O documento apresenta uma visão negativa de como deveria funcionar uma biblioteca, de acordo com Umberto Eco, com horários restritos e empréstimos desencorajados, visando dificultar o acesso aos livros e à leitura. Contrapõe-se a visão da UNESCO de que as bibliotecas devem ter acesso livre para todos.
4. Os horários devem coincidir absolutamente
com os horários de trabalho.
Encerramento total aos Sábados, aos Domingos,
à noite e à hora das refeições.
5. As cotas devem ser intranscritíveis,
e se possível em grande quantidade,
para que em seguida
o funcionário Lhe possa devolver a ficha
para a preencher novamente.
6. A biblioteca deve desencorajar
a leitura cruzada de vários livros
porque provoca estrabismo.
7. O empréstimo de livros deve ser desencorajado.
O empréstimo de livros entre bibliotecas
deve ser impossível e, em todo o caso, levar meses.
8. Não deve ser possível
restaurar as forças dentro da biblioteca,
e, seja como for, também não deve possível
restaurá-las fora da biblioteca sem primeiro
se terem depositado todos os livros requisitados.
9. O bibliotecário deve considerar
o leitor como um inimigo,
um vadio (senão estaria a trabalhar),
um ladrão potencial.
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12. O ideal seria que o utente não pudesse entrar na biblioteca.
Em todo o caso não deve, nem deverá nunca, ter acesso aos penetrais das estantes.
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16. Sei que a Unesco concorda comigo. «A biblioteca deve ser de fácil acesso
e as suas portas devem estar abertas a todos os membros da comunidade,
que poderão usá-la livremente, sem distinções de raça, de cor, de
nacionalidade, de idade, de sexo, de religião, de língua, de estado civil
ou de nível cultural». Uma ideia revolucionária. – Umberto Eco
67. Milhões de livros no Ebookstore da Google
a maioria deles com acesso gratuito a parte do conteúdo
68. Milhão de ebooks na Kindle Store da Amazon
a um ritmo de crescimento acelerado e imparável
69. Milhões de livros digitais gratuitos no Internet Archive
representando muitos dos clássicos de língua inglesa
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78. «Onde é que está a sabedoria que perdemos no conhecimento? Onde está
o conhecimento que perdemos na informação?» – T.S. Eliot
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107. «A sobrevivência da biblioteca enquanto espaço não está dependente da
arquitetura inteligente (embora isso possa ajudar) está dependente da
capacidade da biblioteca para atender as necessidades das pessoas de
forma convincente e agregar valor às suas vidas». Jens Thorhauge