de altura. / Era um terreno
de 6 hectares (9 acres, 6 alqueires). / Comprou um
garrote de 8 arrobas. / Pediu um tubo de 3 polega-
das. Exceção: distâncias e diferenças. Exemplos: O
carro deslizou oito metros. / Perdeu três quilos no
regime. / A miss tinha duas polegadas a mais. / Fal-
tavam dois alqueires na medição do terreno. / Colo-
que duas partes de café para cinco partes de água.
• Graus de temperatura: O termômetro marca-
va 3 graus. Temperatura cai para 1º (só em títulos).
Diferenças de temperatura, porém, vão por extenso:
A temperatura caiu três graus.
• Números decimais: A densidade do Estado é
de 1,88 habitante por quilômetro quadrado. / A tem-
peratura subiu 4,5 graus.
• Endereços: Rua Direita, 7, 3.º andar. / Ala-
meda dos Caetés, 8. Casa 3.
• Indicação de zonas, distritos ou regiões:
Zona 6, 4.º Distrito Policial, 9.ª Região Militar.
20. 20 Fausto Coimbra
• Todo número que indique ordem ou sequên-
cia (especialmente em nomes de navios, aviões,
naves espaciais, veículos, atos de peças teatrais,
capítulos, canais, modelos, estradas, tamanhos, pá-
ginas, folhas, quartos, etc.): Número 2, lápis n.º 1,
nota 5, V8, F-1, DC-10, Apollo 7, Soyuz 9, ato 3,
cena 2, 2.º ato, capítulo 7, parte 2, canal 5, modelo
4, BR-3, tamanho 7, página 7, quarto 5, enfermaria
2, etc.
• Resultados esportivos: O São Paulo venceu
o Corinthians por 3 a 1. / O Brasil ganhou da Itália
por 3 sets a 2. / Steffi Graf venceu por 7/6 e 6/4.
(Mas:O São Paulo marcou dois gols de falta.)
• Resultados de votações e julgamentos: A
emenda foi aprovada por 5 votos a 4 (Mas: A emen-
da precisava de quatro votos favoráveis.) / O réu foi
condenado por 4 votos a 2.
• Contexto financeiro: A ação caiu 3 pontos.
• Latitude e longitude: O Estado do Amazo-
nas está situado a 2 graus de latitude norte e a 9
graus de latitude sul.
• Seriação de festas, simpósios, congressos,
feiras, conferências, corridas, competições, etc.:
2.ª Festa da Uva, 3.º Simpósio de Transportes, 5.º
Congresso de Cancerologia, 8.ª Feira Nacional do
Móvel, 4.ª Conferência do Atlântico Sul, 5.º Rali de
Alfenas, 3.º Enduro da Independência, 4.ª Mil Mil-
has, Fórmula 1, Fórmula 3.
• Matemática: Multiplique por 8. / Divida por
4. / Some 5. / Subtraia 9. / Eleve à 3.ª potência.
• Conflitos e governos: 1.ª Guerra Mundial,
5.ª República, 3.º Reich.
Concordância
• Números abaixo de 2 fazem a concordân-
cia sempre no singular: 0 hora, 0,9 metro, 1,9 mil-
hão, 1,7 bilhão. Prefira o verbo, porém, no plural
com milhão, bilhão, etc: 1,9 milhão de pessoas es-
tavam presentes. / 1,7 milhão de habitantes já aban-
donaram o país.
• Os números um e dois e as centenas, a par-
tir de duzentos, variam em gênero: um, uma, dois,
duas, duzentas, trezentas, seiscentas, novecentas,
seis mil duzentas e uma pessoas, oito mil setecentas
e quarenta e duas espécies,etc.
13 - Notícia
(Elementos de Jornalismo Impresso, Jorge Pedro Sousa – pág 231)
Enquanto gênero jornalístico, a notícia é,
essencialmente,um pequeno enunciado reporta-
tivo,um discurso sobre um acontecimento recen-
te (ou, pelo menos,de que só no presente se tenha
conhecimento), vários acontecimentos ou desen-
volvimentos de acontecimentos. Representa tam-
bém informação nova, atual e de interesse geral. É
o gênero básico do jornalismo.
Não se podem estabelecer fronteiras rígidas
para a notícia, tal como não se podem estabelecer
fronteiras rígidas para os restantes gêneros jor-
nalísticos. A notícia admite, por exemplo, elemen-
tos da entrevista, como as citações. O tamanho da
peça também não funciona como um elemento dis-
tintivo válido. Embora uma notícia não costume ul-
trapassar muito os dois mil caracteres, quando ela
atinge esta dimensão frequentemente também pode
se configurar como uma pequena reportagem, ou,
pelo menos, como uma notícia desenvolvida.
Exemplo de notícia:
Josemar é preso pela PF no Rio
Advogado e ex-vereador estava sendo
procurado há mais de 20 dias pelo polícia;
ele é mantido na Ceresp e pode recorrer
junto ao TRF, em Brasília
Policiais federais de Juiz de Fora pren-
21. Redação em Jornalismo 21
deram, na tarde desta segunda-feira (2), no Rio
de Janeiro, o advogado e ex-vereador Josemar da
Silva. Ele estava sendo procurado pela polícia há
mais de 20 dias, em função de mandado de prisão
preventiva expedido pelo juiz da 3ª Vara Feder-
al, Bruno Savino. O delegado chefe da Polícia
Fe deral (PF) em Juiz de Fora, Cláudio Dornelas,
confirmou ter trazido o empresário para a cidade.
Encaminhado para o Ceresp, Josemar está sen-
do mantido em cela especial com outros quatro
detentos. Dornellas não revelou detalhes sobre o
local onde o ex-vereador foi encontrado, dizendo
apenas que ele foi detido na hora do almoço na
capital fluminense.
Em novembro de 2011, Josemar já havia
sido preso pela PF durante a “Operação Trucatto”,
que desmantelou um esquema de fraudes em lic-
itações públicas através de empresas constituídas
em nomes de intermediários, os chamados “laran-
jas”. Ele também havia sido denunciado, ano pas-
sado, pelo Ministério Público Federal (MPF) por
suposto envolvimento em esquema de fraude en-
volvendo licitações promovidas por órgãos públi-
cos federais, entre eles Receita Federal, Tribunal
Regional Eleitoral de Minas Gerais, Ministério
da Integração Nacional, Supremo Tribunal Fe-
deral (STF) e até o Tribunal de Contas da União
(TCU). Recentemente, Josemar foi condenado por
sonegação fiscal, mas a prisão dele não está ligada
à esta sentença condenatória.
Procurado pela Tribuna, o juiz responsável
pela 3ª Vara Federal, Bruno Savino, disse que não
pode dar declarações sobre processo em anda-
mento, decretando, inclusive, segredo de justiça.
“Tenho por costume não divulgar o conteúdo de
processo nos casos em que defiro medida cautelar
sem a oitiva da outra parte”, explicou, para jus-
tificar o procedimento. Apesar do sigilo no caso,
o jornal descobriu que o atual processo liga o
ex-vereador a falsidades documentais na constitu-
ição de empresas participantes de licitações públi-
cas, algumas delas com constantes alterações de
quadro societário e de endereços, o que dificultou
a cobrança de tributos federais devidos pelas em-
presas, resultando em fraude contra a União.
O ex-vereador poderá recorrer da prisão
junto ao Tribunal Regional Federal, em Brasília,
ou entrar com pedido de reconsideração da de-
cisão na 3ª Vara Federal. Josemar da Silva atuou
como superintendente da Associação Municipal
de Apoio Comunitário (Amac) entre os anos de
1993 e de 1996. O advogado assumiu a cadeira de
vereador na Câmara Municipal de Juiz de Fora
entre 1997 e 2000.
(858 caracteres)
Fonte: Tribuna de Minas
Link: http://www.tribunademinas.com.br/politica/josemar-e-preso-pela-pf-no-rio-1.1464013
14 - Reportagem
(Elementos de Jornalismo Impresso, Jorge Pedro Sousa – pág 259)
Se a notícia é o gênero básico do jornalis-
mo, a reportagem é o seu gênero nobre, o gênero
jornalístico por excelência.
O principal objetivo de uma reportagem é informar
com profundidade e exaustividade, contando uma
história.
(...) a reportagem pode abrigar elementos da
entrevista, da notícia, da crônica, dos artigos de
opinião e de análise, etc. Desta perspectiva, pode
considerar-se a reportagem um gênero híbrido, que
vai buscar elementos à observação direta, ao conta-
to com as fontes e à respectiva citação, à análise de
dados quantitativos, a inquéritos, em suma, a tudo o
22. 22 Fausto Coimbra
que possa contribuir para elucidar o leitor. (...)
A reportagem é um espaço apropriado para expor
causas e consequências de um acontecimento, para
o contextualizar, interpretar e aprofundar (...).
Características da reportagem:
- predominância da narração
- humanização dos relatos
- factualidade da narrativa
Na reportagem, mais do que na notícia, é
frequente o jornalista introduzir na história a própria
atividade de busca de informação e, se for o caso, de
investigação. O acontecimento deve ser o coração
da reportagem, o foco da reportagem, mas é usual
notar-se a intervenção do jornalista sobre o discur-
so.
Uma reportagem prepara-se, geralmente,
com antecedência. Uma reportagem, normalmente,
não sofre tanto as pressões do tempo como a notí-
cia e permite uma maior interpretação pessoal do
assunto por parte do jornalista. Este pode estudar
o tema, procurar informação, contatar fontes e até
ensaiar o estilo com alguma calma e ponderação.
O jornalista pode também debater o tema, o seu en-
quadramento, as fontes que deseja utilizar e o proje-
to de trabalho com as chefias e com os editores.
Reportar
Escrever uma reportagem é, antes de mais
nada, contar uma história. (...). Pode ser a história
de uma vida, a história de um acontecimento, a
história de um lugar, a história de uma viagem.
Mas não deixa de ser uma história. Portanto, antes
de se fazer uma reportagem, há que se ponderar se
a história que vai ser contada merece efetivamente
ser contada, à luz dos critérios de noticiabilidade.
(...)
Areportagem é um gênero jornalístico híbri-
do, que pode ir buscar elementos ao contato com
as fontes, à consulta de especialistas, ao exame de
documentos, à análise de estatísticas, à realização
de inquéritos, etc.
O desenvolvimento de uma reportagem é
uma atividade dinâmica. O jornalista deve estar
preparado para mudar o rumo de uma reportagem
caso um fato novo e mais interessante se apresente,
pois “as circunstâncias podem mudar. O trabalho de
reportagem pode abrir novas pistas que mereçam
ser exploradas.”
No entanto, “o jornalista também não pode
perder de vista o foco da reportagem. É comum o
jornalista embrenhar-se tanto no assunto, encontrar
tantos novos dados, que a reportagem parece não
ter fim. Esta situação deve ser evitada. O jornalista
não pode deixar que a abundância de informação
obscureça a história que há para contar e os dados
cruciais que há para revelar. O jornalista tem de
estabelecer limites para a reportagem: temporais,
espaciais, documentais. Se descobre muita infor-
mação de interesse, é preferível deixar parte dela
para reportagens posteriores ou para peças autôno-
mas a incluir no espaço de reportagem. Se for o
caso, pode publicar alguma dessa informação em
forma de notícias”.
14.2 - Redação de Reportagem (pág. 266)
Não há regra fixa para escrever uma reporta-
gem. O texto, porém deve ser, tanto quanto possível,
vivo e envolvente. Pode incluir narração, descrição,
citações, dados numéricos, análise, opinião. Estru-
turalmente, a reportagem deve ter pelo menos um
título, uma entrada (embora o jornalista possa tam-
23. Redação em Jornalismo 23
bém ir diretamente para o lead) e um corpo textual,
eventualmente separado por blocos. (...)
Normalmente, a reportagem estrutura-se nos três
tempos clássicos: 1) fato principal; 2) contexto
(antecedentes; conjuntura; causas; consequências);
3) conclusão.
Iniciar a reportagem:
O início da reportagem é, provavelmente, o seu
ponto crucial. É no início da reportagem (título, en-
trada, lead) que se envolve o leitor no tema. Portan-
to, o título tem que ser chamativo e a entrada e o
lead têm de conter dados que suscitem a vontade de
continuar a história.
Formas comuns de abrir uma reportagem:
1. Explorar o interesse humano
2. Começar com a exposição de um caso par-
ticular antes de se partir para o geral, ou mesmo
começar pela descrição de um pormenor incomum.
No início da reportagem seguinte, tenta-se explorar
o interesse humano...
Pais de adolescente resgatram filha seques-
trada por seita religiosa
Os pais de Adelaide querem apenas o mel-
hor para a sua filha. Mas a vida de Adelaide, de 17
anos, tem sido uma longa correria pelas consultas
psiquiátricas. A beleza de Adelaide é arrasadora.
Mas não a salva de um longo histórico de tendên-
cias depressivas e suicidas. Hoje, ela está bem pior
do que estava há três meses.
Em julho, os pais de Adelaide encon-
traram, durante uma viagem de férias aos Estados
Unidos, um anúncio que transformou suas vidas.
Eles liam o Washington Post, quando uma men-
sagem simples lhes chamou atenção: um cam-
po para adolescentes em risco, na Virginia. Os
preços adequavam-se às possibilidades da família.
Adelaide ficou excitada com a perspectiva. Os pais
tranquilizaram-se ao ler que o campo possuía
vários psicólogos e psquiatras, entre vários outros
especialistas no trabalho com adolescentes em ris-
co.
(...)
Uma outra solução para abrir uma reporta-
gem suscitando o interesse do leitor pode ser a nar-
ração de uma caso particular, passando daí para o
geral...
Segurança Social em crise
Não há dinheiro para reformas a partir de
2025
José Ferreira tem 40 anos. Trabalha na
Repartição de Finanças de Almeida há quinze
anos. Foi seu primeiro emprego. Obteve-o num
concurso público em que foi o melhor classificado.
Há quinze anos, portanto, que José Ferrei-
ra contribui para a Segurança Social. Mas pela
frente ainda tem uma longa carreira contributi-
va, Faltam-le exatamente 25 anos para aposentar.
O problema é que daqui a 25 anos pode não ha-
ver dinheiro suficiente para pagar as pensões de
reforma. É o que revela um estudo hoje divulgado
pelo Centro de Estudos da Segurança Social da
Universidade Fernando Pessoa.
Na situação de José Ferreira estão milhões
de trabalhadores portugueses, que sustemtam os
atuais pensionistas sem saberem se quando che-
gar a sua vez vão ter direito à pensão de reforma.
(...)
24. 24 Fausto Coimbra
A descrição de pormenores é outra solução
para abrir uma reportagem...
Não há remédio...
No jipe decrépito que se arrasta aos soluços
pela savana senegalesa, Philip, um encorpado
biólogo norueguês de rosto avermelhado, tira
do saco uma garrafa de whisky e bebe um trago.
Passa-a ao motorista e diz-lhe: “Não há melhor
prevenção para as doenças”. O motorista, John,
um ambientalista inglês franzino e pequeno, leva
a garrafa à boca, enquanto luta por manter o jipe
na trilha.
(...)
O início de uma reportagem pode centrar-se,
por exemplo, no realce de determinados sentidos,
nomeadamente da visão e da audição, no realce de
uma pessoa, no realce de uma frase feita ou num
jogo de palavras (Sodré e Ferrari, 1986: 68-74).
*exemplos podem ser encontrados nas páginas 269 e 270
do livro “Elementos de Jornalismo Impresso”, de Jorge
Pedro Sousa
http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-elementos-de-jornalismo-impresso.pdf
Não é apenas o início da reportagem que
tem de ser forte. Ao longo da reportagem devem ser
incluídos vários pontos fortes que despertem con-
tinuamente o interesse do leitor...
Exemplo de (uma pequena) reportagem:
A sétima arte perdeu seu protago-
nismo?
Diretores e críticos que participam da Mos-
tra de Tiradentes põem em discussão o pa-
pel do cinema na sociedade contemporânea
“No escurinho do cinema, chupando drops
de anis”, diz a música “Flagra”, de Rita Lee. Ao
entoar esses versos nos idos dos anos de 1980, a
cantora deu destaque a um hábito que atraves-
sou o século XX, época em que a sétima arte era
considerada protagonista na divulgação da ima-
gem em movimento. Essa forma artística, desde
que foi criada, ajuda muita gente a se descobrir
e também a enxergar o próximo, conhecer outros
tempos, outras culturas, outros territórios. Não
serve apenas para contar histórias, tem um im-
portante papel na constituição do que somos, uma
vez que, como espelho, às vezes desfocado, reflete
a realidade. Entretanto, uma nova era se impõe,
e as imagens, antes limitadas à caixa escura,
ganham novas formas de escoamento em função
da internet, onde diversos canais possibilitam e
facilitam vários tipos de acesso. Não se admira
mais o fato de um filme poder ser visto por meio
de celular, algo jamais vislumbrado no passado.
A diversidade de maneiras de contato com as im-
agens muda a relação das pessoas com o cinema
e faz pensar qual o papel dele na sociedade con-
temporânea. Essa reflexão é o tema principal que
move as discussões na mineira Tiradentes, onde se
realiza, desde a última sexta-feira, a 18ª Mostra de
Cinema, que se encerra no próximo dia 31.
O crítico de cinema e roteirista do filme
“Jogo das decapitações”, Francis Vogner dos
Reis, lançou a pergunta: “Qual o lugar do cine-
ma neste mundo contemporâneo, no qual existem
infinitos meios de produção e distribuição das im-
agens, como o YouTube?” Na visão dele, a relação
da imagem com o espectador é fundamental, uma
vez que este deve ser tomado como refém pelo cin-
ema e depois devolvido ao mundo de outra manei-
ra, tocado pela magia cinematográfica. Porém,
25. Redação em Jornalismo 25
esse vínculo vem sofrendo impactos, já que o cine-
ma perdeu seu protagonismo. “Hoje, ir a uma sala
de exibição, com pessoas diferentes, está cada vez
mais raro. Assim, há uma mudança nessa relação
com o que vemos e, claro, isso provoca consequên-
cias, inclusive política, no cinema, que já não tem
mais a centralidade da produção audiovisual”,
destaca Francis.
Imagens fragmentadas
Para o também crítico e curador da Mos-
tra de Cinema de Tiradentes, Cleber Eduardo, o
mundo tornou-se imagético e fragmentado, o que
fez mudar a percepção das pessoas quanto ao ci-
nema. “A sala escura e silenciosa quase não ve-
mos mais, já que a sessão pode ser cortada pela
chamada de um celular, por uma mensagem, o
que nos leva a crer que a relação do espectador
com o cinema mudou, uma vez que há diversas
plataformas nas quais o silêncio, por exemplo, não
se faz necessário, como a televisão. Acaba que as
pessoas estão levando isso para o cinema”, pontua
o curador. Ele ainda acrescenta que, num mundo
no qual a arte cinematográfica está em constante
disputa, ela precisa se fazer resistente para convi-
ver com as outras possibilidades.
“Isso já tinha acontecido primeiro com
o surgimento da TV, quando o cinema procurou
fazer frente. Houve nos anos 1950 e 1960 um
adensamento dos personagens, principalmente
no cinema europeu. Foram propostas estéticas
que bateram de frente com o modelo industrial
da televisão. O homem, por exemplo, passou a ser
representado de maneira mais sombria; o incesto,
indigesto para a TV, ganhou destaque como tema
nas telonas. Essas foram algumas das armas que
o cinema passou a lutar quando começou a perder
sua hegemonia. Temos que lembrar, é claro, que
as cidades cresceram, ficaram mais perigosas, o
que, de alguma forma, inibe a saída das pessoas
de casa e, neste sentido, a TV ganha ponto”, en-
fatiza Cleber, acrescentando que hoje tudo está
se convergindo para o Netflix, em que a pessoa
se livra do cinema, enquanto espaço, e da grade
da televisão. “O espectador tornou-se o senhor do
processo, pois só vai ver o que quiser, onde quiser
e quando quiser. Esse cinema que obriga a pessoa
a ver o filme de uma vez só, pode estar em xeque,
já que tudo pode ser fragmentado.”
Com uma visão diferente de todo esse pro-
cesso, o diretor do filme “A fuga da Mulher Gori-
la”, Felipe Bragança, que também escreveu o ro-
teiro de “O céu de Suely” e teve uma retrospectiva
de seus trabalhos em Los Angeles, Paris e Berlin,
dispara que o cinema ainda não acabou, porque
nunca existiu. “Ele é uma lenda urbana”, admite
o cineasta, que traz outra questão para essa dis-
cussão: Qual o lugar do cineasta nesse contexto?
“Os diretores estão covardes, estão cagões. Não
gosto de pensar o cinema como um bibelô que pre-
cisa ser guardado. Acho que os cineastas devem
parar de pensar assim e se jogarem no mundo. O
cinema tem que sair da resistência e atacar. Te-
mos que parar de tentar proteger esse cinema, joia
rara, herança do século XX, e se lançar e desbra-
var um território que ainda estamos tentando en-
tender”, defende Felipe, insistindo que o cinema
é forte o suficiente para se misturar com outras
plataformas e tirar disso algo melhor. Ele ainda
adverte: “O cinema é tão um delírio, uma lenda,
que, na tentativa de protegê-lo, pode-se matá-lo”.
Fonte: Tribuna de Minas
Link: http://www.tribunademinas.com.br/a-setima-arte-perdeu-seu-protagonismo/
26. 26 Fausto Coimbra
15 - Referências
Livro
LAGE, Nilson. Teoria e Técnica do Texto Jornalístico. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2005.
LAGE, Nilson. Linguagem Jornalística. São Paulo: Editora Átca. 1997.
Internet
Fonte (Jornalismo). In: Wikipédia. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Fonte_(jornalismo)> Acesso em 29 de janeiro 2015.
Fontes Jornalísticas. In: Blog da Roberta. Disponível em < https://robertascheibe.wordpress.com/2011/05/19/fontes-jornalisticas/>
Acesso em 29 de janeiro 2015.
Gancho. In: Dicionário de Jornalismo. Disponível em <http://dicionariodejornalismo.blogspot.com.br/2012/01/gancho.html> Aces-
so em 29 de janeiro 2015.
GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide. Disponível em <http://www.adelmo.com.br/bibt/t196-09.htm> Acesso em 29 de
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