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Dicas para escrever umbom texto jornalístico
#COMOFAZ?
Tenha olhos de tigre
Um bom texto nasce de uma boa pauta, que nasce do acompanhamento de determinado segmento e da leitura atenta de publicações (não só sites, jornais e revistas, mas também livros). Não se tenha a pautas burocráticas. Pense em ângulos diferentes, ousados, curiosos. Discuta a pauta com outras pessoas e consolide na reunião entre a equipe.
Use a pirâmide invertida
Use a estrutura da pirâmide invertida para releases e comunicados à imprensa. Para textos de revistas, blogs e outros, não!
Informação mais importante no topo e, depois, siga na ordem decrescente de importância. Só pra lembrar. Lead: O quê, quem, quando, onde, porquê.
Por quê? Facilita o entendimento e vai direto ao ponto. O leitor (ou jornalista) quer saber exatamente do que se trata antes de ir em frente.
Tenha um bom gancho
Defina qual vai ser o gancho antes de iniciar o texto. O gancho vai definir o que vai nos primeiros parágrafos: o que é mais importante e o que é informação secundária.
Como definir qual é o gancho? O faro jornalístico vem com o tempo, mas é preciso treinar. O gancho é ou o fato em si, ou a ideia mais importante ou um aspecto curioso ou polêmico.
Para textos que não sejam hardnews, procure um fato curioso, diferente, impactante. Não caia no abre burocrático e puramente informativo. Seja criativo.
Tenha um bom título
O título é onde o leitor (ou jornalista, no caso dos releases) vai ver se vai em frente ou não. Muito cuidado nesta hora. O título precisa ter as palavras-chave certas, ser chamativo, intrigante, direto, interessante.
Faça textos de apoio
Textos de apoio devem ser elaborados sempre que possível, para contextualizar e complementar. Contextualize. O leitor não tem a obrigação de conhecer em profundidade o assunto. Traga memórias, explicações técnicas, gráficos, glossário de termos, entre outros.
Escreva menos
Porém, crie textos sintéticos, ágeis, interessantes, aprofundados e abrangentes. Tá bom ou quer mais? ;) “Reduza o texto sem sacrificar a profundidade de conteúdo.” (Jakob Nielsen)
Escrever é cortar, cortar, cortar...
Então, corte, corte, corte. Até onde puder. Isso não quer dizer que o texto deva ser superficial. Seja conciso. Concisão é tudo. Para quê escrever mais do que o necessário?
Seja claro e cristalino
Escreveu e ficou confuso? Reescreva! Escreva novamente até que sua mãe possa entender! Seja claro. Simples e claro.
Repetir pra quê?
Evite repetir informações. A não ser para reforçar algo realmente importante.
Cuidado com o piloto automático
Jamais entre no modo “piloto automático” (ou zumbi) para escrever um texto. A folha em branco aceita tudo... Então, cuidado. Pense, reflita, reescreva. Corte redundâncias, informações desnecessárias, declarações longas.
Escreva frases curtas
Utilize frases curtas. São mais fáceis de ler. Não cansam. Não dão a impressão de texto maçante. Frases curtas são legais. Seja um amigo delas!
Daniel SamperPizano, do jornal “El Tiempo”: (...) A frase longa é inimiga da boa leitura. Embora a clareza de uma oração não dependa apenas do número de palavras que ela contenha, mas das relações entre elas e dos conceitos que expressam, é difícil acompanhar uma frase de mais de 30. (Não precisa contar as da frase anterior: são 43, mas creio que é clara o suficiente). Resulta quase impossível manter a clareza de uma frase quando ela excede as 55 palavras. Frases de mais de 70 palavras não são frases: são emboscadas.
Os conselhos de legibilidade recomendam usar frases que se mantenham entre as 20 ou 30 palavras. Não se propõe, é claro, que toda frase tenha um número determinado de palavras. (...) limite das 30 ou 35 palavras deve ser tomado como um bom conselho. Um bom conselho que, obviamente, aceita exceções. A frase longa é uma doença que produz os seguintes efeitos secundários de natureza gramatical:
Virgulite: como é preciso separar de alguma maneira as partes da oração, o redator desfere um bofetão de vírgulas sobre o texto cinzento. Por uma estranha lei, comprovada todo dia no ‘El Tiempo’, as vírgulas tendem a cair onde não são precisas, e a distanciar-se dos lugares onde são imprescindíveis. Queísmo: a costura dos pedaços da frase exige o uso de relativos (que, onde etc.), entre os quais o ‘que’ costuma ser o mais procurado. Mais de um ‘que’ numa frase acaba gerando problemas de decoro estilístico. Mais de dos traz problemas de compreensão. Mais de três deveria causar problemas com o editor.
Concordância: uma frase longa geralmente obriga a manter distantes os elementos da oração – o sujeito a cinco ou seis centímetros do verbo; este a outros tantos do objeto direto; o indireto, longe do sujeito. Tudo isso vira terreno fértil para que um sujeito em singular termine com verbo em plural o um particípio passado em feminino se enrabiche com um sujeito em masculino. O que fazer? Cortar a frase: quase sempre é possível dividir uma frase longa em várias breves. Para isso, pode-se recorrer a pontos, ponto-e-vírgula ou até finais de parágrafos.”
Fui claro?
Exemplo de 1 frase longa: Em 2011, especialistas já identificaram os motivos do crescimento dos índices inflacionários, um deles é o aumento nos preços dos alimentos e serviços e, o outro a intensa atividade econômica dos brasileiros que hoje tem mais opções de emprego, conseguem ganhar mais e têm acesso as facilidades na hora da compra – o que torna natural o aumento do consumo. (Uffffaaa!)
Vamos fazer diferente? Que tal: Diversos economistas identificaram os motivos do crescimento da inflação. Um deles é o aumento nos preços dos alimentos e serviços. Estes aumentos são em parte explicados pelo aumento do poder aquisitivo dos brasileiros, que estão ganhando mais e têm acesso a crédito rápido e fácil. Com isso, o consumo aumenta – e a inflação vai no embalo. (Melhorou, vai...)
Conte uma história
Histórias e pessoas dão vida e veracidade a um texto. Use pessoas para contar a sua história. Quanto mais fontes forem ouvidas, mais rico será o texto. Portanto, mãos à obra!
Apure direito!
Entreviste o maior número de fontes que puder e leia muito sobre o assunto. Cruze informações e contraponha e compare visões distintas. Não confie cegamente em informações encontradas na internet. Entreviste especialistas.
Nas entrevistas, elabore um roteiro lógico. Para conseguir boas respostas, faça perguntas claras e diretas. Contraponha informações. Cite pontos de vista opostos ao do entrevistado. Levante objeções.
Prefira entrevistas pessoalmente ou por telefone (por e-mail, somente em último caso). É mais rápido, mais fácil e, na maioria dos casos, a pessoa falará mais do que se fosse responder por e-mail. Além disso, permite réplicas e tréplicas.
Tenha carinho com seu texto
Tenha carinho e cuidado com seus textos. Escreva-os com calma. Os textos ficam para a nossa história pessoal. São a nossa profissão. Tenha atenção fanática aos detalhes.
Padronizações
Siglas Para siglas com mais de cinco letras, utilize só a 1ª letra em caixa alta. Ibama, Setec, Emdec etc. Até 4 letras, tudo em caixa alta. IBGE, CPFL, ONU, USP, IPTU etc. Explique o que é a sigla entre parênteses. Exemplo: ONU (Organização das Nações Unidas).
Números 44 mil é melhor que 44.000. 23 é melhor do que vinte e três. Mas trezentos soa melhor do que 300. Dica: até 99, use números; acima, letras. Há exceções, como sempre, é claro.
Maiúsculas só para nomes próprios. Jornal, revista, rock, internacional etc. não são nomes próprios e devem ser escritos em caixa baixa. Melhor forma para escrever horas: 17h51. Data: 20/03/2011. Ou 20 de março de 2011. Designação de cargo é feita em caixa baixa: diretor-executivo e não Diretor-Executivo. Nas declarações retomadas, refira-se a homens pelo sobrenome e mulheres pelo primeiro nome.
“As aspas ‘simples’ devem ser somente usadas dentro de uma frase com aspas cheias”. - Onde = referência a lugar. Exemplo: O lugar onde você nasceu.- Aonde não é sinônimo de onde. Use aonde com verbos de movimento. Exemplo: Aonde ele quer ir com essa ideia? ,[object Object],- Se não = ou, caso não ou quando não.
Ler faz você escrever melhor
Então... Leia muito! (E, claro, pratique se possível na mesma proporção.)
Livros: “Fama & Anonimato” e “O Reino e o Poder” (Gay Talese), “Breve História de Quase Tudo” (Bill Bryson), “Dentro da Floresta” (David Remnick, editor NewYorker), “Queda Livre” (Otavio Frias Filho, editor da Folha)... Veículos de comunicação: “Piauí”, “Estadão”, “Folha de S. Paulo”... Livros técnicos: “Jornalismo Diário” (Ana Estela de Sousa Pinto), “A arte de fazer um jornal diário” (Ricardo Noblat), “Jornalismo de revista” (Marília Scalzo), os manuais de redação da “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”, entre outros.
Obrigado.
Carlos Eduardo Moura carlos@happyhourcom.com.br Diretor da Happy Hour Comunicação www.happyhourcom.com.br @happyhour_com ;)

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Dicas para um bom texto jornalístico

  • 1. Dicas para escrever umbom texto jornalístico
  • 4. Um bom texto nasce de uma boa pauta, que nasce do acompanhamento de determinado segmento e da leitura atenta de publicações (não só sites, jornais e revistas, mas também livros). Não se tenha a pautas burocráticas. Pense em ângulos diferentes, ousados, curiosos. Discuta a pauta com outras pessoas e consolide na reunião entre a equipe.
  • 5. Use a pirâmide invertida
  • 6. Use a estrutura da pirâmide invertida para releases e comunicados à imprensa. Para textos de revistas, blogs e outros, não!
  • 7. Informação mais importante no topo e, depois, siga na ordem decrescente de importância. Só pra lembrar. Lead: O quê, quem, quando, onde, porquê.
  • 8. Por quê? Facilita o entendimento e vai direto ao ponto. O leitor (ou jornalista) quer saber exatamente do que se trata antes de ir em frente.
  • 9. Tenha um bom gancho
  • 10. Defina qual vai ser o gancho antes de iniciar o texto. O gancho vai definir o que vai nos primeiros parágrafos: o que é mais importante e o que é informação secundária.
  • 11. Como definir qual é o gancho? O faro jornalístico vem com o tempo, mas é preciso treinar. O gancho é ou o fato em si, ou a ideia mais importante ou um aspecto curioso ou polêmico.
  • 12. Para textos que não sejam hardnews, procure um fato curioso, diferente, impactante. Não caia no abre burocrático e puramente informativo. Seja criativo.
  • 13. Tenha um bom título
  • 14. O título é onde o leitor (ou jornalista, no caso dos releases) vai ver se vai em frente ou não. Muito cuidado nesta hora. O título precisa ter as palavras-chave certas, ser chamativo, intrigante, direto, interessante.
  • 16. Textos de apoio devem ser elaborados sempre que possível, para contextualizar e complementar. Contextualize. O leitor não tem a obrigação de conhecer em profundidade o assunto. Traga memórias, explicações técnicas, gráficos, glossário de termos, entre outros.
  • 18. Porém, crie textos sintéticos, ágeis, interessantes, aprofundados e abrangentes. Tá bom ou quer mais? ;) “Reduza o texto sem sacrificar a profundidade de conteúdo.” (Jakob Nielsen)
  • 19. Escrever é cortar, cortar, cortar...
  • 20. Então, corte, corte, corte. Até onde puder. Isso não quer dizer que o texto deva ser superficial. Seja conciso. Concisão é tudo. Para quê escrever mais do que o necessário?
  • 21. Seja claro e cristalino
  • 22. Escreveu e ficou confuso? Reescreva! Escreva novamente até que sua mãe possa entender! Seja claro. Simples e claro.
  • 24. Evite repetir informações. A não ser para reforçar algo realmente importante.
  • 25. Cuidado com o piloto automático
  • 26. Jamais entre no modo “piloto automático” (ou zumbi) para escrever um texto. A folha em branco aceita tudo... Então, cuidado. Pense, reflita, reescreva. Corte redundâncias, informações desnecessárias, declarações longas.
  • 28. Utilize frases curtas. São mais fáceis de ler. Não cansam. Não dão a impressão de texto maçante. Frases curtas são legais. Seja um amigo delas!
  • 29. Daniel SamperPizano, do jornal “El Tiempo”: (...) A frase longa é inimiga da boa leitura. Embora a clareza de uma oração não dependa apenas do número de palavras que ela contenha, mas das relações entre elas e dos conceitos que expressam, é difícil acompanhar uma frase de mais de 30. (Não precisa contar as da frase anterior: são 43, mas creio que é clara o suficiente). Resulta quase impossível manter a clareza de uma frase quando ela excede as 55 palavras. Frases de mais de 70 palavras não são frases: são emboscadas.
  • 30. Os conselhos de legibilidade recomendam usar frases que se mantenham entre as 20 ou 30 palavras. Não se propõe, é claro, que toda frase tenha um número determinado de palavras. (...) limite das 30 ou 35 palavras deve ser tomado como um bom conselho. Um bom conselho que, obviamente, aceita exceções. A frase longa é uma doença que produz os seguintes efeitos secundários de natureza gramatical:
  • 31. Virgulite: como é preciso separar de alguma maneira as partes da oração, o redator desfere um bofetão de vírgulas sobre o texto cinzento. Por uma estranha lei, comprovada todo dia no ‘El Tiempo’, as vírgulas tendem a cair onde não são precisas, e a distanciar-se dos lugares onde são imprescindíveis. Queísmo: a costura dos pedaços da frase exige o uso de relativos (que, onde etc.), entre os quais o ‘que’ costuma ser o mais procurado. Mais de um ‘que’ numa frase acaba gerando problemas de decoro estilístico. Mais de dos traz problemas de compreensão. Mais de três deveria causar problemas com o editor.
  • 32. Concordância: uma frase longa geralmente obriga a manter distantes os elementos da oração – o sujeito a cinco ou seis centímetros do verbo; este a outros tantos do objeto direto; o indireto, longe do sujeito. Tudo isso vira terreno fértil para que um sujeito em singular termine com verbo em plural o um particípio passado em feminino se enrabiche com um sujeito em masculino. O que fazer? Cortar a frase: quase sempre é possível dividir uma frase longa em várias breves. Para isso, pode-se recorrer a pontos, ponto-e-vírgula ou até finais de parágrafos.”
  • 34. Exemplo de 1 frase longa: Em 2011, especialistas já identificaram os motivos do crescimento dos índices inflacionários, um deles é o aumento nos preços dos alimentos e serviços e, o outro a intensa atividade econômica dos brasileiros que hoje tem mais opções de emprego, conseguem ganhar mais e têm acesso as facilidades na hora da compra – o que torna natural o aumento do consumo. (Uffffaaa!)
  • 35. Vamos fazer diferente? Que tal: Diversos economistas identificaram os motivos do crescimento da inflação. Um deles é o aumento nos preços dos alimentos e serviços. Estes aumentos são em parte explicados pelo aumento do poder aquisitivo dos brasileiros, que estão ganhando mais e têm acesso a crédito rápido e fácil. Com isso, o consumo aumenta – e a inflação vai no embalo. (Melhorou, vai...)
  • 37. Histórias e pessoas dão vida e veracidade a um texto. Use pessoas para contar a sua história. Quanto mais fontes forem ouvidas, mais rico será o texto. Portanto, mãos à obra!
  • 39. Entreviste o maior número de fontes que puder e leia muito sobre o assunto. Cruze informações e contraponha e compare visões distintas. Não confie cegamente em informações encontradas na internet. Entreviste especialistas.
  • 40. Nas entrevistas, elabore um roteiro lógico. Para conseguir boas respostas, faça perguntas claras e diretas. Contraponha informações. Cite pontos de vista opostos ao do entrevistado. Levante objeções.
  • 41. Prefira entrevistas pessoalmente ou por telefone (por e-mail, somente em último caso). É mais rápido, mais fácil e, na maioria dos casos, a pessoa falará mais do que se fosse responder por e-mail. Além disso, permite réplicas e tréplicas.
  • 42. Tenha carinho com seu texto
  • 43. Tenha carinho e cuidado com seus textos. Escreva-os com calma. Os textos ficam para a nossa história pessoal. São a nossa profissão. Tenha atenção fanática aos detalhes.
  • 45. Siglas Para siglas com mais de cinco letras, utilize só a 1ª letra em caixa alta. Ibama, Setec, Emdec etc. Até 4 letras, tudo em caixa alta. IBGE, CPFL, ONU, USP, IPTU etc. Explique o que é a sigla entre parênteses. Exemplo: ONU (Organização das Nações Unidas).
  • 46. Números 44 mil é melhor que 44.000. 23 é melhor do que vinte e três. Mas trezentos soa melhor do que 300. Dica: até 99, use números; acima, letras. Há exceções, como sempre, é claro.
  • 47. Maiúsculas só para nomes próprios. Jornal, revista, rock, internacional etc. não são nomes próprios e devem ser escritos em caixa baixa. Melhor forma para escrever horas: 17h51. Data: 20/03/2011. Ou 20 de março de 2011. Designação de cargo é feita em caixa baixa: diretor-executivo e não Diretor-Executivo. Nas declarações retomadas, refira-se a homens pelo sobrenome e mulheres pelo primeiro nome.
  • 48.
  • 49. Ler faz você escrever melhor
  • 50. Então... Leia muito! (E, claro, pratique se possível na mesma proporção.)
  • 51. Livros: “Fama & Anonimato” e “O Reino e o Poder” (Gay Talese), “Breve História de Quase Tudo” (Bill Bryson), “Dentro da Floresta” (David Remnick, editor NewYorker), “Queda Livre” (Otavio Frias Filho, editor da Folha)... Veículos de comunicação: “Piauí”, “Estadão”, “Folha de S. Paulo”... Livros técnicos: “Jornalismo Diário” (Ana Estela de Sousa Pinto), “A arte de fazer um jornal diário” (Ricardo Noblat), “Jornalismo de revista” (Marília Scalzo), os manuais de redação da “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”, entre outros.
  • 53. Carlos Eduardo Moura carlos@happyhourcom.com.br Diretor da Happy Hour Comunicação www.happyhourcom.com.br @happyhour_com ;)