Em todos os tempos, o ensino de História foi permeado por escolhas políticas. No Brasil, após a proclamação da República, em 1889, a construção da identidade do país tornou-se prioridade. As elites tinham de garantir a existência de um estado-nação, escolhendo para ser ensinado aos alunos conteúdos que exaltavam grandes "heróis" nacionais e feitos políticos gloriosos. Desde então, poucas mudanças aconteceram em termos do quê e como ensinar nessa área, e todas foram influenciadas, sobretudo, pelas visões de quem estava no poder. Para desenvolver a postura crítica da turma e dar aulas consistentes, é fundamental que o professor entenda esse processo.
2. • Segundo a autora, um dos grandes vilões do ensino de
história parece ser o método tradicional, ou seja, aquele que
conduz o aluno a simplesmente aprender de cor os
conteúdos;
• Nos anos 60, as críticas sobre os métodos de ensino levaram
educadores a dar maior ênfase a esse aspecto;
• Já nos anos 70, houve um crescimento do uso de audiovisuais
nas áreas de ciências humanas;
• As questões decorrentes do processo de renovação
metodológica caminham em duas direções:
Umas delas é averiguar a permanência de métodos
tradicionais. Afinal, eles não precisam ser abolidos para que
sejam introduzidos outros de natureza diversa;
INTRODUÇÃO
3. A outra direção é investigar o significado de renovação metodológica
porque não há duvida de que os recursos precisam ser introduzidos
na escola, mas não podem ser utilizados sem que seja repensada a
concepção de método de ensino e verificado se o computador, o
filmes e os outros instrumentos pedagógicos não reproduzem o tão
criticado método tradicional de ensino
4. • Outro aspecto a ser levado em conta no processo de renovação é o
entendimento de que muito do “tradicional” deve ser mantido,
porque a prática escolar já comprovou que muitos conteúdos e
métodos escolares tradicionais são importantes para a formação dos
alunos e não convém serem abolidos ou descartados em nome do
“novo”;
• Nessa perspectiva, o conceito de “método tradicional” merece uma
reflexão constante;
5. MÉTODOS TRADICIONAIS X MÉTODOS INOVADORES
• A crítica mais pertinente sobre o método tradicional focaliza a
insuficiência deles na formação intelectual do aluno ou o espírito crítico
dos alunos;
• Uma questão muito debatida é a introdução do método dialético no
ensino de história, já que esse se caracteriza pelo método
dedutivo/indutivo;
• Para o método dialético, o conhecimento surge no confronto de teses
opostas: o pró e o contra, o sim e o não, a afirmação e a negação. O
confronto de teses opostas possibilita a elaboração de crítica;
• Filósofos, como Friedrich Hegel e Karl Marx, dedicaram-se à
explicitação do método dialético ;
• Um dos pontos ao propor a introdução do método dialético para os
alunos é identificar o objeto de estudo e situá-lo como um problema
(com prós e contras) a ser desvendado com a utilização da análise (a
decomposição de elementos), para depois esse objeto voltar a ser
entendido como um todo;
6. • Educadores como Paulo Freire também destacam a constituição de
um método dialético pedagógico;
• A base do método dialógico reside na aquisição social do
conhecimento;
• O princípio básico é o de que o conhecimento não pode ser posse
exclusiva do professor, embora esse tenha um conhecimento prévio;
• No método dialógico, o professor conhece mais sobre o objeto de
estudo quando o curso começa, mas reaprende o conteúdo mediante
o processo de estudá-lo com os alunos;
7. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
• O conceito de representação social permite representar o conteúdo
escolar e identificar o que “os alunos já sabem” de maneira positiva e
útil;
• A apresentação dos temas de estudo de História irá trazer a tona,
dependendo do nível e da composição social da classe, uma avaliação
inicial por parte dos alunos, que possuem invariavelmente, um
conhecimento prévio sobre temas e conceitos propostos para estudo;
• É essencial que o professor faça emergirem as representações sociais
que os alunos possuem sobre o tema a ser estudado para melhor
organizar os conteúdos e estabelecer os critérios para a escolha de
materiais didáticos adequados;
8. • Ao possibilitar a exposição das representações sociais dos alunos sobre
determinado objeto, criam- se condições para que eles identifiquem os
diferentes tipos de conhecimentos: o proveniente da vivência, das formas
de comunicação diária (expressa notadamente pelas expressões “eu
penso”, “eu acho’, na minha opinião”...) e o conhecimento sobre essa
mesma realidade proveniente do método científico;