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Não vale a pena o voluntarismo, é inútil, ler sem-
pre foi e será coisa de uma minoria. Não vamos
exigir a todo o mundo a paixão pela leitura.
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Não dei o meu apoio ao Plano Nacional de Leitura
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de leitura que foram lançadas no pais em tempos
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Entrevista ao JL (7 de Junho de 2006)
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Discursos
A primeira parte desta comunicação baseia-se
na dissertação de mestrado intitulada Discur-
sos sobre a leitura: análise da polémica em
torno do Plano Nacional de Leitura, que foi
por mim apresentada à FPCE da UL em 2006.
O fenómeno
da não-leitura
(crise leitura)
Francisco José
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Uma das notícias da semana passada
foi, sem dúvida, a apresentação das
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teressou-se vagamente pelo assunto,
porque chegou à conclusão de que se
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torno, cujo diagnóstico é certamente
pessimista.
José Manuel
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Não são só os nossos maus resulta-
dos nos testes de literacia: todos os
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estamos na cauda da Europa, e por
vezes chegamos a estar mal clas-
sificados quando nos comparamos
com países muito mais pobres. Os
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cionalmente, pouco mais de metade
dos jornais que os espanhóis, um ter-
ço dos franceses, um quinto dos in-
gleses, um décimo dos nórdicos ou
dos japoneses. Não lemos, ponto.
Nem jornais, nem livros. Quem, mes-
mo assim, anda com um diário des-
portivo debaixo do braço corre o risco
de passar por um intelectual.
Vasco
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gem muito menor, e por isso é que o
caso português é tão grave. Deixa-nos
irremediavelmente no fim da tabela e
prepara-nos para um futuro sem saí-
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Vasco
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Não conheço muita gente, gente da
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educação tradicional. Porquê? Porque
ler implica um esforço: de atenção, de
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actividade e a nossa cultura é quase
inteiramente passiva. A televisão, o
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de computador não exigem nada, dei-
xam a pessoa num repouso impertur-
bado e bovino. Mudar isto equivale a
mudar o mundo. Não se faz com um
"plano".
O fenómeno
da não-leitura
(crise leitura)
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a não ler - porque instrumentalizar a
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(considerando equivalentes não só
literatura e a notícia de jornal, como
Camões e as novelas «light») é a
melhor maneira de a matar. Mesmo
assim, e ao contrário do que se diz, as
crianças e os adolescentes gostam de
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medida que percebem que os adultos
não leem, ou só leem «a matéria»
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não ler).
Vasco
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a escola e a biblioteca, ainda por cima
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mas "ler bem" é muito melhor. É cla-
ro que ninguém, no seu perfeito juízo,
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trata de ler bons autores, de conhecer
a grandeza dos clássicos da nossa
língua e das outras línguas, da nossa
cultura e das outras culturas. Ninguém
é melhor cidadão por ter lido Fernan-
do Pessoa ou João de Barros. Mas a
capacidade de entender o mundo mel-
hora consideravelmente. Ler bem é,
também, aproveitar a felicidade de
ler, se se é feliz ao ler um livro que se
amou. Mas não se trata de uma
virtude cívica.
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Francisco José
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Os estatutos
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Francisco José
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curricular trata do "ensino do portu-
guês" e não do "ensino da literatura")
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Vasco
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O choque de que o nosso país preci-
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O papel da
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O estatuto
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proveito dos livros que têm come-
çado a estar ao alcance de um em-
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capaz de escolher a leitura que em
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ou será oferecida.
Vasco
Pulido Valente
Parece que as criancinhas do básico e
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em bibliotecas. O Plano Nacional da
Leitura não passa de uma fantasia
para uns tantos funcionários justi-
ficarem a sua injustificável existência
e espatifarem milhões, que o Estado
extraiu esforçadamente ao contri-
buinte. O Estado missionário não leva
com certeza a parte alguma. Ou leva,
leva a uns milhares de empregos para
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Vasco Pulido Valente: tem um opinião totalmente contrária
O estatuto
do bibliotecário
e da biblioteca
Leitura,
desenvolvimento,
cidadania
Francisco José
Viegas
Essa ideia é, além de irritante ("bons
cidadãos, bons leitores"), perversa e
ruim para a própria leitura. A leitura é
fonte de inquietação, de ruína, de
descalabro - e também de felicidade e
de preguiça. Nenhuma destas coisas
faz bons cidadãos. Ninguém é melhor
cidadão por ter lido Fernando Pessoa
ou João de Barros. Mas a capacidade
de entender o mundo melhora consi-
deravelmente. Ler bem é, também,
aproveitar a felicidade de ler, se se é
feliz ao ler um livro que se amou. Mas
não se trata de uma virtude cívica.
Inês
Pedrosa
É curioso observar como as mesmís-
simas pessoas que fazem vida de
zurzir no analfabetismo crónico do
país se abespinham quando surge
uma medida de combate a esse anal-
fabetismo - vide o agora enunciado
Plano Nacional de Leitura. Da Esquer-
da à Direita, várias vozes doutas se
prontificaram a futurar a inutilidade
do Plano, alegando que a leitura sem-
pre foi e será coisa de minorias. Ou-
tras, mais arrevesadas, chegam a ale-
gar que a democratização da leitura
é, em si mesma, perniciosa, porque
faz crescer a interpretação de grau
zero e a submissão ao senso comum.
Eduardo
Prado Coelho
A minha ingenuidade é ilimitada. Eu
pensei que um Plano Nacional de Lei-
tura era um projecto que suscitaria
um aplauso unânime. Existe há muito
nos outros países e corresponde no
nosso caso a uma necessidade pre-
mente. Mas logo um conjunto de vo-
zes se alevantou com as objecções
que qualquer coisa, seja ela qual for,
suscita neste país: que é inútil, que é
para uns tantos ganharem uns dinhei-
ros, que é uma intervenção na vida
social que deve ser livre como um
passarinho, que cada um deve ler o
que lhe apetece, e assim por diante,
na extensa imaginação que o dispara-
te sempre tem.
Leitura,
desenvolvimento,
cidadania
A leitura contribui para o desenvolvimento integral da pessoa
O combate à iliteracia é fundamental para o desenvolvimento do país
A relação bom leitor = bom cidadão é fortemente contestada
O papel do Estado é alvo de opiniões muito extremadas
Práticas
Práticas
A segunda parte desta comunicação baseia-se
no relatório Avaliação do Plano Nacional de
Leitura: Os primeiros cinco anos, que foi elabo-
rado pelo CIES do ISCTE sob coordenação de
António Firmino da Costa, em 2011.
O Plano Nacional de Leitura não é
um projecto-piloto, mas um instru-
mento de política pública de alcance
abrangente, vocacionado para a pro-
dução de efeitos de mudança positi-
va nas atitudes relativamente à leitu-
ra, nas práticas de leitura e nas com-
petências de literacia ao nível da so-
ciedade como um todo – em espe-
cial, no caso dos programas de apoio
à leitura orientada na escola, para a
produção desses efeitos no sistema
nacional de ensino básico e de edu-
cação pré-escolar.
Política pública de leitura
Após cinco anos decorridos é possível identi-
ficar com bastante segurança um conjunto de
impactos claramente positivos do Plano Na-
cional de Leitura:
• No desenvolvimento regular de activi-
dades de leitura num conjunto de con-
textos institucionais;
• No envolvimento, em iniciativas de pro-
moção da leitura e da literacia, de uma
diversidade de actores sociais;
• Nas práticas de leitura dos alunos,
assim como nas suas atitudes relativa-
mente à leitura e às bibliotecas e nas
suas competências de literacia;
• Na sensibilização da opinião pública a
respeito da importância da leitura e da
literacia e das acções que visam promo-
vê-las.
Impactos
Segundo a percepção dos
professores, com o PNL ocor-
reu um reforço significativo
das actividades de promoção
da leitura nas escolas. Pratica-
mente todas as escolas refe-
rem esse reforço; e um núme-
ro crescente delas assinala
mesmo que tais actividades
têm vindo a ser muito refor-
çadas.
Actividades promoção leitura
Não só o âmbito alargado dos impactos do PNL mas também a impor-
tância qualitativa desses impactos nas actividades de promoção da
leitura nas escolas assentam na articulação estreita entre o programa
Rede de Bibliotecas Escolares e o Plano Nacional de Leitura.
RBE
PNL
LER+
Estes protocolos [PNL e
CM] ilustram também
outro tipo de impactos
do Plano Nacional de
Leitura: o envolvimen-
to de uma pluralidade
de actores sociais (atrás
enumerados) na promo-
ção dos hábitos de lei-
tura e das competênci-
as de literacia na socie-
dade portuguesa.
Protocolos PNL / CM
As percepções dos vários actores sociais responsáveis pela aplicação dos programas do
Plano no terreno, particularmente os professores, são nitidamente positivas. As escolas
são praticamente unânimes em considerar que os professores promovem mais actividades
de leitura, as bibliotecas são mais frequentadas, os alunos lêem mais e melhor, os pais
estão mais atentos à importância da leitura para os filhos e a leitura recebe mais atenção
da sociedade em geral.
Actores
Sociais
Os resultados mostram, de forma muito clara, a melhoria das competências de leitura dos
alunos portugueses. Observa-se, entre 2000 e 2009, um aumento da pontuação média
obtida e uma aproximação ao valor médio do conjunto dos países da OCDE. Portugal con-
segue, assim, associar uma melhoria global dos resultados a uma diminuição na variação
do desempenho entre os alunos, devido a uma melhoria significativa dos resultados dos
alunos com níveis de competências mais baixos.
PISA
2000 / 2009
Entre os factores que terão contribuído para a
melhoria das competências de literacia dos alunos
portugueses encontra-se, sem dúvida, o PNL. Isso
mesmo é reconhecido pela OCDE quando enume-
ra, no relatório internacional sobre o PISA 2009, as
várias transformações ocorridas no sistema de en-
sino português a partir de 2005, fazendo referên-
cia explícita à importância do lançamento do PNL
para as melhorias registadas no domínio da leitura.
OCDE
reconhece
impacto
PNL
PISA 2009
Desempenho médio (leitura)
OCDE: 499
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Qual o impacto
efetivo do PNL?
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O debate em torno do Plano Nacional de Leitura

  • 1. Não vale a pena o voluntarismo, é inútil, ler sem- pre foi e será coisa de uma minoria. Não vamos exigir a todo o mundo a paixão pela leitura. José Saramago | Biblioteca Municipal Oeiras | 31 Maio 2006
  • 2. PNLDiscursos & Práticas ETerna Biblioteca Sintra | 13 e 14 de Setembro | CMS Filipe Leal [ fleal@cm-oeiras.pt ]
  • 3. Plano Nacional de Leitura Chegámos a um patamar em que a Leitura, ou mais precisamente a Não Leitura, se tornou factor de exclusão. Esta constatação exige dos gover- nantes uma tomada de posição, uma atitude. Em defesa de valores tão altos quanto a paz social, a qualificação dos portugueses, o desenvolvimento sustentado da nossa sociedade. A atitude que to- mámos tem um nome: chama-se Plano Nacional de Leitura. Isabel Pires de Lima, Ministra da Cultura Discurso de apresentação do PNL (1 de Junho de 2006)
  • 4. Plano Nacional de Leitura Não dei o meu apoio ao Plano Nacional de Leitura para depois o retirar. Recordei na Biblioteca Muni- cipal de Oeiras as várias campanhas de promoção de leitura que foram lançadas no pais em tempos recentes e menos recentes, e a prática inutilidade de todas elas, como é facilmente demonstrável, tanto pelo elevadíssimo número de analfabetos funcionais existente como pelas altas taxas de in- sucesso escolar e abandono do estudo. José Saramago, Prémio Nobel da Literatura Entrevista ao JL (7 de Junho de 2006)
  • 6. Qual deve ser o papel do Estado?
  • 8. PISA 2000 Desempenho médio (leitura) OCDE: 501 Portugal: 470
  • 10. Discursos A primeira parte desta comunicação baseia-se na dissertação de mestrado intitulada Discur- sos sobre a leitura: análise da polémica em torno do Plano Nacional de Leitura, que foi por mim apresentada à FPCE da UL em 2006.
  • 12. Francisco José Viegas Uma das notícias da semana passada foi, sem dúvida, a apresentação das ideias gerais que hão-de presidir ao Plano Nacional de Leitura. O país in- teressou-se vagamente pelo assunto, porque chegou à conclusão de que se atingiu – nas escolas e na vida famili- ar – uma espécie de ponto de não-re- torno, cujo diagnóstico é certamente pessimista.
  • 13. José Manuel Fernandes Não são só os nossos maus resulta- dos nos testes de literacia: todos os índices revelam, de alguma forma, que estamos na cauda da Europa, e por vezes chegamos a estar mal clas- sificados quando nos comparamos com países muito mais pobres. Os portugueses lêem, por dia, propor- cionalmente, pouco mais de metade dos jornais que os espanhóis, um ter- ço dos franceses, um quinto dos in- gleses, um décimo dos nórdicos ou dos japoneses. Não lemos, ponto. Nem jornais, nem livros. Quem, mes- mo assim, anda com um diário des- portivo debaixo do braço corre o risco de passar por um intelectual.
  • 14. Vasco Graça Moura Outros países têm problemas seme- lhantes [iliteracia], mas em percenta- gem muito menor, e por isso é que o caso português é tão grave. Deixa-nos irremediavelmente no fim da tabela e prepara-nos para um futuro sem saí- da.
  • 15. Vasco Pulido Valente Não conheço muita gente, gente da minha idade, que leia, apesar de uma educação tradicional. Porquê? Porque ler implica um esforço: de atenção, de inteligência, de memória. Ler é uma actividade e a nossa cultura é quase inteiramente passiva. A televisão, o DVD, a música popular ou a conversa de computador não exigem nada, dei- xam a pessoa num repouso impertur- bado e bovino. Mudar isto equivale a mudar o mundo. Não se faz com um "plano".
  • 16. O fenómeno da não-leitura (crise leitura) Temática da leitura é abordada pela negativa Ideia da crise da leitura é dominante Situação nacional pior que situação internacional Situação presente pior que situação passado Identificação clara causas fenómeno não-leitura
  • 17. Os estatutos das leituras e dos leitores
  • 18. Inês Pedrosa Não se pode obrigar ninguém a ler, mas o que se tem feito nas últimas décadas é obrigar as crianças e jovens a não ler - porque instrumentalizar a leitura (ler «a matéria» ou ler «para a disciplina A ou B») ou banalizá-la (considerando equivalentes não só literatura e a notícia de jornal, como Camões e as novelas «light») é a melhor maneira de a matar. Mesmo assim, e ao contrário do que se diz, as crianças e os adolescentes gostam de ler; vão perdendo esse prazer à medida que percebem que os adultos não leem, ou só leem «a matéria» (que é o mesmo que, efectivamente, não ler).
  • 19. Vasco Pulido Valente O Estado não gosta da escolha? Uma pena, mas não cabe ao Estado ori- entar o gosto do bom povo. No inte- rior, não há livrarias? Verdade. Só que a escola e a biblioteca, ainda por cima “orientadas”, não substituem a livra- ria. E um hipermercado, se me permi- tem a blasfémia, promove a leitura mais do que qualquer imaginável in- tervenção do Estado.
  • 20. Francisco José Viegas Certamente que "ler muito" é bom - mas "ler bem" é muito melhor. É cla- ro que ninguém, no seu perfeito juízo, está em condições de definir o que é "ler bem", embora se perceba que se trata de ler bons autores, de conhecer a grandeza dos clássicos da nossa língua e das outras línguas, da nossa cultura e das outras culturas. Ninguém é melhor cidadão por ter lido Fernan- do Pessoa ou João de Barros. Mas a capacidade de entender o mundo mel- hora consideravelmente. Ler bem é, também, aproveitar a felicidade de ler, se se é feliz ao ler um livro que se amou. Mas não se trata de uma virtude cívica.
  • 21. Vasco Pulido Valente Com eterno retorno, em que se tor- nou a vida portuguesa, volta a leitura, desta vez com um "plano". Pôr a cri- ançada a ler e o público em geral. Muito bem. A ler o quê? Os clássicos, dizem. Mas que espécie de clássicos? Gil Vicente, Camões, Vieira, Garrett, Camilo, Eça, Oliveira Martins, Cesário, Pessoa? Infelizmente, não há clássi- cos que se possam ler: tirando a poe- sia (um caso complicado), um pouco de Eça, de Camilo e Oliveira Martins, quanto muito. E o inevitável Júlio Dinis, se conseguir passar por clássico e se alguém hoje o aturar. O facto é que a literatura portuguesa é pobre.
  • 22. Francisco José Viegas Penso que o conhecimento dos clás- sicos é um dos melhores caminhos para conhecer a nossa história, a nossa língua e a nossa cultura. E que a leitura de um clássico é melhor do que a leitura de um regulamento do Big Brother, um artigo de jornal ou cartaz publicitário. Se o Plano Nacional de Leitura não devolver os clássicos da nossa língua à escola, não terá su- cesso.
  • 23. Eduardo Prado Coelho Tanta coisa a fazer, e meia-dúzia de espíritos conservadores a rosnarem contra a iniciativa! Não se trata de dizer às pessoas o que devem ler (leiam o que quiserem), nem de nen- hum voluntarismo (ao contrário do que me dizem que Saramago terá afirmado, mas eu não acredito). É preciso muita imaginação na promo- ção da leitura. Mas garanto-lhes que vale a pena. E se hoje se lê mais, o que é um facto, há duas observações que é preciso avançar: será que os esforços que já têm sido feitos não têm grande influência nisto? E ainda: têm a noção do que lê normalmente um jovem estudante universitário?
  • 24. Os estatutos das leituras e dos leitores Boas leituras (cânone literário) / Más leituras (best-sellers) Boas leituras = bons leitores / Más leituras = maus leitores Estabelecimento de um cânone escolar: • Leituras obrigatórias e prescritas • Cânone escolar = cânone literário • Padrão de gosto e referencial cultural
  • 25. O papel da escola e do professor
  • 26. Vasco Graça Moura Os livros, pois. Levar a população, so- bretudo os jovens, a ler mais. Tornar obrigatória a leitura de um conjunto de livros para cada ano escolar. Em França, os miúdos do secundário são obrigados a ler sete a oito livros por ano, para além das matérias que inte- gram a disciplina de Francês. E têm de falar deles nas aulas...
  • 27. José Manuel Fernandes Mas não chega, pelo que o Plano on- tem anunciado procura ir mais longe e criar hábitos (forçados) de leitura nos diferentes graus de ensino. Como ideia é positivo, corresponde mesmo a uma ruptura com a aceitação passi- va de que "não se pode fazer nada".
  • 28. Francisco José Viegas Mas a escola cumpre um papel essen- cial, razão porque há a esperar algu- ma coisa desta iniciativa, uma vez que na sua base está também o tra- balho de uma das pessoas que mais fez pela qualidade das bibliotecas es- colares, Teresa Calçada, além de uma autora que pôs muitos adolescentes no caminho da leitura, Isabel Alçada.
  • 29. Vasco Graça Moura Há décadas que, mais ou menos de seis em seis meses, novos relatórios, novos estudos e novas análises vêm sistematicamente concluir pelo fal- hanço total do nosso sistema de en- sino e pela impreparação clamorosa dos que o frequentam ou frequenta- ram.
  • 30. Francisco José Viegas Precisamente, alguns ideólogos es- tapafúrdios do ensino do Português (aqueles que dizem que a matéria curricular trata do "ensino do portu- guês" e não do "ensino da literatura") garantem que interessa acabar com a iliteracia e que a literatura não tem nada a ver com o assunto.
  • 31. Vasco Graça Moura O choque de que o nosso país preci- sa nessa matéria reconduz-se à varre- dela: é preciso varrer radicalmente do sistema a maior parte dos actuais programas, manuais, livros de estu- do, métodos de ensino, teorias peda- gógicas, talvez mesmo as próprias ba- ses em que funcionam as escolas su- periores de educação, formando pro- fessores cuja actuação, a despeito de boas classificações, de empenhamen- tos sinceros, das maiores boas von- tades e dedicações, redunda global- mente nos famigerados resultados re- feridos.
  • 32. O papel da escola e do professor O sistema de ensino é responsabilizado pelos baixos níveis literacia Existe uma apreciação negativa em relação aos professores Necessidade de introduzir profundas alterações na escola
  • 34. Eduardo Prado Coelho Para dar alguns exemplos, podemos lembrar que é possível racionalizar o que se passa nas bibliotecas públicas, poupando esforços e dinheiro do Or- çamento do Estado, fazendo circular exposições, ou criando ciclos comuns de conferências e debates, ou desen- volvendo essa excelente ideia que foi o lançamento das comunidades de leitores.
  • 35. José Manuel Fernandes É natural e salutar que isto preocupe as autoridades e é notável que nos últimos anos se tenha desenvolvido um esforço continuado, teimoso, de criar redes de bibliotecas municipais e de bibliotecas escolares. Ter um livro à mão é, pelo menos, um começo. Sejam pois bem-vindas as iniciativas previstas no Plano Nacional de Leitura - mas sejam ainda mais bem-vindos todos os que tirarem proveito dos livros que têm come- çado a estar ao alcance de um em- préstimo, à distância de um braço capaz de escolher a leitura que em centenas de bibliotecas públicas lhes é ou será oferecida.
  • 36. Vasco Pulido Valente Parece que as criancinhas do básico e do secundário não lêem, apesar do dinheiro já desperdiçado no ensino e em bibliotecas. O Plano Nacional da Leitura não passa de uma fantasia para uns tantos funcionários justi- ficarem a sua injustificável existência e espatifarem milhões, que o Estado extraiu esforçadamente ao contri- buinte. O Estado missionário não leva com certeza a parte alguma. Ou leva, leva a uns milhares de empregos para burocratas, bibliotecários, "mediado- res de leitura" (um truque novo) e pa- ra a tropa fandanga do costume.
  • 37. Reconhecimento importância bibliotecas (BP e BE) Importância papel BP na promoção da leitura Bibliotecas podem ser suportes para o PNL Bibliotecários geradores de dinâmicas culturais e sociais Vasco Pulido Valente: tem um opinião totalmente contrária O estatuto do bibliotecário e da biblioteca
  • 39. Francisco José Viegas Essa ideia é, além de irritante ("bons cidadãos, bons leitores"), perversa e ruim para a própria leitura. A leitura é fonte de inquietação, de ruína, de descalabro - e também de felicidade e de preguiça. Nenhuma destas coisas faz bons cidadãos. Ninguém é melhor cidadão por ter lido Fernando Pessoa ou João de Barros. Mas a capacidade de entender o mundo melhora consi- deravelmente. Ler bem é, também, aproveitar a felicidade de ler, se se é feliz ao ler um livro que se amou. Mas não se trata de uma virtude cívica.
  • 40. Inês Pedrosa É curioso observar como as mesmís- simas pessoas que fazem vida de zurzir no analfabetismo crónico do país se abespinham quando surge uma medida de combate a esse anal- fabetismo - vide o agora enunciado Plano Nacional de Leitura. Da Esquer- da à Direita, várias vozes doutas se prontificaram a futurar a inutilidade do Plano, alegando que a leitura sem- pre foi e será coisa de minorias. Ou- tras, mais arrevesadas, chegam a ale- gar que a democratização da leitura é, em si mesma, perniciosa, porque faz crescer a interpretação de grau zero e a submissão ao senso comum.
  • 41. Eduardo Prado Coelho A minha ingenuidade é ilimitada. Eu pensei que um Plano Nacional de Lei- tura era um projecto que suscitaria um aplauso unânime. Existe há muito nos outros países e corresponde no nosso caso a uma necessidade pre- mente. Mas logo um conjunto de vo- zes se alevantou com as objecções que qualquer coisa, seja ela qual for, suscita neste país: que é inútil, que é para uns tantos ganharem uns dinhei- ros, que é uma intervenção na vida social que deve ser livre como um passarinho, que cada um deve ler o que lhe apetece, e assim por diante, na extensa imaginação que o dispara- te sempre tem.
  • 42. Leitura, desenvolvimento, cidadania A leitura contribui para o desenvolvimento integral da pessoa O combate à iliteracia é fundamental para o desenvolvimento do país A relação bom leitor = bom cidadão é fortemente contestada O papel do Estado é alvo de opiniões muito extremadas
  • 44. Práticas A segunda parte desta comunicação baseia-se no relatório Avaliação do Plano Nacional de Leitura: Os primeiros cinco anos, que foi elabo- rado pelo CIES do ISCTE sob coordenação de António Firmino da Costa, em 2011.
  • 45. O Plano Nacional de Leitura não é um projecto-piloto, mas um instru- mento de política pública de alcance abrangente, vocacionado para a pro- dução de efeitos de mudança positi- va nas atitudes relativamente à leitu- ra, nas práticas de leitura e nas com- petências de literacia ao nível da so- ciedade como um todo – em espe- cial, no caso dos programas de apoio à leitura orientada na escola, para a produção desses efeitos no sistema nacional de ensino básico e de edu- cação pré-escolar. Política pública de leitura
  • 46. Após cinco anos decorridos é possível identi- ficar com bastante segurança um conjunto de impactos claramente positivos do Plano Na- cional de Leitura: • No desenvolvimento regular de activi- dades de leitura num conjunto de con- textos institucionais; • No envolvimento, em iniciativas de pro- moção da leitura e da literacia, de uma diversidade de actores sociais; • Nas práticas de leitura dos alunos, assim como nas suas atitudes relativa- mente à leitura e às bibliotecas e nas suas competências de literacia; • Na sensibilização da opinião pública a respeito da importância da leitura e da literacia e das acções que visam promo- vê-las. Impactos
  • 47. Segundo a percepção dos professores, com o PNL ocor- reu um reforço significativo das actividades de promoção da leitura nas escolas. Pratica- mente todas as escolas refe- rem esse reforço; e um núme- ro crescente delas assinala mesmo que tais actividades têm vindo a ser muito refor- çadas. Actividades promoção leitura
  • 48. Não só o âmbito alargado dos impactos do PNL mas também a impor- tância qualitativa desses impactos nas actividades de promoção da leitura nas escolas assentam na articulação estreita entre o programa Rede de Bibliotecas Escolares e o Plano Nacional de Leitura. RBE PNL LER+
  • 49. Estes protocolos [PNL e CM] ilustram também outro tipo de impactos do Plano Nacional de Leitura: o envolvimen- to de uma pluralidade de actores sociais (atrás enumerados) na promo- ção dos hábitos de lei- tura e das competênci- as de literacia na socie- dade portuguesa. Protocolos PNL / CM
  • 50. As percepções dos vários actores sociais responsáveis pela aplicação dos programas do Plano no terreno, particularmente os professores, são nitidamente positivas. As escolas são praticamente unânimes em considerar que os professores promovem mais actividades de leitura, as bibliotecas são mais frequentadas, os alunos lêem mais e melhor, os pais estão mais atentos à importância da leitura para os filhos e a leitura recebe mais atenção da sociedade em geral. Actores Sociais
  • 51. Os resultados mostram, de forma muito clara, a melhoria das competências de leitura dos alunos portugueses. Observa-se, entre 2000 e 2009, um aumento da pontuação média obtida e uma aproximação ao valor médio do conjunto dos países da OCDE. Portugal con- segue, assim, associar uma melhoria global dos resultados a uma diminuição na variação do desempenho entre os alunos, devido a uma melhoria significativa dos resultados dos alunos com níveis de competências mais baixos. PISA 2000 / 2009
  • 52. Entre os factores que terão contribuído para a melhoria das competências de literacia dos alunos portugueses encontra-se, sem dúvida, o PNL. Isso mesmo é reconhecido pela OCDE quando enume- ra, no relatório internacional sobre o PISA 2009, as várias transformações ocorridas no sistema de en- sino português a partir de 2005, fazendo referên- cia explícita à importância do lançamento do PNL para as melhorias registadas no domínio da leitura. OCDE reconhece impacto PNL
  • 53. PISA 2009 Desempenho médio (leitura) OCDE: 499 Portugal: 489
  • 55. Qual deve ser o papel do Estado?
  • 57. PNLDiscursos & Práticas Filipe Leal [ fleal@cm-oeiras.pt ] ETerna Biblioteca Sintra | 13 e 14 de Setembro | CMS