SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 133
Baixar para ler offline
PORTAIS CORPORATIVOS: UMA FERRAMENTA ESTRATÉGICA DE
                APOIO À GESTÃO DO CONHECIMENTO


                         Aline Maria Toledo


MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA ESCOLA DE
ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO
PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
ESPECIALISTA EM SISTEMAS DE NEGÓCIOS INTEGRADOS.




Aprovada por:




                             Profa. Maria Luiza Machado Campos, Ph.D.




                             Prof. Vinícius Carvalho Cardoso, M.Sc.




                   RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
                        OUTUBRO DE 2002
DEDICATÓRIA




              A quem amo, por me fazer feliz.




        i
AGRADECIMENTOS




            A quem pela incessante busca do saber, tornou-se o maior exemplo para mim. À
minha mãe, toda minha admiração por não deixar que as intempéries da vida interferissem em
seu desejo e realização de sempre aprender.


            Agradeço aos professores e orientadores Maria Luiza e Vinícius pelo
acompanhamento, apoio, revisão do trabalho, questionamentos e comentários que
proporcionaram maior aprofundamento e reflexão às questões abordadas na pesquisa.


            Agradeço à amiga Gilda pelo apoio e colaboração na leitura atenciosa e correções
estrutural e gramatical do texto.


            E a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste
trabalho.




                                                   ii
SUMÁRIO



CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .............................................................................................................1

      1.1 Objetivos Gerais e Específicos....................................................................................................1
      1.2 Justificativa e Relevância do Trabalho .......................................................................................1
      1.3 Delimitação do Trabalho.............................................................................................................3
      1.4 Método de Trabalho ....................................................................................................................6
      1.5 Estrutura do Trabalho..................................................................................................................7

CAPÍTULO 2 - CONCEITUANDO PORTAIS ......................................................................................9

      2.1 Conceito ......................................................................................................................................9
      2.2 Tipos de Portais.........................................................................................................................15
      2.3 Requisitos de um Portal Corporativo ........................................................................................17
      2.4 Arquitetura e Componentes ......................................................................................................24

CAPÍTULO 3 – UMA ABORDAGEM À GESTÃO DO CONHECIMENTO.....................................34

      3.1 História e Evolução da Gestão do Conhecimento.....................................................................34
      3.2 Recursos e Capacitação Organizacional para Gestão do Conhecimento ..................................46
      3.3 Conhecimento como Vantagem Competitiva Sustentável e o Papel da Tecnologia de
          Informação ................................................................................................................................55

CAPÍTULO 4 – GESTÃO DO CONHECIMENTO E O USO DE PORTAIS CORPORATIVOS......59

      4.1 Paradigma da Facilitação do Conhecimento Organizacional com o Uso de Portais
          Corporativos..............................................................................................................................59
      4.2 Componentes do Modelo de Paradigma ...................................................................................61
      4.4 Conhecimento Organizacional e o Papel dos Portais Corporativos..........................................75

CAPÍTULO 5 – PROPOSTA DE UMA ARQUITETURA DE PORTAIS CORPORATIVOS PARA A
  GESTÃO DO CONHECIMENTO ...................................................................................................81

      5.1 Planejamento e Sistemática para o Desenvolvimento de Portais do Conhecimento.................81
      5.2 Tecnologias para Portais do Conhecimento..............................................................................90
      5.3 Proposta dos Serviços e Arquitetura para Portais do Conhecimento ......................................104

CAPÍTULO 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÃO E PROPOSTAS PARA FUTURAS
  PESQUISAS ...................................................................................................................................118

CAPÍTULO 7 –BIBLIOGRAFIA........................................................................................................121




                                                                                   iii
LISTA DE TABELAS



TABELA 2. 1 - GERAÇÕES DOS PORTAIS PÚBLICOS..................................................................15
TABELA 2. 2 - GERAÇÕES DOS PORTAIS CORPORATIVOS.......................................................15
TABELA 2. 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTAIS QUANTO AO CONTEXTO ............................16
TABELA 2. 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTAIS QUANTO À FUNÇÃO ....................................16
TABELA 2. 5 – REQUISITOS MÍNIMOS DE UM PORTAL CORPORATIVO: 15 REGRAS DE
   ECKERSON ...................................................................................................................................20

TABELA 2. 6 – NÍVEIS DE SOFISTICAÇÃO DE UM PORTAL CORPORATIVO.........................22


TABELA 3.1 – PERSPECTIVA HISTÓRICA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO ......................34

TABELA 3.2 – FORÇAS MOTRIZES PARA O FOCO DAS EMPRESAS EM GESTÃO DO
   CONHECIMENTO.........................................................................................................................36
TABELA 3.3 – CAPACITAÇÃO ORGANIZACIONAL EM GESTÃO DO CONHECIMENTO .....48

TABELA 3.4 – ESTÁGIOS DE EVOLUÇÃO EM GESTÃO DO CONHECIMENTO – RECURSOS
   E CAPACITAÇÃO ORGANIZACIONAL....................................................................................53


TABELA 5.1– POSSÍVEIS CENÁRIOS PARA O DESENHO DE PORTAIS EM UMA
   ABORDAGEM ECOLÓGICO-COMPORTAMENTAL...............................................................89
TABELA 5.2 - PROCESSOS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO E TECNOLOGIAS DE APOIO
   ......................................................................................................................................................101




                                                                                     iv
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2. 1 - AUDIÊNCIA DO Yahoo! APÓS LANCAMENTO DO My.Yahoo! ..........................10
FIGURA 2. 2 – EVOLUÇÃO DOS PORTAIS NO TEMPO ................................................................14
FIGURA 2. 3 –COMPONENETES DE UM PORTAL CORPORATIVO ...........................................25
FIGURA 2. 4 – COMPONENTES-CHAVE DA ARQUITETURA DE PORTAIS .............................32
FIGURA 3. 1- A CADEIA DO CONHECIMENTO – CICLO DE INOVAÇÃO.................................56
FIGURA 4. 1 - MODELO DE PARADIGMA DA FACILITAÇÃO DO CONHECIMENTO
   ORGANIZACIONAL COM USO DE PORTAIS CORPORATIVOS ..........................................60
FIGURA 4. 2 – PROCESSOS DE CONVERSÃO DO CONHECIMENTO DE NONAKA E
   TACKEUCHI .................................................................................................................................66
FIGURA 4. 3 – IMPACTO DOS PORTAIS NO DESEMPENHO DAS ATIVIDADES DOS
   COLABORADORES .....................................................................................................................71
FIGURA 4. 4 – BENEFICIOS ESPERADOS DOS PORTAIS CORPORATIVOS .............................74

FIGURA 4. 5 – COMO SÃO MENSURADOS OS BENEFICIOS DOS PORTAIS............................74
FIGURA 4.6 - DIAGRAMA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO COOPERATIVO..........................77
FIGURA 4. 7 - RECURSOS DE CONHECIMENTO PARA INTEGRAÇÃO ....................................79

FIGURA 5.1– DEFINIÇÃO DE TRABALHADOR DO CONHECIMENTO E PROCESSO DE
   TRABALHO...................................................................................................................................82
FIGURA 5. 2– PERFORMANCE - CONEXÃO ENTRE FLUXO DE CONHECIMENTO E FLUXO
   DE TRABALHO ............................................................................................................................82
FIGURA 5.3 – TAREFAS TÍPICAS DO TRABALHOR DO CONHECIMENTO .............................83
FIGURA 5. 4 – O PORTAL CORPORATIVO COMO ESPAÇO DE TRABALHO
   COMPARTILHADO......................................................................................................................85
FIGURA 5. 5 – ABORDAGEM ECOLOGICO-COMPORTAMENTAL PARA DESENHO DE
   PORTAIS........................................................................................................................................86
FIGURA 5.6 – SUPORTE DO PORTAL AOS PROCESSOS DE CONHECIMENTO DE NONAKA
   E TACKEUCHI..............................................................................................................................92
FIGURA 5.7 – CICLO DE COMPARTILHAMENTO DE CONHECIMENTO .................................99
FIGURA 5.8 – PROPOSTA DE PORTAL DO CONHECIMENTO – VISÃO DO USUÁRIO ........105
FIGURA 5. 9 – PORTAL DO CONHECIMENTO - ARQUITETURA BÁSICA PROPOSTA ........115




                                                                                 v
Resumo da Monografia apresentada à Escola de Engenharia/UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de especialista em sistemas de negócios
integrados.




   PORTAIS CORPORATIVOS: UMA FERRAMENTA ESTRATÉGICA DE
                   APOIO À GESTÃO DO CONHECIMENTO


                                 Aline Maria Toledo


                                    Outubro/2002




Orientadores: Profa. Maria Luiza Machado Campos
              Prof. Vinícius Carvalho Cardoso




    Este traballho sintetiza algumas das principais teorias sobre gestão do
conhecimento no contexto de negócios e apresenta as definições e classificações sobre
portais corporativos e ferramentas tecnológicas de apoio à gestão do conhecimento.
Conjugando essas idéias, constrói uma arquitetura de portal corporativo como
ferramenta estratégica de apoio as práticas de gestão do conhecimento.




                                                vi
1


CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

          O objetivo principal deste trabalho consiste em definir os requisitos e os
componentes de uma arquitetura tecnológica de portais corporativos que possa ser aplicada à
gestão do conhecimento.
          São os seguintes os objetivos específicos desse trabalho:
           Analisar as tecnologias aplicadas aos portais corporativos;

           Explicitar a importância da gestão do conhecimento dentro do paradigma de
           inovação das organizações;

           Pesquisar e classificar as tecnologias que dão suporte à gestão do conhecimento;

           Definir o papel que os portais corporativos terão que desempenhar para dar suporte
           às atividades de geração de conhecimento dos profissionais;

           Identificar os requisitos e os componentes tecnológicos necessários para habilitar a
           gestão do conhecimento organizacional;

           Propor uma arquitetura de portais corporativos para a gestão do conhecimento.


1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TRABALHO

          O XIV Fórum Nacional 2002, ocorrido em maio deste ano no Rio de Janeiro,
organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE) com apoio do BNDES e com
palestrantes do Banco Mundial, apresentou o tema contemporâneo: “O Brasil e a Economia
do Conhecimento”, entendendo-se esta, como o modelo econômico no qual o conhecimento é
o fator por excelência do desenvolvimento, diferentemente do modelo convencional, no qual
tal papel é desempenhado pelo capital físico e outros fatores tradicionais (recursos naturais,
capital intensivo, mão-de-obra não qualificada etc.). Este conceito foi elaborado a partir das
linhas de ação propostas no relatório “Conhecimento para o Desenvolvimento” produzido
entre 1998 e 1999 pelo Banco Mundial (BIRD).
          Como foi abordado no Fórum, existe uma tendência crescente no entendimento da
gestão do conhecimento como direcionador chave da prosperidade nacional, do aprendizado,
da inovação, assim como da geração do Produto Interno Bruto (PIB). Para DAHLMAN
(2002), superintendente do Programa Knowledge for Development do Banco Mundial, a
2


habilidade de criar, acessar e usar o conhecimento está se transformando em fator
determinante para a competitividade global.
          Esta profunda transformação alça os fatores intangíveis ao papel central de
principais direcionadores de valor do ambiente de negócios nos países desenvolvidos e
provoca um intenso debate acerca da obsolescência dos modelos de negócios, dos
procedimentos contábeis e das métricas existentes, fundamentadas até então no capital
estrutural ou físico. A crescente importância do capital intelectual e dos bens do
conhecimento tem atraído grande atenção, tanto dos líderes empresariais quanto dos
formuladores de políticas econômicas governamentais, para os indicadores não financeiros de
crescimento e performance.
          Dentre outros, o desenvolvimento de capital humano e a aceleração do progresso
tecnológico foram temas de grande relevância, tendo sido destacado que o exponencial
desenvolvimento da Tecnologia da Informação propiciou grande dinamismo e capilaridade na
difusão de informações e, por conseqüência, a possibilidade de maior disseminação e
democratização do conhecimento.
          A constatação de que o conhecimento e a criatividade dos funcionários agregam
valor às empresas, torna a gestão pró-ativa dos recursos de conhecimento parte fundamental
para o crescimento dos negócios. Na emergente economia do conhecimento, a gestão do
conhecimento passa a ser uma das competências essenciais para a competitividade das
organizações que precisam cada vez mais apoiar a geração e a reutilização do conhecimento
no desenvolvimento de produtos e tecnologias. Para isso, elas necessitam criar um ambiente
organizacional propício ao aprendizado, à criação e à colaboração; redefinir o papel dos
colaboradores da empresa e seus processos de trabalho; e disponibilizar infra-estrutura
tecnológica adequada para dar suporte e consistência a essa estratégia.
          Sob a ótica dos negócios, são os conhecimentos explícitos e tácitos dos
profissionais que determinam a capacidade das organizações em resolver os problemas, gerar
novos conhecimentos e serem competitivas. Conhecimento é algo muito pessoal e tácito,
sendo intrínseco à própria essência do ser humano. Isto significa que externalizar esse
conhecimento não é algo que seja feito naturalmente.
3


          Um aspecto importante e desafiador, portanto, na gestão do conhecimento é
capturar o conhecimento e a experiência criada pelos profissionais quando estão exercendo
suas funções e torná-los disponíveis para os demais colaboradores da organização. As
empresas têm bens valiosos sedimentados no conhecimento informal (tácito) de seus
profissionais e que normalmente existem apenas na memória humana sendo, por isso mesmo,
precariamente preservado e gerenciado. Existem muitas barreiras técnicas e culturais para
capturar este conhecimento informal e transformá-lo em explícito.
          A tecnologia da informação pode dar suporte a esses objetivos. Os portais
corporativos, se implementados com foco em gestão do conhecimento, podem se transformar
em uma plataforma tecnológica capaz de proporcionar às empresas a infra-estrutura
necessária para dar apoio nas transformações de seus modelos de negócios. Ao prover de
forma simples dados, informações, conhecimentos e interação entre profissionais, clientes,
parceiros e fornecedores que compartilham de interesses comuns, a arquitetura de portais
pode construir um ambiente de receptividade cultural para a gestão do conhecimento que
favoreça os processos de transformação entre as formas de conhecimento tácito e de
conhecimento explícito.

1.3 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

          A importância do conhecimento como um ativo das organizações que proporciona
vantagem competitiva sustentável explica o grande interesse das empresas na gestão do
conhecimento. O grande desafio das organizações atualmente está em identificar esse
conhecimento e em como gerenciá-lo e usá-lo para toda a organização.
          Existe grande necessidade de desenvolver um melhor e mais acurado entendimento
sobre a gestão do conhecimento como direcionador de uma estratégia para o mundo eletrônico
dos negócios que resulte em um modelo sustentável. Para isso, os executivos precisam
redefinir os fundamentos sobre as estratégias de negócio, a estrutura organizacional, o papel
dos gerentes seniores, os processos organizacionais de conhecimento, o valor dos ativos e o
uso da tecnologia da informação para se adequarem aos novos modelos de negócio.
          Há muitas interpretações diferentes para o significado da gestão do conhecimento e
sobre a melhor forma do uso eficaz de seu potencial para as organizações. Para
DAVENPORT & PRUSAK (1999), a gestão do conhecimento é definida como um conjunto
4


de ações disciplinadas e sistematizadas que uma organização pode tomar para obter o máximo
valor do conhecimento disponível para ela. Conhecimento nesse contexto inclui tanto a
experiência das pessoas da organização quanto os artefatos de informações, tais como
documentos e relatórios, disponíveis na mesma e fora dela. A efetiva gestão do conhecimento
requer tipicamente uma combinação apropriada de iniciativas organizacionais, sociais e
gerenciais e, em muitos casos, o suporte ou desenvolvimento de tecnologia adequada.
          A maioria das empresas está fracamente posicionada para tirar vantagem dessa
recente mudança de paradigma onde o conhecimento assume o papel de força dominante nas
equações de crescimento e valor das firmas. Isso pode ser atribuído às dificuldades de
adaptação (obsolescência dos modelos de negócios, barreiras culturais, deficiência dos
sistemas de informação em vigor etc.) à transição de uma era na qual a vantagem competitiva
fundamentava-se na informação para uma era na qual essa vantagem se concretiza pela
criação de conhecimento.
          Nas últimas décadas, muitas iniciativas de desenvolvimento de sistemas para gestão
do conhecimento falharam. Uma nova abordagem para a aplicação da tecnologia da
informação à gestão do conhecimento é o objeto de estudo proposto para o presente trabalho
de monografia. Os portais corporativos, direcionados para a gestão do conhecimento, são a
convergência de muitas idéias, conceitos e tecnologias que surgiram nos anos mais recentes,
após o advento da Internet comercial em 1994.
          A discussão da aplicabilidade dos portais corporativos como ferramenta para a
gestão do conhecimento será fundamentada na noção de conhecimento tácito e explícito usada
por NONAKA e TAKEUCHI (1997) na formulação da teoria do “Conhecimento
Organizacional”, que tem como pressuposto que o conhecimento é criado por meio da
interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito.
          O conhecimento tácito é derivado da experiência pessoal, crenças e valores. O
processamento de informações pelo cérebro humano produz o conhecimento tácito, que, por
sua natureza, é difícil de ser formulado e comunicado. O conhecimento explícito ou
codificado refere-se ao conhecimento transmissível em linguagem formal e sistemática e pode
ser representado em forma de documentos, vídeos e manuais, cujo principal objetivo de serem
criados é a comunicação com as demais pessoas.
5


          Embora ambas as formas de conhecimento sejam de extrema importância para o
funcionamento e a eficiência das empresas, o conhecimento tácito é considerado a base
fundamental para a geração de novos conhecimentos. De acordo com NONAKA e
TAKEUCHI (1997): “A chave da criação de conhecimento está na mobilização e conversão
do conhecimento tácito”.
          Essas idéias conduzem ao foco central da questão: o processo através do qual o
conhecimento é transformado entre as suas formas tácita e explícita. O conhecimento
organizacional, porém, só é criado quando os indivíduos que participam desse processo
compartilham, articulam e disponibilizam seus conhecimentos para os outros na organização.
          A essência do modelo de NONAKA e TAKEUCHI (1997) é dividir o processo de
criação do conhecimento em quatro modos de conversão:
              Socialização – conversão de conhecimento tácito em conhecimento tácito;

              Externalização – conversão de conhecimento tácito em conhecimento
          explicito;.

              Combinação – conversão de conhecimento explicito em conhecimento
          explícito;

              Internalização – conversão de conhecimento explícito em conhecimento tácito.

          O valor deste modelo no presente contexto é que ele foca grande atenção no
conhecimento tácito – presente em três das quatro categorias, nos indivíduos e na
possibilidade do uso da tecnologia.
          O trabalho de monografia proposto tem como finalidade definir como os portais
corporativos podem ser construídos para constituírem uma solução alternativa para a
estruturação do conhecimento organizacional. Dado que todos os quatro modos de conversão
são importantes para a gestão do conhecimento, que tem por finalidade promover a criação do
conhecimento organizacional, os portais corporativos devem dar suporte a todos eles através
de tecnologias apropriadas.
          Os portais corporativos, voltados para a gestão do conhecimento, são sistemas de
software que através de um único ponto de acesso têm por finalidade prover de forma
simples, rápida e eficiente o acesso a todas as informações (estruturadas e não estruturadas,
internas e externas às empresas) e a todos os sistemas aplicativos existentes e ainda dar
6


suporte às comunidades de profissionais do conhecimento que compartilham dos mesmos
interesses.
              No trabalho serão discutidas as tecnologias de portais corporativos, o papel que os
portais do conhecimento terão para dar suporte às atividades de geração de conhecimento dos
profissionais, os componentes tecnológicos embutidos nos portais e outras funcionalidades de
ferramentas de apoio à gestão do conhecimento.
              Vale ressaltar que esta monografia tem como objetivo principal definir uma
arquitetura tecnológica para portais corporativos que auxilie as organizações a melhor gerir e
se capitalizar do conhecimento organizacional criado pelos profissionais, quando do exercício
de suas funções. O trabalho, portanto, não tratará da construção ou uso de sistemas
especialistas ou sistemas baseados em conhecimento que têm por finalidade substituir o
raciocínio humano por máquinas inteligentes. Para a grande maioria das aplicações de
negócios, o conhecimento humano continuará sendo uma valiosa fonte de recursos e as
tecnologias que consigam contribuir para isso serão crescentemente valorizadas.

1.4 MÉTODO DE TRABALHO

              Para SANTOS (2001), a pesquisa bibliográfica fundamenta-se na organização e na
interpretação analítica e avaliativa de dados, conforme as linhas de raciocínio pré-
estabelecidas. A matéria-prima do raciocínio são os dados, que basicamente se constituem de
axiomas científicos, da autoridade de autores consagrados, ilustrações, testemunhos e, até
mesmo, da experiência pessoal coerente do pesquisador. O raciocínio é desenvolvido de
forma indutiva (parte-se de experiências e observações particulares para se chegar a um
princípio geral), ou de forma dedutiva (parte-se de um princípio geral para verificá-lo em
casos particulares).
              A metodologia que será utilizada no trabalho de elaboração da Monografia está
baseada na pesquisa bibliográfica, abordada por Santos. O propósito da pesquisa é o
aprofundamento do estudo sistemático das duas áreas temáticas, Tecnologia da Informação e
Gestão do Conhecimento, objetos de análise do trabalho proposto. A interpretação analítica e
avaliativa dos dados será apoiada também pelos anos de experiência profissional da autora em
gestão de recursos de Tecnologia da Informação, planejando, dirigindo e implementando
projetos de Tecnologia, Infra-estrutura, Telecomunicações, Sistemas e Automação de
7


Processos, em que teve a oportunidade de elaborar as linhas estratégicas de aplicação de
tecnologias e arquiteturas de TI para dar suporte aos negócios.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

          Em função dos objetivos apresentados, este trabalho se divide em três grandes
partes. Os capítulos 2, 3 e 4 são baseados na revisão da literatura; o capítulo 5 propõe uma
arquitetura tecnológica que conjugue a tecnologia de portais corporativos com algumas teorias
de gestão do conhecimento, e o capítulo 6 condensa as principais considerações e conclusões.
          No capítulo 2, procura-se mostrar uma concepção geral sobre a tecnologia de
portais corporativos, apresentando sua evolução e sua importância cada vez mais estratégica
na informática corporativa.
          O capítulo 3 faz uma revisão bibliográfica para mostrar a evolução da gestão do
conhecimento, dando-se ênfase a perspectiva organizacional e ao ambiente de negócios,
procurando-se, dessa maneira, estabelecer um elo de ligação com as discussões mais práticas
relacionadas à gestão do conhecimento nas empresas.
          O capítulo 4 possui caráter mais analítico, na medida em que descreve um modelo
de paradigma que mescla conceitos e teorias com relatos de práticas adotadas em vários tipos
de empresas. Nesta parte, tem-se, pois, a intenção de relacionar os trabalhos de autores, que se
preocuparam em analisar a tecnologia de portais corporativos com as práticas e relatos de
empresas inovadoras ou de sucesso, com base em algumas das teorias comentadas no capítulo
3. Neste capítulo também é feita uma análise do papel do portal corporativo como infra-
estrutura para apoiar o trabalho do conhecimento.
          O capítulo 5 se preocupa, primeiramente, em entender como os trabalhadores do
conhecimento buscam, estruturam, compartilham e contextualizam informações e
experiências requeridas para o desempenho de suas funções diárias. Em seguida, apresenta
uma abordagem para o desenho e especificação do portal como um espaço para colaboração,
comunicação e compartilhamento de conhecimento. E, complementarmente, como resultado
das compilações, análises e reflexões das várias conclusões parciais sintetizadas ao longo dos
capítulos e refinadas à luz de algumas questões estratégicas discutidas no capítulo 3, é
construída e apresentada uma proposta de portal do conhecimento com sua respectiva
arquitetura para apoiar as práticas de gestão do conhecimento nas organizações.
8


          Neste capítulo 6 são resumidas as várias conclusões apresentadas ao longo do
trabalho, enunciadas as principais contribuições do mesmo e sugeridas algumas possibilidades
para futuras pesquisas.
9


CAPÍTULO 2 - CONCEITUANDO PORTAIS

2.1 CONCEITO

          No início da Internet comercial, em 1994, o termo usado atualmente como portal
era conhecido como mecanismo de busca, cuja finalidade era facilitar o acesso às informações
contidas em vários documentos dispersos pela Internet. Utilizando recursos de pesquisas
booleanas e navegação associativa entre links, os mecanismos de busca auxiliavam os
usuários localizar documentos na Internet. Com objetivos de reduzir o tempo de busca para
encontrar informações relevantes na Internet e ajudar usuários inexperientes, alguns sites de
busca passaram a utilizar o conceito de categorias, agrupando sites e documentos em grupos
pré-definidos de acordo com seu conteúdo. Site de Navegação passou a ser a expressão
utilizada para descrever os sites (Excite, Infoseek, Yahoo!, Lycos, entre outros) que passaram
a disponibilizar essas novas funcionalidades. Posteriormente, foram implementadas funções
de integração, tais como, chats em tempo real, comunidades de interesse e listas de discussão,
personalização de conteúdo definido pelo usuário e acesso direto a conteúdos especializados e
comerciais (REYNOLDS & KOULOPOULOS, 1999).
          A grande popularidade dos portais deu-se, em grande parte, devido ao sucesso
obtido pelo Yahoo! com o lançamento, em 1996, de um serviço de portal personalizado
chamado MyYahoo! que permitiu aos usuários configurarem suas próprias interfaces Web,
definindo as informações que eram pertinentes e significantes para eles (PLUMTREE, 1999).
As organizações rapidamente notaram o sucesso deste produto em termos de sua adoção e uso
pelo público em geral e começaram a vislumbrar a possibilidade de utilização dessa mesma
tecnologia para organizar e facilitar o acesso às informações internas da empresa.
10


          FIGURA 2. 1 - AUDIÊNCIA DO Yahoo! APÓS LANCAMENTO DO My.Yahoo!




          FONTE: PLUMTREE (1999)


          Quando descrevem a evolução dos portais Web, REYNOLDS e KOULOPOULOS
(1999) destacam como progressão básica as seguintes fases: pesquisa booleana, navegação
por categorias, personalização e, por fim, a expansão de funções para outras áreas dos
ambientes de informação e comerciais. Em termos gerais, os portais corporativos seguiram
uma trajetória semelhante a dos portais Web, ou portais do consumidor, entretanto num
espaço de tempo bem menor. As primeiras versões dos portais corporativos, que continham
vínculos referenciais às informações da empresa e mecanismos de busca, rapidamente
evoluíram para portais mais complexos e interativos que embutem aplicações para aumentar a
produtividade individual e do grupo (ECKERSON, 1999b).
          Por se tratar de um conceito recente, a terminologia encontrada na literatura que faz
referência aos portais corporativos é bastante diversificada, sendo comum a utilização de
termos tais como “portal corporativo”, “portal de negócios”, “portal de informações
corporativas” e “portal de informações empresariais” como sinônimos (FIRESTONE, 1999).
FIRESTONE (1999) afirma que o processo de definição de portal corporativo é um processo
político de negócios. Para o autor, assim como para os consultores e analistas de mercado, os
fornecedores de software usam diferentes definições para portais corporativos em função das
características de seus produtos. Segundo ele, o poder ou tentativa de persuadir usuários e
investidores da área de tecnologia da informação que uma definição é mais apropriada que
11


outra pode beneficiar os interesses de analistas, de consultores ou de fornecedores de software
empresariais, concorrentes no mercado.
          No relatório “Enterprise Information Portals” da empresa de consultoria Merril
Lynch que traça um panorama do mercado de software empresarial, SHILAKES e TYLMAN
(1998) empregam pela primeira vez o termo “portal de informações empresariais” ou EIP
(Enterprise Information Portal), definindo:

          Portais de informações empresariais são aplicativos que permitem às empresas libertar informações
          armazenadas interna e externamente, provendo aos usuários uma única via de acesso à informação
          personalizada necessária para a tomada de decisões de negócios. [Eles são]...um amálgama de
          aplicações de software que consolidam, gerencia, analisam e distribuem informações não só
          internamente, como também para o ambiente externo à organização (incluindo ferramentas de
          business intelligence, gestão de conteúdo, datawarehouse, gestão de dados e informações).

          A abrangência da definição de EIP no relatório de SHILAKES e TYLMAN (1998)
alia duas funções aos portais corporativos: suporte à decisão e processamento colaborativo,
embora não seja dado maior destaque ao segundo aspecto. Ainda nesse relatório, também é
enfatizada a idéia do EIP como um portal de acesso à grande variedade de dados, conteúdo, e
aplicações.
          WHITE (1999a) define EIP como uma ferramenta que provê, aos usuários de
negócios, uma única interface Web às informações corporativas espalhadas pela empresa.
Dentro dessa conceituação genérica, WHITE (1999) ressalta as duas funções mencionadas
anteriormente por SHILAKES e TYLMAN (1998) e classifica os EIPs em duas categorias:
EIP para processamento de decisões e EIP para processamento colaborativo. Segundo
WHITE (1999a), a primeira categoria de EIP auxilia executivos, gerentes e analistas de
negócios no acesso às informações necessárias para a tomada de decisões. Por sua vez, a
segunda categoria, EIP para processamento colaborativo, ajuda os usuários a organizar e
compartilhar informações de grupos de trabalho, tais como mensagens de correio eletrônico,
relatórios, memorandos, atas de reunião etc.
          Contrastando com SHILAKES e TYLMAN (1998) e WHITE (1999a), MURRAY
(1999) apresenta uma visão de portal corporativo como algo além de uma porta de acesso às
informações empresariais. Pare ele, os portais corporativos devem também conectar os
usuários não apenas a tudo que necessitam, mas a todos que necessitam e proporcionar todas
as ferramentas necessárias para que possam trabalhar juntos. Dessa forma, MURRAY (1999)
12


coloca a necessidade dos portais serem capazes de atender a todas as expectativas funcionais
dos usuários corporativos, e não apenas serem uma ferramenta de tomada de decisão ou de
acesso a informações.
          MURRAY (1999) distingue quatro tipos de portais corporativos: “portais de
informações empresariais”, que conectam os usuários às informações; “portais colaborativos”,
que habilitam as equipes de trabalho estabelecerem áreas de projetos virtuais ou comunidades
através de ferramentas de colaboração; “portais de especialistas”, que conectam pessoas com
base em suas experiências, interesses e informações que precisam; e por fim, os “portais do
conhecimento” que combinam todas as características dos anteriores para prover conteúdo
personalizado com base no que cada usuário faz. Para MURRAY (1999), os portais de
informações empresariais são simplesmente o primeiro e limitado estágio do desenvolvimento
dos portais, ou seja, são apenas uma via de acesso a todas as variedades de conteúdo. Para ele,
muito mais importante são os portais colaborativos, os portais de especialistas e os portais do
conhecimento, que pretendem prover apoio às várias atividades dos usuários corporativos.
Assim, as categorias de portais apresentadas por MURRAY (1999) podem ser vistas, de
forma geral, como estágios de evolução dos portais corporativos com base no tipo de
conteúdo e nas ferramentas que são expostas aos usuários (MORRISON, 2000).
          REYNOLDS e KOULOPOULOS (1999), por sua vez, enfatizam pouco os aspectos
de suporte à decisão e de acesso a dados estruturados nas aplicações de portais, dando maior
ênfase à concepção do portal como de suporte a tarefas, fluxo de dados, colaboração implícita
e criação e integração de conhecimento. Para eles, o portal é visto como um sistema de
informações centrado no usuário, integrando e divulgando conhecimentos e experiências de
indivíduos e equipes, atendendo, assim, às necessidades atuais de organizações baseadas no
conhecimento.
          Esses autores argumentam, também, que o portal corporativo e o portal público têm
propósitos fundamentalmente diferentes e são construídos para atender necessidades distintas
de grupos de usuários de interesses diversos. Os portais públicos têm uma relação
unidirecional com os usuários. Em geral, o principal propósito é atrair grande número de
visitantes para construir audiências on-line com tendências para comprar o que os anunciantes
do portal estão oferecendo. O portal corporativo, por sua vez, apresenta objetivos bem
13


diferentes. Seu principal propósito é expor e disponibilizar informações específicas de
negócio para auxiliar os usuários de sistemas informatizados a serem mais competitivos. Ser
competitivo requer um modelo bidirecional que possa apoiar as necessidades crescentes dos
trabalhadores do conhecimento por ferramentas interativas de gestão de informação e de
conhecimento.
          Alinhado com essa abordagem, UEHARA (2001) identifica algumas denominações
atribuídas aos portais baseadas nos modelos de negócios dos mesmos. Segundo ele, a
mobilização da Internet no suporte aos negócios teve início com as home pages institucionais
que evoluíram para implementações com enfoques específicos. Nesse contexto, surgem os
portais B2B (Business To Business), B2C (Business To Consumer) e B2E (Business To
Employee).
          O portal B2B é um modelo de negócio que apóia transações eletrônicas entre
companhias. Esses portais são desenhados para proporcionar a interconexão entre parceiros,
fornecedores e clientes corporativos, facilitar a troca de informações entre empresas e
habilitar a realização de negócios eletrônicos. Eles enfocam na segurança da extranet,
exploram a verticalização da indústria e geralmente estão voltados para atividades como
cotações de preços, pedidos, leilões etc.
          O portal B2C é um modelo de negócio que apóia o comércio eletrônico entre
varejistas e consumidores da Web. Uma diferença básica entre as transações realizadas nos
portais B2B e B2C é o relacionamento entre as partes envolvidas. Nos portais B2B os
participantes são parceiros comerciais e têm uma relação de negócios preestabelecida, nas
transações eletrônicas do B2C os varejistas comercializam com desconhecidos. Nesses
portais, esforços extras precisam ser realizados para capturar informações do cliente e de
pagamento. Esses portais concentram-se em escalabilidade, gerenciamento de transações e
retenção de clientes.
          O portal B2E é um modelo de negócio que apóia comunicações eletrônicas entre a
empresa e seus colaboradores. Esses portais têm por escopo fornecer informações úteis ao
trabalho dos colaboradores e transmitir a filosofia e visão da empresa. Esses portais têm foco
na integração das aplicações empresariais, desenvolvimento de comunidades e colaboração
entre os pares.
14


          O THE DELPHI GROUP (2002) apresenta o surgimento temporal desses portais.
Como mostra a Figura 2.2, os portais evoluíram rapidamente: na metade da década de 90 foi o
advento dos portais de Internet para navegação/mídia e do final da década até o presente
prosperaram os portais B2C; já os portais corporativos surgiram no final da década de 90 e
progrediram continuamente de B2E (Intranet) para B2B (Extranet).

          FIGURA 2. 2 – EVOLUÇÃO DOS PORTAIS NO TEMPO




          FONTE: THE DELPHI GROUP (2002)


          Utilizando outra abordagem, ECKERSON (1999a) também comenta os estágios
evolutivos dos portais públicos e dos portais corporativos. Para ele, os portais públicos
passaram por três gerações diferentes: referencial, personalizado e interativo. Já para os
portais corporativos, o autor identifica quatro gerações: as três gerações anteriores acrescidas
da especialização, sendo que, para estes portais, a evolução aconteceu em uma janela de
tempo bem menor. Enquanto os portais públicos iniciaram com os mecanismos de busca em
meados de 1990 e só recentemente implementaram aplicativos de personalização e
interatividade, os portais corporativos disponíveis no mercado passaram da primeira à terceira
geração apenas em um ano, em 1999. Ele acrescenta ainda que os portais corporativos têm um
potencial de expansão ainda maior que os portais públicos.
          As Tabelas 2.1 e 2.2 mostram a evolução dos portais públicos e corporativos,
segundo a visão de ECKERSON (1999a).
15



TABELA 2. 1 - GERAÇÕES DOS PORTAIS PÚBLICOS
 Geração    Categoria        Características das gerações dos portais públicos
 Primeira   Referencial      Mecanismo de busca, com catálogo hierárquico de conteúdo da Web. Cada
                             entrada do catálogo contém uma descrição do conteúdo e um link.
 Segunda    Personalizado    O usuário, por meio de um identificador e uma senha, pode criar uma visão
                             personalizada do conteúdo do portal, conhecida como "MinhaPágina". Essa
                             visão mostra apenas as categorias que interessam a cada usuário. O portal
                             pode avisar ao usuário sempre que um novo conteúdo for adicionado às
                             categorias por ele assinaladas.
 Terceira   Interativo       O portal incorpora aplicativos, tais como correio eletrônico, chat, listas de
                             discussão, cotação da bolsa, comércio eletrônico, leilões, permitindo ao
                             usuário interagir com o portal e com seu provedor de conteúdo. Os usuários
                             podem selecionar essas aplicações para suas páginas pessoais.
FONTE: ECKERSON (1999a)



 TABELA 2. 2 - GERAÇÕES DOS PORTAIS CORPORATIVOS
 Geração    Categoria        Características das gerações dos portais corporativos
 Primeira    Referencial     Com as mesmas características dos portais públicos da primeira geração, essa
                             geração de portais corporativos enfatizam mais a gerência de conteúdo,
                             disseminação em massa das informações corporativas e o suporte à decisão.
 Segunda    Personalizado    Além das características apresentadas pelos portais públicos da segunda
                             geração, nessa geração de portais corporativos os usuários podem publicar
                             documentos no repositório corporativo para que esses sejam também
                             visualizados por outros usuários. Essa geração privilegia a distribuição
                             personalizada de conteúdo.
 Terceira    Interativo      Incorpora aplicativos que melhoram a produtividade das pessoas e equipes,
                             tais como correio eletrônico, calendários, agendas, fluxos de atividades,
                             gerência de projeto, relatórios de despesas, viagens, indicadores de
                             produtividade etc. Essa geração adiciona o caráter colaborativo ao portal,
                             provendo múltiplos tipos de serviços interativos.
 Quarta      Especializado   Portais baseados em funcionalidades profissionais, para gerência de atividades
                             específicas na organização, tais como vendas, finanças, recursos humanos etc.
                             Essa geração envolve a integração de aplicativos corporativos com o portal,
                             de forma que os usuários possam executar transações, ler, gravar e atualizar
                             os dados corporativos, e ainda incorpora outras possibilidades como comércio
                             eletrônico, por exemplo.
FONTE: ECKERSON (1999a)



2.2 TIPOS DE PORTAIS

            Com base nas definições, conceitos e análises apresentadas por SHILAKES e
TYLMAN (1998), REYNOLDS e KOULOPOULOS (1999), ECKERSON (1999b),
FIRESTONE (1999), WHITE (1999), MURRAY (1999) e MORRISON (2000), os portais
podem ser classificados, em relação ao contexto de sua utilização, em portais públicos e
portais corporativos; e, em relação às suas funções, em portais com ênfase em suporte à
16


decisão, portais com ênfase em processamento colaborativo e portais de suporte à decisão e
processamento colaborativo. As Tabelas 2.3 e 2.4, a seguir, sintetizam essas classificações, as
categorias de portais e as principais características dos mesmos.

 TABELA 2. 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTAIS QUANTO AO CONTEXTO
 Classificação         Características
 Portal Público        Também conhecido por portal Web, portal Internet ou portal de consumidores, provê
                       ao usuário uma única interface à imensa rede de servidores que compõem a Internet.
                       Sua função é atrair o público em geral que utiliza a Internet, estabelecendo um
                       relacionamento com seus visitantes e constituindo-se em uma mídia adicional para o
                       marketing de produtos.
 Portal Corporativo    REYNOLDS e KOULOPOULOS (1999) consideram o portal corporativo como uma
                       evolução das Intranets, incorporando novas tecnologias que possibilitam identificação,
                       captura, armazenamento, recuperação e distribuição de grandes quantidades de
                       informações de múltiplas fontes, internas e externas, para as pessoas e equipes de uma
                       organização.
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA A PARTIR DE SHILAKES e TYLMAN (1998), REYNOLDS e KOULOPOULOS
(1999), ECKERSON (1999b), FIRESTONE (1999), WHITE (1999), MURRAY (1999) e MORRISON (2000)



 TABELA 2. 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTAIS QUANTO À FUNÇÃO
 Classificação         Características
 Portais com ênfase em suporte à decisão - auxiliam executivos, gerentes e analistas a acessar as
 informações corporativas para a tomada de decisões. Podem ser incluídos nessa categoria:
 Portal de             Capaz de organizar grandes acervos de conteúdo a partir dos temas ou assuntos neles
 informações ou        contidos, conectando as pessoas às informações. Não há preocupação com a
 conteúdo              interatividade e o processamento colaborativo entre usuários e especialistas. No
                       contexto organizacional, a aplicação de um portal apenas de conteúdo seria
                       insuficiente para atender aos objetivos de negócios das empresas.
 Portal de negócios    Tem como função disponibilizar aos usuários corporativos informações tais como
                       relatórios, pesquisas, documentos textuais, planilhas, mensagens de correio eletrônico,
                       páginas Web, vídeos etc. É o ponto central de partida para os aplicativos de
                       gerenciamento de conteúdo e de processamento de decisões, conectando-os a
                       informações estruturadas e não estruturadas.
 Portal de suporte à   Utiliza ferramentas inteligentes e aplicativos analíticos para capturar informações
 decisão               armazenadas em bases de dados operacionais, no data warehouse ou ainda em
                       sistemas externos à organização e, a partir dessas informações, gera relatórios e
                       análises de negócio para serem distribuídos eletronicamente aos diversos níveis de
                       tomada de decisão na empresa.
 Portais com ênfase em processamento colaborativo - lidam com informações tanto da cadeia produtiva
 tradicional, armazenadas e manipuladas por aplicativos corporativos, como informações geradas por pessoas
 ou grupos fora dessa cadeia. Integram essa categoria de portais:
 Portal colaborativo   Utiliza ferramentas colaborativas de trabalhos em grupo (groupware) e de fluxo de
                       tarefas/ documentos (workflow) para prover acesso a informações geradas por pessoas
                       ou grupos. As informações manipuladas por esse tipo de portal são geralmente não
                       estruturadas, personalizadas e encontram-se sob a forma de textos, memorandos,
                       gráficos, mensagens de correio eletrônico, boletins informativos, páginas Web e
                       arquivos multimídia.
17


 TABELA 2. 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTAIS QUANTO À FUNÇÃO
 Classificação         Características
 Portal de             Capaz de relacionar e unir pessoas com base em suas habilidades e experiências. É um
 especialistas         meio de comunicação e troca de experiências entre pessoas especializadas em
                       determinadas áreas do conhecimento, por meio de comunicação em tempo real,
                       educação à distância e manutenção de cadastro automático de especialistas.
 Portais de suporte à decisão e processamento colaborativo – mais abrangentes, conectam os usuários a
 todas as informações e pessoas necessárias para a realização dos negócios. São consolidados, em um mesmo
 ambiente, aplicativos de gerenciamento de conteúdo, processamento de decisões, groupware, workflow,
 correio eletrônico, business intelligence, sistemas especialistas etc. Nessa categoria encontram-se:
 Portal de             Utiliza metadados e linguagem XML (Extensible Markup Language) para integrar os
 informações           dados não estruturados, mantidos em arquivos textuais, relatórios, mensagens de
 empresariais – EIP    correio eletrônico, gráfico, imagens etc., aos dados estruturados das bases de dados do
                       data warehouse, fornecendo acesso às informações organizacionais a partir de uma
                       interface individualizada, disponível na rede corporativa (Intranet).
 Portal do             Ponto de convergência dos portais de informações, colaborativos e de especialistas,
 conhecimento          sendo capaz de implementar tudo que os outros tipos de portais implementam e de
                       fornecer conteúdo personalizado de acordo com a atividade de cada usuário. A ênfase
                       é o acesso a informações não estruturadas e nos especialistas.
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA A PARTIR DE SHILAKES e TYLMAN (1998), REYNOLDS e KOULOPOULOS
(1999), ECKERSON (1999b), FIRESTONE (1999), WHITE (1999), MURRAY (1999) e MORRISON (2000)


2.3 REQUISITOS DE UM PORTAL CORPORATIVO

            Não existe uma definição padronizada, sobre quais serviços e funcionalidades
deveriam ser incluídos em uma plataforma de portal corporativo. UEHARA (2001) coloca
que os portais para darem suporte aos negócios das empresas devem injetar inteligência na
execução das tarefas do dia-a-dia, automatizar e agilizar as transações de e-business, elevar a
produtividade e conter custos operacionais. Para ele, a própria dinâmica dos negócios
eletrônicos tende a impulsionar a convergência dos dados e das aplicações dos sistemas
internos e externos das empresas usuárias, num franco processo de diluição de fronteiras.
            Esse ambiente vem atraindo a atenção de um número cada vez maior de
fornecedores de tecnologia, com os mais distintos perfis, que identificam diversas
oportunidades e um grande filão de mercado. No momento, existem diversos vendedores de
software fornecendo soluções de portal. Ao reunir em um só produto várias tecnologias já
existentes em software tais como sistemas de gestão de documentos, business intelligence,
automação de escritórios, groupware, data warehouse, Intranet etc., os fornecedores de
produtos nessas áreas têm se posicionado, também, como fornecedores do mercado de portais
corporativos. Cada produto disponível no mercado tem características próprias, estrutura
18


diferenciada ou componentes adicionais, apresentados como vantagens competitivas, quando
comparado aos concorrentes.
          Dessa forma, a tarefa de escolher um portal corporativo, dentre os vários produtos
hoje oferecidos pela indústria de informática, tornou-se complexa e confusa. Com o propósito
de melhor esclarecer essa nova tecnologia e auxiliar os executivos das empresas no processo
de seleção do produto que mais se adeqüe às necessidades de seu negócio, analistas e
consultores especializados têm publicado artigos e relatórios abordando os requisitos mínimos
de um portal corporativo.
          As quinze regras de ECKERSON (1999c), por exemplo, apresentam as principais
características de um autêntico portal corporativo e resumem os requisitos mínimos esperados
de um portal. Para ele, essas regras podem servir como guia para os executivos questionarem
os fornecedores de tecnologia de portais como seus produtos contemplam essas características
atualmente e no futuro. A Tabela 2.5, apresentada a seguir, descreve as quinze regras em
forma de requisitos e sumariza os principais comentários do autor.
          CAMPOS (2001), por sua vez, afirma que os portais têm assumido uma
importância estratégica cada vez maior na informática corporativa. Na sua concepção, os
portais, muitas vezes, são citados praticamente como sinônimos de interfaces de uso, sistemas
de Intranet com algum componente de personalização ou Web sites não só por terem virado
argumento de vendas para os fornecedores de software, mas também porque a ampla
tecnologia envolvida traz em si indefinições. Segundo a autora, o que distingue um portal
corporativo de um simples site ou Intranet, ou diferentes tipos de portais entre si, são aspectos
funcionais.
          Nessa mesma linha de raciocínio, TERRA e GORDON (2002) quando definem
portais corporativos, fazem, normalmente, referências a “serviços”, porque para eles isso é
que importa para os usuários finais e para os administradores do portal. No intuito de tornar
um pouco mais claro como os portais corporativos são diferentes de Intranets, os autores
destacam várias características que definem um portal corporativo e mostram as diferenças
entre os níveis de sofisticação encontrados em simples sites ou Intranets e portais
corporativos básicos e avançados. Para eles, os primeiros são instrumentos para
departamentos específicos das empresas publicarem suas informações ou disponibilizarem
19


seus serviços isolados, já os portais corporativos fornecem a infra-estrutura necessária para
desenhar sistemas de informação totalmente configurados e personalizados para cada usuário,
esteja este dentro ou fora da empresa. A Tabela 2.6, a seguir, apresenta essas características e
como as mesmas são contempladas nos diferentes níveis de sofisticação de um portal
corporativo.
20


TABELA 2. 5 – REQUISITOS MÍNIMOS DE UM PORTAL CORPORATIVO: 15 REGRAS DE ECKERSON
Requisito                         Descrição
Fácil para usuários eventuais     Os usuários devem conseguir localizar e acessar facilmente a informação correta, com o mínimo de treinamento, não importando
                                  o local de armazenamento dessa informação. Encontrar informações de negócios no portal deve ser tão simples quanto usar um
                                  navegador Web. O portal deve servir como uma ponte para os usuários migrarem de métodos básicos de acesso e análise de
                                  informação para métodos mais sofisticados.
Classificação e pesquisa          O portal deve ser capaz de indexar e organizar as informações da empresa. Seu mecanismo de busca deve refinar e filtrar as
intuitiva                         informações, suportar palavras-chave e operadores booleanos, e apresentar o resultado da pesquisa em categorias de fácil
                                  compreensão. Tanto usando um mecanismo de busca ou navegando em uma estrutura de classificação, os usuários devem poder
                                  visualizar descrições coerentes de objetos antes de recuperá-los.
Compartilhamento colaborativo     O portal deve permitir aos usuários publicar, compartilhar e receber informações de outros usuários. O portal deve prover um
                                  meio de interação entre pessoas e grupos na organização. Na publicação, o usuário deve poder específicar quais usuários e grupos
                                  terão acesso a seus documentos/objetos.
Conectividade universal aos       O portal deve prover amplo acesso a todo e qualquer recurso informacional, suportando conexão com sistemas heterogêneos, tais
recursos informacionais           como correio eletrônico, bancos de dados relacionais e multidimensionais, sistemas de gestão de documentos, servidores Web,
                                  groupware, sistemas de áudio, vídeo etc. Para isso, deve ser capaz de gerenciar vários formatos de dados estruturados e não
                                  estruturados.
Acesso dinâmico aos recursos      Por meio de sistemas inteligentes, o portal deve permitir acesso dinâmico às informações nele armazenadas, fazendo com que os
informacionais                    usuários sempre recebam informações atualizadas. O portal deve prover também acesso dinâmico a objetos criados por
                                  fornecedores de ferramentas de administração de documentos e business intelligence. Este acesso requer o desenvolvimento de
                                  interfaces de integração.
Roteamento inteligente            O portal deve ser capaz de direcionar automaticamente relatórios e documentos a usuários selecionados como parte de um
                                  processo bem definido de fluxo de informações.
Ferramenta de business            Para atender às necessidades de informação dos usuários, o portal deve integrar os aspectos de pesquisa, relatório e análise dos
intelligence integrada            sistemas de business intelligence.
Arquitetura baseada em servidor   Para suportar um grande número de usuários e grandes volumes de informações, serviços e sessões concorrentes, o portal deve
                                  basear-se em uma arquitetura cliente-servidor.
Serviços distribuídos             Para melhor balanceamento da carga de processamento, o portal deve distribuir os serviços por vários computadores ou
                                  servidores. Preferencialmente, os intra e inter processos de comunicação devem ser gerenciados por protocolos padrões (TCIP/IP,
                                  CORBA, DCOM etc.) e em produtos baseado nesses serviços.
21


 TABELA 2. 5 – REQUISITOS MÍNIMOS DE UM PORTAL CORPORATIVO: 15 REGRAS DE ECKERSON
 Requisito                          Descrição
 Flexibilidade na definição das     O administrador do portal deve ser capaz de definir permissões de acesso para usuários e grupos da empresa, por meio dos perfis
 permissões de acesso               de usuário. Estas permissões definem os tópicos ou categorias que os usuários têm acesso, canais que podem subscrever, funções
                                    que podem usar, os dados que podem ver e nível de interatividade com relatórios.
 Interfaces externas                O portal deve ser capaz de se comunicar com outros aplicativos e sistemas, sendo possível ler e sincronizar outros serviços de
                                    diretório e interagir com os demais repositórios de informação.
 Interfaces programáveis            O portal também deve ser capaz de ser "chamado" por outros aplicativos, tornando pública sua interface programável (API -
                                    Application-Programming Interface). Esta as empresas disponibilizar os serviços do portal de como questão e informando
                                    capacidades, de dentro um existindo, aplicação ou local de Rede. Esta característica permite as empresas embutir um portal
                                    empresarial em um Web site já existente ou criar um portal customizado.
 Segurança                          Para salvaguardar as informações corporativas e prevenir acessos não autorizados, o portal deve suportar serviços de segurança,
                                    como criptografia, autenticação, firewalls etc. Deve também possibilitar auditoria dos acessos a informações, das alterações de
                                    configuração etc.
 Fácil instalação e administração   Deve ser de fácil instalação, configuração e manutenção, e aproveitar, na medida do possível, a base instalada de hardware e
                                    software adquirida/ contratada anteriormente pela organização. Deve ainda prover um meio de gerenciar todas as informações
                                    corporativas e monitorar o funcionamento do portal de forma centralizada e dinâmica.
 Customização e personalização      O administrador do portal deve ser capaz de customizá-lo de acordo com as políticas e expectativas da organização, assim como
                                    os próprios usuários devem ser capazes de personalizar sua interface para facilitar e agilizar o acesso às informações consideradas
                                    relevantes. Além disso, os usuários devem poder personalizar o portal, tornando-o mais fácil para seu próprio uso.
FONTE: ELABORADA A PARTIR DE ECKERSON (1999c)
22

TABELA 2. 6 – NÍVEIS DE SOFISTICAÇÃO DE UM PORTAL CORPORATIVO
Aspectos              Intranet                          Portal Corporativo Básico                          Portal Corporativo Avançado
Organização e         Geralmente descentralizada        Gerenciamento centralizado (unificação de          Múltiplos níveis de gerenciamento baseado na
Gerenciamento         (proliferação de URLs)– Muito     URLs) – fácil gerenciamento dos privilégios de     Web e altamente coordenados. Facilidade para
                      trabalhoso, baixo nível de        grupos e usuários – requer instalação em um        configurar diferentes níveis de gerenciamento –
                      habilidade exigida                banco de dados separado                            facilita a análise do histórico de todos os eventos

Personalização        Nenhuma personalização            Personalização limitada (preferências básicas do   Personalização avançada (pleno controle do
                                                        usuário, restritas à localização fixa)             layout e cores), baseada em perfis, dinâmica em
                                                                                                           tempo real e ativada por dispositivo, localização
                                                                                                           atual do usuário ou largura de banda
Busca                 Mecanismo de rastreamento         Busca melhorada (texto livre, booleano,            Busca avançada (buscas colaborativas e por
                      (spider) básico                   bayesiana, conceitos, linguagem natural,           afinidade) – associações de indivíduos com
                                                        popularidade) – fornece notificação – busca de     assuntos – resultados internos e externos da Web
                                                        documentos estruturados e não-estruturados         unificados – buscas em arquivos multimídia
Taxonomia             Apenas uma hierarquia de alto     Muitos níveis de categorias, altamente ligados     Outras formas de categorização (ex.: espacial,
                      nível e muitos documentos não     via hyperlinks – categorização automática –        árvores hiperbólicas) – thesaurus (dicionário)
                      categorizados                     diretório bem organizado                           avançado
Ferramentas de        Não são integradas com o portal   Integradas apenas no nível de notificação – mas    Profundamente integradas, sem necessidade de
Colaboração           corporativo                       associa com e-mail, debates on-line – software     carregar aplicativo específico – inclui
                                                        de gerenciamento de projeto – calendários e        mensagens instantâneas e ambientes eletrônicos
                                                        agendas                                            de reunião
Sistemas de           Não disponibilizado               Disponível de modo limitado – carga de             Amplamente disponível – indexação automática
Gerenciamento do                                        documentos trabalhosa– suporta controle de         dos documentos – funcionalidades de processos
Conteúdo (SGC)                                          versões e roteamento de documentos                 e workflow
Ferramentas de        Aplicativo separado de software   Aplicativo integrado de software                   Integrado e facilmente customizável – pesquisas
Medição                                                                                                    em tempo real
Integração com        Rara                              Pouca integração e restrita apenas em nível de     Integração múltipla e profunda das fontes de
aplicações internas                                     interface/relatórios. Aplicações executadas no     dados. Integração com mainframe e aplicativos
(ERP, CRM etc.)                                         servidor Web                                       legados. Aplicações executadas em um servidor
                                                                                                           de aplicações separado
23
TABELA 2. 6 – NÍVEIS DE SOFISTICAÇÃO DE UM PORTAL CORPORATIVO
Aspectos                 Intranet                         Portal Corporativo Básico                          Portal Corporativo Avançado
Integração com           Nenhuma                          Pouca integração e restrita apenas à interface     Integração de muitos conteúdos e fontes de
aplicações externas e                                                                                        dados – mesma plataforma para aplicações B2E,
fontes de dados                                                                                              B2B e B2C – integração com XML
Ambiente de              Padrões básicos da Internet –    Requer alto nível de habilidades de programação    Fornece soluções turnkey facilmente
desenvolvimento          HTML, DHTML, JAVA, JSP etc.      – não é facilmente customizável                    customizáveis – suporta desenvolvimento
                                                                                                             orientado a objeto
Arquitetura do Sistema   Servidor Web básico usando       Arquitetura multi-camadas – clara separação das    Suporte para aplicações baseadas em XML, sem
e Desempenho             padrões Internet – aplicativos   camadas de apresentação e aplicação – integra-se   fio e P2P e soluções robustas e integradas para
                         integrados de software exigem    facilmente com a maioria dos bancos de dados e     aplicativos internet, Intranet e extranet. APIs
                         muito desenvolvimento            funciona nos sistemas operacionais mais            executados em servidores separados
                         customizado                      populares
Segurança                Firewall comum                   Suporta protocolos padronizados de autenticação    Suporta criptografia de alto nível e soluções
                                                          e segurança                                        customizadas – identificação unificada
FONTE: TERRA & GORDON (2002)
24



2.4 ARQUITETURA E COMPONENTES

          O portal corporativo não é uma única tecnologia ou sistema, mas um conjunto de
tecnologias, que se corretamente integradas, provêem uma única interface ao usuário para
acessar qualquer recurso de informação e de processos de negócio. As funcionalidades do
portal e sua utilidade são moldadas em função de sua arquitetura e dos serviços
disponibilizados por essa arquitetura. É, portanto, crítico à construção de portais corporativos,
que se entenda a natureza distinta de cada componente do modelo de arquitetura de portal,
bem como o modo no qual cada componente se relaciona aos outros.
          Os sistemas de informação existentes na empresa e as fontes externas de
informação desempenham importante papel de apoio aos trabalhadores das organizações. O
intuito do portal, em essência, é agir como um mecanismo de integração universal para todas
estas fontes de informação e ao mesmo tempo prover flexibilidade aos usuários de forma que
cada profissional possa adaptá-lo para refletir suas necessidades individuais. Dada a
complexidade destes desafios, a implementação de um portal requer um significativo conjunto
de elementos arquitetônicos e componentes.
          Segundo THE DELPHI GROUP (2000a), o portal administra fontes de informação
e categorização da informação, aplicações e conteúdo para aumentar e melhorar os processos
de trabalho dos usuários. Para fazer isto, o portal tem que considerar nove componentes
básicos de funcionalidade: integração, categorização, mecanismos de busca, publicação e
distribuição, processos, colaboração, personalização, apresentação e ciclo de aprendizado,
conforme ilustrado no diagrama da Figura 2.3 e descritos a seguir.
25


            FIGURA 2. 3 –COMPONENETES DE UM PORTAL CORPORATIVO




            FONTE: THE DELPHI GROUP (2000a)


Componente: Integração
          Como o diagrama mostra, a base de qualquer implementação de portal depende
fundamentalmente de sua capacidade de integração. O componente de Integração provê a
estrutura de acesso a fontes de informação internas e externas, tornando-as disponíveis no
portal.
          O desafio da funcionalidade do componente de integração do portal é criar a rede
de fontes de informação que são necessárias para dar suporte às exigências de conhecimento
específico para o dia-a-dia de trabalho do profissional. Neste sentido, THE DELPHI GROUP
(2000b) define três necessidades básicas de integração para os portais: integrar as informações
estruturadas; integrar as informações não estruturadas e integrar as pessoas.
          As fontes de dados estruturados incluem repositórios dos sistemas legados,
repositórios dos bancos de dados das aplicações, pacotes de aplicações, sistemas de data
warehouse e business intelligence. A diversidade de fontes, no entanto, que os portais devem
integrar é significativamente mais abrangente que as aplicações dos ambientes tradicionais
26


por causa da capacidade multimídia e hipermídia construídas nos protocolos que apóiam as
tecnologias da Internet. As informações não estruturadas mais relevantes podem ser do tipo:
documentos gerados pelos aplicativos do Microsoft Office (Word, Excel, PowerPoint etc.),
mensagens de correio eletrônico, páginas Web e informações contidas em aplicativos de
colaboração (agendas eletrônicas, fórum on-line etc.).
          A integração de pessoas é diferente da integração de sistemas, e a experiência da
Internet tem desenvolvido um conjunto de tecnologias para apoiar essa integração. O portal
beneficia-se deste legado e estende o alcance da facilidade de integração para explicitamente
incorporar as interações humanas na organização. Há principalmente duas áreas nas quais o
portal pode contribuir para o desenvolvimento do que é essencial nas disciplinas de gestão do
conhecimento e das práticas organizacionais. A primeira área concentra-se nas
funcionalidades dos sistemas de mensagens e correio eletrônico e das ferramentas de
groupware, que serão discutidas adiante em arquitetura de colaboração. A segunda área
envolve um conjunto de tecnologias dedicadas a descobrir características e perfis das pessoas
nas suas interações com informação eletrônica e usar esses perfis de forma integrada com
outros objetos eletrônicos no portal do conhecimento (THE DELPHI GROUP, 2000b).
          Todas estas aplicações, no entanto, devem estar integradas entre si e com os
sistemas externos. O desafio para o planejador do portal corporativo é determinar que nível de
integração com estes sistemas garantirão o acesso desejado. E esta não é uma tarefa simples,
principalmente, se cada produto a ser implementado foi desenvolvido por diferentes
fornecedores, para diferentes mercados, utilizando diferentes arquiteturas (SHILAKES;
TYLMAN, 1998).

Componente: Categorização
          O segundo componente, a Categorização, traz como maior benefício para o portal a
informação contextual. Os profissionais nas organizações não trabalham com informações
isoladas, mas em domínios de compreensão que são criados através de camadas inter-
relacionadas de significado. Dentro de cada organização, elementos como práticas de negócio,
iniciativas de administração, história corporativa, estrutura e cultura, recursos profissionais
disponíveis e requisitos de aprendizagem constroem um contexto para trabalhar com a
informação. Capturar e dar suporte a este contexto é uma das primeiras percepções na prática
27


de gestão do conhecimento em muitas companhias. Para o portal corporativo dar apoio aos
negócios da organização, a informação disponível neste contexto deve refletir esses padrões
estabelecidos (THE DELPHI GROUP, 2000b).
          TERRA e GORDON (2002) ressaltam que qualquer empresa precisa lidar com os
aspectos de categorização e organização da informação e, portanto, necessitam desenvolver
categorias e estruturas de informação que façam sentido para seus próprios negócios e para as
comunidades específicas que usam seu sistema. Para os autores, o processo de rotular ou
categorizar, atua tanto no sentido de assegurar que os mecanismos de buscas encontrarão os
documentos e informações solicitadas como para distribuir os documentos com base em
regras de personalização. Para eles, o processo de busca por uma informação específica deve
ser o mais intuitivo possível. Nesse sentido, os metadados, que são definidos como
informação sobre informação, desempenham importante papel ao permitirem que documentos
diferentes possam ser agrupados de forma lógica.

Componente: Busca
          O componente de Busca provê facilidade centralizada para localizar informações
específicas nas diversas fontes disponíveis no portal ou acessíveis a ele. Um dos desafios de
integrar funcionalidade de busca aos portais corporativos é resolver a frustração e o ceticismo
resultantes das experiências dos usuários com inadequados mecanismos de busca na Internet
pública que retornam grande volume de informações irrelevantes ao tema pesquisado.
Segundo THE DELPHI GROUP (2000b), quatro requisitos devem guiar o desenvolvimento
do mecanismo de busca para oferecer resultado eficaz: indexação contextual; acesso a
metadados; acesso completo a descrições de documentos e busca baseada em conceitos.
          Na mesma linha de pensamento, TERRA e GORDON (2002) afirmam que o
objetivo de um mecanismo de busca é fornecer, para cada consulta, os resultados mais
relevantes e não o maior número de resultados. Os autores ressaltam que as pessoas, em
função de diversos fatores, efetuam a busca de maneiras completamente diferentes.
Acrescentam ainda que, para atender as várias circunstâncias individuais e ao rápido
crescimento da quantidade de informação e tipos de fontes de dados e conhecimento, essas
ferramentas devem incluir características e níveis de sofisticação dos mais simples aos mais
complexos, tais como: buscas por palavra-chave e frase exata; buscas booleanas; buscas com
28


inferência bayesiana que apresentam resultados, baseando-se na freqüência com que as
palavras aparecem no documento; buscas conceituais que utilizam dicionários ou abordagem
estatística; busca por contexto que retornam resultados baseados no contexto do usuário que
realizou a busca; busca em linguagem natural que permite ao usuário submeter uma consulta
usando a estrutura de perguntas da língua falada; buscas com filtros colaborativos que supõem
que indivíduos que compartilham interesses semelhantes vão considerar documentos similares
como relevantes etc.
          O componente de busca é, portanto, uma tecnologia chave para descobrir e fornecer
informações relevantes, sendo importante que suas funcionalidades se estendam para todas as
fontes de dados estruturados e não estruturados. A seleção de uma solução apropriada de uma
ferramenta de busca dependerá das necessidades específicas da organização e da
complexidade das fontes de informação que precisam ser rastreadas.

Componente: Publicação e Distribuição
          O quarto componente, Publicação e Distribuição, deve dar suporte a criação de
conteúdo, autorização, inclusão e distribuição de conteúdo on-line em múltiplos formatos.
THE DELPHI GROUP (2000b) ressalta a importância do portal corporativo estar baseado em
um processo de publicação e distribuição que encoraje a criação e o fluxo de informação na
organização, mas que evite infra-estrutura complexa e dificuldades de administração. TERRA
e GORDON (2002), por sua vez, reforçam que um importante objetivo de qualquer solução
de portais ou iniciativa em gestão de conteúdo deveria contemplar a descentralização e
delegação de poder para que os colaboradores da organização possam incluir informação e
conhecimento no sistema e disponibilizar os mesmos para grupos específicos, para toda
empresa ou para clientes e parceiros.
          Ainda em relação ao componente Publicação e Distribuição, THE DELPHI
GROUP (2000a) destaca três serviços relevantes suportados por essa camada de arquitetura:
autorização, aprovação e processo de publicação e manutenção. O objetivo é não só dar
suporte a publicações atualizadas e ao fluxo de informações na organização, mas também
minimizar os esforços de administração do portal. Parra isso, os portais precisam
disponibilizar rotas de fácil acesso a ferramentas de autorização. Quanto à aprovação e
publicação, os maiores desafios são assegurar a precisão e a temporalidade do conteúdo. O
29


primeiro sendo alcançado por um processo disciplinado de aprovação que revisa os pedidos
de publicação submetidos ao portal, e, para o segundo elemento deve-se observar a
necessidade de reduzir o tempo de aprovação e disponibilizar mais rapidamente o conteúdo
para o portal. Em relação à manutenção, é fundamental ter uma abordagem que considere a
administração de ciclo de vida das informações definidas para o conteúdo do portal, incluindo
início da publicação, especificação de tempo de duração e procedimento de arquivamento ou
descarte das informações ou documentos quando não mais necessários, assegurando-se,
assim, uma certificação de qualidade de conteúdo para os usuários.

Componente: Suporte a Processos
          O quinto componente dessa arquitetura, o Suporte a Processos, vai ao encontro das
necessidades dos portais estenderem suas funcionalidades e dar apoio não só ao acesso às
informações, mas também aos processos de administração de negócio eletrônico. Neste
sentido, para THE DELPHI GROUP (2000b), devem ser projetadas aplicações de
automatização de processos para dar suporte as atividades comuns de negócio eletrônico tais
como, rotas de documentos e formulários, acompanhamento de status das mensagens de
solicitação e respostas num processo de negociação, iniciar transações, disparar eventos de
cobrança, sistemas de inventário e distribuição e serviços para monitorar instâncias de fluxos
de processos predefinidos.

Componente: Colaboração
          De forma semelhante ao componente anterior de suporte a processos, a
Colaboração, sexto componente, amplia o papel do portal corporativo de quiosque de
informação para um novo patamar, o das interações organizacionais. Para HUMMINGBIRD
(2000b), a capacidade de colaboração dos portais corporativos permite interações de
funcionário-para-funcionário, funcionário-para-cliente e outras trocas entre parceiros de
negócio e acionistas. Habilitando este nível de interatividade, as soluções de portais podem,
por exemplo, reduzir drasticamente o tempo requerido para atividades de atendimento ao
consumidor e também melhorar as relações com os acionistas.
          THE DELPHI GROUP (2000b), por sua vez, chama atenção para três áreas de
maior impacto na configuração de um projeto de colaboração para portais: identificação dos
30


níveis esperados de benefício, seleção das características de tecnologia de colaboração e
avaliação de desenvolvimento de software ou opções de transição. A Colaboração deve ser
avaliada e apoiada em nível corporativo e a comunicação deve ser suportada tanto na forma
assíncrona (correio eletrônico, repositórios de dados, fóruns de discussão, sistemas de
gerenciamento de documentos, ferramentas de workflow etc.) quanto na forma síncrona,
(sistemas eletrônicos de reuniões, videoconferência, ferramentas de chat etc.). TERRA e
GORDON (2002) complementam que, enquanto as ferramentas síncronas permitem que duas
ou mais pessoas trabalhem em conjunto ao mesmo tempo, independentemente de estarem no
mesmo lugar ou em lugares diferentes, as ferramentas assíncronas são particularmente úteis
para profissionais que têm agendas intensas e participam de múltiplos projetos.

Componente: Personalização
          O sétimo componente da arquitetura, a Personalização, é um elemento crítico de
produtividade e efetiva administração de informação de forma individualizada. O conceito de
“Minha Página!” possibilita aos usuários configurarem suas interfaces, definindo layout de
apresentação, eliminando conteúdo desnecessário ou indesejado e moldando a informação que
é disponibilizada ou acessada pelo portal aos seus reais interesses para maximizar eficiência
(HUMMINGBIRD, 2000b). Isto concede a interface de portal uma proposição de valor, em
dois níveis: os usuários podem selecionar se exibem ou não certas categorias ou canais de
conteúdo e podem também controlar a relevância e o local de colocação dos artigos e
conteúdos que requisitaram.
          THE DELPHI GROUP (2000b) acrescenta que as funções de personalização
podem heuristicamente, baseadas nos perfis individuais, rastrear as fontes de informação
disponíveis no portal em busca de documentos novos ou outros elementos que possam ser de
interesse de cada usuário, adicionando às funcionalidades do portal um mecanismo útil de
suporte ao conhecimento.

Componente: Apresentação
          A camada de Apresentação, oitavo componente da arquitetura, é a responsável pelo
paradigma de único ponto de acesso prometido pelos portais. Um grande desafio para os
portais é endereçar ao mesmo tempo as questões de layout de exibição, de forma integrada e
31


em pequeno espaço, de uma variedade de informações e as questões de contexto e facilidade
de uso (THE DELPHI GROUP, 2000b). Em relação à questão de desenho do layout,
HUMMINGBIRD (2000b) complementa que os portais precisam integrar todos os elementos
que um usuário tem acesso de forma consistente, visualmente agradável e que faça sentido
para o mesmo.

Componente: Ciclo de Aprendizado
          O Ciclo de Aprendizado, último componente, difere dos outros elementos
arquitetônicos por não se preocupar com um aspecto específico de gestão da informação, mas
com a contínua eficácia do próprio portal. Embora seja ignorado pela maioria dos
fornecedores de solução de portais, é um componente importante na identificação das
contínuas mudanças de necessidade de informação dos diversos tipos de profissionais e no
provimento dos ajustes e atualizações com a rapidez exigida pelos usuários de sistemas on-
line. Essas questões podem ser endereçadas por ferramentas analíticas e por tecnologias que
oferecem mecanismos inteligentes de aprendizagem, incluindo manipulação e métricas de
utilização (quem são os usuários do portal e onde eles fazem suas buscas), avaliação de
conteúdo (identificação das informações do portal que são relevantes aos usuários e as que
não são) e gestão inteligente de conteúdo (tecnologia de agentes, redes neurais, processo de
linguagem natural etc.) (THE DELPHI GROUP, 2000b).
          TERRA e GORDON (2002) ilustram uma arquitetura de portais, que à exceção do
componente Ciclo de Aprendizado, contempla todos os demais componentes da arquitetura
apresentada pelo THE DELPHI GROUP (2000a). Esta arquitetura como pode ser vista no
diagrama da Figura 2.4, considera um conjunto de funcionalidades que devem ser integradas
em uma arquitetura de portais cujos componentes, segundo os autores, podem ser agrupados
da seguinte forma: camada de Apresentação e Personalização, Solução de Busca, Aplicações
Web e os Conectores, responsáveis pela integração dos demais componentes.
32


            FIGURA 2. 4 – COMPONENTES-CHAVE DA ARQUITETURA DE PORTAIS




            FONTE: TERRA & GORDON (2002)


          Em resumo, a meta do portal é ser um ponto de acesso único no qual os usuários
possam tirar proveito das funcionalidades de cada componente sem ter conhecimento que eles
estão sendo executados em diversas camadas de tecnologia.
          É importante estabelecer que o portal corporativo não é uma simples tecnologia,
mas uma aplicação que integra um conjunto de tecnologias, seguindo um desenho altamente
individualizado da informação. Cada desenho ou configuração de portal deriva dos requisitos
únicos de negócio de uma organização e do seu contexto de informação, e a maioria das
organizações precisará selecionar e implementar uma série de componentes para atender suas
exigências específicas, tanto internas quanto externas.
          Um software de portal corporativo deve oferecer um framework de integração para
que as organizações e seus colaboradores juntos integrem, em uma única interface, a grande
variedade de aplicações tais como ERP, CRM, SCM, gestão de conteúdo, correio eletrônico,
colaboração, sistemas legados e outros sistemas já em uso na empresa.
33


          Deve-se enfatizar, ainda, que o sucesso de um projeto de portal corporativo não
dependerá estritamente da integridade e funcionalidade de cada componente individual, mas
da boa integração entre todos eles.
          Em resumo, pode-se dizer que uma nova geração de ferramentas e componentes de
desenvolvimento para portais corporativos surge no mercado e direcionam-se para prover
apoio a uma gama de objetivos e metas organizacionais. Essas metas incluem:
             A comunicação dos objetivos da empresa e a promoção de uma compreensão
          comum;

              O estabelecimento de um ambiente de colaboração efetiva (tanto dentro quanto
          fora da organização);

              Habilidade para estender segurança, aplicações de informação e inteligência do
          negócio à gestão do conhecimento e a novas práticas de negócio. As áreas
          específicas onde um portal corporativo pode fazer diferença dependerão em grande
          parte da estratégia do portal, que podem ser implementados como:

               o Parte de uma iniciativa de gestão de conhecimento – em que o suporte aos
                 trabalhadores do conhecimento e ao ambiente colaborativo são os
                 principais objetivos;

               o Parte de uma estratégia de negócio eletrônico, ou extranet – em que o foco
                 são os clientes, fornecedores e parceiros, ou;

               o Uma Intranet – voltada às informações internas da empresa.
34


CAPÍTULO 3 – UMA ABORDAGEM À GESTÃO DO CONHECIMENTO

3.1 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO

              Uma perspectiva histórica do tema gestão do conhecimento indica que esta é uma
disciplina que envolve várias tradições intelectuais e tem muitas origens, emergindo tanto do
pensamento filosófico abstrato quanto dos acadêmicos, pedagogos, consultores e líderes
empresariais. As abordagens mais recentes vêm dos esforços para explicar as forças motrizes
econômicas na “era do conhecimento” e das iniciativas, no Século XX, para aumentar a
eficácia e competitividade das empresas.
              Como pode ser visto na Tabela 3.1, resumo dos esforços históricos relacionados à
gestão do conhecimento apresentados por WIIG (1999), disciplinas como sociologia,
economia, psicologia, assim como as ciências da administração, entre outras, têm contribuído
para um entendimento mais orientado à ação, de indagações do tipo “o quê”, “como” e “por
quê” referentes ao conhecimento nas organizações.

 TABELA 3.1 – PERSPECTIVA HISTÓRICA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO
 Esforços Históricos
 Religião e Filosofia (epistemológico)             Entender o papel e a natureza do conhecimento e a
                                                   permissão para os indivíduos “pensarem por si mesmo”.
 Psicologia                                        Entender o papel do conhecimento no comportamento
                                                   humano.
 Ciências Econômicas e Sociais                     Entender o papel do conhecimento na sociedade
 Teoria Organizacional                             Entender o papel do conhecimento no trabalho e sua
                                                   organização
 Iniciativas do Século 20
 Racionalização de Trabalho (Taylorismo), Gestão   Melhorar a eficácia das empresas
 da Qualidade Total e Ciências da Administração
 Psicologia, Ciências Cognitivas, Inteligência     Aprender mais rápido que os concorrentes e prover os
 Artificial e Organizações que Aprendem            fundamentos para tornar as pessoas mais eficazes
FONTE: ELABORADA A PARTIR DE WIIG (1999)


              Estas e outras perspectivas das origens da gestão do conhecimento foram e
continuam sendo discutidas por muitos autores. A partir de meados da década de 80, no
entanto, o tema atraiu sobremaneira a atenção de acadêmicos e consultores para a análise e
discussão da gestão do conhecimento no contexto de negócios, sob a ótica da melhoria do
desempenho das organizações e de suas vantagens competitivas. Entre tantos autores, listados
35


em PRUSAK & CONNOLLY (1995) e referenciados, de forma recorrente, em diversos
artigos e bibliografias, destacam-se: Harlan Cleveland (1985)1, Peter Drucker (1985)2, Karl
Sveiby (1986)3, Paul Romer (1989)4, Peter Senge (1990)5, James Badaracco (1991)6, Tom
Peters (1992)7, Ikujiro Nonaka & Hirotaka Takeuchi (1995)8, Kevin Kelly (1996)9, Leif
Edvinnson & Michael Malone (1997)10, Thomas Stewart (1997)11, Dorothy Leonard (1998)12,
Thomas Davenport & Laurence Prussak (1999)13, entre outros.
           Esse grande interesse pela gestão do conhecimento pode ser, em parte, explicado
pela confluência e evolução natural de vários fatores direcionados pelas forças de competição,
como por exemplo, diferentes demandas de mercado, novas práticas de operação e gestão,
viabilidade da aplicação de tecnologia da informação em gestão do conhecimento, entre
outros. WIIG (1999) destaca três forças motrizes que encorajam as companhias a enfocar
especial atenção e esforços à gestão do conhecimento: forças motrizes externas, forças
motrizes internas e desenvolvimentos contínuos. A Tabela 3.3 sumariza os principais fatores
direcionadores e suas características, levantados pelo autor.




1
   CLEVELAND, H. (1985). The Knowledge Executive: Leadership in an information society. New York:
Truman Tally Books.
2
  DRUCKER, P. F. (1985).Innovation and Entrepreneurship: Practice and Principles.Publisher: Harper Business
3
   SVEIBY, K.E. (1986), The New Organizational Wealth: Managing and Measuring Knowledge-Based Assets.
San Francisco: Berrett-Koehler.
4
   ROMER, P. (1989). What determines the Rate of Growth and Technological Change. World Bank Working
Papers, WPS 279.
5
   SENGE, P. M. (1990). The Fifth Discipline:The Art & Practice of the Learning Organization. New York:
Dobleday Currency.
6
  BADARACCO, J. L. Jr. (1991). The Knowledge Link: How Firms Compete Through Strategic Alliances.
Harvard Business School Press.
7
  PETER, T. (1992). Liberation Management. Knopf Alfred
8
   NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. (1995). The Knowledge-Creating Company: How Japanese Companies Create
the Dynamics of Innovation. New York: Oxford University Press.
9
  KELLY, K. (1996). The Economics of Ideas. Wired, v. 4, n. 6:
10
    EDVINNSON, L; MALONE, M. S. (1997). Intellectual Capital: Realizing Your Company’s True Value by
Finding its Hidden Brainpower. New York: Harper Business.
11
    STEWART, T. A. (1997). Intellectual Capital: The New Wealth of Organizations. New York: Doubleday.
12
   LEONARD, D. (1998). Wellsprings of Innovation.Boston: Harvard Business School Press.
13
    DAVENPORT, T. H..; PRUSAK, L. (1999). Working: How Organizations Manage What They Know.
Boston: Harvard Business School Press.
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo
Portais corporativos aline m toledo

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Os Movimentos Sociais e a Educação no Campo
Os Movimentos Sociais e a Educação no CampoOs Movimentos Sociais e a Educação no Campo
Os Movimentos Sociais e a Educação no CampoJairo Bonfim
 
Interpretação e aplicação das características no processo de seleção
Interpretação e aplicação das características no processo de seleçãoInterpretação e aplicação das características no processo de seleção
Interpretação e aplicação das características no processo de seleçãoANCP Ribeirão Preto
 
Sinaes – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO NAS MODALIDADES PRES...
Sinaes – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO NAS MODALIDADES PRES...Sinaes – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO NAS MODALIDADES PRES...
Sinaes – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO NAS MODALIDADES PRES...ANGRAD
 
Organização do Trabalho Pedagógico - Caderno 1 - Parte 1
Organização do Trabalho Pedagógico - Caderno 1 - Parte 1Organização do Trabalho Pedagógico - Caderno 1 - Parte 1
Organização do Trabalho Pedagógico - Caderno 1 - Parte 1Bete Feliciano
 
Reprodução e manejo reprodutivo.pptx
Reprodução e manejo reprodutivo.pptxReprodução e manejo reprodutivo.pptx
Reprodução e manejo reprodutivo.pptxArquivosVeterinria
 
Ensino de arte no brasil
Ensino de arte no brasilEnsino de arte no brasil
Ensino de arte no brasilSara Andrade
 
Histórico da educação do campo
Histórico da educação do campoHistórico da educação do campo
Histórico da educação do campoarlete buchardt
 
Multiculturalismo
MulticulturalismoMulticulturalismo
MulticulturalismoJoão Couto
 
Urbanização - Sociologia
Urbanização - SociologiaUrbanização - Sociologia
Urbanização - SociologiaHugo Isaac
 
Políticas de formação de educadores do Campo Para o Campo
Políticas de formação  de educadores  do Campo Para o Campo Políticas de formação  de educadores  do Campo Para o Campo
Políticas de formação de educadores do Campo Para o Campo Horleandro Souza Barreira
 
Concepções aprendizagem
Concepções aprendizagemConcepções aprendizagem
Concepções aprendizagemUNICEP
 
Aula 1 laraia - intro e cap1 - det. biologico - cópia
Aula 1   laraia - intro e cap1 - det. biologico - cópiaAula 1   laraia - intro e cap1 - det. biologico - cópia
Aula 1 laraia - intro e cap1 - det. biologico - cópiaJose Uchoa
 
movimentos sociais NO CAMPO BRASILEIRO
movimentos sociais NO CAMPO BRASILEIROmovimentos sociais NO CAMPO BRASILEIRO
movimentos sociais NO CAMPO BRASILEIRORogerio Gomes
 
Radiacao ultravioleta
Radiacao ultravioletaRadiacao ultravioleta
Radiacao ultravioletaNay Ribeiro
 
Organização e gestão da escola
Organização e gestão da escolaOrganização e gestão da escola
Organização e gestão da escolaUlisses Vakirtzis
 
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docente
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docenteAula didática, tendências pedagógicas e a práxis docente
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docenteKelly da Silva
 

Mais procurados (20)

Os Movimentos Sociais e a Educação no Campo
Os Movimentos Sociais e a Educação no CampoOs Movimentos Sociais e a Educação no Campo
Os Movimentos Sociais e a Educação no Campo
 
Agricultura urbana e periurbana
Agricultura urbana e periurbanaAgricultura urbana e periurbana
Agricultura urbana e periurbana
 
Interpretação e aplicação das características no processo de seleção
Interpretação e aplicação das características no processo de seleçãoInterpretação e aplicação das características no processo de seleção
Interpretação e aplicação das características no processo de seleção
 
Sinaes – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO NAS MODALIDADES PRES...
Sinaes – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO NAS MODALIDADES PRES...Sinaes – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO NAS MODALIDADES PRES...
Sinaes – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO NAS MODALIDADES PRES...
 
Organização do Trabalho Pedagógico - Caderno 1 - Parte 1
Organização do Trabalho Pedagógico - Caderno 1 - Parte 1Organização do Trabalho Pedagógico - Caderno 1 - Parte 1
Organização do Trabalho Pedagógico - Caderno 1 - Parte 1
 
Diversidade Cultural Brasileira
Diversidade Cultural BrasileiraDiversidade Cultural Brasileira
Diversidade Cultural Brasileira
 
Reprodução e manejo reprodutivo.pptx
Reprodução e manejo reprodutivo.pptxReprodução e manejo reprodutivo.pptx
Reprodução e manejo reprodutivo.pptx
 
Ensino de arte no brasil
Ensino de arte no brasilEnsino de arte no brasil
Ensino de arte no brasil
 
Histórico da educação do campo
Histórico da educação do campoHistórico da educação do campo
Histórico da educação do campo
 
Multiculturalismo
MulticulturalismoMulticulturalismo
Multiculturalismo
 
Folclore brasileiro
Folclore brasileiroFolclore brasileiro
Folclore brasileiro
 
Urbanização - Sociologia
Urbanização - SociologiaUrbanização - Sociologia
Urbanização - Sociologia
 
Políticas de formação de educadores do Campo Para o Campo
Políticas de formação  de educadores  do Campo Para o Campo Políticas de formação  de educadores  do Campo Para o Campo
Políticas de formação de educadores do Campo Para o Campo
 
Concepções aprendizagem
Concepções aprendizagemConcepções aprendizagem
Concepções aprendizagem
 
Aula 1 laraia - intro e cap1 - det. biologico - cópia
Aula 1   laraia - intro e cap1 - det. biologico - cópiaAula 1   laraia - intro e cap1 - det. biologico - cópia
Aula 1 laraia - intro e cap1 - det. biologico - cópia
 
movimentos sociais NO CAMPO BRASILEIRO
movimentos sociais NO CAMPO BRASILEIROmovimentos sociais NO CAMPO BRASILEIRO
movimentos sociais NO CAMPO BRASILEIRO
 
Microagulhamento
MicroagulhamentoMicroagulhamento
Microagulhamento
 
Radiacao ultravioleta
Radiacao ultravioletaRadiacao ultravioleta
Radiacao ultravioleta
 
Organização e gestão da escola
Organização e gestão da escolaOrganização e gestão da escola
Organização e gestão da escola
 
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docente
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docenteAula didática, tendências pedagógicas e a práxis docente
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docente
 

Destaque

Metodologiajung
MetodologiajungMetodologiajung
MetodologiajungJose Rudy
 
Elaboracao de artigo cientifico2006
Elaboracao de artigo cientifico2006Elaboracao de artigo cientifico2006
Elaboracao de artigo cientifico2006Jose Rudy
 
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)Jose Rudy
 
Johann Es Test
Johann Es TestJohann Es Test
Johann Es TestJohann Es
 
УКРАИНА –КИТАЙ: от проектов к стратегическому партнерству
УКРАИНА –КИТАЙ: от проектов к стратегическому партнерствуУКРАИНА –КИТАЙ: от проектов к стратегическому партнерству
УКРАИНА –КИТАЙ: от проектов к стратегическому партнерствуcacds
 
ANÁLISE DE FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL DA ESCOLA DE...
ANÁLISE DE FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL DA ESCOLA DE...ANÁLISE DE FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL DA ESCOLA DE...
ANÁLISE DE FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL DA ESCOLA DE...Mari Barroso
 
Prinsip rekam magnetis
Prinsip rekam magnetisPrinsip rekam magnetis
Prinsip rekam magnetisEko Supriyadi
 
Fundamentos itil portugues brasil br completo(1)
Fundamentos itil portugues brasil br completo(1)Fundamentos itil portugues brasil br completo(1)
Fundamentos itil portugues brasil br completo(1)Jose Rudy
 

Destaque (9)

Metodologiajung
MetodologiajungMetodologiajung
Metodologiajung
 
Elaboracao de artigo cientifico2006
Elaboracao de artigo cientifico2006Elaboracao de artigo cientifico2006
Elaboracao de artigo cientifico2006
 
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1)
 
Johann Es Test
Johann Es TestJohann Es Test
Johann Es Test
 
УКРАИНА –КИТАЙ: от проектов к стратегическому партнерству
УКРАИНА –КИТАЙ: от проектов к стратегическому партнерствуУКРАИНА –КИТАЙ: от проектов к стратегическому партнерству
УКРАИНА –КИТАЙ: от проектов к стратегическому партнерству
 
ANÁLISE DE FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL DA ESCOLA DE...
ANÁLISE DE FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL DA ESCOLA DE...ANÁLISE DE FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL DA ESCOLA DE...
ANÁLISE DE FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL DA ESCOLA DE...
 
Prinsip rekam magnetis
Prinsip rekam magnetisPrinsip rekam magnetis
Prinsip rekam magnetis
 
Fundamentos itil portugues brasil br completo(1)
Fundamentos itil portugues brasil br completo(1)Fundamentos itil portugues brasil br completo(1)
Fundamentos itil portugues brasil br completo(1)
 
Что такое снег?
Что такое снег?Что такое снег?
Что такое снег?
 

Semelhante a Portais corporativos aline m toledo

Relatório de Estágio da Graduação
Relatório de Estágio da GraduaçãoRelatório de Estágio da Graduação
Relatório de Estágio da GraduaçãoMaurício Linhares
 
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ES
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ESREFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ES
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ESLuiz Aquino
 
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURA
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURAESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURA
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURASabrina Mariana
 
Apostila tre.rs2014 administracao_ravazolo(1)
Apostila tre.rs2014 administracao_ravazolo(1)Apostila tre.rs2014 administracao_ravazolo(1)
Apostila tre.rs2014 administracao_ravazolo(1)Fernando Macedo
 
LIDERANÇA – CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES: UM ESTUDO EM ORGANIZAÇÕES PRESTADO...
LIDERANÇA – CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES: UM ESTUDO EM ORGANIZAÇÕES PRESTADO...LIDERANÇA – CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES: UM ESTUDO EM ORGANIZAÇÕES PRESTADO...
LIDERANÇA – CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES: UM ESTUDO EM ORGANIZAÇÕES PRESTADO...ArianeAlves
 
Html course for_visually_impaired_persons
Html course for_visually_impaired_personsHtml course for_visually_impaired_persons
Html course for_visually_impaired_personsRicardo Schmidt
 
Manual de gestão de marketing
Manual de gestão de marketingManual de gestão de marketing
Manual de gestão de marketingCristina Fernandes
 
Monografia 2017 o impacto da liderança no desempenho das organizações
Monografia 2017  o impacto da liderança no desempenho das organizaçõesMonografia 2017  o impacto da liderança no desempenho das organizações
Monografia 2017 o impacto da liderança no desempenho das organizaçõesUniversidade Pedagogica
 
Plano de negócios
Plano de negóciosPlano de negócios
Plano de negóciosluizcln
 
E-Book Plano de Negócios para Empresas na Internet
E-Book Plano de Negócios para Empresas na InternetE-Book Plano de Negócios para Empresas na Internet
E-Book Plano de Negócios para Empresas na InternetInstituto Desenvolve T.I
 
Plano De Negócios Para Empresas Na Internet
Plano De Negócios Para Empresas Na InternetPlano De Negócios Para Empresas Na Internet
Plano De Negócios Para Empresas Na InternetLuiz Piovesana
 
Dissertação Mestrado Sergio-Ferreira-Lima
Dissertação Mestrado Sergio-Ferreira-LimaDissertação Mestrado Sergio-Ferreira-Lima
Dissertação Mestrado Sergio-Ferreira-LimaSérgio F. de Lima
 
Livro Manual do Auxiliar Administrativo - Turma 2011016
Livro Manual do Auxiliar Administrativo - Turma 2011016Livro Manual do Auxiliar Administrativo - Turma 2011016
Livro Manual do Auxiliar Administrativo - Turma 2011016Carlos Augusto
 
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).Fulvio Amato
 
04 topicosde algebra
04 topicosde algebra04 topicosde algebra
04 topicosde algebraCidah Silva
 

Semelhante a Portais corporativos aline m toledo (20)

Relatório de Estágio da Graduação
Relatório de Estágio da GraduaçãoRelatório de Estágio da Graduação
Relatório de Estágio da Graduação
 
Projeto final
Projeto finalProjeto final
Projeto final
 
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ES
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ESREFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ES
REFORMULAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DIGITAL DO PMI ES
 
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURA
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURAESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURA
ESTRATÉGIA DE REAÇÃO EM CALL CENTER: UMA PROPOSTA DE ARQUITETURA
 
Apostila tre.rs2014 administracao_ravazolo(1)
Apostila tre.rs2014 administracao_ravazolo(1)Apostila tre.rs2014 administracao_ravazolo(1)
Apostila tre.rs2014 administracao_ravazolo(1)
 
LIDERANÇA – CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES: UM ESTUDO EM ORGANIZAÇÕES PRESTADO...
LIDERANÇA – CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES: UM ESTUDO EM ORGANIZAÇÕES PRESTADO...LIDERANÇA – CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES: UM ESTUDO EM ORGANIZAÇÕES PRESTADO...
LIDERANÇA – CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES: UM ESTUDO EM ORGANIZAÇÕES PRESTADO...
 
Apostila
ApostilaApostila
Apostila
 
Html course for_visually_impaired_persons
Html course for_visually_impaired_personsHtml course for_visually_impaired_persons
Html course for_visually_impaired_persons
 
Manual de gestão de marketing
Manual de gestão de marketingManual de gestão de marketing
Manual de gestão de marketing
 
Manual de marketing
Manual de marketingManual de marketing
Manual de marketing
 
Monografia 2017 o impacto da liderança no desempenho das organizações
Monografia 2017  o impacto da liderança no desempenho das organizaçõesMonografia 2017  o impacto da liderança no desempenho das organizações
Monografia 2017 o impacto da liderança no desempenho das organizações
 
Plano de negócios
Plano de negóciosPlano de negócios
Plano de negócios
 
Abc bplan
Abc bplanAbc bplan
Abc bplan
 
E-Book Plano de Negócios para Empresas na Internet
E-Book Plano de Negócios para Empresas na InternetE-Book Plano de Negócios para Empresas na Internet
E-Book Plano de Negócios para Empresas na Internet
 
Plano De Negócios Para Empresas Na Internet
Plano De Negócios Para Empresas Na InternetPlano De Negócios Para Empresas Na Internet
Plano De Negócios Para Empresas Na Internet
 
Dissertação Mestrado Sergio-Ferreira-Lima
Dissertação Mestrado Sergio-Ferreira-LimaDissertação Mestrado Sergio-Ferreira-Lima
Dissertação Mestrado Sergio-Ferreira-Lima
 
Livro Manual do Auxiliar Administrativo - Turma 2011016
Livro Manual do Auxiliar Administrativo - Turma 2011016Livro Manual do Auxiliar Administrativo - Turma 2011016
Livro Manual do Auxiliar Administrativo - Turma 2011016
 
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
BUSINESS INTELLIGENCE APLICADO AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PACIENTES (PEP).
 
04 topicosde algebra
04 topicosde algebra04 topicosde algebra
04 topicosde algebra
 
04 topicosde algebra
04 topicosde algebra04 topicosde algebra
04 topicosde algebra
 

Mais de Jose Rudy

Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)Jose Rudy
 
Mpim iii log_2012 (2)(2)
Mpim iii log_2012 (2)(2)Mpim iii log_2012 (2)(2)
Mpim iii log_2012 (2)(2)Jose Rudy
 
Manual pim viii_gti_2011
Manual pim viii_gti_2011Manual pim viii_gti_2011
Manual pim viii_gti_2011Jose Rudy
 
Manual PIM III Turma 2010_3 e 4_agosto
Manual PIM III Turma 2010_3 e 4_agostoManual PIM III Turma 2010_3 e 4_agosto
Manual PIM III Turma 2010_3 e 4_agostoJose Rudy
 
Manual pim i_ti_sepi_sei[1]
Manual pim i_ti_sepi_sei[1]Manual pim i_ti_sepi_sei[1]
Manual pim i_ti_sepi_sei[1]Jose Rudy
 
Manual de normalizacao
Manual de normalizacaoManual de normalizacao
Manual de normalizacaoJose Rudy
 
Manual aluno unip
Manual aluno unipManual aluno unip
Manual aluno unipJose Rudy
 
Manual%20 pim%20viii si[1]
Manual%20 pim%20viii si[1]Manual%20 pim%20viii si[1]
Manual%20 pim%20viii si[1]Jose Rudy
 
Manual%20 pim%20ii%20ti%20sepi%20sei
Manual%20 pim%20ii%20ti%20sepi%20seiManual%20 pim%20ii%20ti%20sepi%20sei
Manual%20 pim%20ii%20ti%20sepi%20seiJose Rudy
 
Manual pim vii pg
Manual pim vii pgManual pim vii pg
Manual pim vii pgJose Rudy
 
Manual pim vii pg (1)
Manual pim vii pg (1)Manual pim vii pg (1)
Manual pim vii pg (1)Jose Rudy
 
Manual pim vi gti 2010
Manual pim vi gti 2010Manual pim vi gti 2010
Manual pim vi gti 2010Jose Rudy
 
Manual pim iv rh turma 2010
Manual pim iv rh turma 2010Manual pim iv rh turma 2010
Manual pim iv rh turma 2010Jose Rudy
 
Manual pim i comum entre os cursos de gestão - turma 2010
Manual pim i   comum entre os cursos de gestão - turma 2010Manual pim i   comum entre os cursos de gestão - turma 2010
Manual pim i comum entre os cursos de gestão - turma 2010Jose Rudy
 
Manual gfin pim iv 2012
Manual gfin pim iv 2012Manual gfin pim iv 2012
Manual gfin pim iv 2012Jose Rudy
 
Governanca e conselhos_de_direitos
Governanca e conselhos_de_direitosGovernanca e conselhos_de_direitos
Governanca e conselhos_de_direitosJose Rudy
 
Gestus itil um processo para implementa�o das pr�ticas itil para gerenciam...
Gestus itil   um processo para  implementa�o das pr�ticas itil para gerenciam...Gestus itil   um processo para  implementa�o das pr�ticas itil para gerenciam...
Gestus itil um processo para implementa�o das pr�ticas itil para gerenciam...Jose Rudy
 
Gerenciamento de-eventos-anormais
Gerenciamento de-eventos-anormaisGerenciamento de-eventos-anormais
Gerenciamento de-eventos-anormaisJose Rudy
 
Artigo implantacao ead corporatio
Artigo   implantacao ead corporatioArtigo   implantacao ead corporatio
Artigo implantacao ead corporatioJose Rudy
 

Mais de Jose Rudy (20)

Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)
Mpim iii pg_2012_revisado_23_ago2012(1) (1)
 
Mpim iii log_2012 (2)(2)
Mpim iii log_2012 (2)(2)Mpim iii log_2012 (2)(2)
Mpim iii log_2012 (2)(2)
 
Manual pim viii_gti_2011
Manual pim viii_gti_2011Manual pim viii_gti_2011
Manual pim viii_gti_2011
 
Manual PIM III Turma 2010_3 e 4_agosto
Manual PIM III Turma 2010_3 e 4_agostoManual PIM III Turma 2010_3 e 4_agosto
Manual PIM III Turma 2010_3 e 4_agosto
 
Manual pim i_ti_sepi_sei[1]
Manual pim i_ti_sepi_sei[1]Manual pim i_ti_sepi_sei[1]
Manual pim i_ti_sepi_sei[1]
 
Manual de normalizacao
Manual de normalizacaoManual de normalizacao
Manual de normalizacao
 
Manual aluno unip
Manual aluno unipManual aluno unip
Manual aluno unip
 
Manual%20 pim%20viii si[1]
Manual%20 pim%20viii si[1]Manual%20 pim%20viii si[1]
Manual%20 pim%20viii si[1]
 
Manual%20 pim%20ii%20ti%20sepi%20sei
Manual%20 pim%20ii%20ti%20sepi%20seiManual%20 pim%20ii%20ti%20sepi%20sei
Manual%20 pim%20ii%20ti%20sepi%20sei
 
Manual pim vii pg
Manual pim vii pgManual pim vii pg
Manual pim vii pg
 
Manual pim vii pg (1)
Manual pim vii pg (1)Manual pim vii pg (1)
Manual pim vii pg (1)
 
Manual pim vi gti 2010
Manual pim vi gti 2010Manual pim vi gti 2010
Manual pim vi gti 2010
 
Manual pim iv rh turma 2010
Manual pim iv rh turma 2010Manual pim iv rh turma 2010
Manual pim iv rh turma 2010
 
Manual pim i comum entre os cursos de gestão - turma 2010
Manual pim i   comum entre os cursos de gestão - turma 2010Manual pim i   comum entre os cursos de gestão - turma 2010
Manual pim i comum entre os cursos de gestão - turma 2010
 
Manual gfin pim iv 2012
Manual gfin pim iv 2012Manual gfin pim iv 2012
Manual gfin pim iv 2012
 
Governanca e conselhos_de_direitos
Governanca e conselhos_de_direitosGovernanca e conselhos_de_direitos
Governanca e conselhos_de_direitos
 
Gestus itil um processo para implementa�o das pr�ticas itil para gerenciam...
Gestus itil   um processo para  implementa�o das pr�ticas itil para gerenciam...Gestus itil   um processo para  implementa�o das pr�ticas itil para gerenciam...
Gestus itil um processo para implementa�o das pr�ticas itil para gerenciam...
 
Gerenciamento de-eventos-anormais
Gerenciamento de-eventos-anormaisGerenciamento de-eventos-anormais
Gerenciamento de-eventos-anormais
 
Attachment
AttachmentAttachment
Attachment
 
Artigo implantacao ead corporatio
Artigo   implantacao ead corporatioArtigo   implantacao ead corporatio
Artigo implantacao ead corporatio
 

Último

Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptxLinoReisLino
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.MrPitobaldo
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 

Último (20)

Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 

Portais corporativos aline m toledo

  • 1. PORTAIS CORPORATIVOS: UMA FERRAMENTA ESTRATÉGICA DE APOIO À GESTÃO DO CONHECIMENTO Aline Maria Toledo MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA ESCOLA DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM SISTEMAS DE NEGÓCIOS INTEGRADOS. Aprovada por: Profa. Maria Luiza Machado Campos, Ph.D. Prof. Vinícius Carvalho Cardoso, M.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL OUTUBRO DE 2002
  • 2. DEDICATÓRIA A quem amo, por me fazer feliz. i
  • 3. AGRADECIMENTOS A quem pela incessante busca do saber, tornou-se o maior exemplo para mim. À minha mãe, toda minha admiração por não deixar que as intempéries da vida interferissem em seu desejo e realização de sempre aprender. Agradeço aos professores e orientadores Maria Luiza e Vinícius pelo acompanhamento, apoio, revisão do trabalho, questionamentos e comentários que proporcionaram maior aprofundamento e reflexão às questões abordadas na pesquisa. Agradeço à amiga Gilda pelo apoio e colaboração na leitura atenciosa e correções estrutural e gramatical do texto. E a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. ii
  • 4. SUMÁRIO CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .............................................................................................................1 1.1 Objetivos Gerais e Específicos....................................................................................................1 1.2 Justificativa e Relevância do Trabalho .......................................................................................1 1.3 Delimitação do Trabalho.............................................................................................................3 1.4 Método de Trabalho ....................................................................................................................6 1.5 Estrutura do Trabalho..................................................................................................................7 CAPÍTULO 2 - CONCEITUANDO PORTAIS ......................................................................................9 2.1 Conceito ......................................................................................................................................9 2.2 Tipos de Portais.........................................................................................................................15 2.3 Requisitos de um Portal Corporativo ........................................................................................17 2.4 Arquitetura e Componentes ......................................................................................................24 CAPÍTULO 3 – UMA ABORDAGEM À GESTÃO DO CONHECIMENTO.....................................34 3.1 História e Evolução da Gestão do Conhecimento.....................................................................34 3.2 Recursos e Capacitação Organizacional para Gestão do Conhecimento ..................................46 3.3 Conhecimento como Vantagem Competitiva Sustentável e o Papel da Tecnologia de Informação ................................................................................................................................55 CAPÍTULO 4 – GESTÃO DO CONHECIMENTO E O USO DE PORTAIS CORPORATIVOS......59 4.1 Paradigma da Facilitação do Conhecimento Organizacional com o Uso de Portais Corporativos..............................................................................................................................59 4.2 Componentes do Modelo de Paradigma ...................................................................................61 4.4 Conhecimento Organizacional e o Papel dos Portais Corporativos..........................................75 CAPÍTULO 5 – PROPOSTA DE UMA ARQUITETURA DE PORTAIS CORPORATIVOS PARA A GESTÃO DO CONHECIMENTO ...................................................................................................81 5.1 Planejamento e Sistemática para o Desenvolvimento de Portais do Conhecimento.................81 5.2 Tecnologias para Portais do Conhecimento..............................................................................90 5.3 Proposta dos Serviços e Arquitetura para Portais do Conhecimento ......................................104 CAPÍTULO 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÃO E PROPOSTAS PARA FUTURAS PESQUISAS ...................................................................................................................................118 CAPÍTULO 7 –BIBLIOGRAFIA........................................................................................................121 iii
  • 5. LISTA DE TABELAS TABELA 2. 1 - GERAÇÕES DOS PORTAIS PÚBLICOS..................................................................15 TABELA 2. 2 - GERAÇÕES DOS PORTAIS CORPORATIVOS.......................................................15 TABELA 2. 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTAIS QUANTO AO CONTEXTO ............................16 TABELA 2. 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTAIS QUANTO À FUNÇÃO ....................................16 TABELA 2. 5 – REQUISITOS MÍNIMOS DE UM PORTAL CORPORATIVO: 15 REGRAS DE ECKERSON ...................................................................................................................................20 TABELA 2. 6 – NÍVEIS DE SOFISTICAÇÃO DE UM PORTAL CORPORATIVO.........................22 TABELA 3.1 – PERSPECTIVA HISTÓRICA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO ......................34 TABELA 3.2 – FORÇAS MOTRIZES PARA O FOCO DAS EMPRESAS EM GESTÃO DO CONHECIMENTO.........................................................................................................................36 TABELA 3.3 – CAPACITAÇÃO ORGANIZACIONAL EM GESTÃO DO CONHECIMENTO .....48 TABELA 3.4 – ESTÁGIOS DE EVOLUÇÃO EM GESTÃO DO CONHECIMENTO – RECURSOS E CAPACITAÇÃO ORGANIZACIONAL....................................................................................53 TABELA 5.1– POSSÍVEIS CENÁRIOS PARA O DESENHO DE PORTAIS EM UMA ABORDAGEM ECOLÓGICO-COMPORTAMENTAL...............................................................89 TABELA 5.2 - PROCESSOS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO E TECNOLOGIAS DE APOIO ......................................................................................................................................................101 iv
  • 6. LISTA DE FIGURAS FIGURA 2. 1 - AUDIÊNCIA DO Yahoo! APÓS LANCAMENTO DO My.Yahoo! ..........................10 FIGURA 2. 2 – EVOLUÇÃO DOS PORTAIS NO TEMPO ................................................................14 FIGURA 2. 3 –COMPONENETES DE UM PORTAL CORPORATIVO ...........................................25 FIGURA 2. 4 – COMPONENTES-CHAVE DA ARQUITETURA DE PORTAIS .............................32 FIGURA 3. 1- A CADEIA DO CONHECIMENTO – CICLO DE INOVAÇÃO.................................56 FIGURA 4. 1 - MODELO DE PARADIGMA DA FACILITAÇÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL COM USO DE PORTAIS CORPORATIVOS ..........................................60 FIGURA 4. 2 – PROCESSOS DE CONVERSÃO DO CONHECIMENTO DE NONAKA E TACKEUCHI .................................................................................................................................66 FIGURA 4. 3 – IMPACTO DOS PORTAIS NO DESEMPENHO DAS ATIVIDADES DOS COLABORADORES .....................................................................................................................71 FIGURA 4. 4 – BENEFICIOS ESPERADOS DOS PORTAIS CORPORATIVOS .............................74 FIGURA 4. 5 – COMO SÃO MENSURADOS OS BENEFICIOS DOS PORTAIS............................74 FIGURA 4.6 - DIAGRAMA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO COOPERATIVO..........................77 FIGURA 4. 7 - RECURSOS DE CONHECIMENTO PARA INTEGRAÇÃO ....................................79 FIGURA 5.1– DEFINIÇÃO DE TRABALHADOR DO CONHECIMENTO E PROCESSO DE TRABALHO...................................................................................................................................82 FIGURA 5. 2– PERFORMANCE - CONEXÃO ENTRE FLUXO DE CONHECIMENTO E FLUXO DE TRABALHO ............................................................................................................................82 FIGURA 5.3 – TAREFAS TÍPICAS DO TRABALHOR DO CONHECIMENTO .............................83 FIGURA 5. 4 – O PORTAL CORPORATIVO COMO ESPAÇO DE TRABALHO COMPARTILHADO......................................................................................................................85 FIGURA 5. 5 – ABORDAGEM ECOLOGICO-COMPORTAMENTAL PARA DESENHO DE PORTAIS........................................................................................................................................86 FIGURA 5.6 – SUPORTE DO PORTAL AOS PROCESSOS DE CONHECIMENTO DE NONAKA E TACKEUCHI..............................................................................................................................92 FIGURA 5.7 – CICLO DE COMPARTILHAMENTO DE CONHECIMENTO .................................99 FIGURA 5.8 – PROPOSTA DE PORTAL DO CONHECIMENTO – VISÃO DO USUÁRIO ........105 FIGURA 5. 9 – PORTAL DO CONHECIMENTO - ARQUITETURA BÁSICA PROPOSTA ........115 v
  • 7. Resumo da Monografia apresentada à Escola de Engenharia/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de especialista em sistemas de negócios integrados. PORTAIS CORPORATIVOS: UMA FERRAMENTA ESTRATÉGICA DE APOIO À GESTÃO DO CONHECIMENTO Aline Maria Toledo Outubro/2002 Orientadores: Profa. Maria Luiza Machado Campos Prof. Vinícius Carvalho Cardoso Este traballho sintetiza algumas das principais teorias sobre gestão do conhecimento no contexto de negócios e apresenta as definições e classificações sobre portais corporativos e ferramentas tecnológicas de apoio à gestão do conhecimento. Conjugando essas idéias, constrói uma arquitetura de portal corporativo como ferramenta estratégica de apoio as práticas de gestão do conhecimento. vi
  • 8. 1 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1.1 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS O objetivo principal deste trabalho consiste em definir os requisitos e os componentes de uma arquitetura tecnológica de portais corporativos que possa ser aplicada à gestão do conhecimento. São os seguintes os objetivos específicos desse trabalho: Analisar as tecnologias aplicadas aos portais corporativos; Explicitar a importância da gestão do conhecimento dentro do paradigma de inovação das organizações; Pesquisar e classificar as tecnologias que dão suporte à gestão do conhecimento; Definir o papel que os portais corporativos terão que desempenhar para dar suporte às atividades de geração de conhecimento dos profissionais; Identificar os requisitos e os componentes tecnológicos necessários para habilitar a gestão do conhecimento organizacional; Propor uma arquitetura de portais corporativos para a gestão do conhecimento. 1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TRABALHO O XIV Fórum Nacional 2002, ocorrido em maio deste ano no Rio de Janeiro, organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE) com apoio do BNDES e com palestrantes do Banco Mundial, apresentou o tema contemporâneo: “O Brasil e a Economia do Conhecimento”, entendendo-se esta, como o modelo econômico no qual o conhecimento é o fator por excelência do desenvolvimento, diferentemente do modelo convencional, no qual tal papel é desempenhado pelo capital físico e outros fatores tradicionais (recursos naturais, capital intensivo, mão-de-obra não qualificada etc.). Este conceito foi elaborado a partir das linhas de ação propostas no relatório “Conhecimento para o Desenvolvimento” produzido entre 1998 e 1999 pelo Banco Mundial (BIRD). Como foi abordado no Fórum, existe uma tendência crescente no entendimento da gestão do conhecimento como direcionador chave da prosperidade nacional, do aprendizado, da inovação, assim como da geração do Produto Interno Bruto (PIB). Para DAHLMAN (2002), superintendente do Programa Knowledge for Development do Banco Mundial, a
  • 9. 2 habilidade de criar, acessar e usar o conhecimento está se transformando em fator determinante para a competitividade global. Esta profunda transformação alça os fatores intangíveis ao papel central de principais direcionadores de valor do ambiente de negócios nos países desenvolvidos e provoca um intenso debate acerca da obsolescência dos modelos de negócios, dos procedimentos contábeis e das métricas existentes, fundamentadas até então no capital estrutural ou físico. A crescente importância do capital intelectual e dos bens do conhecimento tem atraído grande atenção, tanto dos líderes empresariais quanto dos formuladores de políticas econômicas governamentais, para os indicadores não financeiros de crescimento e performance. Dentre outros, o desenvolvimento de capital humano e a aceleração do progresso tecnológico foram temas de grande relevância, tendo sido destacado que o exponencial desenvolvimento da Tecnologia da Informação propiciou grande dinamismo e capilaridade na difusão de informações e, por conseqüência, a possibilidade de maior disseminação e democratização do conhecimento. A constatação de que o conhecimento e a criatividade dos funcionários agregam valor às empresas, torna a gestão pró-ativa dos recursos de conhecimento parte fundamental para o crescimento dos negócios. Na emergente economia do conhecimento, a gestão do conhecimento passa a ser uma das competências essenciais para a competitividade das organizações que precisam cada vez mais apoiar a geração e a reutilização do conhecimento no desenvolvimento de produtos e tecnologias. Para isso, elas necessitam criar um ambiente organizacional propício ao aprendizado, à criação e à colaboração; redefinir o papel dos colaboradores da empresa e seus processos de trabalho; e disponibilizar infra-estrutura tecnológica adequada para dar suporte e consistência a essa estratégia. Sob a ótica dos negócios, são os conhecimentos explícitos e tácitos dos profissionais que determinam a capacidade das organizações em resolver os problemas, gerar novos conhecimentos e serem competitivas. Conhecimento é algo muito pessoal e tácito, sendo intrínseco à própria essência do ser humano. Isto significa que externalizar esse conhecimento não é algo que seja feito naturalmente.
  • 10. 3 Um aspecto importante e desafiador, portanto, na gestão do conhecimento é capturar o conhecimento e a experiência criada pelos profissionais quando estão exercendo suas funções e torná-los disponíveis para os demais colaboradores da organização. As empresas têm bens valiosos sedimentados no conhecimento informal (tácito) de seus profissionais e que normalmente existem apenas na memória humana sendo, por isso mesmo, precariamente preservado e gerenciado. Existem muitas barreiras técnicas e culturais para capturar este conhecimento informal e transformá-lo em explícito. A tecnologia da informação pode dar suporte a esses objetivos. Os portais corporativos, se implementados com foco em gestão do conhecimento, podem se transformar em uma plataforma tecnológica capaz de proporcionar às empresas a infra-estrutura necessária para dar apoio nas transformações de seus modelos de negócios. Ao prover de forma simples dados, informações, conhecimentos e interação entre profissionais, clientes, parceiros e fornecedores que compartilham de interesses comuns, a arquitetura de portais pode construir um ambiente de receptividade cultural para a gestão do conhecimento que favoreça os processos de transformação entre as formas de conhecimento tácito e de conhecimento explícito. 1.3 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO A importância do conhecimento como um ativo das organizações que proporciona vantagem competitiva sustentável explica o grande interesse das empresas na gestão do conhecimento. O grande desafio das organizações atualmente está em identificar esse conhecimento e em como gerenciá-lo e usá-lo para toda a organização. Existe grande necessidade de desenvolver um melhor e mais acurado entendimento sobre a gestão do conhecimento como direcionador de uma estratégia para o mundo eletrônico dos negócios que resulte em um modelo sustentável. Para isso, os executivos precisam redefinir os fundamentos sobre as estratégias de negócio, a estrutura organizacional, o papel dos gerentes seniores, os processos organizacionais de conhecimento, o valor dos ativos e o uso da tecnologia da informação para se adequarem aos novos modelos de negócio. Há muitas interpretações diferentes para o significado da gestão do conhecimento e sobre a melhor forma do uso eficaz de seu potencial para as organizações. Para DAVENPORT & PRUSAK (1999), a gestão do conhecimento é definida como um conjunto
  • 11. 4 de ações disciplinadas e sistematizadas que uma organização pode tomar para obter o máximo valor do conhecimento disponível para ela. Conhecimento nesse contexto inclui tanto a experiência das pessoas da organização quanto os artefatos de informações, tais como documentos e relatórios, disponíveis na mesma e fora dela. A efetiva gestão do conhecimento requer tipicamente uma combinação apropriada de iniciativas organizacionais, sociais e gerenciais e, em muitos casos, o suporte ou desenvolvimento de tecnologia adequada. A maioria das empresas está fracamente posicionada para tirar vantagem dessa recente mudança de paradigma onde o conhecimento assume o papel de força dominante nas equações de crescimento e valor das firmas. Isso pode ser atribuído às dificuldades de adaptação (obsolescência dos modelos de negócios, barreiras culturais, deficiência dos sistemas de informação em vigor etc.) à transição de uma era na qual a vantagem competitiva fundamentava-se na informação para uma era na qual essa vantagem se concretiza pela criação de conhecimento. Nas últimas décadas, muitas iniciativas de desenvolvimento de sistemas para gestão do conhecimento falharam. Uma nova abordagem para a aplicação da tecnologia da informação à gestão do conhecimento é o objeto de estudo proposto para o presente trabalho de monografia. Os portais corporativos, direcionados para a gestão do conhecimento, são a convergência de muitas idéias, conceitos e tecnologias que surgiram nos anos mais recentes, após o advento da Internet comercial em 1994. A discussão da aplicabilidade dos portais corporativos como ferramenta para a gestão do conhecimento será fundamentada na noção de conhecimento tácito e explícito usada por NONAKA e TAKEUCHI (1997) na formulação da teoria do “Conhecimento Organizacional”, que tem como pressuposto que o conhecimento é criado por meio da interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. O conhecimento tácito é derivado da experiência pessoal, crenças e valores. O processamento de informações pelo cérebro humano produz o conhecimento tácito, que, por sua natureza, é difícil de ser formulado e comunicado. O conhecimento explícito ou codificado refere-se ao conhecimento transmissível em linguagem formal e sistemática e pode ser representado em forma de documentos, vídeos e manuais, cujo principal objetivo de serem criados é a comunicação com as demais pessoas.
  • 12. 5 Embora ambas as formas de conhecimento sejam de extrema importância para o funcionamento e a eficiência das empresas, o conhecimento tácito é considerado a base fundamental para a geração de novos conhecimentos. De acordo com NONAKA e TAKEUCHI (1997): “A chave da criação de conhecimento está na mobilização e conversão do conhecimento tácito”. Essas idéias conduzem ao foco central da questão: o processo através do qual o conhecimento é transformado entre as suas formas tácita e explícita. O conhecimento organizacional, porém, só é criado quando os indivíduos que participam desse processo compartilham, articulam e disponibilizam seus conhecimentos para os outros na organização. A essência do modelo de NONAKA e TAKEUCHI (1997) é dividir o processo de criação do conhecimento em quatro modos de conversão: Socialização – conversão de conhecimento tácito em conhecimento tácito; Externalização – conversão de conhecimento tácito em conhecimento explicito;. Combinação – conversão de conhecimento explicito em conhecimento explícito; Internalização – conversão de conhecimento explícito em conhecimento tácito. O valor deste modelo no presente contexto é que ele foca grande atenção no conhecimento tácito – presente em três das quatro categorias, nos indivíduos e na possibilidade do uso da tecnologia. O trabalho de monografia proposto tem como finalidade definir como os portais corporativos podem ser construídos para constituírem uma solução alternativa para a estruturação do conhecimento organizacional. Dado que todos os quatro modos de conversão são importantes para a gestão do conhecimento, que tem por finalidade promover a criação do conhecimento organizacional, os portais corporativos devem dar suporte a todos eles através de tecnologias apropriadas. Os portais corporativos, voltados para a gestão do conhecimento, são sistemas de software que através de um único ponto de acesso têm por finalidade prover de forma simples, rápida e eficiente o acesso a todas as informações (estruturadas e não estruturadas, internas e externas às empresas) e a todos os sistemas aplicativos existentes e ainda dar
  • 13. 6 suporte às comunidades de profissionais do conhecimento que compartilham dos mesmos interesses. No trabalho serão discutidas as tecnologias de portais corporativos, o papel que os portais do conhecimento terão para dar suporte às atividades de geração de conhecimento dos profissionais, os componentes tecnológicos embutidos nos portais e outras funcionalidades de ferramentas de apoio à gestão do conhecimento. Vale ressaltar que esta monografia tem como objetivo principal definir uma arquitetura tecnológica para portais corporativos que auxilie as organizações a melhor gerir e se capitalizar do conhecimento organizacional criado pelos profissionais, quando do exercício de suas funções. O trabalho, portanto, não tratará da construção ou uso de sistemas especialistas ou sistemas baseados em conhecimento que têm por finalidade substituir o raciocínio humano por máquinas inteligentes. Para a grande maioria das aplicações de negócios, o conhecimento humano continuará sendo uma valiosa fonte de recursos e as tecnologias que consigam contribuir para isso serão crescentemente valorizadas. 1.4 MÉTODO DE TRABALHO Para SANTOS (2001), a pesquisa bibliográfica fundamenta-se na organização e na interpretação analítica e avaliativa de dados, conforme as linhas de raciocínio pré- estabelecidas. A matéria-prima do raciocínio são os dados, que basicamente se constituem de axiomas científicos, da autoridade de autores consagrados, ilustrações, testemunhos e, até mesmo, da experiência pessoal coerente do pesquisador. O raciocínio é desenvolvido de forma indutiva (parte-se de experiências e observações particulares para se chegar a um princípio geral), ou de forma dedutiva (parte-se de um princípio geral para verificá-lo em casos particulares). A metodologia que será utilizada no trabalho de elaboração da Monografia está baseada na pesquisa bibliográfica, abordada por Santos. O propósito da pesquisa é o aprofundamento do estudo sistemático das duas áreas temáticas, Tecnologia da Informação e Gestão do Conhecimento, objetos de análise do trabalho proposto. A interpretação analítica e avaliativa dos dados será apoiada também pelos anos de experiência profissional da autora em gestão de recursos de Tecnologia da Informação, planejando, dirigindo e implementando projetos de Tecnologia, Infra-estrutura, Telecomunicações, Sistemas e Automação de
  • 14. 7 Processos, em que teve a oportunidade de elaborar as linhas estratégicas de aplicação de tecnologias e arquiteturas de TI para dar suporte aos negócios. 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO Em função dos objetivos apresentados, este trabalho se divide em três grandes partes. Os capítulos 2, 3 e 4 são baseados na revisão da literatura; o capítulo 5 propõe uma arquitetura tecnológica que conjugue a tecnologia de portais corporativos com algumas teorias de gestão do conhecimento, e o capítulo 6 condensa as principais considerações e conclusões. No capítulo 2, procura-se mostrar uma concepção geral sobre a tecnologia de portais corporativos, apresentando sua evolução e sua importância cada vez mais estratégica na informática corporativa. O capítulo 3 faz uma revisão bibliográfica para mostrar a evolução da gestão do conhecimento, dando-se ênfase a perspectiva organizacional e ao ambiente de negócios, procurando-se, dessa maneira, estabelecer um elo de ligação com as discussões mais práticas relacionadas à gestão do conhecimento nas empresas. O capítulo 4 possui caráter mais analítico, na medida em que descreve um modelo de paradigma que mescla conceitos e teorias com relatos de práticas adotadas em vários tipos de empresas. Nesta parte, tem-se, pois, a intenção de relacionar os trabalhos de autores, que se preocuparam em analisar a tecnologia de portais corporativos com as práticas e relatos de empresas inovadoras ou de sucesso, com base em algumas das teorias comentadas no capítulo 3. Neste capítulo também é feita uma análise do papel do portal corporativo como infra- estrutura para apoiar o trabalho do conhecimento. O capítulo 5 se preocupa, primeiramente, em entender como os trabalhadores do conhecimento buscam, estruturam, compartilham e contextualizam informações e experiências requeridas para o desempenho de suas funções diárias. Em seguida, apresenta uma abordagem para o desenho e especificação do portal como um espaço para colaboração, comunicação e compartilhamento de conhecimento. E, complementarmente, como resultado das compilações, análises e reflexões das várias conclusões parciais sintetizadas ao longo dos capítulos e refinadas à luz de algumas questões estratégicas discutidas no capítulo 3, é construída e apresentada uma proposta de portal do conhecimento com sua respectiva arquitetura para apoiar as práticas de gestão do conhecimento nas organizações.
  • 15. 8 Neste capítulo 6 são resumidas as várias conclusões apresentadas ao longo do trabalho, enunciadas as principais contribuições do mesmo e sugeridas algumas possibilidades para futuras pesquisas.
  • 16. 9 CAPÍTULO 2 - CONCEITUANDO PORTAIS 2.1 CONCEITO No início da Internet comercial, em 1994, o termo usado atualmente como portal era conhecido como mecanismo de busca, cuja finalidade era facilitar o acesso às informações contidas em vários documentos dispersos pela Internet. Utilizando recursos de pesquisas booleanas e navegação associativa entre links, os mecanismos de busca auxiliavam os usuários localizar documentos na Internet. Com objetivos de reduzir o tempo de busca para encontrar informações relevantes na Internet e ajudar usuários inexperientes, alguns sites de busca passaram a utilizar o conceito de categorias, agrupando sites e documentos em grupos pré-definidos de acordo com seu conteúdo. Site de Navegação passou a ser a expressão utilizada para descrever os sites (Excite, Infoseek, Yahoo!, Lycos, entre outros) que passaram a disponibilizar essas novas funcionalidades. Posteriormente, foram implementadas funções de integração, tais como, chats em tempo real, comunidades de interesse e listas de discussão, personalização de conteúdo definido pelo usuário e acesso direto a conteúdos especializados e comerciais (REYNOLDS & KOULOPOULOS, 1999). A grande popularidade dos portais deu-se, em grande parte, devido ao sucesso obtido pelo Yahoo! com o lançamento, em 1996, de um serviço de portal personalizado chamado MyYahoo! que permitiu aos usuários configurarem suas próprias interfaces Web, definindo as informações que eram pertinentes e significantes para eles (PLUMTREE, 1999). As organizações rapidamente notaram o sucesso deste produto em termos de sua adoção e uso pelo público em geral e começaram a vislumbrar a possibilidade de utilização dessa mesma tecnologia para organizar e facilitar o acesso às informações internas da empresa.
  • 17. 10 FIGURA 2. 1 - AUDIÊNCIA DO Yahoo! APÓS LANCAMENTO DO My.Yahoo! FONTE: PLUMTREE (1999) Quando descrevem a evolução dos portais Web, REYNOLDS e KOULOPOULOS (1999) destacam como progressão básica as seguintes fases: pesquisa booleana, navegação por categorias, personalização e, por fim, a expansão de funções para outras áreas dos ambientes de informação e comerciais. Em termos gerais, os portais corporativos seguiram uma trajetória semelhante a dos portais Web, ou portais do consumidor, entretanto num espaço de tempo bem menor. As primeiras versões dos portais corporativos, que continham vínculos referenciais às informações da empresa e mecanismos de busca, rapidamente evoluíram para portais mais complexos e interativos que embutem aplicações para aumentar a produtividade individual e do grupo (ECKERSON, 1999b). Por se tratar de um conceito recente, a terminologia encontrada na literatura que faz referência aos portais corporativos é bastante diversificada, sendo comum a utilização de termos tais como “portal corporativo”, “portal de negócios”, “portal de informações corporativas” e “portal de informações empresariais” como sinônimos (FIRESTONE, 1999). FIRESTONE (1999) afirma que o processo de definição de portal corporativo é um processo político de negócios. Para o autor, assim como para os consultores e analistas de mercado, os fornecedores de software usam diferentes definições para portais corporativos em função das características de seus produtos. Segundo ele, o poder ou tentativa de persuadir usuários e investidores da área de tecnologia da informação que uma definição é mais apropriada que
  • 18. 11 outra pode beneficiar os interesses de analistas, de consultores ou de fornecedores de software empresariais, concorrentes no mercado. No relatório “Enterprise Information Portals” da empresa de consultoria Merril Lynch que traça um panorama do mercado de software empresarial, SHILAKES e TYLMAN (1998) empregam pela primeira vez o termo “portal de informações empresariais” ou EIP (Enterprise Information Portal), definindo: Portais de informações empresariais são aplicativos que permitem às empresas libertar informações armazenadas interna e externamente, provendo aos usuários uma única via de acesso à informação personalizada necessária para a tomada de decisões de negócios. [Eles são]...um amálgama de aplicações de software que consolidam, gerencia, analisam e distribuem informações não só internamente, como também para o ambiente externo à organização (incluindo ferramentas de business intelligence, gestão de conteúdo, datawarehouse, gestão de dados e informações). A abrangência da definição de EIP no relatório de SHILAKES e TYLMAN (1998) alia duas funções aos portais corporativos: suporte à decisão e processamento colaborativo, embora não seja dado maior destaque ao segundo aspecto. Ainda nesse relatório, também é enfatizada a idéia do EIP como um portal de acesso à grande variedade de dados, conteúdo, e aplicações. WHITE (1999a) define EIP como uma ferramenta que provê, aos usuários de negócios, uma única interface Web às informações corporativas espalhadas pela empresa. Dentro dessa conceituação genérica, WHITE (1999) ressalta as duas funções mencionadas anteriormente por SHILAKES e TYLMAN (1998) e classifica os EIPs em duas categorias: EIP para processamento de decisões e EIP para processamento colaborativo. Segundo WHITE (1999a), a primeira categoria de EIP auxilia executivos, gerentes e analistas de negócios no acesso às informações necessárias para a tomada de decisões. Por sua vez, a segunda categoria, EIP para processamento colaborativo, ajuda os usuários a organizar e compartilhar informações de grupos de trabalho, tais como mensagens de correio eletrônico, relatórios, memorandos, atas de reunião etc. Contrastando com SHILAKES e TYLMAN (1998) e WHITE (1999a), MURRAY (1999) apresenta uma visão de portal corporativo como algo além de uma porta de acesso às informações empresariais. Pare ele, os portais corporativos devem também conectar os usuários não apenas a tudo que necessitam, mas a todos que necessitam e proporcionar todas as ferramentas necessárias para que possam trabalhar juntos. Dessa forma, MURRAY (1999)
  • 19. 12 coloca a necessidade dos portais serem capazes de atender a todas as expectativas funcionais dos usuários corporativos, e não apenas serem uma ferramenta de tomada de decisão ou de acesso a informações. MURRAY (1999) distingue quatro tipos de portais corporativos: “portais de informações empresariais”, que conectam os usuários às informações; “portais colaborativos”, que habilitam as equipes de trabalho estabelecerem áreas de projetos virtuais ou comunidades através de ferramentas de colaboração; “portais de especialistas”, que conectam pessoas com base em suas experiências, interesses e informações que precisam; e por fim, os “portais do conhecimento” que combinam todas as características dos anteriores para prover conteúdo personalizado com base no que cada usuário faz. Para MURRAY (1999), os portais de informações empresariais são simplesmente o primeiro e limitado estágio do desenvolvimento dos portais, ou seja, são apenas uma via de acesso a todas as variedades de conteúdo. Para ele, muito mais importante são os portais colaborativos, os portais de especialistas e os portais do conhecimento, que pretendem prover apoio às várias atividades dos usuários corporativos. Assim, as categorias de portais apresentadas por MURRAY (1999) podem ser vistas, de forma geral, como estágios de evolução dos portais corporativos com base no tipo de conteúdo e nas ferramentas que são expostas aos usuários (MORRISON, 2000). REYNOLDS e KOULOPOULOS (1999), por sua vez, enfatizam pouco os aspectos de suporte à decisão e de acesso a dados estruturados nas aplicações de portais, dando maior ênfase à concepção do portal como de suporte a tarefas, fluxo de dados, colaboração implícita e criação e integração de conhecimento. Para eles, o portal é visto como um sistema de informações centrado no usuário, integrando e divulgando conhecimentos e experiências de indivíduos e equipes, atendendo, assim, às necessidades atuais de organizações baseadas no conhecimento. Esses autores argumentam, também, que o portal corporativo e o portal público têm propósitos fundamentalmente diferentes e são construídos para atender necessidades distintas de grupos de usuários de interesses diversos. Os portais públicos têm uma relação unidirecional com os usuários. Em geral, o principal propósito é atrair grande número de visitantes para construir audiências on-line com tendências para comprar o que os anunciantes do portal estão oferecendo. O portal corporativo, por sua vez, apresenta objetivos bem
  • 20. 13 diferentes. Seu principal propósito é expor e disponibilizar informações específicas de negócio para auxiliar os usuários de sistemas informatizados a serem mais competitivos. Ser competitivo requer um modelo bidirecional que possa apoiar as necessidades crescentes dos trabalhadores do conhecimento por ferramentas interativas de gestão de informação e de conhecimento. Alinhado com essa abordagem, UEHARA (2001) identifica algumas denominações atribuídas aos portais baseadas nos modelos de negócios dos mesmos. Segundo ele, a mobilização da Internet no suporte aos negócios teve início com as home pages institucionais que evoluíram para implementações com enfoques específicos. Nesse contexto, surgem os portais B2B (Business To Business), B2C (Business To Consumer) e B2E (Business To Employee). O portal B2B é um modelo de negócio que apóia transações eletrônicas entre companhias. Esses portais são desenhados para proporcionar a interconexão entre parceiros, fornecedores e clientes corporativos, facilitar a troca de informações entre empresas e habilitar a realização de negócios eletrônicos. Eles enfocam na segurança da extranet, exploram a verticalização da indústria e geralmente estão voltados para atividades como cotações de preços, pedidos, leilões etc. O portal B2C é um modelo de negócio que apóia o comércio eletrônico entre varejistas e consumidores da Web. Uma diferença básica entre as transações realizadas nos portais B2B e B2C é o relacionamento entre as partes envolvidas. Nos portais B2B os participantes são parceiros comerciais e têm uma relação de negócios preestabelecida, nas transações eletrônicas do B2C os varejistas comercializam com desconhecidos. Nesses portais, esforços extras precisam ser realizados para capturar informações do cliente e de pagamento. Esses portais concentram-se em escalabilidade, gerenciamento de transações e retenção de clientes. O portal B2E é um modelo de negócio que apóia comunicações eletrônicas entre a empresa e seus colaboradores. Esses portais têm por escopo fornecer informações úteis ao trabalho dos colaboradores e transmitir a filosofia e visão da empresa. Esses portais têm foco na integração das aplicações empresariais, desenvolvimento de comunidades e colaboração entre os pares.
  • 21. 14 O THE DELPHI GROUP (2002) apresenta o surgimento temporal desses portais. Como mostra a Figura 2.2, os portais evoluíram rapidamente: na metade da década de 90 foi o advento dos portais de Internet para navegação/mídia e do final da década até o presente prosperaram os portais B2C; já os portais corporativos surgiram no final da década de 90 e progrediram continuamente de B2E (Intranet) para B2B (Extranet). FIGURA 2. 2 – EVOLUÇÃO DOS PORTAIS NO TEMPO FONTE: THE DELPHI GROUP (2002) Utilizando outra abordagem, ECKERSON (1999a) também comenta os estágios evolutivos dos portais públicos e dos portais corporativos. Para ele, os portais públicos passaram por três gerações diferentes: referencial, personalizado e interativo. Já para os portais corporativos, o autor identifica quatro gerações: as três gerações anteriores acrescidas da especialização, sendo que, para estes portais, a evolução aconteceu em uma janela de tempo bem menor. Enquanto os portais públicos iniciaram com os mecanismos de busca em meados de 1990 e só recentemente implementaram aplicativos de personalização e interatividade, os portais corporativos disponíveis no mercado passaram da primeira à terceira geração apenas em um ano, em 1999. Ele acrescenta ainda que os portais corporativos têm um potencial de expansão ainda maior que os portais públicos. As Tabelas 2.1 e 2.2 mostram a evolução dos portais públicos e corporativos, segundo a visão de ECKERSON (1999a).
  • 22. 15 TABELA 2. 1 - GERAÇÕES DOS PORTAIS PÚBLICOS Geração Categoria Características das gerações dos portais públicos Primeira Referencial Mecanismo de busca, com catálogo hierárquico de conteúdo da Web. Cada entrada do catálogo contém uma descrição do conteúdo e um link. Segunda Personalizado O usuário, por meio de um identificador e uma senha, pode criar uma visão personalizada do conteúdo do portal, conhecida como "MinhaPágina". Essa visão mostra apenas as categorias que interessam a cada usuário. O portal pode avisar ao usuário sempre que um novo conteúdo for adicionado às categorias por ele assinaladas. Terceira Interativo O portal incorpora aplicativos, tais como correio eletrônico, chat, listas de discussão, cotação da bolsa, comércio eletrônico, leilões, permitindo ao usuário interagir com o portal e com seu provedor de conteúdo. Os usuários podem selecionar essas aplicações para suas páginas pessoais. FONTE: ECKERSON (1999a) TABELA 2. 2 - GERAÇÕES DOS PORTAIS CORPORATIVOS Geração Categoria Características das gerações dos portais corporativos Primeira Referencial Com as mesmas características dos portais públicos da primeira geração, essa geração de portais corporativos enfatizam mais a gerência de conteúdo, disseminação em massa das informações corporativas e o suporte à decisão. Segunda Personalizado Além das características apresentadas pelos portais públicos da segunda geração, nessa geração de portais corporativos os usuários podem publicar documentos no repositório corporativo para que esses sejam também visualizados por outros usuários. Essa geração privilegia a distribuição personalizada de conteúdo. Terceira Interativo Incorpora aplicativos que melhoram a produtividade das pessoas e equipes, tais como correio eletrônico, calendários, agendas, fluxos de atividades, gerência de projeto, relatórios de despesas, viagens, indicadores de produtividade etc. Essa geração adiciona o caráter colaborativo ao portal, provendo múltiplos tipos de serviços interativos. Quarta Especializado Portais baseados em funcionalidades profissionais, para gerência de atividades específicas na organização, tais como vendas, finanças, recursos humanos etc. Essa geração envolve a integração de aplicativos corporativos com o portal, de forma que os usuários possam executar transações, ler, gravar e atualizar os dados corporativos, e ainda incorpora outras possibilidades como comércio eletrônico, por exemplo. FONTE: ECKERSON (1999a) 2.2 TIPOS DE PORTAIS Com base nas definições, conceitos e análises apresentadas por SHILAKES e TYLMAN (1998), REYNOLDS e KOULOPOULOS (1999), ECKERSON (1999b), FIRESTONE (1999), WHITE (1999), MURRAY (1999) e MORRISON (2000), os portais podem ser classificados, em relação ao contexto de sua utilização, em portais públicos e portais corporativos; e, em relação às suas funções, em portais com ênfase em suporte à
  • 23. 16 decisão, portais com ênfase em processamento colaborativo e portais de suporte à decisão e processamento colaborativo. As Tabelas 2.3 e 2.4, a seguir, sintetizam essas classificações, as categorias de portais e as principais características dos mesmos. TABELA 2. 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTAIS QUANTO AO CONTEXTO Classificação Características Portal Público Também conhecido por portal Web, portal Internet ou portal de consumidores, provê ao usuário uma única interface à imensa rede de servidores que compõem a Internet. Sua função é atrair o público em geral que utiliza a Internet, estabelecendo um relacionamento com seus visitantes e constituindo-se em uma mídia adicional para o marketing de produtos. Portal Corporativo REYNOLDS e KOULOPOULOS (1999) consideram o portal corporativo como uma evolução das Intranets, incorporando novas tecnologias que possibilitam identificação, captura, armazenamento, recuperação e distribuição de grandes quantidades de informações de múltiplas fontes, internas e externas, para as pessoas e equipes de uma organização. FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA A PARTIR DE SHILAKES e TYLMAN (1998), REYNOLDS e KOULOPOULOS (1999), ECKERSON (1999b), FIRESTONE (1999), WHITE (1999), MURRAY (1999) e MORRISON (2000) TABELA 2. 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTAIS QUANTO À FUNÇÃO Classificação Características Portais com ênfase em suporte à decisão - auxiliam executivos, gerentes e analistas a acessar as informações corporativas para a tomada de decisões. Podem ser incluídos nessa categoria: Portal de Capaz de organizar grandes acervos de conteúdo a partir dos temas ou assuntos neles informações ou contidos, conectando as pessoas às informações. Não há preocupação com a conteúdo interatividade e o processamento colaborativo entre usuários e especialistas. No contexto organizacional, a aplicação de um portal apenas de conteúdo seria insuficiente para atender aos objetivos de negócios das empresas. Portal de negócios Tem como função disponibilizar aos usuários corporativos informações tais como relatórios, pesquisas, documentos textuais, planilhas, mensagens de correio eletrônico, páginas Web, vídeos etc. É o ponto central de partida para os aplicativos de gerenciamento de conteúdo e de processamento de decisões, conectando-os a informações estruturadas e não estruturadas. Portal de suporte à Utiliza ferramentas inteligentes e aplicativos analíticos para capturar informações decisão armazenadas em bases de dados operacionais, no data warehouse ou ainda em sistemas externos à organização e, a partir dessas informações, gera relatórios e análises de negócio para serem distribuídos eletronicamente aos diversos níveis de tomada de decisão na empresa. Portais com ênfase em processamento colaborativo - lidam com informações tanto da cadeia produtiva tradicional, armazenadas e manipuladas por aplicativos corporativos, como informações geradas por pessoas ou grupos fora dessa cadeia. Integram essa categoria de portais: Portal colaborativo Utiliza ferramentas colaborativas de trabalhos em grupo (groupware) e de fluxo de tarefas/ documentos (workflow) para prover acesso a informações geradas por pessoas ou grupos. As informações manipuladas por esse tipo de portal são geralmente não estruturadas, personalizadas e encontram-se sob a forma de textos, memorandos, gráficos, mensagens de correio eletrônico, boletins informativos, páginas Web e arquivos multimídia.
  • 24. 17 TABELA 2. 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS PORTAIS QUANTO À FUNÇÃO Classificação Características Portal de Capaz de relacionar e unir pessoas com base em suas habilidades e experiências. É um especialistas meio de comunicação e troca de experiências entre pessoas especializadas em determinadas áreas do conhecimento, por meio de comunicação em tempo real, educação à distância e manutenção de cadastro automático de especialistas. Portais de suporte à decisão e processamento colaborativo – mais abrangentes, conectam os usuários a todas as informações e pessoas necessárias para a realização dos negócios. São consolidados, em um mesmo ambiente, aplicativos de gerenciamento de conteúdo, processamento de decisões, groupware, workflow, correio eletrônico, business intelligence, sistemas especialistas etc. Nessa categoria encontram-se: Portal de Utiliza metadados e linguagem XML (Extensible Markup Language) para integrar os informações dados não estruturados, mantidos em arquivos textuais, relatórios, mensagens de empresariais – EIP correio eletrônico, gráfico, imagens etc., aos dados estruturados das bases de dados do data warehouse, fornecendo acesso às informações organizacionais a partir de uma interface individualizada, disponível na rede corporativa (Intranet). Portal do Ponto de convergência dos portais de informações, colaborativos e de especialistas, conhecimento sendo capaz de implementar tudo que os outros tipos de portais implementam e de fornecer conteúdo personalizado de acordo com a atividade de cada usuário. A ênfase é o acesso a informações não estruturadas e nos especialistas. FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA A PARTIR DE SHILAKES e TYLMAN (1998), REYNOLDS e KOULOPOULOS (1999), ECKERSON (1999b), FIRESTONE (1999), WHITE (1999), MURRAY (1999) e MORRISON (2000) 2.3 REQUISITOS DE UM PORTAL CORPORATIVO Não existe uma definição padronizada, sobre quais serviços e funcionalidades deveriam ser incluídos em uma plataforma de portal corporativo. UEHARA (2001) coloca que os portais para darem suporte aos negócios das empresas devem injetar inteligência na execução das tarefas do dia-a-dia, automatizar e agilizar as transações de e-business, elevar a produtividade e conter custos operacionais. Para ele, a própria dinâmica dos negócios eletrônicos tende a impulsionar a convergência dos dados e das aplicações dos sistemas internos e externos das empresas usuárias, num franco processo de diluição de fronteiras. Esse ambiente vem atraindo a atenção de um número cada vez maior de fornecedores de tecnologia, com os mais distintos perfis, que identificam diversas oportunidades e um grande filão de mercado. No momento, existem diversos vendedores de software fornecendo soluções de portal. Ao reunir em um só produto várias tecnologias já existentes em software tais como sistemas de gestão de documentos, business intelligence, automação de escritórios, groupware, data warehouse, Intranet etc., os fornecedores de produtos nessas áreas têm se posicionado, também, como fornecedores do mercado de portais corporativos. Cada produto disponível no mercado tem características próprias, estrutura
  • 25. 18 diferenciada ou componentes adicionais, apresentados como vantagens competitivas, quando comparado aos concorrentes. Dessa forma, a tarefa de escolher um portal corporativo, dentre os vários produtos hoje oferecidos pela indústria de informática, tornou-se complexa e confusa. Com o propósito de melhor esclarecer essa nova tecnologia e auxiliar os executivos das empresas no processo de seleção do produto que mais se adeqüe às necessidades de seu negócio, analistas e consultores especializados têm publicado artigos e relatórios abordando os requisitos mínimos de um portal corporativo. As quinze regras de ECKERSON (1999c), por exemplo, apresentam as principais características de um autêntico portal corporativo e resumem os requisitos mínimos esperados de um portal. Para ele, essas regras podem servir como guia para os executivos questionarem os fornecedores de tecnologia de portais como seus produtos contemplam essas características atualmente e no futuro. A Tabela 2.5, apresentada a seguir, descreve as quinze regras em forma de requisitos e sumariza os principais comentários do autor. CAMPOS (2001), por sua vez, afirma que os portais têm assumido uma importância estratégica cada vez maior na informática corporativa. Na sua concepção, os portais, muitas vezes, são citados praticamente como sinônimos de interfaces de uso, sistemas de Intranet com algum componente de personalização ou Web sites não só por terem virado argumento de vendas para os fornecedores de software, mas também porque a ampla tecnologia envolvida traz em si indefinições. Segundo a autora, o que distingue um portal corporativo de um simples site ou Intranet, ou diferentes tipos de portais entre si, são aspectos funcionais. Nessa mesma linha de raciocínio, TERRA e GORDON (2002) quando definem portais corporativos, fazem, normalmente, referências a “serviços”, porque para eles isso é que importa para os usuários finais e para os administradores do portal. No intuito de tornar um pouco mais claro como os portais corporativos são diferentes de Intranets, os autores destacam várias características que definem um portal corporativo e mostram as diferenças entre os níveis de sofisticação encontrados em simples sites ou Intranets e portais corporativos básicos e avançados. Para eles, os primeiros são instrumentos para departamentos específicos das empresas publicarem suas informações ou disponibilizarem
  • 26. 19 seus serviços isolados, já os portais corporativos fornecem a infra-estrutura necessária para desenhar sistemas de informação totalmente configurados e personalizados para cada usuário, esteja este dentro ou fora da empresa. A Tabela 2.6, a seguir, apresenta essas características e como as mesmas são contempladas nos diferentes níveis de sofisticação de um portal corporativo.
  • 27. 20 TABELA 2. 5 – REQUISITOS MÍNIMOS DE UM PORTAL CORPORATIVO: 15 REGRAS DE ECKERSON Requisito Descrição Fácil para usuários eventuais Os usuários devem conseguir localizar e acessar facilmente a informação correta, com o mínimo de treinamento, não importando o local de armazenamento dessa informação. Encontrar informações de negócios no portal deve ser tão simples quanto usar um navegador Web. O portal deve servir como uma ponte para os usuários migrarem de métodos básicos de acesso e análise de informação para métodos mais sofisticados. Classificação e pesquisa O portal deve ser capaz de indexar e organizar as informações da empresa. Seu mecanismo de busca deve refinar e filtrar as intuitiva informações, suportar palavras-chave e operadores booleanos, e apresentar o resultado da pesquisa em categorias de fácil compreensão. Tanto usando um mecanismo de busca ou navegando em uma estrutura de classificação, os usuários devem poder visualizar descrições coerentes de objetos antes de recuperá-los. Compartilhamento colaborativo O portal deve permitir aos usuários publicar, compartilhar e receber informações de outros usuários. O portal deve prover um meio de interação entre pessoas e grupos na organização. Na publicação, o usuário deve poder específicar quais usuários e grupos terão acesso a seus documentos/objetos. Conectividade universal aos O portal deve prover amplo acesso a todo e qualquer recurso informacional, suportando conexão com sistemas heterogêneos, tais recursos informacionais como correio eletrônico, bancos de dados relacionais e multidimensionais, sistemas de gestão de documentos, servidores Web, groupware, sistemas de áudio, vídeo etc. Para isso, deve ser capaz de gerenciar vários formatos de dados estruturados e não estruturados. Acesso dinâmico aos recursos Por meio de sistemas inteligentes, o portal deve permitir acesso dinâmico às informações nele armazenadas, fazendo com que os informacionais usuários sempre recebam informações atualizadas. O portal deve prover também acesso dinâmico a objetos criados por fornecedores de ferramentas de administração de documentos e business intelligence. Este acesso requer o desenvolvimento de interfaces de integração. Roteamento inteligente O portal deve ser capaz de direcionar automaticamente relatórios e documentos a usuários selecionados como parte de um processo bem definido de fluxo de informações. Ferramenta de business Para atender às necessidades de informação dos usuários, o portal deve integrar os aspectos de pesquisa, relatório e análise dos intelligence integrada sistemas de business intelligence. Arquitetura baseada em servidor Para suportar um grande número de usuários e grandes volumes de informações, serviços e sessões concorrentes, o portal deve basear-se em uma arquitetura cliente-servidor. Serviços distribuídos Para melhor balanceamento da carga de processamento, o portal deve distribuir os serviços por vários computadores ou servidores. Preferencialmente, os intra e inter processos de comunicação devem ser gerenciados por protocolos padrões (TCIP/IP, CORBA, DCOM etc.) e em produtos baseado nesses serviços.
  • 28. 21 TABELA 2. 5 – REQUISITOS MÍNIMOS DE UM PORTAL CORPORATIVO: 15 REGRAS DE ECKERSON Requisito Descrição Flexibilidade na definição das O administrador do portal deve ser capaz de definir permissões de acesso para usuários e grupos da empresa, por meio dos perfis permissões de acesso de usuário. Estas permissões definem os tópicos ou categorias que os usuários têm acesso, canais que podem subscrever, funções que podem usar, os dados que podem ver e nível de interatividade com relatórios. Interfaces externas O portal deve ser capaz de se comunicar com outros aplicativos e sistemas, sendo possível ler e sincronizar outros serviços de diretório e interagir com os demais repositórios de informação. Interfaces programáveis O portal também deve ser capaz de ser "chamado" por outros aplicativos, tornando pública sua interface programável (API - Application-Programming Interface). Esta as empresas disponibilizar os serviços do portal de como questão e informando capacidades, de dentro um existindo, aplicação ou local de Rede. Esta característica permite as empresas embutir um portal empresarial em um Web site já existente ou criar um portal customizado. Segurança Para salvaguardar as informações corporativas e prevenir acessos não autorizados, o portal deve suportar serviços de segurança, como criptografia, autenticação, firewalls etc. Deve também possibilitar auditoria dos acessos a informações, das alterações de configuração etc. Fácil instalação e administração Deve ser de fácil instalação, configuração e manutenção, e aproveitar, na medida do possível, a base instalada de hardware e software adquirida/ contratada anteriormente pela organização. Deve ainda prover um meio de gerenciar todas as informações corporativas e monitorar o funcionamento do portal de forma centralizada e dinâmica. Customização e personalização O administrador do portal deve ser capaz de customizá-lo de acordo com as políticas e expectativas da organização, assim como os próprios usuários devem ser capazes de personalizar sua interface para facilitar e agilizar o acesso às informações consideradas relevantes. Além disso, os usuários devem poder personalizar o portal, tornando-o mais fácil para seu próprio uso. FONTE: ELABORADA A PARTIR DE ECKERSON (1999c)
  • 29. 22 TABELA 2. 6 – NÍVEIS DE SOFISTICAÇÃO DE UM PORTAL CORPORATIVO Aspectos Intranet Portal Corporativo Básico Portal Corporativo Avançado Organização e Geralmente descentralizada Gerenciamento centralizado (unificação de Múltiplos níveis de gerenciamento baseado na Gerenciamento (proliferação de URLs)– Muito URLs) – fácil gerenciamento dos privilégios de Web e altamente coordenados. Facilidade para trabalhoso, baixo nível de grupos e usuários – requer instalação em um configurar diferentes níveis de gerenciamento – habilidade exigida banco de dados separado facilita a análise do histórico de todos os eventos Personalização Nenhuma personalização Personalização limitada (preferências básicas do Personalização avançada (pleno controle do usuário, restritas à localização fixa) layout e cores), baseada em perfis, dinâmica em tempo real e ativada por dispositivo, localização atual do usuário ou largura de banda Busca Mecanismo de rastreamento Busca melhorada (texto livre, booleano, Busca avançada (buscas colaborativas e por (spider) básico bayesiana, conceitos, linguagem natural, afinidade) – associações de indivíduos com popularidade) – fornece notificação – busca de assuntos – resultados internos e externos da Web documentos estruturados e não-estruturados unificados – buscas em arquivos multimídia Taxonomia Apenas uma hierarquia de alto Muitos níveis de categorias, altamente ligados Outras formas de categorização (ex.: espacial, nível e muitos documentos não via hyperlinks – categorização automática – árvores hiperbólicas) – thesaurus (dicionário) categorizados diretório bem organizado avançado Ferramentas de Não são integradas com o portal Integradas apenas no nível de notificação – mas Profundamente integradas, sem necessidade de Colaboração corporativo associa com e-mail, debates on-line – software carregar aplicativo específico – inclui de gerenciamento de projeto – calendários e mensagens instantâneas e ambientes eletrônicos agendas de reunião Sistemas de Não disponibilizado Disponível de modo limitado – carga de Amplamente disponível – indexação automática Gerenciamento do documentos trabalhosa– suporta controle de dos documentos – funcionalidades de processos Conteúdo (SGC) versões e roteamento de documentos e workflow Ferramentas de Aplicativo separado de software Aplicativo integrado de software Integrado e facilmente customizável – pesquisas Medição em tempo real Integração com Rara Pouca integração e restrita apenas em nível de Integração múltipla e profunda das fontes de aplicações internas interface/relatórios. Aplicações executadas no dados. Integração com mainframe e aplicativos (ERP, CRM etc.) servidor Web legados. Aplicações executadas em um servidor de aplicações separado
  • 30. 23 TABELA 2. 6 – NÍVEIS DE SOFISTICAÇÃO DE UM PORTAL CORPORATIVO Aspectos Intranet Portal Corporativo Básico Portal Corporativo Avançado Integração com Nenhuma Pouca integração e restrita apenas à interface Integração de muitos conteúdos e fontes de aplicações externas e dados – mesma plataforma para aplicações B2E, fontes de dados B2B e B2C – integração com XML Ambiente de Padrões básicos da Internet – Requer alto nível de habilidades de programação Fornece soluções turnkey facilmente desenvolvimento HTML, DHTML, JAVA, JSP etc. – não é facilmente customizável customizáveis – suporta desenvolvimento orientado a objeto Arquitetura do Sistema Servidor Web básico usando Arquitetura multi-camadas – clara separação das Suporte para aplicações baseadas em XML, sem e Desempenho padrões Internet – aplicativos camadas de apresentação e aplicação – integra-se fio e P2P e soluções robustas e integradas para integrados de software exigem facilmente com a maioria dos bancos de dados e aplicativos internet, Intranet e extranet. APIs muito desenvolvimento funciona nos sistemas operacionais mais executados em servidores separados customizado populares Segurança Firewall comum Suporta protocolos padronizados de autenticação Suporta criptografia de alto nível e soluções e segurança customizadas – identificação unificada FONTE: TERRA & GORDON (2002)
  • 31. 24 2.4 ARQUITETURA E COMPONENTES O portal corporativo não é uma única tecnologia ou sistema, mas um conjunto de tecnologias, que se corretamente integradas, provêem uma única interface ao usuário para acessar qualquer recurso de informação e de processos de negócio. As funcionalidades do portal e sua utilidade são moldadas em função de sua arquitetura e dos serviços disponibilizados por essa arquitetura. É, portanto, crítico à construção de portais corporativos, que se entenda a natureza distinta de cada componente do modelo de arquitetura de portal, bem como o modo no qual cada componente se relaciona aos outros. Os sistemas de informação existentes na empresa e as fontes externas de informação desempenham importante papel de apoio aos trabalhadores das organizações. O intuito do portal, em essência, é agir como um mecanismo de integração universal para todas estas fontes de informação e ao mesmo tempo prover flexibilidade aos usuários de forma que cada profissional possa adaptá-lo para refletir suas necessidades individuais. Dada a complexidade destes desafios, a implementação de um portal requer um significativo conjunto de elementos arquitetônicos e componentes. Segundo THE DELPHI GROUP (2000a), o portal administra fontes de informação e categorização da informação, aplicações e conteúdo para aumentar e melhorar os processos de trabalho dos usuários. Para fazer isto, o portal tem que considerar nove componentes básicos de funcionalidade: integração, categorização, mecanismos de busca, publicação e distribuição, processos, colaboração, personalização, apresentação e ciclo de aprendizado, conforme ilustrado no diagrama da Figura 2.3 e descritos a seguir.
  • 32. 25 FIGURA 2. 3 –COMPONENETES DE UM PORTAL CORPORATIVO FONTE: THE DELPHI GROUP (2000a) Componente: Integração Como o diagrama mostra, a base de qualquer implementação de portal depende fundamentalmente de sua capacidade de integração. O componente de Integração provê a estrutura de acesso a fontes de informação internas e externas, tornando-as disponíveis no portal. O desafio da funcionalidade do componente de integração do portal é criar a rede de fontes de informação que são necessárias para dar suporte às exigências de conhecimento específico para o dia-a-dia de trabalho do profissional. Neste sentido, THE DELPHI GROUP (2000b) define três necessidades básicas de integração para os portais: integrar as informações estruturadas; integrar as informações não estruturadas e integrar as pessoas. As fontes de dados estruturados incluem repositórios dos sistemas legados, repositórios dos bancos de dados das aplicações, pacotes de aplicações, sistemas de data warehouse e business intelligence. A diversidade de fontes, no entanto, que os portais devem integrar é significativamente mais abrangente que as aplicações dos ambientes tradicionais
  • 33. 26 por causa da capacidade multimídia e hipermídia construídas nos protocolos que apóiam as tecnologias da Internet. As informações não estruturadas mais relevantes podem ser do tipo: documentos gerados pelos aplicativos do Microsoft Office (Word, Excel, PowerPoint etc.), mensagens de correio eletrônico, páginas Web e informações contidas em aplicativos de colaboração (agendas eletrônicas, fórum on-line etc.). A integração de pessoas é diferente da integração de sistemas, e a experiência da Internet tem desenvolvido um conjunto de tecnologias para apoiar essa integração. O portal beneficia-se deste legado e estende o alcance da facilidade de integração para explicitamente incorporar as interações humanas na organização. Há principalmente duas áreas nas quais o portal pode contribuir para o desenvolvimento do que é essencial nas disciplinas de gestão do conhecimento e das práticas organizacionais. A primeira área concentra-se nas funcionalidades dos sistemas de mensagens e correio eletrônico e das ferramentas de groupware, que serão discutidas adiante em arquitetura de colaboração. A segunda área envolve um conjunto de tecnologias dedicadas a descobrir características e perfis das pessoas nas suas interações com informação eletrônica e usar esses perfis de forma integrada com outros objetos eletrônicos no portal do conhecimento (THE DELPHI GROUP, 2000b). Todas estas aplicações, no entanto, devem estar integradas entre si e com os sistemas externos. O desafio para o planejador do portal corporativo é determinar que nível de integração com estes sistemas garantirão o acesso desejado. E esta não é uma tarefa simples, principalmente, se cada produto a ser implementado foi desenvolvido por diferentes fornecedores, para diferentes mercados, utilizando diferentes arquiteturas (SHILAKES; TYLMAN, 1998). Componente: Categorização O segundo componente, a Categorização, traz como maior benefício para o portal a informação contextual. Os profissionais nas organizações não trabalham com informações isoladas, mas em domínios de compreensão que são criados através de camadas inter- relacionadas de significado. Dentro de cada organização, elementos como práticas de negócio, iniciativas de administração, história corporativa, estrutura e cultura, recursos profissionais disponíveis e requisitos de aprendizagem constroem um contexto para trabalhar com a informação. Capturar e dar suporte a este contexto é uma das primeiras percepções na prática
  • 34. 27 de gestão do conhecimento em muitas companhias. Para o portal corporativo dar apoio aos negócios da organização, a informação disponível neste contexto deve refletir esses padrões estabelecidos (THE DELPHI GROUP, 2000b). TERRA e GORDON (2002) ressaltam que qualquer empresa precisa lidar com os aspectos de categorização e organização da informação e, portanto, necessitam desenvolver categorias e estruturas de informação que façam sentido para seus próprios negócios e para as comunidades específicas que usam seu sistema. Para os autores, o processo de rotular ou categorizar, atua tanto no sentido de assegurar que os mecanismos de buscas encontrarão os documentos e informações solicitadas como para distribuir os documentos com base em regras de personalização. Para eles, o processo de busca por uma informação específica deve ser o mais intuitivo possível. Nesse sentido, os metadados, que são definidos como informação sobre informação, desempenham importante papel ao permitirem que documentos diferentes possam ser agrupados de forma lógica. Componente: Busca O componente de Busca provê facilidade centralizada para localizar informações específicas nas diversas fontes disponíveis no portal ou acessíveis a ele. Um dos desafios de integrar funcionalidade de busca aos portais corporativos é resolver a frustração e o ceticismo resultantes das experiências dos usuários com inadequados mecanismos de busca na Internet pública que retornam grande volume de informações irrelevantes ao tema pesquisado. Segundo THE DELPHI GROUP (2000b), quatro requisitos devem guiar o desenvolvimento do mecanismo de busca para oferecer resultado eficaz: indexação contextual; acesso a metadados; acesso completo a descrições de documentos e busca baseada em conceitos. Na mesma linha de pensamento, TERRA e GORDON (2002) afirmam que o objetivo de um mecanismo de busca é fornecer, para cada consulta, os resultados mais relevantes e não o maior número de resultados. Os autores ressaltam que as pessoas, em função de diversos fatores, efetuam a busca de maneiras completamente diferentes. Acrescentam ainda que, para atender as várias circunstâncias individuais e ao rápido crescimento da quantidade de informação e tipos de fontes de dados e conhecimento, essas ferramentas devem incluir características e níveis de sofisticação dos mais simples aos mais complexos, tais como: buscas por palavra-chave e frase exata; buscas booleanas; buscas com
  • 35. 28 inferência bayesiana que apresentam resultados, baseando-se na freqüência com que as palavras aparecem no documento; buscas conceituais que utilizam dicionários ou abordagem estatística; busca por contexto que retornam resultados baseados no contexto do usuário que realizou a busca; busca em linguagem natural que permite ao usuário submeter uma consulta usando a estrutura de perguntas da língua falada; buscas com filtros colaborativos que supõem que indivíduos que compartilham interesses semelhantes vão considerar documentos similares como relevantes etc. O componente de busca é, portanto, uma tecnologia chave para descobrir e fornecer informações relevantes, sendo importante que suas funcionalidades se estendam para todas as fontes de dados estruturados e não estruturados. A seleção de uma solução apropriada de uma ferramenta de busca dependerá das necessidades específicas da organização e da complexidade das fontes de informação que precisam ser rastreadas. Componente: Publicação e Distribuição O quarto componente, Publicação e Distribuição, deve dar suporte a criação de conteúdo, autorização, inclusão e distribuição de conteúdo on-line em múltiplos formatos. THE DELPHI GROUP (2000b) ressalta a importância do portal corporativo estar baseado em um processo de publicação e distribuição que encoraje a criação e o fluxo de informação na organização, mas que evite infra-estrutura complexa e dificuldades de administração. TERRA e GORDON (2002), por sua vez, reforçam que um importante objetivo de qualquer solução de portais ou iniciativa em gestão de conteúdo deveria contemplar a descentralização e delegação de poder para que os colaboradores da organização possam incluir informação e conhecimento no sistema e disponibilizar os mesmos para grupos específicos, para toda empresa ou para clientes e parceiros. Ainda em relação ao componente Publicação e Distribuição, THE DELPHI GROUP (2000a) destaca três serviços relevantes suportados por essa camada de arquitetura: autorização, aprovação e processo de publicação e manutenção. O objetivo é não só dar suporte a publicações atualizadas e ao fluxo de informações na organização, mas também minimizar os esforços de administração do portal. Parra isso, os portais precisam disponibilizar rotas de fácil acesso a ferramentas de autorização. Quanto à aprovação e publicação, os maiores desafios são assegurar a precisão e a temporalidade do conteúdo. O
  • 36. 29 primeiro sendo alcançado por um processo disciplinado de aprovação que revisa os pedidos de publicação submetidos ao portal, e, para o segundo elemento deve-se observar a necessidade de reduzir o tempo de aprovação e disponibilizar mais rapidamente o conteúdo para o portal. Em relação à manutenção, é fundamental ter uma abordagem que considere a administração de ciclo de vida das informações definidas para o conteúdo do portal, incluindo início da publicação, especificação de tempo de duração e procedimento de arquivamento ou descarte das informações ou documentos quando não mais necessários, assegurando-se, assim, uma certificação de qualidade de conteúdo para os usuários. Componente: Suporte a Processos O quinto componente dessa arquitetura, o Suporte a Processos, vai ao encontro das necessidades dos portais estenderem suas funcionalidades e dar apoio não só ao acesso às informações, mas também aos processos de administração de negócio eletrônico. Neste sentido, para THE DELPHI GROUP (2000b), devem ser projetadas aplicações de automatização de processos para dar suporte as atividades comuns de negócio eletrônico tais como, rotas de documentos e formulários, acompanhamento de status das mensagens de solicitação e respostas num processo de negociação, iniciar transações, disparar eventos de cobrança, sistemas de inventário e distribuição e serviços para monitorar instâncias de fluxos de processos predefinidos. Componente: Colaboração De forma semelhante ao componente anterior de suporte a processos, a Colaboração, sexto componente, amplia o papel do portal corporativo de quiosque de informação para um novo patamar, o das interações organizacionais. Para HUMMINGBIRD (2000b), a capacidade de colaboração dos portais corporativos permite interações de funcionário-para-funcionário, funcionário-para-cliente e outras trocas entre parceiros de negócio e acionistas. Habilitando este nível de interatividade, as soluções de portais podem, por exemplo, reduzir drasticamente o tempo requerido para atividades de atendimento ao consumidor e também melhorar as relações com os acionistas. THE DELPHI GROUP (2000b), por sua vez, chama atenção para três áreas de maior impacto na configuração de um projeto de colaboração para portais: identificação dos
  • 37. 30 níveis esperados de benefício, seleção das características de tecnologia de colaboração e avaliação de desenvolvimento de software ou opções de transição. A Colaboração deve ser avaliada e apoiada em nível corporativo e a comunicação deve ser suportada tanto na forma assíncrona (correio eletrônico, repositórios de dados, fóruns de discussão, sistemas de gerenciamento de documentos, ferramentas de workflow etc.) quanto na forma síncrona, (sistemas eletrônicos de reuniões, videoconferência, ferramentas de chat etc.). TERRA e GORDON (2002) complementam que, enquanto as ferramentas síncronas permitem que duas ou mais pessoas trabalhem em conjunto ao mesmo tempo, independentemente de estarem no mesmo lugar ou em lugares diferentes, as ferramentas assíncronas são particularmente úteis para profissionais que têm agendas intensas e participam de múltiplos projetos. Componente: Personalização O sétimo componente da arquitetura, a Personalização, é um elemento crítico de produtividade e efetiva administração de informação de forma individualizada. O conceito de “Minha Página!” possibilita aos usuários configurarem suas interfaces, definindo layout de apresentação, eliminando conteúdo desnecessário ou indesejado e moldando a informação que é disponibilizada ou acessada pelo portal aos seus reais interesses para maximizar eficiência (HUMMINGBIRD, 2000b). Isto concede a interface de portal uma proposição de valor, em dois níveis: os usuários podem selecionar se exibem ou não certas categorias ou canais de conteúdo e podem também controlar a relevância e o local de colocação dos artigos e conteúdos que requisitaram. THE DELPHI GROUP (2000b) acrescenta que as funções de personalização podem heuristicamente, baseadas nos perfis individuais, rastrear as fontes de informação disponíveis no portal em busca de documentos novos ou outros elementos que possam ser de interesse de cada usuário, adicionando às funcionalidades do portal um mecanismo útil de suporte ao conhecimento. Componente: Apresentação A camada de Apresentação, oitavo componente da arquitetura, é a responsável pelo paradigma de único ponto de acesso prometido pelos portais. Um grande desafio para os portais é endereçar ao mesmo tempo as questões de layout de exibição, de forma integrada e
  • 38. 31 em pequeno espaço, de uma variedade de informações e as questões de contexto e facilidade de uso (THE DELPHI GROUP, 2000b). Em relação à questão de desenho do layout, HUMMINGBIRD (2000b) complementa que os portais precisam integrar todos os elementos que um usuário tem acesso de forma consistente, visualmente agradável e que faça sentido para o mesmo. Componente: Ciclo de Aprendizado O Ciclo de Aprendizado, último componente, difere dos outros elementos arquitetônicos por não se preocupar com um aspecto específico de gestão da informação, mas com a contínua eficácia do próprio portal. Embora seja ignorado pela maioria dos fornecedores de solução de portais, é um componente importante na identificação das contínuas mudanças de necessidade de informação dos diversos tipos de profissionais e no provimento dos ajustes e atualizações com a rapidez exigida pelos usuários de sistemas on- line. Essas questões podem ser endereçadas por ferramentas analíticas e por tecnologias que oferecem mecanismos inteligentes de aprendizagem, incluindo manipulação e métricas de utilização (quem são os usuários do portal e onde eles fazem suas buscas), avaliação de conteúdo (identificação das informações do portal que são relevantes aos usuários e as que não são) e gestão inteligente de conteúdo (tecnologia de agentes, redes neurais, processo de linguagem natural etc.) (THE DELPHI GROUP, 2000b). TERRA e GORDON (2002) ilustram uma arquitetura de portais, que à exceção do componente Ciclo de Aprendizado, contempla todos os demais componentes da arquitetura apresentada pelo THE DELPHI GROUP (2000a). Esta arquitetura como pode ser vista no diagrama da Figura 2.4, considera um conjunto de funcionalidades que devem ser integradas em uma arquitetura de portais cujos componentes, segundo os autores, podem ser agrupados da seguinte forma: camada de Apresentação e Personalização, Solução de Busca, Aplicações Web e os Conectores, responsáveis pela integração dos demais componentes.
  • 39. 32 FIGURA 2. 4 – COMPONENTES-CHAVE DA ARQUITETURA DE PORTAIS FONTE: TERRA & GORDON (2002) Em resumo, a meta do portal é ser um ponto de acesso único no qual os usuários possam tirar proveito das funcionalidades de cada componente sem ter conhecimento que eles estão sendo executados em diversas camadas de tecnologia. É importante estabelecer que o portal corporativo não é uma simples tecnologia, mas uma aplicação que integra um conjunto de tecnologias, seguindo um desenho altamente individualizado da informação. Cada desenho ou configuração de portal deriva dos requisitos únicos de negócio de uma organização e do seu contexto de informação, e a maioria das organizações precisará selecionar e implementar uma série de componentes para atender suas exigências específicas, tanto internas quanto externas. Um software de portal corporativo deve oferecer um framework de integração para que as organizações e seus colaboradores juntos integrem, em uma única interface, a grande variedade de aplicações tais como ERP, CRM, SCM, gestão de conteúdo, correio eletrônico, colaboração, sistemas legados e outros sistemas já em uso na empresa.
  • 40. 33 Deve-se enfatizar, ainda, que o sucesso de um projeto de portal corporativo não dependerá estritamente da integridade e funcionalidade de cada componente individual, mas da boa integração entre todos eles. Em resumo, pode-se dizer que uma nova geração de ferramentas e componentes de desenvolvimento para portais corporativos surge no mercado e direcionam-se para prover apoio a uma gama de objetivos e metas organizacionais. Essas metas incluem: A comunicação dos objetivos da empresa e a promoção de uma compreensão comum; O estabelecimento de um ambiente de colaboração efetiva (tanto dentro quanto fora da organização); Habilidade para estender segurança, aplicações de informação e inteligência do negócio à gestão do conhecimento e a novas práticas de negócio. As áreas específicas onde um portal corporativo pode fazer diferença dependerão em grande parte da estratégia do portal, que podem ser implementados como: o Parte de uma iniciativa de gestão de conhecimento – em que o suporte aos trabalhadores do conhecimento e ao ambiente colaborativo são os principais objetivos; o Parte de uma estratégia de negócio eletrônico, ou extranet – em que o foco são os clientes, fornecedores e parceiros, ou; o Uma Intranet – voltada às informações internas da empresa.
  • 41. 34 CAPÍTULO 3 – UMA ABORDAGEM À GESTÃO DO CONHECIMENTO 3.1 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO Uma perspectiva histórica do tema gestão do conhecimento indica que esta é uma disciplina que envolve várias tradições intelectuais e tem muitas origens, emergindo tanto do pensamento filosófico abstrato quanto dos acadêmicos, pedagogos, consultores e líderes empresariais. As abordagens mais recentes vêm dos esforços para explicar as forças motrizes econômicas na “era do conhecimento” e das iniciativas, no Século XX, para aumentar a eficácia e competitividade das empresas. Como pode ser visto na Tabela 3.1, resumo dos esforços históricos relacionados à gestão do conhecimento apresentados por WIIG (1999), disciplinas como sociologia, economia, psicologia, assim como as ciências da administração, entre outras, têm contribuído para um entendimento mais orientado à ação, de indagações do tipo “o quê”, “como” e “por quê” referentes ao conhecimento nas organizações. TABELA 3.1 – PERSPECTIVA HISTÓRICA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO Esforços Históricos Religião e Filosofia (epistemológico) Entender o papel e a natureza do conhecimento e a permissão para os indivíduos “pensarem por si mesmo”. Psicologia Entender o papel do conhecimento no comportamento humano. Ciências Econômicas e Sociais Entender o papel do conhecimento na sociedade Teoria Organizacional Entender o papel do conhecimento no trabalho e sua organização Iniciativas do Século 20 Racionalização de Trabalho (Taylorismo), Gestão Melhorar a eficácia das empresas da Qualidade Total e Ciências da Administração Psicologia, Ciências Cognitivas, Inteligência Aprender mais rápido que os concorrentes e prover os Artificial e Organizações que Aprendem fundamentos para tornar as pessoas mais eficazes FONTE: ELABORADA A PARTIR DE WIIG (1999) Estas e outras perspectivas das origens da gestão do conhecimento foram e continuam sendo discutidas por muitos autores. A partir de meados da década de 80, no entanto, o tema atraiu sobremaneira a atenção de acadêmicos e consultores para a análise e discussão da gestão do conhecimento no contexto de negócios, sob a ótica da melhoria do desempenho das organizações e de suas vantagens competitivas. Entre tantos autores, listados
  • 42. 35 em PRUSAK & CONNOLLY (1995) e referenciados, de forma recorrente, em diversos artigos e bibliografias, destacam-se: Harlan Cleveland (1985)1, Peter Drucker (1985)2, Karl Sveiby (1986)3, Paul Romer (1989)4, Peter Senge (1990)5, James Badaracco (1991)6, Tom Peters (1992)7, Ikujiro Nonaka & Hirotaka Takeuchi (1995)8, Kevin Kelly (1996)9, Leif Edvinnson & Michael Malone (1997)10, Thomas Stewart (1997)11, Dorothy Leonard (1998)12, Thomas Davenport & Laurence Prussak (1999)13, entre outros. Esse grande interesse pela gestão do conhecimento pode ser, em parte, explicado pela confluência e evolução natural de vários fatores direcionados pelas forças de competição, como por exemplo, diferentes demandas de mercado, novas práticas de operação e gestão, viabilidade da aplicação de tecnologia da informação em gestão do conhecimento, entre outros. WIIG (1999) destaca três forças motrizes que encorajam as companhias a enfocar especial atenção e esforços à gestão do conhecimento: forças motrizes externas, forças motrizes internas e desenvolvimentos contínuos. A Tabela 3.3 sumariza os principais fatores direcionadores e suas características, levantados pelo autor. 1 CLEVELAND, H. (1985). The Knowledge Executive: Leadership in an information society. New York: Truman Tally Books. 2 DRUCKER, P. F. (1985).Innovation and Entrepreneurship: Practice and Principles.Publisher: Harper Business 3 SVEIBY, K.E. (1986), The New Organizational Wealth: Managing and Measuring Knowledge-Based Assets. San Francisco: Berrett-Koehler. 4 ROMER, P. (1989). What determines the Rate of Growth and Technological Change. World Bank Working Papers, WPS 279. 5 SENGE, P. M. (1990). The Fifth Discipline:The Art & Practice of the Learning Organization. New York: Dobleday Currency. 6 BADARACCO, J. L. Jr. (1991). The Knowledge Link: How Firms Compete Through Strategic Alliances. Harvard Business School Press. 7 PETER, T. (1992). Liberation Management. Knopf Alfred 8 NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. (1995). The Knowledge-Creating Company: How Japanese Companies Create the Dynamics of Innovation. New York: Oxford University Press. 9 KELLY, K. (1996). The Economics of Ideas. Wired, v. 4, n. 6: 10 EDVINNSON, L; MALONE, M. S. (1997). Intellectual Capital: Realizing Your Company’s True Value by Finding its Hidden Brainpower. New York: Harper Business. 11 STEWART, T. A. (1997). Intellectual Capital: The New Wealth of Organizations. New York: Doubleday. 12 LEONARD, D. (1998). Wellsprings of Innovation.Boston: Harvard Business School Press. 13 DAVENPORT, T. H..; PRUSAK, L. (1999). Working: How Organizations Manage What They Know. Boston: Harvard Business School Press.